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Lara Orlow
Método Padovan
“Da ótica do terapeuta Padovan, -ser terapeuta- é criar uma conexão profunda com o paciente
e com a família. É saber adaptar o tratamento a cada dia, para otimizar os resultados e ter
empatia com o paciente a cada etapa do processo.”
É usado como estratégia para impulsionar o desenvolvimento, como nos casos de atraso e
distúrbios do desenvolvimento; para melhorar a qualidade de funcionamento e integração do
Sistema Nervoso, e nos casos de disfunções tais como: transtorno de aprendizagem,
hiperatividade, distúrbios e dificuldade de atenção e concentração, (TDAH) etc.
A técnica pode ser aplicada em todas as faixas etárias, do bebê à terceira idade, com
excelentes resultados. Para ser aplicado, o Método Padovan não necessita sequer da
colaboração do paciente, pois não é preciso que seu nível de consciência esteja normal para
que as estimulações tenham efeito.
O que é mais interessante neste método é que ele tem como principal foco o indivíduo ao invés
da doença. É claro que o desenvolvimento desse método nasceu da observação realizada pela
idealizadora em uma escola pública em que trabalhava, onde teve a oportunidade de perceber
que aproximadamente 5 alunos não conseguiam acompanhar o aprendizado como as demais
crianças.
Ela procurou saber o que acontecia de fato e lhe disseram que era um caso de dislexia.
Curiosa, Padovan resolveu pesquisar sobre como poderia tratar de forma eficaz a doença. E
com todo afinco, dedicação e conhecimento veio a desenvolver hoje o que é conhecido como
Método Padovan.
Só para você ter uma ideia, Beatriz Padovan fez uma graduação em Fonoaudiologia e mesmo
com os métodos aplicados para os casos diagnosticados de dislexia ela percebeu que eles não
eram eficazes como se esperavam.
E foi através da neurociência que conseguiu encontrar a chave para o desenvolvimento do seu
método, que segundo a própria Beatriz e em conformidade com a neurociência era necessário
se trabalhar o desenvolvimento da criança, pois se houvesse alguma falha mais tarde seria
manifestado.
Segundo a própria Beatriz Padovan todos nós nascemos com uma espécie de programação
genética que deverá ser cumprida. Assim, logo que nascemos começamos a rastejar e
engatinhar até conseguir ficar em pé, e depois caminhar normalmente.
Mas quando ocorre que uma criança não consegue cumprir bem alguma dessas etapas a
proposta é recapitular exatamente a fase do desenvolvimento que precisa ser trabalhada e
estimular o Sistema Nervoso Central (SNC) correspondente a cada uma das atividades
realizadas.
Deste modo o que se faz é organizar, estimular e nutrir exatamente o SNC para que ele
consiga retomar ou então obter a maturidade necessária para agir conforme o ambiente.
Quais são as doenças que podem ser tratadas com o Método Padovan?
Com sua abordagem inovadora desenvolvida por Beatriz Padovan o método Padovan trabalha
todas as síndromes conhecidas. Algumas delas são as seguintes:
Mal de Parkinson
Mal de Alzheimer
Síndrome de Down
Paralisia cerebral
Traumatismo craniano
Dispraxias
Síndrome do Pânico
Demências
Doenças degenerativas do sistema nervoso
Coma
Disfagia
Depressão crônica
Hiperatividade
Autismo
Basicamente o Método Padovan é empregado com vários exercícios como, por exemplo, rolar
e rastejar de forma cruzada ou homolateral. Além de atividades físicas pode se empregar
também alguns exercícios visuais.
A princípio, quando se tem contato com o Método Padovan é comum pensar que ele só deve
ser trabalhado em casos de reabilitação. Entretanto, a sua aplicabilidade também alcança a
prevenção e a manutenção de todas as funções de um indivíduo.
