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Filosofia grega e democracia*

FRANCIS WOLFF

frequencia que. retre catros méritos. Atenas classica


teve o de inventar a filosofia e a democracia. O que • verdade. desde
acre:
mesma relação.
NãO Ao RESCE e considerarmos apenas as datas. podo-se
dizer que sio as reformas de Clateces, do inicio do sécuio V, que
assinam o atestado di 90: €
desmoronamento do império, ao faial deste moeso sicalo, marco o fim
de sua idade de ouro. Quanto à filosofia ateniense, sua idade de ouro
comoça coca a morte de Sócrates, em 399, ca a o fim da idade di
mocracis. Isto, certamente, não significa que agás o ano de
404 não tensa havido mais demerseia em A%sas: bem ou mal ola se
mantém ate a conquista de Alexandre; m durante o século IV ela não
sove DEOS mesmo mesma fé cm sou regime.
Tampouco significa que antes d • Platto e da abertura das múltiplas
escolas "socráticas" em Alecas, não tenha havido fiosofia na Grécia.
Na Grécia, isto é. nas loainquas colonias. mas não em AteREs. E,
exceto Sócrates que por ela morres, ado bouve antes de Platão nenhum
Filosofo as em importar sax especulação
para a Atenas democrática foram acolhidos cone desconfiança e despa•
chados como estrépito.

*
(1) Este texto E uma vento p
Departanesto de Filosedia da USP,
30 E3D JETO
.20
(2) E o casa de A cujo abre
oncessos antintslectanes
Mas desnive. intre Elosofi e democracia não l apenas .om
um
poral: é como se houvese, tandamentalmiate, desde o inicio,
cocaso cedido. Inteiramente voltada para a politica onde se
vale dos velhos prinelpios pragmática - dos sete sábics,
despreza pesquisas
por exmplo - a democracia do século '
sobre a "*Physis" ou sobre o "Ser". Estes, por sua vez, não deixam por
menos: penhum dos pré socráticos se preocupa com politica. Lever.
samente, quando o declínio da democracia de Atenas contempla
apara a sua filosofia, não vi senhum democrata entre os grandes
filósofos elkssicos. Platão não tem palavras: duras para
desqualificar a ditadura da multidão. Aristóteles e, seguramente.
muito mais i as instituições deraocráticas:* mas desde
passando do fato ao direito, examina o Estado, são como d mas
como deveria ser. sua República" ado é es nada mais democrática do
que a de Pistão. Quanto aos razoa ENsoles anteriores cujas principios
poderiam e considerados como demaeráticas, como no caso de Epi-
curo° a desconfiança da pe que dela atassem a filosofa. A
cida de elissica ato tinha ipso jacto capeadrado s ISosolia politica. mas
a morte dessa condenou a outra.
Em outros termos: conbecrmos beca a democracia, sua história,
suas instituições e mesca a "idcologia espontânca". * Por outro lado,
temos quantidade de textos importantes de filosofia politica da Atenas
clássica, mas não de "Hicsofia da democracia". Isto não quer dizer que
a ficcolia não nasceu de imenso da discussão

(3) Seria talvca preciso enveteac esse falo pué-ascrati


dei e da acesordia. Mas
dentre suas considerações ético por alcan
ser possível, no acaal estado de 1
como os pensamento potiticol
e Arisatedes parece asa encontra-se à Pi. III.
12813-40, 12803-48.
5) & s gAr D1 36 5
butts. ne exte
COLECELA (da tartar o pous Lariçae de L. Éviment,
na deteca via
Paro, 1961. 2. 235,
animiro
es
desverática e das deciles da s
de Fole ao, de acando cors a de Poedes
4.59t - 0.4 Arr..
bosQue 9 0
40-i una cela
eles Hericose (11, 800
da cerando con agna di de se lares be
urgementsção de Olanes, a propieta
de Avedo s evt.
e Pandes (11, 374
algumas declaraçles de Teses das Suplwasses. Terse4 idEia da (ou 539)
colegas descina stos diante da de ecracia con K.1. D014. Greek papaisr mos talicy in
the tone o/ Pioro anel Arianoce. Osleell, o. 288
liberação de palavre politica que a democracia permitiu.
Certamente, a filosofia foi filha de democracia, mas foi, pelo menos,
uma criança tardia e rebelde. Nascida do Logos e da democracia. a
Filosofia grega teve, sem divida, um destino edipiano. Este lato, esque-
sido com notável frequência pelas pesquisas "humanistas", que ti-
boas razões para . problemático.
Ele, sem dúvida, pesco sobre a bistócia de peasamento político e da
Filosofia. Mas tão logo nos tentados a g à questão
de direito: por que este divórcio inicial? Mas, acima de tudo, em que
condições históricas, politicas, mas tambian Exsóficas tornou-se impos.

sivel a emenxéocia de uma Dosofia "democrática" de democracia? a


observações que s • querer responder a essa questão,
pretendem contribuir para colocar o problema.
Mas ser necessário, talvez, fazer antes uma restrição: o caso do
sofista Protágores: deve : excluido regra? Na verdade,
ek difkilmente seria uma exerção: sem Gilsola no sentido pleno do
termo, pois que era um "mestre assalariado", nem ateniens., que
era professor itinerante, ainda que teahs sido um das principals conse-
theiros de Péricles.' Ei todo caso, e em que pese o fato de não ter sido
filosofo d (serk possivel?), temas boas
males para cre ele foi um de seus mais eminentes pensadores, o
q30. muito nosss situação. Com eleito, sabemos
pouco acerca e Abdera e quase nada :
pensamento politico, tal como podia exprimir se em sua República.'

0 Hood (PrEface, Principes di

Paliosephie da Devir) não deve ser posto na t Es de san cheisincia do peros.esto


grego? Mas que tomaria Hegel por es -1
(48) Sobre arrelaçlesco ambos, ci. H. Dica - W. Krans. Fracmeate dor Vorselro:
titer (ascouir D- X) A 10. B9. Sabe a gar Recicko seatiea a Frotkaoras o cultedo de
preparar a legislação da asa ceiaia pua balbrica de Tatian (D Kg 1, 50). Sobee
Eno (NEV.ES, TEE l. Lata, Protupora, Terino, 1852, 3). 32-45. Pul votro lado, A. Bay waus
(*L'art poli que d'epois Protogoc es" de Perae PeSagkigue de ia Fresco et de l'Étras*
per, 1957, Rosto CLVII. p. 43-580 jih ion coldbucio autos diarios commcas e adie
pensaraenico zodilicon de anibon (cf. a. 13,7- 44; m. 7, 7. 47; a. 4, p. 47; e. 2, p. 30).
(9, Peri Rei: ele: (D-K.80 A1, 55). Ficamos sed soidos ao destervento de Platão oe
Pranágones (especificamente 315-3254 Me a abe
sagia de 1660-1652. A preciso e abas (808 37e )
Ale Sovinice. Napoli, 1966. p. 13L. S. Mover e G. Rastes, "A comecen: ef the relatrier
the Protecacas". Pesenia, 1956. D. 110-111 eneso o que e 06 sabemos por octrza
100 personalidade e a de Ablcza iotordituan, cm 1900 caso. de recosar.
De rolo peroanseto pelico (osso o lar, biledarcale, A. Capicai, Pyonscors, 4
Tolineinze e l Franrunti. Fin e. 1983. p. 247258). Sabe-so a% que casa parte e
:
Para além de todos estes obstáculos, correremos aqui o risco de
propor algumas hipóteses sobre o qae podia ser, ou antes, sobre o que
poderis ter sido uma N5o "* um
50e21 a particular (sua doctrina). sem a "filosofia" de um povo ou
de uma forma 6 : geral (sus ideodoga). Entre Cois
imites. um dos quais continua de mos e outro sem
elaboração conceitual, procuramos una terceira via: fazer como se esta
doutrina tivesse existido (fosse de qu:a quer que
seja), portanto, coco se ela tivesse sido possivel, uma Blosofia que não
'ove apenas a justificação de instituições politicas, muiso menos seu
reflexo refletido, mas o pe ato critico de prática da democracia.
no interioc da conceitualidade elaborada pelo pensamento politico
clássico. Uma filosofia que esposaria ser os contornos singulares, refle-
tira suas dificuldades e assumiria suas contradições. Mas como fazer,
se esta conceitualidade foi talvez jostamente elaborada, graças a, mas

sobretudo contra a democracia? Proporsos, siada que s prejutro de


sempre voltar instituições e as práticas eletivas da democracia.
fundarmo-nos a covetrério sobre os textos de filosofia politica de Platão
• sobre aqueles de Aristóteles. em que ele se faz o ideólogo de uma

cidade ideal: utilizando como mogativos, Do sentido fotográfico do


termos utilizando. em compensação, positivamente as análises aristo-
tElleas do funcionamento da democrac os elementos dispo
do pensamento de Protágoras.

I. O espaço do polirico

Partamos, por exemplo, d justamente de Platão, e do


Protégoras. Protágoras acaba de se apresentar como sofista (= "mes-
tro") e de anunciar sua especia Ridade, a "politica" (318a-319a). Sócra-
les, que então fala em comum em uma cidade
democrática," faz-lhe, em resumo, a seguinte objeção: pretender ensi-
nar esta virtuce parcos contrário so s principios do reg eleito,

manda ce atenienses se reúnem na assocebiéia para deliberar, de duas


:03. matéria em discussão é técrica - considera-se então que se

de Platão ganasa na aurigwifade per ti Lo em prestada 60 Protógeras (D-K

(49 nas pede cas.oee adin de Plata


viciarDa diner o jogo cialltico, da enttec-ézia no irldio desw 4blagn, E msito bern
oleitadanse
1, Line de Freispura. Paris. 1995, p. 11-12.
, de "coisas q aprendem e que se enGAxm**1319c).
ourem c coesaihos do especialista, por exempão do arquiteto. cm
questões de arquitetura; ao contrário, quando se trata de "deliberar
sobre os negócios que interessam à adminisrção e o Estado". to e,
a politica goral e justamente o que Protágoras pretende ensinar (318c)
"então Sevantam-se para dar-lhes conselhos nestas matérias tento
um carpiateiro quanto um ferreiro, um sapateiro, um negociante, um
armador, um rico ou um pobre, um nobre ou um rústico (319d) e não
aparece ninguém para julgar qoe eles não têm este direito, pretextando
que não foram instruídos para listo."
Este texto pode servir posto de partida para uma interro-
xação sobre os respectivos limites do politico e do saber e sobre e lugar
da competência na prática da democracia.

1. Democracia e competencia

Pode-se, desde logo, medir a diferença entre uma "tecnocracia"*

uma democracia. A dilevaça 4 dupla: 1 um lado, democracia


roovabace,: menos negativamente, a er
de capaço 1
técnico, que é próprio do pelitico e onde qualquer um, qualquer que
*J4 90 função social, tem direito a dar
opinião considerada como vi da; a competencia demos estende-sc
pelo menos a tudo o que não entra em uma formação especializada.
Além do mais, ar dominios considerados como eminentement
enicos, a decisão cabe sempre ao povo; assim, era seu próprio donio
mio, o parece especialista não pode ir alem da seguinte fórmula: "36
querem tal coisa, E preciso fazer isto": em outros tersos: uma compe-
Mencia coneerne apenas à eficicia dos meios a empregar para obter um
fim soberanamente excolh5do pelo povo. Se, portanto, poli-
tico, em uma denocracia, o espaço da administração do Estado, que é
igualmente compartilhado por se definiremos esta esfera
de soberania popular por um deplo conjunto: é a parto das opiniões de
que concernem Extada. implicar, necessariamente.
uma produção particular, meia a totalidade das decisões

:*Mexicar" e as deliberações

"politicas* 4 gra. cO
A ENre E Prossecess
, de que c re99006k a uma
e uma apice de E D-Xenelectz. Rep. AL. 1. 6) imis.
latirão lactitucionalirada.
vcontece a se dos o dara70 6e expressio
ttt, ao 003473r31, a0
1 galguer saleria.

