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OBS: Este estudo é um complemento à lição e não serve para substituí-la.

Aconselhamos
que, antes de estudar esse material, analise com atenção todo o conteúdo da revista de
professores e, se possível, o livro de apoio, pois são extremamente relevantes.
CLASSE DE ADULTOS | OS VALORES DO REINO DE DEUS – A
RELEVÂNCIA DO SERMÃO DO MONTE PARA A IGREJA DE CRISTO

LIÇÃO 6: EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 Texto Áureo: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa
disso é de procedência maligna” (Mt 5:37).
 Verdade Prática: Fazer um juramento ou uma promessa é algo muito sério. Por isso,
o cristão deve cuidar para não prometer ou votar aquilo que não vai ter condições de
cumprir.
 Leitura Bíblica em Classe: Mateus 5:33-37
33- Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus
juramentos ao Senhor. 34- Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem
pelo céu, porque é o trono de Deus, 35- nem pela terra, porque é o escabelo de seus
pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei., 36- nem jurarás pela tua
cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37- Seja, porém, o vosso
falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.

ESBOÇO:

1. Não Devemos Jurar Nem 2. Nossas Palavras Devem 3. Honestidade Com Nossas
Pelos Céus Nem Pela Terra: Ser “Sim” e “Não”: Palavras:
2.1 Como Deve Ser o
1.1 A Lei do Juramento; 3.1 A Palavra Honestidade;
Nosso Falar;
1.2 O Propósito da Lei do 2.2 O Sim e o Não na Vida 3.2 É Possível Ser Honesto Com
Juramento; de Paulo; Nossas Palavras Neste Mundo?
1.3 Não Jureis Nem Pelo Céu 2.3 O Que Passar Disso É
3.3 Dando Testemunho.
Nem Pela Terra. Procedência Maligna.

Introdução
“Os juramentos sempre estiveram presentes na sociedade. Eles são o compromisso
que a pessoa assume publicamente de que cumprirá realmente aquilo que prometeu. Nas
Escrituras, os juramentos são de dois tipos: aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos
homens. Quando Jesus ensina que o nosso falar seja “Sim, sim; não, não, porque o que
passa disso é de procedência maligna” (Mt 5:37). Ele condena o uso indiscriminado,

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leviano ou evasivo do juramento que prevalecia entre os judeus. Por isso, nesta lição,
veremos como o Mestre ensinou que os homens deveriam ser transparentes e honestos
em seu falar, para que os juramentos entre eles se tornassem desnecessários. Em seu
Reino, a honestidade de seus membros elimina o uso dos juramentos (Tg 5:12)”.

A Bíblia constantemente orienta os discípulos de Cristo a terem sabedoria ao


utilizarem suas palavras. Pois a pregação e o testemunho do evangelho do Reino de Deus
são compartilhados através delas. Assim, na lição abordaremos o cuidado que todo o
cristão deve ter com suas palavras e a realização de juramentos.
Nos dias de Jesus, os juramentos eram usados para poder mascarar alguma mentira,
ou distorção da doutrina. Sendo assim, Cristo orienta os discípulos sobre a necessidade
de se fundamentarem somente na verdade do evangelho, tendo sabedoria em utilizar as
suas palavras como canais de bênçãos para alcançar todas as pessoas para o Reino de
Deus.
Sobre a maneira correta dos discípulos utilizarem suas palavras, Luciano Subirá
aborda que as palavras têm o poder de curar e de ferir. Contudo, não podem ser usadas
de qualquer forma. O discípulo e o ímpio se distinguem em muitas coisas e, de acordo
com a Palavra de Deus, não é só no seu caráter e atitudes, mas também na forma de
falar:
Provérbios 10.11: “A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos perversos
mora a violência”. Da boca do discípulo jorra vida; ou seja, palavras que vivificam, que
comunicam vida espiritual e mesmo emocional. Por outro lado, da boca do ímpio flui
violência, palavras que ferem, que matam. De acordo com Provérbios 10.11, a violência
no lar não é só física, mas também verbal. E pior: é uma característica do comportamento
do ímpio.
Confirmando esta verdade, que palavras ferem ou curam, a Bíblia ainda afirma:
“Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina”
(Provérbios 12.18). Nossas palavras possuem um poder maior do que conseguimos
mensurar. Elas podem produzir vida ou morte! “A morte e a vida estão no poder da língua;
o que bem a utiliza come do seu fruto” (Provérbios 18.21).
Como discípulos, precisamos ter o cuidado com a forma de falar, pois, a maneira
errada de falar não trará dano só a quem nos ouve. As nossas palavras devem ser

