FRANCIS WOLFF
*
(1) Este texto E uma vento p
Departanesto de Filosedia da USP,
30 E3D JETO
.20
(2) E o casa de A cujo abre
oncessos antintslectanes
Mas desnive. intre Elosofi e democracia não l apenas .om
um
poral: é como se houvese, tandamentalmiate, desde o inicio,
cocaso cedido. Inteiramente voltada para a politica onde se
vale dos velhos prinelpios pragmática - dos sete sábics,
despreza pesquisas
por exmplo - a democracia do século '
sobre a "*Physis" ou sobre o "Ser". Estes, por sua vez, não deixam por
menos: penhum dos pré socráticos se preocupa com politica. Lever.
samente, quando o declínio da democracia de Atenas contempla
apara a sua filosofia, não vi senhum democrata entre os grandes
filósofos elkssicos. Platão não tem palavras: duras para
desqualificar a ditadura da multidão. Aristóteles e, seguramente.
muito mais i as instituições deraocráticas:* mas desde
passando do fato ao direito, examina o Estado, são como d mas
como deveria ser. sua República" ado é es nada mais democrática do
que a de Pistão. Quanto aos razoa ENsoles anteriores cujas principios
poderiam e considerados como demaeráticas, como no caso de Epi-
curo° a desconfiança da pe que dela atassem a filosofa. A
cida de elissica ato tinha ipso jacto capeadrado s ISosolia politica. mas
a morte dessa condenou a outra.
Em outros termos: conbecrmos beca a democracia, sua história,
suas instituições e mesca a "idcologia espontânca". * Por outro lado,
temos quantidade de textos importantes de filosofia politica da Atenas
clássica, mas não de "Hicsofia da democracia". Isto não quer dizer que
a ficcolia não nasceu de imenso da discussão
I. O espaço do polirico
1. Democracia e competencia
:*Mexicar" e as deliberações
"politicas* 4 gra. cO
A ENre E Prossecess
, de que c re99006k a uma
e uma apice de E D-Xenelectz. Rep. AL. 1. 6) imis.
latirão lactitucionalirada.
vcontece a se dos o dara70 6e expressio
ttt, ao 003473r31, a0
1 galguer saleria.
11
num caso como no outro, aS
quaisquer que elas sejam, uma s
smo valor.
vozEs ou oS votos possuem, nesta esters. of
Mas, c cada um. sem competenda, pode e meses deve por 1380
wermo participar de todas as decides referentes a o interesse geral do
Estado, isto implica negativamente que a politica: um saber
reservado aos que o teriam aprendido e, reciprocamente, que se possa e
dera discutir publicanto que escapa dos saberes especiali-
zacos: não há competência em polica, porque ela abraça o conjunto
das coisas discutiveis/ sto quer dizer, duplament que 35 se pode
opinar, e não saber, mas que se deve decidir e não deixar Fazer.
De que se discute? Aristiteles nos diz: "aão deliberamos sobre os
próprios fins" (Ex. Nic. 11, 11126 12): mas ele quer dizer com Isto
fias últimos ou os mais gerais," com eleito, não deliberama pate
saber se preferimos as boas da mas leis, ou se é melhor vencer do que
encido. Não se discute porque unanimidade.'4
Podemos acrescentar que também não se discute acerca das meios
imediatos, exemplo como con barco que flutue, ou como
ir à Sicilia pelo melhor caminho. meios mais imediatos são tão
Indiscutíveis quanto o fim mais distante, mas por uma razão inversa:
não porque supbemn, a priovi, a esanimidade dos ato especialistas,
mas porque recolhem a posteriori a certeza de especialista. Entre o
meio imediato que requer a produção ou de uma
realização e o fim último que implica o soardo universal, desenvolve-se
todo c discutivel dos: e dos Ens intermediários. 1
quais nem todos são a priori unânimes e ninguém a posteriori infalivel:
o campo das dociades majoritárias e incertas, a ordem do politico.
Mas por que incerta? Por que não se: pode pensar, enquanto
demexrata, que a politica seja uma citacia?
Nosao
1
é a elefa.a
(3
per ceraglo aperaaação caboaala/tarros
Barones, art. cit. . E, p. 40 de que 2 s conceituali
o e as melhoras cidadox.
adia conparação cons a Revérica (1388t 20), code
Aristides de ar o fim do género de lera lie Te dia e e nocivo".
CE a pauagem da 54. Lad, comopendeste l de E. Wc.. ok.: cortameate
delibera sol re e list foic é cassboincido pene koda.* (1226b 1/00.
12
:
2. Politica e ciencia
19)
God ex cl.
(16) Por ce. Laque:" •na Brevidade de suas aplicações aa0 e Oiereong
ligue ao pacado, para se ler o que de lei, ao penceito para se hor o que ele
ex falsos 2a53 1 (o ex e sediara, mas die serspre idietica a m roN.
abranger A E TE
RO A NES N
contra Ne que a estabilidade abdi wisca Fea do terape, u nem.
ama 6
se ante rei. P. Persie Gregar, Paris, 1949,
2. 47) e s4 medicina (d. a definição de progeacio Mpocritic0: que deve penetrar e
o pecunta, o passado e o faturo dan domaças, in R. Jolg, Hippocnete, Missecine
Gregar, Paris, 1904 A. 50). A impostilidade a arrulheste dénsa acima 6% très
02.01.E segunda Cargas, a froça do dacars" (Lagod) ( Blacio de Bicicna D- K. 82.
417) Mesto e ÇHe Ag es elena circias peittio e ekoz ar praticas - catre
Grapor
a suais rect cal ser lajeadO como de ia do, a petica ado she ciáncies acelo luaaproondere
pergae Thesne
(o f
Ariscotesstruce de da Scimor Para, 570 7 330.
torres (icE nicotaca ao irturo) que l os nota que 1
objeto postico & plura para jalpinlo. Coro cfcito, e
3
sado se dizem eião do singular e são deixados ao perito: * ora. o que
poderia fazer os om o futuro que se diz no plural?
A assembllia de poro,: e opinibes contraditórias de
onde deve emanar uma decisão, é o único lagar adequado para encarar
um futi que, antecipado ao preseate. ado é matis que um mosaloo de
realidades incorziaren e dizer no proseate.
