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DIREITO EMPRESARIAL

TÍTULO DE CRÉDITOS

NOÇÃO DE CRÉDITO = CREDERE (latim). Raiz etimológica: CRER, acreditar, confiar.

“O dinheiro de amanhã que compra o nosso presente”.

“O capital consiste de dinheiro, bens e recursos que são investidos na produção. A riqueza, por outro lado, é
enterrada debaixo do solo ou desperdiçada em atividades improdutivas. ”

DESENV. CIENTÍFICO => CRÉDITO => NOVOS INVESTIMENTOS na ECONOMIA CAPITALISTA.

1. CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO

CESARE VIVANTE: “Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e
autônomo, nele mencionado. ”

Código Civil:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

LEI UNIFORME DE GENEBRA – “LUG”, Decreto 57.663/66, vigor desde 18/03/1966

Regula as LETRAS DE CÂMBIO (LC) e NOTAS PROMISSÓRIAS (NP).

CONVENÇÃO DO CHEQUE – Decreto 57.595/66, vigorou de 04/03/1966 até 03/09/1985, com a edição da
Lei do Cheque (LCh), Lei 7357/85.

3. PRINCÍPIOS

1. LEGALIDADE: Só existe para o mundo cambiário o que está expresso no título. A literalidade decorre
do fato de o título de crédito corresponder a documento constitutivo de direito novo (relação cartular) e
não probatório. (*prolongamento)
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2. INCORPORAÇÃO: O direito cambiário materializa-se num documento físico ou digital (eletrônico),


como admite o art.889, §3° CCB e L.9.294/97 (Duplicata virtual). A transferência do crédito se dá pela
apresentação do documento.

3. AUTONOMIA: As declarações cambiais (dos envolvidos) representam uma declaração unilateral de


vontade, são autônomas e independentes entre si. Deste modo, o endosso ou o aval dado por pessoa
incapaz não atinge as demais obrigações assumidas no título de crédito. A autonomia dá segurança
jurídica às relações jurídicas cambiais em favor de terceiros (endossatários) que, ao receber o título de
crédito, adquirem direito novo, autônomo e originário, totalmente desvinculado da relação causal que lhe
deu origem. Assim, pelo princípio da autonomia, o vício em uma das relações não compromete as demais.

c.1) ABSTRÇÃO: Significa que determinados títulos de crédito (LC, NP, Chq) podem resultar de qualquer
causa subjacente, mas dela se libertam após sua criação. Outros títulos de crédito (Duplicata,
Conhecimento de Depósito / Transporte), chamados de títulos causais, somente existem por conta da
relação causal (causa subjacente) que lhes deu origem.

c.2) INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS AO TERCEIRO DE BOA FÉ (LUG, Art. 17):
O devedor só pode apresentar exceção pessoal (em relação ao negócio jurídico subjacente que motivou
o saque) para o credor primitivo, mas não poderá apresentar exceção pessoal para o credor terceiro de
boa-fé. A lei não protege o terceiro de má-fé. (LUG, art.17; LCh, art.25; CCB, art.916).

4. CARACTERÍSTICAS

a) CIRCULABILIDADE: Os títulos nasceram para circular


b) TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO QUESÍVEL: credor deve apresentar e cobrar o devedor, tomando
a iniciativa de receber. Afinal, o devedor é sempre conhecido.
c) BEM MÓVEL
d) NATUREZA PRO SOLVENDO
e) PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ, CERTEZA E EXIGIBILIDADE: Liquidez (determinação do objeto
da obrigação em seus elementos de quantidade e qualidade, natureza e espécie) Certeza (Quem deve
cumprir a obrigação para quem) Exigibilidade (momento, data de vencimento, em que a obrigação deve
ser adimplida.)
f) FORMALISMO: O documento só vale como título de crédito se todos os requisitos legais estiverem
preenchidos, sob pena de nulidade do título de crédito, não do documento em si, cf. CC/02, art.888. E,
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conforme entendimento da Súmula 387 STF, uma vez extinta a execução por ausência de requisitos
essencial (falto de preenchimento de formalidade) esse vício não pode ser sanado nem mesmo pelo credor
de boa-fé, após a realização da cobrança ou do protesto. Nessa situação caberá a cobrança pelas vias
ordinárias.
g) SOLIDARIEDADE CAMBIÁRIA: Havendo vários coobrigados e obedecidos os requisitos legais, o
credor poderá exigir a totalidade da dívida de UM, ALGUNS ou TODOS.

- Solidariedade Civil: Há uma causa comum entre os devedores; quem paga a totalidade da dívida, sempre
terá direito de regresso contra os demais, da quota-parte (CC/02, art.283); na solidariedade civil, o regresso
sempre poderá ser exercido contra TODOS os coobrigados; A interrupção da prescrição em face de um dos
devedores afeta aos demais (CC/02, art.202, §1°)

- Solidariedade Cambiária: Há uma pluralidade de prestações autônomas e independentes entre si; nem
sempre quem paga poderá exercer o direito de regresso (ex. aceitante, emitente), mas se puder, a cobrança
será na totalidade (LUG, art.49); na solidariedade cambiária, o regresso pode ser exercido contra a ‘cadeia’ de
devedores anteriores, jamais aos posteriores; A prescrição é individual, ou seja, corre ou se interrompe para
cada codevedor (LUG, art.71)

h) EXECUTIVA: Os títulos de crédito típicos gozam de executividade, por opção do legislador, como
estabelece o CPC:

TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS


COMUNS
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
DE CRÉDITO TÍPICOS

i) TÍTULOS EXECUTIVOS (T.E.): características – liquidez, certeza e exigibilidade (CPC, art.786)

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível
consubstanciada em título executivo.

Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira
a liquidez da obrigação constante do título.
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5. CARATEGORIAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

a) TÍTULOS ABSTRATOS: sem importância na causa; uma vez criado e posto em circulação, passa a
valer por si mesmo. → Ex: letra de câmbio, nota promissória.

b) TÍTULOS CAUSAIS: só existem em função de um determinado negócio fundamental, o qual


influencia sua existência. → Ex: duplicatas, que para serem emitidas, necessitam que tenha havido
uma venda de mercadorias, a prazo, em território nacional.
c) TÍTULOS PRÓPRIOS: aqueles que encerram uma verdadeira operação de crédito, subordinada a
sua existência à confiança que inspiram os que deles participam; são os mais puros títulos de crédito.
→ Ex: letra de câmbio, nota promissória.

d) TÍTULOS IMPRÓPRIOS (CAMBIARIFORMES): não apresentam uma verdadeira operação de


crédito (não há abstração), mas contêm forma de título cambiário. São formais e com conteúdo
pecuniário. → Ex: duplicata.

e) TÍTULOS REPRESENTATIVOS: a obrigação auferida ao devedor possui conteúdo não pecuniário


(≠ de $). Envolve mercadorias. Possuem rigidez formal e são títulos causais. → Ex: conhecimento de
transporte, de depósito e warrant.

f) TÍTULOS DE FINANCIAMENTO: prestação mista (obrigação de dar $ + obrigação de fazer). São


mais utilizados no mercado de capitais e possuem forma flexível. → Ex: cédula de crédito, debêntures
e letras imobiliárias.

6. APLICAÇÃO PRÁTICA

TÍTULOS DE CRÉDITO TÍPICOS (NOMINADOS): Lei Especial. Letra de Cambio e Nota Promissória
(LUG); Cheque (Lei n° 7.357/1985); Duplicata (Lei 5.474/1968).

O CCB diverge da norma especial e, por isso, NÃO SE APLICAM aos títulos de crédito nominativos (LC,
NP, Chq) os seguintes dispositivos:

Art.890. “Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de
responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade
prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações. ” Justificativa: a
LUG permite (arts.5, 48, 49).
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Art. 897, §único. “É vedado o aval parcial. ” Justificativa: A LUG permite o aval parcial (art.30)

Art.914. “Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo
cumprimento da prestação constante do título. ” Justificativa: Na LUG, o endossante respondente pela
existência e solvência do título. (art.15)

Art.1647, III. “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro,
exceto no regime da separação absoluta: III - prestar fiança ou aval; ” Justificativa: a jurisprudência afastou
a exigência da outorga uxória (ou marital) para o aval em títulos de crédito nominativos, pois não existe essa
exigência na norma especial.

7. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

QUANTO AO MODELO

LIVRE VINCULADO

NOTA PROMISSÓRIA CHEQUE, DUPLICATA

QUANTO À EMISSÃO

NÃO CAUSAL
CAUSAL
(ABSTRATO)

DUPLICATA, TÍTULOS DO CHEQUE, NP, LC


AGRONEGÓCIO,
CONHECIMENTO DE
TRANSPORTE
f
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1. Título ao
Portador
CLASS.
TRADICIONAL
2. Título
Nominativo

QUANTO À
CIRCULAÇÃO 1. Título ao
Portador

CLASS.
2. Título Nominal
MODERNA

3. Título
Nominativo

8. CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL

a) TÍTULO AO PORTADOR: Não identifica o beneficiário; circula por tradição (entrega do título).

b) TÍTULO NOMINATIVO: Identifica o beneficiário, circula por endosso ou cessão. Lei 9.069/95 (Plano
Real), art.69. “Cheque acima de R$100,00 deve ser nominativo”.

b.1. NOMINATIVO à ORDEM: CIRCULA POR ENDOSSO. (Presunção legal). O endossante responde
pela existência e solvência do crédito.

b.2. NOMINATIVO NÃO À ORDEM: CIRCULA POR MEIO DE CESSÃO CIVIL. O cedente responde
pela existência, mas NÃO pela solvência do crédito.

ART.914 DO CC/02.

“Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo
cumprimento da prestação constante do título. ” (Endosso = cessão civil ?!?!?!?) =<<< errado>>> = SLIDE
15

NÃO SE APLICA ESSA REGRA, POR SE TRATAR REGRA GERAL. APLICA-SE A LEI UNIFORME
DE GENEBRA (L.U.G)
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9. CLASSIFICAÇÃO MODERNA:
a) TÍTULO AO PORTADOR.

b) TÍTULO MONINAL: Identifica o beneficiário, circula por endosso ou cessão (=nominativo da


classificação tradicional)

c) TÍTULO NOMINATIVO (Art.921 do CC/02) “É título nominativo aquele emitido em favor de


pessoa cujo nome conste no registro do emitente. ”

2 PARTES:
PROMESSA DE PROMITENTE e o
PAGAMENTO BENEFICIÁRIO
(Ex. NP, CCB)
QUANTO À
ESTRUTURA
3 PARTES: SACADOR,
ORDEM DE SACADO,
PAGAMENTO BENEFICIÁRIO (Ex. LC,
Cheque, DUPLICATA)

10.LETRA DE CÂMBIO (LUG)

CONCEITO: Letra de câmbio é um título de crédito decorrente de relações de crédito, entre


duas ou mais pessoas, pelo qual o designado sacador dá a ordem de pagamento pura e simples
a outrem, denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador ou beneficiário) no
valor e nas condições dela constantes

SAQUE: É O ATO DE CRIAÇÃO E EMISSÃO DE UM TÍTULO DE CRÉDITO.

