UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2016
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
796.4077
M958t Muller, Antônio José
Treinamento aplicado aos esportes coletivos / Antônio
José Muller. Indaial : UNIASSELVI, 2016.
182 p. : il.
ISBN 978-85-69910-23-7
1. Esportes Ensinamentos.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Antônio José Muller
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Esportes Coletivos: Conceitos e
Princípios Aplicados ...............................................................9
CAPÍTULO 2
O Funcionamento do Treinamento
dos Esportes Coletivos .......................................................43
CAPÍTULO 3
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Psicológica dos Esportes Coletivos..................................77
CAPÍTULO 4
Modelos de Organização e Treinamento das
Modalidades Coletivas: Basquetebol, Futebol,
Futsal, Handebol e Voleibol..............................................113
APRESENTAÇÃO
Caros Pós-Graduando(as),
Veremos, aqui, como o treinamento deve respeitar vários princípios para que
o resultado seja efetivo. Assim, devemos conceituar e diferenciar esses princípios.
Viajaremos aqui nas modalidades coletivas mais populares no Brasil (Basquetebol,
Futsal, Futebol, Handebol e Voleibol), observaremos como estas são apresentadas
e as características com as quais poderemos distinguir, classificar e especificar cada
uma das modalidades e suas particularidades relacionadas ao treinamento. Iremos
discutir, ainda, as competências de um jogador em seus quatro aspectos: 1) físico; 2)
técnico; 3) tático; e 4) psicológico, para uma formação completa e o alto rendimento.
O autor.
C APÍTULO 1
Esportes Coletivos: Conceitos
e Princípios Aplicados
10
Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
ConteXtualização
O esporte talvez seja a maior das invenções humanas. Em nenhuma outra
atividade homens e mulheres, de qualquer nível social, raça, credo ou localização
geográfica, podem desfrutar dos benefícios físicos, lúdicos ou sociais que o es-
porte proporciona. Pelo menos em sua essência o esporte é puro, no qual todos
os praticantes devem respeitar as mesmas normas e regras e têm o direito e a
condição de participar, até mesmo os considerados especiais. O esporte promove
a inclusão, desenvolve o espírito de equipe, a superação dos limites, além da
condição de ascensão social de pessoas desprivilegiadas ou com pouca oportuni-
dade em outras áreas humanas.
O esporte movimenta um trilhão de dólares por ano no mundo todo. O esporte de alto
Os grandes atletas são respeitados, admirados pelo público e explo- nível demanda
rados pela mídia. Dentro desses contexto, crianças de todo o mundo anos de prática,
procuram o esporte como um meio de vida, uma condição de ascensão esforço físico sobre-
humano, inúmeras
econômica e social e almejam atingir o mesmo nível de excelência de
repetições de gestos
seus ídolos. Contudo, o esporte de alto nível demanda anos de prática, técnicos específicos,
esforço físico sobre-humano, inúmeras repetições de gestos técnicos além da pressão
específicos, além da pressão de obter resultados efetivos em uma car- de obter resultados
reira curta e extremamente cansativa. Devido à diversidade de opções efetivos em uma
de práticas esportivas, pais e seus filhos podem ficar indecisos sobre carreira curta e
extremamente
o que praticar, quando iniciar e quando competir. Existem pessoas as
cansativa.
quais acreditam que quanto mais cedo iniciar-se no esporte, melhor.
Este princípio não se aplica a todos, pois, ao contrário do que se imagina, o es-
porte precoce pode limitar a evolução e rendimento do atleta em categorias futu-
ras. Veremos, aqui, como o treinamento deve respeitar vários princípios para que
o resultado seja efetivo. Assim, devemos conceituar e diferenciar estes princípios.
Viajaremos aqui nas modalidades coletivas, como estas são apresentadas e as
características com as quais poderemos distinguir, classificar e especificar cada
uma dessas modalidades e as especificidades do treinamento.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
12
Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
Atividades de Estudos:
13
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
É unânime a opinião
de autores e bons
treinadores sobre Antes de aprender a jogar, a criança deve trabalhar as habilidades
promover a iniciação motoras e capacidades físicas gerais. É unânime a opinião de autores
desportiva por meio e bons treinadores sobre promover a iniciação desportiva por meio
do desenvolvimento do desenvolvimento das capacidades físicas gerais para, então, focar
das capacidades
em técnicas específicas do jogo. A universalidade desportiva é atingida quando o
físicas gerais para,
trabalho é orientado para o desenvolvimento da sensomotricidade, da motricidade
então, focar em
geral,
técnicas específi case pode servir de base para um posterior treinamento das habilidades
esportivas
do jogo. específicas (técnicas) (KRÖGER, 2006).
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudo:
16
Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
Para atingir o topo, o iniciante deve respeitar uma sequência Para atingir o alto
evolutiva e uma preparação planejada de vários anos. Ericsson (1993 rendimento um
apud FUCHSLOCHER; ROMANN; GULBIN, 2013) descreve que atleta precisa de oito
para atingir o alto rendimento um atleta precisa de oito a dez anos e a dez anos e 10 mil
horas de prática.
10 mil horas de prática. Nessas trajetória, vários fatores internos e
externos contribuem ou atrapalham a evolução do futuro atleta de rendimento.
Tais fatores vão deste o biótipo ideal para determinada modalidade, medidas
corpóreas, a condição de ter um bom treinador, qualidades físicas inerentes,
alimentação, experiência, condição social e econômica, entre outros fatores.
Porém, o fator que mais interfere nas possibilidades futuras de qualquer iniciante,
para qualquer esporte, é o talento intrínseco. A questão deve ser o tamanho do
potencial a ser explorado e a projeção de onde cada um dos iniciantes pode
chegar. Simplesmente:: até aonde iremos com este iniciante? até onde ele pode
chegar? Outras questões sem respostas fáceis e precisas intrigam os treinadores,
tais como: Quais são os fatores na detecção de talentos que irão predizer uma
performance de sucesso no futuro? Qual a função da ciência do esporte e
da tecnologia que pode amplificar a condição dos treinadores preparados a
condicionarem seus pupilos para um nível de excelência no esporte? Essas são
questões para melhor entender a iniciação esportiva.
A evolução do jogador para o esporte dentro das condições ideais deve ser
a intenção de todos os professores de educação física e técnicos desportivos
pelo mundo afora. Contudo, algumas deficiências são percebidas e que afetam
tremendamente o “produto final”. De acordo com Mahlo (apud CORDEIRO, 1997),
as falhas constatadas na iniciação desportiva são: insuficiência de motricidade
esportiva; subestimação dos esforços suportáveis por crianças; aparecimento
de graves lacunas, por ocasião da passagem para o ensino esportivo; falta de
unidade de ensino; insuficiência na formação de professores por não serem
especialistas esportivos.
Nem todas as
Para Bojikian (1999), a oportunidade de ensino de novas crianças estarão em
habilidades motoras nessas idade é ótima, pois é um momento de condições idênticas
reestruturação motora natural. Contudo, esses parâmetros não são de prontidão por
regras e o que deve se respeitar é o princípio da individualidade. Dessas apresentarem
maneira, cada criança tem um desenvolvimento diferenciado, sendo a mesma idade
cronológica. O
difícil mensurar habilidades e determinar se esta ou aquela criança está
importante é adaptar
ou não apta à iniciação aos esportes. Como sugere Bizzocchi (2004), o trabalho aoao
nem todas as crianças estarão em condições idênticas de prontidão por desenvolvimento
apresentarem a mesma idade cronológica. O importante é adaptar o motor e psicológico
trabalho aoao desenvolvimento motor e psicológico do iniciante. do iniciante.
