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EUDES SCARPETA FLEXOGRAFIA MANUAL PRATICO Indice Capitulo 1 — Introdugao ..... cone aia gat. carci ox gs. chap tes es eset Taio scape pn Si fre or i a A ssvatilsa sere otter toogate tit cet Btn Come cari ron Seg cana ss press Capitulo 2-0 design e a produgao gréfica. (Que cuidados 0 designer da embaiagem deve tr? ‘cor que eu vejo na tla do computador 46 a mesma que eu vou obter na impresséo? E possivel aproximar a cor que vejo no monitor eo resultado impress0?. ne tn in keri pare. (0 corpo do texto afeta a impresséo?... ‘Que cuidads se deve ter com textes negatives? ‘ual acterenca entre fontes PostScript e TrueType?. Por que as fontes PostScrit sio ‘melhores em Macintosh que em PC?. Imagem e lustragdo ndo so @ mesma coisa? (0 que 6 resolugo da imagem? Qual devo sar para imprimir em fexogratia? (Qual o melhor po de “formato” de imagem? ( que séo ilustragdes em veto bitmap? (ual a melhor? ( que 6 coor trap e para que serve? (0 que 6 um arquivo em POF. (O que 60 POF-132 (unis sos itens de um cheoktst bsico para orienta o trabalho do designer? Capitulo 3 — Pré-impresséo de flexografia 0 que é pré-impressio? ..... Oks os equpametosutizados? uns os soars uizaosnapé-inpresin? amo a inagom épreparada para ser pres? 0 qu ératiua? 0 que é quacrermi (0s ponts do rtcula possum fermats berets? {val o melhor ipo de pont para texooraa.. 0 que 6 ing do rebut? 13 14 14 18 15 15 16 18 19 19 20 23 28 8 30 31 31 32 38 34 34 35 36 a 42 2 8 A 43 44 a4 Ah nA (uais os motnoresnguos para flexogratia? 46 O que é “moire”? aaa a7 iste alguma reticula que ndo provoque o “moi ar O que 6 tneatura? eroaarcaneore ND Em que infil lineatura na reprodugdo da imagem? 4 (Qual a melhor lneatura para flexogratia. 9 (Que dizer ca porcentagem de pontos? 49 (0 que é “contraste de imagem”? 0 O que 6 “ganho de pontos”? Por que ocorre o ganho de pontos? Como se calcula 0 ganho de pont. 82 ‘0 ganho de pontos ¢ igual para cada Maquina? neon 5M ‘Camo se cotige 0 ganho de pontos? 55 Coma so felts as medidas para corregdo de ganto de pontos?, lal (gana de pants @ igual nas areas claras, médias ¢ escuras da imagem? De que forma se da corregdo do ganho de pont? nvm 65 O que 6 um densitémetro? Por que ocore a distrgéo ou aumento da imagem na flexagrati?... ‘A distorgao¢ igual para todos os clichés? (uals elementos importants de um finger rin para fexograte? 56 Capitulo 4 Clichés para impressao flexo 63 0 cue séo clei? 6 De que séo feitos? Como escalnero ipo de fotopotimero ‘ quais fatores so importantes? ‘Que métodos de eravagdo © cépia exstem?. (Qual a atura correta do grafismo em retagéo ao piso? 65 Como oe faz @ para quo serve a exposicao principal no sistema coavenciona.. 66 (Como determinar a melo exposigdo de verso e principal? 66 Para que serve a lavagem (gravagio) da chapa e que culdados se deve te? 68 ‘Que cudadas com os aches se deve ter na gravanéo quimica? 68 Para que serve e por que sio necessérios a.secagem e a establzagdo do cliché? 68 (0 que acontece se néo se esperar o tempo de estabilzagdo& @ se utllzaro cliché para imprimir? 69 ‘Como funciona o sistoma do gravagao a laser? n Resumo dos principas tos de cipiae gravacdo. 72 (Quai os contoles que se deve fazer ‘a0 receber um cliché oravaid0? an naa ‘Qual o melhor método para impar ociché durante a impressio? i 73 ‘Como se deve imparo clch® apés a impress? (Qual o melhor métedo para armazenamento do eich? Existem controles a serem feitos os clichés de um modo geral? =. ™ ‘Qual a tendéncia dos sistemas de ‘gravagao de chapas no mercado mundial, m4 Capitulo 5 - Montage de cliché e provas de impresséo vais 0s metodos de montage de ccs... (ual 60 melhor sisoma de colagem utiado hoje em gia?...79 0.qUe 6 pt F408? wenn %0 (Quai 0 pos de pla fa00? nn oo) (tipo de dupla-faceinfluencia no resultado da impresséo?... 81 Densidade é 0 mesmo que compressibiidade? nee 81 (Qual principal caracteristica ‘que uma fta dupa-face deve tor? “ 82 (Qual é, ento, 0 melhor ipo de dupla-face? vin B82 (0 que séo “sleeves” ou caMisas? oun 82 (Ouaiss20 0s tipos de camisas mats comuns no mercado?....83 ‘Ouais as vantagens e as desvantagens das camisas?. 89 ‘Quis os cuidados na escoha das camisas? 84 O que sto provas de lexograti? 35 ‘Quais os tpos de provas mais comuns e qual a methor.....86 © que é “print” Gromatine (0 que 6 0 catalogo Pantone? 86 (0 que 6 pert 1002 vo Capitulo 6 ~ Principais suportes para impressao.......91 (Quai os principaissuportes que dem ser impressns na flex09Fata?...v.sesns a (Quis as boas qualdades que os suportes devem possuir?..92 ‘Quai as principas aplicagbes do papel nos segmentos que aflesograta atende 92 O que sio plsticos?, 92 O que séo “fms tecnicos”? 92 O que séo co-extusad08? sn seenienennennennnanninnnnin O que séo laminados? 93 O que séo metalzatos?, 2 93 Por que utlizamos laminados e metaizados? 94 (Quais as propriedades do aluminio © or que é to iil em embalagons? “ 95 or que o pollster tao utlizado Hoe em da... so 98 (Quai as qualidades do poipopilon0? .ecronnnnnnnnnee 6 CO que 6 extruséo de materais pésticos? 37 (0 que 6 tratamento corona? 98 O que 6 a tensio superficial. 99 (0 que pode aetarotratamanto corona. 101 Por que o tratamento corona, tende a redui 20 fngo do tempo? 101 © tatamento pode varia em fungo da tine? 102 Rosumo do erent produtoseestrtues utilizes... 108 Capitulo 7 —Tintas para impressao 109 ‘Do questo fas a thas de texoraia. 109 que sio resinas? Quai as resinasullizadas na fexogratia? (ual a fungéo das resinas nas tintas.. O que séo vernizes?... O que séo solventes? Que tipos de solventes so utiizados nas tints exo? Propriedadesfisicas dos principais solventes grétcos. Qual o método correto para uillzego dos solvents as tne? 4 ‘uais os corres feos nos sohentes? 14 © que sio © qual afungo de pomentos@ rants? on. Como se classifica as pigmentos e quis as suas origens?..115 Resisting a ol © que 6 moagem? "W © que so adits quas os principals uiizados nas tas flo... 19 (0 que 6 viscosa? Como conto? 119 ‘© que 6 rendimento dati? 120 ‘ua 0 princiais contoesaserem feito ns filmes de tint impresses? 170 O que &tntopa. 1a (ual seria uma formutagio ‘média para tintas de flexografia?. 122, Tina base de qua e seu uso em fexogafia. N22 € possvelapicarmos tins base Aqua na ‘lexograta do banda larga para substratosplsions?.....122 (ue ditcldades podem surge quis cuidados 08 operadores deve ter com ints base 4QUE? enone 128 Poemosutizar tas @ base de gua para lamina? 123 Como fazer para acartara ca? N28 (Quais soos rs principins da co? 125, De qu forma a denstometia pode ajudar no cntoe da cor? 126 Capitulo 8 Cilindros anilox. 129 (ual a fungi bsica do anitox? 7 130 Quais 0s tipos de anilox mais comuns? 130 ‘uals os principals tpos de ase para ravagao aro equals as cferengas En 2? cvennone ST Cua stone do conte? nn 132 Porque a tneatura do rx dove ser eta? 132 OU 6 BON naa (80M é mas npr do quanta do ali? ‘uz! o &ngulo da rticla do aniox? 133 Por que se escalheu esse &ngulo? 133 Em que 0 volume de tintainfuencia a impresséo? 134 (Qual océleuo para converter BCM/poP em cm? VM? 134 ‘Como escoiher 0 anilox 134 (Quo autos fatoras dover-se levar em conta na escola do aniox coreto?. ramet 198 Lineatuas ¢ volumes recomendads para cada processo .. 136, ‘Quando utiizar roo de borracha polo sistema doctor roll... 137, Hé algum principio basico na escola do anlox?. 137 uais os métodos de impeza do clinro anx?. 1 138 Como se deve armazenar 0s clindos anilox? 138 que dizer do armazenamento das camisas nox? 139 ‘As camisas anlox so tao boas quanto os clindrs anon? 199 0 aniox sleeve pode ser recondicionade?.. 140 ‘ue tipo de anilox é mais ecomendado para grandes chapados?, so 40 Como se tere o anilox? sn VN ‘Qua sdo 0s métodos para aferigao? ut Dicas e cuidados com camisas aniox.. 142 Capitulo 9 — Impressao de flexo — Banda larga .....145, Sistemas de entintagem . 145 Sistema constutvo 146 ‘A méquina impressor. — “7 Sistema de entrada (aimentacdo) e sada. sar ios etubetes se AB Toca de bobinas 149 ‘linhadores.. 150 Controle de tensd0 manual ou semi-automatic. ow 152 Controle de tonsdo automatic, 182 Rotetes. 153 0 grupo impressor mansacesnut 155 Sistema sem-engrenagens (garless) 158 Cuidades com o sistema de entintagem 161 Cindro entintador (coctor rt). 162 ‘As races (facas) uilizadas na flexogratia 163 O cert o errado sobre as raciese sistemas de entintagem, 165 Capitulo 10 — Impressio flexo — Banda estreita e média. 1m” ‘A méquina impressora 172 Sistema de entrada (aimentacéo 172 Grupo impressor. 173 Sistema de entintagem 7 Impressoras com troca do grupo impressor 174 ‘Secagem ente-cores, estas @ exaust, 75 Secagem uitra-voita, 175 Stas do cura UN. 7 Electron beam . 10 Sistas EB piatos impresoras fxo, 182 Meio-orte ds tus... 1 Capitulo 11 — Impressao flexo - Corrugadbs.....187 Aguas deties iis ea decor 188 Tipos de pope onduado 108 Terminloia 180 Tigos de ondas Le 160 Contle da qualia do papetoendad. 190 Desameimento de embalgense stu nnn 190 Aimpresséo. 191 ‘Sistema de entrada (alimentagao). 192 Grupo inresor.. 198, Sistoma €o sd... snes 96 Capitulo 12 — Problemas comuns 1a impressao e solugées praticas 201 Falhas de impresséo, Vaviagao de registro... Tinta UW. no cura (sec). Cor lavada em relagéo 0 pacréo, 205 Fealha na sobreposigéo de tntas (rapping da tnt). 208 \ariagio da cor durante a impresséo (color shifting) 207 Variagio do passo da folocéluia... 208 Decalque... Manchas ou bores no IMpreS$0 Blocagem (blocking) Atta arranca as fbras do papel. Moiré no impresso, Riscos no impress. . Entupimento da rotcula, ‘Ganho de pont excessivo a ‘Marcas de engrenager Fotografia (fantas)... CChapatio sem cobertura ou furando. ‘Mudanga de contraste durante a produgéo, Pontos de retcula falham (missing dat). A tint perde (ou muda) a cor depois de impreSSA ono 221 Vatiagéa de COF 220 limpresslo sem briho(fosca) ~ Blushing. 