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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

PREDIAIS – IEP 152


SLIDES 02
Circuitos Monofásicos
Se tivermos um gerador com uma só bobina que ao funcionar gera uma
tensão entre seus terminais, chamamos a este gerador de “gerador
monofásico”.

Nos geradores de corrente alternada monofásicos convencionou-se


chamar um dos terminais deste gerador de neutro (N), e o outro de fase
(F). Se ligarmos este gerador a um circuito, teremos um circuito
monofásico. Portanto, um circuito monofásico é aquele que tem uma fase
e um neutro (F e N) e a tensão no circuito é igual à tensão entre fase e
neutro, também chamada de tensão de fase (VFN ou VF).
Circuitos Trifásicos
Quando temos um gerador com três bobinas, ele é um gerador trifásico e
da origem a um circuito trifásico.
Podemos ter os circuitos trifásicos a três fios (F1, F2 e F3) e a quatro fios
(F1, F2, F3 e N).
No circuito trifásico aparecem, com relação às tensões, a tensão entre
fase e neutro, ou tensão de fase (VFN ou VF) e a tensão entre fases ou
tensão de linha (VFF ou VL).
Demonstra-se que:
VFF = VF . 3 ou VF = VFF / 3
Potência em Corrente Alternada
Quando fazemos passar por uma bobina uma CC, verificamos que
praticamente não há queda de tensão, a não ser a queda devido à resistência
do fio com que foi construída a bobina (∆U = RI. Entretanto, quando circula
pela bobina o mesmo valor de CA verifica-se uma queda de tensão. Se
substituirmos a bobina por um condensador ou capacitor, verificaremos que
não haverá nenhuma circulação de CC: entretanto, quando ligamos a CA
aparecerá uma corrente circulando por ele (pode-se demonstrar que, quanto
maior a capacidade, maior a corrente alternada circulante). Verifica-se,
então, que as bobinas e capacitores se comportam de maneira diferente em
relação à CA.
A esta oposição à passagem da corrente dá-se o nome de reatância indutiva,
quando se tratar de bobinas, e reatância capacitiva, quando se tratar de
capacitor. A soma vetorial das reatâncias com a resistência, dá-se o nome de
“impedância” (Z).
Assim temos:
Resistência ___R
Reatância Indutiva (bobinas) XL
Reatância Capacitiva (capacitores) XC
Impedância (soma vetorial) Z

A reatância capacitiva opõe-se à indutiva. Assim a reatância total do circuito (X) é


dada pela diferença entre XL e XC (o maior destes dois valores determina se o circuito
é indutivo ou capacitivo).

X = XL - XC
XL > XC Circuito Indutivo
XC > XL Circuito Capacitivo
Uma carga ligada a um circuito de corrente alternada é, quase sempre,
constituída de resistência e reatância, ou seja, temos sempre uma
impedância. Assim, a expressão de potência W = U x I, em geral não é válida
para circuitos de corrente alternada, devendo ser acrescida à expressão um
outro fator, conforme veremos.
Relacionando com a 1ª Lei de Ohm, temos que a potência desenvolvida em
um circuito é:
R . I2 = W (Watts)
Por outro lado se substituirmos na expressão acima a resistência pela
reatância total, termos:
X . I2 = VA
Expressão da potência reativa desenvolvida no circuito e que depende das
reatâncias existentes.
Ao produto V . I (ou Z . I2) = VA chamamos de potência aparente, que é a soma
vetorial das duas potências ativa e reativa.
Assim temos:
W = R . I2

VAr = X . I2

VA = Z . I2 = V . I
Onde:

W = potência ativa (ou kW, que corresponde a 1000W)

VAr = potência reativa (ou kVAr, que corresponde a 1000VAr)

VA = potência aparente (ou kVA, que corresponde a 1000VA)


Fator de Potência

A potência ativa (kW) é a que efetivamente produz trabalho. A potência


reativa (kVAr), ou magnetizante, é utilizada para produzir o fluxo
magnético necessário ao funcionamento dos motores e
transformadores.

Para termos uma ideia do que vem a ser as duas formas de energia,
vamos fazer uma analogia com um copo de cerveja.
Fator de Potência

Num copo de cerveja temos uma parte ocupada só pelo liquido e outra
ocupada só pela espuma. Se quisermos aumentar a quantidade de
liquido teremos que diminuir a espuma. Assim, de maneira semelhante
ao copo de cerveja, a potência elétrica solicitada, por exemplo, por um
motor elétrico comum, é composta de potência ativa (kW) que
corresponde ao liquido, e potência reativa (kVAr) que corresponde a
espuma. A soma vetorial (em ângulo de 90°), das potências ativa e
reativa é a potência aparente (kVA) que corresponde ao volume do
copo (liquido mais espuma).
Fator de Potência

Assim como o volume do copo é limitado, também a capacidade


em kVA, de um circuito elétrico (fiação, transformadores, etc.) é
limitada de tal forma que, se quisermos aumentar a potência ativa em
um circuito, temos que reduzir a potência reativa.
O fator de potência é o quociente da potência ativa (kW), pela
potência aparente (kVA), que é igual ao coseno do ângulo Ø do
triângulo das potências.

FP = cos Ø

FP = kW / kVA
Exemplo 1: Qual a potência do transformador, necessária para se
ligar um motor de 10kW com FP = 0.50 e qual a corrente que circula
pelo circuito para a tensão igual a 220V?
Para FP = 0.50 = 0,5
PkVA = PkW / cos Ø
PkVA = 10 / 0,5
PkVA = 20 kVA
I = PVA / V
I = 20.000 / 220
I = 90,91 A
Resposta:
Transformador de 20 kVA e Corrente de 90,91 A
Exemplo 2: Qual a potência do transformador, necessária para se
ligar um motor de 10kW com FP = 1.00 e qual a corrente que circula
pelo circuito para a tensão igual a 220V?
Para FP = 1.00 = 1
PkVA = PkW / cos Ø
PkVA = 10 / 1
PkVA = 10 kVA
I = PVA / V
I = 10.000 / 220
I = 45,45 A
Resposta:
Transformador de 10 kVA e Corrente de 45,45 A
Pelo exemplo, verifica-se que quanto menor o FP mais
problemas trará para o circuito como transformadores
maiores, fiação mais grossa, etc. Logo, é interessante
corrigirmos o fator de potência de uma instalação para os
valores mais próximos possíveis da unidade (as companhias
de energia elétrica cobram um ajuste sobre o FP, quando o
mesmo é inferior a 0.92, de acordo com a legislação do FP).
As causas mais comuns do baixo FP são:

• Nível de tensão elevado acima do valor nominal.


• Motores que, devido a operações incorretas, trabalham a vazio
desnecessariamente durante grande parte do seu tempo de
funcionamento.
• Motores super dimensionados para as respectivas máquinas.
• Grandes transformadores de força sendo usados para alimentar, durante
longos períodos, somente pequenas cargas.
• Transformadores desnecessariamente ligados a vazio por períodos longos.
• Lâmpadas de descarga fluorescentes, vapor de mercúrio, etc.: sem a
necessária correção individual do FP.
Exercícios:
1. Qual a potência do transformador necessária para se ligar
um motor de 7,5cv com FP = 0.6, e qual a corrente que
circula pelo circuito para tensão igual a 220V?
2. Um transformador de 15kVA trabalhava a plena carga
(100%), alimentando uma carga de 7,5kW. Qual o fator de
potência do sistema?

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