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TERAPIA NUTRICIONAL NA DOENÇA RENAL

CRÔNICA: TRANSPLANTE RENAL


TERAPIA NUTRICIONAL NA DOENÇA RENAL CRÔNICA:
TRANSPLANTE RENAL
Nutricionista Ms. Giovana Sertori
História do
transplante
• Século II, um homem branco havia
sofrido uma gangrena e perdeu uma de
suas pernas. O órgão substituto era de
um negro falecido. Os gêmeos Cosme e
Damião fizeram a amputação de pernas
seguida de um transplante. O paciente
voltou a ter as duas pernas, agora uma
de cada cor. Através deste procedimento
de sucesso, os santos tornaram-se
padroeiros dos transplantes.
No mundo o primeiro transplante bem sucedido de órgãos aconteceu em 1954, em Boston
(EUA), quando o Dr. Joseph E. Murray realizou um transplante de rim entre dois gêmeos
idênticos no Hospital Brigham and Women. Murray se baseou na descoberta dos médicos até
então de que em transplante entre gêmeos idênticos não havia o perigo de rejeição uma vez
que o genoma de ambos, receptor e doador, é o mesmo.

Porém, foi somente na década de 60 que os médicos descobriram um meio de realizar um


transplante de órgão entre não parentes sem que houvesse a rejeição. Mesmo assim, os riscos
eram altos e as chances de sobrevivência após a cirurgia eram baixíssimos.
• Foi só a partir da década de
80 que os medicamentos
imunossupressores tiveram
uma evolução tremenda e
possibilitaram que a prática
de transplantes de órgãos e
tecidos se tornasse rotineira.
Mas ainda faltava uma
barreira a transpor: a falta de
informação e o preconceito.
Terapia de Substituição Renal
DRC estágio final

Diálise Transplante

ou falecido

Lei dos Transplantes: 9.434/97


Tipo de doador
Doador vivo: é a pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que
concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Um
doador vivo pode doar um dos rins, sendo necessária a compatibilidade
sanguínea. Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a história clínica do
doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e
cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial.

Doador falecido: é qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica (vítimas


de traumatismo craniano ou AVC). O doador falecido pode doar órgãos: rins,
coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos,
músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical,
veias e artérias.
Doador vivo
aparentado
/ sem
parentesco
• É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de
tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins
terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes
consanguíneos até o quarto grau, inclusive, ou em qualquer outra
pessoa, mediante autorização judicial.

• O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento


expresso do receptor, assim inscrito em lista única de espera,
após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do
procedimento.
Quem não pode ser um doador

Diagnóstico de tumores Doença infecciosa grave


malignos
Doador Vivo
• Aparentado ou não

• As funções renais podem ser realizadas de forma normal por um único rim
• É necessário o acompanhamento regular do doador vivo:
– Função renal,
– Obesidade,
– Hipertensão arterial,
– Diabetes,
– Tabagismo.
Christopher J: Exp Clin Transplant, 5: 521-526, 2017
• Doação presumida (antigamente): o
cidadão contrário à doação,
necessitava registrar a expressão “Não
Doador de Órgãos e Tecidos” em
algum documento. Logo, todo
brasileiro que não registrasse essa
negativa em vida era considerado um
Doador potencial doador.

Falecido • A doação presumida não encontrou


respaldo na sociedade brasileira e, por
isso, posteriormente foi publicada a
Medida Provisória nº 1.718 de 06 de
outubro de 1998, que tornou
obrigatória a consulta familiar para
autorização de doação.
• A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo humano só poderá ser
autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para diagnóstico de infecção
e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo Ministério da Saúde.

• A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios
clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
• A remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente incapaz
poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus responsáveis
legais.
• É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não
identificadas.
• Art. 13. É obrigatório, para todos os estabelecimentos de saúde notificar, às centrais de
notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada onde ocorrer, o
diagnóstico de morte encefálica feito em pacientes por eles atendidos.

• É crime remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em


desacordo com as disposições desta Lei, comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes
do corpo humano: Pena - reclusão, de dois a vinte anos.

• Órgãos e tecidos doados são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis


que estão aguardando em lista única da central de transplantes da secretaria de saúde
de cada Estado. Esse processo é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e
supervisionado pelo Ministério Público.
• https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2022/04/18/caso-pavesi-comeca-
em-bh-julgamento-de-medico-acusado-por-morte-
e-retirada-ilegal-de-orgaos.ghtml
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
Morte encefálica
• Definição legal de morte. Descrita pelo Conselho Federal de Medicina (nº
1.480/97)

• Parada completa e irreversível de todas as funções neurológicas intracranianas,


considerando-se tanto os hemisférios cerebrais como o tronco encefálico.

• Coma irreversível, aperceptivo, arreativo (pupilas fixas), de causa conhecida, Escala


de Coma de Glasgow igual a 3 (sem abertura ocular, ausência de reflexo córneo-
palpebral, sem qualquer resposta motora e sem resposta verbal), sem uso de
drogas depressoras do sistema nervo central.
Morte encefálica
• Coma profundo.

• Ausência de respiração espontânea (dependência de ventilação mecânica).

• Apneia: ausência de movimentos respiratórios após desconexão do ventilador por 10

minutos, para elevar a concentração de PCO2 acima de 50 mmHg.

• Ausência de reflexos do tronco cerebral (pupilar, corneano, cílio-espinhal, vestíbulo-

ocular, óculo-cefálico, estimulação brônquica).

• Ausência de atividade circulatória cerebral (angiografia, cintilografia radioisotópica,

doppler transcraniano, monitorização da pressão intracraniana, tomografia

computadorizada)

• Ausência de atividade elétrica (eletroencefalograma).

• Ausência de atividade metabólica (positron emission tomography – PET).


