Você está na página 1de 6

Departamento de Física

Laboratório de introdução às Ciências


Físicas - FIS122

LEI DE OHM

MATERIAL:

• 1 miliamperímetro
• 1 resistor de 3.3 k Ω
• 1 LED
• 1 fonte de tensão
• cabos
• placa para montagem de circuito

Traga para a aula calculadora e papel milimetrado para gráfico

Objetivo: Estudar a lei de Ohm. Descobrir o valor da resistência de um resistor através


da construção de gráficos e comparar o valor obtido com uma única medida feita com o
Ohmímetro e com o valor nominal.

1 – Introdução:

Uma das melhores maneiras de representar dados experimentais é a construção de


gráficos. Com eles, podemos ter uma visão geral do comportamento de uma grandeza física em
função de uma outra. Na aula de hoje, utilizaremos gráficos para estudar a relação entre corrente
e tensão elétrica em circuitos simples.

Sabemos que corrente do circuito depende, entre outras coisas, da resistência imposta
pelos elementos do circuito à passagem de corrente. Vamos utilizar um circuito simples (Figura 1)
para estudar o comportamento da corrente de um circuito quando variamos o valor da tensão
elétrica fornecida pela fonte de tensão. Nesta figura, utilizamos uma representação simbólica que
é usual na eletrônica, que é explicada na Tabela 1.

R
A
Figura 1: Circuito com um resistor

1
Símbolo Significado
A Amperímetro

Diodo

Resistor

Fonte ou bateria. (O traço comprido é o pólo


“+” e a barra curta é o pólo “-“.)
Tabela 1: Símbolos usados para alguns elementos de circuito

1.1 – Lei de Ohm

O valor da corrente elétrica que passa através de um determinado elemento do circuito


pode ser descrito através da seguinte equação:

U
i= , Equação 1
R
onde U é o valor da tensão elétrica, R é um valor que caracteriza a resistência do elemento do
circuito e i é a corrente elétrica. No caso dos resistores comerciais utilizados em sala de aula até
agora, o valor de R é constante, ou seja, não muda quando mudamos U ou i. Elementos que
possuem esse tipo de comportamento são chamados de elementos ôhmicos. Existem elementos
em que sua resistência muda conforme o valor da tensão elétrica em seus terminais. Esses
elementos são chamados de não-ôhmicos.

2 – Procedimentos experimentais
2.1 - Elemento ôhmico
2.1.1 – Montagem experimental

a) Monte o circuito da Figura 1.

b) Acerte os dois botões de ajuste de tensão da fonte regulada para fornecer inicialmente 0V.
Coloque os dois botões de ajuste de corrente da fonte na posição mediana.

2.1.2 – coleta de dados

a) meça e anote a resistência do resistor com o multímetro na função Ohmímetro. Leia o anexo 2
sobre o uso do multímetro digital.

b) Varie a tensão na fonte de 0,5 em 0,5 Volt de 0 a 5 Volts e anote os valores de corrente medidos
com o miliamperímetro digital numa tabela. Observe que você deve anotar também a incerteza
intrínseca dos equipamentos e usar o número correto de algarismos significativos.

c) Faça um gráfico em papel milimetrado da da tensão mostrada no visor da fonte em função da


corrente medida (a tensão será a ordenada do gráfico, a corrente será a abscissa). Leia o anexo 1
sobre construção de gráficos e cálculo de coeficientes.

d) Trace a reta que melhor se ajusta aos pontos experimentais, observando as diretrizes do anexo
1 e calcule os coeficientes da reta. Observe que os coeficintes possuem unidades.

e) Qual a interpretação física de cada um desses dois coeficientes para esse experimento?

f) Calcule o erro relativo do valor da resistência encontrado em c) em relação ao valor da


2
resistência medido com o multímetro em a).

g) Calcule agora o erro relativo do valor da resistência encontrado em c) em relação ao valor


nominal da resistência, dado pelo fabricante.

2.2 - Elemento não-ôhmico


2.2.1 – Montagem experimental

a) Coloque um LED em série com o resistor R, conforme a Figura 2. O LED possui polaridade e
deve ser montado corretamente para que a corrente passe pelo circuito.
V

R LED
A

Figura 2 – Circuito com o LED

b) Acerte os dois botões de ajuste de tensão da fonte regulada para fornecer inicialmente 0V.
Coloque os dois botões de ajuste de corrente da fonte na posição mediana.

2.2.2 – Coleta de dados

a) Para este caso, varie a tensão da fonte em intervalos de 0.3 V até que a fonte forneça 3 V e em
intervalos de 0.5 V a partir de 3 V, até atingir 5 V. Anote os valores medidos de corrente em uma
tabela. Esta tabela deve conter três colunas: tensão, corrente medida e resistência total do
circuito, que deve ser calculada para cada medida de corrente. Lembre-se de anotar as incertezas
intrínsecas dos equipamentos e usar o número correto de algarismos significativos. Não se
preocupe com a incerteza das resistências calculadas.

b) Faça um gráfico da tensão medida pela fonte em função da corrente na mesma folha de papel
milimetrado/mesma escala que o gráfico do elemento ôhmico. Para isso, apenas adicione os novos
pontos no gráfico construído, usando um símbolo diferente para marcar esses pontos (cruz ou x).

c) O que acontece com os valores de resistência com o aumento da tensão para esse circuito não-
Ôhmico?

d) Descreva a curva do gráfico feito em b).

3
Anexo 1 – construção de gráficos e cálculo de coeficientes de uma reta

1 - Relações lineares entre grandezas

Se uma grandeza física y possui uma relação linear com outra grandeza x, temos
que:

y=a x+b , Equação 1

onde a é o coeficiente angular e b é o coeficiente linear. O coeficiente angular


corresponde à inclinação da reta, ou seja:

Δ y y 2 − y 1 , Equação 2
a= = ,
Δ x x 2 −x 1

como mostrado na Figura 1. Precisa-se então de dois pontos da reta quaisquer (não podem
ser os pontos experimentais) P1 (x1,y1) e P2 (x2,y2) para o cálculo do coeficiente angular.

O coeficiente linear b é o intercepto, ponto onde a reta cruza o eixo das ordenadas
(eixo y). Ele pode ser lido diretamente no gráfico, como mostra a Figura A1. Se isso não for
possível devido às escalas, basta calculá-lo com a Equação 1 usando um dos pontos P1 ou P2
e o valor de a encontrado. Exemplo:

b= y 1−a x1 Equação 3

Figura A1 – gráfico linear

2 - Regras básicas para construção de gráficos

1 - Colocar um título, especificando o fenômeno físico em estudo, que relaciona as grandezas


