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A Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) é uma iniciativa

inovadora no SUS. Criada em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas
de gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa desafiadora, sem dúvida, uma
vez que na perspectiva da humanização, isso corresponde à produção de
novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas
no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das práticas de saúde,
superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho.
O conceito de humanização tem ocupado um lugar de destaque nas atuais
propostas de reconstrução das práticas de saúde no Brasil, no sentido de
alcançar sua maior integralidade, efetividade e acesso.
Princípios norteadores da Política de Humanização:
1. Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção
e gestão, fortalecendo/estimulando processos integradores e promotores de
compromissos/responsabilização.
2. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a
produção de sujeitos
. 3. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a
transdisciplinaridade e a grupalidade.
4. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário,
em conformidade com as diretrizes do SUS.
5. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos
espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e
coletivos.
A humanização na Odontologia mostra-se relevante no contexto atual, pois as
últimas décadas foram marcadas por intenso desenvolvimento científico e
tecnológico e a qualidade do relacionamento cirurgião-dentista e paciente
As Diretrizes Nacionais da Política Nacional de Saúde Bucal Brasil4 , (2004) e
o Caderno de Atenção Básica Brasil5 , (2008) numero 17, apontam para a
reorganização da atenção em saúde bucal, levando em consideração o
conceito do cuidado, tornando-o eixo principal da sua reorientação. Baseiam-se
nos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do
cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da
humanização, da equidade e da participação social.
A atuação tecnicista do dentista, produto de um sistema de ensino em que
habilidades manuais e procedimentos tecnológicos são preponderantemente
ensinados e reforçados, contrasta, muitas vezes, com a necessidade de uma
atuação mais humanística, exigida pela própria situação de proximidade física
e pelo estado emocional vulnerável de muitos pacientes. Observa-se que um
profissional preocupado apenas com o procedimento a ser realizado pode não
perceber manifestações de ansiedade e, por isso, não oferecer o amparo
necessário e imediato ao paciente.
É possível que ocorra uma diminuição da ansiedade odontológica
gradativamente, visto que as pessoas estão se informando mais sobre os
procedimentos odontológicos que serão submetidos. Além disso, novas
tecnologias estão sendo desenvolvidas no sentido de minimizar a utilização de
protocolos clínicos mais dolorosos. E a humanização dos tratamentos de
saúde, com maior ênfase nos dias atuais, gera uma relação de confiança entre
paciente e profissional que favorece a redução desse temor.
O trabalho humanizado na Odontologia permitirá que seus efeitos possam ser
duradouros e contribuirá de fato para que paciente/usuário alcance melhoria
em sua qualidade de vida.
Referências:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf

https://www.scielo.br/j/csc/a/CT9XdBbVbctpmwzLjRLxm3q/?lang=pt

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf

https://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/
setembro_dezembro_2012/unicid_24_03_220-5.pdf

https://archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/download/904/1190

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