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
Fases do Desenvolvimento
Esportivo
Autores do mundo todo propõem que os atletas devem respeitar as fases
ou etapas de desenvolvimento de jogadores em longo prazo. Para os esportes
coletivos, os principais autores sugerem diferentes possibilidades e que estão
descritas no quadro a seguir, o qual trata das propostas de preparação desportiva
em longo prazo, com diversos autores (CAFRUNI, 2002):
21
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
• Preparação Inicial*
• Preparação Preliminar de Base*
Platonov (1994) • Preparação Especializada de Base*
• Realização dos Máximos Resultados
• Manutenção dos Resultados
• Preparação Preliminar*
• Especialização Desportiva Inicial*
Fillin (1996)
• Aprofundamento do Treinamento*
• Aperfeiçoamento do Treinamento
• Preparação Básica*
Barbanti (1997) • Preparação Específica*
• Preparação de Altos Rendimentos*
• Treino Geral*
• Treino Fundamental*
Martin (1999)
• Treino de Construção*
• Treino de Ligação*
• Treinamento Generalizado*
• Iniciação e Formação Atlética*
Bompa (2000)
• Treinamento Especializado*
• Especialização* e Alto Nível
* Etapas de formação
Fonte: Adaptado de Cafruni (2002).
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
b) Universal: Esta fase que se inicia por volta dos 5-6 anos, tem uma duração
de 3 a 6 anos. Nesta fase o desenvolvimento do universo motor da criança
deve ser explorado ao máximo. Deve-se promover as capacidades motoras
e principalmente as coordenativas, as quais deverão formar uma ampla e
variada gama de movimentações que ressaltam o aspecto lúdico. A chamada
fase da Iniciação Esportiva Universal "é uma alternativa pedagógica importante
para faixa etária entre os 4-6 anos aos 11-12 anos. O jogo como elemento
didático pedagógico deverá ser oferecido conforme as características
evolutivas da criança, especialmente no que se refere a sua maturidade e
evolução coordenativo-cognitiva" (GRECO, 1997, p. 19). Nesta fase a criança
já está apta a desenvolver os aspectos técnicos das modalidades, contudo
sem a preocupação com a especialização, e sim com a variação global dos
movimentos e aumento da bagagem motora. O final desta fase, quando
trabalhada de forma adequada, já permite a iniciação tática, por volta dos 10-
12 anos de idade (GRECO, 1997).
d) Direção: Inicia-se por volta dos 14 anos de idade e tem duração de cerca
de 2 anos. Nesta fase, afunilam-se as vivências motoras, sendo indicada
a escolha de uma ou duas modalidades para o aperfeiçoamento e a
especialização técnica. É recomendado que o praticante participe de duas ou
três modalidades complementares, encaminhando o atleta para a otimização
do seu rendimento. Greco (1997) determina que a complexidade das ações
continue aumentando, a formação de uma base cognitiva se jamais elaborada
acerca da tática de jogo e haja otimização técnica do jovem praticante.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Nos países citados, essas metodologia está sendo utilizada por várias
instituições responsáveis pelo desenvolvimento do esporte, como a federação
ou a confederação de esportes, como a natação e o tênis na Austrália; o rúgbi
na Escócia e o futebol no Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. O programa
LTAD tem em sua essência o uso da atividade apropriada de acordo com a
idade, a maturidade e a sua relação com a prática e a competição. Respeitando
a idade cronológica, o modelo leva em consideração variáveis como o estado
de maturidade e o impacto que isso pode ter em um grupo de jogadores com
habilidades mistas. De acordo com Müller (2016), o modelo compreende:
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Desempenho nas
Desenvolvimento Competições e testes de competições, testes de
****
da performance desempenho desempenho ao longo do
tempo.
Fatores Alta motivação Avaliação do treinador,
****
psicológicos Lidando com a pressão questionários.
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
Especialização Precoce
A criança deve iniciar-se no esporte de maneira lúdica e divertida.
Infelizmente, hoje, não se brinca nas ruas como outras gerações o faziam.
A pelada de rua, um tanto esquecida pelas crianças, faz falta à iniciação, pois
oferece inúmeras possibilidades no desenvolvimento de habilidades motoras e
das capacidades físicas essenciais aos esportes. As experiências cinestésicas e
sociais vividas sem compromissos na rua, parques ou mesmo dentro de casa,
possibilitarão à criança desenvolver habilidades essenciais à prática da maioria
dos esportes, universalizando, assim, o aprendiz para o esporte.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Basquetebol
Ginástica rítmica (conjunto)
Futebol
Nado sincronizado
Handebol
Remo
Voleibol
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
Basquetebol
Handebol Voleibol
Polo Aquático Badminton Beisebol
Futebol Tênis Softball
Hóquei Tênis de Mesa Críquete
Rúgbi Squash
Futebol Americano
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
ofensivo, o autor descreve que este sistema tem como princípios básicos: a) a
manutenção da posse de bola, b) a progressão dos companheiros e da bola em
direção ao alvo adversário, e c) o ataque ao alvo adversário com o objetivo de
fazer um ponto ou gol. Em relação ao sistema de transição, descrito como a união
dos sistemas defensivo e ofensivo, observa-se que ocorre quando uma equipe
perde a bola e passa a proteger seu alvo, impedindo a progressão dos jogadores
adversários e tentando recuperar a posse da bola. Com a recuperação da bola, a
equipe passa por uma transição de defensiva para ofensiva, progredindo para o
campo adversário com o objetivo de conservar a posse da bola e marcar o ponto
ou gol.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
Algumas ConsideraçÕes
8 a 10 anos de Você percebeu, neste capítulo, que o talento esportivo é
trabalho constante, influenciado por vários fatores, internos e externos. Esses fatores
com 10 mil horas de contribuem ou prejudicam o iniciante. Você notou, também, que,
prática.
para o iniciante ter uma carreira positiva e duradoura, é necessário
um planejamento em longo prazo, de 8 a 10 anos de trabalho constante, com
10 mil horas de prática para que este jogador tenha condições de atingir o alto
rendimento. Você aprendeu, ainda, que a idade de iniciação para os esportes
coletivos está entre os 10 e 12 anos e as fases de desenvolvimento devem ser
respeitadas pelos treinadores para que a especialização precoce não limite e
prejudique a evolução ideal dos jogadores.
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
ReFerÊncias
BAYER, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos. Barcelona:
Hispano Europea, 1986.
______. Volei vs. volei. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São
Paulo, v. 1, n. 1, p. 117-124, jan./dez. 2002.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos colectivos. In: GRAÇA,
A.; OLIVEIRA, J. (Ed.). O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto::
Universidade do Porto, 1995.
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Esportes Coletivos: Conceitos e
Capítulo 1 Princípios Aplicados
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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C APÍTULO 2
O Funcionamento do Treinamento
dos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
ConteXtualização
O sucesso não vem por acaso. A expressão está relacionada ao trabalho
árduo e correto com que muitos atletas, por meio de vários anos de prática,
constroem as suas carreiras de sucesso. Para atingir o sucesso, muito trabalho
deve ser considerado, mas este deve ser correto e planejado para que o sucesso
venha como consequência e não por um acaso.
