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Somos todos deficientes e especiais

Procura-se urgentemente alguém que acredite na inclusão.


Alguém que esteja aberto à incluir, a abrigar, a abraçar, a acolher.
Que seja disposto a abrir oportunidades.
Tenha boa vontade para estimular as habilidades de outrem.
Que queira perceber as potencialidades de outro alguém.
Que seja humano.
Alguém que veja além das máscaras.
Que consiga acreditar no outro.
E que acredite em si mesmo.
Alguém que queira assumir desafios.
Que não tenha medo das diferenças.
Mas que seja diferente.
Que não acredite em barreiras.
E que não aceite limites.
Procura-se alguém que confie no brilho do olhar.
Que tenha fé no seu próprio coração.
E que acredite na INCLUSÃO.

Lara Orlow

Muito Prazer, Eu Existo

Composição : Álvaro Socci / Cláudio Matta

"Existem filhos que precisam mais carinho


De mais cuidados e atenção especial
E essas crianças quando muito bem amadas
Só Deus quem sabe qual o seu potencial

Seus pais conhecem um segredo do universo


Da harmonia na diversificação
Amar alguém dito normal é muito fácil
Longe de indiferença e discriminação..."

Me pergunto se a indiferença é natural


Me pergunto em que consiste ser normal
Me pergunto qual o referencial
Por que todo mundo tem que ser igual ?

Quem de nós é um ser humano exemplar


Quem de nós não tem espelho pra se olhar
Quem de nós é capaz de atirar
A primeira pedra sem se machucar

Alguns de nós julgam-se mais que todo mundo


Como se o sol fosse escolher pra quem nascer
Comparações são vaidosas ou amargas
Tudo na vida tem uma razão de ser

Tem gente preconceituosa e arrogante


E eu me preocupo com seu modo de pensar
Como se Deus fosse algum ser inconseqüente
Que faz pessoas diferentes só pra olhar

Muito prazer, EU existo.


BEATRIZ PADOVAN

Método Padovan

O Método Padovan de Reorganização Neurofuncional, desenvolvido por Beatriz Padovan, é


uma abordagem terapêutica que recapitula as fases do neurodesenvolvimento, usadas como
estratégia para habilitar ou reabilitar o Sistema Nervoso.

Uma terapia clássica de Reorganização Neurofuncional, recapitula os movimentos neuro-


evolutivos do sistema de locomoção e verticalização do ser humano, os movimentos neuro-
evolutivos do sistema oral que leva ao domínio da musculatura da fala, dos movimentos neuro-
evolutivos do sistema ligado ao uso das mãos e sua riqueza de articulações, e dos movimentos
neuro-evolutivos dos olhos com sua organização muscular complexa

O QUE É O MÉTODO PADOVAN?

“Da ótica do terapeuta Padovan, -ser terapeuta- é criar uma conexão profunda com o paciente
e com a família. É saber adaptar o tratamento a cada dia, para otimizar os resultados e ter
empatia com o paciente a cada etapa do processo.”

O Método Padovan de Reorganização Neurofuncional, desenvolvido pela fonoaudióloga Beatriz


Padovan, é uma abordagem terapêutica que recapitula as fases do neurodesenvolvimento,
usadas como estratégia para habilitar ou reabilitar o Sistema Nervoso.

O Método Padovan recapitula o processo de aquisição do Andar, Falar e Pensar de maneira


dinâmica, estimulando a maturação do Sistema Nervoso Central, com intuito de tornar o
indivíduo apto a cumprir seu potencial genético e à adquirir todas as suas capacidades, tais
como locomoção, linguagem e pensamento.

PARA QUE SERVE?

É usado como estratégia para impulsionar o desenvolvimento, como nos casos de atraso e
distúrbios do desenvolvimento; para melhorar a qualidade de funcionamento e integração do
Sistema Nervoso, e nos casos de disfunções tais como: transtorno de aprendizagem,
hiperatividade, distúrbios e dificuldade de atenção e concentração, (TDAH) etc.

PARA QUAL IDADE? 

A técnica pode ser aplicada em todas as faixas etárias, do bebê à terceira idade, com
excelentes resultados. Para ser aplicado, o Método Padovan não necessita sequer da
colaboração do paciente, pois não é preciso que seu nível de consciência esteja normal para
que as estimulações tenham efeito. 

 O que é o Método Padovan?


O método desenvolvido por Beatriz Padovan é considerado uma verdadeira referência quando
o assunto é tratamento de crianças e também de adultos para determinadas síndromes como é
o caso de problemas relacionados a Acidente Vascular Cerebral (AVC) e paralisia cerebral.

O que é mais interessante neste método é que ele tem como principal foco o indivíduo ao invés
da doença. É claro que o desenvolvimento desse método nasceu da observação realizada pela
idealizadora em uma escola pública em que trabalhava, onde teve a oportunidade de perceber
que aproximadamente 5 alunos não conseguiam acompanhar o aprendizado como as demais
crianças.

Ela procurou saber o que acontecia de fato e lhe disseram que era um caso de dislexia.
Curiosa, Padovan resolveu pesquisar sobre como poderia tratar de forma eficaz a doença. E
com todo afinco, dedicação e conhecimento veio a desenvolver hoje o que é conhecido como
Método Padovan.

Qual era a especialidade dela?

Só para você ter uma ideia, Beatriz Padovan fez uma graduação em Fonoaudiologia e mesmo
com os métodos aplicados para os casos diagnosticados de dislexia ela percebeu que eles não
eram eficazes como se esperavam.

E foi através da neurociência que conseguiu encontrar a chave para o desenvolvimento do seu
método, que segundo a própria Beatriz e em conformidade com a neurociência era necessário
se trabalhar o desenvolvimento da criança, pois se houvesse alguma falha mais tarde seria
manifestado.

Segundo a própria Beatriz Padovan todos nós nascemos com uma espécie de programação
genética que deverá ser cumprida. Assim, logo que nascemos começamos a rastejar e
engatinhar até conseguir ficar em pé, e depois caminhar normalmente.

Mas quando ocorre que uma criança não consegue cumprir bem alguma dessas etapas a
proposta é recapitular exatamente a fase do desenvolvimento que precisa ser trabalhada e
estimular o Sistema Nervoso Central (SNC) correspondente a cada uma das atividades
realizadas.

Deste modo o que se faz é organizar, estimular e nutrir exatamente o SNC para que ele
consiga retomar ou então obter a maturidade necessária para agir conforme o ambiente.

Quais são as doenças que podem ser tratadas com o Método Padovan?

Com sua abordagem inovadora desenvolvida por Beatriz Padovan o método Padovan trabalha
todas as síndromes conhecidas. Algumas delas são as seguintes:

Mal de Parkinson

Mal de Alzheimer

Síndrome de Down

Paralisia cerebral

Traumatismo craniano

Acidente Vascular Encefálico (AVE)

Dispraxias

Descoordenação motora fina e global

Síndrome do Pânico

Demências
Doenças degenerativas do sistema nervoso

Motricidade oral e maus hábitos orais

Distúrbios da aprendizagem (dislexia, teste de atenção e outros)

Distúrbios articulatórios em geral

Coma

Disfagia

Depressão crônica

Hiperatividade

Autismo

Como funciona a aplicação do método?

Basicamente o Método Padovan é empregado com vários exercícios como, por exemplo, rolar
e rastejar de forma cruzada ou homolateral. Além de atividades físicas pode se empregar
também alguns exercícios visuais.

A princípio, quando se tem contato com o Método Padovan é comum pensar que ele só deve
ser trabalhado em casos de reabilitação. Entretanto, a sua aplicabilidade também alcança a
prevenção e a manutenção de todas as funções de um indivíduo.

Sendo assim é possível melhorar tanto o desempenho cognitivo quanto motor, o que se
estende para os casos de pacientes idosos para que possam recuperar as suas competências
e melhorar sua qualidade de vida.

Para conseguir alcançar os resultados esperados é importante trabalhar sobre 3 pontos


essenciais que dizem respeito à reorganização neurofuncional:

Não focar na dificuldade observada

Sempre repetir a sequência dos movimentos neuroativos com o intuito de imitar a natureza

Considerar o ser humano em sua totalidade

Sempre fortalecer os níveis mais inferiores para levá-los a maturação.

Método Padovan na prática

O Método Padovan basicamente funciona por meio de sessões em que se realiza uma série de
exercícios corporais com o objetivo de recapitular as fases em que o indivíduo adquire a
capacidade intrínseca de marcha para se deslocar e conseguir verticalizar o seu corpo e
segurá-lo.

Logo após, outros exercícios são realizados para reeducar as funções relacionadas ao estímulo
como, por exemplo, a respiração, a marcha e a mastigação. Vale lembrar que essas funções
orais são categorizadas como pré-linguísticas, pois através delas há uma preparação natural
para que haja os movimentos de fala articulada e, consequentemente, se desenvolver o
processo de comunicação humana da linguagem.

Porém para se utilizar o Método Padovan é necessário fazer uma avaliação inicial para analisar
a capacidade neurofuncional do indivíduo.

Concluindo

Como você já deve ter percebido o Método Padovan pode ser aplicado em diferentes etapas do
desenvolvimento humano, inclusive nos idosos. Em 2018 uma reportagem feita sobre uma
maternidade pública da cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, mostrou que o Método
Padovan é aplicado com eficácia nos recém-nascidos.

