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CURSO: FISIOTERAPIA

DISCIPLINA: Preventiva

Aula 3

Prof. Dr. Renan Fangel


FISIOTERAPIA
PREVENTIVA NO
ENVELHECIMENTO
MUDANÇAS BIOLÓGICAS

• ↓ da massa muscular
• ↓ da força e da resistência muscular
• ↓da densidade mineral óssea
• ↓do número de neurônios, das Unidade Motoras e da
velocidade de condução nervosa
• Deficiência de agilidade, coordenação motora e equilíbrio.
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MUDANÇAS BIOLÓGICAS

• ↓ da elasticidade nas cartilagens, tendões e ligamentos


• ↑ do trabalho cardiorrespiratório
• ↑ do tempo de reação
• ↓ da capacidade termorreguladora
• ↓ das funções hepática e renal
TIPOS DE PROCESSOS DE
ENVELHECIMENTO

• Senilidade → patológico

• Senescência → fisiológico
REALIDADE DO ENVELHECIMENTO

• Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais exceção do que regra.

• 85% dos idosos apresentam 1 enfermidade crônica


• 15% pelo menos 5
• 50% consideram a saúde regular
• 36% boa ou ótima
A maior preocupação do idoso é ter
• 13% má ou péssima uma doença que limite seu dia a dia e o
torne dependente de outras pessoas.
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

• Atividade funcional: aquelas consideradas vitais para


manutenção do bem estar físico, mental e social

• Englobam diversas variáveis


EQUILÍBRIO
OUTRAS
COORDENAÇÃO

CAPACIDADE
COGNITIVA FUNCIONALIDADE FORÇA

CAPACIDADE AGILIDADE
CARDIOPULMONAR
FLEXIBILIDADE
DÉFICITS DE EQUILÍBRIO

• Estático

• Dinâmico

• Funcional

• Recuperado
INSTABILIDADE POSTURAL
E QUEDAS
• Estabilidade postural: movimento natural do corpo contra os
efeitos da gravidade

• ↑ do balanço corporal a partir da 6ª década de vida.


• Déficit no sistema neurológico, cardiovascular e
musculoesquelético.
INSTABILIDADE POSTURAL
E QUEDAS
 Representam a principal causa de incapacidade entre os idosos.

 30% dos idosos da comunidade caem anualmente e destes 50% sofrem


pelo menos mais um episódio de queda.

 57 milhões de reais gastos com internações.

 67,4% eram mulheres.


INSTABILIDADE POSTURAL
E QUEDAS
 47% causam lesão – 36 a 51% são grave - ↑ da taxa de mortalidade.

 50% dos idosos institucionalizados caem anualmente

 Fratura do colo do fêmur é principal causa de hospitalização


consequente à queda.
- Apenas 1 em 4 pessoas voltam a andar.
INSTABILIDADE POSTURAL
E QUEDAS
 53% não há ferimento ou outros efeitos danosos

 Receio de nova queda – medo, perda de confiança para caminhar

 Limita AVD´s e AIVD´s

 Impacto sobre a saúde física, mental e social

 Dos idosos que caem, 40% referem dor ou incapacidade funcional por 2 meses e 16% por
7 meses.
POSTURA NO IDOSO

• Anteriorização de cabeça
• Protrusão de ombros
• HIPERCIFOSE torácica
• Retificação lombar
• Retroversão pélvica
• Flexão dos joelhos

POSIÇÃO FLETIDA
QUEDA
ANTERIORMENTE
COMO PREVENIR?

1- PREVENÇÃO PRIMÁRIA

2- PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

3 – PREVENÇÃO TERCIÁRIA
TESTE DE ALCANCE LATERAL
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SÍNDROME DO
IMOBILISMO
SÍNDROME DO IMOBILISMO
(IMOBILIDADE)