Muitas pessoas descrevem que o atleta tem o dom para praticar esportes
com qualidade. Inegavelmente, o dom (ou o talento) é vital para a performance
esportiva, contudo, o que realmente diferencia a equipe vencedora é o treinamento
e as formas de trabalho que o treinador planejará. O planejamento, por meio da
periodização, é a ferramenta encontrada para que a preparação física, técnica,
tática e psicológica aconteça dentro de princípios, na busca de uma melhora em
todos os aspectos de um atleta e de uma equipe. A periodização deve ser realizada
para que esta evolução aconteça por princípios científicos, e não por outros
aspectos eventuais, e que todo o potencial do atleta e da equipe seja explorado
em sua plenitude. Assim, este capítulo discute a importância e o funcionamento
do treinamento para esportes coletivos.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Você deve treinar Em outras palavras, você deve treinar primeiramente a técnica, dos
primeiramente a fundamentos simples aos mais complexos, buscando o aprimoramento
técnica.
técnico e a execução ideal. Posteriormente, você deve escolher e
treinar o(s) sistema(s) de jogo, ataque e defesa e de acordo com os
E treinar o(s) jogadores disponíveis, que irá utilizar para atingir o objetivo esperado
sistema(s) de jogo.
e, por fim, irá unir a técnica desejada com o sistema escolhido para
cada circunstância do jogo ou de acordo com a ação do adversário.
E, por fim, irá unir
a técnica desejada
com o sistema
escolhido
O Treinamento Desportivo
A base do treinamento dos esportes coletivos segue os conceitos e princípios
do treinamento desportivo (TD) e demanda um grande conhecimento
O objetivo do
treinamento dos aspectos científicos relacionados a esta área. A organização do
esportivo nada mais trabalho, seu planejamento e a sua periodização respeitam estes
é do que atingir conceitos. O objetivo do treinamento esportivo nada mais é do que
o ápice do atleta atingir o ápice do atleta ou da equipe no momento certo, ou seja,
ou da equipe no durante as competições principais.
momento certo,
ou seja, durante
as competições O treinamento desportivo tem várias definições. Para Dantas
principais. (2003, p. 28),
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
• Modelo Tático:
− Ataque: - Sistemas a serem empregados
Contra-ataques
Ataques posicionais
Flexibilidade em adaptar o modelo ao sistema de jogo da equipe adversária
− Defesa: - sistemas a serem empregados
Contra-ataque intervalos rápidos
Contra-ataques posicionais
Situações de jogo especiais
• Modelo Técnico
− Habilidades necessárias para aplicar o modelo tático
− Habilidades predominantes usadas:
− No ataque
− Na defesa
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
• Monitoramento/análise
• Avalie o modelo de jogo
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Neste modelo, você prepara a sua equipe dentro de uma estrutura que
respeita os seguintes passos:
• Estruturar a equipe de modo funcional e exemplar, composta por seus
melhores jogadores, com a maior eficácia possível;
• Prever quais as alterações podem ser feitas durante a partida de acordo com
a situação particular do momento do jogo. Para maior eficiência, as alterações
devem ser bem treinadas e não adaptadas, de caráter experimental ou de
improviso;
• Definir as posições de cada jogador e suas funções de ataque ou defesa, com
duas ou três variantes para cada posição ou situação;
• Decidir qual o sistema de jogo será utilizado e suas combinações de acordo
com o momento e situação do jogo;
• Selecionar e preparar os jogadores reservas para cada posição ou função na
equipe ou situação do jogo;
• Decidir as responsabilidades táticas para cada posição e jogador;
• Definir quais as estratégias de colaboração entre os jogadores.
Devemos perceber que cada um dos tópicos citados devem ser treinados de
forma exaustiva e consciente para que os objetivos sejam alcançados. Lembrando
que estas sugestões têm relação com o planejamento do treinamento em longo
prazo e não de resultado imediato.
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
Para o Ataque:
Para a Defesa:
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Todos os modelos vistos aqui são de extrema importância, mas nada é mais
importante do que a influência e conhecimento do treinador. O bom treinador
saberá distinguir os métodos e utilizar quais são os que mais podem ser úteis
dentro da realidade de cada equipe ou partida. Assim, veremos a seguir algumas
considerações para a boa formação e atuação do treinador.
O Treinador Esportivo
Demanda O treinador é responsável pela organização dos treinos de
conhecimento sua equipe. Esta organização demanda conhecimento e aplicação
e aplicação sistemática dos princípios do treinamento desportivo e dos processos
sistemática dos
de ensino-aprendizagem na busca de resultados positivos. O
princípios do
treinamento planejamento dos treinos segue um processo longo e metódico, em
desportivo e que cada treino é uma fatia do planejamento maior. Cada treino deve
dos processos servir na evolução metódica e ordenada da equipe nos aspectos
de ensino- técnicos, táticos, físicos ou psicológicos, e não algo desconectado do
aprendizagem na objetivo maior.
busca de resultados
positivos.
O processo depende de uma relação de cumplicidade de quem
ensina (treinador) com quem aprende (jogador), consubstanciada na matéria
de treino (conteúdo da prática). Assim, cabe ao treinador organizar e dirigir o
treino por meio da aplicação de situações permanentes e variadas de ensino-
aprendizagem, entendendo que:
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
• Para crianças, antes dos 10 anos, os esportes não são coletivos. Nesta idade
não se joga o esporte, e sim tentativas de execução de algumas técnicas
do jogo. Para tanto, as crianças em idades inferiores aos 10 anos devem
unicamente ter contato com a bola de forma individual, para adquirirem
um relacionamento de confiança e de conforto com ela. Nesta idade, as
crianças devem jogar para aprender e gostar do esporte, sem objetivos
táticos ou técnicos. Assim, devem participar de jogos pré-desportivos ao jogo
propriamente dito.
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
a) Gestão do treino
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
• Quem estará
O Plano de Treino presente no treino
(quantos atletas e
É importante você incluir variedade em suas sessões e dividi-las suas posições)?
• Quais são os
em partes, por exemplo: aquecimento 5 minutos, o conteúdo principal
objetivos da
20 minutos, resfriamento de 5 minutos. Isso irá ajudá-lo a planejar o sessão?
tempo de forma eficaz e previne que aspectos importantes da sessão • Como é que as
sejam perdidos devido à falta de tempo. Assim, para planejar uma sessões devem
sessão de treino, você deve responder às seguintes questões: começar?
• Que atividades
deveriam ser
• Quem estará presente no treino (quantos atletas e suas posições)?
incluídas?
• Quais são os objetivos da sessão? • Como podem as
• Como é que as sessões devem começar? sessões ser mais
• Que atividades deveriam ser incluídas? seguras?
• Como podem as sessões ser mais seguras? • Como é que
• Como é que as sessões vão terminar? as sessões vão
terminar?
O planejamento de uma sessão de treino deve ser feito em três partes. A
parte preparatória, a parte principal e parte final. Cada parte deve considerar o
objetivo específico e, assim, atingir o objetivo principal do treino. Weineck (1999)
apresenta, no quadro a seguir, as três partes de uma sessão de treinamento.