Com o auxílio do método é possível estimular o cérebro da criança através da


neuroplasticidade e assim recuperar os movimentos. Em um caso interessante uma criança
sofreu com falta de oxigênio e teve convulsões que acabaram levando ao coma logo que ela
nasceu. E graças ao Método Padovan hoje ela está bem melhor, mama corretamente e
consegue engolir o leite materno.

Dessa forma, o Método Padovan se mostra eficiente nos mais diferentes casos. E neste último
é uma ferramenta poderosa para os partos difíceis em que uma criança nasce e pode sofrer
com possíveis sequelas de problemas durante a cirurgia ou mesmo logo após.

Você já conhecia o Método Padovan? O que achou desta abordagem terapêutica? Opine nos
comentários abaixo.

O QUE É ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA (ABA)?

8 Março, 2022

Equipe Propor Ação

RESUMO

Vamos entender o que á a Análise do Comportamento Aplicada?

Você já deve ter ouvido falar da ABA, principalmente, se você tem algum contato com pessoas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso porque as terapias baseadas na ABA têm sido
recomendadas por médicos e reconhecidas, pela literatura especializada, como as mais
eficientes para o tratamento deste transtorno.

Mas você sabe o que é a ABA?


A ABA faz parte de uma abordagem maior denominada Análise do Comportamento. A Análise
do Comportamento é uma das possíveis explicações para o comportamento humano. Ela é
composta de três partes: o Behaviorismo Radical, a Análise Experimental do Comportamento
(AEC) e a Análise Aplicada do Comportamento, que é a ABA. O Behaviorismo Radical consiste
em um conjunto de pressupostos teóricos, conceituais e históricos, os quais embasam duas
ciências, a AEC e a ABA. A AEC consiste em uma ciência básica, cujo objetivo é compreender
os princípios básicos do comportamento. Já a ABA consiste em uma ciência aplicada, que
desenvolve tecnologias para mudar comportamentos socialmente relevantes.

A esta altura, você deve estar se perguntando se a ABA utilizada no tratamento do TEA é a
mesma da definição acima, visto que ela foi definida como uma ciência. É importante enfatizar
que, enquanto ciência, a ABA possui objeto, objetivos e métodos bem definidos.
Comportamentos socialmente relevantes são seu objeto e seu objetivo é melhorá-los. Métodos
científicos são utilizados para demonstrar, de maneira confiável, as relações entre as
intervenções e as mudanças nos comportamentos. Já o tratamento do TEA consiste em uma
prestação de serviços baseada na ciência ABA.

Vale destacar que o tratamento baseado na ABA pode ser realizado não apenas com pessoas
com TEA, mas com qualquer tipo de pessoa. Ele deve ser totalmente individualizado e
sistematicamente planejado para ensinar novos comportamentos e para reduzir
comportamentos considerados inadequados, sendo que as necessidades individuais serão
identificadas a partir de uma avaliação inicial bastante completa. Todos os procedimentos
utilizados devem ter efetividade comprovada por pesquisas conduzidas no âmbito da ciência
ABA.

Portanto, a ABA não é um método, um tratamento ou uma intervenção; ela é uma ciência cujo
objetivo é melhorar comportamentos socialmente relevantes. E, quando nos baseamos nesta
ciência para tratar qualquer comportamento, estamos realizando um tratamento ou uma
intervenção baseada na ABA.
Método ABA: conheça uma das terapias mais eficazes no tratamento do autismo

Postado por Autismo em Dia em 07/jul/2020 - 45 Comentários

Você já ouviu falar no método ABA? Este é, hoje, um dos modelos de terapia mais populares
no tratamento do autismo. No meio de tantos tratamentos disponíveis, é imprescindível
conhecer aquilo que, de fato, pode trazer um resultado relevante para a pessoa com TEA,
dentro das suas necessidades.

Mas o que, de fato, há de tão eficaz nesse método, que é estudado desde a década 1960, e
por que ele é um dos mais recomendados tanto por médicos especialistas em autismo quanto
pelos pais que possuem filhos com autismo? A resposta mais sucinta é que o ABA parte de
dois princípios bem universais: aprendizagem e comportamento. ¹

Então, é isso que vamos te explicar hoje: como o método ABA pode ajudar crianças,
adolescentes e até adultos com autismo.
Índice

1 O que é o método ABA?

1.1 Uma curiosidade:

1.2 No que ele pode ajudar? ¹

1.3 Como as intervenções com ABA funcionam? ¹

2 As evidências dos resultados do método ABA

3 Algumas técnicas do método ABA

3.1 Antecedente, comportamento e consequência

3.2 Após 10 minutos:

3.3 Reforçamento positivo

4 Quantas horas por semana se deve fazer de ABA? 7

5 Dicas para escolher um programa do método ABA ¹

5.1 Como escolher onde começar o ABA:

O que é o método ABA?

ABA é uma sigla que vem da língua inglesa que significa Applied Behavior Analysis, ou, em
português, análise do comportamento aplicada. O método é a forma de intervenção mais bem-
sucedida para crianças com algum desenvolvimento atípico, por isso é indicado àquelas com
transtorno do espectro autista. ²

Esse tipo de terapia ajuda a entender 3 perguntas básicas: ¹

Como o comportamento funciona?

De que forma comportamento é afetado pelo meio em que a pessoa vive?

Como ocorre o aprendizado?


A partir desses questionamentos, o método ABA busca trabalhar o impacto da condição autista
em situações reais. O objetivo é fazer os comportamentos desejáveis e úteis serem ampliados
e diminuir aqueles que são prejudiciais ou que estão afetando negativamente o processo de
aprendizagem.

Uma curiosidade:

Nos Estados Unidos, a intervenção da análise do comportamento aplicada ao TEA é muito


difundida, assim como a reivindicação de que os seguros de saúde aumentem a sua cobertura
para tratamentos baseados em evidências. Sendo que 43 estados tiveram seus estatutos de
seguros de saúde modificados e, na maioria, tem-se a indicação explícita de tratamentos
baseados na análise do comportamento aplicada ³ (Roane et al., 2018, apud Oda, 2018).

No que ele pode ajudar? ¹

Criar ou melhorar as habilidades do autista na linguagem e na comunicação

Aperfeiçoar a atenção, o foco, a interação social e os estudos

Reduzir os comportamentos problemáticos, como crises de desregulação emocional,


agressividade e comportamentos autolesivos

Como as intervenções com ABA funcionam? ¹

A análise do comportamento aplicada é uma terapia que intervém em múltiplos


comportamentos. É diferente de outros tratamentos, que geralmente são focados em um
comportamento específico.

Essas são as características mais marcantes do tratamento ABA:

Adaptação do programa às necessidades de cada pessoa; Em síntese os comportamentos que


se deseja ampliar ou reduzir

Pode ser feito individual ou em grupo.

Pode ser feito em casa, na escola, em clínicas e até em espaços compartilhados.

Ensina habilidades úteis para o dia a dia.

As evidências dos resultados do método ABA


A ciência e a medicina consideram que o ABA é um tratamento baseado em evidências. Isso
significa que o método passou por diversos testes científicos que demonstraram resultados
positivos em qualidade e eficácia.

Em geral, dois métodos muito buscados por pais e cuidadores como alternativa ao ABA são
o TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits de Comunicação) e
o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Imagem), ambos recomendados por
profissionais. 4

Até hoje, mais de 50 estudos científicos já foram registrados pelo mundo, analisando diferentes
aspectos da abordagem do ABA e comprovando os resultados positivos do método. 5

Algumas técnicas do método ABA

Para funcionar de maneira ampla, personalizada e eficaz, muitas técnicas foram testadas,
comprovadas e inseridas no ABA durante essas décadas de estudo. A seguir, um dos
exemplos de como o método ABA é aplicado na prática.

Antecedente, comportamento e consequência

Uma das partes mais importantes da aplicação do ABA é entender os antecedentes, ou seja,
acontecimentos que costumam preceder os comportamentos; assim como as consequências,
basicamente o que ocorre depois do comportamento.

Esta técnica consiste em observar os seguintes passos:

ANTECEDENTE: pode ser algo verbal, um comando ou pedido, vindo de outra pessoa ou de


um estímulo do próprio autista. Mas também pode ser algo relacionado aos aspectos físicos e
sensoriais. Talvez seja o contato com algum objeto, uma luminosidade incômoda no ambiente
ou mesmo um som.

COMPORTAMENTO: as respostas de comportamentos são diversas, podem ser verbais ou


não verbais, por exemplo, fechar uma porta após uma rajada de vento ou pedir para que
alguém a feche.

CONSEQUÊNCIA: eventos que sucedem o comportamento, por exemplo, depois que uma
pessoa diz estar com sede e consequentemente recebe um copo de água, nesta fase da
relação comportamento-ambiente entra em ação a exploração do reforço positivo.

Agora, veja um exemplo prático. Primeiramente, a versão negativa:

ANTECEDENTE: o pai diz que é hora de guardar os brinquedos e organizar o local

COMPORTAMENTO: a criança responde “não quero guardar”

CONSEQUÊNCIA: o pai junta os brinquedos sozinho e diz que a brincadeira está encerrada

COMPORTAMENTO: a criança fica chorosa e o pai frustrado por não ser obedecido

Agora, uma versão positiva com práticas do ABA aplicadas:

ANTECEDENTE: o pai diz que é hora de guardar os brinquedos e organizar o local

COMPORTAMENTO: a criança responde um “não”

CONSEQUÊNCIA: o pai vai até a criança e diz: “fazemos assim: eu brinco com você por mais
10 minutos e juntos guardamos os brinquedos e te coloco para dormir”. (uma consequência
que servirá de antecendente para novos comportamentos da criança. Nosso comportamento é
um processo)

COMPORTAMENTO: a criança diz “combinado”.