228 (Cotiga de barras nao 18 228 Glossario e termos técnicos em flexografia, 225 1°Introdugao ESRPLRES) (lexografia evoluiu muito nos tiltimos anos. Mais e mais profissionais de outras dreas tm mudado para flexo. A qua~ lidade de impresso melhorou e 0 custo de fabricagao nao i2| aumentou proporcionalmente, tornando assim a flexografia forte concorrente da rotogravura em certos campos, especial- mente no segmento de embalagens flexivei Ao passo que ha este substancial desenvolvimento, material informativo ¢ cla~ 10 nao esté disponivel no mercado. Assim, este livro procura auxiliar aqueles que estio entrando no mercado e nao conhecem bem o que ¢ flexografia. Ao mesmo tempo, sera util também para aqueles que j4 possuem experiéncia, mas carecem de base tedrica “Flexografia ~ Manual Prético’ visa ajudar técnicos, vendedores, designers, gerentes, impressores, técnicos de pré-impressao, clicheristas, profissionais da rea de controle de qualidade e todos os envolvidos com esse processo de transformagao que € a flexografia a compreender esse excelente processo. Este Manual deve estar na sala de impressao, no laboratério, na sala de ven das, enfim, em todo lugar que seja de facil acesso. A recomendaciio que se faz € que empresérios, diretores, gerentes e responsdveis por empresas em geral disponibilizem tantos exemplares quanto possivel, a fim de qualificar seus profissionais e melhorar o desempenho da empresa. © Livro € dividido em partes, de modo a facilitar a localizacdo do assunto desejado e 0 rapido acesso as causas e as solugdes dos problemas em flexo- grafia. Assim, o leitor perceberd ser muito pratica a forma como foi escrito e, principalmente, sua linguagem, de facil entendimento por operadores ¢ todos que o utilizarem no seu dia-a-dia. Além disso, ha dicas de cuidados que se deve ter no desempenho das fungées ligadas ao processo de impressio, ¢ um apelo para a postura profissional de quem lida diretamente na execucio do pedido. Capituto 1 ~ mtroducao ~ 13 Charles Goodyear, 0 descobridor da vuleanizagdo da borracha, processo que viabilizou 0 desenvolvimento da fexografia Diversidade de substratos ¢ variedade de formatos sao, caractersticas do processo de impressio flexografica Como surgiu a flexografia Demorou muito depois da descoberta da vulcanizagao da borracha em 1839 pelo norte-americano Charles Goodyear para a flexografia vir a existéncia, Por volta da década de 30 do século 20 ~ isto 6, quase um século depois = a vulcanizacio ja estava bem aprimorada, ¢ a idéia de substituir os tipos méveis de chumbo, estanho e antiménio por tipos de borracha vulcanizada foi uma feliz. conseqiiéncia. ‘A primeira empresa a fazer uso deste recurso foi a Mosstype Corporation, que desenvolveu as chapas. O principio de impresséo consistia na entinta~ gem do cliché de borracha com uma tinta & base de anilina, O sistema de impressao passou entao a ser conhecido como *Processo Anilina’ ou “impres~ 0 Anilina’, pois nao tinha outro nome ainda. Em 1938, a empresa Internatio: nal Printing Ink Corporation, nos Estados Unidos, aprimorou 0 recurso para entintagem do cliché. Passaram a usar um cilindro gravado com intimeras células que retinham a tinta e a transferiam com uma dosagem mais contro- lada. Este cilindro gravado no cobre e recoberto com cromo foi chamado de Anilox e € ainda hoje vastamente usado nas impressoras flexogréficas Na década de 1930 a FDA (Food and Drug Administration), érgao do gover- no americano que controla alimentos € remédios, declarou a anilina toxica Deste modo 0 nome “Impressao Anilina’ passou a ser considerado como algo ruim, sindnimo de veneno. Na década seguinte as gréficas americanas lideres decidiram mudar 0 nome deste proceso de impressio, para que seus produtos pudessem ser mais bem recebidos pelas incistrias alimenticias da época. £ interessante que j4 se usavam muitos outros tipos de tintas para a impressio, mas o estigma da anilina persistia. As graficas abriram a oportuni- dade para sugestdes e receberam cerca de duas mil, vindas de todas partes dos Estados Unidos. Em 21 de outubro de 1952 foi anunciada a escolha: "Pro- cesso Flexogréfico” ou “Flexografia’ Caracteristicas da flexografia ‘A flexografia possui a facilidade de imprimir sobre diversos tipos de substratos e de variar 0 formato, Pode-se imprimir desde etiquetas e sacolas plasticas até caixas de papelao ondulado. A otimizacao é maior, pois, diferentemente de outros processos, como offset, a flexografia nao possui interrupcao no perime- tro do dliché colado. Assim, pode-se aproveitar melhor o substrato, 14 — FLEXOGRAFIA: Manual Pratico ~ Fudes Scarpeta Chapa flexivel, mas resistente ‘A chapa para impressao pode variar tanto na espessura quanto na dureza. Outra propriedade da chapa é o tipo de material utilizado, que pode ser fotopolimero, borracha natural ou mista, cada qual com uma finalidade especifica. Nor- malmente, para uma maior qualidade, o fotopolimero traz melhores resultados. A dureza pode variar de 25 a 40 graus Shore ‘A’, a unidade de medida de dureza de borrachas (quanto maior o valor, maior a dureza) para impressao de caixas de papelao ondulado, pais a ‘maciez" do cliché se amolda melhor a superficie irregular do material. Para impressao em substratos com superficies regulares e para se obter melhor definigao de impressao, utili- za-se dureza entre 55 60 graus Shore ‘A’. As chapas sdo coladas em cilindros As chapas podem variar ‘ou camisas apropriados chamados de “porta-clichés". Os métodos para fixaco_ laden an, pees das chapas podem variar, mas o mais utilizado é a colagem com dupla-face, uma fita espumada com adesivo em ambos os lados. Tinta liquida e de secagem rapida A tinta de flexografia é normalmente liquida e de secagem rapida, permitin- do boa velocidade de impressao. As tintas podem ser & base de solventes como alcool, mistura de solventes e gua ou mesmo de cura ultra-violeta. 0 emprego de cada tipo de tinta decorre do tipo de servico, do substrato, do equipamento, do uso final do produto. So varios os controles feitos na tinta € estes sdo considerados no Capitulo 7. Sistema de entintagem item mais importante do sistema de entintagem na flexografia é o cilindro anilox. Suas células gravadas dosam a tinta a ser depositada na superficie do cliché, Se houver pouca tinta a cor impressa poderd ser distorcida. Se houver excesso, acumularé tinta entre um ponto e outro causando manchas na ima- gem impressa. : 8 ; 0 cilindros anilox so a parte E importante ter sempre em mente que 0 controle da dosagem de tinta € fun~ jis mportantedo stoma de damental na flexografia. A tecnologia moderna permite muita variedade no entintagem em flexografia lipo e na profundidade de células, que sao escolhidas em funcao do servico a ser realizado. excesso de tinta pode gerar defeitos na impressio, como se observa na imagem da diveita Capitulo 1 ~ introducéo ~ 15 Introdugéo Impressoras para todas as necessidades Os equipamentos para impressaio podem ser organizadios em trés grandes categoria, conforme o tipo de material a ser impresso: 1) Etiquetas e rétulos (banda estreita e banda média), 2) Embalagens em geral (banda larga) e 3) Corrugados (Papelio Ondulado) Os equipamentos para impressiio de etiquetas ¢ rétulos séo relativamente pequenos e requerem apenas um operador. So diversos os tipos de etique- tas: de supermercado, para roupas, rotulos etc. Impressora tipica de banda estreita Rotulos auto- aadesivos sao ‘amplamente impressos em Aexografia 16 — FLEXOGRAFIA: Manual Pratico ~ Fudes Scarpeta ‘As embalagens sio um grande grupo: sacolas de supermercado, sacolas de papel, pape! de presente, sacos de padaria, papel de embrulho, embalagens de biscoitos, sorvetes, farinhas, laminados, longa vida, pet food etc. Impressora Flexopower {para banda larga Embalagens flexives so tum grande mercado de impressao em banda larga O grupo de corrugados ~ isto é, as caixas de papelio ondulado ~ 6 mais rrastico que os dois anteriores. Para imprimi-las, normalmente se utiliza tinta & base de dgua e impressdo em duas ou mais cores. O equipamento é alimen- lado com placas de papeldo, diferentemente dos dois processos anteriores, cujo substrato sempre entra na forma de bobina. Impressora Martin, para corrugados Grande parte das caixas de popelio ondulado so Iimpressas em flexo Capitulo 1 ~ Introdugao ~ 17 Introducéo O cliché no momento da impressdo tende a deformar As variaveis a serem controladas na flexografia Muitas sao as varidveis que interferem nos resultados da impressao em fle- xografia, A chapa, a linta, 0 anilox, a maquina, o substrato e a propria mao de-obra, para se citar apenas os principais. Naluralmente os outros proces- sos de impressao também possuem varidveis semelhantes, mas na flexografia estes so agravados por causa das caracteristicas do processo. Por ser em alto relevo e feito de borracha flexivel, o cliché obriga a um contro- le cuidadoso por parte dos profissionais em flexografia. No ato da impressdo 0 cliché entra em contato direto com o substrato e tende a deformar-se. Além disso, ao ser colado no cilindro porta-cliché, a imagem gravada na chapa de fotopolimero se deforma. Tudo isso aumenta o ganho de pontos, causando um aumento da tonalidade na imagem impressa Por ser a tinta liquida, sua dosagem deve ser feita com o minimo necessario, visto que ela pode escorrer ou entupir a imagem gravada no cliché. Além disso, deve-se controlar a viscosidade, velocidade de secagem e tonalidade. 0 cilindro anilox é fator muito importante relacionado com a tinta, visto ser 0 principal agente de entintagem. As folgas mecanicas, imprecisGes, erros de projeto e tantos outros fatores transformam o préprio equipamento de impressao em outra grande varidvel Cada impressora é tinica, com suas qualidades e seus defeitos. Na flexografia, grande parte da qualidade do impresso depende da sensibi lidade, da experiéncia e dos cuidados do impressor. Dele dependerd a entin- tagem do cliché, bem como a pressao ¢ 0 encosto micromeétrico do cliché no substrato, O impressor também decidiré que tipo de anilox usar, 0 balancea- mento dos solventes na tinta, o padrao de cor, qual o melhor dupla-face etc. Portanto, nao ¢ exagero afirmar que o investimento em treinamento técnico especializado é um dos melhores que a empresa faz. Impressora Meio ambiente Dupla-face Material Operador 18 — FLEXOGRATIA: Manual Prético ~ Fudes Scarpeta Caracteristicas do processo flexo A evolucao da Flexografia significou nos tltimos anos uma qualidade quase igual (em alguns casos) a da rotogravura, No entanto a methoria da qualida- de também cobrou seu tribute, Os clichés tomaram-se mais caros, surgiram novos tipos de dupla-faces, maquinas mais sofisticadas, tintas mais pigmenta- das e com qualidade melhor, anilox com gravacao a laser, controles automati- cos de viscosidade ¢ tantas outras melhorias. Entéo, 0 que faz da flexografia um processo competitive? Vamos ver as principais caracteristicas. aluminio e vari yeldio ondulado etc.). impresso em flexografia A flexografia disputa 0 mesmo mercado de atuagao da rotogravura © por esta razdo alguns confundem os dois processos. Mas a flexografia possui um inconfundivel squash (borrdes nas bordas de tracos e textos) caracteristico do processo, + Observe as bordas de tracos finos e textos, se tiver 0 squash, ¢ flexografia (ver exemplo abaixo). 