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ELETRODOS, HEVESTIDOS Barnahé Severiane da Silva PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODOS REVESTIDOS Barnabé Severiano da Silva Engenheiro Mecdnico ~ CREA/RN 2000D RN 210112768-7 Engenheiro de Equipamentos da PETROBRAS Dezembro de 2008 1* Revisdo: Margo de 2009 APRESENTAGAO A soldagem ainda 6, até os dias atuais, 0 mais importante processo industrial de fabricagao de pegas metalicas. Portanto, o estudo da TECNOLOGIA DA SOLDAGEM é parte importantissima no contexto das execugdes de obras de engenharia, seja na construgao civil, mecénica, elétrica, aerondutica, aeroespacial, etc. A Tecnologia da Soldagem @ uma ciéncia complexa e ampla, pois envolve o estudo: da tisica do arco elétrico; das fontes de energia para produgao deste arco; da metalurgia e dos diversos Processos de Soldagem existentes. Atuaimente existem dezenas de Processos de Soldagem clasificados de acordo com a AWS (American Welding Society), Sociedade Americana de Soldagem, que é a entidade aceita pela industria brasileira, com raras excegdes. 0 processo de soldagem objeto do nosso estudo, por Eletrodos Revestidos, esta contido dentro da classe de Soldagem por Arco Elétrico. Isto porque existem diversas outras classes, como: por 8s, por resisténcia, por fricgao, por ultra-som, etc. Dentro da classe de soldagem por Arco Elétrico, é bom lembrar que existem outros processos de soldagem conhecidos, como: Processo TIG (Tungsténio Inerte Gas), Proceso MIG (Metal Inerte Gas), processo Arco Submerso, processo Plasma, processo com Eletrodo Nu, processo com Eletrodo de Carvao, processo com Arame Tubular, etc. presente volume tem o objetivo de apresentar nogdes bésicas de Soldagem por Arco Elétrico, através do Processo de Soldagem por Eletrodos Revestidos. Todo trabalho aqui apresentado, foi desenvolvido de forma simples ¢ como qualquer outro trabalho dessa natureza, esta sujeito a corregdes e melhorias. Espero desta forma, que o leitor contribua com sugestdes e criticas a0 contetido aqui apresentado, enviando ao autor, suas sugestdes e criticas para o endereco eletrénico barna@petrobras.com.br. Aorescento que por se tratar de um capitulo dentro do estudo da Tecnologia da Soldagem, espero que leitor nao fique frustrado, por n&o encontrar aqui um estudo completo da Tecnologia da Soldagem. Pois, como dito anteriormente, este trabalho aborda somente algumas nogées basicas dentro do estudo do processo de soldagem por Eletrodos Revestidos O autor Margo de 2009 INDICE ASSUNTO APRESENTAGAO, 1-INTRODUGAO 2- EQUIPAMENTOS 2.1 - Fontes de Energia e Fator de Trabalho 2.2- Cabos de Soldagem 2.3 - Porta Eletrodo ou Alicate de Eletrodo 2.4 - Pinga para Ligagao a Terra 2.5 - Equipamentos de Protegao Individual 3- CONSUMIVEIS 3.1 - Introdugao 3.2 - Fungdes do Revestimento 3.3 - Classificagao dos Ingredientes do Revestimento 34-- Tipos de Revestimentas 3.5 - Classificagao dos Eletrodos 3.6 - Especificacao dos Eletrodos 3.7 - Caracteristicas Individuais de Alguns Eletrodos Revestidos 3.8 - Usos Tipicos de Alguns Eletrodos Revestidos 3.9 - Dimens6es, Taxa de deposigao e Eficiéncia de Deposigao dos Eletrodos 3.10 - Armazenagem e Manutengao 4 - VARIAVEIS ELETRICAS 4.1 - Corrente de Soldagem 4.2- Tensio de Soldagem 4.3 - Comprimento do Arco Elétrico 5 - VARIAVEIS OPERACIONAIS 5.1 - Velocidade de Avango 5.2 - Oscilacao do Eletrodo 5.3 - Angulo do Eletrodo em Relagdo a Peca 5.4 - Abertura e Extingao do Arco 6 - TECNICAS OPERACIONAIS 6.1 - Ponteamento 6.2 - Execucao da Raiz 6.3 - Passes de Enchimento 7 - DIFICULDADES E DEFEITOS 7.1 - Dificuldades na Soldagem com Eletrodos Revestidos 7.2 - Defeitos de Soldagem’ REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS PAGINA oonne o © 10 "1 13, 16 22 23 24 26 30 30 32 33 33 33 33 36 36 37 39 39 mW PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 1 - INTRODUGAO © Processo de Soldagem com Eletrodo Revestido é um processo de Soldagem por Fusdo a ARCO ELETRICO, também conhecido como Processo SMAW (Shielded Metal Arc Welding) ou Solda a Arco Metal Protegido. E 0 processo de soldagem no qual um arco elétrico & eslabelecido entre a extremidade de um eletrodo revestido consumivel e o metal de base na junta que esta sendo soldada, sendo as: estabelecida a poga de fusao. A uniao é produzida, portanto, pelo calor do arco criado, O metal de adigao é transferido para a poga de fusdo através do arco, constituindo o metal de solda a0 solidificar-se (diluigao, entre o metal de base e metal depositado). Ver Figura 1.1. Diregio de Revestimento Ener} ana EHH Posode (a) (b) Figura 1.1 - Detalhe da soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido. (a) Esquema da soldagem; (b) Sitvaedo rel de um eletodo em fusdo depostande metal de sola metal fundido do eletrodo é transferido para a pega, formando uma poga fundida que é protegida da atmosfera (Oz e N2) pelos gases de combustdo do revestimento. O metal depositado e as gotas do metal fundido que séo ejetados recebem uma protegao adicional através do banho de escéria, que & formada pela queima de alguns componentes do revestimento. A menos que se solde em uma camara de vacuo, 0 que & impensavel tanto tecnicamente como devido aos custos, todos os processos de soldagem por arco elétrico precisam de algum tipo de protecao para evitar contaminagées da atmosfera. No caso de SOLDAGEM A ARCO ELETRICO COM ELETRODO REVESTIDO, sera o revestimento dos eletrodos que, entre outras coisas, produzira uma protegao gasosa através de sua queima. Um eletrodo sem revestimento e sem nenhum outro tipo de protegao, apés sua fusao, perde parte de seus elementos e deposita um metal nitretado © oxidado, cujo valor das propriedades mecénicas sera, relativamente, inferior as do metal de base. Estes dois elementos quimicos (Nitrogénio Oxigénio), detalhados a seguir, so os principais a influenciar a deterioragao destas propriedades. OXIGENIO (Oz) Numerosos ensaios permitem concluir que a fusao de um eletrodo sem revestimento e sem a adicao de nenhum outro tipo de protegao, provoca uma forte oxidagao do Carbono, Manganés e Silicio existentes nos agos PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS E importante salientar que, os fendmenos de oxidagéo dependem basicamente das condigdes operatérias e do comprimento do arco. Um arco longo (tensao elevada) conduziré a reagbes de oxidacao mais importantes do que um arco curto. Aqui vale a pena destacar que nao é possivel soldar com eletrodo sem revestimento, em corrente alternada, com as fontes de soldagem convencionais, a menos que se recorra a uma ionizagdo artificial, através de uma faisca piloto. Além destas reagdes quimicas, 0 Oxigénio do ar pode ter uma ago direta sobre o Ferro. Ele pode, durante a sua transferéncia para o metal de base e ao nivel do banho de fusdo, formar sobre as gotas uma pelicula de oxidos. Este 6xido formado tem a solubilidade muito baixa (0,05%) no metal. As particulas de dxido seréo postas em evidéncia em metalografia, devido a precipitarem entre os cristais sobre a forma de FeO quando o gro é saturado de oxido. O oxigénio dissolvido no ago sob a forma de oxido é muito dificil de dosar pelos métodos de andlise tradicionais. NITROGENIO (No) Embora nas operagées normais 0 Nitrogénio no tenha grande afinidade com o Ferro, nas altas temperaturas do arco elétrico ha a possibilidade de formagao de nitrato de Ferro. Mesmo que a quantidade deste nitrato formado seja normalmente muito pequena, ela tem graves consequéncias porque tornaré a solda fragil, diminuindo a resiliéncia do metal depositado. © Nitrogénio combinado é dificil de ser identificado principalmente porque nao aparece sobre a forma de nitrato, e sim sob a falsa aparéncia de perlita nao identificdvel ao microscépio. Diversos trabalhos mostram que a presenca destes nitratos aumenta substancialmente a dureza, aumenta em menor quantidade a resisténcia a tragao, mas diminui rapidamente 0 alongamento a ruptura e a estriceao, a resisténcia a fadiga e a resiliéncia. Em suma, quando o teor de Nitrogénio ultrapassa o valor de 0,03% ha uma diminuigao nos valores das propriedades mecénicas. Processo de Soldagem com Eletrodo Revestido apresenta baixo custo de equipamento, porém, exige consideravel habilidade manual por parte do soldador e resulta em uma produtividade relativamente baixa se comparado aos processos automaticos @ semi-automaticos. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 2 - EQUIPAMENTOS equipamento completo para soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido ¢ mostrado na Figura 24 PORTA ELETRODO FONTE DE ENERGIA) Observando a figura 2.1, vemos TERMINAIS que oS principais equipamentos usados na soldagem com eletrodo revestido sao: ELETRODO - Fonte de energia; = Cabos de soldagem; - Porta eletrodo ou alicate de eletrodo; PINCA PARA cABO-TERRA = Grampo ou pinga (conector de LIGAGKO “A terra) e ainda os equipamentos de PEGA protecéo individual, no Figura 2.1 - Equipamento para soldagem elétrica com eletrodo revestido. mostrados na figura. 2.1 - Fontes de Energia e Fator de Trabalho FONTES DE ENERGIA A soldagem a arco elétrico exige uma fonte de energia (maquina de soldagem) especialmente projetada para esta aplicagao e capaz de fornecer tensées e corrente, geraimente, na faixa de 10 a 40 Volts e 10 a 1200 Ampéres, respectivamente. As fontes de energia utilizadas so: - Transformador para corrente alternada; - ou transformador-retificador para corrente continua TRANSFORMADOR Conforme mostra a figura 2.2(a), 0 transformador 6 a configuragao mais simples e barata, tanto do Ponto de vista de investimento inicial como de operagéo e manutengo, Somente trabalha com Corrente Alternada. TRANSFORMADOR-RETIFICADOR No caso de corrente continua, duas configuragées tradicionais podem ser utiizadas: - unidades geradoras ou; - transformadoras-retificadoras. A primeira € mais extensivamente usada para servigos em canteiros, particularmente onde um suprimento elétrico adequado nao é disponivel. As unidades retificadoras (ver figura 2.2(b)) so preferiveis, em virtude de sua operacdo silenciosa, baixo custo de operagao e reduzida manutengao, devido ao numero minimo de partes moveis. 