CONSEQUÊNCIA: Pai brinca por 10 minutos com o filho


Após 10 minutos:

ANTECEDENTE: o pai diz “está na hora de guardamos os brinquedos”

COMPORTAMENTO: criança insiste em brincar mais

CONSEQUÊNCIA: Pai diz: “combinamos que seriam mais 10 minutos, nós dois temos que
cumprir nossos combinados, para poder brincar assim em outros dias, também”

COMPORTAMENTO: criança concorda e juntos eles guardam os brinquedos.

CONSEQUÊNCIA: Pai leva filho para cama (criança se sente bem por ter a atenção e cuidado,
pai se sente bem por ter conseguido estabelecer limites sem brigas e ressentimentos)

Reforçamento positivo

O reforçamento positivo é uma espécie de sistema de recompensas. Essa prática é utilizada


não apenas para o método ABA, como também em outros sistemas de aprendizado. Como já
mostramos aqui no Autismo Em Dia o caso do aplicativo Fofuuu, por exemplo, que aplica em
jogos eletrônicos algumas técnicas da análise de comportamento aplicada.

No reforço positivo, a pessoa é estimulada através de recompensa a cada nova conquista.


Essas recompensas pretendem fazer com que a criança se sinta motivada a melhorar e repetir
os bons comportamentos.

Os terapeutas do ABA, primeiramente identificam um comportamento específico a ser


trabalhado e definem recompensas. Essas recompensas não precisam, necessariamente, ser
algo de grande valor ou algo físico. Pode ser, por exemplo, um elogio, um período numa
atividade que a criança goste, um brinquedo novo, entre outras coisas. 1,6

No entanto, não são apenas recompensas arbitrárias. Por isso, ao longo do processo de


tratamento, busca-se identificar o que se chama de reforçamento natural.

Reforçamento natural é quando, por exemplo, o próprio ato de interagir com alguém já é
suficientemente prazeroso e agradável, ou o comportamento de leitura passa a ser prazeroso
por ser um assunto interessante para a pessoa.

Diante disso, a observação do comportamento da pessoa com autismo é fundamental:

Em uma sala com muitos objetos, livros e brinquedos, o que chama mais a sua atenção?

No ambiente cotidiano, quais as principais atividades que faz? Em que locais está com mais
frequência (quarto, sala, cozinha)? Com quem ou com o que passa a maior parte do seu
tempo?

Quantas horas por semana se deve fazer de ABA? 7

O total de horas que a pessoa autista passa fazendo as intervenções de ABA são cruciais para
determinar os resultados. Mas, afinal, como saber quantas horas a criança, de fato precisa
passar em terapia?

É muito comum que se fale num total de 40 horas, que é um dado resultante de um estudo feito
em meados dos anos 1980. Esse é um total de horas médio, pois há aqueles alunos que
precisam fazer mais – de acordo com o que indicam as avaliações profissionais.

Aqui no Brasil, muito se fala sobre a questão da inviabilidade de realizar 40 horas de


tratamento. E as maiores justificativas dizem respeito às realidades socioeconômicas. Isso
acontece porque tanto o SUS quanto os planos de saúde possuem uma limitação de horas
que, muitas vezes, impedem essas 40 horas de terapia.

Acontece que, sim, o tempo de terapia intensiva é importante, e as 40 horas em consultório são
desejáveis. No entanto, é fundamental entender que o ABA se estende para todo
funcionamento da vida, seja em casa, na escola e em outras relações.
O ABA não só pode, como precisa ser trabalhado além do consultório. Ou seja, A família e a
escola precisam entender e conduzir suas interações com o autista utilizando o método ABA,
por isso, o ambiente do lar e de estudos devem ser aliados nisso.

Dicas para escolher um programa do método ABA ¹

O método ABA pode ser aplicado por várias clínicas e até mesmo dentro das escolas. Por isso
pode ser um pouco confuso saber quem procurar e por onde começar. Então, é importante
lembrar que para o sucesso do ABA, o relacionamento da pessoa autista com os terapeutas
deve ser agradável e leve.

Listamos abaixo algumas dicas do que observar e considerar na hora de procurar um local para
iniciar a terapia. Veja:

Como escolher onde começar o ABA:

Quantos profissionais capacitados o local oferece?

Esses profissionais têm registro no respectivo conselho de classe e possuem especialização na


área?

Quantos desses profissionais serão diretamente disponibilizados à criança?

Como é uma sessão de ABA típica do local?

Possui suporte para a aplicação em casa?

Como é feita a avaliação do progresso do autista?

O total de horas semanais disponibilizadas é suficiente para o que seu filho precisa?

Existe cobertura do SUS ou do seu plano de saúde?

Dica extra: A Associação Brasileira de Medicina e Psicologia Comportamental (ABPMC) é uma


instituição que iniciou, recentemente, um processo de acreditação de seus profissionais. Assim,
esta pode ser uma boa referência ao procurar locais e profissionais para o atendimento no
método ABA.

Método ABA: características, funcionamento e objetivos na terapia

Nov 09, 2021

Psicologia Clinica

Um dos métodos mais aplicados em crianças com problemas de desenvolvimento e


aprendizagem é o proposto pelo Dr. Lovaas: o método ABA.

Esta metodologia é baseada na análise comportamental e desde que foi conceituada na


década de 1980 tem mostrado que é útil para melhorar a qualidade de vida de crianças com
TEA e TID, fazendo com que adquiram habilidades fundamentais para sua autonomia e que
vale a pena.

Hoje vamos explorar em profundidade em que consiste o método ABA, quais habilidades são
trabalhadas, como é aplicada e quais pessoas podem se beneficiar desta metodologia.
Artigo relacionado: "Análise comportamental aplicada: definição, técnicas e utilizações"

Qual é o método ABA?

O método ABA é um método de ensino específico para crianças com dificuldades de


aprendizagem. Seu nome é a sigla em inglês de Applied Behavior Analysis e visa garantir que
as crianças com os problemas de aprendizagem são capazes de adquirir as habilidades
necessárias para alcançar o desenvolvimento e a autonomia ideais, proporcionando-lhes assim
uma maior qualidade de aprendizagem. vida.

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Para isso, primeiro é estabelecido um cronograma específico e personalizado para cada aluno,
no qual todas as habilidades estão incluídas. que são considerados úteis para o seu
desenvolvimento adequado, destacando aqueles que os ajudam a alcançar de forma autônoma
outras competências por meio de seus conta.

Assim pois, o método ABA trabalha especialmente as habilidades que têm a ver com atenção,
imitação e cooperação. Aqueles que podem ser úteis para melhorar a comunicação e a
linguagem também estão incluídos.

Os três princípios básicos do método ABA são:

Análise: o progresso do paciente é avaliado com base nas intervenções registradas e medido
em seu progresso.

Comportamento: baseado em princípios científicos de comportamento.

Aplicado: princípios aplicados nos comportamentos observados.

O método ABA tem suas origens nos Estados Unidos, especificamente na pesquisa realizada
pelo doutor norueguês em psicologia clínica Ole Ivar Lovaas (1927-2010), trabalhando no
Departamento de Psicologia da Universidade de Los Angeles (Califórnia) em 1987.

O médico. Lovaas, que é considerado um dos fundadores da terapia eficaz para o autismo,
demonstrou que comportamentos em crianças com transtorno do espectro do autismo (ASD)
podem ser modificados por meio de seu método ABA. Em seu estudo, ele mostrou que a
maioria das crianças que são tratadas com esse método pode se beneficiar significativamente.

Esta metodologia é geralmente aplicada individualmente, e requer um certo comprometimento


de tempo intenso, de pelo menos 9 horas semanais, embora o ideal seja fazer terapia entre 20
e 40 horas a semana. Leva muito tempo para otimizar o aprendizado realizado no contexto da
terapia e ser capaz de cobrir o maior número possível de habilidades para trabalhar.

Você pode estar interessado: "Behaviorismo: história, conceitos e principais autores"

Como funciona o método ABA?

O método de Análise de Comportamento Aplicado envolve muitas técnicas destinadas a


compreender o comportamento problemático e mudar o comportamento do paciente. ABA é um
tratamento muito flexível se considerarmos o seguinte:

Pode ser adaptado para atender as necessidades de cada pessoa

Pode ser aplicado em vários locais: casa, escola, comunidade ...

Ensina habilidades que são úteis para a vida diária

Embora seja preferível aplicar individualmente, também pode ser aplicado em um grupo

Reforço positivo
Uma das principais estratégias do método ABA é o reforço positivo. Quando um
comportamento é seguido por algo que é percebido como agradável (uma recompensa ou
recompensa), o indivíduo tem mais probabilidade de repetir esse comportamento. Como o
comportamento se repete e é sempre recompensado, será uma questão de tempo até que
ocorra uma mudança de comportamento na direção certa.

Para alcançar a mudança comportamental, primeiro é necessário que o terapeuta estabeleça


um comportamento objetivo, um comportamento que se deseja que o paciente execute. Cada
vez que o indivíduo executa com sucesso aquele comportamento ou demonstra uma habilidade
desejada, ele receberá uma recompensa. A recompensa ou prêmio deve ser significativo para
o indivíduo como, por exemplo, pode ser um brinquedo, um livro, assistir um vídeo, poder
brincar com seus brinquedos, receber um elogio ...