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honestas, podem gerar cura ou causar feridas profundas. Por isso, como discípulos de
Cristo, não podemos utilizar falsos juramento e nossas palavras de qualquer maneira.
Assim vejamos alguns textos no livro de Provérbios que dão base para o poder das
palavras proferidas:
“Do fruto da boca o homem comerá o bem, mas o desejo dos pérfidos é a violência.
O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo
se arruína” (Provérbios 13.2,3).
“A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a
estultícia. A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito”
(Provérbios 15.2,4).

1. Não Devemos Jurar Nem Pelos Céus Nem Pela Terra:


Jesus ensina que o caráter de um discípulo é diferente, pois o caráter cristão é
implantado no discípulo por ocasião da regeneração (Jo 3.5; 2Co 5.17; Tt 3.5). É por
meio do novo nascimento que a imagem de Deus é restaurada no homem, onde o
Espírito Santo passa a residir nele, produzindo as virtudes de Cristo (Gl 5.22).

1.1 A Lei do Juramento:


“De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, a lei mosaica enfatizou a natureza
obrigatória dos juramentos (Nm 30:2) e decretou o castigo para o perjurador, aquele que
faz um juramento falso (Dt 19:16-19; 1Tm 1:10). O falso juramento de uma testemunha
ou uma falsa afirmação com relação a uma promessa ou a alguma coisa encontrada,
exigia uma oferta pelo pecado (Lv 5:1-6; 6:2-6). A lei enfatizou a seriedade dos
juramentos (Êx 20:7. Lv 19:2; Zc 8:16,17) e proibiu o juramento por deuses falsos (Js
23:7; Jr 12:16; Am 8:14)”.

O Pr Osiel Gomes comenta que a lei enfatizou a seriedade dos juramentos (Êx 20.7;
Lv 19.2) e proibiu o juramento por deuses falsos (Js 23.7). Hernandes Dias Lopes aborda
que no Antigo Testamento, os juramentos deviam ser feitos em nome de Deus. Os
fariseus alteraram isso para que, em promessas menores, não precisassem jurar pelo
Seu nome. Todavia, juravam pelo templo, pela terra, pela cidade de Jerusalém e por

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todas as coisas sagradas. Assim, é obvio entender que Jesus não proíbe juramentos em
tribunais, porque Ele mesmo respondeu a Caifás sob juramento (Mt 26.63,64).
Deste modo, lembre-se que o evangelho é fundamentado na verdade e não em
juramentos. O evangelho é a melhor e mais importante mensagem de todos os tempos.
Mas é mais do que uma mensagem, é um convite para seguir a Cristo na vida presente
e na vida futura, em uma estreita relação com Deus (Mt 28.18-20).
John Stott em seu texto “Discípulo Radical” destaca que a primeira característica de
um discípulo é o “inconformismo”; O “inconformismo” que aponta para “servir
testemunhando de Cristo para o mundo”. Pois um discípulo fundamentado na verdade
de Cristo é:
• Um crente que está continuamente envolvido com a Palavra de Deus (João 8.31);
• Aquele que permanece em união frutífera com Cristo diariamente (João 15.8);
• Aquele que assume a sua cruz e segue a Cristo (Lucas 14.27);

1.2 O Propósito da Lei do Juramento:


“O propósito do juramento antes era benéfico, tinha o objetivo de descobrir a verdade.
Tratava-se de um apelo solene que o adorador fazia a Deus, tendo consciência de que
Ele era o grande juiz onisciente e onipotente, dono de tudo, que esquadrinhava os
corações de todos os homens (1 Cr 28:9; Jr 17:10) e que revelava o íntimo de cada um,
a verdade e a sinceridade presentes no espírito do homem. Os juramentos nas Escrituras
são de dois tipos, aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens”.