0 squash é uma das caracteristicos que marcam ‘a impressdio flexo Capituto 1 ~ miroducao ~ 19 Introdugaéo + A maioria das caixas de papelio ondulado ¢ feita em flexografia. A excecio é feita as caixas cuja “capa” que reveste as ondas do papelio é impressa em offset para uma melhor definicao de imagem (ex: caixas de eletrodomésticos} + Grande parte dos rétulos encontrados hoje so feitos em flexografia finclusi- ve as pequenas eliquetas de precos usadas em supermercados) Caracteristicas das impressoras ‘As maquinas impresoras possuem configuragées diferentes em funcao do ipo de servico a ser realizado e da largura do suporte a ser impresso. Assim uma dlassificacao mais genérica é: 1. Banda Larga: embalagens de snacks, sacolas promocionais, biscoitos, sacos de arroz/feijao, racdo animal (pet food); 2, Banda Estreita e Média: Rétulos auto-adesivos, etiquetas; 3. Corrugado: Caixas de papelo ondulado. Assim temos: 1. Sistema satélite ou tambor central: Possui um cilindro contra-pres~ sao (também chamado de tambor central ) que é comum a todos ‘os grupos impressores @. £ mais usado em banda larga. Possui a vantagem de deixar 0 suporte a ser impresso totalmente pre- so durante a impressdo de todas as cores. Isso facilita 0 registro das cores ¢ diminui a dilatacdo do suporte. Essa estrutura ¢ indicada para impressao de plasticos, espe- ialmente polietileno e polipropileno. FIA: Manual Prético ~ Eudes Scarpeta 2, Sistema convencional ou Stack: Neste caso hé um cilindro contra-pressao @ para cada grupo impressor ®. Hé casos em que ¢ utilizado em linha com a extrusdo para imprimir sacolas de supermercado. Nao € recomendado para supor- tes que podem esticar demais, tais como polietilenos, pois 0 material é muito tensionado e as cores podem sair de regi ro. Equipamento indicado para papel 3. Sistema Modular: £ semelhante ao anterior, no sentido de que cada grupo impressor @ possui também um cilindro contra-pressio @. A dife- renga esté no posicionamento desses grupos. Enquanto no sistema stack eles ficam um sobre © outro, nas maquinas modulares 05 grupos vém em seqiiéncia, No Brasil é muito usual na indas~ tria de banda estreita que faz rétulos e etiquelas auto-adesivas. Capituto 1 ~ introducao - 21 Neste capitulo vocé vai ver: + Como funciona a produgao grafica + Quais os cuidados que o designer deve ter ao criar uma arte para flexografia + Qual a diferenca entre fontes True Type ¢ PostScrip + Qual a diferenca entre imagens em Bitmap e Vetor + Resolugo de imagem + Cuidados com trap + Importante informagées sobre PDF 2°O design ea produgao grafica or produgao grafica entende-se o proceso de criagao de um §| produto (uma revista, uma embalagem, um folheto, um antin cio impresso). Esse processo passa por varias etapas antes de finalmente chegar as maos do consumidor final. Em geral so agéncias especializadas que criam as pecas para reproducéo gréfica. Isso quer dizer as artes a serem impressas. AS gréficas jé possuem os projetos prontos de embalagens padronizados bastando apenas adaptar ao processo de envasamento (no caso de embalagens) do cliente. As vezes a propria industria de transformacao (indiisirias graficas e de embala gens) prope melhorias e/ou inovacdes nos produtos (estruturas de embala: gens) do dente. © processo de criagdo comeca na agéncia que idealiza, dentro de especifi- cacées do cliente, opges de design para que o departamento de marketing escolha. A partir de entdo passa por uma série de departamentos dentro da empresa para que o projeto seja bem-sucedido (producao, departamento legal, Desenvolvimento, etc). Dat passa-se a finalizacao das artes. As artes prontas sio enviadas a grafica e convertedores de embalagens. Esses adaptam a arte as caracteristicas do proceso de impressdo e fazem uma “prova’ (impress3o digital, normalmente em ink jet e em papel offset normal ou folografico) devolvem para o cliente conferir dizeres, dimensdes etc. Se estiver tudo ok, a grdfica ou convertedor solicitard um visto de aprovacdo nessa ‘prova". Note que, embora a “prova” possa ser colorida, o objetivo nao é fazer a aprovacao de cores, pois as cores que sairao na impressora sao diferentes das impres~ soras ink jet tradicionais. Além disso, a prova digital normalmente nao é feita com os pontos de reticula utlizadas na impressao e isso por si s6 ja fard muita diferenga no resultado final. Isso, alids, precisa ficar bem claro ao cliente. Capitulo 2 ~ 0 design e a produgio gréfica ~ 25 Dessa forma, 0 projeto de um produto envolverd Marketing, Producao, Qualidade Assegurada, Desenvolvimento, 0 Consumidor, Fornecedores, Supply Chain e Distribuigao. Ha ainda a preocupagao com o impacto do produto (especialmente no caso das embalagens plasticas) com 0 meio-ambiente. Marketing ‘Supply Chain Distribuigao DP Meio Ar Deere Projeto Grafico Safety Clearance Fornecedor Consumidor Marketing: faz e/ou orienta a criacio do design do produto grifico em conjunto com 0 esttidio, Gerencia em parceria com 0 desenvolvi- mento, os prazos de producdo em conformidade com os prazos de lancamento do produto. Desenvolvimento: Estuda e desenvolve junto com 0 convertedor (grafica) uma embalagem, por exemplo, compativel com o produto. Verifica o custo/beneficio do processo de impressio, tipo de material e dificuldades de reproducao do que o marketing e a agéncia criaram. Produgao: Avaliacao do protétipo do produto em linha de produ- cao. E importante que uma embalagem, por exemplo, tenha um bom: desempenho nas maquinas de envase. Em outras palavras, deve-se antecipar problemas. Consumidor: £ daro que nenhum projeto poderd ser bem-sucedido se nao incluir 0 consumidor. Aquele que, por adquirir o produto, dara sua aprovacio. Assim, o departamento de marketing junto com o esttidio testard 0 gosto do consumidor final. Além disso, estdo envolvidos aspectos legais como 0 Cédigo de Defesa do Consumidor 26 — FLEXOGRAFIA: Manual Prdtico ~ Eudes Scarpeta Fornecedores: As grificas ou convertedores de embalagens precisam ser desenvolvidos, quer dizer, testados e até mesmo auditados muitas vezes. No caso de embalagens alimenticias e farmacéuticas, por exemplo, © rigoroso critério com BPF (Boas Praticas de Fabricagdo) e HACCP (Analise de Perigo e Pontos Criticos de Controle) precisarao ser os pontos fortes do fornecedor. Também deve ser verificada a “capabilidade’ do processo, ou seja, se os forne cedores tém condigao técnica e espago para produzir o volume necessario ou se poderio de um momento para o outro suportar pedidos extras de ciltima hora. £ claro que tudo isso envolve também a negociagio de precos. Safety clearence: ou produto limpo e seguro. Ainda é comum muitas empre- sas ulilizarem, sem saber, insumos com risco de intoxicacao. Lm exemplo sao as tintas que podem conter pigmentos inorganicos com metais pesados como ‘© chumbo e que podem ser empregados desde uma revista infantil até uma embalagem alimenticia. © mesmo risco pode acontecer com outras matérias primas, Para assegurar que a embalagem é ‘limpa e segura’ deve-se solicitar amostra para analise dos insumos ou pelo menos um laudo do fornecedor assegurando que nao se utilizam produtos téxicos no processo. Supply chain (cadeia de abastecimento): é o processo integrado que per mite a obtengdo de recursos (insumos) basicos, e os transforma agregando valores para que possa ser entregue em forma de produtos ou de servicos a dientes que estao dispostos a pagar por este valor agregado. O supply chain também pode providenciar a escolha dos fornecedores. + Logistica: providenciard a melhor forma de distribuigao dos produtos: como entregar (paletes, pacotes, caixas etc). Também providenciaré os melhores meios de transporte e armazenamento. + Departamento Legal: Nenhuma embalagem ou produto poderé chegar a0 consumidor final com textos, imagens ou graficos abusivos, com linguagem enganadora ou que violem os Direitos do Consumidor, ou ainda omitindo informagSes importantes. £ onde entra o Departamento Legal que, 8 luz das leis, cédigos etc, dard aval ao projeto. Im ea producao gréfica ~ 27 Design Que cuidados o designer da embalagem deve ter? Muitas so as precaucdes que os criadores de design de embalagens devem ter. Como vimos, cada processo possui suas caracteristicas que devem ser res peiladas. A flexografia, por exemplo, possui caracteristicas impares, e um pouco de conhecimento facilitard a criacdo de artes proprias para reproducao. Vamos considerar os principais cuidados que a flexografia requer. Sao eles: cor, textos e imagens/ilustracdes. A cor que eu vejo na tela do computador é exatamente a mesma que eu vou obter na impressao? Nao. © que voce vé & a cor formada por RGB (red, green e blue), ou seja, 0 monitor se utiliza de luz colorida para formar todas as cores que vocé vé, processo chamado de sintese aditiva. Na impressao 0 que formaré a cor sero {intas com pigmentos que refletirdo a luz (sintese subtrativa). fee Cray Ty Goce VERIELHA WiOLETA rie tal rian) Mears ort Sintese aditiva: Sintese subtrativa: ‘como as cores sao ‘como as cores sa0 formadas no monitor formadas na impressdo E possivel aproximar a cor que vejo no monitor e o resultado impresso? E possivel sim, Porém, seré necessario a calibragio entre a impressora para provas digitais (tipo ink jet, por exemplo) e a impressao. Normalmente isso feilo dentro da empresa convertedora ou gréfica. Os esttidios, devido a distan- cia ¢ também por trabalhar com diversos convertedores, no possuem essa calibragdo. Hoje em dia hd um grande movimento do WYSIWYG que é a abre- Viacio da expresso em inglés What You See Is What You Get, que pode ser traduzido para ‘O que voce vé é o que voce tem’, no sentido de que a imagem que se vé na tela do computador jé esté com a aparéncia do trabalho final. 28 — FLEXOGRAPIA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta TEXTOS Que tipos de textos sao mais apropriados para flexografia? Quase todas as embalagens possuem textos, mas as vezes, ndo se tomam cui- dados simples para garantir a legibilidade das informacoes. Nao & qualquer tip, sari caractere ou fonte que pode ser usado sem atendo especial. Tipos com serfs (Garamond, Bodoni, Times) e fontes cursivas (Brush Script, Mistral, Park Avenue, ~ Zapf Chancery) no sao recomendaveis para flexo. Em geral, estes tipos pos- suem um grau de dificuldade na impressao por acumular tinta mais facilmente e também por falhar, quando se trata de cursivas. As fontes recomendaveis so as lapidérias ou sem serifas como a Arial, por exemplo. O corpo do texto afeta a impressao? Textos com corpo muito pequeno sao dificeis de reproduzir, porém em muitas, embalagens, e especialmente em rétulos e etiquetas, o seu uso é inevildvel. Se no der para evitar textos com corpo menores que 8 pontos, ento nao tenha diividas, utilize fontes lapidérias (sem serifas e nao cursivas). 0 italico também deve ser evitado, pois tende a afinar as linhas do texto. Que cuidados se deve ter com textos negativos? Sao basicamente dois: evitar fontes serifadas ou cursivas e tamanhos pequenos. ‘Abaixo de corpo 8, por exemplo, haverd problemas. Textos com corpos peque- nos e com serifas tendem a entupir na impressdo e a perder legibilidade. 