COMPONENTES:

SACADOR = QUEM DÁ ORDEM (igual ao empregaDOR)

SACADO = QUEM RECEBE A ORDEM (igual ao empregaDO)

TOMADOR ou BENEFICIÁRIO = CREDOR


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CARLOS BENEFICIÁRIO

Deve R$ 1.000 Pagar a:

ANA SACADOR

Deve R$ 1.000 Dá Uma Ordem Para:

JOSÉ SACADO

11. ACEITE
CONCEITO: É a declaração cambial de concordância com a ordem de pagamento dada. Portanto, não existe
aceite em Notas Promissórias.
IMPORTANTE:
• O ACEITE é facultativo na LC, inexistente no Cheque e obrigatório na Duplicata.
• DADO O ACEITE, O SACADO SE TORNA O PRINCIPAL DEVEDOR E O SACADOR O
CORRESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO DO TÍTULO DE CRÉDITO.
• ACEITE PARCIAL – O SACADOR SE TORNA RESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO DA
DIFERENÇA.
EFEITOS DA RECUSA AO ACEITE (na LC) – LUG art.43, n.1:
1. TORNAR O SACADOR O DEVEDOR PRINCIPAL DO TÍTULO DE CRÉDITO.
2. VENCIMENTO ANTECIPADO DO TÍTULO.
a. CLÁUSULA NÃO ACEITÁVEL: IMPEDE A APRESENTAÇÃO AO ACEITE (antes do vencimento)
=> FINALIDADE: RECUSAR O VENCIMENTO ANTECIPADO DO TÍTULO DE CRÉDITO.

12. ENDOSSO
"in dorso" (no dorso, nas costas, no verso)
CONCEITO: “É o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula “à ordem” transmite o
direito ao valor constante do título a outra pessoa, sendo acompanhado da tradição da cártula, que
representa a transferência da posse desta. ”
EFEITOS DO ENDOSSO:
a) Transferência da titularidade do crédito do endossante ao endossatário. Assegura a existência e a
solvência do crédito.
b) Tornar o endossante codevedor do título de crédito. (Obs.: Tomador/beneficiário é sempre o 1º
endossante).
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c) LOCAL DO ENDOSSO:
d) REGRA GERAL O ENDOSSO É LANÇADO NO VERSO (ATRÁS) DO TÍTULO, POR UMA
SIMPLES ASSINATURA DO ENDOSSANTE (EM BRANCO) OU ACOMPANHADO NO
NOME DO ENDOSSATÁRIO (EM PRETO).
e) EXCEÇÃO: É POSSÍVEL QUE O ENDOSSO SEJA FEITO NO ANVERSO (FRENTE DO
TÍTULO), MAS NESSA HIPÓTESE DEVERÁ CONTER EXPRESSÃO QUE INDIQUE ESSA
OBRIGAÇÃO (EX. “PAGUE-SE A.…”, ou “TRANSFIRO A …”, ou “ENDOSSO A....”)

ESPÉCIES DE ENDOSSO = PRÓPRIO ou IMPRÓPRIO

1. ENDOSSO PRÓPRIO:
a) ENDOSSO EM BRANCO: SEM O NOME DO ENDOSSATÁRIO
b) ENDOSSO EM PRETO: COM A INDICAÇÃO DO NOME DO ENDOSSATÁRIO.
c) ENDOSSO PÓSTUMO ou TARDIO: APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA DE PROTESTO ou DO
PRÓPRIO PROTESTO => EQUIVALE À CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO.
d) ENDOSSO SEM GARANTIA: ART.15 DA LUG: endossante não se responsabiliza pelo pagamento.
e) SEM CUSTAS/ SEM PROTESTO: art.46 da LUG: dispensa o portador do protesto por falta de aceite ou
pgto para exercer seus direitos.
e) ENDOSSO PARCIAL: NULO! NÃO EXISTE!
f) LIMITES AO ENDOSSO: NÃO HÁ LIMITE.

2. ENDOSSO IMPRÓPRIO
NÃO HÁ TRANSFERÊNCIA DA TITULARIDADE DO CRÉDITO
É UTILIZADO APENAS PARA LEGITIMAR A POSSE DO ENDOSSATÁRIO.
 ENDOSSO MANDATO – É utilizado para transferir poderes e autorizar um terceiro a exercer
direitos inerentes ao título.
Partes: Endossante-mandante / Endossatário-mandatário
Expressão: Endosso por procuração.
Situação típica: cobrança do título

 ENDOSSO CAUÇÃO (PIGNORATÍCIO) – É utilizado para instituir o penhor nos títulos de crédito,
dando-os em garantia.
Partes: Endossante-caucionante / Endossatário-caucionado
Expressão: “Em penhor”.
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Situação típica: garantir um empréstimo bancário