11
num caso como no outro, aS
quaisquer que elas sejam, uma s
smo valor.
vozEs ou oS votos possuem, nesta esters. of
Mas, c cada um. sem competenda, pode e meses deve por 1380
wermo participar de todas as decides referentes a o interesse geral do
Estado, isto implica negativamente que a politica: um saber
reservado aos que o teriam aprendido e, reciprocamente, que se possa e
dera discutir publicanto que escapa dos saberes especiali-
zacos: não há competência em polica, porque ela abraça o conjunto
das coisas discutiveis/ sto quer dizer, duplament que 35 se pode
opinar, e não saber, mas que se deve decidir e não deixar Fazer.
De que se discute? Aristiteles nos diz: "aão deliberamos sobre os
próprios fins" (Ex. Nic. 11, 11126 12): mas ele quer dizer com Isto
fias últimos ou os mais gerais," com eleito, não deliberama pate
saber se preferimos as boas da mas leis, ou se é melhor vencer do que
encido. Não se discute porque unanimidade.'4
Podemos acrescentar que também não se discute acerca das meios
imediatos, exemplo como con barco que flutue, ou como
ir à Sicilia pelo melhor caminho. meios mais imediatos são tão
Indiscutíveis quanto o fim mais distante, mas por uma razão inversa:
não porque supbemn, a priovi, a esanimidade dos ato especialistas,
mas porque recolhem a posteriori a certeza de especialista. Entre o
meio imediato que requer a produção ou de uma
realização e o fim último que implica o soardo universal, desenvolve-se
todo c discutivel dos: e dos Ens intermediários. 1
quais nem todos são a priori unânimes e ninguém a posteriori infalivel:
o campo das dociades majoritárias e incertas, a ordem do politico.
Mas por que incerta? Por que não se: pode pensar, enquanto
demexrata, que a politica seja uma citacia?

Nosao

1
é a elefa.a

e Fracareati, Pierece, 1067, Face, 1., P.3 - a guia dita2e 5e0um)


caneta. mato provavel que, e
Sigams e 44, 12 12 aTa la
verstene.
3: macrarqot a ca bowie, por cenirxinal %, apela russa para o *) OCTI 121IAl

(3
per ceraglo aperaaação caboaala/tarros
Barones, art. cit. . E, p. 40 de que 2 s conceituali
o e as melhoras cidadox.
adia conparação cons a Revérica (1388t 20), code
Aristides de ar o fim do género de lera lie Te dia e e nocivo".
CE a pauagem da 54. Lad, comopendeste l de E. Wc.. ok.: cortameate
delibera sol re e list foic é cassboincido pene koda.* (1226b 1/00.

12
:
2. Politica e ciencia

O que não: pode absolutamente , discutese. E o que :


discute, não se pode absolutamente sabi-lo. Ciencia e deliberação
pública não têm, portanto, o 1 o objeto. Com efeito, só podemos
o que o, a o abjeto da politica não e o ser, mas, se assim podemos
dizer, um ser-mence, ou um ser de uma curiosa modalidade.
Primeiramente,
há ciocia do que él deliberação do que
er. O tempo da deliberação É o futuro; com eleito, é sobre o que:
deliberação secaselhamos e desaconselhamos* Aristoteles.
13580 14-15). Ora. a citacia, e canse repeti-lo"
Platão, retomando uma velha Sóemula de adiviahs¿ão, da tem-
po. o que significa ela é a mesm ara o passado, o presente e o
futuro. A politica, podendo apeass cacarar seus objetos su5 especi
arternitalis e aplicando-se ao futuro na exclusão de qualquer outro
campo, introduz uma reptura catre o advindo e o advir, partição que
seria a negação do conhecimento cientifico não somente pelo fato de
que a prática politica - Alenas não cesse de proclamã-la e s sett
sábios - se insere em uma temporalidade imediata e frigi que requer
a escolha do "momento oportuno" (Raindo), da "ocasilo favorável" o

mesmo do "golpe de vista" ( castockía), mas mais profundamente,


porque e objeto da deliberação, sendo um ser que sinda alo & e talvez

não ser4 jamais, o peasamento politico não pode apreender nenhuma


realidade, quando não porque deve projetar muitas. * Presente e pas-

19)
God ex cl.
(16) Por ce. Laque:" •na Brevidade de suas aplicações aa0 e Oiereong
ligue ao pacado, para se ler o que de lei, ao penceito para se hor o que ele
ex falsos 2a53 1 (o ex e sediara, mas die serspre idietica a m roN.

abranger A E TE
RO A NES N
contra Ne que a estabilidade abdi wisca Fea do terape, u nem.
ama 6
se ante rei. P. Persie Gregar, Paris, 1949,
2. 47) e s4 medicina (d. a definição de progeacio Mpocritic0: que deve penetrar e
o pecunta, o passado e o faturo dan domaças, in R. Jolg, Hippocnete, Missecine
Gregar, Paris, 1904 A. 50). A impostilidade a arrulheste dénsa acima 6% très
02.01.E segunda Cargas, a froça do dacars" (Lagod) ( Blacio de Bicicna D- K. 82.
417) Mesto e ÇHe Ag es elena circias peittio e ekoz ar praticas - catre

Grapor
a suais rect cal ser lajeadO como de ia do, a petica ado she ciáncies acelo luaaproondere
pergae Thesne
(o f
Ariscotesstruce de da Scimor Para, 570 7 330.
torres (icE nicotaca ao irturo) que l os nota que 1
objeto postico & plura para jalpinlo. Coro cfcito, e

3
sado se dizem eião do singular e são deixados ao perito: * ora. o que
poderia fazer os om o futuro que se diz no plural?
A assembllia de poro,: e opinibes contraditórias de
onde deve emanar uma decisão, é o único lagar adequado para encarar
um futi que, antecipado ao preseate. ado é matis que um mosaloo de
realidades incorziaren e dizer no proseate.
De onde a segunda diferença: a ciência se aplica sobre o que é, a
deliberacio e pode sar ou ser. "As colsas ‹ que temos
ciência não poder: do gae s . Et. Nic. VI,
1139b 20)-N em compensação, coisas "que são ou serbo
imente se sto verto impocciveis, não poderia haver
deliberato"* (Ret. l 1359a 32). Nem impossivel, nem neonsário, o
objeto da deliberação é portanto o passivel. A democracia este, assim,
cocsocada Que papel seria uma delibe-
ração contraditória, que pesaria os possiveis em um mundo regido pela
necessidade? De que adiantaria, para falar can termos leibnizianos,*

acelvel que quando.


de e peladyie de deberaçtes pegulares. ou
secos cole:tas, eh postica, o joigamentos
o wrixicada 15 o alparcalis
Maras ta
neto un
4E420E recrinee
CAcERE
enenels qUe 1
core enl uns juir
posa 21 e De, outros usa outra e tados
ICONROS , é greciu que se saiba que cabia a0
paro também a an por Mas opus dose cesse gosto a Plato
Rep $1, 493 PER), Artritein sas cli descobrindo ou tee
sotca, que posen que não pode ser seSiD0 56
pado ser galzada e o que ao pede ser j becida e parie
adunco, ande que julgado ouso
DE se pess kier)
1472304
42 ar e PitOS
AO PCEDa, 8 €
qual aro ne a ele oniza sotoe o faturo,
15-l9 como cuiadãa. Que ss o abetste amais scoca do que anta cotra.
se fato é citzsn20 a ainda que interesse dire
Carnense as rooras de dacteric
(20) CV. tasbém dual. Puer. 1, 916 15-96, 23u 21 € s.
Cu Ver sebes cus porto P. ta Pra áoae Aristac. Pans. 1503,
P.112€1.
(22) Não forçosa vente aleite a infolacia que pode te
ocorrido sobre a formação dos e accin Icibeiñates e lo a penai o sistema edrico, roas a
Jatara de corta pigira de fa dSe (989.900) sobre as caias. Sinai",

14
cocarar o "*prinelpio do melbo?",
tudo principio•
contradoco
que são preci
7 na democracia e impossivel
Mysis, ela é absurda em
deliberação
solte to que há alguns bens prove
e cates d ,sobre o alo t
Decessar. Qual é, pois, a força da
palavra humana o ela se pãc no plural : da contra.
dição? S
secessieto cecham
nono-arca podi e enquanto logos da é
eficaz, então o me s encarar racionalmente
democracia sapõe
que a todo in o futuro se a abario entre várias linhas de
temporalidade er ancocpa•
tivete, © qu cas refletida catre estes futuros contin
gentes. O futaro ni secosário nem fortuito. s todos o
membros do paro pe ca posse de posciel, peopor algo que o pora
decide em nome 4 se a bistóris e : dispbe, em n

Pensar e democrata é, portanto, crer na elicacin relativa da


como ns eficácia de
mosca ação sobre o muzdo:" sobre as coisas que
dependem de nós e q *(Ex. Nic. 111, 1112a 31-32). Mas
cede e era sobre as coisas que podem realizar
por si sós" (ibid., 33-34) e se a cidade seúce sodos co cidadan onquanto
Tais, a deliberação p
aplicar-se sobre tudo o que concerne a dodos os cidadãos e tudo o que
cies podem fazer enquanto tais: nem o arquiteto, wow o ferreiro, ne
sapateiro etc. m Ca
sapateiro,
unidos na c pelo Polis que os iguala em " palasta e ação". 2
O que pers, talvez, e sob condição di e o queira, eis o objeto
politica e isto em que ele se daquele da citacia. Todavia,
e quanto os dois primeiros trepes o de fincas por carência e troco nossa
acerteza,€

120) Prussi'a hai Monie (Pive. 30o2. Esa Sorasia dchinc ordinariamente
MEats*: campestrel• o egecalsta (d. 171bc Em 5364c Garotiron

IS
do zur o *
do mundo. Delibera se (ócadewie) aão somente ai
sabe prever, mas também do qu - deseja razoavelmente que ocorra
(boulisis).**Eémusteditimosentidoqueapollicaeãoéumaciêneia.
o sobre o que é, mas sobre o que deve ser,
uma vez que ela s
queira e sob a condição de que se possa. Deixemos,
por pouco
• Aris sóteles e pensemos com seus próprios
contudo, ainda
termas, mas como dat ae o que é para uma cidade o

"bem ro a do sepa da de beca sabe ser tal" (Éx. Nic. IfI,


11133 25), nem ( a do justo, o filósofo, sabe ser tal

para a cidade, como ado cossa de repetino Pistão, mas que, cidadãos,
sejamos todos indistintamente frente sos valores igualmente armados e
ingenuidade de demo
desamparados. Dito en
cratas como Alcibiades (Platão,
1100 Anitos (Pla-
tão. Medo. 92e-93a), tange as valores políticos somos
a Isto a direr, de outro
todos mestres uns dos outros.
modo sabidar .com Protigon , que "todas a coisas que
s50 para ela. enquanto
parecem justas o belas par
cla asSim o decreta" (Teeteto, 167c)? Se os valores de uma munidade
são submetidos à opinião variável de se membros, isto mostra que
Do Céa das idkiss ou em
eles não estão de una vez por todas 6

uma ciência que pudesse dici-los• e eles não têm uma essência seja
cunstancias,
estável. nem meio existência separavel,
daqueles que neks se medindo, os modem. Em si mesino não é nem
bem nem mal invadic a Sicilia, sem belo Di a felo construir os longos
muros, nem piedoso nem impio fogolar à moda socrática e mão hé
general, arquiteto cu sacerdote que possa avaliar o valor dessas aCes
- cabe no demos fave-to. A democracia consiste, portanto em dizer:
medit › não é incumbência de quele que sebe o que é, mas de

todos que, convivendo, querem que adia o que não é, e para os quais «
saber não Tr0z nenhuma vantagem, a 53c90s que assim €
a sentido, reconheçamo-lo. cm
tirania. Com eleito, não

120 Sabe-x cus a aplicaçio Onda vestade dos fies* LEr. Nic. 111, 6) à delbe
aristain a neola lorosiresis, ibiz.,
rap ko colre os selos liovid.. 111, 5) chassas
(11, 4) que 4 o apetite da *
cel. as2., 111 1181b. 19 € s E P
Adianye, Pra imer, p. 135.

(15) Min cletiamerie modulamos asei e çus Aratrigles chama o gloro elite seasado ele, teste do
ACN0, gae inala do aturo, e o genero,
a princira vea, forruia do uma
E proxivo jararace de agradecer a P
doecrina do decido y adi eu ria que a colore a ao passa do. Sua céleste teoria
o air intelircricaasto, não sane por
de castigo alica; "acudo que n por caga con as gocrcade o tataro, a 6n de
caca do pausado - pati o gae al

16
"contar os votos" para decidas quem está certo e quem está errado na
ordem saber;® pelo as opiniões é errônea e pode-3e y
sábio 56, contra tocos. Mas há um sentido em "contar as vontades"
a decidir quer fazer • É misto que :não
crer no Justo e no Injusto.
Indspendência da' politica • relacto! ciencia, esfera do
demos em relação à dos oligoi; ou, em termos modernos, suionomia de
dever ser e do ser, ou da vontade e do saber,2 ou ainda: d julgamento
de valor e da ciência das coisas, como se para continuar falando em
termos anacrênicos, a de a opusesse uma razão prática politica,
que supõe-se ser a coisa do mundo melhor repartida entre os cidadãos
L Polis, a dominios
em que são es melhores (aristos).

que asca o culpado nes Iratariosa 0


castigo tara por Gm a 04). haver uns fane enire exa
destrin e o fato e o derros (e não por fu/zes
profissionais). Aperid 1a a n5o serem cume/lado;

u
no fetaro. c o interessa fature c
cidade em seu conjunta ada san: dis porque. longe de
de F mace
vaficiente e não teria Edil dar o os t
de beciacele perito seria
Mnen

i
deste
conje1t0 do Grande De
Apalogia (Thcelele,
1652-168c/ e a0 para Prodigoras a sa enceste eco julgar em vista do
veteresse» Juniro Iseja cor matéria de colacao, Proc. 3250-25c, de jusiiça, 2004.,
Modal e 325az, es de legiação fala, 33kce e Then 16Tbc, et. também 178c)
Fundando o valor sobra o da ecossa e mon dicado o lintcresse peio futuro. Protigoras justifica
que todos os valores ocut5 de que deponde e future comum asiars seboraamcote
pestes eon acaram.
(26) Sobre e abundo de contas cede da caber e de verdade. ser
Legues 184cbc, Chielo 4374. Nele os i aocedo com o esterranho e

Arisibices (Mera). EV 10096, 1-300. para Protigorcas hombine seria absurdo decidir
auxsca da enasle pela malaca. Todos os galan primem o que 6 para qu
isso asim aparave, são tão vende leines cu hehe es cotros. Ens corspernaçla, anda iracck
que as desistes possen michie atraindo
de riais forte.
(27) E sem divida uma vendale, H. Arvendt, 7be 20 af
Min/ 11, "Witing". Lentos. Soder and Weber 1978, a. 3 e 12 es.).
n3 o desocbriram o centinente da vectade. Fancionenents d
Mosodia implicita" que a confentara Quere
temtete
e perque cava
Te imperas a talaco gregos que a do
houve floret e que o pol 41a goe
ao he
3, e e técnica

Mas talvez, não sendo uma ciência, seja a politica uma técnics.
Claro, não destas técnicas de produção artesanal permitem com
segurança fazer-se sempre a mesma coisa, mas pelo menos uma destas
ó nicas relativas, que dependes d agente, do momento e da varie-
dade das circunstancias: por cacmplo, arte médica ou a arte da
navegação (6r. Néc. II. 1104a 5-9). Porque no fando, jé que fulano
que curar, e não 4 onceito Gora;a € que
depende tanto do particular não se enquades em nenhuma prescrição
geral (el. AristSteles, Metaf. A, 981 a 16-23).
Entretanto, creio que a politica, ao menos em uma democracia,
não é nem mesmo uma técnica deste pênero. o critério de toda
técnica, mesmo a mais "empirica".€ a transmissibilidade - e nisto
Platão e Aristóteles concordam. com o de resto todos os gregos da época
eMissica: "a marca daquele que sabe é a capacidade e ensinar... $ã0 os
técnicas e não os outros que são capazes de ensinar" (Metaf. A,
981b 7-91. Ora. o o reconhocem (Anitos e o jovem Aki-
blades em primeiro lugar, mas todo o pensamento politico antigo bate
na mesma tecia): mingaém conseguia Sormar um 5om ›lítico e
ninguém sequer aprendeu como ser um bom cidadão Por que essa
diferença entre técnica e politica? Não seria porque, do contrário de
toda tenica, mesmo a que requer decides hora, decisão
politica desprovida de um mínimo de repetibilidade que a possa
tornar transmissivel cu codificird?
Nem a ocm técnica, o que seris potiti:a para um
democrata? Acontece a Aristolcles sugeri-lo amargamente: ser "*pru•
dente". por exemplo, qualidade tipica dos politicos,? não depend
nem de uma ciência, nem de uma arte, já que ela é e virtude própria da
opinião, que se aplica a coisas que podem vir a ser diferentes do que ado

(29) O exemplo
Pericles sem Gavice chaco

5 um 025.
testea jo gar x e c podia aparecer
Sana; m E um Nos poda
abes o

h e o hit e a e
Elas secos de 124 e ela pio
se aderna cm e por caceitada (ver am cies so
perfeito), nie era pois agoras am tona acasinico, mas entre todos o mais sério des
u. Ha ainda, da parte de Acatéicice ara como que confissão de fracasso de sce

SeNTIL. -%.TiNE
4. Asbergee. Prwinee.p.5t-88

18
(8t. Nic. VI, 114Cb 25). O que, então, é a capacidade politica? Em
geral ela não é. Aristóleles o raconbede, mas é o primeiro a deplo-
rA-lo,» mais do que uma simpies experiencia (empatria) (Ét. Nic. X,
1180b 32). Ora, contr. técnicas que podem aplicar
o geral no particular (Met4f. A, 981s 5-16), a experiência mases a
da mencória • (ibid., 9806 30). 4 outros termos, da
reperinio do não-repariel - eis porque ela não se aprende (Ét. Nic. X,
10, em part. 11806 32 e s.). Porque ato há jamais em politica duas
circunsta iguais, a mas decisões equivalentes. Vemos, por-
tanto, o que liga essa noção de experiencia à prátios da democracia. De
fato, ninguém pode pretender ser experiência do singular que
qualquer outro e a capacidade politica é a priori igualmente repartida
entre todos, de acordo com a tocomia"e* besta viver como cidadão
ai sabilidade.
singular, para ter direito de dirigir a cidade.
Irredutibilidade escocial da experitecia individual, corresponde d irre-
dutibilidade, à particularidade de cada acontocimento político,
unicidade de el a uma outra. ou indu-
zivel de uma catra.
Já que a experidocia é a e lo-totalizavel de particu-
laridades, ela se mede pelo modo cumulativo. Não é a qualidade de
uma competência (como a do técnico) que é a garantia da boa politica:
6 a soma. 4 acumulação de 1 de experiências individuais, dife-
reates, angulares, que faz a força do demos. E se realmente há cida-

dãos melbores que outros. eles não ; ser os que têm "melhor
experiência"* (é uma contradicão em termos), mas os que a têm mais.

os velhos, o ancestrais. Dai este fato, à primeira vista paradoxal


para
nos modersos, que termos o Mbito de ligar democracia e progres•
sismo", que a democracia antiga, onde ado se cessa de deliberar sobre
o futuro, pensa e relestacia antigo, isto 6, ainda que

(30) Notemos que, tratando e Sas relações catre prudência e polica,

Ariandesles obverva que dia Pato ion sinete catre seus objetos e shcnas, moo dere
ter lamber o soehasimanto dos falcr pois que cia é da endera da ação, e
ato se refere a coeso singulares" c.. 11410 14. Entretanto, Ariadicka E diari-
pão a convir que na realidade a ação * euclos a cila de... rona ubre
unte os pócie de habilidade bem empiria calo abutralo"* (iNd.
X, 1881 at.
(31: Sabve a noção de " keean) caifios aperas irseldade Ca.
do da lei, nas aioda a d'iseikio igual da al pol5006 e g ortanto se relere
resTante de rogirae de nocrieion Cinda ciando conotações diferentes ens
relação ao torno "Armacacia") Vaza " Sexceria Reatke* Tose o e te,
Medemir Verbug, 1991, p. 1-35, sobre e (tal n)6 no6 partamos.

19
contrariando as evidências, : infancia do realme. Dai este outro

fato, que a única restrito, ou quave, que a democracia tenha conser.


o ao carros públicos, seja a da idade. e
vido de oligarquia p
que mesmo as coagistraturas socieadas o portanto aqueims que não
aplicam em uma competência técnica - suplem uma idade minima.
que val crescendo medida das responsabilidades. Entretanto, mesmo
sem atribuir muita importado a esses fatos ( que se poderia interpretar
de outra maneira), deve se reconhecer que a ideia de participação de
todos nas d m como o fato de todas as magistraturas serem

sistematicamente colegiadas. supbom uma concepção quantitativa


qualitativa da "virtude politica". A união tensa e divergente das
experiências singulares« todos. faz a força
do demos, enquanto que ela faria a fragucra de uma teenocracia, onde
haveria competências insubstitalvels.
roäime "isocômico" 4 50803
O que lasubstia
algébrica das diferencas que. a cada vez, podo
medir-se com um futi se. confrontado por defi-
niçlo com o caräter inusitado de cada struaçho, assestado por sua liber-
dade e pela continge o homem democrático ti-
ressencessidade de invocar os e E de usa passado que, entretanto,
permanecia sem lições a lhe dar, e como se, consciente da ausência d
História, fosse-the preciso evitar que em só (o ""tirano"). usurpando stu
lugar vazio, ousasse s assário.
Assim, nem ciência nem téznica, a ação politica mede-se com am
futuro contingente, avalia t a múltipla de possiveis
inconsistentes, cria valores relativos soberanamente queridos segundo

circunstâncias e escapa a toda forma d e generalidade histórica.


Encontram-se esses pressupostos ligados Decesciria•
coca a idéia de democracia? Podo-seia discutir. Em compensicão
seria facil mostrar, ac empocracia antiga, como toda
Filosofia politica antidemocrática deve tomar o ponto de vista oposto.
seria para Platão escandaloso, tanto "meta-
fisicamente corno politicamente, é que se passa deixar as mais altas e
importantes ações humanas. seus fias e seus valores, errantes, ao sabor
da opinião pública ( decides majoritárias,
quanto que qualquer um sabe seguramente como fazer para tocar
Nauta. O que seria intolerável é que a sorte da cidade fosse lançada
desacerdo e incompetentes da assembilia,:
tida a multiplas opiniões, inconstantes, contraditoriss. enquanto nin-

P. e. Rep
quim discute a decisão do capitão que sabe como levar o navio a um
porto seguro. Deve haver, portanto, seca citocia politica. Ela $5 con-
funde com a ciência a revervadai que posswcmo
competéacia na matéria: os fixxoles. Fa outros termos, ji que por trás
a variedade das circunstáncias politicas esconde-se sempre a estabi.
lidade da essência de n (o Bea). aquelas que podem
apeder essa ciência suprema são aptos para governar o Estado,
porque era fez uns para se ocupar com filosofia e comandar no
catado outros para abster-se de Blocofar e obedscer Aquele que
goryrna"* (Rep. V, 4740-c). Finalmente, o canso tipo de extatocias e
le conclusic atineles da chia de ideal: "que a cidade veja virtuosa
no sentido absclato, isto não É o resultado da acaso, mas de ciência e de
vontade nefletida"*(Pol. VIII. 1322a 32). Dei a mesma equação: sor
mente devem deliberar e governar os que sabem o que é o bem e
somente asilo os t capazes 00c52 gn
exclusivamente a isto. Eis porque a classe dos trabalhadores manuais
não tem nenhuma participação na vida púb5ca, não mais do que
qualquer outro social estranho da virtude" tibid.,
1329a 19
Mas há um outro modo de enserrar a politica na necessidade e

assim exclul-la da deliberação aberta, não mais porque considera


que bá uma cie ica pela necessidade dos fins, mas porque sx
considera que há urna impossibilidade da escolha pela nesesdidade dos
efeitos. Poder-se-i mo toda ! eno
roca história, seja ota ligada a leis repetireis. ou, 1 contrário,
irreversibilidade de um m uma visão mon-árquisa da
politica. Como, para ficarmos ent os antigos, uma definição fechada
do possivel poctanto da ligação dos acontecimentos nos estoicas
implica (ou supõe) uma desevefiaaça das deliberações públicas. Pois so
as rogras de conduta não se formulasa Do imperativo, sem, como dia V.
Goldschmidt, no optativo (ex o cidade democráticas),
iedicativo-"("assim4").seelasemmadadependenedenossavontade,
nem da minha, hem de singuém, JA que pela vontade de Zeus tudo o
que advirá está de antemão querido por a que
todos
que sentido poderia em representar a comédia de
poder e da demo-cracia?
Compreendesse o reflexo de um estado sub-
metido
de une mestre distante, não quiseram mais saber de

da v Goldestrenct. Le Santine Oraria a L'ibie de Trupe, ris. Ser


filoso5a politica em ato. A morsi da "s0esão a0 ser"* tal como é.
impedia-os de querer um outro ser, de pensar o talvez e aspirar
ele racionalmente e No mirimo, quando o destino podia
elheiros do mo•
passar por providEncia, eles podiam sornar-22 €
narca. Em todo caso. 5 de h5 muito o futuro não mais aparecia coro
dos cidadãos teve a forcs de
o lugar dos posteis que a livre e

Democracia e justiça distributiva

Voltemos ac serviu de ponto de partida. Protá-


0745, para responder a Sócrates, propõe-se a justificar ordtica
o momento de criar as
politics ateniense, pelo seguinte "mito":*
espécies mortais, os deuses decidem 4 é preciso prové-las com *
aptidões necessárias à sua sobrevivéacia. Epimeteu encarrega-se da
tarefa e sua distr ião cumpre-se es dois tempos: primeiramente. ele
dota as espécies contra os perigos qae m de sua própria o
tência, dando thes condições iguais de sobrevivência* em suas lutas
minuss. Depois ele distribui as defesas contra os perigos e extermi-
nação natural (frio, calor, fome), ainda respeitando um principio de
Igualdade de condiçles entre as espicies (poio, alimentaclo diferen.
ciada…..). Mas Epimetea é um deuzisho deanemoriado, pois todas as
"qualidades" possiveis esgotaram-se em favor dos animais e o homem
foi esquecido: ci-lo "nu. descalço, descoberto, desarmado". Para salva•
lo de uma extinção certa. deu intervéa e rouba "o saber das artes

das técnicas™ e o logo, em favor dos bomens. Ei-los. portanto.


também do saber necessário à vide,* com qual podem

30 /.Golduchmidt,2384.p.44.
direto de obra de
10) Dere-se ver sesse mile, on asies aos libaka, um 1 s. D-K 80
Proti cocas "sobre e estudo acidiaal (40 boecessi" (got ans en orar ta
A 1 (55)). Quanto a isso, há acendo d
Sulfear
1942, p. 282-239.
(36) Poderiarses seguir deste boxo: cataras da "espertidio igual
da sobrniteca, deode a igualdade situral ente as noécio animais. 4%k 1206/Jade
poRtica getee. cidad3cs, asspasia peo Creto (Dilke) adure o gal CaNa a
¡zas Nade de oporturidado de sonecaétcia. A mação de lusa octia atravesa efetivarico te
a todo, inclui e ›(c. p. ex. a esprado penter enT
221 al
02 D -sardir faire" das goelaoles Conerinos vapbian) é definida como
para a vida iperidon divoophiae). 3214.

32
desenvolver a religião, a linguagem. as lócnicas, a agricultura, mas 2ão
sido ainda preparados para um cutzo tipo de ameaça: :
com as outras espécies, que viviam em dispersão. "O trabalho
técnico suficiente como recurso para nutri-las era, entretanto, insufl.
ciente na guerra contra os animaais, pois não p politica,
da qual e da guerra é uma parte. Assim, procuravam reunir-se em
massa mirar se fundando cidades. Mas, uma vez reunidos, come.
injustiças o possuirem e arte politica. de
modo que, outra ver se dispersando, sucumbiam™* (3226). Desta veZ €
Zeus em pessoa que intervem para alvar o genero à que envia
108 homens Aldos (respeito de si e Dike Gustiça), para que reinem a
harmonia e a concórdia necessárias às cidades. Entretanto, diferen-
temente das aptid3es t&nicas, dediqualmente distribuídas entre 05
homens, embora suficientes para todos, no caso da politica cosa mesma
distribuição seria fatal: dike e cidie devem, portanto, ser igualmente
distribuídas a todos porque as cidades não subsistiriam s uma mino-
tia (oligui) apenas, como coorre s. participasse desses
sentimentos", dix Zeus (322d).
Esse texto, no qual devemos l oco direto politica de
Preta poras, constitui, no estado atual nossa informação, o raro
manifesto doutrinário demeracia grega. Nos nos contentaremos
aqui de ler nele, como uma "Elosofiz democrática" podia colocar os
ob lemas da origem e do fim d Estado.

19 A origens do Estado
Como ProtAgoras justifica a prática de democracin e a diferença
entre o "técnico" e o* politico"? A formalização de seu próprio comen-
tário do mito, (ca 3226-323c), poderia se
efetuar assim:

Set preciso que haja cidades que sejam unido de todos e de


um, não é Essesário que cada um tenha o mesmo lote de
qualidades que permitem as atividades técnicas e talvez seja mesmo
necessÁrio à vida coletiva que estas sejam desigualmente repartidas, a
fim de que a divisão de trabalho * faça 4 união necessidade.
Entretanto. 984 preciso que baje cidades que sejam a unito de
todos e de cada um. é necessário que cada um tenha o mesmo lote de

(38 Subre o ventile dessa' 33 , d. a. l'. Vernart, "Trocil et


Sature dacs Ia Grèce.
e Pigeirtox, 1935, D- 1-29, rood. em
Monte c Peusle ches des Grece (reel. Para. 1978, E. 11,
Pensaracnie rAtte da Gregos. S8o Paio, 2973, p. 217-226.

2
administração (a politica) - e portanto
qualidades necessárias 8
que todos participem igualmente das decikles da comunidade.
Ha, pois, realmente, na vida comam dos homens, uma dominio
técnico - fundado sobre a de igualdade de competência - e um
a igualdade, ainda
Jominio propriamente politico •
virtudes "comunitárias". Mas todo esve racio-
que em potência. c
cinio fundamenta-se no aguinte postulado: "é preciso que haja cida-
des"» (324e). Ora, por que suria preciso que houvesse cidades? Sim-
piesmente porque 4 o dnico catio para cada um sobreviver.
Com efeito, e a istia de sobrevivencia (soteria, sozeathei) que
articula conjunto mito. Para sobreviver, espécies animais$
nocessitam de dois tipos de qualidades Inalas, aquelas que lhes per.
mitem resistir à morte natural (Do cavo, a morte da espécie) e aquelas
são provo-
que lhes permitem resistir as agressão mútuas, que
cadas por nada mais do que a mera coexisiência. O mesmo se aplica
aos homens, mas com duas diferenças: primeiro, é entre combros
da espécie. os individmoe, que as distribuições justas sao efetuada e o
equilibrio das oportunidades de sobrevindoca assegurado. Em segundo
lugar, a preservação do direito igual à existência efetua-se, no caso do

09 Existe or se 4 necerSro que todos os cidados parti.


rola cale, a .* (324e); o adiante: "se
dipam, se é precion çoe
+° (322). c. tanben "corAva que
D4 uma coisa da qual é precisa
eia cidade * (323a): " nessa manéria,
c0 da uns partizoe dessa virbso
Martelk. 1o dev hiverbigs, se d powe. que a cidade caista" (3274),
1406 Doe- petar metacke",3210) para
designas es animais e qa
tomar pelo Logo
merete o
(palavraculo). Dai p
: chicles "a tu.
pernamesto da natureza hum
s/leburoc
ras" hat quais encerra ceco denusiada rapidez o porsemento cili
bonsens Enres/ese C. Baldo. 7he Lety 4) a Ceek
Sube 42 e "The Bica oi Ene Ucity & Mon kind™ in Exorniees, (. V11,
Por tviie Haro E, Grass d Barbana, Genebra,
1902, p. 109-19 Me, isvocar também a dadarações d
Sined O sobre a opcaição gregos

s S
Era tades os hemeas Enes: a natureza
Sata de Aris.., 1 1373b. 16) sobee a opasição
:ress K. C. Guthrie. Mano es Cirect
rastol . Paris, 1976. P. 163-121.) Ear
quan de Protágoras desermatre ses
a ledas es boneos. larrna.
de notaca, › sesmo radicalierso ite-
Intre Devia te escravO" ("Tradition de la Dino.
cratic Greeque". ate. : M. I. Roles. Dervocratie Astique et DoasciM
Moderne, Paris, Pipet, 1. €., p. 420

24
10mem. dois históricos. "artificiais" coletivos: 0
progresso da civilização (fundado sobre a divisto do trabalho) e a
administração politica (fundada sobre uma cooperação entre iguais).
Em ambos os coletiva e única maneira d assegurar
sobrevivencia de cada um.
Portanto, e estado não passa de uma astúcia da vida. Lembremo
205- mito: reunir para sobrevver
Torçados: renueciar a isso para são morrereca pela entre-destruição. 0
bomemt não é um naturalmen politico. m animal
belde à vida politica: para assegurar sua própria sobrevivência, ele está
disposto a impedir a dos outros. Ora, todo o problema da origem do
estado e refratário la uma seja à vida
em comum, cada um é obrigado a recorrer a ela, em vista de assegurer
sua própria existência desta mesma nocessidade,
assim como todos se submeter mutuamente a essa coerção. Mas em
te ests
Primeiramente, esta ligação consiste em que todo o problema da
isonomia politica, quer dizer, da justa distribuição do poder. funda-se
sobre o que se ped do grega conser-
nente à justiça; pode-se mpartir igualmente apenxs catre iguais. Qual
naturalmente, o único bem partilhado justamente entre o indivi-
duos, senão sua vida? Qual E a única qualids.de puis qual todos são
naturalmente iguais, sendo o desejo de salvaguardar sua vida? Já que o
fundamen Ma colocação em er a de
todos os interesses individuals comuns. e qut cads um tem a priori
mesmo interesse (um interesse igual), a sua própria sobrevivencia,
estado é. definicão quais
igualmente repartida a participação mas decisões publicas. A pessoas
iguais, coisas iguais: a individues devigaais por mpelência, di-
reitos desiguais a exercê-la; m igualmente "mortais"
(chneton) oportunidados iguais de prescevar soa vida Caidás e dite, na
medida em que constituem "potências" da vida politico, saio as mesmas
para todos) e direitos iguais de delend8-la na e pela vida politica. Assim,
o princiçio da existência do estado consistindo em ascegurar a segurança
e todos, igualando as oportutidades de sobrevivência de cada um, não
pode ser sendo um estado isocómico, quer dizer. uma democracia.

2°) O fim do Estado

Mas o liame que prende o estac sobrevivência a0 "estado


sonômico" não e apenas sua origtm, a também sou fim. E o fim do
estado não é outro que o sobrevivência de

25
brus membros. Com efeito, é o fim do estado, mais que sua origem. que con
determina sua politica. Platão e Aristötcies podem muito bem
cordar que o estado não tem, sem divida, outra causa que
«idade de associação:
livro II da Republice (369-371c), e a neots-
sidade de cooperzção nescida a divisão do trabalho que Platão de-
signa como principio de formação do estado. Mas seu fim 4 multo mais
eminente: "realizar coe te a justiça" (Rep. IV, 433a), ou pelo
superior-
m:sos certa forma de justica: "isto cu presença t
mente bom nexo estado (0) ea criança, mulher ou escravo, no homem
povemado, o fato de
threer o trabalbador manual, no governan
cada um deles, individualmente, realrar sua tarefa" sem se imiscuir na
dos cutros (ibid., o ococte Aristóteles: ainda que ele
"animal politico", que portanto aspira a viver
› auxilio mútuo (Pol. II,
em sociedade, sem contar nem mi

1287b 19 e : ele também acaba por atribuir a autarquia" (Pol. )


1258b 28: 1 4 e 1.)* a origem de fato do estado; mas loga
às neces-
cruscento: "Formada no inicio para satisfazer
da-dese a cidade existe para permitir viver bem* (Pol. 1, 1252b
28-30) - quer dizer, a em e viver de acordo com o

Sendo assim, o estado. a comunidade do bem viver (Pol. II.


12806 unidade politica existe em vista 66
realização do bem do apenas cm da vida e: ociedade" (ibid..
1281 a 2-4). Para Platão e Aristótcles bá uma relação nocessaria entre
eminencia do f prma aristocrática de seu governo: já que

o estado justo deve ser governado de acordo com a idEia do bens, apenas
a pretender a direção agatles que são capazes de aceder zo
que existe de modo imutável" (Rep. VI, 484b) e "é impossivel que o poro
(pictitos) seja filosofo** (18d., 4944). E justamente porque a sabedoria :
a ciência do estado (ibid. IV, 428c) e a justiça o fim que cie dore
realizar, porque a política deve atingir o bom para 1060s, l ideal
inacessivel a maiocia, que é preciso excluir de sua direção todos aqueles
que, per sua função social. ato podem participar ‹
derado

Arist6leks chega às mesmas o é porque o fim do estado


consiste m viver conforme a felicidade e à virtude... c e aqueles que
melbor contribuem para u fadada cestas bases tem no
estado um quinhão maior do que aqutls que….. thes Sho desiguais e
virtude (Pof. 111, 1281a 4-7); em alguns casos excepcionais a aristo•

41) Cf. tambée: f. Nic. VTIT. 1160z, 10 c s.

