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Cuidados Básicos de Higiene na Criança

UFCD-9852

Duração-25 Horas

Formadora: Cristina Maria Vaz

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Objetivos:
✓ Aplicar técnicas de prestação de cuidados de higiene em crianças e jovens.

✓ Efetuar a separação, recolha e transporte de resíduos decorrentes da


prestação de cuidados de higiene e conforto e da higienização dos espaços.

✓ Aplicar as técnicas de comunicação, de acordo com o tipo de interlocutor.

Conteúdos:
✓ Higiene básica

✓ Privacidade e integridade

➢ Regras e práticas

➢ Comunicação

✓ Produtos de higiene, hidratação e conforto

✓ Cuidados de segurança, manutenção e higiene de materiais, equipamentos e


utensílios utilizados

✓ Técnicas de higiene

✓ Cuidados de higiene e conforto

✓ Muda de fraldas

✓ Técnicas de vestir e despir

✓ Ajudas técnicas de apoio

✓ Higienização dos espaços

✓ Recolha, separação e transporte de resíduos

✓ Ocorrências e anomalias no apoio à prestação de cuidados

✓ Procedimentos de registo e reporte

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Índice

Objetivos e conteúdos .......................................................................................................................................... 2

Higiene básica ......................................................................................................................................................... 3

Privacidade e integridade................................................................................................................................... 9

Regras e práticas .................................................................................................................................................... 9

Comunicação......................................................................................................................................................... 11

Produtos de higiene, hidratação e conforto ............................................................................................. 18

Cuidados de segurança, manutenção e higiene de materiais, equipamentos e utensílios


utilizados ................................................................................................................................................................ 22

Técnicas de higiene ............................................................................................................................................ 25

Cuidados de higiene e conforto ..................................................................................................................... 26

Muda de fraldas ................................................................................................................................................... 28

Técnicas de vestir e despir - Ajudas técnicas de apoio ...................................................................... 29

Higienização dos espaços-............................................................................................................................... 31

Recolha, separação e transporte de resíduos.......................................................................................... 34

Ocorrências e anomalias no apoio à prestação de cuidados - Procedimentos de registo e


reporte..................................................................................................................................................................... 37

Bibliografia e netgrafia ..................................................................................................................................... 42

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Higiene básica
Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao longo do seu
processo de desenvolvimento, por isso são os pais que têm um papel fundamental
para que a criança consiga interiorizar a importância desses hábitos.

É importante que os pais apoiem e ensinem a criança a responsabilizar-se pela


sua própria higiene, criando desde cedo rotinas e promovendo, gradualmente, a
autonomia nos seus cuidados pessoais e gosto pela imagem.

A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir com a saúde pois
está paralelamente relacionada com a autoestima e o bem-estar, podendo causar
nos jovens dificuldades de relacionamento entre os seus pares.

A higiene pessoal da criança inclui: tomar banho, limpar ouvidos e nariz,


pentear o cabelo e lavar os dentes.

O banho diário pode ser uma das melhores formas de promover a saúde.

Deverá transmitir à criança as várias razões da importância do banho diário, tais


como: a limpeza da pele, a prevenção de infeções, a estimulação da circulação

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sanguínea, o relaxamento da tensão muscular e, naturalmente, a melhoria da


imagem perante os outros (muito importante na adolescência) e o bem-estar.

Explique-lhe a importância da mudança de roupa após o banho, pelo menos da


roupa interior, pois ao estar mais em contacto com o nosso corpo, requer uma
maior atenção.

O cabelo também precisa de ser lavado, pois acumula poeira e suor e para que
cresça saudável e forte, também deve ser cortado e escovado com regularidade

A lavagem das mãos é algo de extrema importância, e por isso mesmo tem de ser
incutido nas crianças logo desde cedo. O simples ato de lavar as mãos faz com
que se remova bactérias, células descamativas, suor, sujidade (que nas crianças é
muito frequente devido à sua atividade de exploração do meio envolvente) e
oleosidade da pele.

A lavagem das mãos é um comportamento aprendido. Para ser efetiva, uma


correta lavagem das mãos deve ser ensinada, com tempo e calma. É bom que, para
além da aprendizagem das regras de lavagem, se faça também ver às crianças
que não se trata de um “frete” a fazer mas sim de uma rotina que deve prolongar-
se ao longo da vida.

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Quando se deve lavar as mãos?

1.Antes de preparar uma refeição ou de comer;

2. Após ida à casa de banho;

3. Após mudar as fraldas ou limpar uma criança que foi à casa de banho;

4. Depois e antes de estabelecer contacto direto com pessoas doentes;

5. Depois de assoar, tossir ou espirrar;

6. Depois de mexer num animal;

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7. Depois de mexer no lixo;

8. Depois e antes de tratar de um corte ou ferida;

9. Após a chegada ao trabalho/escola;

10. Depois e antes de dar medicação.

É muito importante lavar as mãos depois de comer, especialmente as crianças


que comem com as mãos, de modo a diminuir a quantidade de saliva nas mãos, a
qual pode conter microrganismos.

Até aos 2 anos de idade ou enquanto a criança não for autónoma, a lavagem das
mãos nos momentos apropriados está dependente dos educadores.

É fundamental secar bem as mãos, por várias razões:

Ajuda a prevenir as fissuras das mãos,

Reduz a contaminação das mãos (molhadas contaminam-se mais


facilmente),

Remove algumas bactérias e vírus.

LIMPAR OS OUVIDOS E O NARIZ

Os ouvidos

A presença de cera nos ouvidos não é sinal de sujidade mas de que o canal auditivo
externo está a funcionar. Por esta razão, não se deve limpar os ouvidos com
cotonetes porque só servirá para empurrar as secreções para locais mais fundos
do canal auditivo.