3 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS (a) (b) Fiqura 2.2 - (a) Transformador; (b) Transformador-etificador [19], FATOR DE TRABALHO Os componentes internos de uma fonte de energia tendem a se aquecer pela passagem da corrente elétrica durante uma operagao de soldagem. Por outro lado, no intervalo entre as operagdes de soldagem, 0 equipamento tende a se restriar, particularmente quando este apresenta ventiladores internos. Se a temperatura interna da fonte se tornar muito elevada por um certo periodo de tempo, esta poderd ser danificada pela queima de algum componente ou pela ruptura do isolamento do transformador ou podera ter sua vida util reduzida Portanto, nao se deve operar uma fonte de energia de soldagem por um tempo excessivo, para que a sua temperatura interna néo exceda os limites pré-estabelecidos pelo fabricante. O Fator de Trabalho de uma fonte é entéo, “a relagao entre o tempo de operagao permitido durante um intervalo padrao de tempo de teste especificado [15]. Em geral, este intervalo de tempo padréo é de 10 minutos, podendo variar de acordo com a norma considerada. Assim uma fonte com Fator de Trabalho (Ft) = 60%, pode operar por até 6 minutos em cada intervalo de 10 minutos. O Ft pode ser calculado pela expresso abaixo: Ft 7-100, onde: tue» 0 tempo em arco aberto @ tie & 0 tempo padro de teste espectficado. Para uma dada fonte, o valor do fator de trabalho vem geralmente especificado para um, ou mais niveis de corrente de trabalho. E importante nao utilizar uma fonte acima de seu fator de trabalho de forma a evitar 0 aquecimento de seu transformador e outros componentes a temperaturas que podem levar a sua falha, Unidades industriais para a soldagem manual so, em geral, especificadas com Ft de 60% na corrente de trabalho. Para processos semi-automatticos ou mecanizados, um Ft de 100% 6 mais adequado. Fontes de pequena capacidade, de uso doméstico ou em pequenas oficinas, tem Ft de 20%. 2.2 - Cabos de Soldagem Dois conjuntos de cabos de soldagem ou de interligagao so utlizados, sendo um para conexao do eletrodo a fonte e oulio designado por cabo terra, para velo da coments & peya que esta send soldada, conforme mostra a figura 2.3. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Os cabos de interligagao s40 normalmente compostos por fios finos de cobre enrolados e envolvidos Por uma camada de borracha isolante e protetora. O didmetro dos cabos depende da poténcia elétrica, de seu comprimento e do tipo de corrente utilizado. A Tab. 2.1 relaciona os tipos de cabos recomendados para a interligagao elétrica. No caso de soldagem com corrente continua (CC), quando o eletrodo esta ligado no pélo “+” e a peca no pélo *-" ou (CC+), ‘como mostra a figura 2.3, temos a Polaridade Reversa, quando © eletrodo esta ligado no pélo *-" e a pega no polo “1” ou (CC-), temos a Polaridade Direta. Voltaremos a falar desse assunto mais adiante. Figura 2.3 - Cabos de eletrodo @ terra conectados aos pélos da Fonte de Energia [13} Tabela 2.1 - Classificagdo dos cabos de cobre recomendados — Secao nominal em mm} © aumento no Corrente | Ea" Comprinente do cabo (om m) comprianto do cabo (A) (%) 1-15 15-30 | 30-45 45-60 | 60-75 torna necessario o 100 20 10 25 35 35 50 et ae ral 180 20 16 25 35 35 50 iminuir a resisténcia 180 30 26 26 36 35 50 elétrica e a queda de 200 50 35 35 35 50 70 tensao. 200 60. 36 35 35 50 70 225 20 25 35 35 50 70 250 30 36 35 35 50 70 300 60. 70 70 70 70. 95 400 60. 70 70 70 95. 120 500 60. 70 70 95 5 120 600 60. 95 95 95 120_| 95(0) 650 60. 95 95 120_| 70() | 95(0) Nota: (D) Cabo duplo Uma observagao importante quanto ao uso dos cabos de soldagem, é que eles nunca devem ser emendados. Existem, no mercado, conectores desenvolvidos e apropriados para esta finalidade, como mostra a seqiiéncia da figura 2.4. Figura 2.4 - SoqUéncia da conoxao de Cabo de Solda através de conectores apropriados {13} PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 2.3 - Porta Eletrodo ou Alicate de Eletrodo Duas versées de alicates para fixagdo dos eletrodos sdo normalmente disponiveis. No formato de garras ou, menos conhecido no Pais, no formato de pingas. O primeiro tipo utiliza um sistema acionado por mola, comprimindo 0 eletrodo contra os contatos elétricos; 0 segundo utiliza o mesmo principio que um mandril de furadeira. A figura 2.5 apresenta dois tipos de Porta Eletrodos na verso de garras. E fundamental a correta fixacdo e boa isolagdo dos cabos para que 08 riscos de choque sejam minimizados. As garras devem estar sempre em bom estado de conservacao, o que ajudaré a evitar os problemas de superaquecimento e ma fixagdo do eletrodo, que podera vir a soltar-se durante a soldagem. Um porta-eletrodo é dimensionado para trabalhar em uma determinada faixa de diémetros. Esta limitagao vem nao sé da abertura maxima nas garras para encaixar 0 eletrodo, como também, @ principalmente, pela corrente maxima que pode conduzir. A figura 2.6 mostra esquemas, com porta eletrodo desmontado, mostrando suas diversas partes, © duas posicdes de fixagdo do eletrodo. Figura 2.5 - Tipos de Porta Eletrodo formato garra {13 (a) (b) (c) Figura 26 - Porta Eletrodos: (a) desmontado; (b) fheago perpendicular do eletrodo e (c) fixago angular do eletrodo (13) 2.4 - Pinga para Ligacao a Terra As pingas para ou grampos e sao conectadas ao cabo de interligagao. O tipo de garra oferece maior fa (© segundo, mas 0 contato elétrico ¢ inferior, ja que a pressao aplicada 6 menor. Jago do cabo terra a pega, disponiveis no mercado, possuem o formato de garra lade que ‘Apinga pode ser conectada diretamente a peca ou a bancada ou dispositive ao qual a pega esta posicionada. Fazendo parte do circuito de soldagem, o terminal terra deve ser capaz de suportar correntes de soldagem sem superaquecer devido a resisténcia elétrica. A figura 2.7 mostra uma pinga do tipo garra, para ligagao do cabo terra & pega. Figura 2.7 - Pinga tipo garra para ligagao do cabo terra & pega [13 2.5 - Equipamentos de Protegao Individual © conjunto de equipamentos de protegao individual, ver figura 2.8, inclui todo aquele destinado a protegao do operador, consistindo, no caso mais simples, de: PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS - capacete equipado com filtros protetores contra radiacao; - roupas para protege do corpo, incluindo aventais, jaquetas, mangotes, luvas, e' - sapatos industriais, - equipamento de limpeza da solda (martelo picotador, escova e lixadeira, etc.) fa) (b) (ce) (a) Figura 2.8 - Equipamentos de Protegao Individual: (a) capacete com filros protetores; (b) roupas para protecao; (c) ‘sapalos com protegao e (d) picotador para limpeza de solda (13) A selegao dos filtros de protegao depende dos pardmetros de soldagem, sendo recomendados os seguintes numeros em fungao do diametro do eletrodo: Diametro do eletrodo (mm) Numero do filtro 1,6.44,0 10 4.0264 12 64295 14 s filtros protetores contra a radiacao, proveniente do processo de soldagem, também sao selecionados em fungao da corrente de soldagem, como mostra a figura 2.9. Figura 2.9 - Numero e graduagao de firos protetores para capacetes fem fungéo da corrente de soldaaemt13 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 3 - CONSUMIVEIS 3.1 - Introdugao Os consumiveis para 0 Processo de Soldagem com Eletrodo Revestido, como 0 proprio nome diz, so Eletrodos Revestidos constituidos de uma alma metalica rodeada de um revestimento composto de matérias organicas e/ou minerais, de dosagens bem definidas. ‘So oblidos através da extrusdo, sob pressao, desse revestimento sobre a alma, que, usualmente, & um arame endireitado e cortado na dimensao estabelecida. Raramente o revestimento € depositado por imerséo em banho ou enrolado sobre a alma. A partir do depésito do revestimento, uma segiléncia de operagdes de secagem precede o empacotamento final. © material da alma metilica depende do material a ser soldado, podendo ser da mesma natureza ou nao do metal de base, uma vez que ha a possibilidade de se utilizar revestimentos que complementem a composi¢ao quimica da alma. A matéria prima para a alma metalica € um fio- maquina laminado a quente na forma de bobinas, que é posteriormente trefilado a frio até o diametro adequado do eletrodo, retificado e cortado no comprimento adequado, como mostra a figura 3.1. A alma metélica tem as fungdes principais de conduzir a corrente elétrica e fornecer metal de adigao para a junta Ja o material dos revestimentos & uma mistura complexa em sua composi¢ao quimica, pois como eles (a) (b) tém diversas fungées, estas so Figura 3.1 - Alma metalica para eletrados consumiveis. (a) alma metalica CoNseguidas com a mistura dos em forma de bobina; (6) alma metélca treflada e retiicada no diversos elementos adicionados. comprimento adequade [13 Os ingredientes do revestimento, dos quais existem literalmente centenas para escolher, s40 culdadosamente pesados, misturados a seco - mistura seca - e entao é adicionado o silicato de s6dio e/ou potassio - mistura Umida - que 6 compactada em um cilindro e alimentada a prensa extrusora. O revestimento 6 extrudado sobre as varetas metélicas que s4o alimentadas através da prensa extrusora a uma velocidade muito alta. O revestimento é removido da extremidade do eletrodo - a ponta de pega (ver figura 3.2) - para garantir 0 contato elétrico, e também da outra extremidade para assegurar uma abertura facil do arco. Em seguida, os eletrodos s4o entao identificados com a marca comercial e sua classificagao, antes de entrar no forno de secagem, onde eles sofrem um ciclo controlado de aquecimento para assegurar 0 teor adequado de umidade antes de embalé-los. Uma das muitas verificages de qualidade feitas durante o proceso de fabricagao - e também uma das mais importantes = € 0 procedimento que garante que a espessura do Figura 3.2 - Eletrodos consumiveis em revestimento @ a concentricidade da alma do eletrodo sejam diversos didmeiros, mostrando @ ponta de uniformes, Na soldagem manual com eletrodos revestidos, a pega (13) 8 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS cratera do revestimento, ou a formagao de uma taga na ponta do revestimento, que se estende alam da alma metalica, realiza a fungao de concentrar e dirigit 0 arco (ver figura 3.3). 