26
cracia pode até se transformar em mocarquia esclarecida: "dai decorre
(com efeito) que. se existe algum outro ba superior em virtude e
em capacida de realizar melbores sobes. é então pobre segui-la e
justo obedect-lo…"*(Fol, WII, 13256 10 e s.].
Poderíamos então direr que quanto m 60
objetivo fixado para e estado, tanta menos cie sora cerracrático? Esta
4. em todo caso, a ligação estabelecida pela reDexão polftica grega e
caso de Protágoras e alguns outros parece atestar a validade da rees
proca. Se o principio e o fim do estado se confundesa com as exigências
minimas se garança.• a politicamente senão
porque primeiramente e de seu intresse viver e porque a vida politica
em como único lie Igualar as oportenidados e os riscos dessa mesma
coexistência. Fim mínimo do estado igualitário e que Epicuro, único
entre os grandes filósados antigos. cura fixar para a comunidade. "
Fim pouco neomendivel: 6 805505 modernos, nós que apren-
demos a ver na razão de estado, mascarada pelo pretexto da seguranca
nacional, a justificação dos cais sinistros empreendimentos,
Igualmente desprezivel aos cilhos da maioria dos filósoos antigos. 4

(42) A apecatera e oan a coutras elutiana do Circito cletivameal: ac imate


(e. Epicuro, Max. Cap.. J1-3. U%. p. 75-80 e Lacrécio, V. 1013-1027 e 1143-11530 A1€
onde saberzon, o problana os ico Ia e convicedo em peoncho de can vis deltale
histérico de atribuição; a oecsinação cetre • descrições do progresso da
cio iraçla por Diad 540 e Lacrádo se Nero V. Pergunteode se a fonte
coram e 374m Cas Denkcise (K. ReiM?ANd, Bcketeice vor Abstera wwd
Dessocriros, Hermes, e .1915,9.082513;2 que anda a EXminito as
passagens de Discaroi ano atrizuir a Protigeras nessa
queria de prioridad e di Demacrito in torno
sal Origine dele Sas . de Land. 1 .P. Sr. Mor., 200.
Ter se a uma illia de Lacrice e I'Scarariowe, Paris,

De a a o E E
194), a.3. a. 20 ou on G. Rolo Leais Exisn E sov dado, Paris, 1995, p. 326-137. 0
problens filosófico é e xelalo em S. Zeggi. Fracgora e le Fikoefte dei zoo Traio,
Fircete, 1968, especialmente p. 143 es. e No ema simpiesmento agui gas
adas es dos trias que espicam a histécica ou de unta M4 bula

u em socreviner, quer a catre e alerecue d todos a strar oen


«surança (ver. V. Colisetmidt, Le Decime DÉpicure et de Drot. Paris, 1977, parti-

Z5 esl escchutão, ende: : aboça a aprocinação ciperada COm Hatbes, pu


*ab W09 E de suado problema que as locrizo contratado

fus assinacholtor,
da lotascasa simafrostad:
deren los cancho parastcado
Osan as relaçtos
do "a isi ado passa demútuas de jastica
cor sinapio ecarecomeo
contralo, co e diziA o
Torne ele l a te pata Corn beis e jota (Pi. 111, 18 05 110. Esse

27
:
Fim,
quem a sobrevivência passa de um idcal de escravos.
clica necessário ao pensamento da i medida que ele
a entre o estado e a virtude. O estado não
supõe uma relacio
existe para realizar a Virtude ou a Justiça, mas a o contrário, a exis.
tencia da virtude (da justiça) e a condição da existência do estado e
não tem outro fundamento
portanto de todes os seus membros. i
o para co-existir), ele mesmo fundado sobre
a não ser o politico (ser jus
o interesse (cocxistir para sobreviver).
Anônimo de lamblico," em sua apologia a respeito da "boa
iceislação"(eunomia), vantagens: "desde 900
met•
kgalidade é respeitada... os homens podem se entregar ao sono,
gulhar nele sem temor...; E sem ter que tes por terrores repentinas,
nem pelo fim brutal de repouso mais agradável, que eles esperam para
nomia) traz ainda
saber o que trari o dia seguinte... A legalidadel
que concorrem para delesa de vida (epikouremata te

- focala de assie: s
problaia, que atraressa lcds e porsemece
urso o lemoc
d relo tens custo único funda sesta e desejo de seguratica
d0 castigo, de Em 1 Seca de impedir es atos anjastos
tokmurta. n E os delitos velado a juntico crasa tria ontZe apenas
conto u diur pre a termos pratica mente não varieen, ja
Acuranresea .D-K468, 41, 43, 62, 64, 181, 244, 264),
Sailfont Q. insiramente retoreda por Cridar
por Matto (particelarmen at
ale d ponto central d
20; Lacrécio 111.
.1890-310 . 331-4 e 537). .

a Bugba del a a0çãa de Aldos,


seria
4O DE K
importe ale (2 ant) se cl al:
as caldil de
banane d
levicauntes.
on cole A
Notcetos•
vosellncia moral
a convirta a *
e formasto
Sugada NE a ado custe s
da d bate
parte par uw: de sine;eda
sala cuz o frute do te de de educação e de cocrepto exercido sel
pelas imbituioles(fa bela. cil conca e maceira a coatinuação de texto,
(H; Ainda ci e de atriteicho dos extraico do Pretrétice
te ramNiro, recoplado 0-K, 39. lenta recolrido a aproração
coral e cu a Protáporas não nok
propte prudentarsente de
dist troes poucas" Desta d de Sulaice. Napoli, 1946, p. 177-1931- Uca
outra da s ale., a. 192.5%,

28
30c)...". Não que não valha a poma viver uma vida sem Justiça ou
Respeito): simplesmente não se está seguro soquer de viv8-la. E ja que
s5o 20 *qualidades" que pe a a coexistência de todos com todos,
então clas devem ser lgualmente repartidas, para que o estado seja
possivel. Em outros termos: s Virtude (de justiça) é, independe
temente de toda necessidade d então a politica
dere ser reservada aqueles que a possuim e o estado é "aristocrático"
nas) virtude (de justiça) é apenas o ciclo da reciprocidade:
sEria entre todos os que k4 o interesse, a politica, fundando-se
sobre as ralações de cada um sos outros. e o macício de todas e o estado
"isoccenico".

39) A equivalência das vezes


Talvez ainb eatre o estado como meio de
sobrevivência e democracia. Pois, enfim, se a cidade ado é mais do que
a resaltante sempre provisória e ateresses
Todos à sua própria existência. aso bá ninguém mais habilitado do qu:
qualquer outro para saber o todos. Com efeito,
estado, nós o vimos, ¿quanto efeito permanente do desacordo de
sodas, é o único acordo possivel; é o interexe individaal que impede os
homens de se unir e É o interesse deles, & umpreendido, que
reconduz à sendo e mesmo (viver), ele não
pode senão se opor ao dos catroz. Dei as gustras antas Cidade
(Prot., 322b) e a contradições a Cidade. Já que primeiro 4 preciso
viver jt conde-se que cada um possa ver de
um modo diferente o que convém fuer, o que 6 bom pars dia, portanto
para a Cidade (e reciprocamente) o interesse geral nada mais é do qui
esse surdo efémero 0 de um f de desacordo
permanente (as deliberações püblicas). Quem pode dizer cado esta e
Bem de todos (a salvação comum)? Nem Deus, Natureza,
Ciência: apenas os cida:58os i 1 soa moda podem ter tal pre-
tensão. Com efeito, é a isto que se resume a vida politica democratica:
ao direito igual que todos têm de falar ( qut adiante e fale

ada que a dose per 4 a priori impeisivel que cada um vira


a kaan
em cons isso impelia a taoce e neana, isso apartos cerco um
do: para que as ogecios pousar satrevuer. é prociso prioriro
Descone
hestoas Patodes 3CEI ÇD3 GaLas agresses se capliqucn

Carcereto. escrgle, que aba astidcitas ave uma outra


acoteir de, para os BocicEs. e "dcsarosia" e a "frincale" iana
tere'saiwer tineta, antes los seii da Scezação da coidade Cal. Pretap "pobre bbewa
3ac e cacoAram a *destruiole mitor".

29
Sante
quem quer dar um does conselho à cidade, procama o arautt
assembleia do povo. Uma tal igualdade de direito não uma
Igualdade como as outras, porque é a única cuja aplicação só é possivel
com a contradição.
através do choque permaner
Da messa forma que sem Cidade a igualdade a priori do direito
de cada um à vida não pode se realizar seca antagonismo de fato entre
todos. assim t Em na Cidade a igualdade de direito entre todas a

cpini&es não se realiza secão pe e sua contradição d fero. Deve-se


invadir a Sicilia, coastruiz os loagos muros, condenar Sócratos? Uns
pretendem que sim, outros o e o. E para c a matéria posta e
deliberação, assim vamos nós. Coco o diz Protágocas, h qual-
quer questão dois logai em oposição (Protagoras, D-K 80 A 20 e B 6a).
contra, nem
Nenhuma garantia externa pode penSeiar o pa
uma opinito em detrimento de outra: de direito elas são equivalentes e
forma, ninguém pode pretender a priori
de fato opostas. Da a
falar em nome do interesse geral. j4 çur S existe a posteriori como
a resultante provisória de todas as maneiras pelas quais todos riem &
salvação comum atraves de vista particular. Mas então
quem pode julgar? Sé o homem, claro, já qut cie 4 único, pelo menos
quanto medir. "O medida de todas as coisas
avaliäves (cArémason). daquelas que sãx s são, daquelas que
não são como elas não são" (i8id., 80-81). Mas que homem? O Homem
(genérico), claro, j5 e todas as espécies "morais", ele
deve medir (julgar, avaliar, prever) o mundo para pele sobreviver,
Mas jus farente entre todas as espécies, a bumana é a única que
se designa em tantos sentidos à individoos* nisto reside sas
especificidade: "por milhares de portos difere este daquele, pelo pró»
prio 1 e que l a um isto é e aparece e pare outro aquilo" (Tace-
teto, 165d : D-X & A 21a). 1 8 555. tantos modos a
cada instante de s : adaptar para sobreviver • portanto de medir;
nisto diferindo das outras expéries, compostas de individuos identicos
realmente à minha,
desde sua vinda no mundo. Tua medida e
porque " homem tu o és tanto quanto ou (Tereteto, 152a = D-X 80 B
1b). 1 bem o e boce: ; s os cidadãos, mas então

todos eles podem julgar acerca do que lhes aparece como ju comu

vero. conso bem: e justice. rerdade, bem, são apenas a soma algébrica
variáreis destas opinado, porque "o que assim cada

O ma ople com a
tant
< SegeaL. Hä ove De 019
vosecificidade de cada in5u too baione
:
um. é também assim, para e simples sujeito privado como para a
Cidade" (Therieto, 1680). Entretanto, diferente da opinião. j5 a ação
no mais admite a contradição: e sim o não, um dos dois deve
triunfar, pois na bora apr preciso escolher no momento
presente. dos ex-possivels apenas .O atualiza (e, se possivel,
melhor). Mas então, jã que todos uruiruem iguaimente do direito de
cidade, qual dos pontos de vista prevaloce? Não o mais verdadeiro" -
tem sentido, pois todos são verdadeiros em ame corta medide
-, mas o mais forte, aquele que recebe mais votos: a minoria xe inclina
diante da maioria não porque esta tenhs: "*razão"*, mas porque
não há vulro meio de totalizar interesses diferentes, a não ser medindo
a relação das respectivas forças. No caso, já que •"*Isonomia"
lividuo pesa um peso igual. decidir significa contar votos.

II1. Politica e linguagex

De acordo com a iscoomia, h5, portanto, a priori, equivalencia


dos direitos todos à deliberação póblica. será que isto implica
que todas es desis&s se equivalem, ou seja, que não haja "sabedoria"*
em politica? É ai que começam as dificuldades de um democrata: se
todas as opiniões se equivalem, por e escutar de preferência
pareove de Péricles, "o mais sábio" dos Atenienses? Serk porque, como
o nota Tucidides (II, 60). este governo que se chama democracia era,
na realidade, o de um s boneca? Ou será porque, mais geralmente e
de acordo com e ›oflebre dito que afirma serem todos iguais numa
democracia, mas "alguns a do que os outros? Ou siada,
para voltarmos à argumentação que Sóerates contrapunha à profissão
de fé de Protágoras, por • a virtude politica, já que segundo
A prática democrática todo mundo possui parte dela? Se, de acordo
com os próprios atenienses, os atenienses são todos de antemão aphof,
como ProtAgoras. o sophistés poderia ter a vocação de tora-los lais?
Portanto seria preciso escolher: ou a politica se ensina e é uma técnica,
mas então é prociso romper com a democracia e optar por uma aristo-
cracia, ou pelo mecos por uma "tecnocracia": € democracia tem
fundamento, as então todo mudo e igualmente apto para a politica e
não se pode ensiná-la. Protágoras estaria catão condenado a escolher
entre própria existência (como sophisiés) ou a de Péricles (como
rophis) aquela do regime; entre sua própria "sabedoria" e a dos
atenientes.