O Pr Osiel Gomes aborda que os juramentos nas escrituras são de dois tipos, aqueles
feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens. Na mesma linha de pesquisa, Warren
Wiersbe aponta que os fariseus usavam vários juramentos para esquivar-se da verdade.
Eles evitavam usar o nome santo de Deus, mas empregavam aproximações com a
cidade de Jerusalém, céu, terra, ou alguma parte do corpo.
No entanto, Jesus ensina que nossas conversas devem ser tão honestas quanto
nosso caráter, e nosso caráter deve ser tão verdadeiro quanto as nossas palavras. Pois
as palavras dependem do caráter, mas os juramentos não. Logo, os juramentos não
capazes de compensar a falta de caráter.

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Em Provérbios 10.19, está escrito: “No muito falar não falta transgressão, mas o que
modera dos lábios é prudente”, demonstrando que quanto mais palavras alguém usa
para nos convencer, mas desconfiados devemos ficar.
Concordamos com John Stott, quando o mesmo comenta que, “Ser um discípulo é
ser semelhante a Cristo”. Pois, Deus quer que o seu povo se torne como Cristo, pois a
semelhança de Cristo é a vontade de Deus.
Jesus viveu uma vida exemplar, e foi justamente essa coerência que gerou
credibilidade nos seus discípulos. É inútil o discipulador ensinar uma coisa e viver outra.
Jesus vivia o que ensinava:
1. Jesus ensinou os discípulos a amarem seus inimigos (Jo 13.1);
2. Jesus ensinou sobre a misericórdia (Mt 5.7);
3. Jesus ensinou sobre a fraternidade (Mt 12.49-50);
4. Jesus ensinou sobre a obediência (Mt 19.17);
5. Jesus ensinou sobre a humildade (Mt 6.3,4);
6. Jesus ensinou sobre o perdão (Mt 18.22).

Assim, se nos afirmamos como cristãos devemos ser como Cristo:


1. Devemos ser como Cristo no seu serviço (Jo 13.14,15);
2. Devemos ser como Cristo em seu amor (Ef 5.2);
3. Devemos ser como Cristo em sua nobreza (1Pd 2.21);
4. Devemos ser como Cristo em sua missão (Jo 17.18,20,21).

1.3 Não Jureis Nem Pelo Céu Nem Pela Terra:


“O estratagema dos escribas e fariseus quanto ao juramento pode ser notado quando
eles diziam que qualquer voto que o adorador fizesse usando o nome de Deus estaria
vinculado àquele juramento, mas um voto feito sem pronunciar o nome de Deus era de
menor valor, e nesse caso não precisava ser cumprido.
Foi contra esse procedimento dissimulado e hipócrita que Jesus os confrontou (Mt
23:16-18). Essa tenuidade de classificações feitas pelos escribas e fariseus, entre os
votos obrigatórios e não obrigatórios, não tinha qualquer base. Para Jesus, quem jurasse
pelo céu teria de cumprir seu juramento, pois eles foram feitos por Deus (Gn 1:1), e a
terra era o estrado dos seus pés (Is 66:1), e Jerusalém era a cidade do grande Deus (Sl

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48:3). A conclusão é que qualquer juramento feito, usando alguns desses elementos,
teria de ser cumprido, pois neles o nome de Deus estava envolvido.
Um cristão verdadeiro e sincero, que tem o coração transformado pelo Evangelho,
não precisa invocar qualquer elemento como céu e terra para afirmar que o que está
dizendo é a verdade, posto que na essência a verdade está no íntimo do seu coração,
no qual não há mentira, engodo ou engano (Sl 15:2; 24:4; Pv 8:7; Ml 2:6; Mq 6:8)”.