• Síndrome clínica caracterizada por um complexo de sinais e


sintomas resultante da supressão dos movimentos articulares
e, consequentemente, incapacidade da mudança postural
SISTEMA EFEITOS ADVERSOS DO IMOBILISMO
Musculoesquelético Deformidades, retrações de contraturas dos
tecidos moles; da força, da reistência e do
trofismo muscular,osteoporose
Cardiovascular Hipotensão ortostática,descondicionamento
cardiovascular, alterações tromboembolíticas
Tegumentar Úlceras de pressão
Respiratório  Do mecanismo de tosse reflexa;  da
atividade ciliar brônquica;  do Vol. Corrente,
embolia pulmonar
Genitourinário Cálculos renais; infecções, estase urinária
Nervoso/Mental  Do equilíbrio e da coordenação motora,
confusão mental; desorientação;
Gastrintestinal  Do apetite; constipação
Metabólico e hormonal  Dos níveis de Ca, K; Mg, P, Na; alteração do
hormônio do crescimento
SÍNDROME DO IMOBILISMO

• A não mobilização e o mau posicionamento de uma articulação é o


fator determinante da rigidez que se observa durante o decúbito.

• Dor (postura antálgica) e lesões do SN (flacidez ou hipertonia)


condicionam mau posicionamento

• Comuns em pacientes politraumatizados; idosos.

• Micro hemorragias: movimentos vigorosos, mobilização inadequada


CONTRATURAS

• Encurtamentos adaptativos de tecidos moles


- leve; moderada; grave e gravíssima

• Representam adaptações dos tecidos às alterações de


movimentação habitual do corpo ou de um segmento em
particular
PERÍODO PROLONGADO DE
ACAMAMENTO

Após 5 semanas:
o Perda de até 45% de ADM → contraturas

o  de 20 a 25% da força: os m.m. antigravitacionais que facilitam posição ortostática e


locomoção são os mais afetados (quadríceps, glúteos, eretor da espinha,
gastrocnêmio,solear)

o Desmineralização óssea (já no 3 dia de imobilização):


-  das forças gravitacionais sobrepostas ao osso
- agravada por osteoporose
- da atividade osteoclástica
PERÍODO PROLONGADO DE
ACAMAMENTO

• Cartilagem articular: não tem suprimento sanguíneo próprio (tecidos


adjacentes e líquido sinovial).

• A falta de movimentação  lubrificação articular. A cartilagem hialina


pode se converter em fibrocartilagem.

• Tendões, ligamentos:
- Depleção do colágeno, empobrecimento da elastina
 extensibilidade
POSTURAS VICIOSAS ASSOCIADAS AO
DECÚBITO PROLONGADO

Ombros Adução e rot. Interna


Cotovelos Flexão/supinação
punhos/mãos e dedos Flexão
Quadril Flexão/ rot interna
Joelhos Flexão
Tornozelos e pés Varo/equino
coluna Cifose/escoliose
PREVENÇÃO
• Se baseia na posição correta dos pacientes em decúbito e em medidas
cinesioterapêuticas.

• Posicionamento preventivo

• Evitar posições segmentárias em flexão

• Posicionamento adequado em todos os decúbitos desde o início;

• Pode ser operacionalizado de forma simples (travesseiros, roupas de cama, etc.)

• Posturas em posições o mais anatômico-funcionais possíveis

• Equipe, Família e Cuidador


CINESIOTERAPIA

• Alongamentos;

• Exercicícios passivos e ativos o mais precoce possível;

• Movimentos em toda a ADM; mínimo 2x por dia

• Em caso de trauma, não se restringir ao segmento corporal atingido

• Medidas analgésicas para facilitar movimentação: TENS, termoterapia


TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO
TRANSFERÊNCIA
USAR APARELHOS COMO O TRAPÉZIO, OU FORRO
DA CAMA PARA MOVIMENTAR;
REGIÕES DE RISCO (PONTOS DE  PRESSÃO)
ESCARAS
DIABETES MELITTUS
VISÃO GERAL

• Distúrbio crônico;

• Comprometimento do metabolismo da glicose;

• Complicações vasculares tardias (pequenos e grandes) e


neuropáticas;
VISÃO GERAL

• Diferentes mecanismos patogênicos

Denominador comum = hiperglicemia

*Deficiência de insulina (total, parcial ou relativa);


EPIDEMIOLOGIA

• A CADA 05 SEGUNDOS UM NOVO CASO DE DIABETES


NO MUNDO

• NO BRASIL: 2MIN 18SEG

• (um novo caso)

• http://www.diabetesatlas.org/
PREVENÇÃO

• Maior parte das complicações pode ser evitada ou retardada;

