Você está na página 1de 9

Igor Souza dos Santos, RA: 1705470

Marcelo Rubio, RA: 1646122

Eugène Atget
Eugène foi um dos mais importantes fotógrafos franceses de todos os tempos,
reconhecido mundialmente por sua estética urbana, se distanciando de fotos
muito grandiosas e capturando a capital francesa Paris de um jeito mais cru,
fotografando até vielas e becos, coisa que muitos fotógrafos não faziam na
época, ganhando, portanto, certa excentricidade pelo fato de registar imagens
em “menor escala”. Com o passar dos anos, foi cada vez mais considerado
uma das vanguardas do surrealismo, por mais contraditório que isso possa
parecer, mas realmente muitas de suas fotos tinham um toque mais onírico.

Jean-Eugène-Auguste Atget nasceu no ano de 1857, em Libourne e foi criado


pelos seus avós maternos em Bordeux já que seus pais morreram quando ele
tinha cinco anos. Concluiu os estudos, mas ao invés de ir para uma faculdade,
acabou se alistando no exército e com isso passou alguns anos servindo na
marinha mercante. Quando completou 21 anos acabou retornando á Paris com
o objetivo de se tornar ator, porém, não ter sido aceito na escola de teatro em
sua primeira tentativa e ser novamente chamado para servir acabou retardando
seu progresso e desempenho. Com o pouco tempo para dedicar-se aos
estudos e poucas oportunidades, terminou desistindo da profissão e preferiu se
focar em pinturas, em 1889. O tempo que passou fazendo artes acabou
aperfeiçoando seu olhar e com isso, percebeu que conseguiria fazer algo
especial no campo da fotografia, assumindo a profissão já com 40 anos de
idade.
Conhecendo Paris de forma precisa, ele começou a retratar imagens cotidianas
de sua cidade, sendo o precursor da fotografia moderna na França. Durante
duas décadas e meia, ele adotou uma rotina de levar sua câmera e seu tripé
pela cidade e tirar fotos das mais diversas regiões de Paris, desprendendo-se
de tipos de fotos e imagens mais convencionais e humanas da época e se
focando mais em estilos urbanos. Pelo fato de retratar imagens vazias em preto
e branco de estéticas urbanas que muitas vezes não tinham pessoas
presentes, pode-se dizer que foi também um dos primeiros influenciadores da
fotografia surrealista.
Entre os anos de 1897 e 1927 o fotografo captou principalmente a velha Paris
nos seus quadros. E conforme já foi mencionado anteriormente, trouxe em
suas fotografias grande representatividade de vários lugares diferentes das
mais diversas classes sociais, mostrando evidentemente, a cidade nas suas
várias facetas desde ruas e vielas até construções e estruturas que foram feitas
antes da própria revolução francesa, além de pontos turísticos e o centro da
cidade, sempre dando destaque á paisagens urbanas como escadarias e
detalhes arquitetônicos nas fachadas e tirou fotos dos interiores de
apartamentos. Mas é claro que também deu certa atenção para as pessoas,
mesmo que com um olhar pouco convencional para seus tempos, retratando
vendedores ambulantes, garotas de programa, moradores de rua em
ambientes periféricos.
Depois de milhares de fotos tiradas, ele infelizmente acabou falecendo com 70
anos em Paris no ano de 1927, sem esposa ou filhos e talvez mais
chocantemente pobre e sem seu devido reconhecimento, já que ninguém
“Nada sabia sobre aquele homem que passava a maior parte do tempo
percorrendo os ateliês com suas fotos, vendendo-as por alguns cêntimos,
muitas vezes ao mesmo preço que aqueles cartões-postais, que em torno de
1900 representavam belas paisagens urbanas envoltas numa noite azulada,
com uma luta retocada. Ele atingiu o pólo da extrema mestria, mas na amarga
modéstia de um grande artista, que viveu na sombra, deixou de plantar ali o
seu pavilhão. Por isso muitos julgam por ter descoberto aquele pólo, que Atget
alcançara antes deles." De acordo com Camile Recht.
Seu legado foi reconhecido anos após sua morte, através de exibições de seu
trabalho, mais notoriamente nos EUA, e o nome Atget foi dado á uma cratera
de Mercúrio em sua homenagem.
“Uma boa fotografia é como um bom cão de caça, mudo, mas eloquente.”
- Eugène Atget.