1 | INDIC/ TABELA DE TEXTOS PARA FLEXOGRAFIA SERIFAS e Cursivas Itdlicos Aco) Corpo 12. Corpo 10 Corpo 12 Corpo 10 Textos positivos | Corpo 8 canes Corpo 8 capo s Fonte <> Conjunto das letras do alfabeto, ntimeros e sinais desenhados de modo caracteristico. Corpo &> Tamanho do texto, normaimente dado em pontos (pts). Ponto > Unidade de medida da letra. Um ponto equivale a 0,325 mm. Itdlico > Inclinagdo que se da a varios tipos de fontes. Serifa <> Tragos que fazem 0 acabamento de uma letra. Capitulo 2~ 0 design e a produstio grafic - 29 Qual a diferenga entre fontes PostScript e TrueType? PostScript é uma tecnologia que realmente fez a evolucao da escrita em todos 08 produtos grificos. Sem a PostScript, os desenhos feitos em computadores 1ndo iriam muito longe. Antes dessas fontes os designers nao tinham controle sobre © que sairia como fontes no resultado final para impressio. Por outro lado a vantagem das fontes TrueType é que sao baratas e por isso so populares. Além disso, so faceis de manejar e gerenciar. Porém, podem causar muita dor de cabeca ao Bureau ou grafica & PostScript trata os itens PostScript foi desenvolvida pela Adobe (empresa de software que publica o 3 de uma pégina como Photoshop, um dos mais conhecidos e utilizados softwares graficos). PostScript a um objeto geoméirico —_fere de outros cédigos para textos porque trala os itens de uma pagina (textos, imagens ¢ graficos) como um objeto geométrico. Quando imprime em uma impressora PostScript, sdo enviados para o sistema em forma de coman- do de textos. Estes textos contém informagSes exatamente como estao na pagina (arte). O texto recebido, entendido e traduzido por um interpretador PostScript na sua impressora. Por causa dessa simplicidade de comandos de textos e consisténcia do inter pretador de PostScript, qualquer impressora imprimir sempre do mesmo jeito a informacao. Enviando sempre a mesma informagéo Postscript para cingiienta impressoras, vocé obtera sempre 0 mesmo resultado de impressao. A infor- maco PostScript é importante principalmente quando se dara saida em filmes {fotolitos) em uma imagesetter ou CTP (Computer to Plate). Quando se utiizam eave rot texto fontes TrueType os resultados podem ser inexatos e inconsistentes (falta do Em baixo, em True Type. texto, espaco entre as letras, repaginaco, troca de letras ou fontes). Por que as fontes PostScript sao melhores em Macintosh que em PC? Os interpretadores PostScript so comuns em impresoras laser em ambiente Macintosh, mas sao menos comuns em PCs com ambiente Windows®. E evi- dente que isso tem melhorado nos iiltimos anos e muito se faz hoje com um PC, mas ainda ha problemas. A razdo é que o PC nao foi criado como uma maquina gréfica como o Macintosh, mas sim como equipamento matematico. No entanto, se vocé jé operou um Mac sabe muito bem a diferenca entre os dois. A manipulacao de imagens graficas fica muito mais simples nesses equi- pamentos. ‘Ao contrario das fontes TrueType, as de PostScript permitem um desenho con- sistente de todo o layout sempre. O que vocé vé na tela do computador é 0 que voce verd impresso nao importando qual a impressora digital, imagesetter ou CTP. Alé mesmo algumas empresas graficas nao aceitam artes com fontes TrueType por que terdo muitas vezes que refazer o arquivo enviado pelo cliente para “dar saida’ na separagao de cores. 30 — FLEXOGRATIA: Manual Pratico ~ Eudes Searpeta IMAGENS FE 010 STRAGOES Muitos nao compreendem por que uma imagem ou ilustracio que na tela do seu computador parece perfeita, mas quando ¢ utilizada em uma arte para impressao, fica “pobre", ou, como se diz, fica sem resolucao. O problema nao esta no processo de impressao. Como vimos, © que se vé no monitor nao é nnecessariamente 0 que se obtera no produto impresso, nao importando muito qual o processo utilizado (digital, offset, rotogravura ou flexografia). Imagem e ilustragao nao s4o a mesma coisa? No jargao grafico normalmente as imagens se referem a fotografias. Jé as ilus- {rages sao desenhos feitos em softwares especializados, como Corel Draw ¢ Illustrator ou algum desenho feito @ mao e escaneado, O que é resolugdo de imagem? Qual devo usar para imprimir em flexografia? 0 design grafico ndo necessita mais resolugao do que a capaci~ dade de resolucao da impressora ou do processo de impressao. Note que muitas vezes vemos imagens, fotos em sites na inter~ net que parecem perfeitas e quando tentamos reproduzir em impressora ink jet, por exemplo, ficam sem definicao. Exemplo de itustragio Bemplo «de imagem fotogrifica Capitulo 2 ~ 0 design e a producao gréfica - 31 Design Imagens em bitmap ‘ostrando 0 resultado de diferentes resolugdes 72 dpi Isso acontece porque a resolucdo do monitor é baixa quando comparada & resolugiio da impressora. Isso significa que se uma imagem que esta sendo impressa em uma impressora laser de 600 dpi também serd necessario uma resolugao de imagem de 600dpi para uma reproduco 100%. Uma imagesetter, por exemplo, pode ter uma resolucao muito maior chegando a 2.400 dpi. E claro que dependendo da configuracdo, ela pode descartar imagens acima de 1.200 dpi. Isso significa que imagens com essa resolucao sao impressas to bem quan: to. uma imagem de 3.600 dpi. Sabendo disso, ndo é necessario guardar imagens com resolucGes tao altas se forem para impressao. Apenas ocuparao espaco precioso em seu computador ou rede além do fato que quanto mais ‘pesada” a imagem mais dificil de manusear em programas de edicdo de imagens. 150 dpi 300 dpi Qual é o melhor tipo de “formato” de imagem? Quase todas as imagens digitais que sao utilizadas no computador esto no formato RGB (red, green e blue) diferentes das que serao impressas na flexo- grafia que sdo cyan, magenta, amarelo e preto ou CMYK (cyan, magenta, yellow black. O preto é representado pelo *K’ para nao confundir com o azul caso fosse utilizada a letra "B’). Alguns tipos de imagens, como as em JPG usam um tipo de compressao que aleta a qualidade da imagem. Durante a edigio ou tratamento da imagem, cada subseqiiente exportacdo de um JPG (mantendo-se o esse formato) ird degradando a qualidade Quando preparamos imagens para impressao em flexografia ou outros pro- cessos de impressao o ideal é salvar a imagem como CMYK e extensio TIFF. Esse formato que é a abreviacao em inglés de Tagged Image File Format & amplamente usado pelos profissionais graficos e designers, pois o TIFF pode ser comprimido, alterado e exportado sem alterar a qualidade de imagem e pode ainda guardar informacoes de cores. 32. — FLEXOGRAMIA: Manual Pritico ~ Eudes Searpeta O que sao ilustragdes em vetor e bitmap? O designer grafico terd duas opc6es para trabalhar sua criagdo como arquivo digital: Vetor ou Bitmap. Na tela do computador elas parecem idénticas, mas, em uma inspecdo mais acurada perceberemos muitas diferencas entre elas. Vetor As artes em Vetor so preparadas em programas de ilustragao como 0 Adobe Illustrator ou Freehand, que so baseados em cédigo PostScrip. O design grafico “plota’ pontos na sua pranche- ta digital marcando pontos. Dai ele conecta esses pontos fazendo linhas retas ou curvas. As formas sdo entéo preenchidas com cores, gradientes (para fazer degradés) ou mesmo outros padres. Se o designer utilizar softwares como 0 Illustrator ou Freehand, entiio provavel- mente a figura que criou sera uma imagem em Velor. A grande coisa sobre as imagens em vetor é que podem facilmente ser editadas por clicar nos pontos e mové-los criando outros contornos. Nao importando se a imagem é grande ou pequena ou se vocé reduziré ou ampliard, a imagem saira perfeita, sem distorcées. No entanto, como as imagens em vetor utilizam cédigo PostScript pode ocorrer que essas imagens ndo saiam perfeitas em impressoras di que nao possuem o cédigo. Um objeto vetoriat pode ser ampliad sem perda de quatidade Bitmap As artes em Bitmap escaneadas ou criadas em programas de edigao de imagens como o Photoshop sao outra opcao diferente das ima- gens em velor. Uma imagem de 72 dots-per-inch (dpi) pode parecer bonita no monitor, mas nao é boa sufi- ciente para a impressao grafica. Uma foto com resolugao de 300 dpi é 0 que se indica para imprimir em tamanho natural ou 100%. Porém se aumentar em 300% todos os pixels da imagem também aparecerdo, deixando-a com visual desagradavel e com baixa resolucao. Quando se amplia uma imager em bitmap os pinels aparece Capitulo 2~ 0 design e a produto gréfca - 33 Design Qual a melhor? 0 ideal é que © designer grafico procure criar imagens em vetor sempre que possivel, pois sao mais faceis de manipula. No entanto se for uma fotografia, entao nao haverd escolha, pois essas imagens so sempre bitmaps. Mas nao tem problema se vocé sempre procurar trabalhar com 0 maximo de resolucao para garantir a perfeita reprodulibilidade da imagem impressa nos diferentes sistemas de impressio. O que é color trap e para que serve? Depois dos filmes produzidos, as cores impressas precisam ser alinhadas (registradas) com precisao. Se as cores nao estio alinhadas corretamente na pagina, espacos em branco podem aparecer entre as cores que esto jun- las. Este problema é chamado de “fora de registro" e pode deixar o visual da impresso muito ruim. Isso acontece porque, dependendo do tipo de impres- sora, ou mesmo do lipo de processo de impressio, varios fatores (maquina, cilindros, camisas, material, entre outros) podem fazer com que as cores nao se encaixem. Assim, para prevenir possiveis variagGes 0 operador experiente utilizard um recurso chamado de color trap. Por exemplo, 0 circulo cyan esta regisirado com o magenta de fundo. Dai separam-se 0s filmes/clichés em dois: um para o cyan e outro para 0 magenta. Porém, se nao houver um recurso de trapping, qualquer variagao mostrard 0 desencaixe. Original Filmeicihé Filmescliché do cian do magenta Note na figura que, sem o trap, quando aparece a variacao, cria-se uma drea branca, € onde se aplicou recurso de trap nao ha o circulo, embora haja a mesma variacao. £ claro que sao necessarios cuidados para utilizar 0 recurso, especialmente levando em consideragao as cores. Variagio Voriagao sem trap com trap 34 — FLEXOGRATIA: Manual Prético - Eudes Searpeta Outra forma de se evitar (ou esconder a possivel variagao de registro) é quan- do em embalagens ha mais de duas cores. Dai deve-se engrossar as linhas de contomo que esconderdo o problema, caso ocorra na impressao (veja figura abaixo). Linhas grassas ajuda a esconder (0 “fora de registro” O que e um arquivo em PDF/X? ; PDF/X & um subconjunto de especificagdes que ¢ a sigla do inglés “Portable Document Format" (PDF) foi desenvolvido pelo comit técnico de artes graficas (Committee for Graphic Arts Technologies Standards - CGATS) e esté sendo padronizado como norma internacional 1SO