Sendo assim é possível melhorar tanto o desempenho cognitivo quanto motor, o que se
estende para os casos de pacientes idosos para que possam recuperar as suas competências
e melhorar sua qualidade de vida.
Sempre repetir a sequência dos movimentos neuroativos com o intuito de imitar a natureza
O Método Padovan basicamente funciona por meio de sessões em que se realiza uma série de
exercícios corporais com o objetivo de recapitular as fases em que o indivíduo adquire a
capacidade intrínseca de marcha para se deslocar e conseguir verticalizar o seu corpo e
segurá-lo.
Logo após, outros exercícios são realizados para reeducar as funções relacionadas ao estímulo
como, por exemplo, a respiração, a marcha e a mastigação. Vale lembrar que essas funções
orais são categorizadas como pré-linguísticas, pois através delas há uma preparação natural
para que haja os movimentos de fala articulada e, consequentemente, se desenvolver o
processo de comunicação humana da linguagem.
Porém para se utilizar o Método Padovan é necessário fazer uma avaliação inicial para analisar
a capacidade neurofuncional do indivíduo.
Concluindo
Como você já deve ter percebido o Método Padovan pode ser aplicado em diferentes etapas do
desenvolvimento humano, inclusive nos idosos. Em 2018 uma reportagem feita sobre uma
maternidade pública da cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, mostrou que o Método
Padovan é aplicado com eficácia nos recém-nascidos.
Dessa forma, o Método Padovan se mostra eficiente nos mais diferentes casos. E neste último
é uma ferramenta poderosa para os partos difíceis em que uma criança nasce e pode sofrer
com possíveis sequelas de problemas durante a cirurgia ou mesmo logo após.
Você já conhecia o Método Padovan? O que achou desta abordagem terapêutica? Opine nos
comentários abaixo.
8 Março, 2022
RESUMO
Você já deve ter ouvido falar da ABA, principalmente, se você tem algum contato com pessoas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso porque as terapias baseadas na ABA têm sido
recomendadas por médicos e reconhecidas, pela literatura especializada, como as mais
eficientes para o tratamento deste transtorno.
A esta altura, você deve estar se perguntando se a ABA utilizada no tratamento do TEA é a
mesma da definição acima, visto que ela foi definida como uma ciência. É importante enfatizar
que, enquanto ciência, a ABA possui objeto, objetivos e métodos bem definidos.
Comportamentos socialmente relevantes são seu objeto e seu objetivo é melhorá-los. Métodos
científicos são utilizados para demonstrar, de maneira confiável, as relações entre as
intervenções e as mudanças nos comportamentos. Já o tratamento do TEA consiste em uma
prestação de serviços baseada na ciência ABA.
Vale destacar que o tratamento baseado na ABA pode ser realizado não apenas com pessoas
com TEA, mas com qualquer tipo de pessoa. Ele deve ser totalmente individualizado e
sistematicamente planejado para ensinar novos comportamentos e para reduzir
comportamentos considerados inadequados, sendo que as necessidades individuais serão
identificadas a partir de uma avaliação inicial bastante completa. Todos os procedimentos
utilizados devem ter efetividade comprovada por pesquisas conduzidas no âmbito da ciência
ABA.
Portanto, a ABA não é um método, um tratamento ou uma intervenção; ela é uma ciência cujo
objetivo é melhorar comportamentos socialmente relevantes. E, quando nos baseamos nesta
ciência para tratar qualquer comportamento, estamos realizando um tratamento ou uma
intervenção baseada na ABA.
Método ABA: conheça uma das terapias mais eficazes no tratamento do autismo
Você já ouviu falar no método ABA? Este é, hoje, um dos modelos de terapia mais populares
no tratamento do autismo. No meio de tantos tratamentos disponíveis, é imprescindível
conhecer aquilo que, de fato, pode trazer um resultado relevante para a pessoa com TEA,
dentro das suas necessidades.