Pelo menos 2

Pelo menos 1
Morte encefálica
Não tem como um diagnóstico de morte encefálica ser
“Alarme Falso” ou confundido com um coma. Uma pessoa que
está em coma, está médica e legalmente viva, pode respirar
sem aparelhos e/ou ter atividade cerebral e fluxo sanguíneo
no cérebro. Já um paciente diagnosticado com morte
encefálica não consegue mais realizar essas funções vitais.
Deus em sua infinita bondade nos dá a oportunidade da vida. Vivi minha jornada na Terra
seguindo os ensinamentos que recebi de meus pais , Augusto e Maria do Céu. Com eles aprendi a
importância de olhar para o próximo com amor e fraternidade.
Agora eu sigo adiante por um caminho que me levará mais próximo ao Pai. E neste momento quero
praticar os ensinamentos do mestre Jesus.
Assim como ele compartilhou o pão com os seus, eu compartilho meu corpo com aqueles que
necessitam de uma nova oportunidade de viver.
Aos meus familiares eu agradeço por terem realizado a minha vontade.
Tenham certeza que, a partir de agora, eu estarei batendo em muitos outros corações e
compartilhando minha vida com outros irmãos.
Que eu seja um instrumento de amor, oportunidade e de luz.
Gugu
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
Na cidade de São Paulo:
• OPO-Dante (Instituto Dante Pazzanese de
Cardiologia)
• OPO-EPM (Escola Paulista de Medicina)
• OPO-HC (Instituto Central Hospital das
Organização Clínicas da FMUSP)
de Procura • OPO-Santa Casa (Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo).
de Órgãos Interior do Estado:
(OPO) • OPO-Botucatu
• OPO-Marília
• OPO-Ribeirão Preto
• OPO-São José do Rio Preto
• OPO-Sorocaba
• OPO-Unicamp.
• Busca ativa: visita às Unidades de
Terapia Intensiva e Prontos-socorros
realizada por enfermeiro ou médico da
OPO, para a identificação de possíveis
doadores.

Organização • Busca passiva: à atitude da equipe


multiprofissional das Instituições de
de Procura Saúde em comunicar a OPO a
existência do potencial doador.
de Órgãos
(OPO) • Examina o doador (história clínica,
antecedentes médicos e exames
laboratoriais: ureia, creatinina, urina
tipo I).
- Sorologias: afastar doenças
infecciosas e a compatibilidade com
receptores.
Doador
• Após o preparo inicial da cirurgia são realizados os procedimentos para a
retirada dos órgãos doados. Ao final, todo o cuidado é aplicado para a
realização de adequada reconstituição do corpo, de acordo com a Lei n°
9.434/1997.

• O corpo fica como antes, sem nenhuma deformidade (exceto uma cicatriz no
abdome) não havendo a necessidade de sepultamentos especiais. O doador
poderá ser velado e sepultado normalmente.
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
Central de Transplantes
• Fila do Transplante.

• O sangue do doador será cruzado com o dos receptores


inscritos, e receberá o rim aquele paciente que for mais
compatível com o órgão que está disponível.

• A central, então, informa a equipe de transplante o


paciente receptor nomeado. Cabe à equipe médica decidir
sobre a utilização ou não do órgão.
• Inscrição do paciente na fila de
transplante.
• Diagnóstico de doença renal crônica:
- Terapia renal substitutiva, em
qualquer das modalidades;
- Tratamento conservador, que
apresentem Cl < 10 ml/min;
Centro - Tratamento conservador (< 18 anos
Transplantador ou diabético), Cl < 15 ml/min.

• Coleta soroteca para análise de


compatibilidade futura (3 meses).
- ABO
- HLA
- Painel
• Contra indicações para o Transplante:

• Portadores de neoplasias malignas (< 2


anos): risco aumentado de metástases
potencialmente induzido pela
imunossupressão;
• Falta de condições clínicas para o
Centro procedimento anestésico, cirúrgico e de
imunossupressão.
transplantador - DPOC avançada;
- Portadores de doença cardíaca grave
sem tratamento cirúrgico ou
intervencionista;
- Portadores de vasculopatia periférica
grave, com sinais clínicos evidentes de
insuficiência vascular periférica ou com
estudo de doppler mostrando lesões
graves em artérias ilíacas;
• Pacientes portadores de cirrose hepática.
Prova cruzada ou crossmatch:
• Ensaio "in vitro“: soro do receptor
é misturado com linfócitos do
doador e incubados .

• Formação de complexo antígeno-


anticorpo: positivo → lise de
linfócitos reconhecidos pelos
anticorpos.

• Receptor não é sensibilizado


(anticorpos) contra os doador:
negativo.

• Painel alto (porcentagem de


anticorpos contra HLA reativos):
transfusões múltiplas, previamente
transplantados ou mulheres
multíparas.
• Principal complexo de
histocompatibilidade humano: grupo de
genes, que determina a compatibilidade
entre duas pessoas.

HLA (Human • HLA-A, HLA-B e HLA-DR. (Muitas proteínas


específicas e diferentes em cada)
Leukocyte • Os filhos herdam uma combinação de 3
Antigen) grupos de HLA A,B, DR do pai e outra
combinação de 3 grupos da mãe.

• A maior chance de compatibilidade entre


doador vivo e receptor são os irmãos.
“Mismatch” (incompatibilidade)
• Serão atribuídos pontos para um receptor potencial, baseado no
número de "mismatchs" nos "loci" HLA A, B e DR entre doador e
receptor. Portanto a pontuação pode variar de 0 a 15 pontos, sendo
que quanto maior a pontuação, maior a compatibilidade:

A B DR
0 MM = 1 ponto 0 MM = 4 pontos 0 MM = 10 pontos
1 MM = 0,5 ponto 1 MM = 2 pontos 1 MM = 5 pontos
2 MM = 0 ponto 2 MM = 0 ponto 2 MM = 0 ponto

• Em caso de empate:

- Tempo de espera em fila e data de início de diálise

- Hipersensibilizados 4ptos (Painel alto); Crianças e adolescentes 4 ptos;


diabéticos 3 ptos, nefrectomia por doação 10 ptos.
Central de transplante
• A seleção de receptores portanto obedece os critérios:

1. O sistema busca entre todos os receptores do Estado, aqueles que são 0

“mismatch”, ou seja, com 15 pontos.