3.2 - Fungées do Revestimento FUNGAO ELETRICA Em trabalhos com corrente alternada, utilizando-se um eletrodo sem revestimento e sem nenhum outro tipo de protegao, ¢ impossivel estabelecer um arco elétrico. Porém, gragas a ago ionizante dos silicatos contidos no revestimento, geralmente silicatos de Na e K, a passagem da corrente alternada 6 consideravelmente facilitada entre o eletrodo e a peca a soldar, dando origem a um arco estavel Assim, a presenga do revestimento no eletrodo permitira - a utilizagao de tensdes em vazio baixas, mesmo em trabalhos com corrente alternada (40 a 80 V), possibilitando assim uma redugao do consumo de energia no primério e um consideravel aumento da seguranga do soldador; - a continuidade e consequentemente a estabilidade do arco. FUNGAO METALURGICA. revestimento ao fundir-se cria uma “cratera” e uma atmosfera gasosa que protegem a fusdo da alma contra 0 Oxigénio ¢ Nitrogénio do ar. Ele depositara "escéria" que € mais leve que o metal fundido e que protegera o banho de fuso nao somente contra a oxidagao e nitretagao, mas também contra um resfriamento rapido. A escéria constitui um isolante térmico que teré as seguintes fungoes: - permitir a liberago dos gases retidos no interior do metal depositado, evitando com isto a formacao de poros, e, - minimizar 0 endurecimento do material depositado por tempera. Témpera esta conseqiiéncia de um rapido esfriamento. FUNGAO MECANICA Durante a fusao dos eletrodos ocorre em sua extremidade uma depresso que chamamos de cratera (ver figura 3.3). A profundidade desta cratera tem influéncia direta sobre a facilidade de utilizagao do eletrodo, sobre as dimensées das gotas e a viscosidade da escéria. Um eletrodo de boa qualidade deve apresentar a cratera mais profunda e as gotas mais finas. Além disto, quando ha concenttricidade entre 0 revestimento e a alma, como mostra a condigao A da figura 3.3, a cratera servira para guiar corretamente as gotas do metal fundido. Quando o revestimento nao estiver concéntrico com a alma metalica (condicao B da figura 3.3), pode causar a ma diregdo do arco, ocasionando cordées de solda inconsistentes, protegao deficiente & falta de penetracdo. O eletrodo queima de modo irregular, deixando uma projecao no lado onde o revestimento é menos espesso. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Resumindo, 0 __revestimento desempenha uma série de fungbes fundamentais ao proceso de soldagem como, por exemplo, o estabelecimento ¢ a estabilizagao do arco, a protecéo do metal Of /ove Lp Mee aoe fundido pela formacao de escéria LD 4 ae “Gb, ca JM wevestwenro e@ de gases e a adicéo de BET Hay ON eee de tiga ede REVESTIMENTO CONCENTKICD ——_KEVESTIMENTO EXCENTRICO desoxidantes a poca de fusdo. = BOADIRECKO DO ARCO MA DIREGAO DO ARCO “ARCO CONCENTRADO Figura 3.3 -Infuéncia da profundidade da cratera na utlizagao do eletrodo, 3.3 - Classificagao dos Ingredientes do Revestimento Os materiais do revestimento podem ser classificados em seis arupos principais [111 - Elementos de liga; - Aglomerantes; - Formadores de gases; - Estabilizadores de arco; - Formadores de fluxo e escéria; - Plasticizantes, ELEMENTOS DE LIGA - elementos de liga como molibdénio, cromo, niquel, manganés e outros, conferem propriedades mecanicas especificas a0 metal de solda AGLOMERANTES - silicatos soliiveis como os de sédio e potassio, sio empregados no revestimento dos eletrodos como aglomerantes. As fungées dos aglomerantes sao formar uma massa plastica de material de revestimento capaz de ser extrudada e secada no forno. O revestimento final aps a passagem no forno, deve apresentar uma dureza tal que mantenha uma cratera e tenha resisténcia suficiente para nao se fragmentar, trincar ou lascar. Aglomerantes também so utilizados para tomar o revestimento nao inflamavel & evitar decomposicao prematura. FORMADORES DE GASES - os materiais formadores de gases sao 0s carboidratos, hidratos © carbonatos. Exemplos dessas substAncias sao: a celulose, os carbonatos de calcio ¢ de magnésio, & a agua quimicamente combinada, como a encontrada na argila e na mica. Esses materiais desprendem diéxido de carbono (CO2), mondxido de carbono (CO) e vapor d'agua (H20) as altas temperaturas do arco de soldagem. A umidade livre também é outro ingrediente formador de gases que € encontrado particularmente nos eletrodos do tipo celuldsico e faz parte da formulagdo em quantidades de 2 a 3%. Ela (a umidade) apresenta uma influéncia marcante no arco & 6 um ingrediente necessdrio no eletrodo do tipo £6010. ESTABILIZADORES DO ARCO - 0 ar nao é suficientemente condutor para manter um arco estavel, endo se torna necessario adicionar ao revestimento ingredientes que proporcionaréo um caminho condutor para a corrente elétrica. Isso é particularmente verdadeiro durante a soldagem com corrente alternada. Materiais estabilizantes s4o 0s compostos de titanio, potassio e calcio. 10 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS FORMADORES DE FLUXO E ESCORIA - esses ingredientes sao empregados principalmente para encorpar a esoéria e conferir propriedades como viscosidade, tenséo superficial e ponto de fuséo. A silica e a magnetita sao materiais desse tipo. PLASTICIZANTES - os revestimentos s&o freqlientemente granulados e, para extrudé-los com sucesso, @ necessério adicionar materiais lubrificantes e plasticizantes para fazer com que o revestimento flua suavemente sob pressao. Os carbonatos de calcio e de sédio sdo os mais utilizados. 3.4 - Tipos de Revestimentos ‘S40 quatro os principais tipos de revestimento de eletrodos para soldagem dos agos baixa e média liga: - celulésico; -tutilico; - basico e; - altissimo rendimento. CELULOSICO O revestimento celulésico possui mais de 20% de materiais celulésicos que, sob agao do arco, se decompdem gerando grandes quantidades de hidrogénio (H2), CO @ COz, segundo reagoes do tipo: 2CsH Os + 702 + 12CO2 + 10H A reagao produz um forte jato plasmatico responsavel pela sua penetragao caracteristicamente elevada. A taxa de deposicao € baixa, e a tensdo de arco é elevada em comparagao aos outros tipos de eletrodos. A escéria formada é fina e de rapida solidificagdo, 0 que os torna bastante adequados @ soldagem fora-de-posicao, incluindo vertical descendente. Estes eletrodos também tém grande aplicagao na soldagem circunferencial de tubulagdes e na execugao de passes de raiz em geral. Devido sua elevada penetragao e grandes perdas por respingos, nao sdo recomendados para o enchimento de chanfros, Apesar da elevada quantidade de respingos ¢ do formato irregular do cordao de solda, normalmente obtidos, 0 depésito é bastante satisfatério, sob 0 ponto de vista de resisténcia mecanica e alongamento. Dependendo da composigao do revestimento, o nivel de hidrogénio dissolvido no banho pode ser elevado, aumentando a tendéncia a fissuragao a frio (fragilizagao pelo hidrogénio). Seu uso 6 usualmente restrito a soldagem com corrente continua e polaridade reversa (CC+), devido a baixa estabilidade de arco. Através da adigao de estabilizadores de arco, (por exemplo: silicato e titanato de potassio), pode-se estender sua aplicagdo também para a corrente continua com polaridade direta (CC-), ou corrente alternada (CA), Em resumo, o Revestimento Celulésico apresenta as seguintes caracteristicas basicas: - elevada produgao de gases resultantes da combustao dos materiais organicos (principalmente a celulose);, ~ principais gases gerados: COz, CO, Hz, HzO (vapor); - nao devem ser ressecados; PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Ta atmosfera redutora formada protege o metal fundida, - 0 alto nivel de hidrogénio no metal de solda depositado impede o uso em estruturas muito restritas ou em materiais sujeitos a trincas por hidrogér - alta penetrago; - pouca escéria, facilmente destacavel, - muito utilizado em tubulagdes na progressao descendente; - operando em CC+, obtém-se transferéncia por spray. RUTILICO Este revestimento possui mais de 20% de éxido de titanio (TiOz), obtido através da adigéo de areia de rutilo ou ilmenita, Estes componentes conferem alta estabilidade de arco, com tensoes comparativamente baixas, pequena quantidade de respingos e bom aspecto superficial do cordao. A protegao gasosa do arco contém hidrogénio (Hz), CO, CO> e talvez nitrogénio. Produz uma escéria abundante, densa e de facil destacabilidade. Material celulésico pode ser adicionado em teores de até 15%, para promover melhor protegao gasosa. A resisténcia mec&nica e a ductilidade obtida sao boas ¢ a adigao de pé de ferro ao revestimento possibilita a obtencdo de altas taxas de deposigao. Utilizados em corrente continua (CC) ou alternada (CA) produziréo um corddo de bom aspecto, porém com penetrago média ou baixa. Estes eletrodos caractenzam-se por serem de tacil manipulagao, e por poderem ser utilizados em qualquer posigao, exceto nos casos em que contenham um grande teor de pé de Ferro. Em resumo, o Revestimento Rutilico apresenta as seguintes caracteristicas basicas: - consumivel de uso geral; - revestimento apresenta até 50% de rutilo (TiOz); - média penetracao; - escéria de rapida solidificagao, facilmente destacavel; - 0 metal de solda pode apresentar um nivel de hidroaénio alto (até 30 m/100q); = tequer ressecagem a uma temperatura relativamente baixa, para que o metal de solda néo apresente porosidades grosseiras, BASICO O revestimento destes eletrodos é baseado no carbonato de calcio (CaCOs) e possui a caracteristica marcante de fornecer depésitos com mais baixos teores de hidrogénio e inclusdes que qualquer outro tipo. E esta caracteristica que os torna muito utilizados na soldagem de responsabilidade e de materiais de dificil soldabilidade. A protegdo gasosa do banho é baseada em CO/CO;, segundo reagdes do tipo: CaCO: + calor > CaO + CO2, sem presenga de hidrogénio. A escéria possul cardter basico e permite boa redugao de banho e eliminagao de materiais nao- metalicos, como os sulfetos, dessulfurando as soldas e reduzindo o risco de trincas de solidificagao. Consequentemente, as propriedades mec&nicas e a resisténcia a fissuragdo, a quente e a fio, S40, melhores que com os outros revestimentos. Essas caracteristicas, aliadas & sua menor tendéncia de oxidar materiais metalicos durante a transferéncia no arco, tornam este tipo de revestimento o mais, adequado para a soldagem de acos-ligas e ligas ndo-ferrosas, soldagem de alta responsabilidade e de grandes espessuras. Além disto, € recomendado para soldagem de agos de pior soldabilidade como, por exemplo, os agos de alto teor de Carbono e/ou Enxofre ou agos de composigao quimica desconhecida. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Por outro lado, este 6 o revestimento mais higroscépico de todos. Sendo higrosodpico, o revestimento requer secagem e cuidados especiais com 0 armazenamento e manuseio, para assegurar baixo teor de hidrogénio no metal depositado. Apesar de fornecer depésitos de bom aspecto superficial, 6 necessaria consideravel pratica do operador para evitar defeitos como porosidade e incluséo de escéria, A tensdo de arco é& relativamente elevada e ambas as correntes, continua com polaridade reversa (CC+) e alternada (CA), podem ser utiizadas, mediante a adicao de estabilizadores de arco. Através da adicao de po de ferro, combina-se uma boa taxa de deposicao com otimas propriedades de depésito. Soldagem em todas as posigées ¢ possivel, condicionada a niveis ndo excessivos de pé de ferro, que aumenta a fluidez da escéria. Em resumo, o Revestimento Basico apresenta as seguintes caracteristicas basicas: = geralmente apresenta as melhores propriedades mecAnico-metalirgicas entre todos os eletrodos, destacando-se a tenacidade; - elevados teores de carbonato de calcio e fluorita, gerando um metal de solda altamente desoxidado e com muito baixo nivel de inclusdes complexas de sulfetos e fosfetos; = no opera bem em CA, quando 0 teor de fluorita é muito elevado; - escoria tluida e tacilmente destacavel, - cordao de média penetragao e perfil plano ou convexo; requer ressecagem a temperaturas relativamente altas; - apés algumas horas de contato com a atmosfera, requer ressecagem por ser altamente higroscépico; ALTISSIMO RENDIMENTO [111 revestimento de altissimo rendimento apresenta as seguintes caracteristicas: - adigdo de pé de ferro (rutilico/basico); - aumenta a taxa de deposicao; - pode ou nao ser ligado; - aumenta a fluidez da escéria, devido & formagao de oxido de ferro; - melhora a estabilidade do arco e a penetragdo é reduzida, principalmente com alta intensidade de corrente, o que pode minimizar a ocorréncia de mordeduras; - possibilidade de soldar por gravidade (arraste); reduz a tenacidade do metal de solda, Os eletrodos de altissimo rendimento possuem uma aplicagao com altas taxas de deposicao, que 6 a soldagem por gravidade em estaleiros navais. 