Conforme o Pr Osiel Gomes, um cristão verdadeiro e sincero, que tem o coração


transformando pelo Evangelho, não precisa invocar qualquer elemento como o céu ou a
terra para firmar que está dizendo a verdade (Sl 15.2; 24.4; Pv 8.7; Ml 2.6; Ml 6.8).
Pesquisando sobre o assunto a utilização de juramentos, o Pr Hernandes Dias Lopes
aborda que os rabinos, jeitosamente, usavam os juramentos para esconder seus falsos
ensinos e sua falsa moralidade. Jesus, porém, acentua que não se devem fazer
juramentos com o intuito de com eles escondermos a verdade. A nossa palavra deve ser:
sim, sim; não, não. O que passar disso vem do maligno, o pai da mentira.
Cristo chama para serem discípulos em fidelidade e revela a simplicidade do
Evangelho que não necessitava de base de juramentos religiosos. O mesmo chamado
para o discipulado aponta que:
1. O chamado ao discipulado revela a simplicidade do Evangelho (Mt. 10.9-15);
2. O chamado ao discipulado revela a submissão e humildade do verdadeiro proposito
(Mt. 10. 24).
3. O chamado ao discipulado revela que os verdadeiros são fiéis e honram a Cristo
até na perseguição (Mt. 10. 16 – 23).
Deste modo, todos os discípulos, ao serem chamados, reconheceram a autoridade
de Jesus (Jo 1.41). Pois Jesus possuía autoridade para discipular os seus discípulos
delegando a eles a mesma autoridade. A autoridade do discipulado de Jesus não estava
nos juramentos, mas estava presente na:
1. Autoridade nas palavras (Lc 4.36; Jo 7.46);
2. Autoridade no ensino (Mt 7.28,29);
3. Autoridade sobre demônios e doenças (Mt 10.1);
4. Autoridade na oração e na pregação (At 4.31);
5. Autoridade na disciplina (At 5.5);

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6. Autoridade na imposição de mãos (At 8.17-23).

2. Nossas Palavras Devem Ser “Sim” e “Não”:


O discípulo de Cristo deve ser alguém cuja a sinceridade seja uma das marcas do
seu caráter. Alguém que evite o fingimento e que nunca pense ou sinta uma coisa e diga
outra completamente diferente.

2.1 Como Deve Ser o Nosso Falar:


“Tomar cuidado com o que se fala é valioso demais. Esta atitude declara que tipo de
pessoas nós somos. Um cristão verdadeiro sempre procura falar com verdade e
sabedoria. Com muita propriedade, o sábio rei Salomão falou que a morte e a vida estão
no poder da língua (Pv 18:21). Jesus foi bem categórico quando afirmou que pelas
palavras alguém pode ser justificado ou condenado (Mt 12:37), o que nos impele a ter
cuidado no nosso falar. Um cristão cheio das verdades divinas terá um falar verdadeiro
e reagirá contra todo tipo de falsidade e mentira. Jesus exige honestidade o tempo todo,
esteja um homem sob juramento ou não. Não há padrão duplo para o cristão”.

O Pr Osiel Gomes aponta que um cristão verdadeiro sempre procura falar com
verdade e sabedoria. Na mesma linha de abordagem, Russell Champlim comenta que a
garantia da honestidade do indivíduo deve ser a confiança na sua simples palavra. Assim,
Jesus insistiria que tal honestidade deve ser inspirada pela consciência da presença de
Deus e a relação do homem com o Senhor.
O discípulo convicto da presença de Deus sente a responsabilidade para com a sua
aliança, e, por isso, não mente. Tal honestidade não requer confirmação nenhuma de
juramento, pois a sua vida está pautada no evangelho. E o juramento feito pelo homem
desonesto não tem valor nenhum.
A desonestidade de nossa natureza se expressa não apenas na tendência de nos
desviarmos da verdade pura, mas também na esperança de que nossos semelhantes
façam a mesma coisa.
A prática dos juramentos apenas agravava a situação, porque o próprio juramento é
usado para enganar, confirmando a desonestidade realizada pelos religiosos fariseus.

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O falar do cristão deve ser verdadeiro, pois o cristão possui em suas mãos o
evangelho da verdade. O evangelho que precisa ser compartilhado a todos.
Deste modo, precisamos lembrar que, atualmente, estamos vivendo um momento
muito especial na comunicação através da internet. Assim como somos capazes de
viajar e nos comunicar de forma mais rápida, temos em mãos as melhores estratégias
para o crescimento da igreja e plantação de igrejas.
A nossa geração está mais bem equipada e preparada do que qualquer outra geração
antes de nós. Somos chamados para sermos discípulos que fortaleçam as igrejas,
cumprindo a grande comissão, propagando a verdade do evangelho de Cristo. Por isso,
Jesus ensinou sobre a necessidade dos seus discípulos se fundamentarem na verdade
do evangelho, ao invés de utilizarem a prática dos juramentos realizada pelos religiosos
para fundamentar suas distorções na doutrina.
Portanto, o evangelho é a verdade de Deus, que apresenta o plano da salvação para
todos os homens. Sendo o evangelho a verdade de Deus, ele provém do próprio Deus
que é a verdade, e essa verdade, sendo expressada através da vida dos discípulos em
ações e palavras não necessitava de nenhum apoio dos juramentos religiosos.