4ª endossatária
3ª endossatária
2ª endossatária Fred
1ª endossatária Rita
Edu
Bia
Cris

beneficiária O credor Fred, deverá cobrar o título do devedor, pois a


obrigação é quesível.
João
Sacador

Carlos
Sacado

SE ACEITO O TÍTULO, CARLOS SERÁ O DEVEDOR PRINCIPAL

13. AVAL
CONCEITO:
“É a declaração cambiária decorrente de uma manifestação unilateral de vontade pela qual a pessoa, física
ou jurídica, assume a obrigação cambiária autônoma e incondicional de garantir no vencimento, o
pagamento do título nas condições nele estabelecidas. ”
PARTES: AVALISTA / AVALIZADO
LOCAL DO AVAL:
REGRA GERAL O AVAL É LANÇADO NO ANVERSO (FRENTE) DO TÍTULO, POR UMA SIMPLES
ASSINATURA DO AVALISTA (EM BRANCO) OU ACOMPANHADO NO NOME DO AVALIZADO
(EM PRETO).
OBS.: NO AVAL EM BRANCO DE UMA LC, O AVALIZADO É O SACADOR (quem sacou o título)
(Art.31 da LUG)
EXCEÇÃO: É POSSÍVEL QUE O AVAL SEJA FEITO NO VERSO (ATRÁS DO TÍTULO), MAS
NESSA HIPÓTESE DEVERÁ CONTER EXPRESSÃO QUE INDIQUE ESSA OBRIGAÇÃO (EX.
“AVALIZO A.…” ou “GARANTO A.…”)
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AVAL PARCIAL

CÓDIGO CIVIL - ART.897. “O pagamento do título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. ”
LUG (DECRETO LEI 57.663/66) – ART.30. “O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte
garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. ”
PREVALECE A LEI ESPECIAL: ADMITE o AVAL PARCIAL

CÓDIGO CIVIL - ART.1647, III: “Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges
pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
III - prestar fiança ou aval;
Solução jurisprudencial: Não é necessária a outorga para os títulos de crédito típicos/nominado, como a LC,
NP, Duplicata.
DIREITO CAMBIÁRIO E PROCESSUALCIVIL. RECURSO ESPECIAL. REVELIA. EFEITOS
RELATIVOS. AVAL. NECESSIDADE DE OUTORGA UXÓRIA OU MARITAL. DISPOSIÇÃO
RESTRITA AOS TÍTULOS DE CRÉDITO INOMINADOS OU ATÍPICOS. ART. 1.647, III, DO CC/2002.
INTERPRETAÇÃO QUE DEMANDA OBSERVÂNCIA À RESSALVA EXPRESSADO ART. 903 DO CC
E AO DISPOSTO NA LUG ACERCA DO AVAL. REVISÃO DO ENTENDIMENTO DO COLEGIADO.
COGITAÇÃO DE APLICAÇÃO DA REGRA NOVA PARA AVAL DADO ANTES DA VIGÊNCIA
DONOVO CC. MANIFESTA INVIABILIDADE. STJ - RESP 1633399 / SP2014/0316484-3.

ENUNCIADO nº 39 da I JORNADA DE DIREITO COMERCIAL.


Não se aplica a vedação do art. 897, parágrafo único, do Código Civil, aos títulos de crédito regulados por lei
especial, nos termos do seu art. 903, sendo, portanto, admitido o aval parcial nos títulos de crédito
regulados em lei especial.

Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que
sejam primeiro executados os bens do devedor.
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Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do
devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
I - Se ele o renunciou expressamente;
II - Se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - Se o devedor for insolvente, ou falido.

VENCIMENTO DA LETRA CÂMBIO


Há 2 espécies:
Vencimento ordinário: (i) pelo decurso do tempo, (ii) pela apresentação do título ao sacado à vista.
Vencimento extraordinário: (i) recursa ao aceite (ou aceite parcial) e (ii) falência do aceitante.
ESPÉCIES DE VENCIMENTO:
A) “À VISTA” = É AQUELE QUE OCORRE NO ATO DA APRESENTAÇÃO AO SACADO.
APRESENTOU AO SACADO DEVE SER ACEITO E PAGO.
B) “A TEMPO CERTO DA VISTA” = O PRAZO DE VENCIMENTO SÓ COMEÇA A CORRER A
PARTIR DA DATA DO ACEITE E, NA FALTA DESTE, DO PROTESTO POR FALTA DE
ACEITE. (Esta modalidade não permite a cláusula “sem aceite”, art.22 LUG)
C) “A TEMPO CERTO DA DATA” = O PRAZO SE INICIA DA EMISSÃO (SAQUE) DO TÍTULO (EX.
PAGUE EM 30 DIAS da data do saque);
D) “A DIA CERTO” = É O PRÓPRIO SACADOR QUEM DETERMINA O PRAZO NO MOMENTO DO
SAQUE. (EX.: VENCIMENTO EM 30/06/17).

EFEITOS DO VENCIMENTO:
1. O TÍTULO TORNA-SE EXIGÍVEL EM FACE DO ACEITANTE (SACADO), DO SACADOR,
ENDOSSANTES E COOBRIGADOS (AVALISTAS).
2. O TÍTULO PERDE O PODER DE CIRCULAÇÃO POR ENDOSSO, ADMITE-SE APENAS A
CESSÃO CIVIL.
3. A FALTA DE DATA AO ACEITE na modalidade de vencimento “A TEMPO CERTO DA
VISTA”.
Situação: O credor apresenta o título para o sacado aceitar (dar a vista) e nesse momento a sacado ACEITA,
mas não coloca a data. Logo, quando começa a correr o prazo para o vencimento?
Solução da LUG:
1. O Credor De Boa-Fé Pode Datar O Aceite, Indicando A Data Em Que Ele Efetivamente Ocorreu.
2. O Credor Pode Protestar O Título Por Falta De Aceite E, Caso O Sacado Não Compareça Ao Cartório,
Adota-Se A Data Do Protesto.
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3. Se O Credor Preferir Não Protestar, O Credor Pode Considerar O Aceite Como Sendo O Último Dia Do
Prazo Para Apresentação, Ou Seja, Até 1 (Um) Ano Após O Saque.