Essas recompensas, que nada mais são do que um reforço positivo, estimulam o indivíduo a
continuar praticando o comportamento desejado. Com o tempo, isso fará com que o indivíduo
mude significativamente seu comportamento.

Artigo relacionado: "O que é reforço positivo ou negativo em psicologia?"

Antecedente, comportamento e consequência

Uma parte importante do método ABA é a compreensão o que em inglês tem sido chamado de
ABC comportamental. Vamos ver em que consiste.

Antecedente

O antecedente é o que acontece pouco antes de a conduta ser realizada. Pode ser do tipo
verbal, como um pedido ou pedido, ou também pode ser do tipo físico, como um brinquedo ou
objeto. Também pode ser algo imaterial, como uma luz, um som, uma música... Um
antecedente pode vir do ambiente, de outra pessoa ou vir de dentro do indivíduo (p. g., um
pensamento ou sentimento).

Comportamento

Um comportamento é simplesmente a resposta ou falta de resposta de uma pessoa a um


antecedente. Pode ser uma ação, uma resposta verbal ou qualquer outra forma de responder
ao antecedente.

Consequência

A conseqüência é o que vem diretamente após a conduta ser realizada. Isso pode incluir o
reforço positivo do comportamento desejado ou a não reação de tal comportamento, como uma
resposta incorreta ou inadequada.

Olhando para o ABC, nós pode ajudá-lo a entender por que um comportamento ocorre e como
diferentes consequências afetam como o comportamento ocorre ao longo do tempo.
Você pode estar interessado: "Terapia infantil: o que é e quais são seus benefícios"

Exemplos

Podemos entender isso observando os dois exemplos a seguir.

Exemplo 1

Antecedentes: a mãe diz "É hora de pegar os brinquedos" no final do dia.

Comportamento: a criança grita "Não!"

Consequência: a mãe pega os brinquedos e diz "Tchau, brinquedos!"

O método ABA pode ajudar esta criança e sua mãe a mudar o comportamento da primeira, e
como exemplo podemos ver o seguinte.

Exemplo 2

Antecedentes: a mãe diz "É hora de pegar os brinquedos" no final do dia.

Comportamento: a criança é lembrada de perguntar "Posso brincar mais 5 minutos?"

Consequência: a mãe diz "Claro que você pode jogar mais 5 minutos, mas apenas 5".

Conforme essas diretrizes são praticadas, a criança será capaz de substitua o seu
comportamento impróprio anterior por um que seja muito mais benéfico para você e é menos
perturbador. Ao perguntar educada e calmamente se pode brincar mais 5 minutos, a criança
percebe que com boas palavras pode realizar mais do que resistir a pegar os brinquedos.

Áreas em que o método ABA ajuda

O método ABA contempla o ensino de diversas áreas importantes para o desenvolvimento da


criança e centra-se no ensino e na valorização de competências básicas para que o pequeno
possa funcionar com maior grau de autonomia no seu quotidiano. Entre essas habilidades
fundamentais para trabalhar, encontramos:

Habilidades acadêmicas
Habilidades sociais

Habilidades cognitivas

Linguagem e Comunicação

Habilidades motoras finas e grossas

Desenhar e escrever

Hábitos alimentícios

Higiene pessoal

Vestir

Jogo adaptativo

Tarefas domésticas

Controle de impulso

A quem possa interessar?

O método ABA é especialmente usado em meninos e meninas com Transtorno Invasivo do


Desenvolvimento (PDD) e Transtornos do espectro do autismo, visto que esses dois grupos
apresentam notórias dificuldades de aprendizagem.

Percebe-se que essa metodologia potencializa o aprendizado de pessoas com esses tipos de
dificuldades, uma vez que crianças com PDD e ASD não aprendem da mesma maneira que
outras crianças, apresentam graves problemas de comunicação verbal e não verbal,
dificuldades de atenção e, além disso, por vezes estão imersos em jogos e estereótipos não
funcionais.

Ressalta-se que a metodologia ABA não só beneficia o aprendizado de crianças com essas
duas patologias, mas também Foi considerado útil em crianças com diagnóstico de transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome de Down, problemas de
comportamento e muito mais. Os princípios da ABA são aplicáveis a todas as pessoas e sua
metodologia também funciona em adultos. Este método ajuda qualquer pessoa com
necessidades educacionais especiais.

Teachs.ru

ABA naturalista: o que é e como aplicar?

Gabriela Bandeira

10 de maio de 2022

A ABA naturalista – ou ensino naturalístico – é uma das estratégias de ensino de habilidades


baseada em Análise do Comportamento Aplicada em intervenções voltadas para pessoas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de uma forma de priorizar estratégias para
aumentar a motivação, a generalização e ser interessante para a criança. 
Como já abordamos anteriormente no blog, a ABA é uma das principais
intervenções indicadas para pessoas no TEA, uma vez que suas estratégias são consideradas
práticas baseadas em evidências e, por esse motivo, têm comprovação científica para sua
utilização. 

Neste artigo, explicamos mais sobre a ABA naturalista, suas formas de aplicação e também a
diferença com a abordagem conhecida como ABA estruturada. 

O que é ABA naturalista?

Chamamos de ABA naturalista – ou ensino naturalístico – as intervenções que ocorrem de


acordo com a motivação da criança, adolescente ou adulto no espectro. Isso significa que a
equipe vai buscar o aprendizado por meio de atividades que são reforçadoras para quem está
no espectro. 

Trazendo um exemplo simples, vamos imaginar que durante a terapia, a criança comece a
brincar com um carrinho. Esta brincadeira está sendo reforçadora para ela no momento, e pode
ajudar a ensinar alguma habilidade, com o uso das estratégias corretas. 

Além disso, o uso da abordagem naturalística para o ensino de habilidades tem como
componentes:

Relações funcionais;

Aumento da motivação;

Facilitadores de generalização.

A equipe também define quais são as habilidades que serão ensinadas na sessão e têm um
planejamento prévio para concluir aquele objetivo, mesmo que a motivação da pessoa atendida
seja um dos principais norteadores da sessão. 

Algumas intervenções baseadas na ABA naturalística são Método Denver, Jasper, PRT, e


ensino incidental. 

Como funciona o ensino naturalístico 

Uma das partes mais importantes da aplicação da ABA naturalista é que ela pode fazer parte
da rotina e atividades da vida diária, com os objetivos centrais de melhorar as habilidades e
lidar com comportamentos desafiadores. Por isso, os passos do profissional clínico para iniciar
a intervenção com as estratégias desta vertente da ABA são: 

Observar: a intervenção começa com a observação do indivíduo em seu próprio contexto. Aqui,
a terapeuta ou o terapeuta vai acompanhar a rotina e atividades recorrentes para entender
onde existem dificuldades, quais habilidades já foram adquiridas e quais ainda podem ser
aprendidas para seu desenvolvimento, além dos comportamentos desafiadores que a terapia
pode ajudar;

Anotar: enquanto observa, a terapeuta ou o terapeuta faz anotações do que identifica como


possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento para o indivíduo;

Planejamento e início da intervenção: depois de entender as habilidades adquiridas e as que


precisam ser aprendidas, é o momento do planejamento e início da intervenção. Aqui, o
indivíduo começa a aprender novas habilidades no contexto das atividades comuns da vida
diária.

Uso do reforço positivo: assim como em todas as intervenções que usam as estratégias da


ABA, o uso do reforço positivo é necessário na ABA naturalista. A diferença é que ele será
sempre incluído no contexto da atividade em foco;

Incluir itens ou atividades favoritas: também é imprescindível que itens ou atividades favoritas


do indivíduo façam parte da intervenção. 
Esse conjunto de práticas faz parte das estratégias da ABA naturalista para aumentar as
habilidades sociais, de linguagem e de comunicação. Além de ajudar a solicitar e praticar a
atenção conjunta e manejar comportamentos prejudiciais.

Para isso é preciso conhecer os princípios do ensino naturalístico: 

Relações funcionais

Estabelecimento de relações funcionais entre vocalizações, palavras faladas e o acesso a


brincadeiras e itens favoritos. Em uma brincadeira com animais, por exemplo, a terapeuta dá
instruções que são relacionadas aos animais, pode trabalhar a cor dos animais, nome,
identificação etc. Elabora sobre a necessidade da relação funcional entre uma instrução verbal
e um reforçador relacionado (que seria a própria brincadeira), em oposição à relação entre uma
instrução verbal e um reforçador arbitrário ou não relacionado.

 Aumentar a motivação 

Na sessão, podem ser usadas estratégias que têm como objetivo aumentar a motivação da
pessoa autista. Por exemplo, aqui existe a oportunidade da pessoa escolher, realizar uma
avaliação de itens de preferência, uso de materiais personalizados com os gostos dela e
buscar ambientes mais associados ao dia a dia dela, como a casa, a escola ou o parquinho. 

Aqui, são trabalhados vários reforçadores, oportunidade de escolha, avaliação de preferência


frequente, ambientes menos estruturados associados a brincadeiras. 

Facilitar a generalização 

Estratégias utilizadas para promover que a habilidade ensinada apareça em todos os contextos
da criança – aumentar a semelhança entre o ambiente de tratamento e o ambiente natural, ou
também utilizar de esquemas de reforço intermitentes durante o tratamento para proporcionar
um ambiente de aprendizado que se aproxima mais das contingências em vigor no ambiente
natural).

ABA naturalista ou ABA estruturado?