2. Após a seleção de receptores com 0 “mismatch”, o sistema seleciona os

priorizados, levando em conta a pontução HLA, a igualdade ABO e a

compatibilidade ABO.

3. Em seguida os não priorizados.

• Para os doadores até 18 anos (crianças), são selecionados, após os receptores com

(zero) “mismatch”, os receptores com até 18 anos, priorizados e os não priorizados


Priorização em lista

• Impossibilidade total de acessos para diálise

• Impossibilidade permanente de acesso


peritoneal e vascular superior de longa
duração.
Central de Transplantes
• Fila do Transplante.

• O sangue do doador será cruzado com o dos receptores


inscritos, e receberá o rim aquele paciente que for mais
compatível com o órgão que está disponível.

• A central, então, informa a equipe de transplante o


paciente receptor nomeado. Cabe à equipe médica decidir
sobre a utilização ou não do órgão.
Doador com critérios expandidos
• Idade:
a) Mais de 60 anos, ou entre 50 e 59 anos com 2 dos 3 critérios abaixo:
1. Hipertensão;
2. Nível de creatinina > 1,5 mg/dL ou depuração de creatinina estimada entre 50 e
70 mL/min/m² no início do atendimento;
3. Acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico como causa de morte;
b) doador falecido pediátrico com peso menor ou igual 15 kg ou idade < 3 anos;

• Transmissão de doenças:
a) hepatite B: rins de doadores com anti-HBctotal (+) positivo isolado, HBsAg e Anti-
HBs (-) negativo poderão ser oferecidos para potenciais receptores Anti-HBs positivo
(+) ou HBsAg positivo (+) e a Rins de doadores HBsAg positivo (+) poderão, a critério
da equipe de transplante, ser oferecidos para potenciais receptores Anti-Hbs positivo
(+) ou HBsAg positivo (+);
b) hepatite C: rins de doadores HCV positivo (+) somente poderão ser oferecidos para
potenciais receptores com HCV positivo (+);

• Outras situações:
a) rins com anomalias anatômicas/histológicas.
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
• A Central de Notificação, Captação e Distribuição de
Resumo Órgãos (Central de Transplantes) é notificada e repassa a
informação para uma Organização de Procura de Órgão
(OPO) da região. A OPO se dirige ao hospital e examina o
doador, revendo a história clínica, os antecedentes
médicos e os exames laboratoriais. A viabilidade dos
órgãos é avaliada, bem como a sorologia para afastar
doenças infecciosas e a compatibilidade com prováveis
receptores.

• A OPO informa a Central de Transplantes, que emite uma


lista de receptores inscritos, compatíveis com o doador. A
central, então, informa a equipe de transplante e o
paciente receptor nomeado. Cabe à equipe médica decidir
sobre a utilização ou não do órgão.
• O transporte de órgãos é uma corrida
contra o tempo e é o tempo de isquemia
(tempo que o órgão dura após ser
retirado do corpo humano) que
determina o meio de transporte, que
pode ser feito tanto de carro como
avião.
• O transporte precisa ser feito em uma
caixa térmica que mantenha
temperaturas entre 2ºC a 8°C.

Ministério da Saúde, 2017


ABTO, 2017
Morte encefálica

Organização de Procura
Processos de Órgãos (OPO)

para Central de Transplantes


doação
de órgãos Equipe de Transplante

Convocação do
paciente
Transplantes

ABTO, 2020
ABTO, 2020
ABTO, 2020
Total de Transplante Renal no Brasil por ano
7000

6295
6000 5929 5950
5661 5589
5431 5464 5514
5000 4982
4805
4656

4000

3000

2000

1000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

ABTO, 2020
Número anual de transplantes renais no Brasil
7000

6000

5000

91%
4000

3000

2000

1000

9%
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Total Falecido Vivo

ABTO, 2020
Número de transplante por estado em 2020
2000

1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
SP MG PR RJ RS BA SC PE BA GO CE DF RN ES MS PB PA PI MA MT RO

ABTO, 2020
Necessidade de transplante renal

50000

45000 43642

40000

35000

30000

25000

20000

15000

10000
4805
5000
11%
0

Pacientes em lista Transplantes realizados

ABTO, 2020
Perfil etário, gênero, causa do óbito e grupo sanguíneo dos
doadores de órgãos no Brasil

ABTO, 2020
Vantagens

• Melhora significativa da função renal

• Melhora na qualidade de vida.

• Melhora a sobrevida comparado à diálise

• Baixos custos comparado à diálise.


Sobrevida

3,3 anos

ABTO, 2020
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(3):415-424, mar, 2012
Custo do Transplante x Hemodiálise

Em 4 anos o transplante renal de Em 4 anos o transplante renal de


doador falecido gera uma doador vivo gera uma economia, por
economia, por paciente, de R$37 paciente, de R$46 mil em relação à
mil em relação à hemodiálise. hemodiálise.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 32(6):e00013515, jun, 2016


Custo Transplante x Diálise Peritoneal

Em 4 anos o transplante renal de Em 4 anos o transplante renal de


doador falecido gera uma doador vivo gera uma economia, por
economia, por paciente, de R$74 paciente, de R$82 mil em relação à
mil em relação à diálise peritoneal. diálise peritoneal.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 32(6):e00013515, jun, 2016


Curiosidades e
atualidades sobre o
transplante renal
Impacto da pandemia Covid-19
no transplante renal

ABTO, 2020
Impacto da pandemia Covid-19
no transplante renal

ABTO, 2020
Impacto da pandemia Covid-19
no transplante renal

ABTO, 2020
Migração de Rim entre os Estados
Sem pandemia Com pandemia

ABTO, 2020
Vacina

SBN 01/2021
Atualmente: Covid-19 e
transplante renal
• Formulário de Consentimento Informado para pacientes que recebem órgãos de doadores COVID-

19 positivos.