CONTAGEM DE PRAZOS
A) VENCIMENTO DE LETRA SACADA A “UM OU MAIS MESES DATA DE SAQUE”. NA
DATA CORRESPONDENTE OU NO ÚLTIMO DIA DO MÊS. (Ex. Vencimento em 4 meses).
B) A EXPRESSÃO “MEIO MÊS”, SIGNIFICA 15 DIAS.
C) A EXPRESSÃO “INÍCIO”, “MEADOS” ou “FIM” DE MÊS, CORRESPONDE AO DIA 1, 15 e
ÚLTIMO DIA DO MÊS.
PROTESTO
CONCEITO:
“É ato formal e solene pelo qual se provam a inadimplência e o descumprimento da obrigação principal. ”
(LEI 9.492/97, art.1º). É um ato cambiário público, solene e extrajudicial, feito fora do título. Não cria
direitos, mas é um meio especialíssimo de prova.
FÁBIO ULHOA COELHO:
“É o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar, ao título, a prova de
fato relevante para as relações cambiais, por exemplo, a falta de aceite ou de pagamento”.

MODALIDADES DE PROTESTO NA LETRA DE CÂMBIO.


PROTESTO POR FALTA DE ACEITE.
PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO.
O protesto é um “gatilho” para que o credor (portador do título) possa exigir seus direitos em face dos
coobrigados do título (sacador, endossantes e avalistas). O protesto torna pública a recusa do sacado.
OS PRAZOS DE PROTESTO SÃO DECADENCIAIS
PROTESTO POR FALTA DE ACEITE = DEVE SER REALIZADO NO FIM DO PRAZO DE
APRESENTAÇÃO, OU EXCEPCIONALMENTE NO DIA SEGUINTE, SE O TÍTULO FOR
APRESENTADO AO SACADO NO ÚLTIMO DIA DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO E ESSE
SOLICITA UM “PRAZO DE RESPIRO”.
PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO = VENCIDO O TÍTULO, O CRÉDITO TORNA-SE
EXIGÍVEL. SE O SACADO NÃO PAGAR, O CREDOR PODE PROTESTAR POR FALTA DE
PAGAMANTO EM ATÉ 1 (UM) DIA ÚTIL, CONTADOS DO VENCIMENTO SE O VENCIMENTO FOR
“A DIA CERTO”, A TEMPO CERTO DA DATA” OU “A TEMPO CERTO DA VISTA”.
SE A LETRA DE CÂMBIO FOI ACEITA, MAS APÓS O VENCIMENTO O CREDOR NÃO
PROTESTA, TERÁ COMO CONSEQUÊNCIA A PERDA DO DIREITO DE CRÉDITO CONTRA
OS COOBRIGADOS (SACADOR, ENDOSSANTES e AVALISTAS), MAS MANTÉM O DIREITO
EM FACE DO DEVEDOR PRINCIPAL (ACEITANTE E SEU AVALISTA).
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TÍTULO DE CRÉDITOS

CLÁUSULA “SEM DESPESAS” OU “SEM PROTESTO”: QUANDO LANÇADA PELO SACADOR,


ENDOSSANTE OU AVALISTA NA LETRA DE CÂMBIO, DISPENSA O PORTADOR DO TÍTULO
DE REALIZAR O PROTESTO POR FALTA DE ACEITE OU DE PAGAMENTO PARA A
CONSERVAÇÃO DE SEUS DIREITOS DE AÇÃO. (LUG, art.46)
Art. 46 - O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem despesas", "sem protesto", ou
outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento,
para poder exercer os seus direitos de ação.
Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação da letra dentro do prazo prescrito nem tampouco dos
avisos a dar. A prova da inobservância do prazo incumbe aquele que dela se prevaleça contra o portador.
Se a cláusula foi escrita pelo sacador produz os seus efeitos em relação a todos os signatários da letra; se for
inserida por um endossante ou por avalista, só produz efeito em relação a esse endossante ou avalista. Se,
apesar da cláusula escrita pelo sacador, o portador faz o protesto, as respectivas despesas serão de conta dele.
Quando a cláusula emanar de um endossante ou de um avalista, as despesas do protesto, se for feito, podem
ser cobradas de todos os signatários da letra.
AVISOS DE PROTESTO (LUG, art.45)
Compete ao portador a obrigação de dar ciência aos devedores indiretos (endossantes, avalistas e sacador) no
prazo de 4 dias úteis que se seguirem ao protesto (falta de pagamento ou aceite) ou da apresentação caso a LC
tenha a cláusula “sem despesas”.
Ato contínuo, cada um dos endossantes deverá, no prazo de 2 dias úteis que se seguirem à recepção do aviso,
informar seu endossante anterior e avalista (s) indicando os nomes e endereços dos que lhe enviaram o(s)
aviso(s) precedente(s), até se chegar ao sacador. Esse aviso não cabe ao endossante “sem garantia” (LUG,
art.15, al.1).
O aviso pode ser efetuado de qualquer forma, mas normalmente por notificação extrajudicial ou carta com
AR. O importante é provar que o prazo legal foi respeitado.

3 ANOS – DEVEDOR PRINCIPAL ACEITANTE e seu AVALISTA


1 ANO – SACADOR, ENDOSSANTES e seus AVALISTAS
6 MESES – AÇÃO REGRESSIVA ENTRE OS COOBRIGADOS

14.DUPLICATA
Art.. 1º em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território
brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho
das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará
somente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos
ou entregas das mercadorias.
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

SAQUE: VINCULADO A UMA COMPRA E VENDA MERCANTIL OU PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS, É UM TÍTULO CAUSAL.
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de
crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser
assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.

