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SEMINÁRIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL-RONDÔNIA

Prof: Rev. Alessandro Santarelli


Aluno: Sem. Altair Alves

O papado: sua origem, evolução histórica e significado atual


Os papas são personagens muito importantes no mundo atual, ocupam enorme
espaço na mídia e suas ações excedem a área especificamente religiosa,
política e social.
Para o protestantismo, o papado não é uma instituição de origem divina. As
Escrituras não apontam esse ofício como uma ordenança de Cristo à sua
igreja. o Senhor proferiu a Pedro as bem conhecidas palavras: “Tu és Pedro e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Todavia, isto está muito
longe de declarar que Pedro seria o chefe universal da igreja. Não há base
segura para afirmar que Pedro sequer tenha estado em Roma, quanto mais
para admitir que ele tenha sido o primeiro bispo daquela igreja.
A partir de meados do quinto século passou a ser aplicada quase que
exclusivamente aos bispos de Roma. A igreja de Roma tornou-se a maior, a
mais rica e a mais respeitada de toda a cristandade ocidental. Constantino
muitos imperadores romanos fizeram generosas concessões àquela igreja,
buscaram o conselho dos seus bispos.
No final do primeiro século (ano 96), o bispo Clemente enviou em nome da
igreja de Roma uma carta à igreja de Corinto para aconselhá-la e exortá-la
quanto a alguns problemas que a mesma estava enfrentando. Um século
depois, o bispo Vítor (189-198) exerceu considerável influência na fixação de
uma data comum para a Páscoa.
Leão I (440-461), considerado por muitos “o primeiro papa”, exerceu um papel
estratégico na defesa de Roma contra as invasões bárbaras e escreveu um
importante documento teológico sobre a pessoa de Cristo (o Tomo) que
exerceu influência decisiva nas resoluções do Concílio de Calcedônia (451).
Além disso, ele defendeu explicitamente a autoridade papal.
 Gregório Magno (590-604), o primeiro monge a ocupar o trono papal,
supervisionou as defesas romanas contra os ataques dos lombardos, realizou
complicadas negociações com o imperador bizantino, saneou as finanças da
Igreja e reorganizou os limites e responsabilidades das dioceses ocidentais, foi
estudioso das Escrituras:
 Natal do ano 800, quando o papa Leão III coroou Carlos Magno como Sacro
Imperador Romano. Algumas décadas antes, o pai de Carlos Magno havia
cedido à Igreja os amplos territórios do centro e norte da Itália que vieram a
constituir os estados pontifícios. Por vários séculos, os papas teriam um
relacionamento estreito e muitas vezes altamente conflitivo com esses
governantes.
                 O papado também teve seus períodos sombrios, um desses
períodos ocorreu entre o final do século IX e o início do século XI, quando a
instituição papal foi controlada por poderosas famílias italianas. A história
revela que um terço dos papas dessa época morreu de forma violenta
espancamento estrangulamento, assassinatos, asfixiado; mutilações, para não
citar outros fatos deploráveis. Parte desse período é tradicionalmente
conhecida pelos historiadores como “pornocracia”.
                No século XI, surgiram vários papas reformadores que procuraram
moralizar a administração da Igreja, lutando contra vários males. O mais
notável foi Hildebrando ou Gregório VII (1073-1085), que se notabilizou por sua
luta contra a simonia, ou seja, o comércio de cargos eclesiásticos, e ficou
célebre por sua confrontação com o imperador alemão Henrique IV. Ele foi o
primeiro a utilizar o título “Vigário de Cristo”, ou seja, o papa era não somente o
representante de Pedro, mas do próprio Senhor.
                 No século XIV e início do século XV. Primeiro, os papas residiram na
cidade de Avinhão, ao sul da França, por mais de setenta anos (1305-1378) .
Esse período ficou conhecido como “o cativeiro babilônico da Igreja”. Em
seguida, por outros quarenta anos (1378-1417), houve dois e finalmente três
papas simultâneos (em Roma, Avinhão e Pisa), no que ficou conhecido como
“O Grande Cisma”.
                O final do século XV e início do século XVI testemunhou o pontificado
dos chamados “Papas do Renascimento”, os quais, ao contrário de muitos de
seus predecessores ou sucessores, tiveram escassas preocupações espirituais
e pastorais. Como o papa Alexandre VI (1492-1503), o espanhol Rodrigo Borja
dedicou-se prioritariamente a promover as artes e a embelezar a cidade de