O que difere a ABA naturalista – ou ensino naturalístico – da abordagem conhecida como ABA
estruturada é que esta segunda é baseada no ensino por tentativas discretas. As duas, no
entanto, são baseadas na Análise do Comportamento Aplicada, têm uma certa estrutura e
seguem objetivos.  

A diferença pontual entre as duas se dá na forma como o ensino de habilidades é realizado.


Para explicar melhor, pense que o objetivo de determinada sessão é ensinar habilidades de
nomeação para uma criança: 

Na ABA estruturada (ensino por tentativas discretas): a terapeuta ou o terapeuta prepara três
cartões com uma girafa, um cachorro e um pato. E na sessão a criança recebe esses cartões
para nomear os animais. 

Na ABA naturalista (ensino naturalístico): a terapeuta ou o terapeuta chega na sessão e espera


que a criança se dirija a algum objeto ou brinquedo de interesse, por exemplo, um carro. A
partir daí, começa a aplicar as estratégias para que ela nomeie o próprio carro e outros
elementos relacionados com o carro, podendo ser as partes, pista, outros meios de transporte
etc. 

Nas duas situações, o objetivo era o mesmo: ensinar habilidades de nomeação. O que mudou
foi a forma como isso aconteceu. 

Uma coisa importante a esclarecer também é que ensino por tentativas discretas é conhecido
como terapia de mesinha, mas sua aplicação pode ser feita em outros ambientes, inclusive nos
mesmos em que o ensino naturalístico pode acontecer.

Quem escolhe qual aplicar a ABA naturalista? 


Outra dúvida bem comum da família é sobre quem escolhe qual estratégia utilizar: naturalística
ou por tentativas discretas. E a resposta para esta pergunta é: a criança ou a equipe de
terapeutas. 

Além disso, as duas podem ser usadas juntas na terapia. Inclusive, muitos profissionais
organizam a intervenção para mesclar o ensino naturalista com o ensino estruturado. Isso
porque assim é possível garantir contextos de aprendizagem variados e maior chance das
habilidades aprendidas serem mantidas no futuro.

Isso porque é preciso conhecer a criança e avaliá-la para entender qual tipo de abordagem vai
promover melhor o aprendizado. Além disso, a família pode ficar tranquila, porque não existe
uma abordagem melhor que a outra, mas sim aquela que vai ajudar melhor no
desenvolvimento da criança. 

As intervenções ABA são parte das práticas baseadas em evidências indicadas para o TEA.
Em 2014, a Associação para a Ciência no Tratamento do Autismo (ASAT, na sigla em inglês),
publicou o Evidence Based Medicine (EBM), que analisou 20 anos de intervenções para TEA
em diversas áreas relacionadas à Análise do Comportamento Aplicada (ABA)

Este estudo identificou a existência de 28 práticas baseadas em evidências para o TEA que
atingiram todos os critérios propostos pela revisão. Destas, 23 eram baseadas nos princípios
da ABA. A clínica da Genial Care oferece intervenção ABA em casa para crianças com autismo
de até 5 anos, integrada ao treinamento de pessoas cuidadoras. 

Principais tratamentos para autismo (e como cuidar da criança)


Revisão médica: Dr.ª Sani Santos Ribeiro - Pediatra e Pneumologista infantil - maio
2022
O tratamento do autismo, apesar de não curar esta síndrome, é capaz de melhorar a
comunicação, a concentração e diminuir os movimentos repetitivos, melhorando assim
a qualidade de vida do próprio autista e também da sua família.
Para um tratamento eficaz, é indicado que seja feito com uma equipe composta por
médico, fisioterapeuta, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo, que
indicam terapias específicas para cada paciente, e muitas vezes devem ser feitas por
toda vida. Além disso, cuidados com a alimentação e atividades como musicoterapia e
equoterapia também podem contribuir muito para a melhora dos sintomas.
Assim, algumas estratégias importantes para o tratamento do autismo, seja em casos
leves ou graves, incluem:
1. Remédios
Apesar de não existirem remédios específicos para tratar e curar o autismo, o médico
poderá indicar medicamentos que podem combater sintomas que interferem
diretamente na qualidade de vida da pessoas, como agressão, hiperatividade,
compulsividade, dificuldade para lidar com a frustração, ansiedade, depressão e
alterações do sono, como por exemplo clozapina, risperidona e aripiprazol.
É importante que mesmo com o uso de remédios indicados pelo médico, sejam
adotadas outras estratégias que ajudem a aliviar os sintomas e, assim, ser possível no
futuro diminuir a dose ou suspender o medicamento.
2. Alimentação
É importante que a alimentação da criança seja bem diversificada e rica em vitaminas
e minerais, pois assim é possível garantir o crescimento saudável.
É comum que a criança com o transtorno do espectro autista tenha mais alterações
nos hábitos alimentares, podendo recusar o alimento pela textura, sabor ou cheiro com
mais frequência. Assim, é importante estar atento ao que a criança recusa e a forma
como está preparado e tentar fazer com que consuma esse alimento de outras formas.
Veja no vídeo a seguir algumas formas para ajudar a criança a comer:
3. Fonoaudiologia
O acompanhamento com o fonoaudiólogo é importante para melhorar a comunicação
verbal da criança com o espectro autista com outras pessoas. Durante as sessões são
realizados diversos exercícios que podem ajudar a criança a aumentar o seu
vocabulário e melhorar a entoação da voz, podendo ser realizados jogos e
brincadeiras para atrair a atenção da criança.
4. Musicoterapia
A música ajuda a criança a entender as emoções, aumentando sua interação com o
mundo à sua volta. O objetivo não é aprender a cantar ou tocar nenhum instrumento,
sendo somente importante saber ouvir e se expressar através dos sons que os
instrumentos podem produzir e também através de movimentos de dança, por
exemplo, num ambiente leve e descontraído.
5. Psicoterapia
A psicoterapia deve ser guiada pelo psicólogo e pode ser realizada sozinho ou em
grupo, com encontros semanais. Nela pode ser utilizada a terapia comportamental, por
exemplo, que pode ajudar a se vestir sozinho.
6. Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é também indicada no tratamento do transtorno do espectro
autista, sendo muitas vezes indicada em associação com a psicoterapia. O objetivo da
terapia ocupacional é melhorar a qualidade de vida da pessoa e estimular a
autonomia, o que é feito através de tecnologias e atividades que necessitam da ação
da pessoa, assim como atividades que promovam o processo de adaptação da pessoa
à sociedade e a autoconfiança.
8. Psicomotricidade
Pode ser orientada por um fisioterapeuta especialista e durante as sessões podem ser
realizados diversos jogos e brincadeiras que podem ajudar a criança a focar sua
atenção em apenas uma coisa de cada vez, a amarrar os sapatos, contribuindo para
um melhor controle dos movimentos, combatendo os movimentos repetitivos, que são
comuns em caso de autismo.
9. Equoterapia
A terapia com cavalos é muito útil para melhorar a reação de endireitamento do corpo,
quando a criança está em cima do animal, a coordenação motora, o controle da
respiração e desenvolver a autoconfiança do autista. As sessões geralmente duram
entre 30 minutos e 1 hora. Saiba mais sobre a equoterapia.
Qual médico consultar
O médico que geralmente inicia o diagnóstico de autismo é o pediatra, no entanto,
geralmente são necessários outros profissionais como o psiquiatra clínico ou o
neurologista pediatra para analisar e orientar as melhores formas de tratamento.
Como cuidar da criança autista em casa
Alguns cuidados importantes que se deve ter em casa, para melhorar a qualidade de
vida da criança com espectro autista, são:
Observar se o filho possui maior facilidade para determinada tarefa, porque muitos
autistas possuem aptidão para matemática, música, desenho ou informática, por
exemplo;
Respeitar as rotinas, pois o autista não tolera bem as mudanças;
Evitar ter móveis e objetos desnecessários em casa, para protegê-los de acidentes;
Desenvolver bons hábitos do sono, respeitando o horário de dormir, com luzes menos
intensas e refeições leves antes de ir para cama.
Uma outra dica importante é evitar locais como lanchonetes e supermercados, pois
existem muitos estímulos nestes locais, como luzes muito fortes e muito barulho, o que
pode causar desconforto na criança.
Dez estratégias eficazes no tratamento do TEA
1. Crianças com TEA geralmente têm alteração na percepção sensorial. Cuide do
ambiente!
As hipersensibilidades sensoriais são bastante frequentes em crianças com TEA. Elas
podem aparecer
como sensibilidade aguçada a sons (ruídos de liquidificador, máquinas de lavar, tons
altos de voz, dentre
outros), sensibilidade a tecidos e etiquetas, sensibilidades gustativas, com restrições
alimentares
(preferência por algum tipo específico de alimentos, escolhas alimentares
determinadas por texturas ou
cores ou temperatura, etc.), sensibilidades à luz ou a tons específicos, sensibilidades
olfativas que podem
cursar com as restrições alimentares (não gosta do cheiro da carne, do cheiro de
determinadas frutas, etc.).
Sendo assim, devemos prestar atenção àquilo que a criança nos sinaliza: ela pode
ficar mais irritadas
ou até mesmo chorosas e agressivas diante de um som, fazer vômito ao sentir o
cheiro ou provar algum
tipo de alimento, evitar alguma roupa ou tecido.
Observe o comportamento e as escolhas que a criança faz! Essas informações são
muito importantes
para a reabilitação. Mas não force situações! Nas reabilitações essas questões são
tratadas com boa
resposta.
Evite expor as crianças com TEA a experiências desagradáveis. Outros aspectos do
desenvolvimento
podem ser piorados com manejo inadequado de estímulos.
 