3.5 - Classificagao dos Eletrodos As Classificagdes mais conhecidas em quase todo o mundo, para os Eletrodos Revestidos, s4o aquelas estabelecidas pela AWS (American Welding Society), Sociedade Americana de Soldagem, equivalente, aqui no Brasil, a ABS (Associacao Brasileira de Soldagem). A tabela 3.1 mostra uma classificagdo geral AWS dos materiais soldaveis pelo processo Eletrodos Revestidos, onde aparecem alguns eletrodos tipicos para cada tipo de material a soldar. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Tabela 3.1 - Especificagéo AWS para Eletrodos Revestidos ‘ACO | ALUMINIOE | ACOS | ACOSBAIKA | COBRESE | NIQUELE | FERROS CARBONO | LIGAS | INOXIDAVEIS |” LIGA. LIGAS LIGAS FUNDIDOS (aws as.t)* | (aWwS5.3) | (AWS AS.4)* | (AWS AS.5)* | (AWS A5.6) | (AWS A5.11)" | (AWS A5.15)" E6010 E1100 307-26 E70 | ecu ENE ENC! E6011 3003 es0a17 | e7oI0a1 | ECusi ENIFe-1 | ENiFe-cI E7014 E4043 308-17 E70Ie-W1 | ECUSmA | ENIGrMo-3 E7024 309-16 E7018-G | ECuSnC | ENiCuT E6013 309-15 E701¢-A1 | ECuNi ENiMo-1 E7018 310-15 8010-6 | ECUALA2 | ENiCrCoMo-1 E 70181 EsIzir Eve | ECuAlB E 7018-6 £31215 8018-82 | ECuNiAL E3te17 | £9010-G | E CuMnNiAl 316-17 9018-1 E9018M 9018-6 9018-63 9018-6 E 1018-6 E 11018. E 120186. (") Segundo a AWS existem outros eletrodos, mas os acima apresentados representam os mais usados, especialmente no Brasil. (**) As especificagées aqui apresentadas s4o parte do que consta na AWS AS5.11. Para uma relagdo ‘geral consultar esta norma. As figuras 3.4 a 3.7 mostram as classificagdes AWS de forma simplificada para os principais eletrodos, em funcao do material a soldar. Para alguns materiais, nao apresentamos as classificagdes, simplificadas e para outros as classificagdes nao trazem todas as informagées constantes das normas. Em ambos 0s casos 0 leitor deve consultar as respectivas normas, para obter as informaghes desejadas AGO CARBONO EXXXYYX 41-Impacto (27 J @ -46°C) (_____,. 6-95ni/03cr/0.2Mo (indica tpode -M-Alender requisitos de apicacao revestimento) mitar -Celiésico Arend (indica posicao de soldagem) 4 Todas as bosicdes 2--Posigbes plana e horizontal 3: Pana (indica mite minima de resistencia a tracdo em ksi, do matenal depositado) ~ 60 (60,000 psi - 70 (70,000 psi) - 110 (110.000 psi) (Indica 0 tipo de eletrodo) E - Eletrodo Revestido Figura 3.4 - Classificagdo AWS de eletrodos para soldagem de Ago Carbono. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS AGOS INOXIDAVEIS Indica eletrodo revestido Indica a composigéo quimica do metal depositado sem diluigao produzida pelo eletrado na Soldagem Indica usabilidade(posic&o de soldagem, tipo de revestimento e corrente de soldagem) Figura 3.5 - Classificagao AWS de eletrodos para soldagem de Agos Inoxidaveis. AGOS BAIXA LIGA Indica eletrodo revestido Indica limite minimo de resisténcia 4 tracao, em ksi, do metal depositado Indica posicdo de soldagem, tipo de _|_ _[_———revestimento e corrente de soldagem E XXX YY-X Indica composi¢ao quimica do metal depositado sem diluicao produzida pelo eletrodo na soldagem Figura 3.6 -Classiicagdo AWS de elerotos para soldagem de Agos Carbono Baixa Liga FERROS FUNDIDOS Indica eletrodo revestido Indica a composigéo quimica do metal depositado sem diluicéo produzida, de acordo com o pro- E XXXX-XX cedimento de preparacdo desta especificacao. Figura 3.7 - Classificagao AWS de eletrodos para soldagem de Ferros Fundidos. No subitem seguinte apresentamos algumas caracteristicas particulares dos eletrodos especificados ara Ago Carbono, Agos Liga ¢ Inoxidavois. Para se obter as caracteristicas particulares de todos aqueles eletrodos classificados na Tabela 3.1, ¢ que no sejam apresentadas neste trabalho, o leitor deve consultar as normas AWS la especificadas. Is PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 3.6 - Especificagao dos Eletrodos a) AGO CARBONO (AWS AS.1) Na tabela 3.2 apresenta-se para cada classe de eletrodos, apenas um tipo, j4 que para cada classe podem existir diversos tipos de eletrodos, em fungao de algumas caracteristicas particulares como, resisténcia mecanica, posigao de soldagem, voltagem recomendada, diametros disponiveis, etc. labela 3.2 - ESPECIFICAGAO AWS AS.1 - Especticagao de Eletrodos para Agos Carbono — Soldagem a Arco com Eletrodo Revestido TENSAO (V) FAIXA DE - ELETRODO | REVESTIMENTO | TIPODE | BITOLA | CORRENTE CARACTERISTICAS a CORRENTE | (mm) (A) 25 0-80 E6010 22.28 32 80-140 | -Grande Penetracao (c+) 40 100-180 S, VD.VA, P, HE 5.0. 4120-250 Colulésico 25 40-75 23-35 32 60-125 | -Grande Penetracao E6011 cA2 50 40 30-180 | “4, €, VD.VA, P, HE c+ 50 120-230 2340 32 T70-160__| “Grande Produtvidade E7014 CA2 50 40 130-235 | -Elevada velocidade de soldagem C+ ou- 5.0 185-340 _| -H, S, VD.VA, P, HE Grande produtividade 25.38 32 130-170 | -Alla velocidade de soldagem E7024 cAz 50 40 140-230 | -Grande quant. de pé de ferro Rutlico C+ ou - 5.0 210-250 | -Fécil abertura de arco 60 270-430 | -Allissimo rendimento LHF 228 2 35-105 | -Baina penelrayao E6013 CA2 50 32 90-140 | -Arco estavel em baixa corrente c+ ou- 40 100-200 | -Soldagem de chapas finas *H. S, VAP, HE 20 50-30] -Soldagem de grande responsabidiade 25 65-105 | -Estruturas rigidas, vasos de pressao, 2030 32 110-150 | agos fundidos e nao ligados de E7018 CAz70 40 140-195 | composigo desconhecida coe 50 185-270 | -H,S, VA, P, HF 60. 225-955 Soldagem de grande responsabildiade 26 70-105 xcelente resisténcia a0 impacto a 20-30 32 110-150 _| panxas temperaturas E 7018-4 Basico cAz70 40 140-195 | - Estruturas rigidas, vasos de pressao, cc+ 50 195-265 | acos fundidos 6 outros. -arco suave e boa molhabilidade -Elevada tenacidade nuclear “HS, VA, P, HE. “Soldagem de grande responsabildiade Todos 0s tipos de junt 7018.6 21-32 25 85-105 | -Nao 6 sensivel a composi¢a0 do metal CAz70 32 100-150 | base cot 40 130-200 | -Estruturas rigidas, vasos de pressao, 50 195-265 | agos fundidos e outros 60 220-310 _| -Elevada tenacidade nuclear H.S, VA, P, HF PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Notas: (1) Segundo a AWS existem outros eletrodos, mas os aqui apresentados representam os mais usados especialmente no Brasil (2) Para maiores detalhes sobre os diferentes eletrodos dessa classe, consultar ESAB — Eletrodos Revestidos ~ Publicacao 11900295 Rev. 11- 07/2004, (3) H= Horizontal, S = Sobrecabeca, VD = Vertical descendente, VA = Vertical ascendente, P = Plana e HF = Horizontal fllete (anguio). b) AGOS BAIXA LIGA (AWS AS.5) Na tabela 3.3 apresenta-se os eletrodos mais usados na soldagem dos acos de baixa liga Tabela 3.3 - ESPECIFICAGAO AWS AS.5 - Especificagao de Eletrodos para Agos Baixa Liga — Soldagem a Arco com Eletrodo Revestido TENSAO (V) FAIXA DE ELETRODO | REVESTIMENTO | TIPODE | BITOLA | CORRENTE CARACTERISTICAS CORRENTE | (mm) E 70106 “Grande penetracao ¢ alla resistencia 8010-6 | Colul6sico 25.30 32 80-140 _ | -Recomendados para soldagem de API 9010-6 c+ 40 90-180 | SL X52.0 X56, X60 a x80 E7010-A1 50 120-250 _| -H. 8, VD.VA. P. HEF (especialmente VD) -soldagem de grande responsabildade € 9018-6 20.27 28 65-105 | elevada resisténcia E7018-A1 cAz70 32 | 100-150 | -€ 8018-82 6 € 9018-83: agos de baixa E9018-M cee 40 | 130-200 | liga resistentes ao calor. Exigem pré- 8018-82 5,0 | 185-270 | aquecimento e tratamento termico 9018-83 posterior. E 110186 *H, S, VA, P, HF 25 65-105 | -Soldagem de agos patinaveis: 23:36 32 | 100-150 | resistentes & corrosao atmosterica E7018W1 c+ 40 | 130-200 | - excelente resistencia a0 5,0 | 185-270 | impacto em baixas temperaturas, “HS, VA, P, HE 20-25 32 | 100-150 | -Soldagem de grande responsabiidade E 9018-01 A270 40 | 130-200 | -Tratamento termico pos-soldagem Basico cos 5,0 | 185-270 | -Indicado para soldagem de trihos H. S, VA, P, HF 32 | 100-150 | - Soldagem de grande responsabilidade 21-24 40 | 130-200 | em agos revenidos E 1018-6 cc+ 5,0 | 185-270 | -Onde nao ¢ possivel pré-aquecimento e tratamento térmico posterior HS, VA, P, HF ~Apos de alta resistencia e de baixa liga 9018-6 21-24 32 | 100-150. | -exige pré-aquecimento e tratamento cor 40 | 430-200 | térmico posterior 5,0 | 185-270 | -Para agos SAE 4120 e similares “HS, VAP, HE “Soldagem de agos de alissima 24.36 25 65-105 | resistencia e onde impacto a baixa E 12018-6 cc+ 32 100-150 | temperatura é requerido 40 190-200 | -Para agos SAE 4130, pecas forjadas placas fundidas S,VD.VA,P, HE Nota: H = Horizontal, S = Sobrecabeca, VD = Vertical descendente, VA = Vertical ascendente, P = Plana e HF = Horizontal filet. As designagées alfanuméricas empregadas para as classificagées de eletrodos revestidos de baixa liga, vistas na tabela 3.3, possuem 0 mesmo significado dos eletrodos para agos carbono, exceto que v7 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS ‘98 companentes principais da liga sao indicados por um suffice alfanumérico, conforme expasta na tabela 3.4. Tabela 3.4 - Composigao Nominal de Ligas para a Especificagéio AWS A5.5 ‘CODIGO. ‘SIGNIFICADO At Eletrodo de ago carbono-molibidénio (0,40-0.65% Mo) Bt Eletrodo de aco cromo-molibidénio (0,40-0,65% Cr e 0,5% Mo) B2 Eletrodo de ago cromo-molibidénio (1,00-1,50% Cr e 0.4-0,65 Mo) B2L Idem ao acima, com baixo teor de Carbono - Maximo de (0,05%) B3 Eletrodo de ago cromo-molibidénio (2,5% Cre 1% Mo) BaL Eletrodo de ago cromo-molibidénio (2,25% Cr € 0,65 Mo, baixo Carbono — Maximo de (0,05%) BS Eletrodo de ago cromo-molibidénio (0,6% Cr e 1,25% Mo, tragos V) Ct Eletrodo de ago Niquel (2,00-2,75% Ni) c2 Eletrodo de ago Niquel (3,00-3,75% Ni) C3 Eletrodo de ago Niquel (1,10% Ni, Cr<0,15%, Mo<0,35%, V<0,05%) D1 Eletrodo de ago manganés-molibidénio (1,75% Mn e 0,45% Mo) D2 Eletrodo de aco manganés-molibidénio (2,00% Mn e 0,45% Mo) Outros tipos de eletrodos