Roma; Júlio II (1503-1513) foi um papa guerreiro, comandando pessoalmente o
seu exército; e Leão X (1513-1521) teria dito ao ser eleito: “Agora que Deus
nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”. Foi ele quem despertou a indignação do
monge agostiniano Martinho Lutero ao autorizar uma venda especial de
indulgências na Alemanha para concluir as obras da Catedral de São Pedro. O
resultado dessa indignação é conhecido de todos.
                 A Reforma Protestante do século XVI despertou a cúpula da Igreja
Católica do estado de letargia espiritual e omissão pastoral em que se
encontrava. Por um lado, Roma empenhou-se em combater o novo movimento,
detendo o seu crescimento e procurando suprimi-lo onde fosse possível, como
aconteceu na Espanha e na Polônia. Esse esforço recebeu o nome de “Contra-
Reforma”. Por outro lado, a Igreja Romana, consciente das distorções
espirituais e morais apontadas pelos reformadores, fez uma autocrítica rigorosa
e um esforço sério no sentido de corrigir os seus erros, aperfeiçoar a sua
estrutura e explicitar melhor a sua fé. Esse aspecto é denominado pelos
historiadores de “Reforma Católica”.
                 Nos séculos XVII e XVIII, as antigas ligações entre a Igreja Católica
e as autoridades seculares continuaram a criar problemas para os papas. O
Concílio de Trento contribuiu para a centralização do poder no papado e isso
não foi bem recebido em muitas partes da Europa devido ao crescente
nacionalismo e ao absolutismo real. Por outro lado, os defensores da
autoridade suprema dos papas foram chamados de “ultramontanistas”, porque
buscavam essa autoridade “além das montanhas” (os Alpes).
                Um golpe ainda mais devastador contra o papado foi desferido pela
Revolução Francesa (1789). Desde o início houve um profundo conflito entre a
Igreja e o ideário republicano da Revolução. O primeiro foi Giovanni Angelo
Braschi ou Pio VI (1775-1799). Em 1798, o exército francês ocupou Roma,
proclamou uma república e declarou que o papa não mais era o governante
temporal da cidade. Pio VI morreu no ano seguinte, virtualmente como
prisioneiro dos franceses. Seu sucessor, Barnaba Chiaramonte, eleito papa Pio
VII (1800-1823), inicialmente foi deixado em paz.
                A memória da Revolução Francesa reforçou o conservadorismo
político e teológico dos papas e sua consequente oposição às idéias
republicanas e democráticas que viriam a ser cada vez mais amplamente
aceitas no mundo ocidental.
                A Igreja Católica e seus pontífices começaram lentamente a aceitar o
mundo moderno com o papa Leão XIII (1878-1903). Embora ainda
marcadamente conservador, a ponto de declarar na bula Immortale Dei que a
democracia era incompatível com a autoridade da Igreja, ele deu uma série de
passos construtivos no relacionamento com diversos governos europeus.
                Um período especialmente conturbado para a Igreja Católica e para
os seus líderes foi a época das duas guerras mundiais. Em 1929, Pio XI (1922-
1939) assinou uma concordata com o ditador fascista Benito Mussolini, o
Tratado de Latrão, mediante a qual foi criado o Estado do Vaticano. Ele
também apoiou o regime ditatorial de Francisco Franco na Espanha. Mais
problemática foi a concordata com Adolf Hitler em 1933, vista por muitos
observadores internacionais como uma aprovação tácita do regime nazista.
                Seu secretário de estado, o cardeal Eugenio Pacelli, sucedeu-o no
trono pontifício como papa Pio XII (1939-1958), ao mesmo tempo em que
eclodia a II Guerra Mundial. Esse papa tem sido severamente criticado por seu
silêncio diante das atrocidades, conservador tomou iniciativas que contribuíram
para as grandes mudanças que viriam a acontecer na Igreja após a sua morte.
                A eleição do último papa do século 20, em 1978, foi um
acontecimento não menos momentoso para a Igreja Católica e para o mundo
ocidental. O polonês João Paulo II (Karol Jozef Wojtyla) foi o primeiro papa
não-italiano desde o século XVI. Sua atuação corajosa contribuiu para a
derrocada do comunismo em sua pátria e no leste europeu. Ele sobreviveu a
um grave atentado na Praça de São Pedro. Foi também o papa que mais se
deslocou pelo mundo afora, tendo feito cerca de uma centena de viagens
internacionais.
Aplicação
A grande importância e conhecer esta história para o fortalecimento ministerial
em questões papais históricas e suas evoluções com o decorrer dos séculos.

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