• Até o momento, não se conhece o real impacto do uso de órgãos de doadores com infecção

pelo SARS-CoV-2 na evolução do enxerto e do receptor. Até o momento, no entanto, o uso

desses órgãos mostra boa evolução do enxerto e do receptor, semelhante aos casos de

transplante com órgãos de doadores sem infecção pelo SARS-CoV-2.

• As experiências preliminares realizadas em centros de transplantes de outros países com a

utilização de órgãos de doadores com infecção por SARS-CoV-2, seguindo os critérios

adotados pelo SNT e pela ABTO, não resultou em consequências adversas para os

receptores.

ABTO, 2022
Xenotransplante

• https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/
10/24/em-feito-inedito-e-revolucionario-
primeiro-transplante-de-rim-de-porco-em-
humano-e-bem-sucedido.ghtml
Transplante pareado
• https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/11/28/tr
ansplante-pareado-mulheres-de-pacientes-renais-
doam-rim-em-troca-de-outro-para-o-marido.ghtml
Cuidado Nutricional no Transplante
Cuidado Nutricional no Transplante

• Pré-transplante

• Pós Transplante
– Imediato

– Tardio
Pré-transplante
• Cuidados semelhantes aos pacientes em tratamento conservador e
diálise.

• Avaliação nutricional criteriosa → melhor prognóstico cirúrgico


– Obesos: > tempo de hospitalização, > duração cirurgia, > rejeição
aguda e retardo na função do enxerto
– Desnutridos: pior prognóstico pós tx
Pré-transplante
Cuidado nutricional

• Equipe multidisciplinar
• Orientar sobre a necessidade e a importância da
terapia nutricional após o transplante;
• Não é a cura da doença!
• Estabelecer vínculo com paciente e família.
Cuidado Nutricional no Transplante

• Pré-transplante

• Pós Transplante
– Imediato → doses elevadas de imunossupressores

– Tardio
Manejo nutricional no pós tx imediato:
objetivos
• Manter os estoques de proteínas (catabolismo de
proteínas)

• Promover cicatrização de feridas

• Prevenir infecção associada à cirurgia e


imunossupressão

• Prevenir complicações eletrolíticas que acompanhar


mudanças rápidas na função renal
Manejo nutricional no pós tx tardio:
objetivos
• Alcançar e manter uma adequado estado nutricional

• Eliminar ou minimizar a obesidade, dislipidemia e


hipertensão

• Promover o controle e gerenciamento glicêmico (DM)

• Prevenir e tratar doenças ósseas

• Prevenir e gerenciar deficiências nutricionais


Cuidado Nutricional no Transplante
Imunossupressores Efeitos adversos
Azatioprina Náusea, vômito, alteração
do paladar
Corticoesteróides Hiperglicemia,
(Prednisona, Hiperlipidemia,
metilprednisona) Hipertensão, Apetite
aumentado, Catabolismo
protéico
Ciclosporina Hiperlipidemia,
Tacrolimo Hiperglicemia,
Hipertensão,
Hipercalemia
Micofenolato Mofetil Hiperlipidemia, diarréia,
Micofenolato sódico náusea
KDOQI, 2009
Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome Metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Sobrepeso e Obesidade
• Prevalência: 60% (muitos já chegam no tx com
sobrepeso/obesidade)
• 1º ano: aumento de 10% no peso (média de 10kg)

Causas:
• liberação das restrições alimentares,
• terapia imunossupressora (glicocorticosteroides) - hiperfagia,
• estilo de vida sedentário,
• melhora do apetite.

Malgorzewicz S: Transplant Proc, 46:2622-2626,2014


Pantik C: Prog Transplant,(1): 10–15, 2017
Pantik C et al: Prog Transplant,(1): 10–15, 2017
Zelle DM et al: Clin Transplant, 27:E484–E490, 2013
Carrero JJ: J Renal Nutr 19:10-15, 2009
Sobrepeso e Obesidade
• Corticoide estimula a secreção de leptina (inibidor de apetite): resistência
à ação da leptina.

• Elevados níveis de neuropeptídio Y (estimulador de apetite)

Neuropeptídeo Y
Leptina Peptídeos orexígenos

Nagy K: Clin Kidney J (9): 359–373, 2016


Sobrepeso e Obesidade
• Corticoide estimula a secreção de leptina (inibidor de apetite): resistência
à ação da leptina.

• Elevados níveis de neuropeptídio Y (estimulador de apetite)

Neuropeptídeo Y
Leptina Peptídeos orexígenos

Nagy K: Clin Kidney J (9): 359–373, 2016


Sobrepeso e Obesidade
Efeito deletério na função do enxerto

Hiperfiltração: aumento da demanda metabólica

• Obesidade:
– DM
– HAS Doenças Cardiovasculares
– DLP
Malgorzewicz S: Transplant Proc, 46:2622-2626,2014
Tsirigoti L: J Hum Nutr Diet, 29:52–58, 2016
Malgorzewicz S: Transplant Proc , 48:1472-1476, 2016
A. De Giorgi, A. Storari, S. Forcellini, F. Manfredini, N. Lamberti, et al.: Eu Ver Med Pharmacol Sci , 21: 4654-4660, 2017
Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Fouque D et al: Kidney Int, 73:391–398, 2008
Desnutrição energético-protéica
Presente em 15 a 20% dos receptores

Causas:
• presença de comorbidades,
• insuficiência do enxerto,
• presença de infecções,
• acidose metabólica (degradação muscular),
• Doses elevadas de corticoides em conjunto com o estresse cirúrgico aumentam
o catabolismo proteico.
• efeitos catabólicos da imunossupressão:
– Aumento da gliconeogênese: catabolismo proteico
– Lipólise: facilitam ação das catecolaminas no tecido adiposo

Impacto negativo na sobrevida do paciente e do enxerto

Nephrol Dial Transplant (2003) 18 [Suppl 5]: v68–v


Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Hipertensão Arterial
• Prevalência alta: 50 a 80%

Causas:
• doador com HAS,
• idade do doador,
• doador falecido,
• TIF elevado,
• obesidade,
• medicamentos imunossupressores.