medidas.
2 - Escrever nos eixos coordenados as grandezas representadas, com suas respectivas unidades.
Em geral, no eixo horizontal (abscissa) é lançada a variável independente, isto é, a variável
cujos valores são escolhidos pelo experimentador. No eixo vertical (ordenada) é lançada a
variável dependente, ou seja, aquela obtida em função da primeira.
3 - A escala deve conter a informação do número de algarismos significativos das medidas (dos
números da tabela de dados experimental) e deve ser escolhida de tal forma que facilite tanto a
construção quanto a leitura dos gráficos. A escala deve ser simples e sugere-se adotar
valores múltiplos ou submúltiplos de 1, 2 ou 5.
4
4 - Não use escalas múltiplas de 3, 4,7,9, etc., ou seja, não defina três quadrados do papel
milimetrado ( ou 3 cm) como sendo uma unidade. Se você fizer isso, um quadrado será
equivalente a 0,333…. e a marcação de pontos no gráfico não será simples. Isso vale para qualquer
outro número que não seja fácil de trabalhar. Use sempre uma divisão da escala (um quadrado/ 1
cm) como sendo 1, 2 ou 5.
5 - A escala adotada em um eixo não precisa ser igual a do outro. As escalas são independentes e
não precisam começar do zero. Você pode começar a escala x do zero e a escala y a partir de 5,
por exemplo.
6 - Escolha escalas de tal forma que se utilize o máximo possível de área do papel milimetrado,
sem, é claro, escolher escalas múltiplas de números difíceis de trabalhar (item 3).
7 - Nunca se deve assinalar os dados, correspondentes aos pontos experimentais, sobre os
eixos coordenados. Sobre os eixos deve-se somente colocar valores igualmente espaçados,
organizados.
8 - O ponto experimental a ser plotado deve ser traçado com as barras de erro caso estas sejam de
magnitude suficiente para serem representadas na escala escolhida. As barras de erro podem
aparecer tanto no eixo vertical quanto no eixo horizontal. Use sempre x ou cruz para marcar os
pontos.
9 - Quando todos os pontos experimentais já estiverem marcados no gráfico, resta traçar a
reta para calcular os coeficiente.
• A reta não precisa passar sobre todos os pontos, nem mesmo precisa passar pela
origem.
• Não ligue o primeiro ponto ao último! De fato, é possível que a curva não passe por
nenhum ponto do gráfico.
• O que é necessário é que se trace uma reta minimizando a distância de todos os
pontos experimentais até a reta, ou seja, deve-se ajustar a reta para que ela esteja
igualmente próxima de todos os pontos. Isso equivale a fazer uma média gráfica
usando todos os pontos experimentais.
• Deixe marcados no gráfico os pontos P1 e P2 usados para a realização dos cálculos dos
coeficientes. Lembre-se: use sempre esses pontos e jamais os pontos experimentais.

A Figura 2 mostra um exemplo de reta ajustada a pontos experimentais.

Figura A2: Movimento de uma partícula em função do tempo.

5
Anexo 2 - Medida de corrente, tensão e resistência utilizando um multímetro

Imprima este anexo, guarde-o e traga-o sempre para as aulas onde o multímetro digital será
usado.

Multímetros são equipamentos importantes quando trabalhamos com circuitos, pois eles
permitem medir resistência, tensão e corrente de circuitos. Os mais sofisticados podem medir,
além de resistência, corrente e tensão, outras grandezas físicas, como por exemplo, temperatura.

A figura abaixo mostra o multímetro que iremos utilizar nesta aula. Para ser utilizado
como um amperímetro, a chave seletora deve estar virada na faixa escura, indicada com a letra
“A”. Dentro desta faixa existem quatro escalas diferentes que devem ser utilizadas dependendo
do valor da grandeza a ser medida. Quando não se tem uma idéia do valor da corrente, comece
sempre com o valor de escala mais alto (200mA) e abaixe o valor da escala gradativamente até
obter uma leitura adequada. Neste caso, o multímetro deve ser colocado em série no circuito.

Para utilizar o multímetro como um voltímetro, a chave seletora deve estar virada na
faixa azul, indicada com o símbolo V. Dentro desta faixa existem cinco escalas diferentes que
devem ser utilizadas dependendo do valor da grandeza a ser medida. Quando não se tem uma
ideia do valor da tensão, comece sempre com o valor de escala mais alto (600 V) e abaixe o valor
da escala gradativamente até obter uma leitura adequada. Neste caso, o multímetro deve ser
colocado em paralelo ao circuito.

Para ajustar o multímetro na função ohmímetro, a chave seletora deve ser colocada na
faixa azul com o símbolo “Ω”. Para a medida da resistência de um determinado componente,
o componente deve ser removido do circuito.

Ao trocar a função do multímetro (de voltímetro para amperímetro, por exemplo),


este deve sempre estar desconectado do circuito, para evitar danificar o equipamento.

Você também pode gostar