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Artigo 1 – Arguição

Teoria Económica Neoclássica


A teoria neoclássica foi criada a partir de modelos de equilíbrio geral e parcial
resultando num modelo abstrato de explicação do funcionamento do mercado,
que pouca relação tem com a atual realidade económica em que vivemos.
Principal foco desta teoria:
 Teoria dos preços
 Afetação de recursos
A empresa é vista como uma “caixa preta” onde entram inputs e saem outputs
para comercialização através do uso do trabalho e da tecnologia.

O único objetivo da empresa é, portanto, a maximização de lucros.


O mercado tende a ser de concorrência perfeita.
O uso de tecnologias não tem uma importância por si só. Está representado pela
função de produção que determina as quantidades a produzir em função dos
fatores produtivos.
Uma vez que…
… as empresas têm poucas
 Não há progresso técnico relevante opções a escolher, o que
 Estamos em situação de concorrência perfeita faz com que a análise da
 O ambiente competitivo é simples e previsível empresa por si deixe de
ser importante.

Isto retrata os princípios do equilíbrio geral de Leon Walras onde:


 O lucro é o resíduo que fica retirando o custo dos fatores de produção ao
valor das vendas
 O preço de vendas e as taxas de remuneração são determinadas pelo
mercado (exógenos à empresa).
O irrealismo e alguns pressupostos da teoria do equilíbrio geral de Walras
levaram a que Marshall reformulasse o modelo através da teoria do equilíbrio
parcial que pretendia determinar os preços em situação de concorrência.
No entanto, os contributos de Marshall não foram fortes o suficiente e a Teoria
de Walras continuou a prevalecer.
Surge também um paradoxo entre:

A empresa como elemento


central na economia.
A empresa como um simples
≠ produtor individual.

A empresa é vista como uma máquina programada para realizar x tarefa para
sempre.
Surge também a divergência de ideias entre Adam Smith e Marx sobre a
intervenção do Estado na economia:
 Liberalismo de Adam Smith – “Mão invisível” (Estado não intervém)
 Planeamento de Marx – Evitar caos económico (Estado intervém)
Após esta rivalidade, os pressupostos de ambos deram origem a um modelo de
concorrência perfeita abstrato e descentralizado da economia com base no
sistema industrial britânico.
A adoção da produção em massa das empresas para aumentar os níveis de
produtividade não foi usada devido a:
 Inexistência de recursos técnicos e financeiros
 Inexistência de distritos industriais dinâmicos que garantissem a
eficiência coletiva das empresas individuais. (NOTA: Os distritos
industriais apresentam benefícios pois permitem diluir os custos fixos das
suas empresas por todas. Os distritos industriais esxpecializados são
conhecidos por clusters)
Criticas a esta teoria:
 Noção de deseconomias de escala - a ausência de gestores profissionais e
trabalhadores qualificados levava à falta de mecanismos eficientes de
coordenação de todas as atividades da empresa o que, muitas vezes,
incorria em deseconomias de escala
 Conceito simples e irrealista, desfasado da realidade económica
 Insucesso na sua aplicação
 Incapacidade de justificar
 o porquê da maximização e lucros ser o único objetivo da empresa
 o pressuposto de que o comportamento da empresa é igual ao de
um consumidor individual

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