31
O "sábio" e o "Valante". A compaencla uxiversal
incomprientes.
Para um aristocrata não h5 conflito entre igualdade de direito
das opiniões e desigualdade de valor das decisões sAbias, pois que !
desigualdade de sabedoria, não pode haver :
thores•
polftles As me-
s dos melhores conselheiros estes são os mais
competentes. Assim são para Platão os médicos, modelos das verda-
ceiros politicos: "aqutles que ar nosso bom grado ou á
força, quer nos cortem ou Dos $ infligindo-nos algum tra-
tamento doloroso... desd: suas prescrições sejam ditadas pela
arte... e que elas o facam
do corpo, aprimorem de fato seu
estado e todos à medida que assegurem a salvação dos seres que thes
são confiados..." (Platão. O Fol?tico, 293b-€).
Para aqueles que se queixaria, o bom médico estaria no direito
de retrucar 4 para o bem de vossa saide, crienças, que fiz tudo isto"
(Górgias, 522a). Pois para boca goversante, com governado, para bom
nudico, bom doente: pão somente aquele que bem sabe que ignora o
que é bom para sus salde, 1
e que o capacialista, este sim,
sabe; não somente aquele que os mo uma criança bem comportada,
aceita o remédio amargo que lhe é prescrito, aquel que chega:
implorar auxilio e a suplicar-lbe que se encarregue da
conduta da sua vida. "porque, na verdade, cabe ao doente, 1 •co
pobre, bater A porta do médico e a todo homem que tem necessidade de
ser dirigido, bater à porta daquele que é capaz de dirigir (Republica
VI, 4890-c). Esta é, de fato, al a platónica do bom governante: o
sábio que. a sua revelia. desarraiga e seus trabalhos técnicos.
descendendo a que a e alienemos nossa vide concodendo-lbc a
liberdade de usá-la: pois é a g é imputado
ser delegado.
este modelo liesico do politico sábio, fundado sobre z dia.lé-
tica do amor do senhor frio e da servidão voluntária, podemos opor um
catro que. t
• Protégeras sugere, ao refletir sobre a prática da
democracia
aquele do politico falante. E no ingor que di sequencia:
seu nothos, que d
a dificuldade que Sócrates lhe apresentava
forma de uma alternativa. Recordemos o esquenss
exto(3220-3280),

Todos estão de acordo em reconhecer que a virtude politica deve ser


1ose
cada um. Dai a existência de que por delinição s6
podem
• prova de que esta isonomis é uma lei
da cidade enquanto t
qualidade homem.
prova de que a justiça e pensa dos como um dever universal :
32
ato como uma aptidão possuida por todos, prova, em uma de
que assim se enuncia uma regra de Direito, descrever um
estado de fato," é que todos e o aqueles que de fato são injustos,
sabem que não devem sê-lo.
Todos também coesondam em reconhecer que esta virtude não 6
nem o eleito do acaso ou da natureza, mas do exercicio e do ensino. De
fato. os defeitos naturais ou fortaltos são suscitam nenhum castigo
social, ao contririo dos deleitos ético-politicos. Prova disto é que 08
julgamos suscetivels de correto e que vemos as qualidades corres-
pondentes como ensináveis.
Seja, portanto, uma faculdade (a justiç4) que todos representam
como necessária a todos para coe haja cidades e que entretanto s
poderia ser adquirida. E já que É cor forma o interesse de coda sim Que
qualquer outro seja justo - haja vista que "é vantajoso que a justiça e a
Virtude sejam reciprocas"(3726) - cada uma tem interesse tact o
possfrel para ensic4-la aos cetros e s a cada qual; eis ai o cuidado
educativo de todas as instituios.*
Mas, passande novamente
todos direito 3 fato, isto não quer dizer
justos, nem igualmente mestres de vir
tudes; em outros temos: isto ato implics : Sodos tenham
sophia politica igual. n que todos sei cualmen te pop histés.

finas
(47) asile que se resolve a censo wec, a osciesdiçãa aparente freqßentecven
danaciada pa racadalo de Proteges: et se se poderia ceninar o que U 4 da to
a ida e garazie a lsonemis stee
de sueco caca 7rotá goras, •Aldes
de
fon chase, e 3 Mies (o
com um). Notaraos desde lo
es se.lar
da

teStesteabo sates Trotigora minei em se


Lous oca dera ce
vestigar aqueles que t - Rodin. on eit.. p. 830. Na salidade
Zeus ato fre nesten prescritiva ato é docritin. 0 guc
na ogirião de todos ata impe
lingua orm popolar, di minants.
eis partiviares q ao van a (flei Mta tR
Crato e por delinição igua partido cata
ela (a postiga sendo desde caldo deflaide o Mas
recessanasco/ano de que o d do rastame .coe0 nas
ler ra verdade o me taleseas, eletra cagado :
dialÉtica do imperati k4 de Zant
(48) Enquasto que i te a e irde l Kc se ficora
se seu deicalee, quando nãese o € - coto o sasligo social - 6 ao centricio
sodre o casties
MARCA me se pretender Janto - siada que l tom Nu: e cestas
.. (Nos parafraseeis )2) a

3
Supondo-st, a stulo de exemplo, que todos precisemos tocar
flauta para podermos viver juntos, seriamos mais ou menos bons
flautistas (na proporção de nossos dons), se bem que ao cabo acaba-
ramos flautistas em diversos graus; da mama maneira, a
sociedade e suas necessidades (anaake, 3270, educação, tribunal, leis)
nos torna : todos justos (em comparação com selvagens em estado
ostural), elo tocos igualmente (veja se Piritkes, julgado por
todos os atenienses coso um dos mais justos entre eles); e não 4 porque
se esforças por ensinar a virtude "na medida de suas capaci-
dades"* que não há melborts edacadores (1
"ea creio
ser um destes..., 328b).
politica) 6, faculdade que reúne:
A justiça (v
seguintes condições: a de dever ser o lote de cada qual (s2 é homem).
para que a comunidade seja postrel; adquirida por todos (ma pro.
porção das disposições de cada quad, junto de todos (na proporção das
capacidades de cada um); e, em todo caso, vantajosa : cada um, 90 e
somente se os outros a : Hát faculdade igual
mente humana, quer dizer politica, que supde as mesmas condições
con!das. o de Protócoras a comparação surge nato-
ralmente, como em outros contextos similares: "& dia Proth-
goras, tu procurasses quem nos ensina a falar grego, também não
o problema (de
verias quem" (327e): e Alcibfades, para resoler o n
onde recebemos a noção de jestiça?), avançava: de todo o mundo (oe
polloi) e não é deste l o todo-o-mundo "que ‹ aprendi falar
grego? Porque, realmente, eu são saberia dizer que morsine mo ensi-
500. atribuo o mérito precisamente aqueles de quem fazes tão
pouco caso (1? Alciblades, Dialereis,50
onde se totalizam numerosos lagares comuns dos solistas, lemos que a

virta de é coisa ensinavel, a exemplo da fingua:* e alguém não pudesse


crer que as palavras se aprendem, pensando que são um saber inato,
seria preciso conselente do seguinte: s caviasse, desde seu
nascimento, uma criança aos Persas e se 1k ela fosse educada sem ouvir
a palavra de gr 5, ela falaria persa. Se, em compensação, trou-
xessem para cá uma criança de li ela falaria o gropo.
demos a lingua e não conneormos nossos mestres".
justiça, portanto, Lingua: * Falsr*
nocer o mesmo que "virtude politica", A profundemos o parala

a 03220.
(50) Dackcera cs z.e Lepoi (D-K 90, 6 g2) trad. 1. P.
Dinge tu valion. .Paris, 2009, n. 244).
Notemos, primeiramente, que saber falas sup De a mesma série de
padiçdes que ser justo: todo sundo deve poder falar (se se trata e
homens) a todo mundo, para que a comunidad: seja possivel; entre-
tanto, a lingua é adquirido por cada um (na proporção de sua capa•
cidade) janto de todos, e e não qu dizer que ato haja mestres em
melhores condições de ensiná-la (o gramitico). nem certas persons gens
mais capazes de utiliss-la (o orador).
Mas se a lingua,' a a juntiça ato para do cal mente o lote
de todos, que ninguém recebeu, então isto equivale a dizer que são
finalaszateo lote de ninguéa • mais a Mingua do que a justica,
como b porque eles são facul-
dades de relação entre bomens na comunidade e pola troem reciproca,
Enquanto ke ser o dniso módico es me um conjunto de leigoe,
ado haveria sentido algum em ser o justo em meio a uma
comunidade (que além do mais são existiris) de "selvagens". J8 que a
justiça cansiste em no cometer e poderia sofrer e consiste,
portanto, no respeito, igualmente partilhado por cada um, do que cabe
dos outros." à madida que ele mesco tambim é para qualquer outro
um outro; d a forma ce o keveria nenham sentido em falar
sozinho sem ninguEm a qotes! canidade (que não exis-
tiria), já que a lingua É precisame te esta relação de troca igualmente
partilhada.
Condições ascessárias e saffcientes da Polt
lingua-
gera alo têm sequer outra essência do que essa pura 5orma: já que o
boencen diz no plural. elm menida de (pele justiça) e da
comunicação (pela linguagem)." Enquant tal, a justiço não é. por-
tanto, isto ou aquilo, mas a Tri de Zeus pela qual todos na cidade efovem
participar dela e por isso mesmo formam ama Cidade. E,
portanto, tilo absurdo perguntar se se esta "virtude" é ou não igual-
mente partilhada, quanto perguntar-se se a cidade é cidade, porque é

(51) Persate, "hen comerer as sobrar injrasex" (ro asicre atutela eNce
auron afixeurAai) segundo a definição Saca MaSente CD K. 478, 44, 1gt. 1 c4.
II). Sobre essa "deliniglo", ver a dionesto de M. Uetentuiant, Sofiral, tanc. 1V p. 100 €
d0 moamo, / Safini, trad. lagk The Sopilirz, Caiced, 1954, p. 251. Exta conooppa: da
(estica corno reciprocada de l niceada podo Chavzso da Nop. (11, 359a).
(54) De socedo, nesse zoolo, cons Aristöid/es: " vinico astro os animais, e tovem
ouvi o falar. San dórida, da acoa da vez (pha-4) coprince: a der e o pruser. MAlo
talar4 feito para c3 rio ir o ot2 e o accio, e anisa o justo c e isiota. Tal é cietoiavalt
o carbiter datiolivo do liseaces locate ao anisaia: ao ele porsche o boas c o tal, o justo o o
isrestoc os outros valaras é a poroe cearas doaco valores que lez a Senilia e a Cidade*
TEVE POS
justamen* corolario:
partilha), que si Jasoco, a Direito, não haveria Cidades -
sendo irrelevant transgredido. Enquanto tal,
ingua em que
dizer isto cu aquilo, já que o que ela diz enquanto língua é a lei de uma
relação reciproca. E ainda que o tivesse uma "virtude ontolo-
gica *Virtude politica". Falar
não é primeiramcs r algo: é antes de mais nada falar o, e falar a

guam vos fala cu poderia falar, no interior do espaço manimo,


mitado, mas i de ema lingua. A S da Ingua em
particular a do grego,*5 é pois a lei da Cidade: a forma da comunidade,
quer dizer o a violEncia, em outros ter•
mos, a dialética. Dai o elogio da palavra, coe podend fizer isberases,
na dúplice tradição de Prodigoris e de Górias: a palavra d el são
privilégios humanos; "catre todos os posos outros caracieres, asshum
não nos distingue dos animais. Socas até inferiores a muitos, quanto a
rapidez, a força e outras facilidades de ação. Mas porque rocchemos o
poder de convencermo-nos mutuamente... ato spenas Dos liberanos
da vida selvagem, cano n para constru cidades...
palavra que fixou os limites iguais entre a jastiçs e a injustica, entre o
mal e o bem: se esta separação são tivesse sido estabelecida, seriamos
incapazes de habitar em vizinhanca".*
isto se fundamenta sobre o que podariamos chamar es
grandes linhas de anca "doutrina" sofistis da linguagem, reflete
as condições do discurso › nas assembléias: tudo pode ser dito,
assim como seu cociririo e não bá ser que a lingusgem tenha por tarefa
rerelar, sem designar, já que ela € pelo 43 coisas se
humanas, politicas, quer diver, comuns e contraditorias.
Eis porque, na polis democrática. definir o espaço do discurso e
definir o
do politico: o direito falar (publicamente) cquivale
(5J; Poderiamo dize,
- facebue por eseto
ocas ton criou te ui
019, q06 à "Sancão lática" 4 luz do nitradial
Jako0521. "Linguistique e poéticas", le Doui *badoestique proencie,
100 Conforte P. Autenge. te n tinco
99S 126.
(55) No sican Vi RIRE-SE O Srotar
grosois/barbaros
pare a epoição percusla/Violocia. cod:s.
13/Hoe
e Ses apollticas. Essa problenitica jA em He-60516 € 23c 5943490
Somily, Lais lues de peral gresque. Tara, 1971. 9. 38 € 83), c é atirarento delendida
por cortes Solistas, defenses de Pan-beaio (pertizaarneste Giecias,
mesu S8abe De ora do Rakmede D-X. 8050 115, 1-61.
130) Isócrates, Ser /'Rohenge, 253-55, tras.t vatico