De onde a segunda diferença: a ciência se aplica sobre o que é, a
deliberacio e pode sar ou ser. "As colsas ‹ que temos
ciência não poder: do gae s . Et. Nic. VI,
1139b 20)-N em compensação, coisas "que são ou serbo
imente se sto verto impocciveis, não poderia haver
deliberato"* (Ret. l 1359a 32). Nem impossivel, nem neonsário, o
objeto da deliberação é portanto o passivel. A democracia este, assim,
cocsocada Que papel seria uma delibe-
ração contraditória, que pesaria os possiveis em um mundo regido pela
necessidade? De que adiantaria, para falar can termos leibnizianos,*
14
cocarar o "*prinelpio do melbo?",
tudo principio•
contradoco
que são preci
7 na democracia e impossivel
Mysis, ela é absurda em
deliberação
solte to que há alguns bens prove
e cates d ,sobre o alo t
Decessar. Qual é, pois, a força da
palavra humana o ela se pãc no plural : da contra.
dição? S
secessieto cecham
nono-arca podi e enquanto logos da é
eficaz, então o me s encarar racionalmente
democracia sapõe
que a todo in o futuro se a abario entre várias linhas de
temporalidade er ancocpa•
tivete, © qu cas refletida catre estes futuros contin
gentes. O futaro ni secosário nem fortuito. s todos o
membros do paro pe ca posse de posciel, peopor algo que o pora
decide em nome 4 se a bistóris e : dispbe, em n
120) Prussi'a hai Monie (Pive. 30o2. Esa Sorasia dchinc ordinariamente
MEats*: campestrel• o egecalsta (d. 171bc Em 5364c Garotiron
IS
do zur o *
do mundo. Delibera se (ócadewie) aão somente ai
sabe prever, mas também do qu - deseja razoavelmente que ocorra
(boulisis).**Eémusteditimosentidoqueapollicaeãoéumaciêneia.
o sobre o que é, mas sobre o que deve ser,
uma vez que ela s
queira e sob a condição de que se possa. Deixemos,
por pouco
• Aris sóteles e pensemos com seus próprios
contudo, ainda
termas, mas como dat ae o que é para uma cidade o
para a cidade, como ado cossa de repetino Pistão, mas que, cidadãos,
sejamos todos indistintamente frente sos valores igualmente armados e
ingenuidade de demo
desamparados. Dito en
cratas como Alcibiades (Platão,
1100 Anitos (Pla-
tão. Medo. 92e-93a), tange as valores políticos somos
a Isto a direr, de outro
todos mestres uns dos outros.
modo sabidar .com Protigon , que "todas a coisas que
s50 para ela. enquanto
parecem justas o belas par
cla asSim o decreta" (Teeteto, 167c)? Se os valores de uma munidade
são submetidos à opinião variável de se membros, isto mostra que
Do Céa das idkiss ou em
eles não estão de una vez por todas 6
uma ciência que pudesse dici-los• e eles não têm uma essência seja
cunstancias,
estável. nem meio existência separavel,
daqueles que neks se medindo, os modem. Em si mesino não é nem
bem nem mal invadic a Sicilia, sem belo Di a felo construir os longos
muros, nem piedoso nem impio fogolar à moda socrática e mão hé
general, arquiteto cu sacerdote que possa avaliar o valor dessas aCes
- cabe no demos fave-to. A democracia consiste, portanto em dizer:
medit › não é incumbência de quele que sebe o que é, mas de
todos que, convivendo, querem que adia o que não é, e para os quais «
saber não Tr0z nenhuma vantagem, a 53c90s que assim €
a sentido, reconheçamo-lo. cm
tirania. Com eleito, não
120 Sabe-x cus a aplicaçio Onda vestade dos fies* LEr. Nic. 111, 6) à delbe
aristain a neola lorosiresis, ibiz.,
rap ko colre os selos liovid.. 111, 5) chassas
(11, 4) que 4 o apetite da *
cel. as2., 111 1181b. 19 € s E P
Adianye, Pra imer, p. 135.
(15) Min cletiamerie modulamos asei e çus Aratrigles chama o gloro elite seasado ele, teste do
ACN0, gae inala do aturo, e o genero,
a princira vea, forruia do uma
E proxivo jararace de agradecer a P
doecrina do decido y adi eu ria que a colore a ao passa do. Sua céleste teoria
o air intelircricaasto, não sane por
de castigo alica; "acudo que n por caga con as gocrcade o tataro, a 6n de
caca do pausado - pati o gae al
16
"contar os votos" para decidas quem está certo e quem está errado na
ordem saber;® pelo as opiniões é errônea e pode-3e y
sábio 56, contra tocos. Mas há um sentido em "contar as vontades"
a decidir quer fazer • É misto que :não
crer no Justo e no Injusto.
Indspendência da' politica • relacto! ciencia, esfera do
demos em relação à dos oligoi; ou, em termos modernos, suionomia de
dever ser e do ser, ou da vontade e do saber,2 ou ainda: d julgamento
de valor e da ciência das coisas, como se para continuar falando em
termos anacrênicos, a de a opusesse uma razão prática politica,
que supõe-se ser a coisa do mundo melhor repartida entre os cidadãos
L Polis, a dominios
em que são es melhores (aristos).
u
no fetaro. c o interessa fature c
cidade em seu conjunta ada san: dis porque. longe de
de F mace
vaficiente e não teria Edil dar o os t
de beciacele perito seria
Mnen
i
deste
conje1t0 do Grande De
Apalogia (Thcelele,
1652-168c/ e a0 para Prodigoras a sa enceste eco julgar em vista do
veteresse» Juniro Iseja cor matéria de colacao, Proc. 3250-25c, de jusiiça, 2004.,
Modal e 325az, es de legiação fala, 33kce e Then 16Tbc, et. também 178c)
Fundando o valor sobra o da ecossa e mon dicado o lintcresse peio futuro. Protigoras justifica
que todos os valores ocut5 de que deponde e future comum asiars seboraamcote
pestes eon acaram.
(26) Sobre e abundo de contas cede da caber e de verdade. ser
Legues 184cbc, Chielo 4374. Nele os i aocedo com o esterranho e
Arisibices (Mera). EV 10096, 1-300. para Protigorcas hombine seria absurdo decidir
auxsca da enasle pela malaca. Todos os galan primem o que 6 para qu
isso asim aparave, são tão vende leines cu hehe es cotros. Ens corspernaçla, anda iracck
que as desistes possen michie atraindo
de riais forte.
(27) E sem divida uma vendale, H. Arvendt, 7be 20 af
Min/ 11, "Witing". Lentos. Soder and Weber 1978, a. 3 e 12 es.).
n3 o desocbriram o centinente da vectade. Fancionenents d
Mosodia implicita" que a confentara Quere
temtete
e perque cava
Te imperas a talaco gregos que a do
houve floret e que o pol 41a goe
ao he
3, e e técnica
Mas talvez, não sendo uma ciência, seja a politica uma técnics.
Claro, não destas técnicas de produção artesanal permitem com
segurança fazer-se sempre a mesma coisa, mas pelo menos uma destas
ó nicas relativas, que dependes d agente, do momento e da varie-
dade das circunstancias: por cacmplo, arte médica ou a arte da
navegação (6r. Néc. II. 1104a 5-9). Porque no fando, jé que fulano
que curar, e não 4 onceito Gora;a € que
depende tanto do particular não se enquades em nenhuma prescrição
geral (el. AristSteles, Metaf. A, 981 a 16-23).