de aco baixa liga - Necessita de um teor minimo 6 de qualquer um dos seguintes elementos: 1,0% Mn: 0,8% Si; 0,5% Ni; 0.3% Cr ou 0,2% Mo. w Conforme as composig&es cobertas pelas especificagdes militares EFEITOS DOS ELEMENTOS DE LIGA NOS AGOS DE BAIXA LIGA ‘Com muito poucas excegies, os eletrodos de baixa liga so feitos adicionando-se ao revestimento os elementos de liga apropriados, conforme mostra a tabela 3.4, e néo empregando uma alma de aco ligado que seja compativel com o metal de base de baixa liga. Por isto, apresentaremos a seguir, um resumo dos efeitos dos principais elementos de liga adicionados nos revestimentos dos eletrodos: utilizados na soldagem dos agos de baixa liga Molibdénio (Mo) - quando o metal de solda de ago doce softe alivio de tenses, a tensao limite de escoamento ¢ reduzida em aproximadamente 20 MPa ou mais e da mesma forma para a tensdo limite de resistencia. Quando 0,5% Mo é adicionado a solda, tanto 0 limite de escoamento como 0 limite de resisténcia permanecem constantes da condigéo como soldado até a condig&o com tratamento térmico de alivio de tensdes. A presenga do molibdénio também aumenta a resisténcia mecanica do metal de solda Cromo (Cr) - quando 0 cromo é adicionado ao metal de solda, aumentam a resisténcia a corrosao e a formagao de carepa a temperaturas altas. A combinagao do cromo e do molibdénio da ao metal de solda a caracteristica de manter os altos niveis de resisténcia a temperaturas relativamente altas. Niquel (Ni) - 0 metal de solda de ago doce usualmente torna-se fragil a temperaturas abaixo de - 30°C. A adigéo de 1 a 3% de niquel ao metal de solda, da a este a capacidade de manter a tenacidade a temperaturas consideravelmente mais baixas. A presenga do niquel também torna 0 metal de solda mais resistente a fissuragao temperatura ambiente. Manganés (Mn) - a presenca de 1,5 a 2.0% de manganés no metal de solda aumenta a resisténcia a traco e, quando é adicionado também 0,3% de molibdénio, o metal de solda de alta resisténcia torna-se também resistente a trincas. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS CONSEQUENCIAS DO HIDROGENIO NO AGO DE BAIXA LIGA Através de muita pesquisa, foi descoberto que o hidrogénio aprisionado era o responsavel pelos defeitos de solda, e o termo fragilizagéo pelo hidrogénio tornou-se sinénimo de um alerta vermelho de desastre iminente. Quando compostos que contém hidrogénio como agua, minerais, ou produtos quimicos, estéo presentes no revestimento do eletrodo, como é comum em eletrodos para agos carbono, 0 hidrogénio quimicamente ligado se dissocia em hidrogénio atémico (H°) sob a ago do calor do arco. O metal de solda fundido tem a capacidade de dissolver o hidrogénio atémico. No entanto, logo que o metal de solda se solidifica, perde sua capacidade de manter o hidrogénio em solugdo, e este é expelido para a atmosfera ou se difunde através da regio de soldagem. O ago e 0 metal de solda ndo sao t4o sélidos quanto eles aparentam a olho nu, estando cheios de poros microscépicos. Os atomos de hidrogénio podem se mover para fora da regio do metal de solda e atingir a zona termicamente afetada, que é uma area da maior importancia na soldagem, especialmente nos agos de alta resisténcia, A zona termicamente afetada (ZTA) é a regido da solda que nao se fundiu durante a soldagem, orem sotreu mudangas microestruturats resultantes do calor induzido pela soldagem. Essa regido pode se tornar um elo fraco em uma junta soldada que, em condigées normais, seria suficientemente resistente. Primeiramente, a estrutura granular da (ZTA) no é téo refinada e, Portanto, & mais fraca que o metal de base circunvizinho ou que o metal de solda com estrutura bruta de fuséo. Em segundo lugar, se a ZTA se resfriar muito rapidamente em determinados agos, forma-se uma estrutura cristalina fragil e dura conhecida como martensita. Os poros relativamente grandes da zona termicamente afetada sao sitios naturais de captura do hidrogénio atémico. Quando dois atomos de hidrogénio se encontram ha uma unido imediata entre eles para formar o hidrogénio molecular (Hz, estado gasoso). As moléculas de hidrogénio resultantes so maiores que a estrutura cristalina do metal e podem ficar impedidas de migrarem livremente. A medida que mais e mais atomos de hidrogénio migram até os poros e formam moléculas que permanecem aprisionadas, podem se desenvolver enormes presses internas. Os agos carbono e os de mais baixa resisténcia, possuem plasticidade suficiente para acomodar as tensdes internas resultantes da pressao do hidrogénio de forma que nao causem trincas no ago. Por autro lado, agos que possuam alta dureza e alta resisténcia nao apresentam plasticidade suficiente para acomodar a pressao, e se houver muito hidrogénio pode ocorrer fissuragao. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS ¢) AGOS INOXIDAVEIS (AWS A5.4) Na tabela 3.5 apresenta-se os eletrodos mais usados na soldagem dos agos inoxidaveis. Tabela 3.5 - ESPECIFICACAO AWS AS.4 - Especificagao de Eletrodos para Agos Inoxidaveis — Soldagem a Arco com Eletrodo Revestido TENSAO (V)/ FAIXA DE ELETRODO | REVESTIMENTO | TIPODE | BITOLA | CORRENTE CARACTERISTICAS. CORRENTE | _ (mm) (A) 16 35-50 | = Soldagem dos agos Inox 18/70 E908L-17 27.33 20 45-65 | - Baixissimo teor de carbono 308-17 CA2 55 25 60-90 | - Agos endurecidos 20 ar, ferriticos & coe 32 80-120 | martensiticos 40 120-170 _ | -Resistente & corrosto intergranular 5.0 150-240 SVA,PLHE 20 50-70 | - Soldagem dos agos Inox 19/70 2030 25 65-105 | - Establizado ao nidbio e titanio E3477 A270 32 100-140 | - Sensivel a corrosao sulfurica em altas coe 40 140-170 | temperaturas =H.S.VA.P,HE Te 35-50 28-34 20 45-65 | - Soldagem dos agos Inox 19/12 E316l-17 CAB 55 25 60-90 | - Baixissimo teor de carbono E 316-17 c+ 32 80-125 | -H,.S, VA, P, HF 40 120-175 50. 150-240 ~ Soldagem dos agos Inox 25/20 ~Agos de dificil soldabilidade 21-28 32 80-120 | - Agos austeniticos ao manganés e acos 310-16 ‘c+ 40 105-160 | dissimilares = Deposita metal resistente a fissuragao & quente Rutlico =H.S,VA,P, HE = Bninagem ns aga Inox 1579 19:24 32 100-185 | - Agos de soldabilidade limitada 307-26 cAz70 40 180-220 _| - Revestimento de ferramentas para coe 50 180-320 | trabaiho a quente ~ Altissimo rendimento -HLHE = Elevado tear de ga = Soldagem de agos dissimilares 28.31 28 50-90 _ | - Soldagem de inoxidavets com E309L-17 A270 32 90-120 | composigdes dissimilares cot 40 140-160 | -H.S, VA, P, HE = Nao ullizavel em VD tanto em CA como emcee. = Soldagem dos agos Inox 23/12 23.27 25 50-80 _| - Uniao dos agos Inox 18/8 ao ago 909-16 Az 70 32 70-120 | carbono c+ 40 100-150 | - Soldagem de apos dissimilares =H.S,VA,P, HF = Elevado fear de iga, destinado & 27-30 20 30-60 | execugio de camadas almofada, quando E 309Mol- A270 25 60-90 _| se soldam agos cladeadds resistentes 7 cot 32 80-125 | aos acidos e agos inoxidaveis a outros. 40 140-160 | tipos de agos. 2H.S, VA,P, HE 20 PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODOS REVESTIDOS Barnabé Severiano da Silva Tabela 3.5 - ESPECIFICAGAO AWS A5.4 (Continuagao) = Soidagem dos agos Inox 28/9 - Agos manganés, agos para molas, a¢os 21-30 28 50-85 | ferramentas £91217 CAR 65 32 80-125 | - Ideal para a camada de (0K 68.81) c+ 40 110-175 | amanteigamento antes do revestimento duro. -H.S,VA,P, HE Rutlico ~ Ago inox resistente & corrosto sob tenso, com boa resisténcia a oxidagao 24-26 25 60-85 | superficial até 1.150°C. Esiza7® caeTo 32 100-125 | = Agos manganés, agos para molas, agos: (0K 68.84) ccs 40 140-175 | ferramentas - Ideal para a camada de amanteigamento antes do revestimento uc, 2H.S.VA,P,HE ~ Soldagem dos gos inox 25/20 25 55-85 _| - Soldagem de ago inox a0 ago comum 310-15 20.27 32 85-125 _| - Sensivel a corrosdo sulfirica em altas, c+ 40 140-160 | temperaturas 5.0. 150-220 _| -H.S, VA, P, HE = Soldagem dos agos inox 189 ~ Agos ligados sujeitos a tratamento térmico - Produgdo e manutengao de equip. de E188 2026 32 80-110 | terraplenagem e minerac3o Niné B20 c+ 40 110-150 _| - Revestimento de ferramentas para Basico trabalhos a quente = Pecas em ago carbone resistente a0 desgaste -H.S,VA,P, HE 227 25 50-80 | - Soldagem dos agos inox 23/12 5309-15 c+ 32 80-110 | - Soldagem de inoxidaveis aos agos nao 40 100-150 | ligados ou de baixa liga =H.S,VA,P, HE = Soldagem dos agos inox 29/9 25 55.85 _ | - Agos dissimilares, ao manganés e de 31245 22.28 32 80-120 _ | fc soldablidade cc+ 40 118-165 | - Recuperagao de engrenagens, eixos, 50 160-220 | virabrequins 2H.S,VA,P,HE Notas: (1) H = Horizontal, S = Sobrecabega, VD fete. 2) Flatraios cm earactaristicas quimicas diferentes fertical descendente, VA ential ascendente, P = Plana e HF = Horizontal significado dos sufixos empregados nas classificagées de eletrodos para acos inoxidaveis, vistos na tabela 3.5, ¢ apresentado na tabela 3.6. 21 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Tabela 3.6 - Significado dos sufixos empregados nas classificagdes de eletrodos para Agos Inoxidaveis, apresentados na Tabela 3.5. (Reproduzido da norma ASME II-C Ed.2001 Ad.2003 SFA. 5.41 AWS A5.4) ‘SUFIXO(*) SIGNIFICADO Os eletrodos podem ser utilizados apenas com DCEP (corrente continua com o eletrodo no pélo positivo). Embora as vezes sejam utilizados com corrente alternada, 15 eles nao sao feitos para serem qualificados para 0 uso com este tipo de corrente. Eletrodos de didmetros de 5/32"(4.0mm) e menores podem ser utiizados em todas as posigdes de soldagem. © revestimento destes eletrodos geraimente contém elementos que se ionizam 16 rapidamente, tais como o potassio, para estabilizar o arco e possibilitar a soldagem com corrente alternada. Eletrodos de diametro 5/32"(4.0mm) e menores podem ser utilizados em todas as posicdes de soldagem © revestimento destes eletrodos € uma modificagao do revestimento do *-16", na qual uma quantidade consideravel de silica substitui uma parte do rutilo do revestimento do “-16". J4 que ambos revestimentos do “-16" e do *-17" permitem operagéo em corrente alternada, ambos eram clasificados como "16" no pasado 7 Porque na época nao havia nenhuma classificagao alternativa até esta revisdo da norma ANSI/AWS A5.4. No entanto, as diferengas operacionais entre os dois tipos se tornaram significativas 0 suficiente para necessitar de uma classificagéo em separado. 