65
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
- Melhoria do estado
- Criar um clima de
de treinamento - Tranquilizar ou aquecer
Determinação aprendizagem
- Treinar e determinar a novamente o organismo
dos Objetivos, - Preparar o organismo
sequência de movi- - Avaliar os sucessos
Tarefas, (aquecimento)
mentos obtidos (incentivos)
Programas - Despertar a disposi-
- Preparação para - Concluir o aprendizado
ção para os exercícios
competições
- Transmissão, apro-
- Controle do vestuário priação e fixação de - Exercícios com função
e da aparelhagem conhecimentos, capa- lúdica
- Inicio pontual dos cidades e aptidões - Resfriar o organismo
- Métodos exercícios - Execução das tarefas após as atividades
- Indicações - Determinação dos pré-determinadas e - Organização dos mate-
- Escolha dos objetivos dos objetivos parciais riais e instalações
exercícios - Exercícios diversos e - Convém estar atento - Avaliação dos exercí-
variados às cargas e às ativi- cios e do treinamento
- Transição para a dades - Finalização do treina-
próxima etapa - Estímulo à autocor- mento
reção
Estímulos Crescentes Elevados Decrescentes
Duração* 15-20 minutos 45-90 minutos 10-15 minutos
A relação temporal entre as sessões depende sobretudo dos objetivos deste.
Atenção:
Assim, a harmonia das sessões de treino fica garantida.
*Dependendo da disponibilidade total de tempo para o treino.
Fonte: Adaptado de Weineck (1999).
Atividades de Estudos:
__________________________________________________
__________________________________________________
O Processo de Ensino-Aprendizagem
nos Esportes Coletivos
Depois que entendemos como organizar o planejamento do treinamento,
precisamos construir a prática nos aspectos necessários para a evolução do
jogador e da equipe. O treino, seja de caráter técnico, seja de caráter físico, seja
67
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
68
O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
1º Passo – apresentar a nova técnica por meio de uma explicação sintética das
suas partes fundamentais e da importância da boa utilização no jogo, seguida
de uma demonstração;
69
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
71
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Correto (+)
Etapas da execução Problema Correção
Incorreto (X)
Continuação movimento +
Resultado Geral X 20%
Atividade de Estudos:
FUNDAMENTO:___________________
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O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
Correto (+)
Etapas da execução Problema Correção
Incorreto (X)
Avaliação do Treino
Como qualquer processo pedagógico, o treino deve ser avaliado. A avaliação
permitirá uma reflexão e um controle de todo o processo, no sentido de melhorar
sua prática como treinador e, também, o nível de evolução da equipe e de cada
jogador. Mesquita (2005) apresenta, no quadro a seguir, os diferentes elementos
que devem ser percebidos na avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
contextualizada no processo de treino.
ATLETAS TREINADOR
- Prestação motora - Metodologias
Componentes
- Relação com os outros - Estratégias
- Características de personalidade - Concretização dos objetivos
- No final de cada treino
- No início de cada bloco de trabalho
Momentos - Após a conclusão de um bloco de trabalho
- No final de cada jogo
- No final da temporada
73
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
- Registro em fichas
Meios - Relatórios de jogos
- Scouts
- Situações normais de treino
- Situações criadas no treino para observar comportamentos específicos
Condições
- Observação no jogo
- Observar pós-jogo
Weineck (2005) recomenda, ainda, que a avaliação, seja ela imediata ou não-
imediata, permite esclarecer questões relacionadas ao planejamento, ao sistema
de jogo, à evolução dos jogadores e da equipe como um todo, aos materiais e
condições do espaço, se os exercícios foram bem escolhidos, entre outros, afim
de direcionar ou redirecionar o treinamento na busca dos objetivos propostos.
Algumas ConsideraçÕes
O treinamento desportivo nos certifica de como trabalhar dentro de uma
metodologia científica para que a nossa equipe atinja o máximo potencial físico,
técnico, tático e psicológico. O planejamento deve ser dividido em períodos, do
maior (Macrociclo) para o menor (Microciclo ou Treino). Por meio do treino as
tarefas e ajustes são construídos na busca do objetivo maior que é a melhora da
performance da equipe. É pelo treino que se chega à preparação ideal no mais
alto nível e na época certa, e isso é chamado de periodização.
ReFerÊncias
BOMPA. Tudor. Treinando atletas de desporto coletivo. São Paulo: Phorte.
2005.
74
O Funcionamento do Treinamento
Capítulo 2 dos Esportes Coletivos
75
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
76
C APÍTULO 3
A Preparação Física, Técnica, Tática
e Psicológica dos Esportes
Coletivos
78
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
ConteXtualização
Este capítulo determina as competências do jogador nos quatro aspectos
fundamentais para a formação completa de um jogador para os esportes coletivos.
Neste momento acontece um aprofundamento detalhado das competências
física, técnica, tática e psicológica e suas particularidades, dentro de sugestões
ordenadas para cada competência. Na proposta deste Caderno, veremos as
quatro competências de maneira distinta e resumida.
CompetÊncias do Jogador de
Esportes Coletivos
Para atingir o alto nível esportivo, o jogador demanda vários anos de prática,
inúmeras repetições de um fundamento, grande capacidade criativa e inteligência
tática, além de ter o biotipo adequado à função em quadra ou campo. Deve ter
tido um bom treinador, apoio da família, condições educacionais e financeiras.
Aspectos sociais, como a interação, o trabalho em grupo e obtenção de
performance em união, também são exigências de personalidade dos melhores
atletas.
79
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Fonte: O autor.
Atividade de Estudos:
80
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
81
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
82
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
83
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Para treinar uma equipe, você deve conhecer as exigências físicas específicas
do seu esporte e da posição de cada jogador. Para que alcance este patamar, o
esporte em questão deve ser analisado e as capacidades físicas entendidas em
mais ou menos importantes e inclui-las na periodização.
84
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
85
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
86
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
As Capacidades Físicas
Intervenientes
Os esportes coletivos possuem características em comum em relação
às qualidades ou capacidades físicas e que devemos catalogar. Para o nosso
propósito, devemos definir quais são as principais CF mais presentes nos esportes
coletivos. Assim, Dantas (2003) relaciona e define as principais encontradas em
comum nas modalidades como futsal, futebol, handebol, basquetebol e o voleibol,
que são:
87
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
88
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
89
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Velocidade
IP IP
Movimento
Velocidade
IP
Membros
Velocidade
Habilidade IP
Reação
Motora
Agilidade IP
Equilíbrio S
Descontração S
Coordenação IP
(IM) Imprescindível (IP) Importante (S) Secundaria
Atividade de Estudos:
PREPARACAO FÍSICA
Membros Membros
CAPACIDADES FÍSICAS Tronco
Superiores Inferiores
Flexibilidade
Força
Dinâmica
90
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Preparação Força
Neuromuscular Estática
Forma Força
Física Explosiva
RML
Resistência
Anaeróbica
Preparação
Cardiopulmonar
Resistência
Aeróbica
Velocidade
Movimento
Velocidade
Membros
Habilidade Velocidade
Motora Reação
Agilidade
Equilíbrio
Descontração
Coordenação
Por outro lado, na musculação podem-se criar exercícios com carga que
repetem o gesto técnico exigido, que além de trabalharem os grupos musculares
específicos, contribuem na melhora da própria técnica necessária, uma vez que
são executados dentro de uma cinesiologia ideal.