Entretanto, creio que a politica, ao menos em uma democracia,
não é nem mesmo uma técnica deste pênero. o critério de toda
técnica, mesmo a mais "empirica".€ a transmissibilidade - e nisto
Platão e Aristóteles concordam. com o de resto todos os gregos da época
eMissica: "a marca daquele que sabe é a capacidade e ensinar... $ã0 os
técnicas e não os outros que são capazes de ensinar" (Metaf. A,
981b 7-91. Ora. o o reconhocem (Anitos e o jovem Aki-
blades em primeiro lugar, mas todo o pensamento politico antigo bate
na mesma tecia): mingaém conseguia Sormar um 5om ›lítico e
ninguém sequer aprendeu como ser um bom cidadão Por que essa
diferença entre técnica e politica? Não seria porque, do contrário de
toda tenica, mesmo a que requer decides hora, decisão
politica desprovida de um mínimo de repetibilidade que a possa
tornar transmissivel cu codificird?
Nem a ocm técnica, o que seris potiti:a para um
democrata? Acontece a Aristolcles sugeri-lo amargamente: ser "*pru•
dente". por exemplo, qualidade tipica dos politicos,? não depend
nem de uma ciência, nem de uma arte, já que ela é e virtude própria da
opinião, que se aplica a coisas que podem vir a ser diferentes do que ado
(29) O exemplo
Pericles sem Gavice chaco
5 um 025.
testea jo gar x e c podia aparecer
Sana; m E um Nos poda
abes o
h e o hit e a e
Elas secos de 124 e ela pio
se aderna cm e por caceitada (ver am cies so
perfeito), nie era pois agoras am tona acasinico, mas entre todos o mais sério des
u. Ha ainda, da parte de Acatéicice ara como que confissão de fracasso de sce
SeNTIL. -%.TiNE
4. Asbergee. Prwinee.p.5t-88
18
(8t. Nic. VI, 114Cb 25). O que, então, é a capacidade politica? Em
geral ela não é. Aristóleles o raconbede, mas é o primeiro a deplo-
rA-lo,» mais do que uma simpies experiencia (empatria) (Ét. Nic. X,
1180b 32). Ora, contr. técnicas que podem aplicar
o geral no particular (Met4f. A, 981s 5-16), a experiência mases a
da mencória • (ibid., 9806 30). 4 outros termos, da
reperinio do não-repariel - eis porque ela não se aprende (Ét. Nic. X,
10, em part. 11806 32 e s.). Porque ato há jamais em politica duas
circunsta iguais, a mas decisões equivalentes. Vemos, por-
tanto, o que liga essa noção de experiencia à prátios da democracia. De
fato, ninguém pode pretender ser experiência do singular que
qualquer outro e a capacidade politica é a priori igualmente repartida
entre todos, de acordo com a tocomia"e* besta viver como cidadão
ai sabilidade.
singular, para ter direito de dirigir a cidade.
Irredutibilidade escocial da experitecia individual, corresponde d irre-
dutibilidade, à particularidade de cada acontocimento político,
unicidade de el a uma outra. ou indu-
zivel de uma catra.
Já que a experidocia é a e lo-totalizavel de particu-
laridades, ela se mede pelo modo cumulativo. Não é a qualidade de
uma competência (como a do técnico) que é a garantia da boa politica:
6 a soma. 4 acumulação de 1 de experiências individuais, dife-
reates, angulares, que faz a força do demos. E se realmente há cida-
dãos melbores que outros. eles não ; ser os que têm "melhor
experiência"* (é uma contradicão em termos), mas os que a têm mais.
Ariandesles obverva que dia Pato ion sinete catre seus objetos e shcnas, moo dere
ter lamber o soehasimanto dos falcr pois que cia é da endera da ação, e
ato se refere a coeso singulares" c.. 11410 14. Entretanto, Ariadicka E diari-
pão a convir que na realidade a ação * euclos a cila de... rona ubre
unte os pócie de habilidade bem empiria calo abutralo"* (iNd.
X, 1881 at.
(31: Sabve a noção de " keean) caifios aperas irseldade Ca.
do da lei, nas aioda a d'iseikio igual da al pol5006 e g ortanto se relere
resTante de rogirae de nocrieion Cinda ciando conotações diferentes ens
relação ao torno "Armacacia") Vaza " Sexceria Reatke* Tose o e te,
Medemir Verbug, 1991, p. 1-35, sobre e (tal n)6 no6 partamos.
19
contrariando as evidências, : infancia do realme. Dai este outro
P. e. Rep
quim discute a decisão do capitão que sabe como levar o navio a um
porto seguro. Deve haver, portanto, seca citocia politica. Ela $5 con-
funde com a ciência a revervadai que posswcmo
competéacia na matéria: os fixxoles. Fa outros termos, ji que por trás
a variedade das circunstáncias politicas esconde-se sempre a estabi.
lidade da essência de n (o Bea). aquelas que podem
apeder essa ciência suprema são aptos para governar o Estado,
porque era fez uns para se ocupar com filosofia e comandar no
catado outros para abster-se de Blocofar e obedscer Aquele que
goryrna"* (Rep. V, 4740-c). Finalmente, o canso tipo de extatocias e
le conclusic atineles da chia de ideal: "que a cidade veja virtuosa
no sentido absclato, isto não É o resultado da acaso, mas de ciência e de
vontade nefletida"*(Pol. VIII. 1322a 32). Dei a mesma equação: sor
mente devem deliberar e governar os que sabem o que é o bem e
somente asilo os t capazes 00c52 gn
exclusivamente a isto. Eis porque a classe dos trabalhadores manuais
não tem nenhuma participação na vida púb5ca, não mais do que
qualquer outro social estranho da virtude" tibid.,
1329a 19
Mas há um outro modo de enserrar a politica na necessidade e
30 /.Golduchmidt,2384.p.44.
direto de obra de
10) Dere-se ver sesse mile, on asies aos libaka, um 1 s. D-K 80
Proti cocas "sobre e estudo acidiaal (40 boecessi" (got ans en orar ta
A 1 (55)). Quanto a isso, há acendo d
Sulfear
1942, p. 282-239.
(36) Poderiarses seguir deste boxo: cataras da "espertidio igual
da sobrniteca, deode a igualdade situral ente as noécio animais. 4%k 1206/Jade
poRtica getee. cidad3cs, asspasia peo Creto (Dilke) adure o gal CaNa a
¡zas Nade de oporturidado de sonecaétcia. A mação de lusa octia atravesa efetivarico te
a todo, inclui e ›(c. p. ex. a esprado penter enT
221 al
02 D -sardir faire" das goelaoles Conerinos vapbian) é definida como
para a vida iperidon divoophiae). 3214.