26 O revestimento destes eletrodos & bem parecido em composigao e caracteristicas operacionais com o revestimento da designagao "16". Sao recomendados para soldagem nas posigdes planas e horizontais. () Em filetes de soldas horizontals, os eletrodos com revestimento do tipo "17" tém a tendéncia de produzir um arco mais, ‘em “spray” e um cardao com a superficie mais isa do que aqueles feitos com eletrados com revestimentos do tipo °-16". ‘A escéria dos eletrodos do tipo "17" resttia mais lentamente, o que também permite um melhor manejo quando ‘empregada a técnica de soldar puxando. O formato do cordéio obtido em filetes horizontais é tipicamente de plano a ‘eSncave com cletrodos de revestimentos * 17", quando comparados ao formato de plano a convexo obtide com elctrodos *-16°. Ao se fazer soldas de filete na posi¢ao vertical e na progressao ascendente, a escoria de resfriamento mais lento dos eletrodos revestidos *-17" requer uma técnica de soldagem com leve osclagao para se produzir o formato ~apropriado do cordao. Por esta razdo, o tamanho da pera minima que pode ser obtida com eletrodos 17" é maior do ‘que aquela obtida com eletrodos *-16". Embora estes eletrodos sejam desenvolvides para operagso em todas as Posigdes de soldagem, eletrodos de diémetros 3/16"(4.8mm) e malores nao sao recomendados para a soldagem nas posigses vertical e sobre-cabeca. 3.7 - Caracteristicas Ini juais de Alguns Eletrodos Revestidos Eletrodos E 6010 - O revestimento é, predominantemente, uma pasta de celulose modificada com silicatos minerais, desoxidantes e silicato de sOdio. A quantidade de revestimento desses eletrodos & Pequena, cerca de 10 a 12% em peso. Como a massa de celulose se queima durante a soldagem, a escéria é minima e é normalmente de facil remocdo. O arco tem uma penetracao profunda e, com manipulacdo adequada do arco, cordées de solda de boa qualidade podem ser depositados em todas as posigdes. Soldas, razoavelmente integras, podem ser executadas em juntas de topo com abertura de raiz, utilizando esses eletrodos. Uso em (CC+). Eletrodos E 6011 - Sao similares aos E 6010 exceto que compostos de potassio em quantidade suficiente s4o adicionados ao revestimento para estabilizar o arco e permitir que o eletrodo seia utilizado com corrente alternada. A penetracao ¢ ligeiramente menor que a do eletrodo E 6010. Uso em (CAe CC). PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Eletrodos E 6013 - Contém um grande percentual do mineral rutilo (didxido de titanio - TIO.) em seu revestimento. Eles s4o projetados para ter um arco de baixa penetragao, permitindo que metais de pequena espessura sejam soldados sem furar a pega. O revestimento contém compostos de potassio suficientes para estabilizar 0 arco na soldagem com corrente alternada (CA). Uso em (CA @ CC+ ou CC-). Eletrodos E 7014 - Sao parecidos com os eletrodos E 6013, exceto que neste ¢ adicionado o pé de ferro e € aplicado a sua alma um revestimento mais espesso. Isso resulta em taxas de deposicao mais altas com 0 eletrodo E 7014 que com o E 6013. Uso em (CA e CC+ ou CC-) Eletrodos E 7018 - Sao a versao mais modema do eletrodo de baixo hidrogénio (*). A adigao de quantidades consideraveis de pé de ferro ao revestimento resulta num arco mais suave e com menos respingos. Esse moderno balango de ingredientes do revestimento resulta numa grande melhoria na estabilidade do arco, na diego do arco e na facilidade de manuseio em todas as, posigdes. Uso em (CA e CC+). () Lembrando, © hidrogénio aprisionado 6 0 responsével pelos defeitos de solda, e 0 termo fragilizagao pelo hidrogénio tomou-se sinénimo de um alerta vermelho de desastre iminente. Eletrodos 7024 - Possuem um revestimento similar ao tipo E 6U13, porem apresentam um revestimento muito pesado que contém 50% de pé de ferro em peso. Sob correntes relativamente altas apresenta altas taxas de deposicao. As soldas so limitadas as posigdes plana e horizontal em Angulo (filete). A penetracao é relativamente baixa. Uso em (CA e CC+ e CC-) 3.8 - Usos Tipicos de Alguns Eletrodos Revestidos (11) CLASSIFICAGAO E6010 e £6011 Os eletrodos de classificagaio E6010 e E6011 deveriam ser preferencialmente usados na soldagem de juntas de aco doce na posi¢ao vertical com abertura de raiz. Se houver apenas fonte CA (transformadores) disponivel, a escolha deve recair no eletrodo tipo E6011, pois, como vimos na tabela 3.2, 0s eletrodos E-6010 sao especificados somente para (CC+).. Muitas vezes @ encontrado sopro magnético quando se solda com CC. O emprego de eletrodos £6011 com CA elimina 0 sopro magnético. CLASSIFICAGAO E6013 Os eletrodos de classificagao E6013 foram originalmente desenvolvides para apresentar baixa penetracao e cordées de solda planos. Essas caracteristicas permitiram a soldagem de chapas finas com esses eletrodos. Hoje em dia muitos eletrodos E6013 so empregados no lugar de eletrodos E6012 gracas ao arco mais suave, menos respingos e superficie mais uniforme do cordao. CLASSIFICAGAO E7014 Os eletrodos de classificagao E7014, como indicado anteriormente, possuem p6 de ferro adicionado formulagao do revestimento dos eletrodos E6013. Essa adigao permite que 0 eletrodo seja soldado sob altas correntes de soldagem, resultando em taxa e eficiéncia de deposigao mais alta. As aplicagdes do eletrodo E7014 sao semelhantes as do eletrodo E6013. 23 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS CLASSIFICAGAO E7018 Os eletrodos de classificagao E7018 sao de baixo hidrogénio com adigao de pé de ferro. A quantidade consideravel de pd de ferro no revestimento e também uma quantidade de revestimento bem maior permitem que esses eletrodos sejam aplicados sob correntes de soldagem mais altas que as empregadas com 08 eletrodos E7016. © arco mais suave e a facilidade de soldagem do eletrodo E7018 tomam-no 0 favorito dos soldadores. Correntes de soldagem relativamente mais altas e adigdes de po de ferro fundindo no metal de solda resultam em maiores taxas e eficiéncias de deposigéo. O eletrodo bésico C7010 deposita o metal de solda de melhor qualidade para a soldagem de agos de baixo carbono. Sua maior desvantagem é que ele precisa ser mantido seco. Eletrodos que absorveram umidade devido a exposigo @ atmosfera ou a outras fontes de umidade depositam metal de solda com porosidade. Além disso, os eletrodos E7018 ndo devem ser aplicados na soldagem de passes de raiz em juntas de topo com abertura para nao se correr 0 risco de porosidade excessiva. Quando os eletrodos E7018 tiverem que ser empregados em passes de raiz de juntas de topo, a raiz deve ser selada por um cobre-juntas. CLASSIFIGAGAO E7024 Os eletrodos de classificago E7024 recebem grande quantidade de p6 de ferro em seu revestimento (aproximadamente 50%). Dessa combinacéo de mais po de ferro no revestimento resultam altissimas taxas de deposicao e eficiéncias de deposigao, conforme visto na figura 3.10. Esses eletrodos esto limitados as posigdes plana e horizontal em angulo. A qualidade do metal de solda depositado por esses eletrodos néio @ to boa quanto a dos eletrodos E7018 (por exemplo, a ductilidade do metal de solda depositado por um eletrodo E7024 & menor que a do E7018). 3.9 - Dimensées, Taxa de deposigaio e Eficiéncia de Deposigao dos Eletrodos Q diametro indicado de um eletrodo corresponde sempre ao diametro da alma, como indicado na figura 3.3. Os diametros de mercado variam na faixa de 1,6 a 6 mm, embora existam eletrodos especiais com dimensées diferentes destas, iniciando em 1 mm e indo até 8 mm. © comprimento, por sua vez, varia de 300 a 470 mm. Estes limites so normalmente ditados pela habilidade dos soldadores e pela posi¢ao de soldagem. diametro do eletrodo é um dos principais fatores limitantes da faixa util de corrente de soldagem, na medida em que ele controla a densidade de corrente elétrica por unidade de area de seccao transversal da alma, ou seja, quanto maior o diametro, maiores podem ser a corrente e a taxa de deposi¢ao. Num extremo, a corrente de soldagem minima utilizavel é limitada pela instabilidade do arco, quando a densidade de corrente & muito reduzida; no outro extremo, a corrente de soldagem maxima & limitada pelo aquecimento resistivo. Na pratica, esse limite maximo tedrico ¢ dificilmente atingido, j& que nesse estagio a operagao teria se degradado. A implicagéo de um maior comprimento dos eletrodos principalmente aumentar o limite de tempo de arco em aberto, sem outros efeitos significativos sobre as caracteristicas dos depésitos. Sob a éptica exclusiva de produtividade, deve ser escolhido o maior diametro de eletrodo praticavel, Para que se possa maximizar a taxa de deposigao, conforme mostra a figura 3.8. 4 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS A _taxa_de deposicéo de um determinado eletrodo revestido influencia substancialmente 0 custo total do metal de solda depositado. A taxa de deposigao é a massa de metal de solda depositado por unidade de tempo (de arco aberto). Como visto na figura 3.8, ela aumenta ‘com 0 aumento do diametro e com 0 aumento da corrente de soldagem dentro dos limites de um determinado eletrodo. 2 i i Como dito anteriormente, alguns eletrodos, devido suas caracteristicas de fabricagao, tem uma taxa de deposicéo maior que outros. Conforme mostra a figura 3.9, um eletrodo E7024 de diametro 4,0 mm pode depositar mais fe Ge es are we que 0 dobro que um eletrodo E6010 de mesmo Correnre (a) didmetro. E facil de ver que pode ser alcangada Figura 3.8 -Efeito da corrente de soldagem sobre a taxa de UMA economia sensivel de mao de obra e Geposigao para varios diametos de alma (medidas em mm). Custos indiretos se puder ser empregado um dos eletrodos de maior taxa de deposicao. A eficiéncia de deposigao de um determinado eletrodo revestido também tem seu efeito nos custos da soldagem. Ela representa a massa de metal de solda depositado comparada com a massa total de eletrodo consumido e ¢ expressa por um percentual, como mostra a tabela 3.7. Na soldagem com eletrodos revestidos parte da massa do eletrodo @ perdida como escéria, respingos, fumos, gases e pontas. Se um eletrodo apresenta 65% de eficiéncia de deposicao, isso significa que, para cada 100 g de eletrodo consumido, sero produzidos 65 g de metal depositado. A perda com pontas - a parte do eletrodo que € descartada - nao é considerada na eficiéncia de deposigao, visto que o comprimento da ponta varia com o soldador ou com a aplicagao. A tabela 3.8 mostra 7 “TAXA DE DEPOSIGhO. faa} «= Some perda das ELETRODOS REVESTIOOS pontas afeta a ae eficiéncia de 6 27 deposigao. Um ws eletrodo E6010 possui : a3. wma eficiéncia de deposicio média real de '71,6% sem 4 8 considerar a perda da < ponta. O descarte de ‘4 uma ponta de a comprimento 50 mm resulta numa queda do 2 o9 metal = de solda depositado para a a a 63,8%, como mostrado também na tabela 3.7 De modo similar, se forem — descartadas koh LIBRAS POR HORA ‘CORRENTE (a) Figura 3.9 - Taxa de deposicso de eletrodos revestidos de 4,0 mm de diametro. 