2.2 O Sim e o Não Na Vida de Paulo:


“Há situações em que empregamos a nossa palavra e, por algum motivo, não
conseguimos realizar o que dissemos ou planejamos. Em 2 Coríntios 1:12-24, há o relato
de um episódio que ocorreu com o apóstolo Paulo. Ele fez planos de visitar os irmãos da
Igreja de Corinto, porém, por diversas vezes, foi impedido e as coisas não saíram como
havia planejado (2 Co 1:6; Rm 1:10; 15:22; 1 Ts 2:18). Por isso, seus acusadores se
valeram da situação para fazer graves e sérias acusações contra Paulo, dizendo que ele
não era confiável.
Paulo refuta seus opositores dizendo que não era o tipo de pessoa que diriam “sim”
quando na realidade queria dizer “não”. O apóstolo toma Deus como sua fiel testemunha
e explica o motivo pelo qual não tinha ido logo fazer essa visita, que era poupar os irmãos
(2 Co 1:23). Deus, que conhecia o seu coração, disse o apóstolo, sabia do seu verdadeiro
sentimento e da grande vontade de ir visita-los, e declarou a todos que sua vida era de
simplicidade e sinceridade, tanto diante da Igreja como do mundo (2 Co 1:12).

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Da mesma maneira que os coríntios podiam confiar que Deus manteria suas
promessas, também podiam confiar em Paulo, como representante de Deus, manteria
as suas. Ele ainda os visitaria, mas em uma ocasião melhor”.

A partir da leitura de 2 Coríntios 1.12-24, o Pr Osiel Gomes destaca que Paulo refuta
os seus opositores dizendo que era um cristão que valorizava a sua palavra, já que
estava sendo atacado por seus acusadores que afirmavam que suas mensagens não
eram de confiança.
A Luz do capítulo 2 de 1Coríntios, Paulo já havia destacado o fundamento das suas
palavras ministradas à igreja:
• O cerne do Evangelho é a morte de Cristo (1 Co 2:1-5). A cruz de Cristo é o centro
da mensagem do Evangelho pregado por Paulo;
• O evangelho faz parte do Plano Eterno do Pai (1 Co 2:6-9). O centro da mensagem
do Evangelho aponta para o Plano Perfeito estabelecido, de forma trina, por Deus, para
resgatar o homem do pecado, assim como Paulo ensinava;
• O evangelho é revelado pelo Espírito mediante a Palavra (1 Co 2:10-16). Assim,
para Paulo, o Espírito Santo tem uma ação direta ao fazer o homem compreender a
mensagem do Evangelho.
O Pr Natalino das Neves destaca que o poder da pregação do apóstolo Paulo não
estava centrado no conhecimento humano, na sabedoria humana, ou em juramentos,
que era preferida pelos gregos, pelos romanos, pelos judeus, mas o centro da sabedoria
do apóstolo estava em Cristo, na salvação, na morte e ressurreição do Senhor Jesus.
O poder da pregação de Paulo não estava no conhecimento secular ou no
desempenho da oratória, mas na fidelidade à mensagem do evangelho e na sabedoria
de Deus.
A confiança de Paulo estava estabelecida em Deus, e não nos juramentos. Isso é
característica de alguém que se arrependeu dos seus pecados, que foi perdoado por
Deus, que conheceu a mensagem da cruz.
Assim, a verdade do evangelho nos transforma de dentro para fora e não de fora para
dentro. Existem pessoas que querem impor a religião sobre outras, mas isso não dá
certo, pois o verdadeiro Evangelho surge de dentro para fora e transforma:
- As atitudes;

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- O comportamento;
- A visão sobre Cristo;
- As experiências pessoais;
- A fé e a convicção;
- A comunhão;
- O conhecimento da Verdade;
- O aprendizado do Evangelho.