ACEITE
Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus
representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes
que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento,
podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o
momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.
§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.
Art. 7º A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao
apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação,
devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta
do aceite.
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

ACEITE: A duplicata é título de aceite OBRIGATÓRIO, ou seja, não depende da vontade


do SACADO, e deve ser-lhe enviada no prazo de 30 dias (art.1º da LD) a contar da
entrega/despacho da mercadoria.
FORMAS DE ACEITE:
ACEITE ORDINÁRIO: Aquele que o sacado (comprador) assina a duplicata. Logo,
concorda com o pagamento na data do vencimento.
ACEITE POR COMUNICAÇÃO: Decorre da retenção da duplicata pelo sacado
(comprador) que, no entanto, comunica por escrito sobre a retenção e o aceite.
ACEITE POR PRESUNÇÃO (ou ACEITE PRESUMIDO): decorre do recebimento da
mercadoria sem qualquer reclamação e sem a recusa expressa ao aceite (cf. art.8º). Basta o
“canhoto de entrega” para comprovar esse tipo de aceite.

O SACADOR DEVE ENVIAR a DUPLICATA AO SACADO NO PRAZO DE 30 DIAS


(QDO NÃO FOR À VISTA) a contar da entrega da mercadoria.
UMA VEZ RECEBIDA, O COMPRADOR/TOMADOR PODE TOMAR UMA DESSAS
MEDIDAS:
a) Assinar o título e devolvê-lo ao vendedor dentro do prazo de 10 dias (art.7 - aceite
ordinário)
b) Devolver ao vendedor sem assinatura (sem aceite), (cabe protesto por falta de aceite)
c). Devolver ao vendedor acompanhado de declaração que motive sua recusa em aceita-la (cf.
art.8º ou 21 da LD) – recusa motivada.
d) não devolver o título, mas desde que autorizado por eventual instituição financeira
cobradora, comunicar por escrito ao vendedor seu aceite; (aceite por comunição)
e) não devolver o título (ocasião em que o sacador pode emitir uma triplicata, que é uma
duplicata da duplicata) OU faz o protesto por indicações.
IMPORTANTE: SOMENTE COM O ACEITE A DUPLICATA SE REVESTE DE
LIQUIDEZ E CERTEZA.

DUPLICATA MERCANTIL
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por
sua conta e risco;
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente


comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

DUPLICATA DE SERVIÇOS
Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de:
I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

ENDOSSO:

VALE A REGRA GERAL


AVAL: VALE A REGRA GERAL, com o seguinte DETALHE:
Art. 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado
àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora
desses casos, ao comprador (sacado).
Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos
efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência.
Art. 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos da legislação sobre
emissão, circulação e pagamento das Letras de Câmbio.
VENCIMENTO: apenas 2 formas - À VISTA ou A DIA CERTO (ex.: 20/07/17).
ESCRITURAÇÃO DO LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS: É obrigatório na
forma do art.19 da LD.

PROTESTO
FALTA DE ACEITE, DE DEVOLUÇÃO OU PAGAMENTO
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso,
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do
portador, na falta de devolução do título.
§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de
devolução, não elide a possibilidade de protesto por falta de pagamento.
§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título.
§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da
30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os
endossantes e respectivos avalistas.

PROTESTO POR INDICAÇÕES: MEIO DE PROTESTO (FALTA DE ACEITE,


DEVOLUÇÃO ou PAGAMENTO)
Art. 14. Nos casos de protesto por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, ou feitos por
indicações do portador do instrumento de protesto, deverá conter os requisitos enumerados no
artigo 29 do Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de 1908, exceto a transcrição mencionada
no inciso II, que será substituída pela reprodução das indicações feitas pelo portador do título.
Art . 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os
mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela.
(**) QUANDO NÃO OCORRER A DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA QUE FOI
REMETIDA AO ACEITE para o SACADO (COMPRADOR) NO PRAZO DE 10 DIAS
(prazo de devolução – art.7), O VENDEDOR (SACADOR) EXTRAI UMA TRIPLICATA E
FAZ O PROTESTO POR INDICAÇÕES, INFORMANDO O TABELIÃO DOS
ELEMENTOS QUE CONSTAM DA DUPLICATA.

DUPLICATA VIRTUAL – ART.8º DA LEI 9.492/97 (Lei de Protesto)


Segundo o parágrafo único do art.8º desta lei, que regulamenta os serviços de protesto de
títulos, “Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de
Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de
inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos
a mera instrumentalização das mesmas. ”
Assim, mesmo sem estar materializada no papel a duplicata virtual poderá ser protestada por
indicações.
O código civil tratou do crédito virtual no art.889, Par.3º.
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TÍTULO DE CRÉDITOS

1013532-11.2016.8.26.0019 (9 ocorrências encontradas no inteiro teor do documento)


Classe/Assunto: Apelação / Espécies de Títulos de Crédito

Relator(a): Mario de Oliveira

Comarca: Americana

Órgão julgador: 19ª Câmara de Direito Privado

Data do julgamento: 03/07/2018

Data de publicação: 03/07/2018

Data de registro: 03/07/2018

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO – DUPLICATA VIRTUAL – Admissão da utilização


da forma eletrônica, porquanto escorada em expressa previsão legal (art. 889, § 3º, do
Código Civil e art. 15, inciso II e § 2º, da Lei 5.474/68) – Sistemática, porém, que não
dispensa o credor de apresentar a prova de entrega dos produtos, ou da prestação dos serviços
– Elementos probatórios que, na espécie, apenas foram juntados em sede recursal -
Descabimento - Impossibilidade de valoração, à míngua de demonstração das situações
previstas no art. 435, do Código de Processo Civil – Embargos julgados procedentes - Sentença
mantida – Recurso não provido