91
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
92
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
De acordo com Cordeiro (1996), técnica é uma conduta objetiva e A técnica, na busca
econômica para obtenção de um alto rendimento. Mais do que isso, a de um modelo
considerado
técnica, na busca de um modelo considerado ideal, deve ser objetivo ideal, deve ser
principal no treinamento de futuros jogadores e no aperfeiçoamento objetivo principal
no treinamento de
contínuo de jogadores mesmo em alto nível. Os iniciantes devem futuros jogadores e
entender isso como um princípio de treinamento evolutivo e terem a no aperfeiçoamento
condição de perceber a execução de suas técnicas condicionadas a um contínuo de
jogadores mesmo
padrão ideal para uma correção posterior. Não raramente jogadores de em alto nível.
alto rendimento percebem seus defeitos técnicos logo após a execução
de uma determinada ação, sem a necessidade da intervenção do treinador.
Esse princípio deve ser explorado na iniciação sempre que possível, para que
o jogador entenda desde cedo a importância do gesto técnico bem executado e
suas variáveis. O conhecimento técnico deve ser discutido com os jogadores para
que se transforme num hábito na busca da autocorreção, viabilizando a evolução
e o entendimento do jogo.
93
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Bompa (2005) explica que a técnica de jogo pode ser utilizada como um
sistema de movimentos e habilidades integrados e automatizados, usado para
atingir um objetivo técnico, tanto ofensivo quanto defensivo.
94
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Por outro lado, Weineck (1999) sugere que o aprendizado das técnicas
esportivas seja dividido em quatro fases distintas:
96
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Existe a tática coletiva e a tática individual. Ambas devem ser Jogador deve ter a
assimiladas pela equipe e por cada componente dela. Por exemplo: condição de decidir
Um jogador de voleibol, em um ataque, utiliza a técnica da cortada, “onde”, “como” e
“por que” irá atacar.
que exige capacidades físicas, como força explosiva para saltar e
para atacar a bola com velocidade de membros. Porém este jogador deve ter a
condição de decidir “onde”, “como” e “por que” irá atacar. Para tomar a decisão
este jogador precisa ter desenvolvido sua capacidade tática individual. A situação
leva em consideração a ação adversária (bloqueio e posição de defesa) e a
decisão se torna tática e não apenas física ou técnica. Por sua vez, a equipe está
utilizando um sistema coletivo (recepção e ataque) para que o atacante possa
atacar com maiores chances de sucesso. Esta condição está relacionada com a
tática coletiva.
Durante a partida, a aplicação do plano de jogo depende de componentes
táticos de defesa e de ataque. Colibaba e Bota (1997 apud BOMPA, 2005)
sugerem que o treinamento do plano de jogo seja feito:
97
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
98
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Como foi visto aqui, a tática está muito presente e tem grande importância
nos esportes coletivos. Contudo, e apesar de estarmos discutindo os esportes
praticados em equipe, as ações e as decisões dos jogadores acontecem de forma
individual. Portando, devemos discutir agora a formação da tática individual.
a) Tática Individual
99
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
101
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
b) Tática Coletiva
Cada ação de jogo, seja ofensiva, seja defensiva, requer uma boa relação entre
todos os jogadores da equipe, afetando no resultado da ação enfrentada. Sendo
assim, é função do treinador decidir qual é o melhor sistema de jogo a ser usado de
acordo com as condições técnicas, táticas, físicas e psicológicas de seu grupo de
jogadores.
102
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
O conceito de desenvolvimento ideal da tática do jogador deve levar Atleta iniciante deve
em consideração a maneira como isso é transmitido ao iniciante. Tanto buscar respostas
de “o que fazer?” e
em aulas de Educação Física quanto no treinamento propriamente dito, “quando fazer?” ao
o atleta iniciante deve buscar respostas de “o que fazer?” e “quando invés de somente
“como fazer?”.
fazer?” ao invés de somente “como fazer?”. Geralmente os treinadores
ensinam o “como?” antes do “por quê?”. É reconhecidamente bem maior o
interesse do iniciante quando este é auxiliado e encorajado a tomar decisões
corretas, baseado na consciência e no conhecimento tático que possui do jogo
(BUNKER; THORPE, 1986). Neste momento, a criança começa a perceber a
importância da tomada da melhor decisão na solução de um problema tático, a
relevância da decisão e a escolha da técnica ou habilidade ideal que a situação
apresentada requer. Essa percepção pode ser ensinada pelo professor/treinador
na busca de um nível de performance elevado. Cada criança deve ser capaz de
participar no processo de tomada de decisão, baseando-se no conhecimento
tático, aumentando seu interesse e envolvimento pelo jogo.
103
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Seis etapas de De acordo com o estudo de Bunker e Thorpe (1986), estas seis
aprendizado etapas de aprendizado do currículo do jogo envolvem aspectos cruciais
do currículo do
jogo envolvem na formação de atletas taticamente preparados. Cada etapa deve ser
aspectos cruciais cumprida, avaliada e recomeçada como uma possibilidade cíclica, a
na formação de
atletas taticamente saber:
preparados.
1 – JOGO – A criança em processo inicial de aprendizado deve
Diminuindo o experimentar inúmeras variações do jogo, respeitando a sua idade
tamanho da quadra, e limitações. Basicamente diminuindo o tamanho da quadra, a altura
a altura da rede/
tabela e o peso da da rede/tabela e o peso da bola, aumentando o tamanho do gol e
bola, aumentando mostrando os espaços da quadra/campo adversária, bem como
o tamanho do diminuindo os espaços da sua quadra. A utilização dos jogos pré-
gol e mostrando
os espaços da desportivos se torna imprescindível para crianças entre 10 e 12 anos,
quadra/campo pois carrega uma semelhança próxima à versão adulta do jogo e se
adversária, bem
como diminuindo pode trabalhar conceitos de ataque e defesa, com alvos distintos, de
os espaços da sua acordo com a posição da bola e as posições dos jogadores do time e
quadra. do time adversário.
2 – APRECIAÇÃO PELO JOGO – O “gosto” pelo esporte deve ser
O jogo de forma preparado por meio do conhecimento e entendimento das regras
prazerosa.
básicas do jogo pelo iniciante. Pelo mesmo princípio anterior de se usar
os jogos pré-desportivos, a criança deve buscar o jogo de forma prazerosa,
104
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
4.1. “O que fazer?” – Por meio da consciência tática, o atleta Tomada a decisão
deve buscar a solução do problema aparente e buscar a de “o que fazer?”,
o jogador deve,
tomada de decisão ideal de acordo com (1) as “pistas” que então, ter a
são perceptíveis, (2) antecipar a situação-problema e (3) condição de realizar
prever os resultados possíveis. Por exemplo, no basquete, o o fundamento da
melhor maneira,
armador arrisca em uma assistência mais difícil, que apesar sendo que esta
dos riscos, poderá promover um ataque mais eficiente em escolha interfere
criticamente na
relação ao posicionamento da defesa adversária. resposta apropriada.
4.2. “Como fazer?” – Tomada a decisão de “o que fazer?”, o
jogador deve, então, ter a condição de realizar o fundamento da melhor
maneira, sendo que esta escolha interfere criticamente na resposta
apropriada. Por exemplo: O goleiro, no handebol, percebendo a intenção
do atacante adversário de executar o ataque no lado esquerdo, abre
esta possibilidade, dando espaço ao atacante e, depois, movimenta os
braços no sentido do ataque, “fechando” a opção primeira.