25 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS pontas de comprimento 150 mm, a eficiéncia de depasigao cal para 42,6%, Nao confundir as perdas. ‘com pontas, com perda da ponta de pega mostrada na figura 3.2. Sao coisas diferentes. Tabela 3.7 - Eficiéncia de deposiggo —‘Tabela 3.8 - Efeito da Perda da ponta do eletrodo E6010 de eletrodos revestidos para agos na eficiénoia (11). ‘carbono {11}, [Comprimento] Metal depositado] Perda do eletrodo de da ponta E6010 comprimento 350 mm (mmm) (%) wm 0 50 aaa 362 75 58,5 a5 Eficiencla de deposicao média (%) 100 532 468 125 47,9 521 150 426 574 [0 eletrodo E6010 tem eficiancia de deposicao de 71,6%. (*) Inclul perdas devido & escéria, respingos, fumos @ gases. Nota: inch perda de ponta de 50 mm 3.10 - Armazenagem e Manutengaio Devem ser tomadas certas precaugbes na armazenagem dos eletrodos revestidos, principalmente os eletrodos basicos de baixo teor de hidrogénio, que so muito higroscdépicos e necessitam de cuidados especiais para que suas caracteristicas nao sejam afetadas. Um eletrodo imido podera causar inumeros defeitos na solda, como: - porosidade no inicio ou mesmo em todo 0 cordao de solda; - trincas ao lado e sob 0 cordao; - porosidade vermiforme (forma de verme); = arco instavel; - respingos abundantes e acabamento ruim. E importantissimo, pois, cuidar convenientemente dos eletrodos revestidos. As latas, por ocasiéo de sua abertura, ficam inutilizadas para posterior armazenagem dos eletrodos remanescentes, os quais deverao ser imediatamente colocados numa estufa apropriada, A forma ideal de se transportar e armazenar eletrodos revestidos é em paletes. Tal sistema evitara choques e danos as embalagens, garantindo sua estanqueidade original. As latas deverdo ser sempre guardadas na posi¢ao vertical, com as pontas de pega voltadas para baixo, visando reservar as pontas de arco, parte mais sensivel dos eletrodos revestidos. Ver tigura 3.10. 26 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Outra possibilidade ¢ de armazené-los na posigéo horizontal sobre prateleiras ou estrados de madeira, com um empilhamento maximo de 3 latas, E recomendavel que a abertura seja feita pela remogao do fundo da lata; assim, ficaré bem mais facil pegar os eletrodos na lata, pois a ponta de pega estara a descoberto, bem como a tampa remanescente serd aquela que identifica 0 contetido em tipo, diametro, ‘comprimento e numero de produgao. Figura 3.10 = Trangpore e amazenagem 40s Dols _aspectos deverso ser considerados_e bem controlados na armazenagem dos eletrodos: a temperatura e a umidade relativa do ar. As condigées de armazenagem recomendadas para os eletrodos revestidos podem ser observadas na Tabela 3.9. Tabela 3.9 - Condigdes de Armazenagem dos Eletrodos Revestidos (11) Umidade Relativa Temperatura 70% max. 18°C a +50°C Demais tipos 50% max. +18°C min IDENTIFICAGAO DE ELETRODOS REVESTIDOS UMIDOS A sensibilidade dos eletrodos revestidos & umidade do ambiente, no sendo de pleno conhecimento dos usuarios, implica na deterioragao do revestimento, e na conseqliente necessidade de se efetuar uma ressecagem sobre eletrodos Umidos. Durante a soldagem com eletrodos muito Umidos pode ser visto um vapor de condensagao branco. A forma ideal de analisar a umidade do revestimento de um eletrodo é realizar sua verificaggo em laboratério. Existem varios métodos, sendo mais difundido aquele recomendado na especificacao AWS AS5.1, onde, por exemplo, sao ensaiados os eletrodos basicos de baixo hidrogénio a temperaturas da ordem de 1.000°C. Nos eletrodos que contém componentes organicos (0s celuldsicos, por exemplo), os ensaios sao realizados normalmente a temperaturas em torno de 100°C, sendo conveniente e mesmo necessério, um teor de umidade superior a 1%, tendo em vista a boa aplicabilidade do eletrodo. Nos celulésicos © teor de umidade adequado situa-se entre 3% @ 7%. A RESSECAGEM DE ELETRODOS REVESTIDOS Os eletrodos celulésicos nao séo muito higroscépicos e, como admitem teores mais elevados de umidade, dificilmente acarretam formagao de porosidades, razao pela qual raramente necessitam de ressecagem. Os eletrodos basicos sao os tinicos que aceitam ressecagem em temperaturas mais elevadas, permitindo redugao drastica no teor de umidade do revestimento devido a diminuigao da gua molecular de seus componentes sem prejuizo de suas propriedades. 1 PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODOS REVESTIDOS Barnabé Severiano da Silva Alguns pontos importantes deverdo ser considerados na ressecagem de eletrodos revestidos: - no prolongar a ressecagem por tempo além do recomendado pelo fabricante do consumivel; - controlar adequadamente a temperatura / tempo de ressecagem; - evitar ressecagem de grandes quantidades; - guardar os eletrodos ressecados em estufas apropriadas; ~ a ressecagem minimiza 0 hidrogénio proveniente da umidade do revestimento em eletrodos de baixo hidrogénio; - sempre que possivel, devem ser seguidas as recomendagées do fabricante do consumivel;, = ressecagem em fornos adequados, aplicavel para eletrodos basicos, de altissimo rendimento, rutilicos, para ferros fundidos e inoxidaveis; - para celulésicos, a ressecagem deve ser evitada; - manutengéo da ressecagem em estufas proprias. Hidrogénio Difusivel - O teor de hidrogénio difusivel é normalmente medido em um volume do gas hidrogénio (em mi) nas condigées normais de temperatura e pressdo para cada cem gramas (100 g) de metal depositado. Os teores de hidrogénio difusivel para os diversos tipos de eletrodos revestidos. podem ser vistos na tabela 3.10. labela 3.10 - leor de Hidrogénio Litusivel dos tletrodos Kevestidos [11} Tipo de Eletrodo Teor de Hidrogénio Difusivel Celulésico ‘cima de 30 mV/100 g Rutilico entre 15 e 30 mi/100g Basico abaixo de 10 ml/100 Ressecagem - A tabela 3.11 mostra a faixa de temperatura efetiva e 0 periodo de tempo real recomendado para a ressecagem de eletrodos revestidos. Tahela 3 11 - Recamandacies de Rassecagam de Fletrados Revastidas (11) ‘Temperatura Efetivano | Tempo Real a Temperatura Tipo de Eletrodo Pacote de Eletrodos (°C) Efetiva (h) Basicos (300 a 350) Altissimo Rendimento (250 a 300) Rutilicoos (70.2 90) Ferro Fundido (70.90) (1,0. 2,0) Inoxidaveis Rutilicos (250 a 300) Inoxidaveis Basicos (200 a 250) Manutengao - A tabela 3.12 apresenta a faixa de temperatura efetiva na estufa de manutengao e na estufa portatil (cochicho), recomendadas para os eletrodos revestidos. Tabela 3.12 - Recomendacées de Manutencao dos Eletrodos Revestidos Tipo de Eletrodo ‘Temperatura Efetiva na ‘Temperatura Efetiva Estufa de Manutencdo (°C) no Cochicho (°C) Basicos (00a 150) (@0.a 150) Altissimo Rendimento (400 a 120) (a0 a 120) Rutilicos (60.70) (60 a 70) Ferro Fundido (60a 70) (60.70) Inoxidaveis (10a 120) (80a 120) 28 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS A figura 3.11 mostra a estufa ¢ 0 cochicho usados na manutengao dos eletrodos revestidos. Estufa Cochicho Figura 3.11 - Estufa e Cochicho para manutengéo de eletrodos (13) 29 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 4 -VARIAVEIS ELETRICAS 4.1 - Corrente de Soldagem A corrente de soldagem controla de forma bastante predominante todas as caracteristicas operatorias do proceso, o aspecto do cordao e as propriedades da junta soldada. Ela controla de modo direto a magnitude e a distribuigao espacial da energia térmica disponivel no arco elétrico, e também a maior parte dos fenémenos que ali ocorrem. Nas operagGes de soldagem sao usados trés tipos de corrente. Corrente Continua com Polaridade Reversa ou inversa (CC+), Corrente Continua com Polaridade Direta (CC-) e Corrente Altemada (CA), sendo que nesta, nao existe polaridade definida. A corrente de soldagem e sua polaridade afetam: - a forma e as dimens6es da poga de fusdo; - aestabilidade do arco; - eo modo de transferé1 ia de metal de adicao. Em geral, a soldagem manual com Polaridade Reversa (oletrodo ligado no pélo “+” @ peca no pélo “= ") produz uma maior penetragao, enquanto que com Polaridade Direta (eletrodo no polo "-" e peca no polo +"), a penetragao é menor, mas a taxa de fusdo é maior. Com corrente altemada (CA), a penetragdo e a taxa de fusdio tendem a ser intermediarias, mas a estabilidade do processo pode ser inferior. Por outro lado, a soldagem com CA apresenta menos problemas de sopro magnético, sendo melhor para a soldagem com eletrodos e correntes maiores. Ver figura 4.1. Deve-se lembrar, também, que nem todo tipo de eletrodo permite © uso de. diferentes. tipos de corrente e polaridade. Ver tabelas 3.2,33e35. = max hg= (0,8-0,9)h, “a {c) Figura 4.1 - Influéncia da polaridade e do tipo de corrente na penetracao; (a) Polaridade Inversa (CC+), (b) Polaridade Direta (CC-)e (c) Corrente Alternada (CA). Quando se solda com CC, campos magnéticos sao originados através da solda. Sao sopros magnéticos. Em soldas que apresentam variagdes na espessura e formas irregulares esses campos magnéticos podem afetar o arco tornando-o fora de controle em termos de diregao, como ilustra a figura 4.2. Essa condigéo especialmente incémoda quando se soldam cantos. A corrente alternada (CA) raramente causa esse problema devido ao campo Figura 4.2 - Efeito do Sopro Magnético sobre a diregao do arco elétrico [13]. Magnético —_produzido com rapida reversao. 30 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS A intensidade da corrente 6 0 pardmetro determinante na taxa de deposigao, para dadas condigdes fixas de soldagem, existindo uma relagao direta e proporcional, entre as duas varidvei sendo esta uma consideragao de extrema importancia no que diz respeito a produtividade. Ver figura 39. A cotrente de soldagem possui um efeito inversamente proporcional sobre a velocidade de resfriamento e essa caracteristica limita a produtividade, uma vez que nao se pode ter velocidades de resfriamento nem muito rapidas nem muito lentas. Uma maneira de controlar a velocidade de resfriamento, no entanto, é alterando a velocidade de soldagem. Outra limitacao é que uma corrente elevada pode aquecer excessivamente o revestimento e causar sua degradago; por isso, os valores de corrente especificados pelo fabricante devem ser obedecidos. A intensidade da corrente & também o mais importante efeito controlador da penetragao da solda, da largura e do reforgo do cordao, além da diluigao, observando-se um efeito proporcional. As implicagdes advindas desses efeitos sobre a linha de produgo variam conforme o caso especifico: uma determinada penetragao € normalmente vantajosa para soldagens de unio em geral, contribuindo para uma boa fuséo e minimizagao da area da seco transversal das juntas; na deposicao de revestimentos soldados, o requisito é inverso, sendo necessério minimizar a penetragao. 