pelo ISO/TC 130. Adobe | © formato é baseado no PDF da empresa Adobe (a mesma que criou 0 Photoshop) ¢ serve para enviojtroca de documentos digitais com anotacies ou nao, de trabalhos prontos para a impressao inclusive com informagées de cores, texto etc. O que é o PDF/X-1a? PDF/X-1a restringe © contetido em um original no formato PDF que nao sirva diretamente a finalidade da saida de alta qualidade da producao da copia para impresso, tal como anotagées, ages de Java, ¢ multimidia inseridos. O PDF/X-1a elimina também os erros mais comuns na preparagdo e envio digital das artes. De acordo com um estudo da GATF (Graphic Arts Technology Foundation) conduzido em janeiro 2002, os erros mais comuns em arquivos PDF eram os seguintes: + Fontes de textos nao incluidas. + Erros de cores. + Perda de imagens. + Caracteristicas de overprint e trapping Ja quando se prepara um documento em PDF/X-1a 0 arquivo garantiré que esses erros nao acontecam porque ao imprimir em PDF o software (Acrobat Disiiller®) tem como padrao confirmar que: + Todas as fontes e imagens devem estar incluidas. + Todos 0 elementos so codificados como CMYK. + 0 arquivo também deve ind + Outros itens importantes Capitulo 2 - 0 design e a producio gréfica ~ 35 WO CD ER DCE EG DESIGN PRE-IMPRE 36 — FEXOGRAHA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta AXOGR APIA IMP RE: SSAO S Capitulo 2-0 designe a producio gratia - Quais sdo os itens de um checklist basico para orientar o trabalho do designer? Para evilar erros de projeto, o profissional de design pode seguir um checklist com diversas informacées importantes. Preparei um com itens que devem ser lembrados, Alguns sao considerados em capitulos especificos do livro. Outros vocé mesmo poderd colocar conforme as caracteristicas do seu trabalho, Conforme vimos também, se voce ulilizar o PDF/X-1a terd seu trabalho facil lado, pois ele conferird todos os itens que sao necessarios para a reproducao Design ir seu documento (arte) 2 0 resultado do layout & 'yoos esta esperando. Se ndo (L)Salvar seu documento para ‘tras odigdoe. Salvar om estagios Gierentes¢, claro, na versa0 final _ tados polo seu cliente quando Ihe \ encomendou esse trabalho. grifica de alta qualidade. LAYOUT Cconteriu todas as medidas ‘a embalagem incluindo 0 passo da foto-célula ¢ 0s critérios para insoredo do cédigo de barras? Lembre-se: quando a impressao 6 fem flexografia, o posicionamento do cédigo de barras possul menor distoredo no sentido longitudinal da impresso. (10s elementos que serao “san- grados” quor dizer, cortados na borda da arte atravessam Smm além da marea de corte? (Ti Nenhum elemento importante do projeto termina dentro de Smm da borda da corte? RES C1 Todas as cores foram criadas ‘ou convertidas como CMYK? (Todas as cores juntas (CMYK) ‘nO total somam no maximo 270%. er BY) 38 — FLEXOGRAMIA: Manual Pratico - Eudes Scarpeta FONTES nnd documento? As tontos sao legives © foram evtadas cusivas e serfadas? IMAGENS (Todos os arquivos de imagens eto presentes. L) Todas as imagens foram salvas ‘Gomo TIFF? Nenhuma imagem foi Salva como GIF ou JPEG para néo. orm a degradagao da cor ou Fesolugao através da compressao? CNeniuma imagem ou usta: (fo possul linhas finas menores que 025 pontos que s80 de df Teprodugso em flexogratia? As imagens fotogrtions fora salvas com pelo menos 300 dpi (dots per inch) no tamanho origin Ctustragses a trago (tipo bioo pena) foram escaneadas com fgdo entre 800 e 1200 pp (pels per inch). i (Ui meios tons (imagens as) que foram escaneadas foram devidamente feitas de tal forma qui nndio causem “moiré” no resultado final de impressao. ia Neste capitulo vocé vai ver: + Como funciona a produgao griifica * Quais os cuidados que o designer deve ter ao criar uma arte para flexografia + Qual a diferenca entre fontes True Type e PostScrip + Qual a diferenca entre imagens em Bitmap e Velor + Resolugiio de imagem + Cuidados com trap + Importante informagoes sobre PDF 3° Pré-impressao de flexografia a reproducao grifica é fundamental 0 uso de reticulas. Toda imagem que possui variacdo tonal (observe a imagem abaixo) necessitard ser decomposta em pequenos pontos que chama- mos de reticula. Esses pontos variam em freqiiéncia ou tama- nho, produzindo com isso uma imagem de graduagao tonal. Capitulo 5 ~ Pré-impressio ~ 41 '-impressGo Pré- O que é pré-impressao0? Costuma-se designar pré-impressdo (prepress) todas as operacdes que si necessérias para a preparacdo da imagem, gravacao dos clichés e verificacéo da qualidade do mesmo por meio de provas digitais ou analégicas. ‘A pré-impressio serve para preparar todo o processo que envolve a confeccao da imagem, filmes, provas digitais ou analégicas e clichés. No entanto, é mais comum que a pré-impressdo seja entendida como sendo apenas a érea que possui os computadores, scanners, imageselter etc. Quais os equipamentos utilizados? Uma configuracdio tipica de pré-impressao possui computadores (normalmen- te a preferéncia é pela linha Macintosh), Scanner, imagesetter e uma processa dora de filmes, Computador Apple Mactonsh C5 am Scanner Epson Perfection 4990 Photo Imagesetter Avantra 44 42 — FLEXOGRATIA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta Quais os softwares utilizados na pré-impressao? Sd quatro os principais softwares para editoracdo eletrénica: 1) Editores de Textos (Microsoft Word, Word Perfect, Word pro), 2) Tratamento de ima~ gens (Photoshop, PhotoPaint, etc), 3) llustragdes (Corel Draw, Illustrator) e 4) Paginacao (Art Pro, In Design, etc). Na pratica os editores de textos so pre- teridos pelos softwares de paginacdo e o software da Esko-Graphics. Outro software utilizado especificamente para a flexografia ¢ o FlexoCal que corrige os possiveis ganhos de pontos antes da gravacao do cliché. Hé, no entanto, sofwares especializados para a drea de embalagens que facilitam a montagem do layout, corrigem ganho de pontos e preparam a imagem para dar saida, quer dizer, para cépia digital ou simplesmente para fazer os fotolitos. = = 5 ARS Softwares especialistas para corregiio de imagem em flexografia Software da Fsko-Graphics Como a imagem é preparada para ser impressa? Toda imagem necessita de uma prévia preparagdo de cores. No caso da ima- gem fotografica é necessério reticulé-la, ou seja, decompé-la em milhdes de elementos que chamamos de pontos de reticula. No caso de tragos ¢ linhas isso nao é necessario. Imagens fotograticas possuem variagdes de fons O que 6 reticula? So 0s milhdes de elementos que compdem a imagem. A reticula é necesséria para que possamos visualizar uma imagem fotografica na impressao. So 05 pontos da reticula maiores e menores que dao a ilusdo de areas claras e escu- ras de uma imagem. Em dreas claras os pontos so menores. Em areas escuras os pontos sao maiores. Pontos de meio-tom (como também sao chamadas as reticulas) so normal- mente quantificados pela porcentagem da drea que cobrem. Isto é necessario para permitir 0 depésito de diferentes quantidades de tinta que reproduzem as variagdes tonais da imagem original Capitulo 5 ~ Pré-impressto - 43 0 olho humano, a certa distancia, tem uma ilusio de variacdo de tonalidade, pois nao pode perceber os milhdes de elementos (pontos) que compées a reti- cula, Faca o seguinte teste com a figura abaixo: primeiro olhe de perto e depois a coloque a uns trés metros de disténcia. Notou que & distancia a imagem suaviza? Na realidade olho humano tende a agrupar os pequenos pontos da reticula dando a ilusdo de uma fotografia *ré-impressdo < O que é quadricromia? Uma imagem fotografica colorida 6 decomposta em quatro cores basicas: ‘Amarelo, magenta, cyan ¢ preto. Dai © termo quadricromia. Quando se usam duas cores: bicromia; trés cores: tricromia e assim por diante. Acima de quatro cores usa-se normalmente o termo policromia. Os pontos de reticula possuem formatos diferentes? Sim. Os pontos mais comuns em produtos impressos em geral sao as reticulas ‘geomeétrica e estocastica e de ponto quadrado, redondo e eliptico. Qual o melhor tipo de ponto para flexografia? 0 melhor tipo de ponto para a flexografia é 0 redondo. A vantagem 6 que nas reas de 50 % de imagem nao ha o encontro dos pontos e isso fatilita a impres- 0 nao permitindo 0 entupimento da reticula pela tinta. O mesmo nao ocorre com pontos quadrados e elipticos cujos vérlices se encontram prematuramente facilitando assim o entupimento da reticula. 44 — LEXOGRATIA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta Ponto Redondo Ponto Eliptico Ponto Quadrado Ponto geométrico ILUSTRAGAO (oro UNI Ulel-) Constituida por pontos exata- mente quadrados. Esta forma de ponto oferece uma boa ‘combinago de rendimento tonal e definigao de deta- lhes, tendo a porcentagem do onto facilmente determinada. Contudo, devido a unido simul- ténea dos quatro vértices do onto ha um maior entupimen- to da reticula no cliché flexo. Deve-se evitar esse tipo de onto na flexo. Ponto de dificil reproduco visto que as olipses (cantos dos pontos) na diagonal se ‘tocam em baixas porcenta- gens. Isso cria um actimulo de tinta entre os pontos que torna a impressao propensa a bor- 16es e entupimento na impres- ‘so. Nao é recomendado para flexografia. Esta reticula compensa par- cialmente o actimulo direcio- nal da tinta e 0 conseqiiente aumento dos tons. Nao ofere- ce riqueza de detalhes, mas 6 © ponto que melhor se adapta a flexografia, pois ameniza 0 problema de acimulo de tinta entre os pontos de reticula durante a impressao. ou de linhas Se Composto de linhas que aumentam ou diminuem a lar- gura. Em areas claras, linhas mais finas. Em areas mais escuras, linhas mais grossas. Utifizado por algumas empro- sas, este ponto dificulta a and- lise visual da imagem e facilita © entupimento da reticula do cliché. Nao é recomendado para flexografi Capitulo 5 ~ Pré-impressio ~ 45 O que é Angulo de reticula? Fm proceso que envolva duas ou mais cores sobrepostas de reticulas é neces- sdrio que estas mantenham uma distancia de pelo menos 30° uma da outra. Observe na imagem abaixo como cada cor se comporta. Caso nao se respeite © angulo, ocorrerd 0 “moiré’ (Ié-se moaré) -impressdo Angulacdo padtrao do processo flexogratico Angulagto padrto do processo offset Quais os melhores Angulos para flexografia? Pré- Diferente de outros processos de impressao, a flexografia utiliza Angulos pré- prios pesquisados para obter melhor resultado de impressao. Assim uma tipica selegao para flexogratia é: Angulos recomendados a flexografia Cyan - 7,5° / Preto — 37,5° / Magenta ~ 67,5° / Amarelo - 82,5° 46 — FLEXOGRAFIA: Manual Pritico ~ Eudes Scarpeta O que é “moiré”? 