105
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
106
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
5. HABILIDADE TÉCNICA
6. PERFORMANCE
107
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
108
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Algumas ConsideraçÕes
Toda a aprendizagem motora deve seguir uma sequência pedagógica e
hierárquica. O aprendizado e fixação de um gesto técnico deve ser positivo para, então,
criar variações e dificuldades adicionais. A aquisição das habilidades pelo jogador é
de responsabilidade do treinador e compõem um processo hierárquico que se inicia
na elaboração da prática (planejamento e definição dos objetivos), na apresentação
da prática (instruções e orientações a serem seguidas pelos atletas), na estrutura da
prática (como será o treinamento propriamente dito), assim como a correção da prática,
por meio do feedback.
110
A Preparação Física, Técnica, Tática e
Capítulo 3
Psicológica dos Esportes Coletivos
Cada competência tem a sua importância e somente a boa relação entre elas,
em sua plenitude, dará a perspectiva de determinar a condição de um jogador estar
ou não apto a atuar em alto nível ou na categoria adulta. Cada fator tem influência no
seguinte. Um complementa ou compensa o outro, de acordo com as necessidades
de evolução para o esporte ou em situações específicas de jogo.
ReFerÊncias
ANDRADE. Ana. Psicologia Desportiva. 2010. Disponível em: <http://
artigosonlineanaandrade.blogspot.com.br/2010/01/psicologia-desportiva.html>.
Acesso em: 23 mar. 2016.
111
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
112
C APÍTULO 4
Modelos de Organização e
Treinamento das Modalidades
Coletivas: Basquetebol, Futebol,
Futsal, Handebol e Voleibol
114
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
ConteXtualização
Agora que já vimos os aspectos teóricos relacionados às modalidades
coletivas, vamos focar, neste capítulo, na parte prática da preparação da equipe.
Discutiremos as características dos esportes por ordem alfabética (basquetebol,
futebol, futsal, handebol e voleibol). Dentro de cada modalidade, apresentaremos a
preparação física, técnica e tática, dentro de suas características e particularidades.
Contudo, a preparação psicológica considera todos os esportes, uma vez que este
tipo de preparação está vinculado ao comportamento dos jogadores em situações
de jogo com a bola, companheiros de equipe e adversários. Essas situações são
comuns a todos os esportes coletivos.
Basquetebol
O basquetebol é um dos desportos mais conhecidos e praticados no mundo.
Tem o objetivo claro, a cesta, o que auxilia na compreensão do jogo e, assim,
exerce grande influência nas crianças.
115
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
117
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
sofre uma marcação mais próxima. A bola, normalmente, sobe até a altura do
joelho do jogador, quando é novamente impulsionada ao solo. Deve-se utilizar
o braço e a perna opostos à mão que impulsiona a bola para proteção desta.
Passe de Peito: Realizado com as duas mãos, em que a bola realiza uma
trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte da altura do peito daquele
que executa o movimento. Utilizado para curtas distâncias.
Passe Picado: Realizado com uma ou duas mãos, em que a bola em sua
trajetória toca o solo antes de chegar ao receptor. Utilizado para desviar a bola
dos defensores.
Passe de Ombro: Realizado com uma das mãos, em que a bola realiza uma
trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte de cima do ombro daquele
que executa o movimento. Utilizado para longas distâncias.
Passe por cima da Cabeça: Realizado com as duas mãos, em que a bola
realiza uma trajetória em linha reta até o receptor. A bola parte de cima da
cabeça daquele que executa o movimento. Utilizado para passar a bola para
jogadores mais altos.
Passe de Gancho: Realizado com uma das mãos, em que a bola realiza
uma trajetória parabólica até o receptor. O movimento do braço daquele que
executa o passe é similar a um gancho. Utilizado para longas distâncias com
a presença de defensores.
Com uma das mãos: Realizado sem salto. Utilizado na cobrança dos lances-
livres.
Jump: Similar ao arremesso com uma das mãos apenas com a inclusão do
salto. Utilizado para médias e longas distâncias.
Bandeja: Caracterizado por dois tempos rítmicos ou passos. Utilizado nos
contra-ataques e nas infiltrações após aproximação da cesta.
De gancho: Arremesso em que o braço que lança a bola realiza trajetória
similar à de um gancho. Utilizado pelos pivôs.
Enterrada: Caracterizada pelo jogador “prensar” a bola para dentro da cesta.
Utilizada por jogadores altos ou com grande impulsão.
119
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
120
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Vantagens:
Desvantagens:
121
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
122
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Características:
Vantagens:
Desvantagens:
Variações:
123
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
– Sistema Defensivo Misto – Une uma das variações do sistema zona com
uma das variações do sistema individual (MARONEZE, 2015).
Características:
Vantagens:
Desvantagens:
Características:
124
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Vantagens:
Desvantagens:
125
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Capacidades
Melhores resultados Perfeição máxi- ótimas de decisão:
Treinamento da força máxima, ma na execução individual, em grupo
Acima de
Especializado velocidade máxima, dos fundamentos e coletivamente sem
20
(Nível III) resistência aeróbia individuais de grupo necessidade de ter
e anaeróbia máxima e coletivo jogadas pré-deter-
minadas
Fonte: Oliveira (2002).
Atividade de Estudos:
CATEGORIA__________________________.
Prof._______________________.
PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
MICROCICLO: ___________________.
Aperfeiçoar
a resistência
aeróbica, os
OBJETIVO
fundamentos
de passe e
bandeja e
sistema de
defesa (zona)
Fundamentos:
Passe peito,
TECNICO
quicado;
Bandeja
(20min).
126
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Sistema de
Defesa:
Defesa por
zona
TATICO
Alternando
equipes de
ataque e
defesa
(35min)
Aquecimento:
Alongamento
e Pega-Pega
FISICO
(15min)
Res. Aeróbica:
Fartleck.
(30min).
TOTAL
1h e 40 min.
Futebol
O futebol é a modalidade esportiva mais popular no mundo e está presente
de forma intensa na história e cultura do Brasil. Os grandes jogadores são ídolos
e a mídia explora esta modalidade de forma incessante. Assim, as crianças são
incentivadas pelos pais ou por este apelo da mídia à prática do esporte.
127
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
• Objetivos de treinamento:
Dantas (2003) descreve que o jogador de futebol deve, na fase básica, adquirir
níveis mínimos de condicionamento para as resistências aeróbicas e anaeróbicas,
RML e flexibilidade. Já na fase específica, treinar a velocidade de movimento e de
força explosiva. Para o período de competição, as CP imprescindíveis devem ser
aperfeiçoadas.
128
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
PERÍODO PREPARATÓRIO
QUALIDADES PERÍODO DE PERÍODO DE
FÍSICAS FASE FASE COMPETIÇÃO TRANSIÇÃO
BÁSICA ESPECÍFICA
RML e Musculação ou
Musculação Circuito Calestenia
Força Dinâmica Circuito
129
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
2.1. Classificação –
3.2. Classificação –
130
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
6.2. Classificação –
7.1. Classificação –
132
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
133
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
a) Objetivo do movimento;
b) Condições do movimento (regras do esporte);
c) Atributos do movimento;
d) Condições de execução do movimento meio ambiente.
134
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Atividade de Estudos:
135
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
CATEGORIA:___________________.