16
v0 direito político (( exprimir) e este direito é, por definição, Igual
para todos (isegoria),j
e a Folio ado é outra coisa que esta repar.
Gelo igual di ou comunicável. Cada um pode
falar a todos e todos a ca
laseoria, a aptidão universal
para a relação inguástica confunde-se com a aptidão universal para a
coisa pública. Universal em seu dúplice sentido, corD;
todos
que vivem juates, baja vista que eles vivem através deste
conjunto porque concerne tudo o que lhes é comum. A lingua e
politica com, pois, competência 1 e! tanto por seus "sujeitos"*
quanto por seus * a mesma maneira que não existe nada
que não seja pelo menos duivel (e portanto também negável, nada há
que seja excluido da deliberação páblica, muito menos algum 00D-
sellbo"* ,0: Não seja pelo menos exprimivel venha de onde vier e trate
do que quer que seja. Eis porque. para além de todas as técnicas
particulares.
: confade com domínio da
dialética, extrapclando a toda foresa de saber. Saber falar é poder dizer
tudo e deliberar é deliberar s tudo, j4 que a estera do "pú-
blico" (do deliberável) se excontra ao cruzamento de duas "publici
dades", e do diafrel e a do politico.

inverso de politico-sábio, o politico-Ealante não sabe isto ou


aquilo: falando enquanto cidadão e cidadão à medida que falando a
outros cidadãos. e decidir acerca de tudo. É o bomem comum,
desde que entendamos: comum no sentido forte a termo, e •**ho
mem universal e se reconbeve a univenalidade dos bomens.
representante rotal de humanidade total, pura retomar a expressão de
P. Aubenque:#7 cu, ainda. se c entendemos simplesmente como o faz o

antor das INalexeis: "'endo que e o Enesano bombeca e as mesmas artes


que tem a capacidade de dialogar através e e questóes e resposta:
breves, de saber a verdade acerca das coisas. 0 defender-se bem
na justiça, de poder fazer discursos políticos e de ensinar, acerca da
natureza de todas as ecisas, como elas são e como nasceram. Primeb
ramente. a natureza de todas as coisas, cie não terix
também a capacidade de agir corretamente diante de qualquer situde
ção? Em seguida, conhecend dos discursos, ele também

(37) P. Aubençae, l. Vere p. 20.


a indicam os swos esclarece doras
asilises da "dialética" (pu
S1). Ver p. es. as implicações

138) Seguires aqui o sexto de:


siner COo fini. Fase.
I11. p. 156). E. Depriel :tes
2d1. 1968. red. 1980. p. 1921, seguilo

aDele perto
cidade a agirzen ). P. Ducedet
sorectanverte.es (op. at. 8 S. clonée: "coeno não sabeis ele coinv

37
sabera falas corretamente acerca de tudo. Com eleito, é preciso que
ou; aquele que deve falar saiba isto acerca do que fala.
Portanto, ele saberá tudo. Porque ele sabe todas as lécnicas dos dis-
cursos e todos ce fiscursos ConcerTe a tudo o que é. É preciso, além
disto, que aquele que deve falar corretamente, s guc
levado a falar e ensine correzansente à cidade a fazer as boas ações,
evitando-lhe assim as mis. Coabacendo• de também con
nhocere resto com efeito, ele todo saberá...' Aquele que sabe
defender perante a justiça, deve saber corretamente o justo, pois E, com
efeito, objeto dos processos. Conhecendo-a, ele também conhesert
seu oposto e tambéna o resto8 (DK90,8. (1-9)).
Este 6, portanto, o ideal d o da Polis democratica? enestre
de tudo graças à sua relação (politico-linguistica) para com os outros.
à medida que ele também se constitui através dela num outro; univer.
saimente competente, a medida que ele é, como os 4 superior-
mente como todo o mundo.

• Saber falar - O retorne computêacia

Assim, todos podem político é o da


lingua. Compreende-se em que tensos a democracia coloca as relações

a competência e poder: não se trata mais, como em uma


aristocracia, de saber como a aquisição de uma compatência (a de uma
saber.: exemplo) dá acesso i o poder, já qae esse poder - o de
comunicar em comunidade à comunidade, ou, como dia Trasimaco,
de "falar adequadamecte em público de coisas úteis ao público" (DK
85 B 7a) - é a priori a coisa 4 melhor partilhada: em uma
democracia, trata-se de saber como essa competência universal pode

c tar satisletcio a importante frase soouir/c.


E6 algumas tristes todas as coises so fólaticas, e no que ac
remessos preciso (1. P. Dancol, op.
cil.. p. 20); " e d cre-ne ursa mestra coba,
de fari e que convéca, se é te .. F. 192): * % experieare die
op/artes que o a tutti sca3 ap nececario. furt quello che deve
da trente a cão ete e identio* C auc. 111, p. 150).
(60) Amitai e. cL., p. 390 es. e discusse en
M. Untesteines. The Retiro. I vazate aprodinar o ideal de
tostes total proposto por : er é e mesrio da cinda aik
perfeito, não semente a de Mieis (cl. H. Moce 2889;
D% 80A. It. mas santer d • da final dace (4o Serem), segEn6) D-X.
CoA1: *a antarquia"i o gu scar que e ciadto assasse e trasabema:-se
em algo igual à cidade intsira.

36
•Etico-sibio
medir sua
vencia e avisada com coisas ,
politko-falantes de can oc a relação ande
o melhor falante.
N20 CO
mudel pio do médico que sabe
Alar so do susto de poder medir a
comunidade dos discursos
o; ato 2 discus Se De SanDE secace
uber das coises que fundamento a
politica d poilitica,
c2 mOL
fenicu capaz de
partilha.
Sorte um discurso,
Desse D
objeto de um
cecódade esenso-

a 00m0 € wc. uE
que sejA o
publicamente
também objeto •
retórica, arte de tocos
a politica está
o a lingua para tod elto
o o lembra o Glirgisz (4501-€ tem como objeto
meia, práticas
nio-diser o da rete loursos enquanto
diszurvos s discursos Cala Ig/ml. E. 3
fosse pt o obicto da retórica,
quer ciner. 9t leão privilegiado de discursos, veriamin que de s
ocernem is
"maiores e mais elevadas entre as coisas (451d), "o maint
bem para os homens™ (45249. a politica, quer dizer tudo o que depende
de uma decisão publica.*

3 Conte rece Calorias, &


lansio g
(8 A pAiro. entes
da esse bilis do
Atuo ziodes, ge geraaa

N
Sahe-se qual é o de us e o risco desse retorno de uma competência
particular no regime d *competência universal", porque se 1 arte
retórica, como de resto qualquer ostra arte, é potência dos contrá-
1 e no caso, do justo e do injusto, a situação arquitetônica da arte
universal dos discursos conduz a essa consequência que mesmo e
discurso que não é aquale do interesse comuta. Pode tornar-se comum.
Em ou sento que, excluindo toda compe-
tencia particular da politica, funda a justice sobre o interesse comum a
sobrevivência cocem, mensurivel pelo ¿nico discurso partilhado (0
mais forte), conduz, P ompetência particular como
competência universal do com discurso comumente parti-
thado (o mais forte) possa não ser interesse comum,
não sendo mais do que uns interesse particular." democracia grega,
poder-se-ia dizer, cai em sua própria armadilha, a v Linguagem.
linguagem, tolerando a contradição, não se vê obrigada a dizer univo.
camente o que é. ela deve falar cen todos os sentidos para que possam
entende-la pois ela que se torna o objeto do saber e a mata da
dominação. Como se mais geralmente, a alternativa entre aristocreela c
democracia se exprimisse escolha" entre discurso técnico e
Técnica do discurso.

Sabemos por Platão coco Protigoras tentou resolver citacal•


e salvar o principio da democracia, preservando-a de suas conso-
quEnosas. com efeito, per g todos os discursos se equi-
ralem, de modo qu a comparar sua força (sua "audiência"*), como

o Que a net inca seja Escagoriocia de iejuste qusslo de junto, luso não se deic
atuação arqafetionnonfele antes, corao da Górgias, uh sua deminação
a as polacias". Góraio. Cal. Toda arte, o eleita, e peitada cos contrários.
Esse coiSindia, pelo qual o saber-fuser d ladepecideste da uniceet, é, para além de
Plat2o, setemnada per Arl cadea 4 posadia de uma s4 vez de Copaca e da
ont de (Meio). IX. 10456,7)
(611 Este FOResto a deales cato da hiatfeis que tri
o des litanacalo se me ärticon a"° Fictiraracate pode se ver na
substituaia do primacina terr andataç3e sralista: o regime mais
rodicaleecat:igusl/tirioaind 1 (crania), quer dizer, por rel
de lErca. De lato, na se des lemocracia"*, Seemada taluca com e rosels
de aristocracia" pelos pol do¿pna tasabia e paóer da partico (e d:
0) (CI. viere esse pacto ). Irc&lemes de la densocratie.zre .Puro
V75, 111, "Parti e: Patri", P. 131 e 33) Coras Dela Aribacios: "ponto o pore focina a
1 e a decaio da mairio é seboraa, E É secousariamente assa derre
ureia" (As. LV, 1291b, 37-351. Ver tua bEra ausa colas sober o papel dos denugagos:
utE goNu Caste tipo, coena enc te seinar só, pois que roieita o seino da

lei e fora-se vos disputa. tario e que ai os a acodowos alo bocada..." (1202a, 15-17),

40
explicar - cu impedir: - que o discurso mais forte
possa ser nocivo à cidad a Protá pocas

é fundada. ninguém se cagana


(nem os individuas que falam na assembifia, cada um dixendo o que
lhe parcos. nem a cidade. dar deside o n
c paroce bom), i que
apenas e haja : lo (nem deus. cem
ciência, nem senhor) que poss arar os discursos contraditórios:
que. não obstante. e posss julgar mal. cote dizer. contra seus proprion
interesses? A a distinção entre v e falo-
theia) e sabedoria (mpk53 (Thortrto, 165a-16%): toda sensação atual e
verdadeirs para aquele ‹ perimenta. mas algumas (agucias do
doente, por exempão) pa e a vida em perica O papel de sibila,
elevando-se da medida : (sempre verdadeira) até a previsão dos
nesses vitais. e "torce ai a * *o med
produz ess: ofista por discursos" (167a). .
exemplo dos médicos griculteres, "os oradores sábios e boas fasem
com que as coisas b: perniciosas. que
pareçam justas mais sibias que outras,
sem que ninguém tenta opinites! sas" (1674). Em outros termos, não
: pode discriminar nenhuma • o e elas são lodos igualmente
celt&weis, ainda • a cutras. Esta 6, por-
tanto, a imagens • atuando rel6rick com coms•
ciência de causa.* e adaptando as apartocias as cripências vitais da
cidade, de "fases do curso mais fraco o mais forte". q
dizer, invertendo as verossimilhanças ele reverte as maiorias, no inter
resse da sobrevivência da coeranidade.
For tris desse re
mista do poliico, perfila-se, sem darida,
figura de Périces. Mas o que ocorreria de a única tienica admissivei
em uma democracia • persaasio- capaz de fazer de qualquer
discurso o mais forte, fosse posta a serviço de qualquer interesse? N
fundo, este é, se não o sentido, pelo menos a fonte histórica da filosofia

e
politica clássica: tirar a Séacias de morte Péricles. E ci
porque Platão, ao invés de mesma dificuldade, pretenders
cortar-Ise a raiz: ele jogara o bo Lamcate com s água do banbo e a

impert polico-1246.00 l
#805PPE
mitose
(66) Portast
comparivel boquele Mio. n variada, cal de ou despi. cr.
Cirgios: "desese (ar a retices coe J coes. ledas as sensx* (4535).
democra › lado do não-ser ou da aparên-
cia. Ele procurar estabelecer, a lim das variales e das contradições pos-
permanÊncio des esséecias pelo meemo
gesto pelo « ma cincia no e, expurgada das
opiniões e das es particalazes da assembleia do povo:
projeto político da República é solidirio do Gárçias e do Crátilo,
solucio.: Ir radical, era indisaciine! do Eams rodical que a prática

da democracia, sua hiseória,) sua "Elosofia"".j4 ba


locido: Esta da lei divina, a jestiça não podia se fandar senão so-
bri Interesse: era preciso reentrocida & um cutro pai, que oca-
vendo a idlia do Bem; i da verdade 4 revelar, a linguagem
via-se privada de qualquer liame com o ser. foi preciso sustentä-la
pela e5sêccia: mas, sobretudo infa de sabedoria de Péricles, qus,
competência, sigam tempo o discurso e
o interesse comum, democracia se via novamente nuo, não mais
conso & "isencois" senbada, mas como uma "erecia" comparkvel
a qualquer outra e desde entlo o discurso de todos cobria
comunid

(v. Democrecia e verdado

O traço mais saliente e mais geral desta "Elosofia do


que procurivaros, reside, como vimos muitas vezes, na opo-
sição que ela estabelor entre a ordem política e a ordem do saber.
Desta oposição, vivida efetivamente pelos gregos do século V, mas
apenas retraçada por nós, será talvez g retirar que
noção de verdade.