Fator de risco para doenças cardiovasculares

Torres MRSG et al: Transplant Proc, 39:446-8, 2007


Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009
Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Diabete Melito Pós Transplante (DMPT)
• Incidência: até 54% (7% no primeiro ano)

Causas:
• idade > 40 anos,
• histórico familiar,
• intolerância à glicose,
• obesidade,
• síndrome metabólica,
• terapia imunossupressora.

↓ a função e sobrevida do enxerto e ↑ risco DCV

Baron PW: Ann Transplant, 22:309-314, 2017


Diabete Melito Pós Transplante (DMPT)

Hiperglicemia

Resistência à insulina
Esteroides Gliconeogênese

Ward HJ: J Renal Nutr 19: 111–122, 2009


Diabete Melito Pós Transplante (DMPT)

Rodríguez-Rodríguez et al.: Nephron ;145:317–329, 2021


Diabete Melito Pós Transplante (DMPT)

Ciclosporina x tacrolimus

Late transplant-associated hyperglycaemia (TAH) after


transplantation at months 3, 6, 12 (M3, M6 and M12) and at the
end of follow-up. Rate of TAH according to tacrolimus (black) or
cyclosporine (hatched) use at M3, M6, M12 and end of follow-up.
*P < 0.05; **P < 0.01.

Wojtusciszyn A: Diabetes Metab 39:404–410, 2013


Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Dislipidemia
• Prevalência alta: 80 a 90%
– Hipercolesterolemia: 60% dos receptores
– LDL-Colesterol elevado e Hipertrigliceridemia: 35%

Causas:
• obesidade,
• função do enxerto,
• níveis elevados pré tx,
• elevada ingestão energética, de gorduras totais e colesterol,
• terapia imunossupressora:
– Azatioprina, esteroide e sirolimo: Hipertrigliceridemia
– Ciclosporina, prednisona e sirolimo: Hipercolesterolemia
Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009
Pós Transplante
• Sobrepeso e obesidade
• Desnutrição energético-proteica
• Hipertensão Arterial
• Diabetes melito
• Dislipidemia
• Síndrome Metabólica

Perda do enxerto e mortalidade


Definição de Síndrome Metabólica
Parâmetros Federação Internacional de Diabetes (IDF)
Obrigatórios CA ≥ 94 cm (homens) ou
≥ 80 cm ( mulheres)
90 cm em homens asiáticos
Número de anormalidades ≥ 2 de
Glicose ≥ (100 mg/dL) ou diagnostico de Diabetes
HDL colesterol < 40 mg/dL (homens);
< 50 mg/dL) (mulheres)
Triglicérides ≥ (150 mg/dL) ou tratamento farmacológico
Pressão arterial ≥ 130/85 mmHg ou tratamento farmacológico

SBD, 2020
Síndrome Metabólica
• Prevalência alta: 65%
HTN: hypertension
MSAT: metabolic syndrome after transplantation
CMIT: carotid intima-media thickness
CV: cardiovascular

Sgambat K: Clin Kidney J, 11:136–146, 2018


Dieta e SM pós tx

Vegetable intake was inversely


associated with PTDM (HR 0.77 [95%
CI 0.63–0.94] per 2log g/day; P =
0.009).

Gomes-Neto et al: Diabetes Care;42:1645–1652, 2019


Terapia Nutricional
Objetivo nutricional no Transplante Renal

• Identificar risco nutricional

• Prevenir ou minimizar efeitos das alterações

metabólicas

• Prolongar sobrevida do enxerto


Métodos de avaliação nutricional
• Avaliação antropométrica:
– IMC (OMS, 1997): preditor de mortalidade (baixo peso ou sobrepeso/obesidade)
– Peso Ideal (Ajustado)
– CB, CMB, PCT (Frisancho, 1990)
– CAbd (OMS, 1997)
– DEXA – padrão ouro pouca radiação

• Avaliação Global Subjetiva (AGS): 7 pontos


• MIS (score desnutrição)

National Kidney Foundayion


• Relação entre IMC e mortalidade

• > 150.000 adultos transplantados renais

• Participantes com peso normal no baseline que ficaram com desnutrição


(HR, 1.09 [95% CI, 1.02 – 1.20]) ou com sobrepeso/obesidade (HR, 1.20
[95% CI, 1.14 – 1.2320]) tiveram aumento da mortalidade.
Métodos de avaliação nutricional
• IMC sozinho não é suficiente para estabelecer diagnóstico
de desnutrição a menos que seja muito baixo (<18kg/m²)
• Ausência de edema: dobras cutâneas para avaliar a gordura
corporal.
• Avaliações longitudinais devem ser feitas para fornecer
informações sobre mudanças de gordura corporal. Atenção
à pacientes obesos onde as medidas podem não ser
precisas devido ao limite superior dos aparelhos.

KDOQUI 2020
Métodos de avaliação nutricional
• Avaliação antropométrica:
– IMC (OMS, 1997): preditor de mortalidade (baixo peso ou sobrepeso/obesidade)
– Peso Ideal (Ajustado)
– CB, CMB, PCT (Frisancho, 1990)
– CAbd (OMS, 1997)
– DEXA – padrão ouro pouca radiação

• Avaliação Global Subjetiva (AGS): 7 pontos


• MIS (score desnutrição)

National Kidney Foundayion


• MIS foi positivamente correlacionado com IL-6,
TNF-alfa e PCR: desnutrição correlacionada com
inflamação.
• MIS é validado para acesso ao estado nutricional.
Métodos de avaliação nutricional
• Triagem nutricional de rotina semestralmente para identificar risco
de perda proteico-energética, ou a cada 3 meses comparando
perda de peso no período
• Avaliação nutricional abrangente (incluindo, mas não
limitado ao apetite, histórico de ingestão alimentar, peso
corporal e índice de massa corporal, bioquímica, medidas
antropométricas e nutrição com foco em achados físicos)

KDOQUI 2020
Métodos de avaliação nutricional
• Exames bioquímicos (Col, TG, K, Gli, Creat, U)

• Biomarcadores: PCR, albumina sérica e/ou pré-


albumina podem ser ferramentas para complementar a
avaliação do estado nutricional. Não devem ser
interpretadas isoladamente para este fim pois são
influenciadas por fatores não nutricionais (inflamação,
proteinúria, etc). Proteínas de fase aguda.
KDOQUI 2020
Avaliação nutricional

• Métodos de consumo alimentar


– Recordatório de 24 horas

– Registro alimentar de 3 a 7 dias

– Questionário de frequência alimentar


Avaliação nutricional
• Avaliação além da ingesta: medicamentos, crenças, atitudes, depressão

• Apetite

• Ingesta alimentar

• Dados antropométricos

• Bioquímicos para avaliar eficácia da dieta.

