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649 – ESTRUTURA E COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

ORGANIZAÇÕES

ABORDAGENS CLÁSSICAS:

1903 – Escola da Administração Científica – Ford

1916 – Escola dos Princípios de Administração – Fayol

As teorias clássicas surgem na segunda e terceira década do século XX e estiveram na base do


desenvolvimento das primeiras grandes empresas industriais, bem como das primeiras
organizações públicas.

A sua sistematização surge, sobretudo, com os trabalhos do norte americano Frederic Taylor
(1836-1915) e com Fayol em França.

F.Taylor a partir de 1903, ao elaborar a “direcção científica das empresas”, onde recomenda
como forma de Organização a seguir pelas empresas, o “organigrama funcional” – que implica
a suspensão da hierarquia linear directa (que critica os sistema militar ou cadeia de comando
adoptado nas fábricas, sistema que dispensa a Direcção de preparar o trabalho dos operários e
que impõem aos contramestres uma consistência que eles não teriam.

Taylor definiu o trabalho da Direcção (preparação, planificação, análise de tarefas,


organização, metodologia, etc.) e substitui o contramestre tradicional por Técnicos que se
encarregavam de aconselhar os executantes e que asseguravam a formação permanente
desses mesmos executantes.

A Organização, segundo Taylor, incide fundamentalmente sobre a vertente do trabalho


manual ou mecânico, relegando para segundo plano as questões humanas e sociais do
trabalho.

Por esse facto, Taylor sofreu duras críticas por partes de outros autores, cujo tema
“Organização” era algo mais vasto do que uma visão estritamente especializada e técnica dos
modos de execução de certa tarefa.

Foi Henry Fayol que através do seu livro “Administration Industrielle e Générale” (1916), deu
uma resposta a Taylor, apresentando aquilo que foi considerado como sendo uma primeira
sistematização dos princípios que informam os aspectos administrativos da empresa e
proclamando o primado da via hierárquica enunciando a seguinte regra básica: “um agente
não deve receber ordens senão de um chefe e de apenas um”.

Esta afirmação é a base de todo o sistema que ele defendeu como sendo a solução ideal para
os aspectos ligados à Organização.

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Se quisermos fazer uma comparação simples entre os princípios defendidos por Taylor e os
defendidos por Fayol podemos dizer que:

 TAYLOR desenvolveu uma doutrina de organização oficinal, fazendo incidir os seus


estudos sobre a organização do trabalho da Oficina, ao nível do operário e da
máquina, introduzindo medidas no trabalho industrial para aumentar o rendimento
desse trabalho.

 FAYOL desenvolveu uma doutrina de organização administrativa, centrando o seu


esforço de investigação na procura da organização mais racional dos serviços e dos
escritórios, aplicando um conjunto de princípios, regras e processos, que tinham por
fim facilitar a gestão global das empresas e aumentar o rendimento dessas mesmas
empresas.

Entre os autores mais clássicos, temos também de referir Henri Ford (1863-1947) pelo seu
radicalismo em matéria de concepções de Organização.

Se em muitos casos, Ford se antecipou em matérias de gestão, noutros cometeu erros graves
que conduziram a “Ford Motor Company” a algumas dificuldades.

A sua doutrina resumia-se a três pontos principais:

1. Produção em Massa – exigia a utilização intensiva de máquinas que permitiam a


estandardização e a especialização operária, com um mínimo de aprendizagem.
2. Salários Elevados – o que permitia distribuir riqueza e, assim criar poder de compra
para a aquisição de automóveis.
3. Ausência de Hierarquia e Organização – o que conduzia a desprezo pela
Organização Contabilística e Financeira, poucos quadros intermédios e pouco
“staff”, ausência de organização hierárquica e uma concepção autocrática da
gestão.

Princípios da Organização, segundo Urwick (Theory of Organization, 1952):

Princípio do Objectivo

Toda a organização e respectivos componentes devem ser a expressão dos objectivos do grupo
ou, de outra forma, carecerão de significado.

Princípio da Especialização

As actividades de todos os membros de um grupo organizado devem ser limitadas, tanto


quanto possível, ao exercício de uma função.

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Princípio da Coordenação

A finalidade da organização em si mesma é facilitar a coordenação de forma a possibilitar a


realização dos objectivos do grupo.

Princípio da Autoridade

Em todo o grupo organizado deve existir uma fonte de autoridade; deve haver uma linha de
autoridade claramente definida desde a posição mais alta até aos indivíduos na base da
pirâmide organizacional.

Princípio de Responsabilidade

Sendo esta indelegável, o superior permanece responsável pelos actos dos subordinados

Princípio da definição

O conteúdo de cada função á correlativa autoridade e responsabilidade, assim como as


relações com outras funções, devem ser claramente definidas e postas por escrito.

Princípio da Correspondência

A responsabilidade imputada a cada função deve estar em correspondência coma autoridade


que lhe é atribuída.

Princípio da Amplitude de Controle

Nenhuma pessoa deve supervisionar mais de cinco, ou máximo de seis subordinados.

Princípio do Equilíbrio

É essencial que as diferentes unidades operacionais básicas de um grupo sejam mantidas em


equilíbrio, não se permitindo que os interesses de cada um se sobreponham aos interesses dos
outros.

Princípio da Continuidade

Reorganização é um processo contínuo, devendo em todos os grupos ser tomadas as medidas


adequadas, de molde a facilitar-se a realização desse processo.

Em suma, poderíamos afirmar que num processo de organização há que dar especial atenção
aos seguintes requisitos:

Divisão do trabalho – identificando e agrupando as tarefas a executar.

Delimitação das linhas de Autoridade – processo de definir e delegar a autoridade,


estabelecendo a respectiva responsabilidade.

Estruturação dos componentes de um determinado grupo – estabelecendo as relações


formais e funcionais entre os órgãos de uma organização.

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