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1. O DIREITO
1.1. Noção
O Direito divide-se nos ramos de Direito Público e Direito Privado sendo que o
primeiro regula a relação entre o Estado e os outros Entes Públicos Menores e o segundo
regula as relações entre os particulares. No caso das relações entre o Estado e os
particulares deve ter-se em conta a qualidade de que se reveste o estado. Se age com o
Poder de Autoridade é Direito Público. Se age sem o poder de autoridade é Direito
Privado.
O Direito Constitucional é o sector do ordenamento jurídico que regula os
aspectos fundamentais da organização e do sentido de determinada comunidade política,
dado que se ocupa da organização do estado ao nível político, constituindo um ramo do
Direito Público. É o direito base do estado, defende os direitos primários do estado e
ocupa o topo da hierarquia do ordenamento jurídico.
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2. O ESTADO
Fragmentação do Poder:
Pessoalização do Poder:
Com a passagem para a Idade Moderna o Rei vai assenhorar-se dos poderes e
impõe-se como autoridade suprema dentro do território.
O Mundo Político Moderno tem as seguintes características:
Concentração do Poder:
Territorialização do Poder:
Institucionalização do Poder:
Poder Autocrático:
Poder Monocrático:
Poder Demofílico:
Poder amigo do povo, tendo que realizar as suas ambições, não havendo
qualquer espaço para a realização individual. Só o rei, enquanto ser esclarecido e
iluminado tinha sabedoria suficiente para realizar as ambições do povo.
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Este tipo de estado acaba com o movimento liberal dos fins do séc. XVIII, que
surge por contraposição ao estado absoluto, sendo o acontecimento que marca o início
das revoluções liberais na Europa, a Revolução Liberal Francesa de 1789. Esta revolução
apenas chegou a Portugal em 1820.
As revoluções liberais dão origem ao Estado Liberal (a partir dos fins do séc.
XVIII), com as seguintes características:
Poder Democrático:
Individualismo:
Publicidade:
Estado Constitucional:
Estado dotado de uma Constituição, sendo com este tipo de estado que
surge a Constituição escrita. Esta ideia desenvolveu-se a partir do séc. XVIII com
o movimento político liberal. A Constituição é a garantia dos cidadãos e da
sociedade frente ao poder, é um instrumento de controlo do poder. O
Constitucionalismo é a época histórica de um ideal de Constituição escrita,
estando o poder limitado através de um texto sistematizado, que deve consagrar o
princípio da separação dos poderes e deve conter um catálogo dos direitos
fundamentais do cidadão.
Estado de Direito:
A ideologia liberal entra em declínio no séc. XX, tendo-se verificado uma certa
crise nos pressupostos em que assentava o estado liberal. Por força da evolução da
sociedade, que se mostrou conflituosa, começa a ver-se que os pressupostos do
Individualismo não eram correctos. Geraram-se desigualdades, convulsões sociais e
crises económicas que exigem um estado intervencionista, um Estado Social.
Existiram quatro acontecimentos que estiveram na base da criação do Estado
Social:
Liberal:
Social:
Mar territorial:
Plataforma Continental:
Sentido Amplo:
Sentido Restrito:
Num sentido mais preciso, povo é o conjunto dos nacionais, ou seja, das
pessoas ligadas ao estado por um vínculo de nacionalidade.
Função Legislativa:
Função Política:
Função Administrativa:
Função Jurisdicional:
3. O FENÓMONO DO POLÍTICO
Em Sentido Amplo:
Em Sentido Restrito:
Ciência:
Arte:
Prática:
A Política que mais nos interessa e a que tem mais importância é a área da
actividade (área da vida social).
A Politica enquanto actividade em Sentido Amplo é o que respeita ao exercício
do poder numa Sociedade.
Não há política sem Sociedade que é um grupo humano organizado e estruturado,
cujos membros se reconhecem mutuamente como tal, ou seja, pertencentes ao grupo. Por
exemplo, enquanto a família e a igreja constituem uma sociedade, os espectadores num
estádio de futebol não o são.
Por ser um grupo organizado e existir uma ordem, a sociedade pressupõe uma
autoridade ou Poder. O Poder implica uma instância que seja capaz de impor uma
direcção e de tomar decisões, que faz obedecer. O Poder é a Autoridade (elemento
activo) e a Obediência (elemento passivo) e manifesta-se na possibilidade do domínio de
uns homens sobre outros, o que leva à distinção entre governantes e governados.
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Sociedades Primárias:
Sociedade Global:
Direcção Externa:
Direcção Interna:
2. Formas Constitucionais
Formal:
Material:
Estes dois conceitos podem não coincidir. Por exemplo: a rigidez formal de uma
constituição com condições formais rigorosas de revisão pode não impedir que o seu
conteúdo seja profundamente alterado, sendo neste caso formalmente rígida mas
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materialmente não rígida. Uma constituição flexível como a inglesa pode permanecer
muito tempo sem alterações significativas de conteúdo e portanto é materialmente rígida
(artigo 288º C.R.P.).