2. Linguagem e vocabulário são grandes desafios! Estimulação em casa e um
fonoaudiólogo são essenciais!
A Linguagem é muito importante para o desenvolvimento de crianças com TEA, pois
precisamos de
um sistema de comunicação muito eficaz que envolve desde o contato visual, a
compreensão do que lhe é
dito até o estabelecimento da fala como expressão.
Nem toda criança com TEA fala. Alguns deles levam mais tempo para se comunicar;
alguns utilizam
as ecolalias, que são as repetições de palavras, pedaços de frases, falas de
personagens e tantas outras
variações, chegando às falas bastante rebuscadas.
Estimular a Linguagem, de forma geral, é fundamental, tanto em casa quanto com o
fonoaudiólogo
que poderá orientar a família de forma mais eficiente.
Caso a criança não fale ou tenha muita dificuldade no estabelecimento da
comunicação, estratégias
de comunicação alternativa precisam organizadas, de acordo com as características,
necessidades e perfil
dela.
Sempre oriento as famílias a melhorarem o contanto visual com suas crianças. As
pessoas diferentes
do convívio da criança também precisam compreender suas demandas, necessidades
e emoções!
Sempre recomendo que a família procure por um fonoaudiólogo com experiência em
TEA, a fim de
intervirmos de forma eficaz e eficiente.
 
3. Pessoas com autismo pensam concretamente! Seja direto, objetivo, use jogos,
simulações.
Ao contrário dos que as mídias veiculam de maneira distorcida, nem todas as crianças
com TEA têm
alto QI ou são superdotados. Na verdade, muitos deles apresentam potencial cognitivo
abaixo do esperado
para suas idades e escolaridades.
E uma das características dentro do universo cognitivo dessas crianças é o
pensamento concreto.
Aquele tipo de pensamento que precisa de um objeto, de regras claras, de falas
claras, sem rodeios e menos abstrações. Eles têm mais dificuldades em compreender
piadas e mensagens implícitas.
Desta forma, seja curto, claro e objetivo com a criança com TEA. Utilize de regras e
ordens curtas e
claras. Certifique-se de que ela tenha entendido e repita quantas vezes forem
necessárias.
Solicite também orientações específicas aos especialistas que atendem sua criança.
 
4. Possuem dificuldade para expressar sentimentos e pensamentos. Esteja atento aos
comportamentos!
Crianças com TEA têm mais dificuldades em expressar e entender sentimentos e
emoções. Esta
característica também depende das comorbidades que vêm juntas com o TEA. Mas
todas elas possuem sua
forma de expressão, só precisamos torna-las mais funcionais.
Neste sentido, a Psicologia é fundamental no manejo comportamental. Existem
técnicas e manejos
especializados que ajudam a criança a se adaptar ao meio em que ela vive.
É muito importante também o ajustamento familiar, uma vez que a criança reproduz o
cenário
doméstico, o que pode facilitar ou dificultar o comportamento da criança.
Vale à pena lembrar que não há remédios que ‘consertem’ comportamentos.
Comportamentos são
ajustados através de restruturação ambiental e familiar, além da estruturação de
funcionalidade dentro do
desenvolvimento da criança.
Também vale lembrar que é importante buscar por um psicólogo experiente, que trace
um plano de
ação funcional e real, sem propostas mirabolantes e impossíveis de serem
alcançadas.
 
5. Maior orientação pelo visual!
 
Se a comunicação como um todo estiver difícil, busque auxílio em estratégias visuais.
De forma geral,
as crianças com TEA possuem mais facilidade para compreender aquilo que veem.
Assim, as técnicas de
comunicação alternativa, adaptadas às demandas de cada criança, podem favorecer o
desenvolvimento
global.
Os especialistas envolvidos podem ajudar nesta questão, a fim de que o ambiente
doméstico também
seja favorecido, ao mesmo tempo em que favoreça a criança.
 
6. Use das afinidades (talentos) para estimular.
 
Toda criança com TEA tem um assunto de interesse: dinossauros, plantas,
personagens, carros,
literatura, letras, números… uma infinidade de interesses que podem auxiliar nas
reabilitações que
precisam ser realizadas.
Cabe ao especialista, juntamente com a família, identificar o objeto de interesse,
habilidade ou
afinidade, e direcionar as reabilitações, a fim de que as habilidades que necessitem de
intervenção possam
ser trabalhadas de forma mais prazerosa e efetiva para a criança.
Existem casos em que se é mais difícil identificar os interesses e habilidades? Sim,
existem casos mais
graves em que fica mais difícil estabelecer um ponto de partida. Esses casos,
geralmente, são
acompanhados de comorbidades como a Deficiência Intelectual (ou o antigo Retardo
Mental), o que
dificulta muito o trabalho de todos os especialistas. A identificação e o mapeamento
rápido do padrão
cognitivo, além de nortear todo o tratamento, traz também informações importantes
para todos os
especialistas.
Em casa, os interesses e habilidades também podem ser utilizados como pontos de
partida para se
alcançar as metas traçadas nas reabilitações.
 
7. Autistas gostam de carinho.
 
Possuem dificuldade em demonstrar carinho já que existe
comprometimento na linguagem, na interação social e hipersensibilidade. Mas podem
ser afetuosos!
Há um outro mito que ronda as crianças com TEA e que diz que elas não gostam de
carinho e de afeto.
Esta não é uma verdade! Crianças com TEA podem ser muito afetuosas, amorosas e
gentis!
Este padrão de emoção e comportamento depende de algumas variáveis, como por
exemplo, a forma
como são tratadas. Há também aqueles casos em que a agressividade pode se
constituir numa forma de
comunicação (uma forma negativa e pouco eficiente de comunicação), ou numa
reação sensorial.
Existem casos muito graves de agressividade e autoagressão que precisam de
condutas específicas,
mas nem toda criança com TEA é como aquela que vimos nos vídeos na Internet.
Sempre orientamos as pessoas a procurarem fontes seguras de informação e a não
se basearem em
contos de Internet. Cada criança é uma e precisa ser compreendida em seu contexto
específico.
 
8. O contato com animais é benéfico!
 
O contato com animais sempre é benéfico, para todas as pessoas, pois auxiliam no
estabelecimento
de comportamentos de cuidado, responsabilidade e interação.
Nem todo mundo gosta de animais. Não tem problema! Cada ser é livre para fazer
suas próprias
escolhas. Mas as crianças com TEA podem ser muito beneficiadas com o convívio
com animais.
A família e os especialistas podem definir, a partir do padrão de demanda e de
comportamento de
cada criança, o animal que mais poderá beneficiar a criança: um gatinho, um
cachorrinho, um peixe, dentre outros.
Há cachorros, por exemplo, muito dóceis que são utilizados nos processos de
reabilitação e que
trazem excelentes resultados para o desenvolvimento da criança.
Mas a adoção de um animal, em casa, deve ser muito bem avaliada porque ele não
pode ser
‘descartado’ caso haja dificuldades na adaptação ou no manejo.
 
9. Tente identificar o que inicia as estereotipias!
 
As estereotipias são descargas motoras que acontecem quando a criança está
ansiosa (quando está
eufórica, triste ou feliz). São os flaps (movimentos de mãos), rodopios, corridinhas,
caretas, dentre uma série de outros tipos.
Não há medicamentos que façam as estereotipias desaparecerem; além disso,
somente o médico
pode avaliar a necessidade ou não de medicação. Há medicamentos que utilizados
para outras questões
podem diminuir as estereotipias.
Mas o controle da ansiedade continua sendo a forma mais eficaz de controle das
estereotipias, pois
mantém a criança mais organizada.
Assim, a orientação é de observar o comportamento da criança, identificar os gatilhos
que levam à
ansiedade e consequentemente às estereotipias e manejar o comportamento.
Identificando esses gatilhos,
podemos agir preventivamente no manejo comportamental de forma a minimizar o
efeito delas no
desenvolvimento global da criança.
 
10. Acompanhamento com equipe interdisciplinar é fundamental para melhoria dos
sintomas, interação e autonomia!
 
As reabilitações multi e interdisciplinar visam melhorar e favorecer o desenvolvimento
global da criança. Como não há cura, por não se tratar de uma doença, as
reabilitações visam os ajustes ambientais,
comportamentais, psicopedagógicos, dentre outros, para a melhoria da qualidade de
vida da criança.
Sendo assim, é de suma importância que a família também colabore para e nas
reabilitações de suas
crianças. Os especialistas, sozinhos, não conseguem resolver todas as questões. Se a
família não favorecer e seguir fielmente as orientações dos profissionais envolvidos,
todo o esforço será em vão e a única
prejudicada será a família.
Portanto, cada um precisa fazer a parte que lhe cabe no processo de reabilitação da
criança com TEA.
 
Valeska Magierek. Formada em Psicologia pela UFSJ, com especialização em
Neuropsicologia pela FUMEC e mestrado em Psicobiologia na Escola Paulista de
Medicina (UNIFESP); atua há mais de 20 anos na área de Psicologia Infantil e
Neuropsicologia; é diretora clínica do Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena

O que significa PECS? Entenda a comunicação alternativa para autistas!