(Pessoas assistindo o eclipse solar de 1912)


(Hameau de la Reine)

(Saint-Cloud, 1924)
Ansel Adams
Ansel Adams foi um dos mais reconhecidos fotógrafos americanos por ser um
dos mestres em captar imagens de paisagens naturais com muita profundidade
de campo e aspectos incrivelmente detalhistas.
Adams nasceu em 20 de fevereiro de 1902, em São Francisco, nos Estados
Unidos, filho de um popular home de negócios na região chamado Charles
Hitchcock Adams. Mesmo com a família tendendo mais pro lado de negócios,
ele sempre demonstrou interesse pelas artes desde pequeno, primeiramente
mostrando um grande talento musical, sendo que aprendeu sozinho a tocar
piano.
Porém, o seu talento para fotografia se manifestaria apenas anos mais tarde,
quando começou em 1916 a utilizar sua câmera Kodak que havia ganho de
seus pais como presente, para registrar fotos da viagem da família. Pouco
tempo depois, ele acabou entrando para o Sierra Club (associação ecolista dos
Estados Unidos) e se consolidou de vez na profissão de fotógrafo, mas tendo
que deixar de lado o piano, tendo sua primeira exposição e coleção publicadas
em 1922.
Ao atingir 18 anos, ele já ganhava dinheiro o bastante para se autossustentar, e
em 1928 acabou conhecendo sua futura esposa justamente através de sua
profissão: Virginia Best. Ela era filha do proprietário da Best Studios (e após o
falecimento de seu pai, ela acabou herdando todo o negócio da família,
mudando o nome do estúdio para Ansel Adams Gallery) e em 1930 e nos anos
seguintes, ele acabou sendo um dos fundadores do grupo f/64 ao lado de
nomes como Edward Weston, Willard Van Dyke, Imogen Cunningham.
Eles tinham como objetivo enfatizar uma fotografia mais pura e com uma
grande profundidade de campo, além de papéis fotográficos com baixo brilho,
concentrando-se unicamente nas qualidades do processo fotográfico. Esses
conceitos influenciariam Adams pelo restante de sua carreira, sendo que um
um trecho do manifesto do grupo f/64 nos ajuda a compreender um pouco da
obra fotográfica de Adams:
"O nome deste grupo deriva de um número do diafragma das lentes
fotográficas. Isso significa um largo alcance de qualidades da claridade e
definição da imagem fotográfica que é um importante elemento no trabalho dos
membros deste grupo."
Adams sempre mostrou seu rigor na qualidade fotográfica, "prefiro mostrar a
natureza de diferentes modelos de câmeras e seus recursos, esperando que o
fotógrafo possa levar essas discussões em consideração no contexto de suas
intenções e de seu próprio estilo", tendo sempre em mente a escolha da
máquina e seus componentes de forma correta, algo que ele fez questão de
explicar em sua série de livros A Câmera, O Negativo, A Cópia. Sempre vendo
em suas obras uma oportunidade para mudar a sociedade, e também sempre
buscando passar seus conhecimentos e técnicas para outras pessoas, como
buscou fazer em seus livros.
Em 1942 se juntou a outros fotógrafos numa missão para captar imagens que
mostrassem a verdadeira injustiça da guerra, ele particularmente registrou fotos
da vida no campo japonesa durante o período da guerra, muito pela vontade de
preservar e proteger as áreas selvagens, mais notavelmente Yosemite. Antes
do ataque em Pearl Harbor, ele acabou fotografando uma imagem da lua sob
uma vila, talvez sua imagem mais famosa: Moonrise, Hernandez, New Mexico
Na década de 1960, a apreciação da fotografia como forma de arte havia se
expandido até o ponto em que as imagens de Adams eram mostradas em
grandes galerias e museus. Em 1974, o Metropolitan Museum of Art, em Nova
York, organizou uma exposição retrospectiva. Adams passou grande parte dos
negativos da década de 1970 para satisfazer a demanda por suas obras
icônicas. Adams teve um ataque cardíaco e morreu em 22 de abril de 1984, no
Hospital Comunitário da Península de Monterey, em Monterey, Califórnia, aos
82 anos de idade. Adams deixou como legado todo o seu trabalho inovador de
fotografia, e seus dois filhos: Anne e Michael Adams.
“Não conheço ninguém que precise de um crítico para descobrir o que a arte
realmente é.”
- Ansel Adams.

(Boulder Dam, 1941)


(Evening, McDonald Lake, Glacier National Park, 1942)

(The Tetons and the Snake River, 1942)


Berenice Abbott
Nascida em Springfield no dia 17 de julho de 1898, Berenice Abbot foi uma das
mais célebres fotógrafas norte-americanas do século XX. Suas fotografias
representam um notório retrato do que foi a modernidade no novo século,
graças às suas obras vanguardistas da cidade de Nova York.