Mas o que, de fato, há de tão eficaz nesse método, que é estudado desde a década 1960, e
por que ele é um dos mais recomendados tanto por médicos especialistas em autismo quanto
pelos pais que possuem filhos com autismo? A resposta mais sucinta é que o ABA parte de
dois princípios bem universais: aprendizagem e comportamento. ¹
Então, é isso que vamos te explicar hoje: como o método ABA pode ajudar crianças,
adolescentes e até adultos com autismo.
Índice
1.1 Uma curiosidade:
3.2 Após 10 minutos:
3.3 Reforçamento positivo
ABA é uma sigla que vem da língua inglesa que significa Applied Behavior Analysis, ou, em
português, análise do comportamento aplicada. O método é a forma de intervenção mais bem-
sucedida para crianças com algum desenvolvimento atípico, por isso é indicado àquelas com
transtorno do espectro autista. ²
Uma curiosidade:
Em geral, dois métodos muito buscados por pais e cuidadores como alternativa ao ABA são
o TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits de Comunicação) e
o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Imagem), ambos recomendados por
profissionais. 4
Até hoje, mais de 50 estudos científicos já foram registrados pelo mundo, analisando diferentes
aspectos da abordagem do ABA e comprovando os resultados positivos do método. 5
Para funcionar de maneira ampla, personalizada e eficaz, muitas técnicas foram testadas,
comprovadas e inseridas no ABA durante essas décadas de estudo. A seguir, um dos
exemplos de como o método ABA é aplicado na prática.
Uma das partes mais importantes da aplicação do ABA é entender os antecedentes, ou seja,
acontecimentos que costumam preceder os comportamentos; assim como as consequências,
basicamente o que ocorre depois do comportamento.
CONSEQUÊNCIA: eventos que sucedem o comportamento, por exemplo, depois que uma
pessoa diz estar com sede e consequentemente recebe um copo de água, nesta fase da
relação comportamento-ambiente entra em ação a exploração do reforço positivo.
CONSEQUÊNCIA: o pai junta os brinquedos sozinho e diz que a brincadeira está encerrada
COMPORTAMENTO: a criança fica chorosa e o pai frustrado por não ser obedecido
CONSEQUÊNCIA: o pai vai até a criança e diz: “fazemos assim: eu brinco com você por mais
10 minutos e juntos guardamos os brinquedos e te coloco para dormir”. (uma consequência
que servirá de antecendente para novos comportamentos da criança. Nosso comportamento é
um processo)
CONSEQUÊNCIA: Pai diz: “combinamos que seriam mais 10 minutos, nós dois temos que
cumprir nossos combinados, para poder brincar assim em outros dias, também”
CONSEQUÊNCIA: Pai leva filho para cama (criança se sente bem por ter a atenção e cuidado,
pai se sente bem por ter conseguido estabelecer limites sem brigas e ressentimentos)
Reforçamento positivo
Reforçamento natural é quando, por exemplo, o próprio ato de interagir com alguém já é
suficientemente prazeroso e agradável, ou o comportamento de leitura passa a ser prazeroso
por ser um assunto interessante para a pessoa.
Em uma sala com muitos objetos, livros e brinquedos, o que chama mais a sua atenção?
No ambiente cotidiano, quais as principais atividades que faz? Em que locais está com mais
frequência (quarto, sala, cozinha)? Com quem ou com o que passa a maior parte do seu
tempo?
O total de horas que a pessoa autista passa fazendo as intervenções de ABA são cruciais para
determinar os resultados. Mas, afinal, como saber quantas horas a criança, de fato precisa
passar em terapia?
É muito comum que se fale num total de 40 horas, que é um dado resultante de um estudo feito
em meados dos anos 1980. Esse é um total de horas médio, pois há aqueles alunos que
precisam fazer mais – de acordo com o que indicam as avaliações profissionais.
Acontece que, sim, o tempo de terapia intensiva é importante, e as 40 horas em consultório são
desejáveis. No entanto, é fundamental entender que o ABA se estende para todo
funcionamento da vida, seja em casa, na escola e em outras relações.