Postado por Autismo em Dia em 18/maio/2020 - 28 Comentários


Você sabe o que significa PECS? Essa sigla vem de um termo em inglês que quer
dizer sistema de comunicação por troca de imagens (Picture Exchange
Communication System), vem se tornando parte do dia a dia de várias famílias onde
há pessoas autistas.
O PECS é uma marca registrada e já é vendido e aplicado em vários países, e
tanto pode ser feito em casa como também na escola. Além disso, é perfeitamente
adaptável à realidade de cada criança ou adolescente com quem seja preciso utilizá-
lo. Parece algo simples, mas foi pensado a partir de vários estudos que demonstraram
que o método pode ser bastante eficaz como forma de comunicação alternativa. 1
Mas o PECS não é o único modelo e, abaixo, vamos te mostrar como funciona este e
outros sistemas para incentivar a criança autista a mostrar qual a necessidade dela.
Acompanhe:
O que significa PECS?
Desenvolvido nos Estados Unidos em 1985, o PECS foi pensado para melhorar as
capacidades físicas, cognitivas e de comunicação de pessoas autistas. A ideia é fazer
com que o autista crie independência na hora de se comunicar e faça isso de forma
mais funcional.
Por ser um método cuja principal matéria-prima é a imagem, ele é aplicado,
principalmente – mas não exclusivamente -, em autistas não verbais, que são aqueles
que não desenvolvem a capacidade de utilizar os códigos linguísticos – muitas vezes,
nem mesmo fazem gestos para compensar as inconsistências da fala. 2
Segundo o site da empresa que trouxe o PECS para o Brasil, vários autistas que
foram ensinados através desse método voltaram, inclusive, a falar, passando
de autista não verbal para alguém com capacidade de usar as palavras de modo mais
lógico. ³

As 6 etapas do PECS
Na prática, o que significa PECS se resume em 6 fases que começam com a troca
simples de figurinhas e terminam com a criança tecendo comentários e respostas.
Então, entenda:
1 – Comunicando: o adulto entrega à criança uma única figura com algo que ele pode
querer ou precisar no dia a dia, como um brinquedo, alguma comida, etc. A criança
deve ser estimulada a entregar o cartão toda vez que ela precisar daquela coisa.
2 – Persistindo e distanciando: Ainda utilizando a mesma figurinha, a criança é
estimulada a usar para outras situações e com outras pessoas e locais. A ideia é
deixar o significado daquela figura um pouco mais generalizado.
3 – Diferenciando as imagens: a partir desta fase, o adulto deve apresentar duas ou
mais imagens à criança, impulsionando-a a fazer escolhas a partir de suas
preferências. No sistema PECS, essas figuras armazenadas numa pasta
personalizada que será utilizada na próxima fase.
4 – Estruturando as sentenças: Agora, usando o mecanismo da pasta, as escolhas da
criança serão formadas por frases maiores. Por exemplo: a criança utiliza a figura que
representa a frase “eu quero” junto da que condiz com o que ela quer.
5 – Gerando atributos e expandindo a linguagem: agora, a criança começa a adicionar
às suas frases adjetivos, verbos e preposições. Dessa forma, cria-se uma
profundidade e deixa o indivíduo mais familiarizado com a linguagem.
6 – Comentando: na última fase, a criança é estimulada a comentar suas escolhas,
respondendo a perguntas como “o que você está sentindo?”, “o que é esta coisa?”,
etc. Seguindo a lógica do que aprendeu nas fases anteriores, as respostas devem
começar com frases como “isto é…”, “eu vejo…”, “eu sinto…”.
Conduzindo o PECS
Certamente que a grande questão a ser conferida é não fazer do PECS apenas uma
troca de imagem. É preciso acompanhar a evolução da criança e saber como fazê-la
se interessar. Por isso, os criadores do PECS desenvolveram um curso voltado aos
pais, professores e cuidadores, para que essa seja uma das terapias que se pode
fazer de casa.
O modelo deu tão certo que hoje é possível encontrar na internet formas de fazer a
sua própria pasta de comunicação alternativa, com materiais bastante acessíveis.
O que significa PECS? Uma opinião médica
Para a psiquiatra Fabrícia Signorelli Galeti (CRM 113405-SP), os resultados quanto às
chances de voltar a falar usando o PECS é bem evidente, mas demanda alguns
cuidados importantes.
Faz parte do processo de intervenção do PECS que os familiares e cuidadores
executem as tarefas em diferentes ambientes da criança a partir da apresentação das
figuras. Porém, é um método de intervenção que demanda que o projeto terapêutico
seja elaborado para cada paciente e é composto por etapas, portanto não deve ser
realizado sem orientações individualizadas para cada paciente a partir de orientações
de profissionais treinados para trabalhar com PECS”, explica dra. Fabrícia.
Comunicação alternativa na era dos aplicativos
Outro conceito que tem satisfeito muitos pais, mães e educadores de crianças autistas
é o do FoFuuu. O multipremiado aplicativo é brasileiro e apresenta jogos e atividades
que auxiliam no desenvolvimento dos autistas.
Tudo que tem no aplicativo é feito com base científica e técnicas da neurociência, da
fonoaudiologia, terapia comportamental e outros métodos como o ABA (análise do
comportamento aplicada) e o A.G.E.S. (modelo de aprendizagem acelerada).
Como funciona? 4
O FoFuuu existe em duas versões: uma voltada para os que têm dificuldades de
aprendizado e outra exclusivamente para tratar questões de fonoaudiologia, o FoFuuu
Fono. Tudo isso numa linguagem bastante lúdica e interativa.
A primeira versão tem jogos que estimulam a coordenação motora fina, a cognição, a
criatividade, o processamento auditivo, a consciência fonóloga e, em breve, terá
atividades voltadas à alfabetização.
Já o FoFuuu fono traz para o universo dos jogos, das missões e das brincadeiras o
desenvolvimento da fala. A tecnologia de comando de voz faz com que a criança
precise emitir sons, sílabas e palavras, ou seja, é tudo feito de forma prática.
Além disso, as duas versões do aplicativo possuem personalização voltada para os
pais, professores ou terapeutas que estejam utilizando o programa.
Uma empresa de propósitos
Conversamos com a Marina Fauste, designer, que gerencia a área de produtos da
FoFuuu. Ela Explica que a empresa não para de se desenvolver e se mantém
conectada com tudo que está acontecendo no mundo em relação às inovações da
educação.
“O ensino através de jogos é muito interessante porque envolve uma uma mídia que
não é passiva. Um dos problemas que vemos hoje é o consumo passivo, as crianças
ficam muito tempo em frente a telas que não estimulam elas de nenhuma maneira. E
nosso aplicativo pretende estimular vários pontos com base em muitos estudos e nos
profissionais que trabalham com a gente. Por isso, tudo passa pelo crivo destes
profissionais. Olhamos para o que eles fazem nos consultórios e traduzimos em um
jogo“, explica Marina.
Outro ponto interessante no FoFuuu é que todas as atividades possuem
diferentes níveis de apoio. Como conta Marina: “Isso é pensado para que cada criança
tenha uma experiência mais confortáveis de acordo com o momento que esteja
passando. Alguns conteúdos serão mais fáceis outros mais difíceis. Por exemplo, uma
criança pode saber formas muito bem, mas não saber cores.”
Para baixar e saber mais sobre o FoFuu, clique aqui e acesse o site do projeto.
Metodologia a serviço dos autistas
A mestre em psicologia Carolina Coury Silveira, uma das consultoras do FoFuuu, nos
explicou como funciona o método:
“Como metodologia, temos três pilares baseados no que chamamos de reforço
positivo, em que tudo que a criança faz deve ser seguido de uma consequência
positiva, que vai aumentando a frequência dessa resposta. Existem outras maneiras
de aprender, mas essa é a menos aversiva, causa motivação, engajamento.
Também utilizamos o sistema de ajuda nos níveis total, parcial ou leve, porque a gente
quer que a criança aprenda com o mínimo de erros possível. A gente entende que a
motivação vai ser mais alta quanto menos ela errar.
Outra característica interessante é a individualidade. Queremos personalizar ao
máximo, entendendo, em cada criança, qual o nível de ajuda que ela precisa.
Temos também o sistema de economia de fichas, em que a criança vai ganhando
fichas entre cada etapa e, depois, o responsável dá um “prêmio” do interesse da
criança para quando ela alcança a meta. Esse sistema permite que a criança responda
mais, antes de ter acesso a um item reforçador. E ainda damos uma estimativa de
quando vai terminar o que a ajuda a mantê-la engajada.
Mas o nosso maior diferencial são os efeitos sonoros, algo que não dá para reproduzir
nas terapias. Se a criança, por exemplo, te responder que a imagem que você mostrou
é um gato, no aplicativo a coisa fica mais palpável, ela vê o gato balançando o rabo e
miando.”

Pulseira de emoções
Comer, ir ao banheiro, tirar dúvidas. Para um autista, nem sempre é tarefa fácil de
expressar, mesmo essas coisas aparentemente simples e corriqueiras. Assim,
seguindo a mesma linha do que significa o PECS, a empresa Tera-Play desenvolveu
uma pulseira com ícones que representam emoções, vontades e outras solicitações
comuns no dia a dia.
Cristiane Carvalho, que abriu mão da carreira de advogada para se dedicar totalmente
ao seu filho autista, foi quem criou o modelo do bracelete pictórico como uma
alternativa mais rápida e barata aos pais, afinal, é um objeto que, diferente de outros
métodos, pode ficar sempre à mão. 5
Comunicando de forma simples
De forma bem objetiva, a pulseira tem ícones para as seguintes ações:
Ir ao banheiro
Pedir ajuda de outra pessoa
Olhar ou ser olhado
Ouvir ou ser ouvido
Ações relacionadas a partes do corpo como boca e orelha
Esperar/falar de tempo
Solicitar comidas e bebidas
Parar
Tirar dúvidas ou dizer que não sabe algo
Demonstrar que está tudo bem
Lavar as mãos
Dessa maneira, além do modelo pictórico, Cristiane ainda criou e comercializa pelo
site da Tera-Play modelos ainda mais objetivos, como o bracelete “tenho algo a dizer”,
que foi pensado para auxiliar o método PECS (para quando não se está com a pasta
por perto); E há, também, o bracelete “Relax”, com números e desenhos para serem
contados em momentos de estresse, de forma a controlar a respiração e trazer
calma à criança.
Ainda mais, a Tera-Play é pioneira no desenvolvimento de produtos para pessoas com
o transtorno do espectro autista no Brasil. No site é possível encontrar uma variedade
de produtos de comunicação alternativa, educação emocional e recursos sensoriais.
Portanto, para saber mais, acesse o site da Tera-Play, clicando aqui.