Prof._______________________
PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
MICROCICLO: ___________________
Aperfeiçoar
a resistência
anaeróbica, os
OBJETIVO
fundamentos
de drible e
finalização e
sistema de
ataque
Fundamentos:
Dribles e finali-
TECNICO
zações, contra
marcador
(30min).
Sistema de
Ataque:
Ataque (3
jogadores)
contra defesa
TATICO
(4 jogadores)
Alternando
equipes de
ataque e
defesa
(50min)
136
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Aquecimento:
Alongamento
e exercícios
(10min)
FISICO
Res. Anaeró-
bica:
Interval Trai-
ning. (45min).
TOTAL
2 h e 15 min.
Futsal
O futsal, assim como outros esportes de invasão, caracteriza-se pela
necessidade constante de solucionar problemas surgidos durante o jogo. Para
resolver tais entraves, os jogadores precisam escolher gestos motores, utilizando-
os nos momentos adequados, conforme a necessidade de cada situação. Nesse
sentido, essa modalidade possui características que precisam ser consideradas
quando se propõe seu ensino. Um aspecto importante é a necessidade de
cooperar com os companheiros para marcar gols, sendo considerado um esporte
coletivo. Quanto à relação de oposição com o adversário, o futsal é um esporte
com interação entre adversários, uma vez que as ações de uma equipe estão
atreladas – dependem e condicionam – as ações da outra. No que se refere ao
tipo de esporte, pertence ao grupo das modalidades de invasão, pois seu objetivo
é invadir o espaço defendido pelo adversário para colocar a bola na meta. Nesse
conjunto, faz parte da mesma família do futebol americano e do rúgbi, apesar do
fato desse dois serem praticados – prioritariamente – com as mãos (BORGES;
AMORIM, 2014).
137
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
PERÍODO PREPARATÓRIO
QUALIDADES PERÍODO DE PERÍODO DE
FÍSICAS FASE FASE COMPETIÇÃO TRANSIÇÃO
BÁSICA ESPECÍFICA
RML e Musculação ou
Musculação Circuito Musculação
Força Dinâmica Circuito
138
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
• Fundamentos do Futsal
Voser e Giusti (2002) definem técnica como sendo todo gesto ou movimento
realizado pelo atleta que lhe permite dar continuidade e desenvolvimento ao jogo.
As técnicas esportivas do futsal são: passe, domínio, condução, chute, drible,
finta, marcação, cabeceio. Lembrando que os fundamentos do futebol podem ser
considerados também para o futsal, levando-se em consideração as similaridades
e diferenças de ambos os esportes. Voser e Giusti (2002) determinam que os
principais fundamentos do futsal são:
1.1. Distância: curto (até 4m), médio (de 4m a 10m), longo (acima de 10m).
1.2. Trajetória: rasteiro, meia altura, parabólico.
139
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
140
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
1. Sistema 2 - 2:
Figura 18 - Sistema 2 - 2
2. Sistema 3 - 1:
141
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
– Esse sistema oferece uma gama de opções no que diz respeito a ações
ofensivas, e é mais utilizado pelas equipes que possuem jogadores de
maior gabarito técnico.
Figura 19 - Sistema 3 - 1
3. Sistemas 1 - 2 - 1 e 2 - 1 – 1:
– Esses sistemas de jogo são mais utilizados nos lances de saída de bola
no tiro de meta, em que os jogadores se posicionam com o intuito de
provocar uma reação na marcação da equipe adversária, e, logo, realizam
142
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
4. Sistema 4 – 0
143
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Figura 21 - Sistema 4 - 0
5. Sistemas 1 – 2 - 2 ou 1 - 4
Figura 22 - Sistema 1 - 2 - 2 ou 1 - 4
144
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
1.1. Vantagens:
1.2. Desvantagens:
o Se não for bem treinada facilita o erro, possibilita ao adversário utilizar dois
jogadores em um setor;
o Possibilita o chute de longa distância;
o Aumenta o tempo de posse de bola do adversário;
o Encobre parcialmente a visão do goleiro.
2.1. Vantagens:
145
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
2.2. Desvantagens:
3.1. Vantagens:
3.2. Desvantagens:
146
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Relação
com a bola Controlo da bola Controlo da bola
Controlo da bola
Controle da Passe X recepção Passe X recep-
Passe X recepção
bola Passe Condução Remate ção Condução
Relação com Condução Remate
X recepção Drible/Finta Po- Remate Drible/
a bola Drible/Finta Posição
Condução sição defensiva Finta Posição de-
defensiva Intercep-
Remate Intercepção/ fensiva Intercep-
ção/desarme
Posição desarme ção/desarme
defensiva
Penetração
Penetração Penetração Cobertu-
Princípios Penetração Co- Cobertura ofen-
Cobertura ra ofensiva Mobilida-
ofensivos bertura ofensiva siva Mobilidade
ofensiva de Espaço
Espaço
147
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Contenção
Contenção Cobertu-
Princípios Contenção Cober- Cobertura defen-
Contenção ra defensiva Equilí-
defensivos tura defensiva siva Equilíbrio
brio Concentração
Concentração
Atividade de Estudos:
CATEGORIA:___________________.
Prof._______________________
PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
MICROCICLO: ___________________
Aperfeiçoar
a resistência
muscular
localizada, os
OBJETIVO
fundamentos
de condução e
chute e siste-
ma de ataque
e defesa
Fundamentos:
Condução de
TECNICO
bola e finali-
zação
(30min).
148
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
Sistema de
Ataque e
Defesa:
Ataque 4-0
contra Defesa
TATICO
por zona
Alternando
equipes de
ataque e
defesa
(50min)
Aquecimento:
Alongamento
Res. Muscular
FISICO
Localizada:
Musculação
(60min).
TOTAL
2 h e 20 min.
149
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Handebol
O handebol é bastante popular nas escolas e muito conhecido no país, apesar
de pouco se ver a prática desse esporte como hábito em momentos de lazer e as
emissoras de televisão, com canais abertos, normalmente não transmitirem jogos.
A aula de Educação Física é a principal fonte de promoção do handebol no país
(GONZÁLEZ; BORGES; IMPOLCETTO, 2014). Tem bastante prática nas escolas,
pois é o esporte coletivo mais fácil de ensinar e de aprender por reunir movimentos
básicos como corrida, salto e arremesso. Sua simplicidade permite que o iniciante
domine em pouco tempo a dinâmica funcional do jogo, constituindo-se em um
meio acessível para a educação do movimento, da sua percepção e da relação
entre os indivíduos (SHIGUNOV; PEREIRA, 1993).
150
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
Coletivas: Basquetebol, Futebol, Futsal, Handebol e Voleibol
• Objetivos de treinamento:
151
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Métodos
Velocidade Circuito Circuito -
Intervalados
152
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
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3.6. Passe quicado: quando a bola toca o solo uma vez antes de ser
recepcionada pelo companheiro. Nesse tipo de passe a bola é atirada ao solo em
trajetória diagonal.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
4.3. Com queda - significa que após a bola ter deixado a mão do arremessador,
ele realiza uma queda, que normalmente se dá dentro da área adversária e de
frente - arremesso bastante comum entre os pivôs e eventualmente entre os
pontas.
4.4. Com rolamento - significa que após a bola ter deixado a mão do
arremessador, ele realiza um rolamento, na maioria das vezes um rolamento de
ombro. Este tipo de arremesso é mais comum entre os pontas e eventualmente
por pivôs.
