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CURSO DE PSICOLOGIA
RIBEIRÃO PRETO
2022
Inicialmente, Corey (1983) inicia seu texto discutindo sobre o que pode ser a
definição de técnica. Para ele, o termo técnica é usado para se referir a casos em que o líder
faz um pedido de forma clara, explícita e direta a um membro, com a finalidade de
influenciar o afeto de alguma forma. Isso envolve conduzir entrevistas, pedir esclarecimentos
para um membro, incentivar, questionar sistemas de crença de um membro etc.
Foi abordado também o fato de como o entendimento errôneo do uso de técnicas é
algo que ocorre demasiadamente. A crença de que as técnicas são um procedimento científico
que tem como finalidade soluções rápidas e truques para a mudança de comportamento é algo
que Corey não acha correta, logo após, é enfatizado que as técnicas são meios e não fins.
Dentro do subtítulo “Evitando a má utilização das técnicas”, é explicitado dicas para
qualquer que guiará um grupo, iniciando com o conselho de prestar atenção ao óbvio. Ou
seja, é necessário que o condutor preste atenção no comportamento do grupo e dos indivíduos
a fim de incluir os membros na seleção de temas para discutir para que estes sejam ouvidos e
a temática esteja de acordo com a necessidade do grupo. É reforçado inúmeras vezes o fato
de não tentar várias técnicas seguidas para gerar o movimento desejado, mas sim lidar com o
que já está ocorrendo, para que haja um desenvolvimento natural do grupo.
Desconfiamos do uso de uma agenda excessivamente preestabelecida no
processo de grupo; preferimos extrair nossas pistas daquilo que os membros
fornecem. (Corey, 1983, p. 24).
Ademais, é necessário, como líder, manter sua flexibilidade para seguir o caminho que
o material irá percorrer, e não fixar em uma técnica, mas sim talvez abandoná-la ou
modificá-la. É abordado pelo autor a relação entre o líder e o membro do grupo e como esta é
essencial para a produtividade e eficiência das técnicas. É necessário que haja uma relação
amistosa entre os dois, que seja criado um ambiente de confiança e propício para que as
técnicas sejam eficientes. Duas questões são abordadas, sendo a primeira o fato de perceber o
momento do uso das técnicas e como o líder deve ser inteligente e atencioso para perceber o
momento certo para incentivar certos comportamentos do membro.
O terapeuta que presta atenção ao relacionamento líder/cliente desenvolve
um sexto sentido que torna possível aquilatar o curso da terapia e julgar o momento
ótimo de pressionar delicadamente o cliente para que entre em áreas anteriormente
evitadas. Essa habilidade está acima e além da técnica. De algum modo, ela faz
parte do terapeuta desde o início, mas pode ser aprimorada em grau elevado através
do treinamento e da supervisão. (Corey, 1983, p. 27).
Outro conselho dado por Corey (1983) é convidar os membros a participarem, e, após
isso, lidar com a relutância por parte deles caso ocorra. Trabalhar com essa relutância se deve
ao fato de que os clientes (membros) não devem ser pressionados a serem vulneráveis ou
fazerem aquilo que não desejam fazer. Na maioria das vezes essa relutância pode dar abertura
para os membros dissertarem sobre o porquê de não se abrirem, causando assim um
desenvolvimento natural na técnica, fazendo com que o líder faça mudanças para os membros
sentirem-se confortáveis.
Ademais, é ressaltado como a pessoa do líder - sua filosofia de vida, caráter etc -
influencia drasticamente o caminho da técnica, sendo mais importantes para o processo
grupal do que as próprias dinâmicas. É dito por Corey (1983) “Por exemplo, se você é uma
pessoa suave e introduz uma técnica agressiva, é provável que a discrepância iniba o grupo”.
É importante que o líder preste atenção a si mesmo, que aprenda a confiar em si, e que
“conscientize-se de seus pensamentos e sentimentos à medida que emergem em você num
grupo e disponha-se a verbalizá-los” (Corey, 1983). Esta última é chamada de modelagem, ou
seja, demonstrar certo comportamento para que os membros do grupo sintam-se confortáveis
para demonstrá-los também.
Pode convidar os membros a ampliarem sua faixa de comportamentos no
grupo, demonstrando você mesmo (a) certos comportamentos. Pode ensinar a
franqueza através de sua própria franqueza. Pode estimular os membros a
comunicarem suas impressões de maneira sensível e sincera aos outros, agindo você
próprio (a) dessa maneira. (Corey, 1983, p. 33)
A posteriori, Corey (1983) fecha suas explicações sobre as técnicas enfatizando como
a melhor maneira de criar um ambiente de confiança e conforto para os membros é através
das qualidades pessoais que são projetadas e manifestadas pelo líder. Melhor dizendo, as
técnicas não funcionam por si só, são dependentes do líder que as executa.
REFERÊNCIAS