0 “moiré" é um efeito xadrez que ocorre na imagem quando os angulos da reticula esto em menos de 30°. A tinica excecao é 0 amarelo que permite uma inclinagao de 15° (por ser uma cor clara, © moiré nao € perceplivel). Imagem com moiné Imagem sem moiné Existe alguma reticula que nao provoque o “moiré”? Fxiste sim. Chama-se reticula “estocéstica’ ou “FM Screen' (reticula de freqiién- cia modulada). Nesse caso © que varia na imagem nd ¢ o lamanho do ponto, mas sim a freqiiéncia (quantidade) dos pontos. Em areas escuras hd maior concentragao, em dreas clara flexografia é que facilita © entupimento da reticula na impressao. Uma alter nativa € 0 uso de retfcula hibrida, quer dizer, em dreas de 3% & 10% utiliza-se estocéstica. Acima disso, reticula convencional menor concentracao. © problema de seu uso na Capitulo 5 ~ Pré-impressao ~ 47 O que é lineatura? Pode-se definir lineatura como: ‘a quantidade de linhas de pontos existente em um centimetro ou polegada linear’. Existem reticulas de diversas lineaturas e sua escolha dependerd do tipo de suporte a ser impresso (papel, papelio, plasticos, aluminio ele), e das caracte- risticas de reproducao do processo em que serao confeccionados os clichés. Veja abaixo exemplos de utilizagao de lineaturas: 80 I/em: Apresenta riqueza de detalhes finos para trabalhos de reproducao artistica em papel brilhante ¢ liso, Aplicado aos processos de impressao offset ¢ rotogravura. s 3 5 z 60 I/em: Apresenta lambém resultados bons nos detalhes e pode ser empregado em papel mais poroso. Para offset, roto e flexo banda estreita 48 a 52 I/em: Alguns trabalhos em flexografia ja so realizados nesta lineatura, Porém, exige bom controle do proceso. 36 I/cm: Muito ulilizado em flexografia, pois nao entope a reticula com facilidade, Por outro lado perde muito nos detalhes da imagem. 25 I/em: Lineatura pouco utlizada pois possui baixa defini 10 de imagem 48 — FLEXOGRANIA: Manual Prati a ~ Eudes Scarpeta Em que influi a lineatura na reprodugao da imagem? A lineatura € dirctamente responsavel pela definigao da imagem, Lineaturas mais altas resullam em maior definicao; lineaturas mais baixas tém menor defi- nico, No entanto ¢ preciso ter cautela visto que na flexografia lineaturas mais allas podem significar maior entupimento e dificuldades de impressao. Qual a melhor lineatura para flexografia? Isso depende do segmento, tipo de servigo, maquina, anilox e outros fatores. No entanto, ha um parametro médio utilizado no mercado brasileiro, conforme segue: © Papelio ondulado: 25 a 34 linhas/em = lineaturas mais baixas para maquinas com menos recursos ¢ lineaturas mais altas para mdquinas mais sofisticadas, © Banda Larga (Embalagens flexiveis): 36 a 42 linhas|cm. © Banda Estreita (Etiquetas e rétulos): 46 a 60 linhas/cm. Geralmente utilizam-se lineaturas mais altas para impressdo com tinta UV. £ evidente que esses pardmetros podem variar bastante conforme os recursos de maquinas, tintas, clichés etc Que dizer da porcentagem de pontos? Porcentagem de pontos é a quantidade de area impressa em relacdo as dreas nao impressas de uma imagem. A porcentagem varia entre 1% a 99% onde 100% 6 considerado um fundo chapado. Capitulo 5 ~ npressao - 49 -impressao Pré- O que é “contraste de imagem”? O conceito de contraste é interessante, pois nem todos os profissionais da area se acostumaram a enxergar a imagem com variages tonais diferentes entre as reas claras, médias e escuras de uma fotografia Em linguagem simples podemos dizer que contraste é a diferenca entre as reas daras, médias e escuras de uma imagem. IMAGEM [EDM ere ie bi COMENTARIOS © baixo contraste se caracteriza pelo “achatamento” da imagem, quer dizer, as areas claras (mi mas) subiram e as dreas escuras (maximas) baixaram. Esse proble- ma é comum nas imagens flexo. Geralmente no momento do retoque no arquivo digital, 0 operador tende a subir as minimas, pois essas areas so dificeis de gravar. G [= = i} i 2 BS % 9 os . S 5 3} No contraste ideal, as areas claras, intermedidrias e escuras estao equi- libradas permitindo a boa visualiza- gao da imagem com suas nuances depois de impressa. Naturalmente algumas imagens ja sao criadas com deficiéncias de contraste. Nesses casos 6 necessario observar 0 que o cliente final deseja. Alto Contraste Quando o contraste é alto, as areas de maxima ficam muito altas e as Areas de minima (claras) ficam muito baixa. Acontece entao o que na flexo chamamos de “furar” a imagem, quer dizer, ndo ha pontos para impr © resultado depois de impresso é desagradavel a vista. Ja nas areas escuras os pontos se “juntam” chapam. Em ambos os casos se per- dem os detalhes da imagem. 50 — FEXOGRAMIA: Manual Prético ~ Eudes Scarpeta O que é “ganho de pontos”? O ganho de pontos pode ser entendicdo como aumento fisico, em nivel geomeétrico ou éplico, de cada um dos pontos de reticula correspondente a uma imagem. Dentre os varios processos de impressao, a flexografia ¢, simullaneamente, 0 que mais cresce e um dos que mais evoluiram tecnologicamente. Entrelanto, apesar de toda a evolucdo lecnolégica, dos grandes processos de impressio, é aquele que mais apresenta restrigdes técnicas, exigindo grande nivel de conhecimento em todas as fases do processo para oblencéo de uma boa qualidade de impressiio. 0 primeiro passo para a obtencdo de uma boa qualidade de impressao 6 0 entendimento da chamada Curva de Reprodugéo. Come todos os processos de impressao, a flexografia possui uma curva carac- {eristica de reproducao, que em termos mais amplos, relaciona a porcentagem de ponto de uma drea do original (geralmente na midia eletrénica) com resultado final impresso. Por que ocorre o ganho de pontos? ‘A flexogralia € um dos processos de impressao cujo ganho de pontos é mais acentuado, Alguns fatores colaboram para esse ganho excessivo: cépia do dich@, fotopolimero muito macio contra uma superficie de contra-impres- so dura, tinta liquida, ajuste de impressao que depende em grande parte da habilidade do operador, excesso de pressio, escorregamento do ponto por erro no didmetro primitive, rejeicao da tinta pelo substrato ou por outra tinta (especialmente em tintas UV) A partir do entendimento das deformacies sofridas pela imagem durante as varias fases do processo de impressao, é possivel estabelecer mecanismos de compensagao, que mesmo nao sendo capazes de levar a imagem impressa a ser reproduzida de maneira idéntica aos originais, compensam grandemente as deformagdes, Principio do ganho de ponto cliché x impresso: er o = ganho de ponto substrato © ganho de ponto acima demonstrado &, em esséncia, 0 ultimo dos varios ganhos possiveis. Capitulo 5 ~ Pré-impressao ~ 51 é-impressao Durante 0 processo de impressio, a tinta na superficie do ponto é comprimida contra a superficie do substrato apoiado no tambor central ou contra-pressdo. Uma ver que o substrato, especialmente os filmes plasticos, nao é capaz de absorver a tinta, a compressdo desta entre duas superficies nao absorventes gera uma fuga da tinta para a periferia do ponto. Este fendmeno conhecido por ‘squash’ resulta em uma forma caracteristica de ponto impresso, demonstrado na figura abaixo. real didmetro de ponto magenta, oresiltado ° o efetivamente impresso ©o : oY. °° o* Oe aoe © A ° 38 ° e Exemplo de ponto OH caracersico da 10 OF ace _ & Abaixo 6 apresentado um diagrama representativo do ganho de ponto ¢, em seguida, a andlise matemdtica do ganho de ponto, com exemplificacao para maior entendimento. £ recomendavel para as empresas de flexografia disporem de lentes de aumen- to com escala de leitura capaz de medir os pontos, uma vez que a anélise geométrica do ponto demonstra uma série de defeitos. @ ©... @® Como se calcula o ganho de pontos? Ponto impresso Avaliando-se os pontos do cliché e do impresso acima temos: Cliché: Impresso: % de ponto=? @ do ponto= 130 Lineatura= 54 V/cm Por definicao, a % de ponto é: % de ponto=? © do ponto= 160 Lineatura= 54 l/c Area do ponto/area do médulo Médulo: Total de y2 do ponto de 100% e, 52. — FLEXOGRAFIA: Manual Pritico ~ Fudes Scarpeta Médulo = (Iem/lineatura (I/cm))? Como 1 cm = 10.000p; Médulo = (10000/LPc)? = Xp? Assim sendo, para o ponto do cliché temos: ‘Médulo (M) = (10000/54)* M = 34294 ye Area do ponto no cliché (rea de um circulo}(Ap) = xr? Ap = 3,14159 x (130/2)2 AP = 15273," Portanto, a porcentagem de ponto para o cliché sera: Sepc = Ap/M; ope = 15273 w/342944e ypc = 38,7% mesmo médulo vale para 0 ponto impresso, visto que © médulo esta atre- lado a lineatura. A rea do ponto sofreu um acréscimo devido ao ganho, assim sendo, a nova rea do ponto sera: Ap =3,14159 x (160/2)2 AP = 20106,2 9% ponto impresso (%pi) = 20106u2/5429442 opi = 58,6% Ganho de ponto: O ganho de ponto de impressao (GP!) sera: GPI =( (Yopi - Yopc)/%pe)* 100: GPI = ((58,6-38,7)/38,7)"100 GPI = 51,42% Portanto o ganho de ponto de uma drea de média baixa (39% de ponto) foi de aproximadamente 50%, o que pode ser considerado muito elevado para a flexografia atual, onde se esperaria em um bom processo convencional ou Olec (cépia com luz puntiforme) no maximo 30% de ganho e no laser praticamente nenhum ganho. ‘Abaixo segue uma tabela demonstrativa de diversos diametros de ponto e sua porcentagem correspondente em algumas lineaturas usuais Capitulo 5 ~ Pré-impressao - 53 Dn-devees Pré- -impressdo COMPARATIVO DE DIAMETRO DE PONTO PARA DIVERSAS LINEATURAS Como se nota, nas lineaturas menores temos uma faixa ampla de didmetro de ponto para trabalhar, © que ja € muito mais restrito nas maiores lineaturas. O ganho de pontos é igual para cada maquina? Nao. Conforme vimos, cada parte do processo flexo faz com que varie o ganho de pontos. Assim, é necessario fazer uma avaliagdo personalizada por maquina 54 — FLEXOGRAFIA: Manual Pratico — Eudes Scarpeta Como se corrige 0 ganho de pontos? A primeira coisa que se faz é levantar a curva de reproducao. Isso é feito por se imprimir um “Finger Print” que é uma coletdnea de imagens, reticulas, textos, tracos e meios para fazer andlises densitométricas do impresso (ver nas paginas 58 e 59), Além disso, pode-se também fazer uso de um cilindro de banda (veja capitulo sobre Anilox). Como sAo feitas as medidas para corregao de ganho de pontos? O ganho de ponto pode ser medido pela utilizagao de um densitémetro eo impresso com os respectivos campos de analise contides no Finger Print ou em uma tira de controle. O ganho de ponto é medido nas dreas sélidas de impressaio enas dreas reticuladas, onde o densitémetro faz uma relacdo entre a luz inciden- te ea luz refletida sobre a impressao. O resultado obtido é em porcentagem. O ganho de pontos é igual nas areas claras, médias e escuras da imagem? Nao. Conforme o exemplo matemético citado anteriormente, em geral o ganho de pontos é menor nas areas claras e escuras. As dreas médias so as que possuem maior ganho de pontos. Isso se di por que os pontos nessas dreas tendem a acumular mais tinta De que forma se da a corregao do ganho de pontos? Os densitémetros