5. Drible - É o movimento de bater na bola contra o solo com uma das mãos
estando o jogador parado ou em movimento.
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Capítulo 4
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
– Os cinco jogadores que atuam fora da área de tiro livre devem receber a
função de armação das jogadas, utilizando nisto três jogadores, enquanto
os outros dois, jogando nas laterais, tentam a penetração ou combinação
de fintas e finalizações com o pivô.
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Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
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– Quando as jogadas são armadas por uma das laterais, o ponta do lado
contrário penetra pelo meio, ocupando a posição do pivô. Sua penetração
é feita pelas costas dos defensores centrais, dificultando o trabalho
destes: por estar em movimento, fica com maiores condições de receber
os passes; caso não consiga receber a bola ou a jogada mude de lado, ele
volta para sua posição, dando ao ponta do lado contrário a possibilidade
de penetrar e ocultar a posição do pivô. É um sistema com aplicação
contra defesa nos sistemas 6-0, 5-1, 3-3, e 3-2-1.
1.1. Vantagens
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
1.2. Desvantagens
– Formado por duas linhas de defesa, uma com cinco jogadores próximos
a linha de seis metros e a segunda com um jogador sobre a linha dos
nove metros. O jogador avançado deve ser rápido, ágil e resistente, não
tendo muita importância a sua estatura. As suas tarefas são: não permitir
arremessos de longa distância (zona central da baliza); evitar que seja feito
um passe para o pivô; perturbar o jogo dos atacantes nos arremessos de
longa distância e interceptar passes; auxiliar especialmente os defensores
laterais esquerdo e direito na luta contra os armadores; iniciar o contra-
ataque.
– Utiliza-se este sistema contra equipes com bons jogadores de seis metros
e um bom passador e especialista em remate de meia distância. Este
sistema tem muitas facetas na sua aplicação, uma vez que pode utilizar-se
tanto de maneira muito ofensiva como muito defensiva.
2.1. Vantagens:
158
Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
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2.2. Desvantagens:
3.1. Vantagens:
3.2. Desvantagens:
159
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
4.1. Vantagens
4.2. Desvantagens:
– É formado por três linhas de defesa: uma com três jogadores sobre a linha
de seis metros, outra com dois em uma linha intermediária entre seis e
nove metros e a terceira linha sobre os nove metros com um jogador.
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Capítulo 4
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5.2. Desvantagens:
161
Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
CATEGORIA:___________________.
Prof._______________________
PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
MICROCICLO: ___________________
Aperfeiço-
ar a forca
explosiva, os
fundamentos
OBJETIVO
de passe e
arremesso
e sistema
de ataque e
defesa
Fundamentos:
TECNICO
Passes e
Arremessos
(30min).
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Capítulo 4
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Sistema de
Ataque e
Defesa:
Ataque 5-1
contra Defesa
TATICO
5-1
Alternando
equipes de
ataque e
defesa
(50min)
Aquecimento:
Corrida e mo-
vimentos For-
FISICO
ça Explosiva:
Power Training
(50min).
TOTAL
2h e 10 min.
Voleibol
O voleibol, hoje, ocupa um lugar proeminente no cenário esportivo nacional
e internacional. Uma grande quantidade de participantes faz dele um dos
três esportes mais praticados em todo o mundo. O voleibol é um esporte com
características únicas. Diferente dos outros esportes apresentados neste caderno,
não é um esporte de invasão, mas sim de interação, com espaços separados e
participação alternada, conforme o Capítulo 1 deste caderno.
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• Objetivos de treinamento:
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Capítulo 4
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RML e
Musculação Circuito Circuito Calestenia
Força Dinâmica
Power Training
Força Explosiva - ou musculação Circuito -
ou circuito
Corrida
Res. Aeróbica Circuito - Cross Promenade
Contínua
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Capítulo 4
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1.1. Saque por baixo - o jogador acerta a bola por baixo, no nível da cintura,
muito utilizado na iniciação;
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
1.4. Saque flutuante ou Saque sem peso - saque em que a bola é tocada
apenas de leve no momento de contato, o que faz com que ela perca velocidade
repentinamente e sua trajetória se torne imprevisível.
4.2. Largada: refere-se a um ataque em que jogador não acerta a bola com
força, mas antes toca-a levemente, procurando direcioná-la para uma região da
quadra adversária que não esteja bem coberta pela defesa.
4.3. Ataque sem força: o jogador acerta a bola, mas reduz a força e,
consequentemente, sua aceleração, numa tentativa de confundir a defesa
adversária.
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Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
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5.2. Boqueio defensivo - tem por objetivo apenas tocar a bola e, desse
modo, diminuir a sua velocidade, para que ela possa ser melhor defendida pelos
jogadores que se situam no fundo da quadra. Para a execução do bloqueio
defensivo, o jogador reduz o ângulo de penetração dos braços na quadra
adversária e procura manter as palmas das mãos voltadas em direção à sua
própria quadra.
6.2. Rolamento: o jogador rola lateralmente sobre o próprio corpo após ter
feito contato com a bola.
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Atividade de Estudos:
Fundamentos Ações
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Capítulo 4
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Posição do sacador
Características do sacador (posi-
ção do corpo e movimento do braço) o Deslocamento de acordo com o
Direcionamento do passe de saque
acordo com a posição do levantador o Técnica utilizada (manchete,
Recepção
de sua equipe toque, com queda, etc.)
Tipo de jogada combinada pelo o Após o passe se preparar para
levantador efetuar a cobertura.
• Tipo de saque executado (distância,
altura, velocidade e direção)
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Capítulo 4
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
Atividade de Estudos:
CATEGORIA:___________________.
Prof._______________________
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Capítulo 4
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PERÍODO:_____/_____ a _____/_____.
MICROCICLO: ___________________
Aperfeiço-
ar a forca
explosiva, os
OBJETIVO
fundamentos
de bloqueio
e defesa e
sistema de
defesa
Fundamentos:
TECNICO
Bloqueio e
defesa
(40min).
Sistema de
Bloqueio e
Defesa:
Bloqueio e
TATICO
Defesa 5-1,
alternando
equipes de
ataque e
defesa
(55min)
Aquecimento:
Alongamento
FISICO
Força Explo-
siva: Circuito
(25min).
TOTAL
2h
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
d) O tempo das atividades para cada exercício não deve ser extenso (por
uma questão básica e de motivação dos atletas). Recomendamos em torno de 8,
10 minutos.
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Capítulo 4
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Atividade de Estudos:
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Modelos de Organização e Treinamento das Modalidades
Capítulo 4
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__________________________________________________
Algumas Consideracoes
Este capítulo apresentou as competências dos jogadores dentro das
características de cada esporte coletivo em seus aspectos físicos, técnicos e
táticos. Apresentou, ainda, os aspectos psicológicos que podem ser aplicados a
qualquer esporte.
ReFerÊncias
AMADO, Nuno Gonçalo Ferreira. Proposta de modelo de formação desportiva
em voleibol. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências do Desporto e Educação
Física) - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade
de Coimbra, Portugal, 2013.
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Treinamento Aplicado aos Esportes Coletivos
LIMA, Marcos Paulo. Usado por 14 seleções, esquema 4-2-3-1 desbanca o 4-4-2
pela primeira vez em uma copa. Correio Braziliense. Disponível em: <http://goo.
gl/ZnNEf5>. Acesso em: 04 abr. 2016.
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Capítulo 4
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