2.3 O Que Passa Disso É Procedência Maligna:


“Como o caso que aconteceu em Corinto, em que Paulo conhecia a importância da
honestidade e da sinceridade nas palavras e ações, Deus quer que sejamos verdadeiros
e transparentes em todos os nossos relacionamentos. Se não for assim, poderemos nos
rebaixar, passando a divulgar rumores, fofocas e a ter segundas intenções, ou seja,
daremos lugar a situações de procedência maligna”.

Jesus veio para nos dar a Salvação de Graça, cumpri o plano de Deus através da
cruz. O evangelho revela a verdade da Salvação, assim como nos convida a realizarmos
três atitudes:
1. Ouvir (Romanos 10:17);
2. Crer (João 3:16);
3. Confessar os nossos pecados e a Cristo, como Senhor das nossas vidas (Romanos
10:9).
O poder de Deus para a salvação da humanidade não é uma mensagem secreta.
Todos podem ter acesso a essa mensagem. Trata-se do plano divino para a redenção
da humanidade por meio do sacrifício de Cristo, que se revela pela pregação do
Evangelho. No entanto, nem todas as pessoas conseguem compreender o processo da
encarnação e ressurreição de Jesus, que garante a nossa salvação e justificação.
O Pr Osiel Gomes aborta que verdadeiros discípulos que tiveram um encontro com a
salvação, mudam de vida em suas palavras e ações, agindo de forma honesta com
servos de Cristo.
Nesta passagem bíblica de Mateus 5.37, sobre a frase: “o que passar disso é
procedência maligna”, faz referência a perversidade dos homens que empregavam os

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juramentos com objetivo de enganar e cumprir seus propósitos desonestos. Russell


Champlim aborda que alguns interpretam essa referência de forma direta usando o
termo: “Vem do diabo”, que é o maligno.
Mas aqueles que estão em Cristo, como seus discípulos, a partir da experiência da
salvação, têm agora a oportunidade de ter a mente renovada pela verdade. Pois antes
de termos um relacionamento com Cristo, a nossa vida era guiada por coisas naturais,
mas quando cremos no Senhor e Salvador temos uma visão espiritual das coisas, nos
ajudando a amadurecer na fé.
Uma das marcas da maturidade cristã é o discernimento, adquirido quando obtemos
a mente de Cristo. Ter a mente de Cristo não significa ser infalível, não cometer pecado,
mas sim ser guiado pelo Espírito Santo, reconhecer que somos pecadores e
necessitamos da graça de Deus.
Assim vejamos quatro ministérios importantes sobre a ação do Espírito Santo em nós:
1. O Espírito habita naqueles que aceitam a Jesus (1 Co 2:12);
2. O Espírito sonda os corações daqueles que são de Cristo (1 Co 2:10,11);
3. O Espirito ensina àqueles que são de Cristo a respeito da salvação (1 Co 2:13);
4. O Espírito produz no cristão a maturidade cristã, produzindo crescimento espiritual
(1 Co 2:14).

3. Honestidade Com Nossas Palavras:


O cristão verdadeiro é aquele que ama ao Senhor Jesus, guardando Sua Palavra, e
amando ao seu próximo também. “Se vós permanecerdes em minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos” (João 8:31).

3.1 A Palavra Honestidade:


“Honestidade é uma virtude de alguém que é correto, sincero. Do hebraico, temos o
adjetivo yashar, “reto, honesto, correto, direito, plano, certo, justo”. Jó foi descrito como
um homem honesto (Jó 1:8). Em Atos, temos a descrição de Cornélio com um homem
reto, honesto (At 10:22). Aquele que tem um viver reto, honesto, jamais permitirá que
saiam de sua boca palavras falsas, mentirosas, enganadoras”.