O ABA não só pode, como precisa ser trabalhado além do consultório. Ou seja, A família e a
escola precisam entender e conduzir suas interações com o autista utilizando o método ABA,
por isso, o ambiente do lar e de estudos devem ser aliados nisso.
O método ABA pode ser aplicado por várias clínicas e até mesmo dentro das escolas. Por isso
pode ser um pouco confuso saber quem procurar e por onde começar. Então, é importante
lembrar que para o sucesso do ABA, o relacionamento da pessoa autista com os terapeutas
deve ser agradável e leve.
Listamos abaixo algumas dicas do que observar e considerar na hora de procurar um local para
iniciar a terapia. Veja:
Psicologia Clinica
Hoje vamos explorar em profundidade em que consiste o método ABA, quais habilidades são
trabalhadas, como é aplicada e quais pessoas podem se beneficiar desta metodologia.
Artigo relacionado: "Análise comportamental aplicada: definição, técnicas e utilizações"
Para isso, primeiro é estabelecido um cronograma específico e personalizado para cada aluno,
no qual todas as habilidades estão incluídas. que são considerados úteis para o seu
desenvolvimento adequado, destacando aqueles que os ajudam a alcançar de forma autônoma
outras competências por meio de seus conta.
Assim pois, o método ABA trabalha especialmente as habilidades que têm a ver com atenção,
imitação e cooperação. Aqueles que podem ser úteis para melhorar a comunicação e a
linguagem também estão incluídos.
Análise: o progresso do paciente é avaliado com base nas intervenções registradas e medido
em seu progresso.
O método ABA tem suas origens nos Estados Unidos, especificamente na pesquisa realizada
pelo doutor norueguês em psicologia clínica Ole Ivar Lovaas (1927-2010), trabalhando no
Departamento de Psicologia da Universidade de Los Angeles (Califórnia) em 1987.
O médico. Lovaas, que é considerado um dos fundadores da terapia eficaz para o autismo,
demonstrou que comportamentos em crianças com transtorno do espectro do autismo (ASD)
podem ser modificados por meio de seu método ABA. Em seu estudo, ele mostrou que a
maioria das crianças que são tratadas com esse método pode se beneficiar significativamente.
Embora seja preferível aplicar individualmente, também pode ser aplicado em um grupo
Reforço positivo
Uma das principais estratégias do método ABA é o reforço positivo. Quando um
comportamento é seguido por algo que é percebido como agradável (uma recompensa ou
recompensa), o indivíduo tem mais probabilidade de repetir esse comportamento. Como o
comportamento se repete e é sempre recompensado, será uma questão de tempo até que
ocorra uma mudança de comportamento na direção certa.
Essas recompensas, que nada mais são do que um reforço positivo, estimulam o indivíduo a
continuar praticando o comportamento desejado. Com o tempo, isso fará com que o indivíduo
mude significativamente seu comportamento.
Uma parte importante do método ABA é a compreensão o que em inglês tem sido chamado de
ABC comportamental. Vamos ver em que consiste.
Antecedente
O antecedente é o que acontece pouco antes de a conduta ser realizada. Pode ser do tipo
verbal, como um pedido ou pedido, ou também pode ser do tipo físico, como um brinquedo ou
objeto. Também pode ser algo imaterial, como uma luz, um som, uma música... Um
antecedente pode vir do ambiente, de outra pessoa ou vir de dentro do indivíduo (p. g., um
pensamento ou sentimento).
Comportamento
Consequência
A conseqüência é o que vem diretamente após a conduta ser realizada. Isso pode incluir o
reforço positivo do comportamento desejado ou a não reação de tal comportamento, como uma
resposta incorreta ou inadequada.
Olhando para o ABC, nós pode ajudá-lo a entender por que um comportamento ocorre e como
diferentes consequências afetam como o comportamento ocorre ao longo do tempo.