AÇÃO CAMBIAL – EXECUÇÃO


PROCESSO PARA EXECUÇÃO ou FALÊNCIA com base em DUPLICATA (arts.15 a
17 da LD)
1. Havendo o aceite ordinário (com a assinatura do comprador), basta o próprio título
vencido e não pago.
2. havendo o aceite por comunicação (carta que comunica o aceite), basta o título vencido
e não pago + a carta.
O problema existe quando ocorre APENAS o aceite presumido e a não devolução da
duplicata após o prazo de 10 dias. (Situação: a mercadoria é entregue, pega-se o “canhoto”,
mas quando enviada duplicata para aceite, o comprador a retém a DP - não devolve).
Nesse caso, o sacador (vendedor) deverá proceder conforme determina o art.15, II:
II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

a) haja sido protestada; (protesto da Duplicata)


b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da
mercadoria; (canhoto) e
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos
motivos previstos nos arts. 8º e 21 da LD.
§ 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo de execução
referido neste artigo, quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto.

§ 2º - Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou triplicata não


aceita e não devolvida, desde que haja sido protestada mediante indicações do credor ou
do apresentante do título, nos termos do art. 14, preenchidas as condições do inciso II deste
artigo.
Obs.: O STJ tem aceito a execução de duplicata sem aceite e sem prova de entrega da
mercadoria (aceite presumido) de mercadoria ou serviços contra endossantes e avalistas, por
entender que o endosso apaga o vínculo causal e, nesse caso, o título se torna inteiramente
abstrato em face do endossante e seus coobrigados, aplicando-se o art.15 da LUG.

COMPETÊNCIAS
PROTESTO: TABELIÃO DE PROTESTOS DA PRAÇA DE PAGAMENTO
CONSTANTE DO TÍTULO, NO PRAZO DE 30 DIAS DE SEU VENCIMENTO.
AÇÃO DE EXECUÇÃO: JUÍZO DA PRAÇA DO PAGAMENTO ou DO DOMICÍLIO DO
DEVEDOR.
PRAZOS DE PRESCRIÇÃO
A) 3 ANOS DO VENCIMENTO – CONTRA O SACADO E SEU AVALISTA.
B) 1 ANO DO PROTESTO - CONTRA O ENDOSSANTE E SEUS AVALISTAS.
C) 1 ANO DO PAGAMENTO – PARA EFEITO DE AÇÃO REGRESSIVA ENTRE
QUALQUER DOS COOBRIGADOS.

DUPLICATA DE SERVIÇO – PARTICULARIDADES


(I) PODE SER EMITIDA POR PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA
(II) A CAUSA QUE AUTORIZA A EMISSÃO É A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
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TÍTULO DE CRÉDITOS

(III) O PROTESTO POR INDICAÇÃO EXIGE A PROVA DO VÍNCULO CONTRATUAL


E DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS (NÃO VALE APENAS O CANHOTO).
(IV) TAMBÉM DEVE MANTER O LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS.

DUPLICATA DE CONTA DE SERVIÇOS


A duplicata de conta de serviços é outra espécie que pode ser emitida pelo profissional liberal
e pelo prestador de serviços. Nesse caso, é desnecessária a escrituração do Livro de Registro
de Duplicatas.
O credor desse título deverá proceder da seguinte maneira:
(i) Elaborará uma conta discriminando os serviços por sua natureza e o valor devido,
mencionando a data e o local do pagamento, bem como o vínculo contratual que
originou sua emissão.
(ii) Deverá efetuar o registro dessa conta no Cartório de Registro de Título e Documentos e
enviá-la ao tomador dos serviços.
(iii) Essa conta também pode ser protestada e executada, sendo que o protesto é obrigatório
para que se promova a ação de execução.
(iv) Também se pode fazer uma duplicata de conta de serviços, mas por ser um título de
crédito impróprio, não é suscetível de circulação cambial. (Não cabe endosso, apenas
cessão de crédito)

DUPLICATA ELETÔNICA (ESCRITURAIS)


Foi publicada a lei 13.775, de 20/12/2018, que regulamenta a emissão de duplicata sob a forma
escritural, para circulação como efeito comercial, mediante o lançamento em sistema
eletrônico.
A lei moderniza o lançamento do comprovante de crédito, gerado pela venda de mercadorias
ou prestação de serviços por uma empresa.
Art. 3º A emissão de duplicata sob a forma escritural farse-á mediante lançamento em sistema
eletrônico de escrituração gerido por quaisquer das entidades que exerçam a atividade de
escrituração de duplicatas escriturais.
Art. 4º Deverá ocorrer no sistema eletrônico de que trata o art. 3º desta Lei, relativamente à
duplicata emitida sob a forma escritural, a escrituração, no mínimo, dos seguintes aspectos:
I - Apresentação, aceite, devolução e formalização da prova do pagamento;
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

II - controle E transferência da titularidade;


III - prática de atos cambiais sob a forma escritural, tais como endosso e aval;
IV - Inclusão de indicações, informações ou de declarações referentes à operação com base na
qual a duplicata foi emitida ou ao próprio título; e
V - Inclusão de informações a respeito de ônus e gravames constituídos sobre as duplicatas.
Art. 7º A duplicata emitida sob a forma escritural e o extrato de que trata o art. 6º desta Lei
são títulos executivos extrajudiciais, devendo-se observar, para sua cobrança judicial, o
disposto no art. 15 da Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil aprovaram normas que
disciplinam as condições para a emissão da duplicata na sua forma eletrônica, bem como a
negociação dessas duplicatas no sistema financeiro em operações de desconto e operações de
crédito garantidas por esses títulos.
As regras estão disciplinadas na Resolução nº 4.815 e na Circular nº 4.016.
Esse sistema informatizado para emissão da duplicata eletrônica será gerenciado por entidades
registradoras e depositários centrais, infraestruturas do mercado financeiro autorizadas pelo
Banco Central.