4.2 - Tensao de Soldagem Uma caracteristica importante da soldagem com eletrodos revestidos, que 0 diferencia dos demais processos semi-automaticos convencionais, € que a tenséo de arco nao é controlavel independentemente dos outros parametros, por trés raz6es basicas: - O controle da distancia entre 0 eletrodo e a pega é realizado manualmente € ndo pode ser executado com grande preciso. - A transferéncia dos glébulos no arco esté associada a variagdes consideraveis no comprimento efetivo do arco (e conseqiientemente na tensao). - Maiores tensées so requeridas para operagdo normal, a medida que a corrente de soldagem 6 aumentada A tensao em vazio é a tensao registrada quando a maquina de solda nao esta sendo solicitada, ou seja, quando, mesmo com os pélos “+” e "-" conectados ao eletrodo e a pega, os servigos de soldagem esto interrompidos. A tensdo em vazio deve ficar, preferencialmente, na faixa de (60 a 80)V ou (50 a 100) V. Ver figura 4.3. Quanto maior for a tensdo em vazio, maior sera a facilidade de abertura do arco. A medida que a corrente de soldagem + vai aumentando a __tensdo, (Of Tensioemvazio —™'! Ponto de Trabalho jniciaimente em vazio, vai diminuindo, | de modo que, na pratica, seu valor Pe varia, normalmente, entre 20 e 40 volts ou 18 e 36 Volts, dependendo 2 do tipo de eletrodo, das caracteristicas de seu revestimento e a 750 ja) do comprimento do arco. Ver figura Figura 4.3 - Faixa pratica de Tensao de Soldagem em vazioe no Ponto 4:3. Maiores valores de diametro, de Trabaiho. corrente e do comprimento do arco implicam em um aumento da tensao 31 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 4.3 - Comprimento do Arco Elétrico Na soldagem manual, 0 controle do comprimento do arco é feito pelo soldador, refletindo, assim, a habilidade, conhecimento e experiéncia deste. A manutengdo de um comprimento do arco adequado 6 fundamental para a obtengao de uma solda aceitével. Um comprimento muito curto causa um arco intermitente, com interrupgdes freqiientes, podendo ser extinto, "congelando” o eletrodo na poca de fusao. Por outro lado, um comprimento muito longo causa um arco sem diregao e concentragao, um grande ntimero de respingos e protegao deficiente. (© comprimento correto do arco depende: - do didmetro do eletrodo; - do tipo de revestimento; - da corrente e da posigao de soldagem. Como regra geral, pode-se considerar 0 comprimento ideal do arco variando entre 0,5 e 1,1 vezes 0 diametro do eletrodo. PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 5 - VARIAVEIS OPERACIONAIS 5.1 - Velocidade de Avango A velocidade de avango & também uma importante variével operatéria do proceso, apesar de seu controle ser consideravelmente impreciso no caso de aplicagdes manuais. Altura, largura, penetragao e reforco do cordao variam inversamente com a velocidade de avango. A implicagao genérica é que a energia de soldagem pode ser mantida reduzida, mesmo com elevadas correntes, através do uso de altas velocidades de avanco. A velocidade de soldagem deve ser escolhida de forma que 0 arco fique ligeiramente a frente da poca de fusdo. Uma velocidade muito alta resulta em um cordao estreito com um aspecto superficial inadequado, com mordeduras e escéria de remogao mais dificil. Velocidades muito baixas resultam ‘em um cordao largo e convexidade excessiva do material depositado. 5.2 - Oscilagado do Eletrodo A oscilagao do eletrodo tem um carater intrinseco na soldagem com este processo e 6 necessaria para a obtengéo de formatos satisfatorios de cordéo. Uma das mais importantes implicages relacionadas a oscilacao ou tecimento de arco, é que a velocidade efetiva de avanco é diminuida com © aumento da oscilacao, aumentando a energia de soldagem. Nos casos em que 0 controle da energia introduzida é realmente requerido, cabe, portanto, ar a oscilagao do eletrodo, quando se pretende diminuir a energia introduzida, ou maximizar a oscilagao do eletrodo quando se pretende aumentar a energia introduzida. A pratica de minimizar a oscilagéo do eletrodo, entretanto, nao deve ser usada indiscriminadamente, ja que a produtividade fica prejudicada em decorréncia do aumento de trabalho para a limpeza dos cordées entre passes, ois como visto antes, uma velocidade muito alta resulta em cordées com mordeduras e escéria de remocao mais dificil Dependendo da posigao de soldagem e do tipo de eletrodo empregado, uma oscilagao minima sera sempre necessdria, destinada a permitir o controle do banho de fusdo, no sentido de restringir 0 movimento da escéria, evitando inclusées no metal fundido. A oscilagao deve ser, em geral, restrito a uma amplitude inferior a cerca de 3 vezes o didmetro do eletrodo. Como o niimero de padrées de oscilagéee 6 muito grande, aprosentamos na figura 5.1, apenas alguns Figura 5.1 - Exemplos de exemplos praticos. Padroes de oscilagao! {ecimento do eletroso (1S. bom lembrar que grande parte da qualidade de uma solda dependerd do perfeito dominio, pelo soldador, da execugao destes movimentos. 5.3 - Angulo do Eletrodo em Relagao a Pega 0 ngulo do eletrodo em relagao a pega & normalmente ajustado no sentido de: - equalizar 0 fluxo térmico entre as parte soldadas; - e controlar o banho na poga de fusdo e 0 formato do cordéo, em particular, a molhabilidade do liquido nas bordas do chanfro. 33 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Angulo do eletrodo 6 uma variavel importante, pois pode ocasionar o aparecimento de defeitos de cordao, de dificil controle, jé que seu ajuste e movimentagao do eletrodo dependem, essencialmente, das caracteristicas da aplicagao e da experiéncia do proprio soldador. A figura 5.2 mostra alguns exemplos de Angulo do eletrodo em relagdo @ peca, para diversas posigées de soldagem. ” % : Vz 90-100' - / o ) Figura 5.2 - Posicionamento do eletrodo para a soldagem: (a) na posi¢ao plana; (b) juntas em T com cchapas da mesma espessura e (c) juntas em T com chapas de espessuras diferentes; (d) posicao Vertical ascencente; (2) posigao veruical descendente @ (1) posieao honzontal 5.4 - Abertura e Extingao do Arco Téo importante quanto a manipulagao correta do eletrodo para deposigao do cordao de solda, é a manipulagao do eletrodo para abertura e extingao do arco. ABERTURA DO ARCO Para a abertura do arco, o eletrodo ¢ rapidamente encostado ¢ afastado da pega em uma regido que seré refundida durante a soldagem e fique proxima ao ponto inicial do cordao (ver figura 5.3). A abertura fora de uma regio a ser refundida pode deixar na pega pequenas areas parcialmente fundidas, com tendéncia a serem temperadas e de alta dureza. Este tipo de defeito & conhecido como “marca de abertura do arco” Além de seu aspecto pouco estético, estas areas podem originar trincas em agos mais iN AN temperaveis. © agarramento do eletrodo na superficie da pega é comum em tentativas de abertura do arco por soldadores menos experientes @) (b) Figura 53 - Técnicas para a abertura do arco elétrico na ssoldagem com eletrodos revestidos. (a) toque em pendula; (b) 34 toque na vertical com afastamento lateral PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS Neste caso, 0 eletrodo pode ser removido com um rapido movimento de torgao da ponta do eletrodo. Caso este movimento nao seja suficiente, a fonte deve ser desligada ou 0 eletrodo separado do porta eletrodo (menos recomendadvel) e, entéo, removido com auxilio de uma talhadeira. EXTINGAO DO ARCO Para se interromper 0 arco € conseqilentemente a soldagem, o eletrodo é simplesmente afastado da pega, apagando-se o arco. Entretanto, para se evitar a formagao de uma cratera muito pronunciada, 0 eletrodo deve ser mantido parado sobre a poca de fusdo por algum tempo, permitindo o seu enchimento, antes da interrupgao do arco. Para se evitar desperdicio, procura-se, sempre que possivel, consumir 0 maximo do eletrodo, nao se aproveitando apenas, de cerca de 25 mm de comprimento de sua parte final Apés uma interrupeao, a escéria deve ser removida e limpa pelo menos na regiéo em que a soldagem sera continuada. Ao final da soldagem, o restante da esobria é removido e a solda inspecionada visualmente para a detecedo de eventuais descontinuidades. comum submeter os soldadores inexperientes a treinamentos de abertura, manutengao extingao de arco, em chapas de ago na posicao plana, sem transladar o eletrodo, conforme mostra a figura 5.4. Eletrodo Figura 54 - Treinamento de abertura, rmanuteng’o @ exting&0 do arco. 35 PROCESSOS DE SOLDAGEM Barnabé Severiano da Silva ELETRODOS REVESTIDOS 6 - TECNICAS OPERACIONAIS 6.1 - Ponteamento A finalidade do ponteamento 6 permitir uma facil, correta e econdmica fixagdo das pegas a soldar. Ele consiste em executar cordées curtos e distribuidos ao longo da junta, sendo sua fungao basica manter a posigao relativa entre as pegas, garantindo a manutengao de uma folga adequada. O Ponteamento pode ser aplicado diretamente na junta, nos casos em que é prevista a remogao da raiz. ‘A geometria da pega e a sequéncia de pontos, devem ser estudados de forma a evitar, ou minimizar, as distorgdes ou o fechamento das bordas. Se isto ndo for evitado, viria a prejudicar a penetragao & precisaria de uma remogao excessiva de raiz, sob risco de vir a causar a inclusao de escéria. Para evitar estes inconvenientes, a técnica recomendavel 6 que se inicie o ponteamento partir do centro para as extremidades, conforme mostra a figura 6.1 £, © comprimento do ponto & determinado em fungdo da / 4 experiéncia do soldador e devera ser tal que garanta =, possiveis manobras na pega, e ao mesmo tempo resista Le aos esforcos de contragéo causados pela operagao do soldagem. Ponteamentos Uma regra pratica utiizada para pegas com muitas Vinculagées, ¢ utilizar entre 1,5 a 3 vezes a espessura da L=(1,5a3,0)xE chapa. Figura 6.1 - Técnica de Ponteamento [14 Nos casos onde nao 6 possivel a remogao da raiz, ou em casos onde se pretende uma junta perfeitamente penetrada sem remogo, pode-se utilizar de alguns artificios para manter o chanfro limpo e a abertura adequada para a operagao de soldagem. Nas figuras 6.2 6.3 sao apresentados detallies destes artificios, Figura 6.3 - Técnica de Ponteamento em @) Conector E-60MT ultlizado em revestimento de Figura 6.2 - (a) recurso utiizado para fixagao da peas: (b) pogo de petréleo. Cotesia da Oficina de dispositivo de pré-ixagao conhecido como *cachorro" [14] Manutengo da PETROBRAS em Mossor6-RN. 6.2 - Execucao da Ri A Raiz (root) 6 a regido mais profunda do cordao de solda. Em uma junta chanfrada, como aquela mostrada na figura 6.4, corresponde a regido do cordao junto da fresta e do encosto. Tende a ser a regiéo em que a soldagem é mais dificil e, desta forma, mais propensa a formagao de descontinuidades em uma solda. A folga entre as pegas a serem soldadas é fator determinante para a boa penetragao do primeiro passe. Ela é diretamente ligada ao diametro do eletrodo utilizado. 36

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