Você pode estar interessado: "Terapia infantil: o que é e quais são seus benefícios"
Exemplos
Exemplo 1
O método ABA pode ajudar esta criança e sua mãe a mudar o comportamento da primeira, e
como exemplo podemos ver o seguinte.
Exemplo 2
Consequência: a mãe diz "Claro que você pode jogar mais 5 minutos, mas apenas 5".
Conforme essas diretrizes são praticadas, a criança será capaz de substitua o seu
comportamento impróprio anterior por um que seja muito mais benéfico para você e é menos
perturbador. Ao perguntar educada e calmamente se pode brincar mais 5 minutos, a criança
percebe que com boas palavras pode realizar mais do que resistir a pegar os brinquedos.
Habilidades acadêmicas
Habilidades sociais
Habilidades cognitivas
Linguagem e Comunicação
Desenhar e escrever
Hábitos alimentícios
Higiene pessoal
Vestir
Jogo adaptativo
Tarefas domésticas
Controle de impulso
Percebe-se que essa metodologia potencializa o aprendizado de pessoas com esses tipos de
dificuldades, uma vez que crianças com PDD e ASD não aprendem da mesma maneira que
outras crianças, apresentam graves problemas de comunicação verbal e não verbal,
dificuldades de atenção e, além disso, por vezes estão imersos em jogos e estereótipos não
funcionais.
Ressalta-se que a metodologia ABA não só beneficia o aprendizado de crianças com essas
duas patologias, mas também Foi considerado útil em crianças com diagnóstico de transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome de Down, problemas de
comportamento e muito mais. Os princípios da ABA são aplicáveis a todas as pessoas e sua
metodologia também funciona em adultos. Este método ajuda qualquer pessoa com
necessidades educacionais especiais.
Teachs.ru
Gabriela Bandeira
10 de maio de 2022
Neste artigo, explicamos mais sobre a ABA naturalista, suas formas de aplicação e também a
diferença com a abordagem conhecida como ABA estruturada.
Trazendo um exemplo simples, vamos imaginar que durante a terapia, a criança comece a
brincar com um carrinho. Esta brincadeira está sendo reforçadora para ela no momento, e pode
ajudar a ensinar alguma habilidade, com o uso das estratégias corretas.
Além disso, o uso da abordagem naturalística para o ensino de habilidades tem como
componentes:
Relações funcionais;
Aumento da motivação;
Facilitadores de generalização.
A equipe também define quais são as habilidades que serão ensinadas na sessão e têm um
planejamento prévio para concluir aquele objetivo, mesmo que a motivação da pessoa atendida
seja um dos principais norteadores da sessão.
Uma das partes mais importantes da aplicação da ABA naturalista é que ela pode fazer parte
da rotina e atividades da vida diária, com os objetivos centrais de melhorar as habilidades e
lidar com comportamentos desafiadores. Por isso, os passos do profissional clínico para iniciar
a intervenção com as estratégias desta vertente da ABA são:
Observar: a intervenção começa com a observação do indivíduo em seu próprio contexto. Aqui,
a terapeuta ou o terapeuta vai acompanhar a rotina e atividades recorrentes para entender
onde existem dificuldades, quais habilidades já foram adquiridas e quais ainda podem ser
aprendidas para seu desenvolvimento, além dos comportamentos desafiadores que a terapia
pode ajudar;
Relações funcionais
Aumentar a motivação
Na sessão, podem ser usadas estratégias que têm como objetivo aumentar a motivação da
pessoa autista. Por exemplo, aqui existe a oportunidade da pessoa escolher, realizar uma
avaliação de itens de preferência, uso de materiais personalizados com os gostos dela e
buscar ambientes mais associados ao dia a dia dela, como a casa, a escola ou o parquinho.