Quanto muito, poder-se-á limpar a parte de fora do ouvido com muito cuidado.
Cotonetes com proteção redonda maior devem ser preferidos para limpar a orelha.

O Nariz

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Deve ser limpo cuidadosamente, pelo menos uma vez por dia de forma
completa.

Assoar-se e não fungar. São palavras de ordem que têm de ser repetidas até à
exaustão, sobretudo a partir dos 2 anos e meio de idade, altura em que já é
possível uma criança assoar-se.

Uma criança desta idade não tem ainda responsabilidade suficiente para se
assoar quando precisa, como tal, é preciso que os pais e educadores andem
constantemente a lembrar ou então associem o assoar-se com outro momento que
faça parte da rotina, como por exemplo, as idas à casa de banho. Pode ser boa ideia
insistir que, para além da lavagem das mãos, também peguem num papel e se
assoem, mesmo que não tenham muito ranho.

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Privacidade e integridade
Regras e práticas

Corrigir em particular:

Chamar a criança de canto, olhar nos olhos e explicar o que fez de errado.
Sem se alterar, sem expor. Parece tão simples mas no calor dos acontecimentos
pode não ser.

Não falar dos seus problemas para os outros

Especialmente se a criança estiver perto. Deve-se evitar esse tipo de


comportamento. A criança vai-se sentir MUITO exposta e, provavelmente, não
saberá lidar com isso.

Não ridicularizá-la pelos seus defeitos na frente dos outros

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Falar que a criança não sabe fazer algo direito ou imitá-la é muito errado e
vai afetar a sua autoestima.

Não comparar o seu comportamento com o de outra criança

Segue o mesmo raciocínio do item anterior. A criança não sabe contar, ou


não tem a mesma velocidade que o colega da escola, ou não pinta/canta/dança tão
bem como o irmão…. Devemos lembrar-nos sempre que: cada um tem as suas
próprias habilidades.

Não fazer uso de insultos e difamações

Pais que agridem verbalmente acham que não é agressão. Mas são e ficam
pelo resto da vida.

Ao cuidar da saúde emocional das nossas crianças certamente estaremos


criando filhos mais amorosos e preparados para enfrentar a vida.

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Cuidar dessa privacidade e integridade da criança na educação quotidiana é


fundamental para o crescimento e para se tornarem adultos seguros.

Comunicação

À medida que os nossos filhos crescem, entram na escola, se tornam


progressivamente mais independentes e passam cada vez mais tempo com os
amigos, a importância de falar com eles não diminui, aumenta. Comunicar e
dialogar abertamente com os nossos filhos é essencial para alimentar a nossa
relação, para partilhar ideias, opiniões e informação.

Sugestões Sobre Como Manter uma Boa Comunicação Com os


Filhos:

Criar tempo para ouvi-los falar sobre o seu dia-a-dia e as atividades que
realizarem, garantindo que a criança sabe que estamos realmente interessados e a
ouvi-la atentamente. À medida que as crianças crescem já não passam tanto tempo
connosco ou já não nos procuram tanto, por isso é importante fazer um esforço
para passar tempo a dialogar com elas aproveitando as alturas em que estão mais
disponíveis para isso (por exemplo, antes de deitar, antes do jantar, no carro…).

Falar COM os nossos filhos e não PARA os nossos filhos. Mostrar


interesse e aprender sobre os seus interesses. Iniciar uma conversa partilhando
aquilo que pensamos sobre determinado assunto (em vez de começar a conversa
com uma questão).

Fazer perguntas abertas, que impliquem respostas mais completas do que


apenas “sim” ou “não”.

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Demonstrar que estamos realmente a escutar: parar o que estamos a


fazer para as ouvir, sempre que estão a falar sobre as suas preocupações;
expressar interesse sobre o assunto do qual nos estão a falar; deixá-las acabar de
falar, antes de falarmos nós.

Encorajar os filhos a ler (e ler com eles) livros e histórias que estejam
ligeiramente acima do seu nível de competências atual.

Vocabulário e Padrões de Comunicação:

À medida que as crianças vão progredindo na escola as suas capacidades de


compreensão e utilização da linguagem tornam-se mais sofisticadas. Normalmente
as crianças compreendem mais palavras e conceitos do que aqueles que
conseguem expressar. Tente utilizar uma linguagem adequada à idade da criança,
mas sem a simplificar demasiado. Não deixe de utilizar palavras mais
complexas. Em caso de dúvida, opte por perguntar à criança se sabe o significado
da palavra e explicar-lho.

Entre os 6 e os 12 anos as crianças questionam, duvidam e criticam os pais. Já


não consideram o Pai e a Mãe as únicas autoridades. Este questionamento é
normal e significa que estão a tornar-se pensadores críticos. Às vezes, parece que
se distanciam ou até rejeitam as pessoas de quem mais gostam. À medida que
passam mais tempo na escola, as crianças desenvolvem novos padrões de
comunicação e imitam o que os amigos dizem ou o que vêem na televisão. Por
muito boa que seja a relação com os pais, podem começar a tornar-se mais
reservados sobre a sua vida e a não partilhar todos os seus pensamentos com os
pais. As crianças desta idade podem sentir-se alternadamente dependentes ou
rebeldes, comportamento que pode ser muito irritante para os pais. Às vezes têm
um comportamento dependente (querem ser tratadas como se fossem bebés)
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durante dias e depois, subitamente, começam a fazer birras e sentem-se insultadas


se os Pais as tratam “como um bebé”.