15.CHEQUE – LEI N° 7.357/85


DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS
• Ordem de pagamento à vista;
• Título vinculado e de modelo vinculado;
• Título não causal (abstrato)
• Vencimento: à vista
• Não admite aceite;
• Admite endosso “em branco” ou “em preto” mediante clausula “à ordem” ou “não à ordem”
• Emitente (sacador) / Sacado (banco) / beneficiário (tomador/credor)
• Acima de R$100,00 deve ser nominativo (art.69 da LCh).
• O cheque não admite endosso-caução (art.29 da LCh)
• O cheque não admite a estipulação de juros (art.10 da LCh).

AVAL
• Vale a regra geral.
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

• O aval dado pelo sacado (banco) é nulo (art.18, par.1º da LCh)


CHEQUE PÓS-DATADO (OU PRÉ-DATADO)
• É vedado por lei (art.32 da LCh), mas amplamente admitido, razão pela qual a apresentação antecipada
do título gera dano moral (Súmula 370 STJ: “caracteriza dano moral a apresentação antecipada de
cheque pré-datado”
CHEQUE CRUZADO / PARA SER LIQUIDADO EM CONTA
• O cheque cruzado obriga a liquidação do título pelo sacado a um banqueiro ou a um cliente do sacado.
Cruzamento especial = apenas no banqueiro indicado.
APRESENTAÇÃO DO CHEQUE
• 30 dias – mesma praça (local da emissão é o mesmo da agência pagadora)
• 60 dias – praça diferente (local da emissão é diferente da agência pagadora)
• A apresentação tardia acarreta: perda da ação regressiva contra os endossantes, avalista e contra o
emitente se ficar provado que ele possuía fundos e deixaram de existir no momento do pagamento,
sem que tal fato lhe seja atribuído.

AÇÕES CAMBIAIS
Art . 59 prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração (término) do prazo de
apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro
prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em
que foi demandado.
Art . 60 A interrupção da prescrição produz efeito somente contra o obrigado em relação ao
qual foi promovido o ato interruptivo.
Art . 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram
injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia
em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.
Art . 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação
fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.

Prescrições na Lei do Cheque:


(i) 6 meses a contar do término do prazo para apresentação para execução;
(ii) 2 anos à ação de enriquecimento, após o término do prazo para a execução. (art.59)
Prescrição 5 anos –
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TÍTULO DE CRÉDITOS

(iii) ação monitória - Súmula nº 503 do STJ. O prazo para ajuizamento de ação monitória em
face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data
de emissão estampada na cártula e
(v) ação ordinária de cobrança (causal) – 5 anos, art.206, Parágrafo 5º, do Código Civil do
vencimento da obrigação.

CHEQUE SUSTADO (2 MODALIDADES) NA LEI DO CHEQUE:


1. Revogação (ou contraordem) – com razões motivadoras com efeitos após o término do
prazo para apresentação (art.35)
2. Sustação (ou oposição) – mediante aviso escrito com relevantes razões de direito
(extravio, roubo, falência do credor) com efeitos a partir da ciência do banco sacado,
mesmo durante o prazo de apresentação (art.36).
Motivo 20 - Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, furto ou extravio de folhas de
cheque em branco (este motivo exige o B. O. - Resolução nº 3.972/2011 do CMN);

Motivo 21 - Cheque sustado ou revogado (por desacordo comercial, e não precisa de B. O.);

Motivo 28 - Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, furto ou extravio (este motivo
exige o B. O - Resolução nº 3.972/2011 do CMN.).
CUIDADO PARA SUSTAR UM CHEQUE
Atenção – crime de estelionato: art.171, par.2º, VI do CP.
O cheque com o carimbo da recusa do pagamento, pelo banco sacado, supre a necessidade do
protesto em face dos coobrigados.
É imprescindível o endereço e número de documento do emitente. Em se tratando de conta
conjunta, será protestado quem assinou o cheque. O cheque tanto poderá ser protestado no
domicílio do Banco quanto do emitente.
Não é permitido o protesto dos cheques que tenham sido devolvidos pelo Banco sacado
pelas alíneas 20, 25, 28, 30 e 35 (FURTO, ROUBO, FRAUDE ou EXTRAVIO) Provimento
27/2013 TJSP, Capítulo XV, seção III, item 32.CGJ. e PROVIMENTO 30/2013 CNJ.
É vedado também o protesto de cheque devolvido pela alínea 70.
Admite-se o protesto do cheque fora do prazo de apresentação (30d ou 60d) pois serve para
produzir outros efeitos (interromper a prescrição, impontualidade falimentar).
Para protesto, é necessário a reapresentação ao banco para a liquidação. O tabelião verificará
o motivo da nova devolução (Provimento 27/2013, Capítulo XV, seção III, item 33,33.1).
DIREITO EMPRESARIAL
TÍTULO DE CRÉDITOS

As instituições financeiras devem fornecer aos portadores de cheques devolvidos pelos


motivos de falta de fundos e outras alíneas, todas as informações que permitam a identificação
e a localização do emitente, no caso o devedor (art. 6° da resolução 3.972 de 28 de abril de
2011 do Banco Central).

"CHEQUES PÓS DATADOS": cheques apresentados ao banco sacado antes da data pactuada,
não são passíveis de protesto. Proc. 32028/2009 CGJ e Súmula nº. 370 do STJ.

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