Facilitar a generalização
Estratégias utilizadas para promover que a habilidade ensinada apareça em todos os contextos
da criança – aumentar a semelhança entre o ambiente de tratamento e o ambiente natural, ou
também utilizar de esquemas de reforço intermitentes durante o tratamento para proporcionar
um ambiente de aprendizado que se aproxima mais das contingências em vigor no ambiente
natural).
O que difere a ABA naturalista – ou ensino naturalístico – da abordagem conhecida como ABA
estruturada é que esta segunda é baseada no ensino por tentativas discretas. As duas, no
entanto, são baseadas na Análise do Comportamento Aplicada, têm uma certa estrutura e
seguem objetivos.
Na ABA estruturada (ensino por tentativas discretas): a terapeuta ou o terapeuta prepara três
cartões com uma girafa, um cachorro e um pato. E na sessão a criança recebe esses cartões
para nomear os animais.
Nas duas situações, o objetivo era o mesmo: ensinar habilidades de nomeação. O que mudou
foi a forma como isso aconteceu.
Uma coisa importante a esclarecer também é que ensino por tentativas discretas é conhecido
como terapia de mesinha, mas sua aplicação pode ser feita em outros ambientes, inclusive nos
mesmos em que o ensino naturalístico pode acontecer.
Além disso, as duas podem ser usadas juntas na terapia. Inclusive, muitos profissionais
organizam a intervenção para mesclar o ensino naturalista com o ensino estruturado. Isso
porque assim é possível garantir contextos de aprendizagem variados e maior chance das
habilidades aprendidas serem mantidas no futuro.
Isso porque é preciso conhecer a criança e avaliá-la para entender qual tipo de abordagem vai
promover melhor o aprendizado. Além disso, a família pode ficar tranquila, porque não existe
uma abordagem melhor que a outra, mas sim aquela que vai ajudar melhor no
desenvolvimento da criança.
As intervenções ABA são parte das práticas baseadas em evidências indicadas para o TEA.
Em 2014, a Associação para a Ciência no Tratamento do Autismo (ASAT, na sigla em inglês),
publicou o Evidence Based Medicine (EBM), que analisou 20 anos de intervenções para TEA
em diversas áreas relacionadas à Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
Este estudo identificou a existência de 28 práticas baseadas em evidências para o TEA que
atingiram todos os critérios propostos pela revisão. Destas, 23 eram baseadas nos princípios
da ABA. A clínica da Genial Care oferece intervenção ABA em casa para crianças com autismo
de até 5 anos, integrada ao treinamento de pessoas cuidadoras.
As 6 etapas do PECS
Na prática, o que significa PECS se resume em 6 fases que começam com a troca
simples de figurinhas e terminam com a criança tecendo comentários e respostas.
Então, entenda:
1 – Comunicando: o adulto entrega à criança uma única figura com algo que ele pode
querer ou precisar no dia a dia, como um brinquedo, alguma comida, etc. A criança
deve ser estimulada a entregar o cartão toda vez que ela precisar daquela coisa.
2 – Persistindo e distanciando: Ainda utilizando a mesma figurinha, a criança é
estimulada a usar para outras situações e com outras pessoas e locais. A ideia é
deixar o significado daquela figura um pouco mais generalizado.
3 – Diferenciando as imagens: a partir desta fase, o adulto deve apresentar duas ou
mais imagens à criança, impulsionando-a a fazer escolhas a partir de suas
preferências. No sistema PECS, essas figuras armazenadas numa pasta
personalizada que será utilizada na próxima fase.
4 – Estruturando as sentenças: Agora, usando o mecanismo da pasta, as escolhas da
criança serão formadas por frases maiores. Por exemplo: a criança utiliza a figura que
representa a frase “eu quero” junto da que condiz com o que ela quer.
5 – Gerando atributos e expandindo a linguagem: agora, a criança começa a adicionar
às suas frases adjetivos, verbos e preposições. Dessa forma, cria-se uma
profundidade e deixa o indivíduo mais familiarizado com a linguagem.