Durante a adolescência estas características intensificam-se. Para os


adolescentes a opinião dos amigos sobrepõe-se à dos Pais e consideram muito
importante pertencer ao grupo e seguir as tendências atuais. O processo de
construção da autonomia do adolescente pode conduzir a alguns conflitos com os
Pais e, na tentativa de afirmar a sua identidade, o adolescente desenvolve fortes
opiniões sobre tudo desafiando, muitas vezes, os valores da sua família. As
mudanças de humor do adolescente podem ocorrer com frequência, assim como
uma alternância entre o sentir-se confiante, seguro e independente e, pelo
contrário, inseguro, sozinho e com receio.

Quando Sentimos que Dialogar Com os Nossos Filhos é


Impossível!

Às vezes fazemos um grande esforço para falar com os nossos filhos, mas eles
parecem não nos ouvir: “mas porque é que falar contigo é tão difícil?!”, “não
ouviste o que eu disse?!”, “porque é que não fizeste o que te disse?!”. Quando as
coisas se complicam podemos ver-nos envolvidos em “lutas de poder” e não
sabemos o que dizer para acabar com a situação.

Muitas vezes, comunicar com os nossos filhos é realmente difícil e desafiante.


Não há uma receita mágica para que tudo funcione na perfeição, mas algumas
ideias podem ajudar:

Escutar. Respirar fundo e dedicar, efetivamente, tempo para os ouvir. Ações


como olhar nos olhos, ajoelhar à altura da criança e acenar com a cabeça podem
dar sinal à criança de que a estamos realmente a ouvir. Se, naquele momento não
temos disponibilidade para a ouvir com calma é melhor adiar esse momento – “já
volto, falamos daqui a uns minutos”.

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Repetir o que ouvimos. Reafirmar aquilo que ouvimos os nossos filhos


dizer, utilizando as nossas próprias palavras, pode ajudar as crianças a reconhecer
os seus próprios sentimentos e a sentirem-se compreendidas. Por exemplo,
“querias ir já ao parque, não era?” ou “hoje não te apetecia nada ir à escola”. Esta
estratégia não se aplica quando a criança está no meio de uma birra – dizer “estás
muito zangada e descontrolada” pode agravar a situação em vez de melhorá-la.

Fazer perguntas específicas para recolher mais informação. Fazer


questões que permitam à criança falar sobre o que pensa e como se sente (por
exemplo, “podes dizer-me exatamente o que se passou?” ou “o que é que te
aborreceu mais nessa situação?”) pode ajudar os pais a perceber o que se passa e
como a criança se sente, para além de ser benéfico para a própria criança. Com
crianças em idade pré-escolar ou pré-adolescentes perguntas abertas bem
intencionadas acabam normalmente em respostas monossilábicas, por exemplo,
“Como correu o teu dia na escola hoje?… Bem!”. Fazer questões específicas pode
inspirar conversas mais produtivas, por exemplo “a aula de inglês hoje correu
melhor? A Professora estava mais bem disposta?”.

Ver a situação pelos olhos da criança. Todos sabemos como é


desagradável quando alguém nos diz “isso é ridículo” acerca de algo importante
para nós ou quando menosprezam a nossa opinião dizendo “nem acredito que
disseste isso!”. Aquilo que para nós pode ser algo sem qualquer importância, para o
nosso filho pode ser um motivo sério de preocupação ou tristeza.

Reconhecer os sentimentos e opiniões da criança. Às vezes os filhos


querem apenas saber que os ouvimos e que sabemos o que sentem ou pensam.

Tentar não contradizer a afirmação da criança imediatamente, mesmo


quando sabemos que está errada. Ouvir os nossos filhos antes de lhes dizer que
não. Por exemplo, se o nosso filho diz “nunca mais quero ir à escola”, em vez que
lhe dizer “pois, mas tens de ir”, podemos perguntar “o que te leva a dizer isso? Qual
é a pior coisa de ter ir à escola?”.
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Aguardar um momento para pensar sobre o que a criança nos está a


pedir ou a dizer. Mesmo que a nossa resposta final acabe por ser um “não”,
podemos dizer “deixa-me pensar um momento sobre o que me estás a dizer/pedir
e já te respondo”. Esta estratégia obriga-nos a parar um pouco e a não fazer um
julgamento precipitado, mesmo que a resposta acabe por ser “não, não vamos
comprar esse brinquedo”. Esta pausa também faz a criança sentir que foi ouvida e
que parámos para considerar a sua opinião/pedido.

Partilhar os nossos pensamentos em voz alta. As crianças apreciam


quando são envolvidos nos nossos processos de pensamento. Se a criança pede
para dormir em casa de um amigo, podemos dizer “Sei que gostavas de ir, mas a
tua avó vem cá este fim-de-semana e também deve querer ver-te. Deixa-me falar
com ela e pensar sobre isso e depois respondo-te”.

Permitir à criança expressar os seus sentimentos negativos, mesmo


quando é difícil de ouvir. Às vezes, o simples facto de estarmos presentes e
ouvirmos, sem dizermos quase nada, pode acalmar e confortar a criança. Às vezes
vale a pena esperar que ela expresse os seus sentimentos e, depois, então,
tentar dialogar sobre eles calmamente.

Não atacar a criança. Se a criança diz ou tem um comportamento que


consideramos incorreto, não devemos atacá-la dizendo, por exemplo, “és mau!
Como te atreves a falar comigo dessa maneira?!”. A criança deve ser separada do
seu comportamento, ou seja, não é a criança que é má, mas o seu comportamento,
naquele momento. Não queremos passar a mensagem que a criança é,
intrinsecamente, má e fazer com que tenha vergonha dos seus sentimentos. Desta
forma, podemos dizer “Esse tipo de linguagem é incorreto e não permito que o
utilizes”.