32
desenvolver a religião, a linguagem. as lócnicas, a agricultura, mas 2ão
sido ainda preparados para um cutzo tipo de ameaça: :
com as outras espécies, que viviam em dispersão. "O trabalho
técnico suficiente como recurso para nutri-las era, entretanto, insufl.
ciente na guerra contra os animaais, pois não p politica,
da qual e da guerra é uma parte. Assim, procuravam reunir-se em
massa mirar se fundando cidades. Mas, uma vez reunidos, come.
injustiças o possuirem e arte politica. de
modo que, outra ver se dispersando, sucumbiam™* (3226). Desta veZ €
Zeus em pessoa que intervem para alvar o genero à que envia
108 homens Aldos (respeito de si e Dike Gustiça), para que reinem a
harmonia e a concórdia necessárias às cidades. Entretanto, diferen-
temente das aptid3es t&nicas, dediqualmente distribuídas entre 05
homens, embora suficientes para todos, no caso da politica cosa mesma
distribuição seria fatal: dike e cidie devem, portanto, ser igualmente
distribuídas a todos porque as cidades não subsistiriam s uma mino-
tia (oligui) apenas, como coorre s. participasse desses
sentimentos", dix Zeus (322d).
Esse texto, no qual devemos l oco direto politica de
Preta poras, constitui, no estado atual nossa informação, o raro
manifesto doutrinário demeracia grega. Nos nos contentaremos
aqui de ler nele, como uma "Elosofiz democrática" podia colocar os
ob lemas da origem e do fim d Estado.
19 A origens do Estado
Como ProtAgoras justifica a prática de democracin e a diferença
entre o "técnico" e o* politico"? A formalização de seu próprio comen-
tário do mito, (ca 3226-323c), poderia se
efetuar assim:
2
administração (a politica) - e portanto
qualidades necessárias 8
que todos participem igualmente das decikles da comunidade.
Ha, pois, realmente, na vida comam dos homens, uma dominio
técnico - fundado sobre a de igualdade de competência - e um
a igualdade, ainda
Jominio propriamente politico •
virtudes "comunitárias". Mas todo esve racio-
que em potência. c
cinio fundamenta-se no aguinte postulado: "é preciso que haja cida-
des"» (324e). Ora, por que suria preciso que houvesse cidades? Sim-
piesmente porque 4 o dnico catio para cada um sobreviver.
Com efeito, e a istia de sobrevivencia (soteria, sozeathei) que
articula conjunto mito. Para sobreviver, espécies animais$
nocessitam de dois tipos de qualidades Inalas, aquelas que lhes per.
mitem resistir à morte natural (Do cavo, a morte da espécie) e aquelas
são provo-
que lhes permitem resistir as agressão mútuas, que
cadas por nada mais do que a mera coexisiência. O mesmo se aplica
aos homens, mas com duas diferenças: primeiro, é entre combros
da espécie. os individmoe, que as distribuições justas sao efetuada e o
equilibrio das oportunidades de sobrevindoca assegurado. Em segundo
lugar, a preservação do direito igual à existência efetua-se, no caso do
s S
Era tades os hemeas Enes: a natureza
Sata de Aris.., 1 1373b. 16) sobee a opasição
:ress K. C. Guthrie. Mano es Cirect
rastol . Paris, 1976. P. 163-121.) Ear
quan de Protágoras desermatre ses
a ledas es boneos. larrna.
de notaca, › sesmo radicalierso ite-
Intre Devia te escravO" ("Tradition de la Dino.
cratic Greeque". ate. : M. I. Roles. Dervocratie Astique et DoasciM
Moderne, Paris, Pipet, 1. €., p. 420
24
10mem. dois históricos. "artificiais" coletivos: 0
progresso da civilização (fundado sobre a divisto do trabalho) e a
administração politica (fundada sobre uma cooperação entre iguais).
Em ambos os coletiva e única maneira d assegurar
sobrevivencia de cada um.
Portanto, e estado não passa de uma astúcia da vida. Lembremo
205- mito: reunir para sobrevver
Torçados: renueciar a isso para são morrereca pela entre-destruição. 0
bomemt não é um naturalmen politico. m animal
belde à vida politica: para assegurar sua própria sobrevivência, ele está
disposto a impedir a dos outros. Ora, todo o problema da origem do
estado e refratário la uma seja à vida
em comum, cada um é obrigado a recorrer a ela, em vista de assegurer
sua própria existência desta mesma nocessidade,
assim como todos se submeter mutuamente a essa coerção. Mas em
te ests
Primeiramente, esta ligação consiste em que todo o problema da
isonomia politica, quer dizer, da justa distribuição do poder. funda-se
sobre o que se ped do grega conser-
nente à justiça; pode-se mpartir igualmente apenxs catre iguais. Qual
naturalmente, o único bem partilhado justamente entre o indivi-
duos, senão sua vida? Qual E a única qualids.de puis qual todos são
naturalmente iguais, sendo o desejo de salvaguardar sua vida? Já que o
fundamen Ma colocação em er a de
todos os interesses individuals comuns. e qut cads um tem a priori
mesmo interesse (um interesse igual), a sua própria sobrevivencia,
estado é. definicão quais
igualmente repartida a participação mas decisões publicas. A pessoas
iguais, coisas iguais: a individues devigaais por mpelência, di-
reitos desiguais a exercê-la; m igualmente "mortais"
(chneton) oportunidados iguais de prescevar soa vida Caidás e dite, na
medida em que constituem "potências" da vida politico, saio as mesmas
para todos) e direitos iguais de delend8-la na e pela vida politica. Assim,
o princiçio da existência do estado consistindo em ascegurar a segurança
e todos, igualando as oportutidades de sobrevivência de cada um, não
pode ser sendo um estado isocómico, quer dizer. uma democracia.
25
brus membros. Com efeito, é o fim do estado, mais que sua origem. que con
determina sua politica. Platão e Aristötcies podem muito bem
cordar que o estado não tem, sem divida, outra causa que
«idade de associação:
livro II da Republice (369-371c), e a neots-
sidade de cooperzção nescida a divisão do trabalho que Platão de-
signa como principio de formação do estado. Mas seu fim 4 multo mais
eminente: "realizar coe te a justiça" (Rep. IV, 433a), ou pelo
superior-
m:sos certa forma de justica: "isto cu presença t
mente bom nexo estado (0) ea criança, mulher ou escravo, no homem
povemado, o fato de
threer o trabalbador manual, no governan
cada um deles, individualmente, realrar sua tarefa" sem se imiscuir na
dos cutros (ibid., o ococte Aristóteles: ainda que ele
"animal politico", que portanto aspira a viver
› auxilio mútuo (Pol. II,
em sociedade, sem contar nem mi
o estado justo deve ser governado de acordo com a idEia do bens, apenas
a pretender a direção agatles que são capazes de aceder zo
que existe de modo imutável" (Rep. VI, 484b) e "é impossivel que o poro
(pictitos) seja filosofo** (18d., 4944). E justamente porque a sabedoria :
a ciência do estado (ibid. IV, 428c) e a justiça o fim que cie dore
realizar, porque a política deve atingir o bom para 1060s, l ideal
inacessivel a maiocia, que é preciso excluir de sua direção todos aqueles
que, per sua função social. ato podem participar ‹
derado
26
cracia pode até se transformar em mocarquia esclarecida: "dai decorre
(com efeito) que. se existe algum outro ba superior em virtude e
em capacida de realizar melbores sobes. é então pobre segui-la e
justo obedect-lo…"*(Fol, WII, 13256 10 e s.].