6 – Comentando: na última fase, a criança é estimulada a comentar suas escolhas,
respondendo a perguntas como “o que você está sentindo?”, “o que é esta coisa?”,
etc. Seguindo a lógica do que aprendeu nas fases anteriores, as respostas devem
começar com frases como “isto é…”, “eu vejo…”, “eu sinto…”.
Conduzindo o PECS
Certamente que a grande questão a ser conferida é não fazer do PECS apenas uma
troca de imagem. É preciso acompanhar a evolução da criança e saber como fazê-la
se interessar. Por isso, os criadores do PECS desenvolveram um curso voltado aos
pais, professores e cuidadores, para que essa seja uma das terapias que se pode
fazer de casa.
O modelo deu tão certo que hoje é possível encontrar na internet formas de fazer a
sua própria pasta de comunicação alternativa, com materiais bastante acessíveis.
O que significa PECS? Uma opinião médica
Para a psiquiatra Fabrícia Signorelli Galeti (CRM 113405-SP), os resultados quanto às
chances de voltar a falar usando o PECS é bem evidente, mas demanda alguns
cuidados importantes.
Faz parte do processo de intervenção do PECS que os familiares e cuidadores
executem as tarefas em diferentes ambientes da criança a partir da apresentação das
figuras. Porém, é um método de intervenção que demanda que o projeto terapêutico
seja elaborado para cada paciente e é composto por etapas, portanto não deve ser
realizado sem orientações individualizadas para cada paciente a partir de orientações
de profissionais treinados para trabalhar com PECS”, explica dra. Fabrícia.
Comunicação alternativa na era dos aplicativos
Outro conceito que tem satisfeito muitos pais, mães e educadores de crianças autistas
é o do FoFuuu. O multipremiado aplicativo é brasileiro e apresenta jogos e atividades
que auxiliam no desenvolvimento dos autistas.
Tudo que tem no aplicativo é feito com base científica e técnicas da neurociência, da
fonoaudiologia, terapia comportamental e outros métodos como o ABA (análise do
comportamento aplicada) e o A.G.E.S. (modelo de aprendizagem acelerada).
Como funciona? 4
O FoFuuu existe em duas versões: uma voltada para os que têm dificuldades de
aprendizado e outra exclusivamente para tratar questões de fonoaudiologia, o FoFuuu
Fono. Tudo isso numa linguagem bastante lúdica e interativa.
A primeira versão tem jogos que estimulam a coordenação motora fina, a cognição, a
criatividade, o processamento auditivo, a consciência fonóloga e, em breve, terá
atividades voltadas à alfabetização.
Já o FoFuuu fono traz para o universo dos jogos, das missões e das brincadeiras o
desenvolvimento da fala. A tecnologia de comando de voz faz com que a criança
precise emitir sons, sílabas e palavras, ou seja, é tudo feito de forma prática.
Além disso, as duas versões do aplicativo possuem personalização voltada para os
pais, professores ou terapeutas que estejam utilizando o programa.
Uma empresa de propósitos
Conversamos com a Marina Fauste, designer, que gerencia a área de produtos da
FoFuuu. Ela Explica que a empresa não para de se desenvolver e se mantém
conectada com tudo que está acontecendo no mundo em relação às inovações da
educação.
“O ensino através de jogos é muito interessante porque envolve uma uma mídia que
não é passiva. Um dos problemas que vemos hoje é o consumo passivo, as crianças
ficam muito tempo em frente a telas que não estimulam elas de nenhuma maneira. E
nosso aplicativo pretende estimular vários pontos com base em muitos estudos e nos
profissionais que trabalham com a gente. Por isso, tudo passa pelo crivo destes
profissionais. Olhamos para o que eles fazem nos consultórios e traduzimos em um
jogo“, explica Marina.