Dizer à criança como nos sentimos. Partilhar com a criança como nos
sentimos num determinado momento ou como um comportamento seu nos fez
sentir, pode ajuda-la a compreender que também temos sentimentos e ajudá-la a
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expressar os seus. Por exemplo, podemos dizer “Hoje tive um dia mau no trabalho
e estou de mau humor” ou “Desculpa, a Mamã errou”. Ou, em vez de dizer “Achas
que é correto falares-me dessa maneira?”, dizer “Sinto-me zangado quando falas
comigo assim”. No entanto, é necessário ter atenção de que passar muito tempo a
falar sobre como nos sentimos pode fazer com que a criança se sinta
sobrecarregada (ou aborrecida) pelas nossas emoções. Pelo contrário, nunca falar
sobre o que sentimos, pode passar a mensagem de que a criança não tem
permissão para articular os seus próprios sentimentos.

Criar soluções em conjunto. Quando deixamos a criança expressar os seus


sentimentos negativos e depois lhe pedimos que imagine um cenário diferentes,
encorajamo-la a discutir o problema e, ao mesmo tempo, a tornar-se parte da
solução. Por exemplo, se a criança quer muito alguma coisa que não pode ter,
podemos estimulá-la a imaginar o que quer e a falar sobre isso. Por exemplo, “O
que farias se pudesses parar o carro neste momento?” ou “Aposto que gostavas que
a avó estivesse aqui neste momento. O que gostarias de fazer com ela?” (e depois,
se o pedido é razoável e possível, assumir o papel da avó e fazê-lo).

Usar o humor (mas não contra a criança). Nem todos os conflitos têm de
ser resolvidos através de uma discussão séria. Às vezes, o humor é a melhor saída.
Em vez de “limpa o teu quarto imediatamente”, podemos dizer “Este quarto parece
um laboratório… ainda não vejo bolor, mas deve começar a aparecer não tarda
muito”.

Antes da crítica negativa, a positiva. Por exemplo, se a criança traz um


teste com vários erros, primeiro podemos comentar as respostas corretas que deu
e só depois discutir o que correu mal. Ou, após uma “partida” que criou uma
grande confusão, dizer “Muito engenhoso. Agora toca a limpar!”.

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Oferecer escolhas limitadas. Pode escolher dá à criança um sentido de


poder e controlo, que é o que deseja. Em vez de dizer apenas “vamos vestir!”
podemos dizer “queres vestir a t-shirt azul ou a vermelha?”, “queres comer pêra ou
maçã?”, “preferes lavar os dentes primeiro ou vestir o pijama?”. Ao oferecer duas
escolhas (duas! Não cinco ou seis!) aceitáveis e adequadas do nosso ponto de vista,
estamos, simultaneamente, a permitir à criança escolher.

Oferecer escolhas apenas quando existe realmente a possibilidade de


escolha. Devemos ser claros sobre as situações que negociáveis e as que não são.
Se a criança se recusa a ir para a escola podemos dizer “Sei que não te apetece ir à
escola hoje. Mas vamos ter de ir à mesma. Saímos em 10 minutos”. Quando não há
realmente uma escolha e o resultado já é antecipadamente conhecido (no exemplo,
ter de ir à escola) falar muito sobre o assunto só adia o inevitável.

Ouvir a entoação do que dizemos, mais do que as palavras. Às vezes,


não é o que dizemos, mas a forma como o dizemos que tem impacto. Muitas vezes
as crianças não estão a ouvir as palavras que dizemos, mas vêem a nossa cara e

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reagem ao tom de voz que utilizamos. Se estamos a sentir o aproximar de um


conflito poemos perguntar a nós próprios “gostaria que falassem comigo desta
maneira?”, se a resposta for não, podemos continuar a perguntar-nos “estou
zangado ou irritado com alguma coisa?”.

Todos os Pais já disseram aos filhos coisas que nunca pensaram vir a dizer e
odiavam que os próprios pais lhes dissessem. Grande parte da tarefa da
parentalidade é lidar com sentimentos de desamparo e às vezes de desespero.
Nessas alturas é importante lembrar que, para todos os Pais, é difícil comunicar
com os filhos e que todos os filhos fazem birras. Mas a verdade é que nem sempre é
fácil Sobreviver à Parentalidade.

Se existe um padrão repetido de comportamentos desafiadores da criança e os


sentimentos de zanga começarem a ser difíceis de gerir, se nada funciona durante
um período de várias semanas ou meses, pode ser importante procurar ajuda
profissional.

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Produtos de higiene, hidratação e conforto


Os produtos de saúde e higiene englobam uma vasta gama de materiais fibrosos,
para diferentes aplicações, e surgem da necessidade de proteger

Com o crescente aumento de infeções estes produtos assumem, cada vez mais, um
papel fundamental.

Tal como os restantes materiais fibrosos de aplicação médica, os produtos de


higiene e saúde devem ser: antialérgicos, resistentes a microrganismos,
permeáveis ao ar, não tóxicos, capazes de serem esterilizados e impermeáveis a
líquidos. Para além disso, estes produtos devem proporcionar conforto e não
limitar os movimentos de quem os utiliza.

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Cuidados de segurança, manutenção e higiene de


materiais, equipamentos e utensílios utilizados

Agentes básicos de limpeza

Água

É o agente mais simples de limpeza, uma vez que ajuda a dissolver a maioria
da sujidade. No entanto, a água sem nenhum auxílio não penetra
convenientemente numa superfície.

Se se acrescentar um agente como o detergente, a solução torna-se mais


penetrante e como tal limpa com maior eficácia. A pressão da água é um poderoso
método de limpeza, desalojando a sujidade e retirando-a da superfície.

Higienização de espaços e equipamentos

Sabão

O sabão é feito de gorduras naturais, como o óleo de palma, óleo de peixe ou


outro animal gordo, misturado com soda cáustica (uma poderosa substância
química). Ele é produzido na forma sólida, liquida, em lascas ou em pó.