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O Pr Osiel Gomes orienta que, aquele que é discípulo, jamais aprovará a propagação
da mentira, pois no amadurecimento cristão só há espaço para a honestidade.
Contudo, tem-se propagado uma falsa compreensão sobre o evangelho, centrado a
uma teologia egocêntrica, ao invés da obediência e santidade a Deus, demonstrando a
imaturidade espiritual da parte daqueles que propagam essa mensagem (Gl 1.6).
Ainda, a imaturidade espiritual ensinada por essa visão traz muitos perigos, como, por
exemplo, o perigo da falta de unidade dentro da comunidade, a falta do trabalho em
equipe, falta de honestidade e também a estagnação da fé; a igreja não avança, não
cresce, perde o foco do centro, do fundamento que é Jesus.
Para combater essa distorção, os pastores da igreja ensinam de forma honesta que
são servos de Cristo, instrumentos de Deus. Pois é importante ter esse entendimento,
sobre serem servos de Cristo em honestidade, na obra de Deus, exercendo um ministério
para o crescimento da igreja em qualidade, avanço, em perseverança de fé.
De tal modo, quando existe honestidade há espaço para o crescimento e
amadurecimento em Cristo. Mark Dever destaca que existem quatro prioridades
principais sobre crescimento:
1. Crescimento que visa à maturidade. Você precisa crescer de forma honesta em
maturidade;
2. Crescimento que visa à incorporação. O crescimento da igreja deve visar o coletivo.
Todos crescem juntos, todos caminham juntos;
3. Crescimento sistemático bíblico. O crescimento de uma igreja deve visar o
crescimento do conhecimento bíblico dos membros. A Palavra de Deus deve estar junta,
deve edificar os crentes nesse crescimento;
4. Crescimento numérico. Pessoas devem aceitar a Jesus. A Palavra de Deus deve
ser pregada com eficácia e a obra de Deus deve crescer em salvação de vidas.

3.2 É Possível Ser Honesto Com Nossas Palavras Neste Mundo?


“Na vida daquele que o Evangelho já entrou, houve transformação plena, pois o
mesmo busca não apenas curar os sintomas da doença do pecado, mas também
prevenir. Não há como negar, que nesse mundo, muitos já adotaram a mentira como um
hábito. É normal para aquele que não vive as bem-aventuranças de Cristo dizer uma
mentira, com a desculpa de mentir para apoiar uma causa nobre. Quem sustenta isso

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está comprometendo o caráter humano, e um valor importante, que é o respeito pela


verdade.
O verdadeiro discípulo de Cristo, que faz parte do seu Reino, é honesto em suas
palavras, íntegro no seu caráter, e jamais usa de meias-verdades, através das quais
grandes mentiras têm sido ditas, sendo influenciados pelo pai da mentira, o Diabo. Jesus
é a verdade em essência (Jo 14:6), e os que vivem nEle são honestos em tudo e seu
falar é sim, sim; não, não”.

O discipulado é o processo em que o novo convertido recebe todas as instruções


indispensáveis ao crescimento de sua fé, até poder fazer outros discípulos.
Somente através de Cristo, a pessoa pode experimentar uma nova vida (Jo 3.3). A
nova vida é possibilitada a partir do evangelho transformador no coração do novo
discípulo. Essa transformação causa um impacto, em ações e palavras, pois a pessoa
teve um encontro com a verdade que é Cristo (Jo 14.6).
Vejamos o cuidado de Paulo para com os irmãos em Tessalônica que o leva a exortá-
los a terem uma vida honesta entre os que ainda não professavam a fé (1 Ts 4.12).
De nada adianta um comportamento religioso exemplar dentro da igreja, se na vida
cotidiana a luz de Cristo não brilha em nossos relacionamentos.

Precisamos entender sobre o que atrapalha o crescimento espiritual:


- Não orar pelo crescimento (Mateus 9:38). É não pedir a Deus o crescimento da obra.
Quando você não ora pelo crescimento da tua igreja, do teu ministério isso atrapalha.
- Não se envolver (Lucas 9:62). É somente assistir as pessoas trabalhando e você
não se envolver nessa obra. Você se torna um telespectador. Deus não quer isso para
você. Saia do comodismo! Se envolva na obra de Deus!
- Dizer mais “não” do que “sim” ao chamado de Deus. Isso é um prejuízo para a tua
vida ministerial. Volte o teu olhar às necessidades do reino e atenda as chamadas de
Deus para a sua vida.
- Arrumar problemas infantis para os líderes resolverem (Mateus 5:9). Isso estava
acontecendo na igreja de Corinto, mas não deve acontecer em nossas vidas. Que você
seja um cristão maduro!

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CLASSE DE ADULTOS | OS VALORES DO REINO DE DEUS – A
RELEVÂNCIA DO SERMÃO DO MONTE PARA A IGREJA DE CRISTO

- Aumentar o alcance dos problemas ao invés de ajudar a resolvê-los (Mateus 5:9).