Poderíamos então direr que quanto m 60
objetivo fixado para e estado, tanta menos cie sora cerracrático? Esta
4. em todo caso, a ligação estabelecida pela reDexão polftica grega e
caso de Protágoras e alguns outros parece atestar a validade da rees
proca. Se o principio e o fim do estado se confundesa com as exigências
minimas se garança.• a politicamente senão
porque primeiramente e de seu intresse viver e porque a vida politica
em como único lie Igualar as oportenidados e os riscos dessa mesma
coexistência. Fim mínimo do estado igualitário e que Epicuro, único
entre os grandes filósados antigos. cura fixar para a comunidade. "
Fim pouco neomendivel: 6 805505 modernos, nós que apren-
demos a ver na razão de estado, mascarada pelo pretexto da seguranca
nacional, a justificação dos cais sinistros empreendimentos,
Igualmente desprezivel aos cilhos da maioria dos filósoos antigos. 4
De a a o E E
194), a.3. a. 20 ou on G. Rolo Leais Exisn E sov dado, Paris, 1995, p. 326-137. 0
problens filosófico é e xelalo em S. Zeggi. Fracgora e le Fikoefte dei zoo Traio,
Fircete, 1968, especialmente p. 143 es. e No ema simpiesmento agui gas
adas es dos trias que espicam a histécica ou de unta M4 bula
fus assinacholtor,
da lotascasa simafrostad:
deren los cancho parastcado
Osan as relaçtos
do "a isi ado passa demútuas de jastica
cor sinapio ecarecomeo
contralo, co e diziA o
Torne ele l a te pata Corn beis e jota (Pi. 111, 18 05 110. Esse
27
:
Fim,
quem a sobrevivência passa de um idcal de escravos.
clica necessário ao pensamento da i medida que ele
a entre o estado e a virtude. O estado não
supõe uma relacio
existe para realizar a Virtude ou a Justiça, mas a o contrário, a exis.
tencia da virtude (da justiça) e a condição da existência do estado e
não tem outro fundamento
portanto de todes os seus membros. i
o para co-existir), ele mesmo fundado sobre
a não ser o politico (ser jus
o interesse (cocxistir para sobreviver).
Anônimo de lamblico," em sua apologia a respeito da "boa
iceislação"(eunomia), vantagens: "desde 900
met•
kgalidade é respeitada... os homens podem se entregar ao sono,
gulhar nele sem temor...; E sem ter que tes por terrores repentinas,
nem pelo fim brutal de repouso mais agradável, que eles esperam para
nomia) traz ainda
saber o que trari o dia seguinte... A legalidadel
que concorrem para delesa de vida (epikouremata te
- focala de assie: s
problaia, que atraressa lcds e porsemece
urso o lemoc
d relo tens custo único funda sesta e desejo de seguratica
d0 castigo, de Em 1 Seca de impedir es atos anjastos
tokmurta. n E os delitos velado a juntico crasa tria ontZe apenas
conto u diur pre a termos pratica mente não varieen, ja
Acuranresea .D-K468, 41, 43, 62, 64, 181, 244, 264),
Sailfont Q. insiramente retoreda por Cridar
por Matto (particelarmen at
ale d ponto central d
20; Lacrécio 111.
.1890-310 . 331-4 e 537). .
28
30c)...". Não que não valha a poma viver uma vida sem Justiça ou
Respeito): simplesmente não se está seguro soquer de viv8-la. E ja que
s5o 20 *qualidades" que pe a a coexistência de todos com todos,
então clas devem ser lgualmente repartidas, para que o estado seja
possivel. Em outros termos: s Virtude (de justiça) é, independe
temente de toda necessidade d então a politica
dere ser reservada aqueles que a possuim e o estado é "aristocrático"
nas) virtude (de justiça) é apenas o ciclo da reciprocidade:
sEria entre todos os que k4 o interesse, a politica, fundando-se
sobre as ralações de cada um sos outros. e o macício de todas e o estado
"isoccenico".
29
Sante
quem quer dar um does conselho à cidade, procama o arautt
assembleia do povo. Uma tal igualdade de direito não uma
Igualdade como as outras, porque é a única cuja aplicação só é possivel
com a contradição.
através do choque permaner
Da messa forma que sem Cidade a igualdade a priori do direito
de cada um à vida não pode se realizar seca antagonismo de fato entre
todos. assim t Em na Cidade a igualdade de direito entre todas a
todos eles podem julgar acerca do que lhes aparece como ju comu
vero. conso bem: e justice. rerdade, bem, são apenas a soma algébrica
variáreis destas opinado, porque "o que assim cada
O ma ople com a
tant
< SegeaL. Hä ove De 019
vosecificidade de cada in5u too baione
:
um. é também assim, para e simples sujeito privado como para a
Cidade" (Therieto, 1680). Entretanto, diferente da opinião. j5 a ação
no mais admite a contradição: e sim o não, um dos dois deve
triunfar, pois na bora apr preciso escolher no momento
presente. dos ex-possivels apenas .O atualiza (e, se possivel,
melhor). Mas então, jã que todos uruiruem iguaimente do direito de
cidade, qual dos pontos de vista prevaloce? Não o mais verdadeiro" -
tem sentido, pois todos são verdadeiros em ame corta medide
-, mas o mais forte, aquele que recebe mais votos: a minoria xe inclina
diante da maioria não porque esta tenhs: "*razão"*, mas porque
não há vulro meio de totalizar interesses diferentes, a não ser medindo
a relação das respectivas forças. No caso, já que •"*Isonomia"
lividuo pesa um peso igual. decidir significa contar votos.
31
O "sábio" e o "Valante". A compaencla uxiversal
incomprientes.
Para um aristocrata não h5 conflito entre igualdade de direito
das opiniões e desigualdade de valor das decisões sAbias, pois que !
desigualdade de sabedoria, não pode haver :
thores•
polftles As me-
s dos melhores conselheiros estes são os mais
competentes. Assim são para Platão os médicos, modelos das verda-
ceiros politicos: "aqutles que ar nosso bom grado ou á
força, quer nos cortem ou Dos $ infligindo-nos algum tra-
tamento doloroso... desd: suas prescrições sejam ditadas pela
arte... e que elas o facam
do corpo, aprimorem de fato seu
estado e todos à medida que assegurem a salvação dos seres que thes
são confiados..." (Platão. O Fol?tico, 293b-€).