O sabão misturado em água produz uma emulsão. Isto significa que pode
dissolver a maioria das gorduras ou óleos em partículas tão pequenas que se
misturam com água e desaparecem.

Para ter certeza que não ficam partículas de sujidade deve-se enxaguar mais
que uma vez. Infelizmente uma mistura de sabão e água também produz uma
espuma insolúvel.

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Os componentes quer da água quer do sabão, aderem à superfície a ser


limpa, tornando mais difícil o enxaguamento.

Isto torna o sabão impróprio para a limpeza de certas superfícies (ex.


Parede develudo).

Desinfetantes Químicos:

Os desinfetantes químicos são utilizados, frequentemente, para matar bactérias,


sendo esta ideia reforçada constantemente na publicidade.

Contudo, na maioria dos casos, os desinfetantes químicos não são necessários. Se a


superfície tiver sido limpa convenientemente, a maior parte das bactérias terão
sido removidas com a sujidade.

A prevenção passa por manter as superfícies secas, pois a humidade proporciona a


propagação das bactérias.

Para que este tipo de produto atue corretamente é necessário cumprir as seguintes
regras:

A água deve ser acrescentada de acordo com as indicações do produto.

Os desinfetantes não devem ser misturados. A mistura provocará reação química


ou libertação de gazes tóxicos e os produtos perderão a sua eficácia.

Nenhum desinfetante é eficaz para todo o tipo de bactérias, pelo que este deve ser
escolhido mediante o tipo de bactéria a matar.

As soluções desinfetantes só devem ser preparadas quando necessárias, pois


perdem a eficácia se forem guardadas algum tempo.

Primeiro, as superfícies devem ser limpas.

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Higienização de espaços e equipamentos

Alguns desinfetantes podem perder eficácia em certos tipos de plásticos,


cortiça ou outro tipo de material. Siga as instruções.

Detergentes sintéticos:

Estes são feitos a partir da combinação de diferentes químicos. O detergente


liberta a sujidade, mas pode não evitar a necessidade de esfregar. Os detergentes
não formam espuma quando adicionados à água.

Existe um variado leque de opções provenientes de diversas combinações de


químicos específicos para determinados tipos de utilização, como:

Detergentes neutros – São utilizados mais para a limpeza do pó e outras


tarefas similares, por norma são multiusos;

Detergentes alcalinos – São utilizados em superfícies difíceis, em tarefas


especializadas, uma vez que são detergentes desengordurantes. Alguns destes
produtos são abrasivos, pelo que devem ser usados de acordo com as
especificações do fabricante.

Agentes ácidos – Estes são usados para limpar casas de banho para
remover nódoas causadas por depósito de cal. Uma vez que são ácidos fortes,
devem ser utilizados de acordo com as especificações do fabricante e respeitando
as normas de segurança.

Outros agentes de limpeza:

Agentes compostos de solventes :

São uma solução de um líquido, por exemplo água, agentes líquidos e outros
aditivos. Estes agentes são usados para a remoção de cera de madeiras, limpeza a
seco e remoção de nódoas.

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Agentes abrasivos:

Também designados por agentes erosivos, são muito usados para a limpeza
de acessórios sanitários em loiça ou superfícies esmaltadas. Este tipo de agente
não é aconselhado para superfícies que se risquem com facilidades.

Regras de organização do serviço de higienização:

As tarefas de limpeza podem ser feitas de várias maneiras de modo a cumprirem


os seus objetivos com o mínimo de esforço pessoal, bom uso de tempo e sem
desperdícios, tanto de produtos e materiais de limpeza ou energia para operar esse
tipo de equipamento.

Em alguns estabelecimentos, por cada nova tarefa são propostas técnicas


detalhadas:

Que tipo de material usar;

Que equipamento usar;

O padrão pretendido;

Como estabelecer o trabalho;

Que sequência seguir;

Quanto tempo deverá durar.

De acordo com a abrangência e objetivos a atingir, podem estabelecer-se


diferentes frequências de limpeza:

Limpeza corrente: é aquela que se realiza diariamente, e que inclui a limpeza e a


arrumação simplificadas.

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Limpeza de conservação ou semanal: é a limpeza que embora não


necessite de ser realizada todos os dias, pela sua importância na conservação de
um bom ambiente, não deve ser descurada, devendo por isso ser realizada pelo
menos uma vez por semana.

Limpeza imediata: é aquela que é realizada quando ocorrem salpicos e/ou


derrames (ex: sangue ou outra matéria orgânica) em qualquer período do dia,
podendo ser solicitada pelos profissionais de saúde ou sempre que constatada pelo
funcionário do serviço de limpeza.

Limpeza global: trata-se de uma limpeza mais completa e de fundo, que


contempla estruturas por vezes de difícil acesso e/ou limpeza.

A frequência da limpeza é estipulada de acordo com a classificação das áreas. No


entanto, as técnicas de limpeza e os produtos empregues, para cada tipo de
material, são sempre iguais em qualquer área do estabelecimento, quer seja
considerada ou não área crítica.

A principal distinção entre a limpeza corrente da “área crítica geral” e da “área


semi-crítica geral” reside na limpeza que é realizada a meio do dia, uma vez que
neste período, e somente neste, poderá existir um menor número de zonas a
limpar.

A higienização deve garantir a eliminação de sujidades visíveis e não visíveis,


assim como a destruição de microrganismos patogénicos e até níveis que não
coloquem em causa a saúde dos utilizadores e a qualidade dos produtos. Inclui
uma etapa de limpeza seguida de desinfeção.

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Técnicas de higiene
É durante a infância que se deve aprender a cuidar do próprio corpo. A
responsabilidade de ensinar é dos pais, em primeiro lugar, mas a escola também
tem a obrigação de apoiar essa fase tão importante da formação das crianças.

Em princípio, os pequenos devem conhecer o próprio corpo para entender a


importância de cada hábito higiênico que vão adquirir. Os pais devem criar uma
rotina, como: antes de se sentar-se à mesa, devem lavar as mãos; antes de se
deitar-se, devem escovar os dentes e usar o fio dental. Com o tempo, eles vão se
acostumar a essas atividades e vão fazê-las sem pensar.

Porém, eles devem entender o motivo de todas essas coisas. Os pais têm que
conversar com os seus filhos e esclarecer as razões dessas obrigações com a
limpeza corporal, de forma simples e usando uma linguagem que eles entendam. É
preciso dizer, por exemplo, que lavar e pentear os cabelos não permite que os
piolhos se proliferem ou ainda que as cáries danificam os dentes. Então, devemos
escová-los e usar fio dental várias vezes ao dias para evitar problemas.

Se na escola as crianças recebem apoio de maneira mais descontraída, ouvindo


historinhas e assistindo a teatro de fantoches, elas captam a mensagem com mais

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precisão. Por isso os métodos pedagógicos devem chamar bastante atenção, nesse
sentido.

O que a criança deve aprender sobre higiene pessoal:

Escovar os dentes. Os pais devem explicar a maneira correta de fazê-lo,


como escovar a língua e de que forma usa-se o fio dental. Atenção: nos primeiros
dias, fique olhando para ver se seu filho faz certo; depois o deixe fazer sozinho, mas
fiscalize, veja se está bem feito. Depois de um tempo, quando vir que ele
desempenha bem essa função, pode deixá-lo fazer totalmente sozinho.

Lavar as mãos antes das refeições, depois de usar o banheiro e quando


chegar da rua. Até os quatro anos, os pais devem levar a criança para lavar as
mãos. Depois dessa idade, podem apenas reforçar o recado, mas deixando que o
façam. Lembre-se de ensinar cada passo – água, sabão, enxáguar e enxugar.

Pentear os cabelos. Para os meninos, essa tarefa é mais fácil; as meninas


precisam de mais atenção, até pelo, menos sete ou oito anos de idade para lavá-los
e penteá-los. O importante é ensinar desde cedo a pentear o cabelo ao acordar e
depois do banho.

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Tomar banho. É preciso que a criança tenham uma hora marcada para
tomar o banho e seus utensílios (sabonetes, xampu, condicionador e toalhas)
devem estar sempre ao seu alcance quando estão aprendendo a tomar banho
sozinhas. Os pais devem mostrar a maneira certa de lavar as partes íntimas, os pés
e todo o corpo. Elas precisam de auxílio até uns seis anos, quando podem exercer
essa atividade totalmente sozinhas.

Cuidados de higiene e conforto


É importante que a creche disponha de um contato no serviço de saúde de
referência na região para facilitar o encaminhamento da criança caso seja
necessário.

A apresentação do cartão de vacinação da criança deve ser solicitada no


momento de seu ingresso na creche, e o acompanhamento da situação vacinal pode
ser realizado, solicitando aos pais/responsáveis que o apresentem periodicamente.
Caso haja atraso vacinal, deve-se encaminhar os pais/responsáveis à unidade de
saúde mais próxima para que providenciem a atualização das vacinas.

Os cuidados de saúde e higiene, tanto dos funcionários como das crianças,


devem ser registrados nos Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs),
descrevendo a rotina de atividades que são realizadas, modo e frequência com que
ocorrem e o profissional responsável pelo procedimento.

A integração com a unidade básica de saúde próxima à creche é de fundamental


importância para assegurar boas condições de saúde das crianças no dia-a-dia. O
contato com os profissionais da unidade de saúde poderá viabilizar uma série de
serviços, tais como realização de consultas pediátricas quando necessário,
consultas odontológicas, exames periódicos de sangue (para o controle de anemia)

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ou protoparasitológico (para o controle de verminoses), vacinação e obtenção de


medicamentos prescritos pelo médico.

Muda de fraldas
É importante mudar regularmente a fralda do bebé, dado que a combinação da
urina com as bactérias das fezes pode sensibilizar a pele e provocar a assadura da
fralda. Deve mudar a fralda antes ou após cada refeição (exceto à noite, quando a
muda da fralda pode perturbar), e ainda quando o bebé fizer cocó.

No início, os bebés evacuam várias vezes ao dia e urinam de três em três horas. A
humidade não incomoda a maioria dos bebés, por isso não conte com qualquer
choro ou demonstração de desconforto sempre que precisar de mudar a fralda. As
fraldas descartáveis absorvem a humidade particularmente bem, pelo que
nem sempre se aperceberá se estão molhadas até estarem saturadas. Para evitar

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este problema, verifique se a fralda está molhada de duas em duas horas, puxando
a fralda com um dedo limpo para espreita

O que devo ter à mão em cada muda de fralda?

Antes de mudar a fralda do bebé, certifique-se de que tem os seguintes


elementos:

Uma zona de muda de fralda segura, com uma superfície limpa e


lavável

Uma fralda limpa

Um saco para colocar a fralda suja

Toalhetes ou bolas de algodão com água morna ou loção de limpeza de bebé

Creme protetor, se o bebé tiver o rabinho assado

Muda de roupa caso a fralda suja tenha transbordado

Um entretenimento – mude a fralda do bebé por baixo de um mobile ou dê-


lhe um boneco de peluche para o distrair do que lhe está a fazer abaixo do nível da
cintura.

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Técnicas de vestir e despir – ajudas e


técnicas de apoio
Ao vestir o bebé o primeiro cuidado está relacionado ao local. A troca de roupas
ficará muito mais fácil se você colocar seu bebé no colo enquanto troca a parte de
cima. Comece pela parte de cima, região onde pode ocorrer maior perda de calor
no bebé. Depois, deite o seu bebé na cama ou no trocador e coloque a parte de
baixo.

Caso vista um macacão, coloque primeiro as perninhas, puxando o tecido pelas


pernas do bebé, e depois passe parte a parte superior.

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Quando for vestir o bebé, apoio-o no seu colo, estique o colarinho do bebé e passe
pela cabeça dele. Use os seus dedos para manter o colarinho afastado e evitar que
encoste no rosto e orelhas do bebé.

Não tente empurrar o braço do seu bebé através da manga. Em vez disso, coloque a
sua mão na manga do lado de fora, segure a mão bebé e puxe-o completamente.
Quando o despir, retire uma manga de cada vez enquanto apoia as costas e a
cabeça do bebé. Em seguida estique o colarinho deixando o rostinho e as
bochechas do seu bebé livres.

A não ser que esteja quente, mais de 24 graus, a orientação é vestir o seu
recém-nascido com uma série de camadas de roupas para mantê-lo quente.

Veja os cuidados ao escolher a roupas do bebé que facilitam a vida:

Opte por roupas com aberturas na frente em vez das costas;

Opte por roupas com aberturas na região das pernas que facilitem a troca
de fraldas;

Escolha roupas com mangas mais soltas para que as suas mãos possam
passar por elas na altura de puxar o bracinho do pequeno ao vesti-lo;

Evite fitas, cordas ou qualquer outra coisa que possa causar o sufocamento
do bebe;

Opte por roupas com tecidos mais elásticos que não apertam.

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Higienização dos espaços


A casa de banho tem de se limpar diariamente os vasos sanitários, pias, chão e
espelhos (repor papel higiénico, toalhetes e sabonete líquido). As paredes, tetos,
portas devem ser limpas uma ou duas vezes por ano. Os azulejos devem ser limpos
semanalmente.

O fraldário as superfícies de mesas e chão devem ser limpas diariamente,


remoção dos resíduos e reposição de stocks (fraldas, etc).

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Já na cozinha e refeitório a limpeza deve ser feita diariamente nas mesas, no


chão, nas cadeiras, após cada refeição.

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Na sala de atividades devem ser limpas cadeiras, mesas e o chão diariamente. Os


jogos e materiais lúdicos pedagógicos mensalmente ou sempre que necessário.

Na zona de descanso o chão deve ser limpo diariamente, cadres e substituição de


lençóis e fraldas semanalmente.

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No recreio especialmente durante o Outono tem que haver a remoção de folhas, e


diariamente limpar o lixo que as crianças deixam no chão.

Recolha, separação e transporte de resíduos


O controlo do manuseamento de resíduos inclui:

Definição da implementação do sistema de identificação de resíduos.


Seleção de acondicionadores apropriados.
Implementação da segregação dos resíduos de acordo com as suas
características.
Definição e implementação de métodos de manuseamento
Implementação da proteção ao trabalhador envolvido com o manuseamento
de resíduos.

A correta identificação dos resíduos visa, entre outras coisas:


Proteger trabalhadores quanto à exposição ou contato com eventuais
resíduos perigosos.
Prevenir a mistura inadvertida de resíduos diferentes, principalmente
resíduos perigosos com não perigosos.
Prevenir a disposição inadequada de resíduos.

Métodos adequados de manuseio devem ser definidos e implementados


para:
Não permitir que resíduos não contaminados por resíduos perigosos sejam
contaminados por estes.

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Não permitir que os resíduos sejam expostos às intempéries, aumento a sua


quantidade.
Prevenir que resíduos ou líquidos que escoem dos mesmos atinjam o solo
ou coleções hídricas.
Proteger a segurança e saúde daqueles que eventualmente se envolvam no
manuseamento dos resíduos.

PROTEÇÃO DO TRABALHADOR
A organização deve:
Retirar os resíduos dos limites da indústria e dispô-los de forma a prevenir
quaisquer danos à segurança e saúde dos trabalhadores e impactos ao meio
ambiente.
Prover ferramentas adequadas para manusear os resíduos, de forma a
evitar contacto direto do trabalhador com estes, improvisações e eventuais
acidentes de trabalho.
Prover Equipamentos de Proteção Individual – EPI – adequado ao
manuseamento dos resíduos.

Os equipamento de proteção individual devem incluir:

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Proteção da face e olhos;


Proteção respiratória;
Proteção dos membros;
Proteção da pele.
Controlo médico quando a exposição do trabalhador ao resíduo puder
provocar doenças.

Decorrentes da prestação de cuidados de higiene, conforto e eliminação e


limpeza e higienização dos espaços

A organização deve prover de uma infraestrutura para o armazenamento


adequado dos resíduos. Isto inclui:
Locais separados para armazenar resíduos perigosos e os não perigosos.
Segregação entre resíduos que sejam incompatíveis entre si.
Sistema para prevenir o acesso de pessoas não autorizadas.

O local a ser utilizado para o armazenamento de resíduos deve ser tal que:
o perigo de contaminação ambiental seja minimizado;
a aceitação da instalação pela população seja maximizada;
evite, ao máximo, a alteração da ecologia da região;
esteja de acordo com a zona da região.

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A seleção do local deve levar em conta também:


as condições de quaisquer operações industriais na vizinhança que
poderão gerar faíscas, vapores reativos, umidade excessiva, etc. e atingir os
resíduos.
os riscos potenciais de fenómenos naturais ou artificiais como: elevada
precipitação pluviométrica, ventanias, inundações, marés altas, queda de barreiras,
deslizamentos de terra, afundamento do terreno, erosão, etc.