as vezes, que um dos sabzzlos de nossa cultura i consti-


tuido pelo surgimento, no classicismo grego, de ums nova noção de
verdade, da qual ainda tributários. Uma noção modern
verdade, puramente lógica. depecdead critérios universalmente
verificaveis, sua relação à referincia, eis o que teria progressivamente
substituido (ao toca de um processo finalmcete conclido c Platão)
a poçãa arcaica de verdade, 31 xtida critérios de enunciação
ritualiza dos e dependendo dos titulos do locutor que a enuncixa: a
solistas teriam sido a instáveis d passach ainda
usa noção de verdade cuja eficicia estaria ligada so
vercicio do poder. teriam sido. em outro sentido, os nepresentantes de

42
uma nova à definie
tiamente assim: reconhecide por Platão. *
Essa visão histories terá talvez sua validade, a aos mantermos emn
ama leitura linear, indo do MITO Do LOGOS. Mas cla sem dúvida nAo
espota e economia da noção de verdade ox à Razão, a0 meco a
razão da democracia. Enlm, exus vido ser2, talvez, prisioneira de uma
concepeso "aristocrática" da rerds.de. A qusl nos convida o modo, ele
proprio" de sele ão e 6 dos textos
tal como a história o realizea.
Expliquemo-nos parece- , a partir do triunfo da demo•
cracia, conforme a soas e não há um modelo novo de
verdade. › modelo digamos "lógico*, que substitui-se a um modelo
antigo ou arcaico, paraianesie dos modelos de verdade em
concorrência, ambos i cate lógicos, o : : 6v. q crA
talvez aquele que scrá formalizado a partir de Platão. Dois modelos
que desde então são opostos para o , como, de resto, assim

permaneceram para nós. Porque seria 13 1 para "nosso" ver-


dade, quanto para a dos gregos da época sisaiss, crer que ela seja
univoca, supor que ela tenha apeia usa carpo de aplicação e que nós
tenhamos sempre os atesa entérios para distinguir O v
labo. Essas dass " verdades", sana que crescos a mais nova, mus gur
tem talvez as rafzes mais antigas, cu chamena de "verdade cientifica" e
a outra. contemporani reflexão sobre : emocracia, "ver-
dade juridica"."
Vejamos. por extesplo, rapidamente e simplificando, alguns dos
a "verdade cientifica", tal como ela se esboça em Platão.
ou se formaliza em Aristóteles.
No e pelo raciocinio cimitco estabelecem se verdades, indepen.
dentes do lagar, c dos sujeitos pensantes, quer dizer,
necessirias, no sentido em que elas se i
verdades ciralificas são estiveis e absolatas.
De duas verdades cientificas contraditórias. apenas uma, no má•

(67) A obra chane sotee2 00 Detras, Ler nucitro


de ninas dear le Gnice anchaipe. 1 Algaras dos ledas que relerazes d
diversas Sce7es, no0 preten dera de role a gan tur
1971
estulazics desse limo. Ver 473/ca
2. 16 58.
Assis ele n 96 400 4505 ole
rubi as e * .
Perdoans. em pirticae x nesta 1072
cimo, pode ser verdadeira. Dito: , outros termos: não se pode
demonstrar uma proposição e sua contraditória.
Assim como : impõrer a todos indistintamente, elas se im•
odalidade
poçm a cada um com uma certeza al
grau mensurdvet.
Enfim, elas se referem a seres universais e necessários.
Mas se, em vez desses seres considerarmos outros, singulares
contingentes, inseritos em um cutro campo (o campo judiciário, por
exemplo), onde i igualmente essencial estabelecer-se a verdade cu
falsidade:
os generais trafram na batalha das Arginusas
- Sócrates corrompe a juventude
invadir a Sicilia € o mothor meio de salvar o império ate-
niense.
Vemos que essas proposições (que concernem nos três tempos e
que foram nhecidas democraticamente como verdadeiras em
am momento dado, pele pova ateniense) não podem ser demonstradas.
que não quer dizer u De dias sejam indocidiveis, já que é de uma
Importância vital que sua ver decidida. É preciso dicenti-fas.
Quer dizer, e • favor e contes: e. segundo o grau de conção,
segundo a força ou a fraqueza dos argu s alegados, cada um
todos deverao julgar sobre a verdade ou a falsidade das proposições. 6
que a argumentação lógica (o menos pess sentido em que ela
não depende senão do discurso), que est: de as verdades juridicas,
tem propriedades inversas às da " demonstração cicatifica",
Ela não é nem in o pensante, nim do ouvinte.
nem das circunstancias. Re ã0 com
deve ser feita sob medida para o ouvinte e adaptar•e ao lugar e ao
momento. E. assim con onstração cientifica são teria ne-

nhuza força para estabelecer uma verdade cientifica se fosse válida


apenas aqui e agora, d arque € X, a Y porque é Y, assim
também uma demonstrepto ado tecia nenhuma força para estabele-
dos jurídicas se ela se dobrasse a essas condições: l me-
: qualidades
dida que ela perdesse: sua relatividade en
de absolutidade‹ E verdade cientifics, tanto mais ela perderia em
Orça contiva.*
Se se deve discutir a favor ou to também se dere ao fato de
que a argumentação juridies pod , como o diz Arist&teles "concluir

em sua totalidade. futda-so sobre esse


o Ver cant atacdoirio,1377%-79.

46
us contrários* (Ret. 1355a 30. Isso signitica que as verda.
des jurídicas não são submetidas ao "principio de controdica»"
E talvez justamente em um discurso judiciário (a Defosa de Re
mede. € - Górgias) que s sua primeira formulação: "como
poderíamos crer eis um borreca que, no mesmo discurso, a propé-
sito dos mesmos homens. diz. cotsmas coisas, coisas
opostas?" (D- K 82. B11 a 25). Dito cen oatras termos: Sócrates 6 cul-
pado ou não é culpado; e ado é porque Meletos arguesenta em um
santico e Sócrates em outro, que Scrates é as mesmo tempo culpado
enlo-culpado. Para quem o julga tal, é verdadeiro que ele o É, e laiso
que ele alooé.
Enfim, assim
im poca da mesma maneira a 10
dos, juridicas são se impoem sem modalidade asm
grau de adesão. Assim, adesão de todos suscetivel. *con•
tapem". Mas. l verdades jurídicas, enquanto ser
faces. dependem dessa ecategra. Não é porque ama maioria cofre
seus juizes o declarou culpado, que é verdade que Sécrates cra
culpede muito menos teria se tornado, assim, culpado. Mas
para cada um daqueles que o julgaram assim, é verdade qu el
era culpado e é 1 foi Julgado assim. Dito de outro
modo: as verdades juridicas respeitam um outro principio "*lógico"*
da verdade. tal conto o exprime Arisi&eles: "não é porque D0s per-
sarsos de
verde deita que tu és branco, mas porque tu
és branco, dizendo que tu a és, nós dizemos a verdade" CAfetay. IX,
1051b 6). Assim, h4 pelo n domínio, o domínio jediciário,
onde a contradição, a relatividade e a pluralidade dos poatos de
vista não servem para invalidar verdades, mas ao contrário. são s
único meto para estabeiccé-las.

Por impoliccia ou igsceindia, condo pensava Platão? Talver.


Talvez também que, do ponto de vista de Deus, que seria "medida de
todas as coisas", como diz Platão (Leis IV, 716c), ato haja ema única
dentre as proposições acerca das quais os gregos tiveram que decidir
sobro sus verdade, ou dentre aquelas. e as quais nos confrontamos
Ganamente para "as ações da vi o comportam delonga",
dia Descartes, que não poss ser desidida por ama ciEncia
absoluta; e Deus sabe que Ele não precisa ser democrata. Mas calez
Ele não precise também i do faiso e desse ponto de vita,
que 6 o do logos humano, as verdades juridioss bem que se equivalen
as verdades cientificas.
o indica que umas tenham menos direito ao título de verdade
do que outras. Primeiro porque podem igualmente ser inscritas 1

45
mesma definição. aquela ontramos em Platão e Aristótcles: "ha
am d curso (Jogos) e Escurso falso... aquele que diz as
coisas que são como elas são, é verdadeira, como elas não são, é falso"*
Crátilo, 4855). Assim, quando Protégoras, abrindo sua obra,
Verdade, por sua celebre formula (*o bocem 6 a medida de todas as
coisas avaliáveis, daquelas que são como elas são, daquelas que não sto
como elas nac e a prática da demo-
cracia, coloca o princ os verdade relativa (no momento e nas
circunstancias para o individuo coc2o pa: a Cidade), ele funda tou
funda-& democracia", para : qual não há
medida das modidas, nem juiz supremo. Confrontado com um mundo
de o bomem politico (individuo
em comunidade, assembiãia ou Cidade em seu conjunto) 6 permanen
temente levado a julgar? a oca da verdade e da falsidade das propo:
sigies singulares: todo logos que mede o que é, tal como ele aparece
Aquele que o diz, quando cio o diz. E verdadeiro, sem que entra
verdade acessivel ao homem. que possa madir, infirmar ou confirmor
os logos contraditórios. A democracia, poder-se-ia diser. funda se no
fato de que da Polis está condenado a dizer a verdade.
Mas reconheçamos também que mesto para nós, qu não vive-
mos mais Polis, as "verdades juridicas"1 › são "menos verda•
deiras" do que as verdades cientificas. Uma vez reconbecida come tal.
a verdade jurídica é até m mais coativa e firme do 1 a verdade
cientifica.
colsa julgado. ums vez julgada, impbe se a todas e u parte•
cular as duas partes, de modo levolinel, irreversivel e incontestavel.
Do mesmo moda, toda decisilo de assombleia, ou tomada por uma
autoridade reconhecida como tal. é admitida como verdade absoluta.
ela é fruto de numerosos debates contraditórios, ou talvez
Justamente por isso: desde que procedimentos que sutorizam a propo-
siçho discutida a ser admitida entre as verdades foram respeitndos, não
mais se autoriza a enunciação de penhum argumento contrário. Pode-
se mesmo dizer que inversamente as verdades cientificas. e argumen•
ditória serve como . a garantia que permite o estabe-
lecimento das verdades jurídicas, mas deve cesser desde que elas sho
ruconhecidas como ta . Enquanto qae s0 menos para nós diferindo

A.
(70 Ver também Sotera, 2436-4. 207%: pare Aristeles ce. Merd. V
60855

(71) Landoe mazocorenta Cons deita, e cidado ergo não t me deito de

46
desse pente dos antigos. es verdades cientificas violiveis e revi-
cinis enquanto que os procedimentos que permitem estabelece las,
Lem stamente porque exceem as opinites relatiras e contradi-
crias, o esforço de relativiação e falsifica,3o cientifica começa 150
logo elas sejans (ou se arriscam a ser) reconhecidas como verdades ab10-
latar.
Porque seria igualmente ilacório crer que o estabelecimento das
verdades juridicas (" a administração da prova) seja menos exigente,
menos regulaments ou mais i procediment
científicos. Para nos limitarmos aos gregos, basta lembrar os inüme-
ráveis Tratados (technal) escritos época clinica, dos quais resta
apecas Retórica de Aristóceles, o grau (
solisticação formal que tinham j4 a seus olhos os proezdimentos que as
estabekciam.
Nem menos verdadeiras (apesar das i , nem menos :
lutas (apesar do barulho e do fator das assemblõias autorizadas). nem
menos rigorosas (apesar dos erros jodiciarios"). a verdades jurídicas
são antes de tudo mais sites, aqui e agora, do que as verdades cienti.

Platão, que despreza o procedimentos que as garantiam e


queria substituí-los por outros, a Descartes, gut nem mesmo s4 proo-
cupava coan elas, foi efetivamente nessssirio racontecer que, frente acs
perigos da vida e diante da urgiacia da ação, precisarsos nos contentar
com elas, aioda que provisociamcate ("par provision", Descartes).
Parece-eas ortanto. cor os inventaram e desem olveram,
quas: a0 mismo tempo. d verdade, igualmente
exigentes, mas cujos ebjetos e as ederas de aplicação eram diferentes e
assim permane - De um lado, a vida prática, o acontecimento
singular, o fato contingente e para los a deliberação em comum; d
outro, a teoria desinteressada, o conceito aniversal, os fatos necessários
c para "lazer" (schole) do sábio.
O que nos permite talvez comprecader o carater incoe cilikvel dos
pavimentos i Protagoras e de Platão. Não porque um Lustra e
defende a verdade juricica e o outro a verdade cientifica. Mas, mais
exatamente, poder-se-ia dizer que toda a tentativa de Platão, com seu
"*filósofo-rvi", consistiu talvez em tentar importar o modelo cientifico
de verdade para dentro politica. que, rapartida,
toda tentativa epistemoiógles de Protégoras, com seu "homemn-me-
consistiu em tentar importar o modelo juridico-politico da vez
dade para dentro da esfera do conhecimento.
3 também talvez dai De serio precico partir para justificar -
não somente explicar - o fato de .Joco Fa demo-
47
cracia grega". Porque pensa calo de vista do u a tamoita
pensar contra esse mundo aqui, essa vida e esses homens comuns que
dellteram em comum. deixaado-os A dominação dos sofistas e
Avendentes.

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