KDOQUI 2020
Avaliação nutricional
Avaliação frequente:

• Intervenções para retardar a progressão da doença renal,

• Comorbidades como DM, DCV, dislipidemias

• Métodos comportamentais para individualizar a abordagem e minimizar

barreiras

• Planos individualizados

• Intervenções incluem mas não estão limitadas à perda de peso

• Contribuir para anormalidades eletrolíticas

• Auxiliar no erro de medicação e necessidade de ajuste junto com médico


KDOQUI 2020
Energia
• Calorimetria indireta: padrão ouro para GER

• Dose elevada de esteroide (febre, infecção, pós tx imediato):


– VET: 30 a 45kcal/kg/dia
– Obesidade: manutenção de peso

• Dose de manutenção (≤ 0,2 mg/kg/dia):


– VET: 25 a 30 kcal/kg/dia
– Obesidade: 20 a 25 kcal/kg/dia

Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009


Obesidade protetora?

N=31.014
Carboidratos
• 50 a 60% VET

• Fibras: 25 a 30g/dia
– Hiperfagia, hiperglicemia e hipertrigliceridemia

DMPT

• Igual para DRC em outras fases.

• Frequentemente é necessário associar tratamento


farmacológico (insulina e hipoglicemiantes orais) e modificar a
dose e/ou tipo de imunossupressão.
Aumento consumo de
vegetais, frutas, grãos
integrais, fibra, legumes,
proteína vegetal, gordura
insaturada e oleaginosas.

Diminuir consumo de
carnes processadas,
carboidratos simples e
bebidas açucaradas
Lipídeos
30 a 35% VET

Hiperlipidemia:

• ≤ 30% VET
– 10% saturada

– ≥10% monoinsaturada

– 10% poli-insaturada (4 a 13% de w-6, 1 a 2% w-3 e < 2% trans)

– Colesterol < 300 mg/dia

• Terapia mais restrita em pelos menos 6 meses: ≤ 25% VET


– < 7% saturada

– 10 a 15% monoinsaturada

– ≥ 10% poli-insaturada

– Colesterol < 200 mg/dia Riella MC et al: : Transplant Proc, 36:1650-4, 2004
Óleo de peixe: 6 g/day (720 mg of DHA and 1,080 mg of EPA) ou
placebo
Proteína
• 1,0g ptna/kg/dia e 30kcal
• 0,6 e 30kcal (cto) por 4 sem

Delmez JA et al: Am J Kidney Dis 17:693, 1991


• 30 kcal e 0,7 a 0,8g ptna/kg/dia
• 12 anos de seguimento

Pati T et al: Am J Kidney Dis 41(Suppl 1):S146, 2003


• 0,55 e 2 g ptna/kg/dia e 35kcal/kg/dia
• Rejeição crônica

Rosemberg ME et al: Kidney International, Vol. 41 (1992), pp.183-190


Proteínas
• Dose elevada de corticoide: 1,3 a 1,5 g/kg/dia (50% PAVB)
– Mesmo em casos de rejeição aguda, atraso na função do enxerto ou
necessidade de diálise.

– Controlar caso apresente uremia ou necrose tubular aguda

• Dose de manutenção de esteroides (≤ 0,2 mg/kg/dia):


– Função renal próxima à normal: 1g/kg/dia (50% PAVB)

– Perda crônica do enxerto : 0,6 a 0,8 g/kg/dia (50% PAVB)


• Ingestão energética > 25kcal/kg/dia e dose de corticoide

• Reduzir proteinúria, reduzir atividade da renina e preservar função do


enxerto

• Monitorar rigorosamente a massa magra do paciente.

Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009


Micronutrientes
Sódio

• Máximo: 2.400 mg → 6g de NaCl/dia

• HAS com edema: <2.000 mg/dia

Potássio

• Considerar os níveis séricos.

• Ciclosporina → hipercalemia.

• Restrição para pacientes com hipercalemia ou oligúria: 25 a 75 mEq/dia

Fósforo
• Esteroides: osteopenia e osteonecrose
• P: 1.200 a 1.500 mg/dia
– TFG < 50 ml/min/1,73m² = 800mg/dia
Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009
Riella MC et al: : Transplant Proc, 36:1650-4, 2004
Kota T et al: Contrib Nephrol, 155:82-9, 2007
• 22 transplantados em uso de anti-hipertensivos
• Grupo 1: controle
• Grupo 2: restrito em sódio (1800 a 2300mg de
Na/dia)
11,8g NaCl/dia
POF 2017-2018
4500

4000

3500 74,2%
3000

2500

2000

1500

1000

500

0
Consumo de sódio
Recomendação População Brasileira
Equivalente em
Sódio Sal de cozinha

Fontes 1,5g

1g NaCl – 400mg Na

1,4g

4,2g
1,3g

1,9g
5,0g
1,2g
Alimentos que devem ser evitados
 Embutidos em geral: presunto, mortadela, lingüiça, salsicha,
salame, peito de peru e bacon