atuais possuem programas internos que efetuam auto maticamente os cdlculos de ganho de ponto. A medicao é feita em ‘steps" apropriados (5%, 10%, 25%, 50% e 75%). Dai entao se utiliza esse dado para corrigir ou compensar a curva de reproducio antes de imprimir, no software de preparacdo da imagem. O que é um densitémetro? Sao instrumentos que medem a luz transmitida ou refletida. Um densitémetro de reflexao ¢ utilizado como instrumento de controle para verificar a uniformi- dade e consisténcia das cores de impressao. O densitémetro de transmissao é utilizado para analisar a densidade do fotolito, nt de nan ingress 6h} —> Canad ops amo de pario ne imei (3) —e Densitémetro de Reflexdio Capitulo 5 ~ Pré-impressao ~ 55 ré-impressGo Pi Por que ocorre a distorgao ou aumento da imagem na flexografia? Normalmente a c6pia do cliché ¢ feita em maquinas planas. Porém quando 0 cliché pronto ¢ colado no cilindro porta clichés ele sofre uma distorcdo natural do fotopolimero. Dessa forma, um circulo perfeito, se nao for corrigida a dis torgao, serd impresso oval, A distorcdo é sempre no sentido longitudinal, nao havendo necessidade de distorcer ou corrigir lateralmente a imagem. eee, 11100:100 chpa de fotot0po- mero descansa em wma superficie reta, a parte de cima do cliché & ‘sua base sdo do mesmo tamanho (xy). Porm, quando o cliché é colado na camisafcitindro, a super- fice estica pois a distancia do cen- tro até a base e a drea de impres- do sdo diferentes (yd>xd) xd A distorgao é igual para todos os clichés? Nao. Clichés com espessuras menores distorcem menos. Clichiés mais espessos distorcem mais. Este, inclusive é um fator a ser levado em conta no momento da compra de uma impressora. Quais os elementos importantes de um finger print para flexografia? O Finger Print (literalmente impressdo digital) possui diversos elementos gréficos que podem indicar por meio de andlises densitométricas a curva de reproducao de cada impressora. Para cada sistema de impressdo (Banda larga, estreita e corrugados) possui um tipo diferente. Porém, um elemento que nor ‘malmente falta é o uso de chapados ¢ reticulas em um mesmo Finger Print. Isso € importante para aqueles casos em que se utiliza reticula e chapados combi- nados. Veja os detalhes num exemplo de Finger Print nas paginas seguintes. 56 — FLEXOGRAFIA: Manual Prético ~ Eudes Scarpeta is 4 arquivo para evi 8 cc ama de straga0 C7002 Ce : ra primeira com OS cconvertidos em curvas © 8 versies: fas, o ideal é enviar Junto outro pots poder carer problem genois perfeita, ainda assim arqul 12s sit, Salve a imagem er om) oe voce Fonte: Clit Pre-impressao os SS ee _on on J ff) 85 LPI/34 LPC ‘ J f= , He Seeeeae... eee 58 — FLENOGRAFLA: Manual Pratico ~ Fudes Scarpeta (100 LPI/40 LPC) a4 ~ ‘SE @ a . \ # a Printing test form for flexo 5 Asshi gaa Seen... Capitulo 5 ~ Pré-impressao - 59 Neste capitulo vocé vai ver: + Caracteristicas dos clichés para flexografia + Quais os principais métodos de gravagao de clichés + Cuidados com os clichés durante o processo de gravacio + Gravagéo @ laser de polimeros + Cuidados com 0 manuseio 4¢Clichés para impressao flexo cliché de flexografia possui as areas de impressdo em alto relevo, quer dizer, a imagem destaca-se acima das dreas de ndo-impressdo. Varios so os cuidados relacionados ao cli ché. Abordaremos os principais cuidados relacionados ao de fotopolimeros, que, no Brasil, é largamente usado nos varios segmentos de flexografia Cc B A: Espessura Total da Chapa B: Altura do Piso C: Altura do relevo Capitulo 4 ~ Cliches ~ 63 Clichés lichés feitos no sistema convencional utilizar fotolitos O que sao clichés? So formas (matrizes) de impresstio que reproduziro sempre a mesma ima gem. No entanto, com o decorrer da tiragem hd um desgaste ¢ isso pode alterar a imagem. De que sao feitos? No passado recente usou-se muito a borracha natural, borracha sintética ea mista. No ramo de papelio ondulado ainda se utilizam mantas de borrachas entalhadas para servicos de tracos e letras grossas. Mas o tipo de cliché mais, utilizado hoje em dia é © fotopolimero. Os fotopolimeros so monémeros compostos de metacrilatos, fotoiniciadores e outras substancias quimicas que estdo depositados sobre uma base de poliéster. Assim, ele possui alta estabili- dade dimensional e uniformidade de espessura, Como escolher o tipo de fotopolimero. e quais fatores sao importantes? Aescolha do fotopolimero levaré em conta 0 tipo de trabalho a ser executado, maquina, etc. Sao trés 0s fatores para a escolha: 1) Espessura_do fotopolimero: Existem varios tipos de espessuras e 0 que determinard seu uso sera o tipo de impressora, quer dizer, o didmetro pri- mitivo das engrenagens projetadas na fabricagao da maquina, As espessu- ras mais comuns sao: 0.76mm; 1.14mm; 1.70mm,; 2.84mm; 3.18mm; 3.9mm e 5.00mm. A espessura influencia diretamente no ganho de pontos ¢ na 64 — FLEXOGRAMA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta deformacdo da imagem. Quanto maior a espessura maior a deformacao. Dé preferéncia para clichés com 0.76mm de espessura na compra da impres~ sora visto que facilitam o controle da curva de reprodugao da imagem. O inconveniente é que requerem muito cuidado durante a gravacio, pois as escovas gravadoras podem facilmente remover pontos de reticula. 2) Dureza: Os clichés podem variar entre 25° a 85° Shore ‘A’ (normalmente as chapas mais finas possuem durezas mais altas e as mais espessas durezas menores). Clichés muito macios podem deformar a imagem no momento da impressdo. Os clichés mais duros tendem a ndo transferir perfeitamente a tinta de impressdo. Durémetro verifica ca dureza da chapa 3) Resisténcia do polimero: Normalmente a tinta determina o tipo de resis- téncia que o cliché deverd ter. Tintas com cura ultravioleta (UV) necessitam de fotopolimeros com resisténcia especifica. © oz6nio (0,) liberado pelo {ratamento corona também deve ser levado em consideracao se 0 uso for perto dessas fontes Que métodos de gravacao e copia existem? Gravagao convencional com fotolito: ainda é 0 processo mais utilizado. Um filme negative colocado na superficie do fotopolimero depois que mesmo recebeu uma exposicao com luz ultravioleta pelo verso para definir © ‘piso’, isto 6 a base de ndo-impressdo do cliché. Da-se entio a exposicio principal no mesmo equipamento com o fotolito, As areas de imagem que estéo transparentes no filme negativo (fotolito) permitem a passagem de luz que polimeriza os mondmeros do fotopolimero. Posteriormente o cliché sera ‘lavado" com produtos quimicos que removerdo as dreas que nao receberam luz. As que receberam luz foram endurecidas e nao serao removidas. Depois 0 liché vai para uma estufa de secagem com uma temperatura de 60°, onde permanecerd por cerca de 1 hora. No entan to ainda € necessario um tempo de descanso que poderd variar de fabricante para fabricante de fotopolimero. Por fim 6 dada uma exposico com luz especial (chamada de germicida) que eliminard a pegajosidade caracteristica do diché e o deixar pronto para a impressio. Outra opcao 6a utilizacao de luz puntiforme para a copia, visto que a preciso é muito maior Equipamento de épia convencional Capitulo 4 ~ cliches ~ 65 és Clid LUZ ULTRA VIOLETA FILME NEGATIVO FOTOPOLIMERO Qual a altura correta do grafismo em relagao ao piso? Isso depende da espessura e também do tipo de servico que normalmente a empresa executa. Apesar disso, a tabela abaixo traz valores interessantes que podem servir de referéncia: 48V/cemou 60 I/em ou 120 Ipi 3% | 150 Ipi 3% 06 0,5 Como se faz e para que serve a exposic¢ao principal no sistema convencional? A cépia com filme negativo ‘mate’ (fosco no lado da camada do filme) é feita em equipamentos apropriados que emitem luz rica em ullravioleta, Nas areas transparentes do filme (grafismo, imagem) a luz passaré e endurecerd o foto- polimero. Nas dreas escuras a luz ndo passard e o fotopolimero ficara ‘solivel” ao solvente de lavagem. Esquema da cépia do fotopolimero Como determinar a melhor exposic¢ao de verso e principal? O melhor modo é fazer uma série de testes de exposicao. O ideal é utilizar um test form como o exemplo a seguir. Note também os tempos e quais devem ser os resultados, Cada fabricante de fotopolimero pode ajudar com um test form especifico. 66 — LEXOGRAFA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta TEST FORM DO PROCESSO DE CONFECGAO DE CLICHES DE FOTOPOLIMERO CONVENCIONAL ESPESSURA O QUE OBSERVAR DA CHAPA NA CHAPA 14a 1,70] 2,84. 5,0 | ; Meios tons | Mets tons | rss Verifique reas mini- “8 minimas: pare mas: 1%6-5% | ee Exposicéo | pontos ou Lineatura: insuficiente | pontos mal 100-175 pi Liteatra: me | | asanirrexo | | Ph 45-120 pi formades; Tipo de Tipo de utilize uma fae onto: Round lente ou Sip 10! eH Te vata onto: Round a Ga606 Eee = Angulo da a 9 ngulo da = reticuta: 45° | NN » | Oo Bo Oo reticula: 45" Exposicao oo correta [ O O Veja se nao ee td inhas tortas. tte Linas fina: |Lntas ines: Eg fae Positivas: | Positivas: insuficlenta | inhas 025m 0.04-1.5 mm | 0.08-1.5 mm negativas om Negativas: | Negativas: ae vm 0.04-1.5 mm | 0.08-1.5 mm oe ‘nao estao Aenwaan entupidas vote ou rasas mene an Exposigao | demais. ASAIN yeine ane Com uma ® lente Pontos Pontos verifique i Isolados: _Isolados: te © formato 004-02 mm | 0.08-0. Exposicéo | do pontoe Fontes: sea base esta bem Serifadas: formada ae a, sustentar 0 ponto. Exposicao correta | Capitulo 4 ~ Cliches ~ 67 és Clit a Esquema de utilizagdo do aredmetro / densimetro Para que serve a lavagem (gravagao) da chapa e que cuidados se deve ter? A gravagaio com solvente apropriado removerd as dreas que nao receberam luz na exposigao principal. Além dos cuidados descritos acima (como verificar pontos perdidos, linhas, pontos isolados), apés a lavagem deve-se observar se ha manchas, restos de materiais ndo removidos, efeito "casca de laranja' (espé- cie de vitrificacao do fotopolimero) ou deformagao de alguma espécie. Que cuidados com os clichés se deve ter na gravagao quimica? No caso da gravacao quimica que é a mais comum, os cuidados vao desde o manuseio da chapa (corte, transporte e armazenamento) até a conferéncia da substancia quimica para gravacao. Quando se usa percloroetileno, por exem- plo, a medida ¢ feita com um aremetro e deve estar por volta de 42°bé. Além disso, um bom controle do equipamento de gravacao também é neces sirio. A pressio das escovas interfere direiamente no resultado final. Isso sem se mencionar no desgaste da mesma. Para que serve e por que sao necessarios a secagem e a estabilizagao do cliché? Logo apés a lavagem com 0 solvente, a chapa aumenta muito de tamanho, pois ela absorve muito solvente. Portanto, é necessério que se coloque a chapa em uma estufa com ar aquecido para forcar a saida do solvente que ficou retido na