Para aqueles que se queixaria, o bom médico estaria no direito
de retrucar 4 para o bem de vossa saide, crienças, que fiz tudo isto"
(Górgias, 522a). Pois para boca goversante, com governado, para bom
nudico, bom doente: pão somente aquele que bem sabe que ignora o
que é bom para sus salde, 1
e que o capacialista, este sim,
sabe; não somente aquele que os mo uma criança bem comportada,
aceita o remédio amargo que lhe é prescrito, aquel que chega:
implorar auxilio e a suplicar-lbe que se encarregue da
conduta da sua vida. "porque, na verdade, cabe ao doente, 1 •co
pobre, bater A porta do médico e a todo homem que tem necessidade de
ser dirigido, bater à porta daquele que é capaz de dirigir (Republica
VI, 4890-c). Esta é, de fato, al a platónica do bom governante: o
sábio que. a sua revelia. desarraiga e seus trabalhos técnicos.
descendendo a que a e alienemos nossa vide concodendo-lbc a
liberdade de usá-la: pois é a g é imputado
ser delegado.
este modelo liesico do politico sábio, fundado sobre z dia.lé-
tica do amor do senhor frio e da servidão voluntária, podemos opor um
catro que. t
• Protégeras sugere, ao refletir sobre a prática da
democracia
aquele do politico falante. E no ingor que di sequencia:
seu nothos, que d
a dificuldade que Sócrates lhe apresentava
forma de uma alternativa. Recordemos o esquenss
exto(3220-3280),
finas
(47) asile que se resolve a censo wec, a osciesdiçãa aparente freqßentecven
danaciada pa racadalo de Proteges: et se se poderia ceninar o que U 4 da to
a ida e garazie a lsonemis stee
de sueco caca 7rotá goras, •Aldes
de
fon chase, e 3 Mies (o
com um). Notaraos desde lo
es se.lar
da
3
Supondo-st, a stulo de exemplo, que todos precisemos tocar
flauta para podermos viver juntos, seriamos mais ou menos bons
flautistas (na proporção de nossos dons), se bem que ao cabo acaba-
ramos flautistas em diversos graus; da mama maneira, a
sociedade e suas necessidades (anaake, 3270, educação, tribunal, leis)
nos torna : todos justos (em comparação com selvagens em estado
ostural), elo tocos igualmente (veja se Piritkes, julgado por
todos os atenienses coso um dos mais justos entre eles); e não 4 porque
se esforças por ensinar a virtude "na medida de suas capaci-
dades"* que não há melborts edacadores (1
"ea creio
ser um destes..., 328b).
politica) 6, faculdade que reúne:
A justiça (v
seguintes condições: a de dever ser o lote de cada qual (s2 é homem).
para que a comunidade seja postrel; adquirida por todos (ma pro.
porção das disposições de cada quad, junto de todos (na proporção das
capacidades de cada um); e, em todo caso, vantajosa : cada um, 90 e
somente se os outros a : Hát faculdade igual
mente humana, quer dizer politica, que supde as mesmas condições
con!das. o de Protócoras a comparação surge nato-
ralmente, como em outros contextos similares: "& dia Proth-
goras, tu procurasses quem nos ensina a falar grego, também não
o problema (de
verias quem" (327e): e Alcibfades, para resoler o n
onde recebemos a noção de jestiça?), avançava: de todo o mundo (oe
polloi) e não é deste l o todo-o-mundo "que ‹ aprendi falar
grego? Porque, realmente, eu são saberia dizer que morsine mo ensi-
500. atribuo o mérito precisamente aqueles de quem fazes tão
pouco caso (1? Alciblades, Dialereis,50
onde se totalizam numerosos lagares comuns dos solistas, lemos que a
a 03220.
(50) Dackcera cs z.e Lepoi (D-K 90, 6 g2) trad. 1. P.
Dinge tu valion. .Paris, 2009, n. 244).
Notemos, primeiramente, que saber falas sup De a mesma série de
padiçdes que ser justo: todo sundo deve poder falar (se se trata e
homens) a todo mundo, para que a comunidad: seja possivel; entre-
tanto, a lingua é adquirido por cada um (na proporção de sua capa•
cidade) janto de todos, e e não qu dizer que ato haja mestres em
melhores condições de ensiná-la (o gramitico). nem certas persons gens
mais capazes de utiliss-la (o orador).
Mas se a lingua,' a a juntiça ato para do cal mente o lote
de todos, que ninguém recebeu, então isto equivale a dizer que são
finalaszateo lote de ninguéa • mais a Mingua do que a justica,
como b porque eles são facul-
dades de relação entre bomens na comunidade e pola troem reciproca,
Enquanto ke ser o dniso módico es me um conjunto de leigoe,
ado haveria sentido algum em ser o justo em meio a uma
comunidade (que além do mais são existiris) de "selvagens". J8 que a
justiça cansiste em no cometer e poderia sofrer e consiste,
portanto, no respeito, igualmente partilhado por cada um, do que cabe
dos outros." à madida que ele mesco tambim é para qualquer outro
um outro; d a forma ce o keveria nenham sentido em falar
sozinho sem ninguEm a qotes! canidade (que não exis-
tiria), já que a lingua É precisame te esta relação de troca igualmente
partilhada.
Condições ascessárias e saffcientes da Polt
lingua-
gera alo têm sequer outra essência do que essa pura 5orma: já que o
boencen diz no plural. elm menida de (pele justiça) e da
comunicação (pela linguagem)." Enquant tal, a justiço não é. por-
tanto, isto ou aquilo, mas a Tri de Zeus pela qual todos na cidade efovem
participar dela e por isso mesmo formam ama Cidade. E,
portanto, tilo absurdo perguntar se se esta "virtude" é ou não igual-
mente partilhada, quanto perguntar-se se a cidade é cidade, porque é
(51) Persate, "hen comerer as sobrar injrasex" (ro asicre atutela eNce
auron afixeurAai) segundo a definição Saca MaSente CD K. 478, 44, 1gt. 1 c4.
II). Sobre essa "deliniglo", ver a dionesto de M. Uetentuiant, Sofiral, tanc. 1V p. 100 €
d0 moamo, / Safini, trad. lagk The Sopilirz, Caiced, 1954, p. 251. Exta conooppa: da
(estica corno reciprocada de l niceada podo Chavzso da Nop. (11, 359a).
(54) De socedo, nesse zoolo, cons Aristöid/es: " vinico astro os animais, e tovem
ouvi o falar. San dórida, da acoa da vez (pha-4) coprince: a der e o pruser. MAlo
talar4 feito para c3 rio ir o ot2 e o accio, e anisa o justo c e isiota. Tal é cietoiavalt
o carbiter datiolivo do liseaces locate ao anisaia: ao ele porsche o boas c o tal, o justo o o
isrestoc os outros valaras é a poroe cearas doaco valores que lez a Senilia e a Cidade*
TEVE POS
justamen* corolario:
partilha), que si Jasoco, a Direito, não haveria Cidades -
sendo irrelevant transgredido. Enquanto tal,
ingua em que
dizer isto cu aquilo, já que o que ela diz enquanto língua é a lei de uma
relação reciproca. E ainda que o tivesse uma "virtude ontolo-
gica *Virtude politica". Falar
não é primeiramcs r algo: é antes de mais nada falar o, e falar a
16
v0 direito político (( exprimir) e este direito é, por definição, Igual
para todos (isegoria),j
e a Folio ado é outra coisa que esta repar.