Ocorrências e anomalias na gestão de resíduos:


aspetos fundamentais a transmitir; procedimentos
de registo

A gestão de resíduos em Portugal é regulamentada com um conjunto de


legislação, recursos e meios desenvolvidos em conformidade com os diferentes
Planos Estratégicos definidos.

Neste espaço podem ser consultados os diferentes Planos Estratégicos em


vigor, nomeadamente o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos
(PERSU II), Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares (PERH), o Plano
Estratégico dos Resíduos Industriais (PESGRI), o Plano Nacional de Prevenção de
Resíduos Industriais (PNAPRI), Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma
da Madeira (PERRAM) e Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores
(PEGRA) .

Tal como em qualquer sistema integrado de gestão, o primeiro passo na


implementação de um Sistema Integrado de Gestão de Resíduos (SIGR) consiste
em planear detalhadamente as atividades a executar para atingir os objetivos
definidos.

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Assim sendo, independentemente do modelo de Sistema de Gestão de


Resíduos adotado ou a aplicar pela empresa, a fase de planeamento deve cumprir,
pelo menos, as seguintes etapas Obter o apoio de Gestão de Topo da empresa, que
deve tomar consciência dos benefícios do SIGR, assim como do custo associado,
definir objetivos e metas e formalizar o apoio por escrito.
Juntamente com a definição dos objetivos e metas, definir indicadores
ambientais, ou seja, expressões específicas que fornecerão informação sobre o
desempenho ambiental da organização (por exemplo: % redução resíduos/ano; kg
de resíduos enviado para aterro/unidade produzida). A Norma 14031:2004 -
"Linhas de orientação para a avaliação do desempenho ambiental", define e
fornece exemplos de indicadores ambientais

A identificação das quantidades e tipos de resíduos produzidos na


Organização é efetuada através de uma análise detalhada aos diferentes processos
desenvolvidos pela empresa, que permita obter os seguintes dados:

Que resíduos se produzem e em que quantidades.


Onde se produz cada um desses resíduos.
Causas da produção dos resíduos.
Composição física e química dos mesmos.
Substâncias perigosas que contenham.
Características de perigosidade dos resíduos: toxicidade, corrosividade,
inflamabilidade, etc.
Problemas particulares que os resíduos gerados podem apresentar como:
requisitos legais associados, impacto ambiental, infraestruturas
necessárias, reclamações, etc.
Sistema de tratamento utilizado atualmente.
Custos associados à sua gestão.

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Relação entre os custos e as responsabilidades que podem advir de uma


incorreta gestão de resíduos.

A elaboração de um diagrama de fluxo, ou seja, a representação gráfica


dos passos e etapas dum processo proporcionará uma melhor compreensão do
processo em questão.

Uma vez elaborados os diagramas de fluxo, será necessário estabelecer as


entradas, ou inputs (matérias-primas e auxiliares, água, energia) e as saídas, ou
outputs (produtos, subprodutos, resíduos, emissões, águas residuais), associados
a cada operação ou processo.

A mistura de resíduos incompatíveis pode gerar reações indesejáveis ou


incontroláveis com impactes ambientais adversos e consequências negativas na
saúde humana. Destacam-se os mais comuns, nomeadamente:

Incêndio ou explosão;

Libertação de fumos;

Volatilização de substâncias inflamáveis ou tóxicas e consequente libertação


de gases inflamáveis ou tóxicos;

Solubilização de substâncias tóxicas;

Polimerização violenta.

A extensão dos impactos dependerá essencialmente, das características físico-


químicas dos resíduos, das quantidades envolvidas, dos locais de
armazenamento e dos tipos de reações geradas

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A verificação é o processo que compreende a monitorização e a correção das


ações, para garantir o alcance dos resultados previstos.

A monitorização permite que, pela análise dos dados, se possam planear e


executar intervenções necessárias para melhorar a eficácia e eficiência das
atividades que compõem o SIGR.

Um controlo efetivo das atividades do SIGR, permite à organização melhorar


continuamente o desempenho do referido sistema, executar atempadamente os
ajustes necessários para correção de situações de não conformidade, bem como
potenciar a confiança no SIGR por parte da administração e todos as partes
envolvidas na Organização.

Uma vez que nesta fase do SIGR se pretende avaliar o desempenho ambiental da
organização e acompanhar o plano estabelecido, os indicadores assumem um
papel muito relevante nas atividades de controlo e monitorização do sistema. Ou
seja, os indicadores definidos anteriormente (para acompanhamento dos objetivos
e metas) deverão ser considerados, na fase de seleção das características a
monitorizar/medir.

Os resultados deverão ser registados num formulário de monitorização e


medida, criado pela organização.

A avaliação dos resultados deve ser feita com uma periodicidade mínima
estabelecida (mensal, trimestral, etc.) e deve incluir uma análise tendencial para
que as organizações consigam, em tempo útil, prever possíveis desvios aos
objetivos e metas definidos e assim redefinir os objetivos ou as ações planeadas.

Por forma a assegurar uma análise precisa e consistente, os dados devem ser
relacionados com um valor de referência (objetivos, metas, e indicadores de
desempenho, uma medida de produção, etc.).

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Bibliografia e netgrafia
✓ FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

✓ FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

✓ Miguel, Alberto Sérgio – Manual de Higiene e Segurança no Trabalho, Porto


Editora, (2012)

✓ Bandeira, Adérito – Código do Trabalho; Vida Económica, (2011)

✓ SOUSA, J.P. et al. - "Riscos dos agentes biológicos: manual de prevenção".


Lisboa. IDICT, 1999. 405 p. ISBN: 972-8321-29-5.

✓ http://issuu.com/rmsilva/docs/manual_hst;

✓ www.apambiente.pt

✓ http://europa.eu/legislation_summaries/environment/index_pt.htm

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