Tratamento da HIPERGLICEMIA e FATORES CARDIOVASCULAR


PÂNCREAS

• Função exócrina → Sistema digestórios (sulco);

• Porção endócrina → Grupamento de células chamadas


ilhotas de Langerhans (mais no corpo e na cauda);

• Dois tipos de células secretoras (alfa e beta);


FUNÇÃO ENDÓCRINA DO PÂNCREAS

• Produzir e secretar hormônios:


- Glucagon (alfa);
- Insulina (beta);

Glucagon → Estimula fígado a converter glicogênio em glicose


(aumenta glicose/açúcar no sangue);
Insulina → Diminui o nível de açúcar no sangue. Facilita a entrada de
glicose nas células;
OBTENÇÃO DE ENERGIA

• Glicólise → Transformação de glicose em energia;

• Cetose → Quebra de ácidos graxos (tecido adiposo) em


corpos cetônicos;
CLASSIFICAÇÃO DO DM

• Pode ser dividido em 4 subclassificações:


- Tipo 1 (destruição das células beta, deficiência absoluta de
insulina);

- Tipo 2 (resistência à insulina e deficiência relativa);


CLASSIFICAÇÃO DO DM

- Tipo 3 (outros tipos, associada condições clínicas ou


síndromes);

- Tipo 4 ( DM gestacional, comprometimento da tolerância à


glicose e anormalidade da glicemia em jejum);
CLASSIFICAÇÃO DO DM

• Qualquer forma de DM pode necessitar de insulina;

*ABANDONO dos termos insulino-dependente (1) e não-


insulino-dependente (2);
DM TIPO 1

• Pouca ou nenhuma capacidade de secreção de insulina;

• Administração de insulina exógena;

• Destruição autoimune das células beta;

*Pessoas mais jovens;


DM TIPO 1

• Período de “lua-de-mel” → doses menores de insulina exógena

• Depois, capacidade de secreção de insulina é gradualmente perdida;

• Fatores genéticos e presença de anticorpos (Ac);

*Menos de 10% dos casos;


DM TIPO 2

• Pacientes conservam grau significativo de capacidade de


secreção endógena de insulina;

• Níveis baixos de insulina em relação à resistência e aos níveis


altos de glicose;

• Raramente desenvolvem cetose;


DM TIPO 2

• Podem precisar de insulina para controlar a glicemia;

• Surgimento após os 40 anos;

• Associada à obesidade;

*90% dos casos;


DM TIPO 3

• Várias síndromes diabéticas atribuídas a uma doença, fármacos ou


certas condições;

• Defeitos genéticos diferentes do tipo 1 → mutações em células beta;

• Redução da capacidade de secreção de insulina, porém não é


suficiente para propensão de cetose;
DM TIPO 4

• Mulheres com comprometimento da tolerância à glicose,


detectado pela 1ª vez na gravidez;

• Antes da concepção → não é tipo 4;

• Normalmente no 2º ou 3º trimestre → pico dos hormônios


antagonistas à insulina;
DM TIPO 4

• Após o parto, a tolerância à glicose se normaliza;

*2% das gestantes;

• Uso de insulina para proteger o feto;


LABORATORIAL

• Glicemia de Jejum 100 e 125 mg/dl;


• Sobrecarga de glicose 140 a 199 mg/dl
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

• MICROANGIOPATIAS - Alterações nos Capilares:

✓Retinopatias: Glaucoma e catarata


✓Nefropatias: Perda de proteínas (Proteinúria)
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

▪ MACROANGIOPATIAS - alterações dos grandes


vasos: aterosclerose

O DM aumenta de 02 a 04 vezes o risco cardiovascular

➢Cardiopatia;
➢AVE;
➢Doença vascular periférica (DVP).
• A hiperglicemia tende a aumentar as
concentrações de lipídios no sangue que
provocam uma aterosclerose acelerada,
causando:

• Hipertensão arterial;
• Insuficiência cardíaca;
• Infarto do miocárdio;
• Isquemia;
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

▪ ARTROPATIAS - ALTERAÇÕES ARTICULARES

➢Mão;

➢Ombro;

➢Osteoartropatia de Charcot;

➢Limitação da mobilidade articular (LMA).