Gelo igual di ou comunicável. Cada um pode
falar a todos e todos a ca
laseoria, a aptidão universal
para a relação inguástica confunde-se com a aptidão universal para a
coisa pública. Universal em seu dúplice sentido, corD;
todos
que vivem juates, baja vista que eles vivem através deste
conjunto porque concerne tudo o que lhes é comum. A lingua e
politica com, pois, competência 1 e! tanto por seus "sujeitos"*
quanto por seus * a mesma maneira que não existe nada
que não seja pelo menos duivel (e portanto também negável, nada há
que seja excluido da deliberação páblica, muito menos algum 00D-
sellbo"* ,0: Não seja pelo menos exprimivel venha de onde vier e trate
do que quer que seja. Eis porque. para além de todas as técnicas
particulares.
: confade com domínio da
dialética, extrapclando a toda foresa de saber. Saber falar é poder dizer
tudo e deliberar é deliberar s tudo, j4 que a estera do "pú-
blico" (do deliberável) se excontra ao cruzamento de duas "publici
dades", e do diafrel e a do politico.
aDele perto
cidade a agirzen ). P. Ducedet
sorectanverte.es (op. at. 8 S. clonée: "coeno não sabeis ele coinv
37
sabera falas corretamente acerca de tudo. Com eleito, é preciso que
ou; aquele que deve falar saiba isto acerca do que fala.
Portanto, ele saberá tudo. Porque ele sabe todas as lécnicas dos dis-
cursos e todos ce fiscursos ConcerTe a tudo o que é. É preciso, além
disto, que aquele que deve falar corretamente, s guc
levado a falar e ensine correzansente à cidade a fazer as boas ações,
evitando-lhe assim as mis. Coabacendo• de também con
nhocere resto com efeito, ele todo saberá...' Aquele que sabe
defender perante a justiça, deve saber corretamente o justo, pois E, com
efeito, objeto dos processos. Conhecendo-a, ele também conhesert
seu oposto e tambéna o resto8 (DK90,8. (1-9)).
Este 6, portanto, o ideal d o da Polis democratica? enestre
de tudo graças à sua relação (politico-linguistica) para com os outros.
à medida que ele também se constitui através dela num outro; univer.
saimente competente, a medida que ele é, como os 4 superior-
mente como todo o mundo.
36
•Etico-sibio
medir sua
vencia e avisada com coisas ,
politko-falantes de can oc a relação ande
o melhor falante.
N20 CO
mudel pio do médico que sabe
Alar so do susto de poder medir a
comunidade dos discursos
o; ato 2 discus Se De SanDE secace
uber das coises que fundamento a
politica d poilitica,
c2 mOL
fenicu capaz de
partilha.
Sorte um discurso,
Desse D
objeto de um
cecódade esenso-
a 00m0 € wc. uE
que sejA o
publicamente
também objeto •
retórica, arte de tocos
a politica está
o a lingua para tod elto
o o lembra o Glirgisz (4501-€ tem como objeto
meia, práticas
nio-diser o da rete loursos enquanto
diszurvos s discursos Cala Ig/ml. E. 3
fosse pt o obicto da retórica,
quer ciner. 9t leão privilegiado de discursos, veriamin que de s
ocernem is
"maiores e mais elevadas entre as coisas (451d), "o maint
bem para os homens™ (45249. a politica, quer dizer tudo o que depende
de uma decisão publica.*
N
Sahe-se qual é o de us e o risco desse retorno de uma competência
particular no regime d *competência universal", porque se 1 arte
retórica, como de resto qualquer ostra arte, é potência dos contrá-
1 e no caso, do justo e do injusto, a situação arquitetônica da arte
universal dos discursos conduz a essa consequência que mesmo e
discurso que não é aquale do interesse comuta. Pode tornar-se comum.
Em ou sento que, excluindo toda compe-
tencia particular da politica, funda a justice sobre o interesse comum a
sobrevivência cocem, mensurivel pelo ¿nico discurso partilhado (0
mais forte), conduz, P ompetência particular como
competência universal do com discurso comumente parti-
thado (o mais forte) possa não ser interesse comum,
não sendo mais do que uns interesse particular." democracia grega,
poder-se-ia dizer, cai em sua própria armadilha, a v Linguagem.
linguagem, tolerando a contradição, não se vê obrigada a dizer univo.
camente o que é. ela deve falar cen todos os sentidos para que possam
entende-la pois ela que se torna o objeto do saber e a mata da
dominação. Como se mais geralmente, a alternativa entre aristocreela c
democracia se exprimisse escolha" entre discurso técnico e
Técnica do discurso.
o Que a net inca seja Escagoriocia de iejuste qusslo de junto, luso não se deic
atuação arqafetionnonfele antes, corao da Górgias, uh sua deminação
a as polacias". Góraio. Cal. Toda arte, o eleita, e peitada cos contrários.
Esse coiSindia, pelo qual o saber-fuser d ladepecideste da uniceet, é, para além de
Plat2o, setemnada per Arl cadea 4 posadia de uma s4 vez de Copaca e da
ont de (Meio). IX. 10456,7)
(611 Este FOResto a deales cato da hiatfeis que tri
o des litanacalo se me ärticon a"° Fictiraracate pode se ver na
substituaia do primacina terr andataç3e sralista: o regime mais
rodicaleecat:igusl/tirioaind 1 (crania), quer dizer, por rel
de lErca. De lato, na se des lemocracia"*, Seemada taluca com e rosels
de aristocracia" pelos pol do¿pna tasabia e paóer da partico (e d:
0) (CI. viere esse pacto ). Irc&lemes de la densocratie.zre .Puro
V75, 111, "Parti e: Patri", P. 131 e 33) Coras Dela Aribacios: "ponto o pore focina a
1 e a decaio da mairio é seboraa, E É secousariamente assa derre
ureia" (As. LV, 1291b, 37-351. Ver tua bEra ausa colas sober o papel dos denugagos:
utE goNu Caste tipo, coena enc te seinar só, pois que roieita o seino da
lei e fora-se vos disputa. tario e que ai os a acodowos alo bocada..." (1202a, 15-17),
40
explicar - cu impedir: - que o discurso mais forte
possa ser nocivo à cidad a Protá pocas
e
politica clássica: tirar a Séacias de morte Péricles. E ci
porque Platão, ao invés de mesma dificuldade, pretenders
cortar-Ise a raiz: ele jogara o bo Lamcate com s água do banbo e a
impert polico-1246.00 l
#805PPE
mitose
(66) Portast
comparivel boquele Mio. n variada, cal de ou despi. cr.