chapa, com o objetivo de fa7é-la voltar 4 espessura original Normalmente o cliché fica por um determinado tempo a uma temperatura de aproximadamente 60°C por um tempo determinado, que depende do equipa mento e principalmente da espessura da chapa: espessuras menores, tempo menor. Espessuras maiores, tempo maior. © objetivo da estabilizacao é permitir que as moléculas do fotopolimero se Jo cliché na impres- so. Normalmente, 8 horas so suficientes para esse procedimento. A estabili- zacao também serve para a chapa adquirir 100% de sua espessura original. acomodem e com isso se consiga maior tempo de vida «ti 68 — FLEXOGRAFIA: Manual Pratico ~ Cudes Scarpeta O que acontece se nao se esperar o tempo de estabilizagao e ja se utilizar o cliché para imprimir? Muitas vezes & necessdrio fazer um cliché as pressas para repor algum que se estragou na impressora ou por outra razo qualquer. E possivel utilizar 0 dlché, porém, provavelmente haverd dificuldades no acerto visto que 0 cliché pode ainda estar inchado pelo fato de o tempo nao ter sido suficiente para a saida de todo solvente. Outra importante perda é que o cliché durar muito menos na impressdo, uma vez que ele ainda esté “aberto" e sujeito a penetra co do solvente flexo que faz. com que ele perca suas propriedades, Solvente: Percloetileno e n-Butanol 3,05mm (+7%) Comparada com a espessura original Como pode ser observado no grilico ao lado, até a primeira hora depois que o cliché sai da lavagem ele aumenta de cespessura e, conforme as horas vio passand, ele volta ao tamanho normal 2,89mm (+2%): Depois de 1 hora de secagem (2,84mm: Apés 8 horas de estabilizacao) ee a 2,86mm (+1%): Apés 2 horas de secagem 2,84mm ia com luz puntiforme: O proceso é exatamente igual ao sistema | convencional descrito acima. A diferenca esté no equipamento de copia Nesse caso utiliza-se uma copiadora com um tipo especial de luz cha- | mada “puntiforme’. O principal equipamento é a copiadora da empresa | americana OLEC, cuja grande distingéo é uma luz halogénica que produz um endurecimento (polimerizacao) profundo do fotopolimero permitindo assim uma cépia de pontos bem pequenos com pouco ganho de pontos Equipamento da OLEC que permite cipia com luz puntiforme ‘Microfotografia ‘Microfotogratia mostrando mostrando ponto pponto da reticula com cépia da reticula com de luz puntiforme épia convencionat Baixo ganho de portos Capituto 4 ~ Cliches ~ 69 Gravagao com cépia a laser: Neste processo, existe uma pelicula negra (que substilui 0 fotolito negativo) na superficie da placa que sera vaporizada pelo laser. Dé-se, enldo, mais uma cépia com luz ultravioleta e grava-se a chapa normalmente com produtos quimicos. A vantagem deste processo é a climinacao do filme, pois a imagem é digitalizada e é transferida para a placa diretamente. Microfotografia do cliché em reas ¢ 1% de retieula excelente definigdo Equipamento para cépia digital de fotopolimeros da Esko-Graphies Gravagéo répida (térmica): Lancado pela Du Pont com o nome de Cyrel Fast®, este processo baseia-se na remogao das areas ndo endurecidas pela luz {(no-impressdo) por meio de uma espécie de “toalha aquecida” que € embobi- nada apés 0 proceso. A grande vanlagem é a rapidez. Clichés Equipamento Gyre Fast® Gravagio de polimero com laser: embora jé exista ha alguns anos a gra-~ vaciio em borracha para flexografia, 0 processo de gravar um polimero 36 desenvolveu a partir da DRUPA 2000 (Feira de Artes Graficas que ocorre de 4 em 4 anos na Alemanha) com a adaplacao de equipamentos de gravacao a laser ja existentes no mercado. Nesse caso, o laser grava diretamente um polimero removendo as dreas de nao-imagem. Apds a gravacao o cliché esta pronto para a impressao sem necessitar de quaisquer outros processamentos ‘ou esperas visto que nao foi processado com solvente 70 — HEXOGRAHA: Manual Pratico ~ Eudes Scarpeta de gravagiio a laser modelo ‘Morpheus da Stork Como funciona o sistema de gravagao a laser? Os sistema mais modernos baseiam-se no conceito in-the-round. Um cilindro de aco onde & colocada a chapa de polimero (note que ndo é mais fotopoli- mero pois nao & necessério mais a polimerizacao por meio luz nessa etapa), iré girar a uma velocidade de 18m/s (cerca de 2400 rpm), enquanto a unidade de gravagao se desloca na extensio do cilindro removendo, por meio de feixes de laser, toda a drea de contra-grafismo (que nao serd impressa). O laser nesse caso € 0 CO, que permite alta preciso. A chapa ou sleeve absorve a luz que é convertida em calor, resultando numa decomposicao termal. Lm software iré regular o tipo € lamanho dos pontos bem como éngulo (podem ser especifi cados até 10 ym (0.01 mm) e 0.01 graus respectivamente). oe iis IIIT Ys) Mi) A figura ilustra como os inés fives de laser poder “detinear”o ponto gravadlo Detalhe da gravacio « laser ~ Equipamento Agrios da Stork Capitulo 4 ~ Cliches ~ 71 ; SY z Primeiro nivel La J Tamanho da base Meio corte Configuragao do desenho do pont cam gravaciio & taser Relevo RESUMO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE COPIA E GRAVAGAO < = a atta inf Atego Gravagéo i a FI Copia Digital is Cyrel Fast — a laser @ | { FIN Fotolito negativo Digital Fotolito e luz foie No tem ; negativo ae bo com luz U.V. com laser Puntiforme copia o com luz U.V. g | Manta Laser p ; c Produto Quimico Produto Produto equecisaique peeee ~ h A ° remove as areas de F ou Agua Quimico | Quimico 5 P areas que néo contra- e) receberam luz grafismo Precisdo nas Nao 6 et) areas de a Eliminagao °o minimas e Mrs das etapas = Menor custo Precisao nas esperar 6 a ee menor custo a de cépia e Re do mercado areas minimas estabilizagao 2 ra em relagao a gravagao i Maior ganho Custo ainda Cope Um nico Sula b . PJ de pontos é alto Equipamento _fomecedor de custoainda 4 F insumos (manta o requer muitos é alto € polimeros) controles 72 — MEXOGRAFA: Manual Pratico — Fudes Scarpeta Quais os controles que se deve fazer ao receber um cliché gravado? Veilicar se esté pegajoso (isso indica que nao houve um acabamento adequado}. ¥ Ver se ha um brilho excessive (clichés com superficie muito lisa tendem a repelir a tinta especialmente a base d’jgua). Observar os flancos (inclinagao lateral das imagens também chamada de ‘ombros) se estdo a aproximadamente 30°, Analisar a altura do grafismo e contra-grafismo (piso). Observar se existem linhas finas tortas. Cerlficar-se de que nao tem pontos em reas de minima densidade faltando. ‘Analisar 0 aspecto geral do cliché: furos, efeito *casca de laranja’, rachadu- ras, amassados, riscos, etc. - BURRS Qual o melhor método para limpar o cliché durante a impressao? Clic limpo e bem controta- dlo um dos seqredas da boa (quai de impressdo De preferéncia um que nao deixa fiapos, que ndo arranque pontos ou risque © cliché. Assim, podem-se utilizar escovas bem macias, com pouco solvente para nao descolar 0 cliché. Estopas, algodao ou panos industriais felpudos estéo descartados, Em algumas empresas o uso de bolas feitas de meia-calga feminina também tem dado bom resultado. Atengao: nunca limpe o cliché com a maquina em movimento. Certifique-se que ela esteja travada Como se deve limpar o cliché apos a impressao? 0 primeiro item importante é 0 uso do solvente que foi utilizado na propria {inla de impressio. A limpeza feita logo apés o cliché ter saido da impressio 6 ‘mais facil de executar. Deve-se evitar deixar de molho em banheira de um dia para outro, pois varios solventes podem atacar o cliché, Ultilizar preferencial- mente escovas de pelo animal bem macias. Qual o melhor método para armazenamento do cliché? 0s fabricantes de fotopolimeros dao as seguintes sugestdes: ¥ $6 guardar clichés muito bem limpos. ¥ 0s dichés poderio ficar na posicao vertical ou plana, desde que nao sofram excesso de peso ou tensio. ¥ Ammazenar em local fresco e arejado, protegido da agao do oz6nio, prove Capitulo 4 ~ Cliches ~ 73 Clichés niente de relampagos, luz solar, faiscamento de motores elétricos, luz de arco voltaico, tratamento Corona e eliminadores estaticos. Caso seja inevi- tével, aplicar etil-glicol para proteger. YO ideal é ficar sob uma temperatura que de preferéncia nao exceda os 25° C ¥ Se montados em cilindros, apés a aplicacao de silicone, envolvé-los em papel ou em envelopes do tipo Kraft. ¥ Se desmontados, envolvé-los em papel, e nunca em plistico, visto que a impermeabilidade do plistico nao permitird a saida dos solventes retidos pelo cliché durante a impressao. Existem controles a serem feitos nos clichés de um modo geral? Existem sim. A ve ficagao da espessura da chapa, quer dizer sua uniformidade € recomendvel. Se a chapa possuir diferencas de espessuras, havera compli- cacées no momento de impressio especialmente no acerlo, causando uma impressao falha. Controle da espessura ¢ uniformidade & fundamental para uma boa impressio Qual a tendéncia dos sistemas de gravagado de chapas no mercado mundial? Aeliminagao do fotolito jé € uma realidade com a digitalizacao dos processos. Isso elimina custos de producao melhora a qualidade. Mas o melhor mesmo € a gravacdo com laser, cujo desenvolvimento melhorou a qualidade ¢ a veloci- dade e reduziu o preco. Assim, a tendéncia 6 que sistemas de gravacao a laser predominem em clichés de polimeros nos préximos anos. 74 — FLEXOGRAFA: Manual Prético — Eudes Scarpeta Neste capitulo vocé vai ver: + Quais 0s métodos de montagem mais comuns + Cuidados na montagem de clichés + Caracteristicas dos dupla-faces + Camisas para montagem + O que sio provas de fexografia + Catélogo Pantone 5eMontagem de cliché e provas de impressao Sj or montagem em flexografia entende-se a disposigao de cli- chés fixados e colocados sobre a superficie do cilindro porta~ clichés. A montagem é uma etapa importante do processo flexografico, pois dela depende o registro perfeito das cores. 3 A execucio de provas de impressdo também ajudard a evitar desperdicio de tempo no setup de maquina. Quais os métodos de montagem de clichés? Sao quatro os métodos de montagem de clichés: 2) Montagem manual b) Maquina de montagem dptica Sistema de registro por pinos 4) Sistema de montagem com video por micro-pontos (microdots) a) Montagem manual ‘Amontagem manual é a mais simples ¢ a mais imprecisa de todas, visto que depende do cuidado e da experiéncia do montador. A importincia da boa montagem pode ser resumida no fato de que, se a colagem nao for precisa no registro ou se houver bolhas entre o cliché, a dupla-face e o cilindro, tem- se que parar a maquina para corrigir. Em muitos casos hé a necessidade de se remover 0 cilindro porta-cliché com perda de tempo precioso. Além disso, quando a colagem envolve varios clichés, a probabilidade de erro é maior. Capitulo 5 ~ Montagem de cliché e provas de impressao - 77

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