 Peixes e carnes salgadas: sardinha, atum, bacalhau, aliche,


charque, carne seca e hambúrguer

 Queijos em geral (com exceção da ricota e queijo minas


fresco sem sal)
Alimentos que devem ser evitados
 Enlatados em geral: palmito, ervilha, azeitona, milho e
picles

 Temperos e molhos prontos: mostarda, ketchup, maionese,


molho de soja (shoyu), caldo de carne ou galinha em cubos,
glutamato monossódico, molho inglês e molho de tomate
industrializado

 Sopas e salgadinhos de pacote

 Não usar sal dietético ou light


Temperos que podem ser utilizados
 Alho  Cebola

 Gengibre  Hortelã

 Coentro  Manjericão

 Limão  Orégano

 Pimenta  Cheiro Verde

 Louro  Colorau
Sal de ervas
Visualização do conteúdo de sal
Micronutrientes
Sódio

• Máximo: 2.400 mg → 6g de NaCl/dia

• HAS com edema: <2.000 mg/dia

Potássio

• Considerar os níveis séricos.

• Ciclosporina → hipercalemia.

• Restrição para pacientes com hipercalemia ou oligúria: 25 a 75 mEq/dia

Fósforo
• Esteroides: osteopenia e osteonecrose
• P: 1.200 a 1.500 mg/dia
– TFG < 50 ml/min/1,73m² = 800mg/dia
Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009
Riella MC et al: : Transplant Proc, 36:1650-4, 2004
Kota T et al: Contrib Nephrol, 155:82-9, 2007
Alimentos risco em potássio > 5,1 mEq/porção
Frutas:
Laranja pêra Banana nanica

Mamão Banana prata

Mexerica Melão

Abacate Kiwi

Uva Água de coco

Goiaba Maracujá

Fruta do conde Jaca


Alimentos ricos em potássio > 5,1 mEq/porção
Verduras e legumes:
 Abóbora  Mandioquinha

 Abobrinha  Couve-manteiga

 Batata  Espinafre

 Berinjela  Chuchu

 Beterraba  Mandioca

 Brócolis  Quiabo
Cocção adequada dos vegetais
1. Descascar e fracionar o alimento em pedaços pequenos e
utilizar água em abundância para o cozimento, que deve
ser descartada após o processo. Não é necessário repetir o
cozimento.
2. Antes de preparar as hortaliças refogadas ou fritas deve-se
seguir as orientações do passo 1.
3. Para preparar sopa, as hortaliças devem ser cozidas em
água que deve ser descartada.

Reduz em média 60% a concentração de potássio


Teor de potássio
Alimento Cru Cozido
(mEq/100 g)
Beterraba 10,8 1,1 4,1 1,1

Cenoura 9,5 2,1 4,6 1,9

Couve 9,5 2,1 2,4 0,6

Banana 7,7 0,2 2,9 1,0

Feijão 21,6 5,3 6,9 1,9

Cuppari et al, Nutrire, 2004


Alimentos ricos em potássio > 5,1 mEq/porção

Outros alimentos:
 Grãos: feijão, ervilha, grão de bico, lentilha e soja

 Frutas secas: coco, uva-passa, ameixa seca, damasco

 Oleaginosas: nozes, avelã, amendoim, castanhas e pinhão

 Sal dietético: “Sal Light”, “Sal Diet” “Slim Sal”

 Outros: caldo de cana, suco concentrado de fruta,


massa/extrato de tomate, café solúvel, vinhos, refrigerantes à base
de laranja, chocolate.
Alimentos pobres em potássio < 5,0 mEq/porção

 Laranja lima  Abacaxi


 Maçã  Caqui
 Pera  Morango
 Banana-maçã  Pêssego
 Jabuticaba  Melancia
 Acerola  Limão
 Ameixa  Manga
Alimentos pobres em potássio < 5,0 mEq/porção

 Alface  Pepino
 Agrião  Pimentão
 Almeirão
 Repolho
 Cenoura
 Tomate
 Escarola

 Rabanete
Carambola é tóxica para os
pacientes com DRC

Neto MM, Nephrol Dial Transplant. 2003


Micronutrientes
Sódio

• Máximo: 2.400 mg → 6g de NaCl/dia

• HAS com edema: <2.000 mg/dia

Potássio

• Considerar os níveis séricos.

• Ciclosporina → hipercalemia.

• Restrição para pacientes com hipercalemia ou oligúria: 25 a 75 mEq/dia

Fósforo
• Esteroides: osteopenia e osteonecrose
• P: 1.200 a 1.500 mg/dia
– TFG < 50 ml/min/1,73m² = 800mg/dia
Andel M et al: : Transplant Proc, 19:95, 2009
Riella MC et al: : Transplant Proc, 36:1650-4, 2004
Kota T et al: Contrib Nephrol, 155:82-9, 2007
Hipofosfatemia
• Hipofosfatemia é uma complicação relativamente comum após
transplante renal, especialmente durante os primeiros meses, e
possivelmente levando a osteomalácia e osteodistrofia.

• Sua patogênese tem sido atribuída ao aumento da excreção de


fosfato devido a níveis elevados de fosfatúrico hormônios, o
efeito do glicocorticóide, aumento persistente nos níveis de PTH,
recuperação subótima da ativação da vitamina D, e desequilíbrio
no FGF-23
Mecanismos envolvidos na regulação do fósforo
Metabolismo da Vitamina D
7-dehidrocolesterol (pele)

Vitamina D3 (Colecalciferol)

25-hidroxilase

Marcador do
estado nutricional
25-hidroxivitamina D
(Calcidiol)

1-α-hidroxilase

Ca e P Forma ativa
1,25-dihidroxivitamina D
(Calcitriol)
Mecanismos envolvidos na regulação do fósforo
K. Tomida et al. / Bone 51 (2012) 729–736
Cianciolo G: Am J Nephrol, 43:397–407, 2016
Cianciolo G: Am J Nephrol, 43:397–407, 2016
Ingesta hídrica

- Estimular a função renal, diluição urinária.


- Cuidado com as bebidas açucaradas!