SINAL DA PRECE

Graduação do Sinal da Prece Comprometimento Instalado

Grau I Limitação de uma articulação


interfalangeana

Grau II Limitação de duas articulações


interfalangeanas

Grau III Limitação de duas articulações


interfalangeanas e também das
metacarpofalangeanas

FONTE: CASTRO e KNACKFUSS In OLIVEIRA e MILECH 2004).


GONIOMETRIA

DORSIFLEXÃO: 20° FLEXÃO PLANTAR: 45°


NEUROPATIA DIABÉTICA

A neuropatia diabética é uma das complicações


mais frequentes, afetando mais da metade dos
diabéticos tipo 2;

Recomendação consensual: detecção precoce


do risco de ulceração;

Alterações articulares como preditoras de risco;


APRENDA A PROCURAR:

Dedos em martelo Dedos em garra


A MAIOR PARTE DOS PROBLEMAS DO PÉ
DIABÉTICO
É EVITÁVEL

A maior parte dos problemas dos


pés pode ser evitada por meio da
identificação precoce e
tratamento rápido por
profissionais de saúde
especializados.
NEUROPATIA DIABÉTICA
PATOGÊNESE DA ÚLCERA:

• Pressão = força / área;

• Pressão constante;

• Lesões subsequentes;

• Desenvolvimento da úlcera.
É IMPORTANTE CHECAR:

• IMAGEM RADIOLÓGICA;

• CALÇADOS;

• DEFORMIDADES EXISTENTES.
EXAME DOS PÉS:
OBRIGATÓRIO

Pé neuropático

Pé neuroisquêmico

Pé isquêmico
Úlceras Neuropáticas
•Indolores
•Plantares
•Circunjacentes às
deformidades
•Lesão: com ou sem
infecção, geralmente
sem isquemia ou
necrose
Úlceras
Neuroisquêmicas

•Dolorosas ou pouco
dolorosas
•Local mais frequente:
dedos
•Bordas lateral ou medial
dos pés
•Lesão: isquemia,
necrose presentes
Preventiva Corretiva ou protetora
CUIDADOS QUIROPÓDICOS

• HIDRATAÇÃO
• CUIDADO DE UNHAS: CORTE, TRATAMENTO
• UNHAS ENCRAVADAS, TRATAMENTO DE
• MICOSES
• DESBRIDAMENTO DE CALOS
• DESBRIDAMENTO LEVES
GRUPO DE DIABETES
ORIENTAÇÃO EM GRUPO
CARTÃO DO PÉ
ÁREAS DE TESTE – CONSENSO SBD
SSPA: QUALQUER PONTO INSENSÍVEL

*SPPA: sensação protetora plantar ausente

Fonte: Pedrosa HC, Mendes V, Sena FV, Saigg MA et al.


Proceedings- Diabetic Foot Meeting, Crieff, UK, 2001
M in is té rio d a S a ú d e
S e c r e ta ria d e P o lític a s d e S a ú d e
D e p a r ta m e n to d e A ç õ e s
P r o g r a m á tic a s E s tr a té g ic a s
C o o rd e n a ç ã o N a c io n a l d o
P L A N O D E R E O R G A N IZ A Ç Ã O P la n o d e R e o r g a n iza ç ã o d a
D A AT E N Ç Ã O À
H IP E R T E N S Ã O A R T E R IA L E A te n ç ã o à H ip e r te n s ã o A r te r ia l
A O D IA B ET E S M E L L IT U S e a o D ia b e te s M e llitu s

Níveis de prevenção do Diabetes

INÍCIO DETECÇÃO HABITUAL

SEM DIABETES DIABETES PROGRESSÃO DO


SEM SINTOMAS DIABETES

PREVENÇÃO: PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA


Dieta saudável Diagnóstico Tratamento do
precoce diabetes e das
Peso adequado
Tratamento e complicações
Exercício controle
adequado
OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA

• Auxiliar o controle do diabetes ( glicemia);


• Prevenir ou retardar suas complicações ou a progressão
destas;
• Orientar cuidados com os pés; prevenir e tratar ulceras;
• Reduzir o risco de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares e a DVP;
• Otimizar sua capacidade funcional; evitar, minimizar as
LMA;

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