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Compilação de textos: Prof. Doutor Gonçalves Pereira, Prof. Doutor Jaime Grácio &
Corpo Docente de Psicologia Médica
No que se refere a este TEMA e para atingir os objectivos de aprendizagem, sugere-se que:
1º) Leia, com a ajuda destes tópicos, o capítulo 3 de Ayers & Visser, 2021 (cf. bibliografia essencial); os
conteúdos deste documento são intencionalmente sucintos para privilegiar a leitura directa do capítulo,
havendo pequenas notas sobre o que não está coberto no livro.
2º) Se quiser saber mais, e reflectir para além do que venha a ser o foco da avaliação nesta UC, explore a
bibliografia complementar e consulte (criticamente) artigos indicados neste tema ou nas aulas
correspondentes.
1. Definir stress, coping e avaliação (appraisal); compreender a sua importância em Psicologia da Saúde
e no contexto da Medicina.
3. Saber discutir os pontos principais da gestão do stress, enquanto aplicada ao estudante de Medicina.
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UC – Psicologia Médica (FCM/NMS-UNL, 2022/2023)
Psicologia Médica: TEMA 4
CONTEÚDOS TEÓRICOS:
1. STRESS
Conceito – o que significa stress? (um termo nem sempre consensual…)
Factores indutores de stress; acontecimentos de vida (life events) – conceito importante em
epidemiologia, psicologia e sociologia da saúde (cf. Shorter Oxford Textbook of Psychiatry, 2017).
Respostas psicobiológicas: comportamental, afectiva, cognitiva e fisiológica (componente do
SNA, neuroendócrino e imunitário).
Os conceitos de ‘síndrome geral de adaptação’ (H. Selye) e ‘luta ou fuga’ (fight or flight) devem
ser contextualizados historicamente. Discutem-se actualmente outras respostas bio-
comportamentais ao stress (ex: tend and befriend). Variabilidade com as circunstâncias, o
indivíduo e o contexto social.
Curva de Yerkes-Dodson (desempenho versus stress – poderá ser vista como um U invertido? veja
a representação gráfica e sua discussão em Diamond et al 2007 – fig. 2); a propósito, tem-se falado
de “bom stress” (eustress) e “mau stress” (distress); na verdade, o stress faz parte da vida e pode
ser útil (não é uma doença mas pode aumentar o risco de doenças).
2. COPING
Confrontativo, activo versus de evitamento (Ayers & Visser, 2021).
A dicotomia clássica - mecanismos ‘focados nos problemas’ versus ‘focados nas emoções’ - não é
inteiramente concordante com a anterior. Porém, tem pontos aproximados. Exemplos de
mecanismos de coping (v.g. Bishop, 1994):
Focados nos problemas
resolução de problemas (passos concretos para tentar solucionar os problemas ou diminuir
o seu impacto negativo);
planear (pensar em como lidar com as fontes de stress);
suprimir actividades concorrentes (pôr outras questões de lado para se focar);
contenção (esperar pela melhor oportunidade de agir);
buscar suporte social (na vertente de auxílio prático - instrumental);
procurar informação.
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ventilar emoções (partilhar as emoções com alguém, falar do que está a ser complicado);
reformulação positiva (reinterpretar a situação de forma positiva);
aceitação (aceitar a realidade de uma situação);
buscar suporte social (por razões predominantemente emocionais);
desinvestimento comportamental (reduzir esforços para lidar com um problema, ou
desistir) ou mental (distrair-se do problema com outros focos de atenção);
denegação, evitamento (cf. em baixo).
4. STRESS, SAÚDE E DOENÇA - papel da personalidade, coping, suporte social ou exercício físico
Conceito de ‘carga alostática’
Modelos de vulnerabilidade-stress (cf. também Tema 1)
Recursos pessoais face ao stress
Factores protectores (internalidade, auto-estima elevada, resiliência, optimismo, sentido de
humor, etc. – cf. também Tema 2)
Factores de vulnerabilidade (externalidade, auto-conceito de baixa complexidade,
catastrofização, procrastinação, neuroticismo, etc.)
Papel das relações e do suporte social
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Psicologia Médica: TEMA 4
no que respeita à recompensa esperada”. A tradução portuguesa “esgotamento” tem sido usada por
alguns, sem que haja consenso: o termo inglês passou a ser utilizado correntemente.
Contribuição teórica de Maslach: as dimensões do burnout profissional (exaustão emocional,
despersonalização, menor realização pessoal).
Inventário de burnout de Maslach (Maslach Burnout Inventory – MBI; Maslach & Jackson, 1981):
trata-se de um questionário usado em investigação para avaliar os níveis de burnout. Existem
versões adaptadas para diferentes contextos profissionais (ex: professores, profissionais de saúde),
com traduções portuguesas validadas.
Distinção entre stress ocupacional e síndrome depressiva: a síndrome de burnout está na interface
com ambos e, na literatura, as diferenças nem sempre são claras. Em certo sentido, poderia
considerar-se que burnout é uma forma específica de stress ocupacional (sendo este um conceito
mais genérico), decorrendo do agravamento do mesmo. Deve distinguir-se burnout (constructo
originário da Psicologia) do conceito clínico de depressão (como síndrome/doença): burnout pode
aumentar o risco de depressão, mas os dois conceitos não se equivalem. Em todo o caso, os termos
têm evoluído dinamicamente e a sua operacionalização motiva discussão entre os peritos.
Prevalência e consequências
Factores de risco para o desenvolvimento de burnout
Estratégias para prevenir e lidar com o stress ocupacional e o burnout
Aplicação ao contexto médico e do estudante de Medicina
Leia a bibliografia, guiando-se pelas notas acima para se focar nos pontos principais; deve reflectir sobre
o stress da vida estudantil e da profissão médica, e sobre como lidar com os desafios de forma construtiva.
Reveja, na UC Medicina e Sociedade (3º ano), a aula do Professor Doutor Miguel Xavier sobre o tema.
Quanto a estudos nacionais, pode consultar os seguintes trabalhos, embora anteriores à COVID-19:
Estudo sobre burnout profissional em profissões ligadas à saúde, do Prof. João Marôco e col.,
onde se utiliza o questionário MBI – Acta Médica Portuguesa, 2016; 29(1): 24-30.
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Psicologia Médica: TEMA 4
BIBLIOGRAFIA: (disponível na biblioteca da FCM-UNL)
Essencial
o Cap. 3 Stress and health: pp 57-84. [as páginas 75-82 - stress profissional - correspondem a
conteúdos também relacionados com o TEMA 8, mas tratados aqui por opção pedagógica].
Complementar:
Medical Students’ Experience, in Van Teijlingen & Humphris: Psychology and Sociology applied to
Medicine. An Illustrated Colour Text. 4th ed, Elsevier, 2019 (pp 160-161).
Suchman & Ramamurthy: Chapter 6 – Practitioner Wellbeing, in Feldman et al (2020). Behavioral
Medicine: A Guide for Clinical Practice. 5th ed, McGraw-Hill.
Artigos para discussão (além dos estudos já referidos, de Vala e col, 2017 e Marôco e col, 2016):
Maio, I: O médico, o seu doente e… Balint. Rev Port Clin Geral 2008; 24:496-50.
http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10528
Rodrigues et al: Ansiedade em Meio Clínico: Construção de uma Escala para Estudantes de Medicina.
Acta Med Port 2014; 27(6):731-736.
http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5542
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