30ml/kg peso ATUAL

K/DOQI
Líquidos
• Bebidas alcoólicas (purinas) e cafeína: inibe ADH
• Refrigerantes: açúcar

• Sucos: açúcar

• Bebidas isotônicas: açúcar (30g/garrafa) e sal


(0,5g/garrafa)
ÁGUA
Higiene

- Pacientes imunossuprimidos: infecções por


bactérias e outros patógenos (Escherichia coli,
Salmonella e Listeria monocytogenes).

- Mais importante durante os períodos em que a


dosagem da imunossupressão está elevada.

K/DOQI
Higiene

- Higienização das mãos e superfícies onde ocorrerá a


preparação dos alimentos.
- Evitar contaminação cruzada entre os alimentos.
- Cozinhar bem os alimentos, principalmente as carnes.
- Utilizar hipoclorito de sódio para higienização de frutas e
verduras cruas.
- Evitar comer na rua (barraquinhas, restaurantes sem boa
procedência).
- Verificar data de validade dos alimentos.
- Verificar embalagem íntegra dos produtos enlatados.
- Refeições prontas sempre manter em refrigeração em
recipientes com tampa com validade de no máximo 24 horas.
Módulos de Maltodextrina
Em 5g
Calorias: 19kcal
1 medida = 5g Cto: 4,75g
Calorias: 19kcal Maltodextrina: 4,35g
Cto: 4,8g (maltodextrina) Maltose: 0,34g
Glicose: 0,06g
Sódio: 1,4mg
Em 5g
Calorias: 19,4kcal
Cto: 4,85g
Malto: 4,6g
Maltose: 0,2g Em 5g
Glicose: 0,05g Calorias: 20kcal
Sódio: 3mg 100% maltodextrina
Potássio: 1mg
Cácio: 1,8mg
Fósforo: 1,3mg
Módulos de Lipídeos
1 colher de sopa = 9g ½ frasco = 100ml
Calorias: 81kcal
Gorduras totais: 9g Calorias: 467kcal
Sat: 6,4g Ctos: 4,3g (sacarose)
Mono: 0,8g Gorduras totais: 50g
Poli: 1,8g Sat: 5,3g
Linoléico: 1,7mg Mono: 30,4g
Alfa-linolenico: 15mg Poli: 14,3g
Vitamina E: 1mg Sódio: 7mg

Óleo de canola + girassol


1 colher de sopa = 9g
Sem sabor e Morango
Calorias: 76,6kcal
Sat: 6,6g
Mono: 0,6g
Poli: 1,7g
TCM + óleo de milho
Módulos proteicos

1 colher de sopa = 7g 1 colher de sopa = 7g


Calorias: 26kcal Calorias: 25,6kcal
Proteínas: 6,2g Proteínas: 6,4g
Gorduras totais: 0,08g Gorduras totais: 0g
Sódio: 1,2mg Sódio: 14mg
Produtos específicos para DRC em
Tratamento Conservador
Marca Nutrimed Support
Nome Nutri Renal Nutrison Advanced Nefro
Porção 200ml 1 pcte 90g
kcal 400 390,6
g ptn 8,0 9,9
g cto 62 (S) 67,5
g lip 14 9
mg Na 120 49,5
mg K 110 (2,82mEq) 279 (7,1mEq)
mg P 130 114
Sabores Baunilha Baunilha
Produtos específicos para DRC em
Diálise
Marca Prodiet Nestlé Nutrimed
Nome HDMax Novasource NutriRenal D
Renal
Porção 200ml 200ml 200ml
kcal 300 400 400
g ptn 13,4 14,8 15
g cto 40,4 40 56
g lip 9,4 20 13,2
mg Na 228 320 174
mg K 72(1,9mEq) 220 (5,6mEq) 270 (6,9mEq)
mg P ---- 130 200
Sabores Baunilha Baunilha Baunilha
Produtos específicos para DRC em
Diálise
Marca Nestlé Nutrimed
Nome Novasource NutriRenal D
Renal
Porção 250ml 250ml
kcal 500 500
g ptn 18,5 18,8
g cto 50 70
g lip 25 16,5
mg Na 400 217,5
mg K 275 (7,0mEq) 337,5 (8,6mEq)
mg P 162,5 250
18
Sabores Baunilha Baunilha
Aconselhamento nutricional
British Journal of Nutrition (2005), 93, 345–352

• Grupo estudo: dieta mediterrânea (47% cto, 38% gordura – 10%


saturada, 22% mono e 6% poli e 15% ptna) 30ml de azeite
prensado a frio/dia. 30g/dia de grãos, sementes e oleaginosas.
Cto de baixo índice glicêmico. Aumento de vegetais.

• Grupo controle: dieta baixa em gordura (57% cto, 26% gordura e


17% ptna)
• Dieta mediterrâneo e atividade física. 2 anos de seguimento

• As taxas de ingestão de gordura total e percentual de


gordura saturada foram significativamente menores no
grupo de intervenção em comparação com o grupo
controle, 54 g (16 a 105 g) versus 65 g (34 a 118 g), e 10%
(5% a 17%) versus 13% (4% a 20%), respectivamente.
Osté MCJ et al: Am J Transplant, 21:1–11, 2018

• Carboidratos complexos:
frutas, vegetais, grãos
integrais,
• Laticínios desnatados,
• Carnes magras e
leguminosas,
• Sem carnes processadas,
• Oleaginosas,
• Baixa ingestão de sódio,
• Baixa ingestão açúcar.
Acompanhamento Nutricional
Pós transplante renal

• Acompanhamento regular, com avaliação nutricional,


orientação (preferências alimentares, condições clínicas,
bioquímicas e nutricionais, esquema de
imunossupressão, aspectos sociais e culturais) e
educação nutricional.
Adesão ao tratamento

Média de 20% na
não adesão
Resumo
Pharmacy

Nutrition Social service


Nursing Psychology

Nursing
Transplante
Nuvem de palavras
Obrigada!
giovana.sertori@gmail.com
@nutri.renal.giovana
Estudo de caso

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