Sua relevância foi não só enorme em seus próprios trabalhos como também foi
para a valorização dos projetos de Eugène Atget que, após a sua morte em
1927, Abbott decide comprar todos os arquivos pessoais do francês.
Berenice começa seus estudos universitários no ano de 1917 na Ohio State
University com o claro objetivo de se tornar jornalista. Entretanto só
permaneceu na Universidade por alguns meses, pois em 1918 ela se muda
para Nova York e lá entra em contato com criadores, intelectuais e artistas
famosos.
Caracterizada pelo constante registro da evolução das grandes cidades, abaixo
temos uma de suas obras em um Grande Plano Geral que mostra toda a
grandeza dos prédios que foram erguidos ao longo do século XX. Nela, é
possível notar também um grande contraste de claro e escuro, com a luz do sol
batendo na fachada dos edifícios e projetando um jogo de luz e sombra
marcante.
(Cidade de Nova York em Grande Plano Geral)

Três anos depois, Abbott viaja para a Europa e se fixa em Paris, onde passa a
trabalhar como assistente no estúdio de Man Ray e se aproxima de vez da arte
que anos depois vai consagrá-la: a fotografia.
Na década de 1920, Berenice conhece Eugène Atget por quem logo fica
encantada pelo trabalho. Graças a Atget, Berenice pôde absorver referências
importantes para sua evolução como fotógrafa.
Em 1934, Abbott passa a lecionar na New School for Social Research, onde
ficou até 1958. Neste final de década, ela começa a desenvolver um de seus
grandes projetos: a documentação fotográfica de fenômenos científicos.

Na foto a seguir, temos um excelente exemplo de Plongée, técnica de


composição fotografica caracterizado por um olhar de cima para baixo. Nela,
vemos uma metrópole de Nova York numa vista aérea em plena noite. Detalhe
não só vai para o ótimo ângulo que praticamente cobre a fotografia de prédios
como também dá a sensação destes serem infinitos por justamente termos um
olhar macro, além de claro, a iluminação das janelas e postes estar
desenhando as próprias arquiteturas e avenidas da cidade noturna.
(Cidade de Nova York em Plongée)

Em 1959, a associação Professional Photographers of America a elege entre


as 10 primeiras mulheres exercendo fotografia nos Estados Unidos da América.
Três décadas mais tarde, o governo francês a nomeia Officier des Arts Et
Lettres e, além disso, ela recebe a premiação de Master of Photography. Em 9
de dezembro de 1991, Berenice Abbott falece na cidade de Monson,
Massachusetts.
O legado de Berenice está muito relacionado à cidade de Nova York, lugar este
onde seu trabalho alcançou o auge como uma das mais relevantes
documentaristas da década de 30.
De modo geral, suas obras chamam a atenção por mostrar uma Nova York
moderna, erguida por arranha-céus, vias expressas e pontes de metal, tudo
isso, aliado à crescente urbanização, premia seu talento em registrar uma das
principais cidades do país. Isso fica explícito novamente em fotografias como a
tirada abaixo.
No caso deste Contra-Plongée – composição caracterizada por um ponto de
vista de baixo para cima -, o ar claustrofóbico dos colossais prédios dando a
sensação de grandiosidade é muito bem captado por Berenice. Além de
“apequenar” o observador por tamanha imposição dos edíficos aparentando ser
maiores do que realmente são na realidade, Berenice consegue passar a
mensagem de crescimento e desenvolvimento urbano, dando destaque ao
progresso de Nova York no seu planejamento como evoluída metrópole.
(Prédios de Nova York em Contra-Plongée)

Referências Bibliográficas

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A8ne_Atget
https://www.blogs.unicamp.br/hypercubic/2019/01/memria -fotogrfica-eugne-atget/
https://carlosduarte12av1.wordpress.com/surrealismo/fotografia/eugene -atget/
https://www.resumofotografico.com/2011/10/fotografo -da-vez-ansel-adams.html?m=1
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ansel_Adams https://jf-alges.pt/ansel-adams-biography
https://www.revistalafundacion.com/pt-br/berenice-abbott-retratos-de-la-modernidad/
https://blog.grafittiartes.com.br/berenice-abbott-fotografa-que-revolucionou-
fotografiadocumental/

Você também pode gostar