Quando você, ao invés de ajudar a resolver os problemas, causa mais problemas. É
aquele caso onde ao invés de ajudar a apagar o fogo, você joga mais combustível. Que
você não seja assim!
- Não andar com sua vida espiritual em dia (Efésios 4:16). Você está orando? Se
consagrando a Deus? Buscando a presença do Deus vivo? Lendo Bíblia?
- Ser muito crítico (Provérbios 15:22). Quando você volta o seu olhar somente aos
pontos negativos, somente crítica ao invés de ajudar e elogiar a obra de Deus, de
defende-la.
- Não contribuir financeiramente para a obra de Deus (2 Co 8:2-4). Também é prejuízo
para a obra de Deus quando você não se envolve financeiramente, ajudar a igreja em
missões, a honrar os seus compromissos com seus dízimos e ofertas.
- Não ter cuidado com o seu bom testemunho (At 16:1-2);
- Participar da igreja apenas atrás de bênçãos para si.

3.3 Dando Testemunho:


“Uma pessoa honesta revela dignidade de caráter, é honrada, digna, procede
rigorosamente dentro da regra. Salomão disse que tortuoso é o caminho do homem cheio
de culpa, mas reto proceder do homem honesto (Pv 21:8). O verdadeiro cristão procura
ser honesto no que fala, mantendo-se longe da falsidade e da mentira, conservando a
verdade no coração e na conduta, pois esse é o seu objetivo maior (3 Jo 4).
Você é conhecido por ser uma pessoa de palavra? Se dissermos a verdade durante
todo o tempo, vamos nos sentir menos pressionados a apoiar nossa palavra em
juramentos ou promessas”.

O Pr Osiel Gomes aborda que uma pessoa honesta revela dignidade e honestidade
em seu caráter testemunhando a Cristo. Contudo, existem pessoas que estão na igreja,
mas seus conhecidos mal sabem que é cristão ou, se sabem, não concordam com suas
atitudes à luz da vida de Cristo.
As pessoas conseguem notar um cristão verdadeiro naturalmente! Mesmo que as
vezes não diga, mas as pessoas notam. Veja como um dos discípulos do Senhor omitiu
sua identidade, mas as pessoas perceberam-no: Um pouco depois, aproximaram-se os

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RELEVÂNCIA DO SERMÃO DO MONTE PARA A IGREJA DE CRISTO

que estavam ali de pé, e disseram a Cefas: certamente tu também és um deles, pois
mesmo tua maneira de falar te delata (Mateus 26:73).

O Luciano Subirá destaca algo interessante sobre alguns empecilhos que podem
travar a nossa fé e, ao mesmo tempo, ele destaca sobre a importância de crescer na fé:
- Para crescer na fé nós precisamos nos alimentar da Palavra (1 Tm 4:6). Quando
você não se alimenta da Palavra isso prejudica o seu crescimento espiritual. A Bíblia é o
fundamento do crescimento espiritual.
- Para crescer na fé precisamos nos edificar na oração, especialmente a oração em
línguas (1 Co 14:4). Sem a prática de oração não há crescimento. Quando você não ora,
quando você não tem contato com os céus, quando você não adora a Deus, quando você
não busca o batismo com o Espírito Santo, a renovação espiritual, você está se
prejudicando espiritualmente e não cresce na fé, se torna imaturo.
- Para crescer na fé precisamos multiplicar a semeadura, ou seja, falar do Evangelho
e alcançar mais pessoas. Quando você não evangeliza, quando você não prega, não
compartilha Jesus, você perde a oportunidade de crescer.

Conclusão: “Devemos viver neste mundo como verdadeiros seguidores de Cristo, sendo
honestos em tudo, em especial em nossas palavras, sem recorrermos a juramentos
hipócritas, profanos e desnecessários, que buscam fundamentar as conversas do dia a
dia. Antes, procuremos ser simples e objetivos dizendo sim, sim; não, não”.

Referências e Indicações de Leitura:


GOMES, Osiel. Lições Bíblicas: Os Valores do Reino de Deus – A Relevância do
Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. CPAD, 2022.
GOMES, Osiel. Livro de Apoio: Os Valores do Reino de Deus – A Relevância do
Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. CPAD, 2022.
LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo do Novo Testamento. Hagnos,
2019.
WIERSBE, Waren Wendel. Comentário Bíblico Expositivo. Geográfica Editora, 2017.

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