Cirgios: "desese (ar a retices coe J coes. ledas as sensx* (4535).
democra › lado do não-ser ou da aparên-
cia. Ele procurar estabelecer, a lim das variales e das contradições pos-
permanÊncio des esséecias pelo meemo
gesto pelo « ma cincia no e, expurgada das
opiniões e das es particalazes da assembleia do povo:
projeto político da República é solidirio do Gárçias e do Crátilo,
solucio.: Ir radical, era indisaciine! do Eams rodical que a prática
42
uma nova à definie
tiamente assim: reconhecide por Platão. *
Essa visão histories terá talvez sua validade, a aos mantermos emn
ama leitura linear, indo do MITO Do LOGOS. Mas cla sem dúvida nAo
espota e economia da noção de verdade ox à Razão, a0 meco a
razão da democracia. Enlm, exus vido ser2, talvez, prisioneira de uma
concepeso "aristocrática" da rerds.de. A qusl nos convida o modo, ele
proprio" de sele ão e 6 dos textos
tal como a história o realizea.
Expliquemo-nos parece- , a partir do triunfo da demo•
cracia, conforme a soas e não há um modelo novo de
verdade. › modelo digamos "lógico*, que substitui-se a um modelo
antigo ou arcaico, paraianesie dos modelos de verdade em
concorrência, ambos i cate lógicos, o : : 6v. q crA
talvez aquele que scrá formalizado a partir de Platão. Dois modelos
que desde então são opostos para o , como, de resto, assim
46
us contrários* (Ret. 1355a 30. Isso signitica que as verda.
des jurídicas não são submetidas ao "principio de controdica»"
E talvez justamente em um discurso judiciário (a Defosa de Re
mede. € - Górgias) que s sua primeira formulação: "como
poderíamos crer eis um borreca que, no mesmo discurso, a propé-
sito dos mesmos homens. diz. cotsmas coisas, coisas
opostas?" (D- K 82. B11 a 25). Dito cen oatras termos: Sócrates 6 cul-
pado ou não é culpado; e ado é porque Meletos arguesenta em um
santico e Sócrates em outro, que Scrates é as mesmo tempo culpado
enlo-culpado. Para quem o julga tal, é verdadeiro que ele o É, e laiso
que ele alooé.
Enfim, assim
im poca da mesma maneira a 10
dos, juridicas são se impoem sem modalidade asm
grau de adesão. Assim, adesão de todos suscetivel. *con•
tapem". Mas. l verdades jurídicas, enquanto ser
faces. dependem dessa ecategra. Não é porque ama maioria cofre
seus juizes o declarou culpado, que é verdade que Sécrates cra
culpede muito menos teria se tornado, assim, culpado. Mas
para cada um daqueles que o julgaram assim, é verdade qu el
era culpado e é 1 foi Julgado assim. Dito de outro
modo: as verdades juridicas respeitam um outro principio "*lógico"*
da verdade. tal conto o exprime Arisi&eles: "não é porque D0s per-
sarsos de
verde deita que tu és branco, mas porque tu
és branco, dizendo que tu a és, nós dizemos a verdade" CAfetay. IX,
1051b 6). Assim, h4 pelo n domínio, o domínio jediciário,
onde a contradição, a relatividade e a pluralidade dos poatos de
vista não servem para invalidar verdades, mas ao contrário. são s
único meto para estabeiccé-las.
45
mesma definição. aquela ontramos em Platão e Aristótcles: "ha
am d curso (Jogos) e Escurso falso... aquele que diz as
coisas que são como elas são, é verdadeira, como elas não são, é falso"*
Crátilo, 4855). Assim, quando Protégoras, abrindo sua obra,
Verdade, por sua celebre formula (*o bocem 6 a medida de todas as
coisas avaliáveis, daquelas que são como elas são, daquelas que não sto
como elas nac e a prática da demo-
cracia, coloca o princ os verdade relativa (no momento e nas
circunstancias para o individuo coc2o pa: a Cidade), ele funda tou
funda-& democracia", para : qual não há
medida das modidas, nem juiz supremo. Confrontado com um mundo
de o bomem politico (individuo
em comunidade, assembiãia ou Cidade em seu conjunto) 6 permanen
temente levado a julgar? a oca da verdade e da falsidade das propo:
sigies singulares: todo logos que mede o que é, tal como ele aparece
Aquele que o diz, quando cio o diz. E verdadeiro, sem que entra
verdade acessivel ao homem. que possa madir, infirmar ou confirmor
os logos contraditórios. A democracia, poder-se-ia diser. funda se no
fato de que da Polis está condenado a dizer a verdade.
Mas reconheçamos também que mesto para nós, qu não vive-
mos mais Polis, as "verdades juridicas"1 › são "menos verda•
deiras" do que as verdades cientificas. Uma vez reconbecida come tal.
a verdade jurídica é até m mais coativa e firme do 1 a verdade
cientifica.
colsa julgado. ums vez julgada, impbe se a todas e u parte•
cular as duas partes, de modo levolinel, irreversivel e incontestavel.
Do mesmo moda, toda decisilo de assombleia, ou tomada por uma
autoridade reconhecida como tal. é admitida como verdade absoluta.
ela é fruto de numerosos debates contraditórios, ou talvez
Justamente por isso: desde que procedimentos que sutorizam a propo-
siçho discutida a ser admitida entre as verdades foram respeitndos, não
mais se autoriza a enunciação de penhum argumento contrário. Pode-
se mesmo dizer que inversamente as verdades cientificas. e argumen•
ditória serve como . a garantia que permite o estabe-
lecimento das verdades jurídicas, mas deve cesser desde que elas sho
ruconhecidas como ta . Enquanto qae s0 menos para nós diferindo
A.
(70 Ver também Sotera, 2436-4. 207%: pare Aristeles ce. Merd. V
60855
46
desse pente dos antigos. es verdades cientificas violiveis e revi-
cinis enquanto que os procedimentos que permitem estabelece las,
Lem stamente porque exceem as opinites relatiras e contradi-
crias, o esforço de relativiação e falsifica,3o cientifica começa 150
logo elas sejans (ou se arriscam a ser) reconhecidas como verdades ab10-
latar.
Porque seria igualmente ilacório crer que o estabelecimento das
verdades juridicas (" a administração da prova) seja menos exigente,
menos regulaments ou mais i procediment
científicos. Para nos limitarmos aos gregos, basta lembrar os inüme-
ráveis Tratados (technal) escritos época clinica, dos quais resta
apecas Retórica de Aristóceles, o grau (
solisticação formal que tinham j4 a seus olhos os proezdimentos que as
estabekciam.
Nem menos verdadeiras (apesar das i , nem menos :
lutas (apesar do barulho e do fator das assemblõias autorizadas). nem
menos rigorosas (apesar dos erros jodiciarios"). a verdades jurídicas
são antes de tudo mais sites, aqui e agora, do que as verdades cienti.