Agora que você já sabe o que significa PECS…


Agora que você já sabe o que significa PECS e também pôde saber de outras formas
de comunicação alternativa para pessoas com TEA, lembre-se de algo que é ainda
mais importante: busque ajuda profissional. Só um médico das áreas neurológicas é
que, de fato, vai poder indicar o que é melhor para auxiliar na saúde e no bem estar da
pessoa autista.
De fato, essas experiências são enriquecedoras e práticas para se fazer em
família, mas não substituem terapias mais avançadas feitas na presença de um
profissional.
Portanto, para ficar sempre por dentro dos melhores textos sobre autismo, acompanhe
o nosso site. Aqui tem sempre informações verificadas, novidades e histórias
emocionantes.
Referências Bibliográficas e a data de acesso:
1. PECS Brazil [1] – 18/05/2020
2. Scielo – 19/05/2020
3. PECS Brazil – 18/05/2020
4. FoFuuu – 18/05/2020
5. Estadão – 19/05/2020
 
 
“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos
frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação
com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

Jornalismo

Autismo: conheça o TEACCH®, um


programa para melhorar a comunicação
de crianças com autismo
O Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados
à Comunicação (TEACCH®, na sigla em inglês) ajuda pessoas com
Transtorno do Espectro Autista a compreenderem melhor o universo ao redor

PorBeatriz Vichessi
06/06/2019

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Crédito: Getty Images

A comunicação é um dos entraves que marca o universo do transtorno do


Espectro Autista (TEA), tanto no que diz respeito à compreensão de pessoas
com esse diagnóstico em relação ao que é dito (comunicação receptiva)
quanto ao que elas desejam comunicar (comunicação expressiva). Muitos
professores se preocupam se vão ser entendidos, com o modo de ensinar os
conteúdos para crianças com autismo e com o relacionamento delas com as
demais crianças e jovens da escola. No mais, é notório que muitos dos
famosos comportamentos disruptivos do TEA têm a ver com problemas e
comunicação – bater com a cabeça na parede, morder outra pessoa, gritar, etc.

Um modelo criado no final da década de 1960, na Universidade da Carolina


do Norte (UNC), nos Estados Unidos, chamado Tratamento e Educação para
Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação (TEACCH®,
na sigla em inglês), é a proposta baseada em evidências adotada por diversos
profissionais para trabalhar os problemas relacionados à comunicação e
ensinar habilidades.
LEIA MAIS   Conheça a ABA, uma base científica para trabalhar com
crianças com autismo
Beatriz Zeppelini Bezerra de Menezes Nasser, diretora da Companhia do
Autismo, em São Paulo, psicomotricista e especialista em Análise do
Comportamento Aplicada ao Autismo, foi aluna na Universidade da Carolina
do Norte do TEACCH® Autism Program. Ela e Maria Elisa Fonseca,
TEACCH® Advanced Consultant pela UNC, explicam detalhes sobre essa
ferramenta de trabalho. Confira:   
1.Quais são as principais bases do TEACCH®?
Basicamente, esse modelo tem como princípios que o ambiente organizado, o
ensino estruturado e a previsibilidade (o que fazer, onde fazer, como fazer, o
que fazer em seguida) favorecem o desenvolvimento e a aprendizagem de
pessoas com autismo. Com isso, é esperada a diminuição dos comportamentos
disruptivos, a ampliação do repertório comunicativo e o aumento de
engajamento nas atividades e do entendimento do que se deve fazer (com
compreensão, não somente por repetição mecânica). A ideia é que, com o uso
do TEACCH®, a criança com autismo conquiste cada vez mais autonomia e
melhore sua capacidade de compreender o que as pessoas comunicam.   
2. Qual a grande marca do TEACCH®?
À primeira vista, é o uso de imagens para ajudar a criança coim autismo a se
valer de instruções visuais e assim aumentar seu poder de comunicação. Por
exemplo: objetos sinalizadores, fotografias, ícones, pictogramas, escrita e
sinalizadores do ambiente. Mas não se trata simplesmente de um conjunto de
fichas. Um olhar mais apurado enxerga que o trabalho com
TEACCH® pressupõe levar em conta características do indivíduo para
analisar o que precisa ser eliminado do ambiente – geralmente, estímulos
sensoriais, que perturbam e confundem –, e transformar materiais de acordo
com o que a criança compreende e precisa, além do uso de imagens. Tudo isso
com o objetivo de fazer a criança com autismo se tornar, passo a passo, mais
autônoma, e ter menos comportamentos disruptivos.
3. O que é feito na prática por profissionais que atuam com TEACCH®?
Depende das necessidades da criança. Dentre as possibilidades, é possível
listar o uso da agenda de imagens para sinalizar a rotina pessoal e de
marcações visuais no ambiente –  com fotografias, ícones ou palavras – para
ajudá-la no dia a dia a realizar tarefas simples e compreender o que está sendo
dito e pedido para ela. É importante que os profissionais façam sempre uma
análise funcional do comportamento, relacionando variáveis e entendendo as
razões que podem estar envolvidas nos comportamentos. A manipulação
dessas variáveis garante as mudanças e os processos de ensino. 
4. Como a agenda é utilizada na perspectiva do TEACCH®?
Ela é um facilitador de compreensão. Tal como qualquer outra agenda, ela
ajuda a organizar a rotina da criança, orientando a compreensão da passagem
do tempo. Pode conter somente imagens ou textos – esse último, somente no
caso de pessoas já alfabetizadas, evidentemente. 
5. Imagens podem ser usadas em qualquer ambiente, para ajudar a
criança com autismo a saber o que e como fazer?
Sim, se isso for uma necessidade específica da criança em questão. No
banheiro de casa, por exemplo, podem ser fixadas placas que indiquem se
despir, seguidas do uso do chuveiro e da toalha e, por fim, de se vestir. O
importante é não trabalhar com o objetivo de que a pessoa com autismo seja
treinada para repetir essa sequência de forma mecânica e sim com a ideia de
que ela precisa ir adquirindo compreensão sobre o que fazer, como fazer e em
que ordem.
6. Como a adaptação de material é feita por quem trabalha com
TEACCH®?  
Na Educação Infantil, por exemplo, se uma turma está explorando os animais
domésticos e selvagens, é comum o uso de figuras e fotografias desses
animais. Porém, o profissional, conhecendo o TEACCH® pode tomar a
decisão de propor a apreciação de miniaturas desses bichos, para ajudar a
criança com autismo a conhecê-los se ela não consegue identificar imagens de
modo satisfatório.
7. O uso desses recursos não torna a criança com autismo dependente
deles, prejudicando a expressão por meio da fala?
Não. O uso de imagens e ícones não faz as crianças verbalizarem menos e o
TEACCH® é uma ferramenta, uma alternativa a ser usada enquanto a criança
com autismo não fala e deve ser usado para aumentar sua capacidade de
compreensão. A ideia do trabalho com TEACCH® é justamente ajudar a
pessoa a ganhar autonomia. Por isso mesmo, no decorrer do percurso do
tratamento, a equipe multidisciplinar que acompanha a pessoa com autismo
avalia se os itens usados podem ir sendo retirados do dia a dia, aos poucos.
8. Quais profissionais podem trabalhar com TEACCH®?
O uso do TEACCH® não é exclusivo de nenhuma área, é um modelo
generalista. Profissionais diversos que atuam com crianças com autismo
podem se valer do programa. Aliás, quanto mais combinado for o uso dela
pela equipe que atende a criança, melhor. Na escola, os educadores podem se
valer do TEACCH® para organizar a rotina e aumentar o grau de
previsibilidade das atividades do dia a dia, dar noção de fim. Fotos dos
momentos que marcam o dia da turma, colocadas em ordem cronológica –
chegada, parque, roda de conversa, lanche, soninho, biblioteca e saída – são
de grande utilidade não só para crianças com autismo, mas para todas, em
geral da Educação Infantil. Apesar de ser um modelo generalista, possível de
ser empregado por profissionais diversos, para serem certificados, devem
passar pela instituição do programa da Universidade da Carolina do Norte.
9. O TEACCH® tem comprovação científica?
Sim. O modelo foi criado com base em anos de pesquisa e passa por
investigação minuciosa constante. Ligado ao departamento de Psiquiatria da
UNC, é constituído por várias práticas baseadas em evidência, sendo uma
composição de estratégias. O TEACCH® é compreendido pelos especialistas
que trabalham com ele como uma moldura no qual muitos recursos e
estratégias são incorporadas. É considerado um modelo completo justamente
por agregar as práticas consideradas as mais fortes e de comprovada eficiência
para pessoas com autismo.

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