Outro ponto interessante no FoFuuu é que todas as atividades possuem
diferentes níveis de apoio. Como conta Marina: “Isso é pensado para que cada criança
tenha uma experiência mais confortáveis de acordo com o momento que esteja
passando. Alguns conteúdos serão mais fáceis outros mais difíceis. Por exemplo, uma
criança pode saber formas muito bem, mas não saber cores.”
Para baixar e saber mais sobre o FoFuu, clique aqui e acesse o site do projeto.
Metodologia a serviço dos autistas
A mestre em psicologia Carolina Coury Silveira, uma das consultoras do FoFuuu, nos
explicou como funciona o método:
“Como metodologia, temos três pilares baseados no que chamamos de reforço
positivo, em que tudo que a criança faz deve ser seguido de uma consequência
positiva, que vai aumentando a frequência dessa resposta. Existem outras maneiras
de aprender, mas essa é a menos aversiva, causa motivação, engajamento.
Também utilizamos o sistema de ajuda nos níveis total, parcial ou leve, porque a gente
quer que a criança aprenda com o mínimo de erros possível. A gente entende que a
motivação vai ser mais alta quanto menos ela errar.
Outra característica interessante é a individualidade. Queremos personalizar ao
máximo, entendendo, em cada criança, qual o nível de ajuda que ela precisa.
Temos também o sistema de economia de fichas, em que a criança vai ganhando
fichas entre cada etapa e, depois, o responsável dá um “prêmio” do interesse da
criança para quando ela alcança a meta. Esse sistema permite que a criança responda
mais, antes de ter acesso a um item reforçador. E ainda damos uma estimativa de
quando vai terminar o que a ajuda a mantê-la engajada.
Mas o nosso maior diferencial são os efeitos sonoros, algo que não dá para reproduzir
nas terapias. Se a criança, por exemplo, te responder que a imagem que você mostrou
é um gato, no aplicativo a coisa fica mais palpável, ela vê o gato balançando o rabo e
miando.”
Pulseira de emoções
Comer, ir ao banheiro, tirar dúvidas. Para um autista, nem sempre é tarefa fácil de
expressar, mesmo essas coisas aparentemente simples e corriqueiras. Assim,
seguindo a mesma linha do que significa o PECS, a empresa Tera-Play desenvolveu
uma pulseira com ícones que representam emoções, vontades e outras solicitações
comuns no dia a dia.
Cristiane Carvalho, que abriu mão da carreira de advogada para se dedicar totalmente
ao seu filho autista, foi quem criou o modelo do bracelete pictórico como uma
alternativa mais rápida e barata aos pais, afinal, é um objeto que, diferente de outros
métodos, pode ficar sempre à mão. 5
Comunicando de forma simples
De forma bem objetiva, a pulseira tem ícones para as seguintes ações:
Ir ao banheiro
Pedir ajuda de outra pessoa
Olhar ou ser olhado
Ouvir ou ser ouvido
Ações relacionadas a partes do corpo como boca e orelha
Esperar/falar de tempo
Solicitar comidas e bebidas
Parar
Tirar dúvidas ou dizer que não sabe algo
Demonstrar que está tudo bem
Lavar as mãos
Dessa maneira, além do modelo pictórico, Cristiane ainda criou e comercializa pelo
site da Tera-Play modelos ainda mais objetivos, como o bracelete “tenho algo a dizer”,
que foi pensado para auxiliar o método PECS (para quando não se está com a pasta
por perto); E há, também, o bracelete “Relax”, com números e desenhos para serem
contados em momentos de estresse, de forma a controlar a respiração e trazer
calma à criança.
Ainda mais, a Tera-Play é pioneira no desenvolvimento de produtos para pessoas com
o transtorno do espectro autista no Brasil. No site é possível encontrar uma variedade
de produtos de comunicação alternativa, educação emocional e recursos sensoriais.
Portanto, para saber mais, acesse o site da Tera-Play, clicando aqui.
Jornalismo
PorBeatriz Vichessi
06/06/2019
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