Normas de Competência:
Normas Organizatórias:
Normas de Processo:
Tal como o nome indica são normas que designam os fins e as tarefas do
estado.
Em Sentido Amplo:
Em Sentido Restrito:
Época Liberal:
Regime Autoritário:
Regime Democrático:
Originário:
Derivado:
Quando o poder reside nas mãos de uma só pessoa, podendo esta ser
monárquica ou não.
É um exemplo de poder constituinte monárquico a constituição de 1826.
É um exemplo de poder constituinte autocrático a constituição de 1933.
Princípio Democrático:
Princípio Representataivo:
Subjectivos:
Individuais:
Universais:
Direitos Sociais:
específico plasmado nos artºs. 18º a 22º, 165º nº1 b), 272º nº3 e 288º d). Para isso existem
dois Critérios de Distinção:
A educação violenta não está abrangida na esfera normativa do artº 36º nº5 da
C.R.P., que não tutela esta forma de exercício do direito.
Os Limites Imanentes podem ser:
Expressos:
Implícitos:
Sempre que a constituição protege simultaneamente dois ou mais direitos que não
estão em contradição num caso concreto. Neste caso a esfera de protecção de um direito é
constitucionalmente protegida mas intercepta a esfera de protecção de outro direito.
Não retroactividade:
Não pode ser retroactiva, não produz efeitos para o passado, só valendo
para o futuro.
Todos estes requisitos são Cumulativos, ou seja, para que a lei seja constitucional
têm que se verificar todos.
Funcional:
Institucional:
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Pessoal:
Função Legislativa:
Produção de Leis.
Função Electiva:
Competência outorgante:
governo em casos excepcionais. Outra razão reside no facto de haver uma distinção
orgânica entre o chefe de estado e o chefe do governo, sendo este simultaneamente
responsável perante a Assembleia da República e perante o Presidente da República –
dupla responsabilidade política.
A vantagem deste sistema reside na sua adaptabilidade às necessidades políticas,
permitindo a acentuação da vertente parlamentar ou da vertente presidencial, consoante
se formem ou não maiorias estáveis na Assembleia da República. É um sistema flexível
que se pode presidencializar em momentos de crise ou parlamentarizar quando existe
uma maioria estável na Assembleia da República.
Área subtraída à
competência da
Assembleia da Competência
República concorrente -
podem legislar quer
a Ass. quer o Gov.
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Competência exclusiva da
Assembleia da República
(matérias reservadas à
Reserva Absoluta Assembleia da República)
Reserva Relativa
Matérias indele- A Ass. Pode autorizar o
gáveis. Só a Ass. governo a legislar através
pode legislar. de uma lei de autorização legislativa
ÂMBITO DA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DO GOVERNO
Uma Lei de Bases é uma lei da Assembleia da República que fixa as bases gerais
ou os princípios essenciais de um regime jurídico sem o desenvolver. Permite uma acção
legislativa posterior do governo através de Decretos-Lei de Desenvolvimento que se
traduzem na pormenorização e desenvolvimento daquelas bases ou princípios.
Segundo o artigo 112º nº2 da CRP o Governo tem que observar os limites fixados
na lei de Bases. Este artigo estabelece a subordinação dos D.L. de Desenvolvimento às
correspondentes Leis de Bases, sob pena de inconstitucionalidade. O Governo não pode
contradizer ou revogar os princípios gerais fixados pela Assembleia da República numa
lei de bases.
Poderá o Governo legislar para além do disposto numa lei de Bases?
Depende. Na área da competência exclusiva da Assembleia da Republica o
Governo só pode desenvolver rigorosamente as bases fixadas por esta. Na área de
competência concorrente o Governo pode estender o âmbito da lei de bases e regular
aspectos de pormenor que vão para além dos parâmetros enunciados na lei de bases.
CASO PRÁTICO
Supondo que a Assembleia da República aprovou uma lei sobre as bases do Sistema de
Segurança Social. Posteriormente o Governo aprova dois D. L. sobre a mesma matéria.
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No primeiro D.L. são violados alguns dos princípios consagrados na Lei de Bases. No
segundo D.L. regulam-se aspectos de pormenor que indo para além dos parâmetros
enunciados na Lei de Bases, todavia não os violam. Terá o Governo actuado dentro da
sua competência legislativa constitucional?
Resolução
Esta Lei de Bases incide sobre matéria que é da Reserva Relativa da Assembleia
da República nos termos do artigo 165º nº1 f) da CRP.
O Governo emana dois D.L. de desenvolvimento e pode faze-lo porque há uma lei
de bases, segundo o artigo 168º nº1 c) CRP.
Nos termos do artigo 112º nº 2 da CRP o Governo está limitado pelas bases.
O primeiro D.L. é inconstitucional na medida em que o governo nunca pode
contradizer ou revogar as bases fixadas pela Assembleia da República.
O segundo D.L. é inconstitucional na medida em que o Governo foi além da Lei
de Bases e não podia fazê-lo porque era matéria da competência exclusiva da Assembleia
da República.
Alteração do Decreto-Lei: