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INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS

BACHARELADO EM QUÍMICA
QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA EXPERIMENTAL

TITULAÇÕES DE ÁCIDOS E BASES FORTES

Alunos: BARBARAH SOARES E ÍTALO SOARES


Professora: FERNANDO SCHMIDT

Goiânia, 2022
1 INTRODUÇÃO

A titulação é um método de análise volumétrica para determinar a


concentração exata de uma solução mediante a utilização de outra solução de
concentração rigorosamente conhecida, contida na bureta, que se adiciona
lentamente à solução de concentração desconhecida. As titulações podem ser
classificadas segundo a reação química que nelas ocorrem podendo ser titulação de
precipitação, titulação de complexação, titulação de oxidação-redução e titulação
ácido-base.
Neste relatório realizou-se a titulação ácido-base, que ocorre entre um ácido
e uma base forte que é uma reação completa, ou seja, acontece uma neutralização.
Consideramos neutralização uma reação entre ácido em quantidades equivalentes
para se formar um sal. Na titulação de um ácido e uma base forte no ponto de
equivalência o pH da solução é 7, a uma temperatura de 25 ºC.
A seguir a reação utilizada neste experimento:
𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) → 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙)
O ponto estequiométrico de equivalência de uma titulação é aquele
calculado com base na estequiometria da reação envolvida na titulação. A detecção
do ponto de equivalência pode ser feita utilizando um indicador ácido-base
apropriado, que muda de cor para um valor de pH mais próximo possível do ponto
de equivalência, assinalando o fim da titulação. Numa titulação espera-se saber o
ponto de equivalência, mas o que se conhece é o ponto final. O ponto final de uma
titulação é aquele determinado experimentalmente, podendo ser uma variação física
ou química no titulado, que é logo em seguida ao ponto de equivalência.
Na teoria o ponto visível será equivalente ao ponto final de equivalência,
mas na prática existe o erro de titulação (Et). A diferença entre os volumes do ponto
de equivalência (Veq) e do ponto final (Vfi) é o erro de titulação
𝐸𝑡 = 𝑉𝑒𝑞 − 𝑉𝑓𝑖
Os indicadores ácido-base quando entram em contato com soluções ácidas
ou alcalinas, geram uma mudança de cor, sendo utilizados para indicar o caráter
ácido ou básico de uma solução. Um dos indicadores mais utilizados e usado neste
experimento é a fenolftaleína.
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Preparar e padronizar soluções utilizadas como titulantes em titulação ácido-
base
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Utilizar solução de ácido clorídrico (HCl) e hidróxido de sódio (NaOH) para
preparar e padronizar soluções em titulação de ácido-base
Comparar e analisar teoria x prática

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS
- pHmetro da marca BANTE instruments modelo 930;
- Bureta graduada 50 mL;
- Pipeta Volumétrica de 50 mL;
- Braçadeira de ferro de Bureta;
- Erlenmeyer de 50 mL;
- Suporte de universal de plástico com haste em ferro;
- 2 bequers de 50 mL;
- Funil de vidro;
- Pera;
- HCl 0,1 mol/L;
- NaOH 0,1 mol/L;
- Fenolftaleina 1%;

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

De modo inicial para checagem das concentrações reais das soluções


utilizados na titulação, utilizando-se da pipeta volumétrica, foram colhidos
25mL de HCl e 50mL de NaOH e transferido cada um para 2 béqueres sem
ocasionar na mistura das 2 soluções. Logo após colher as amostras lavou-se
o pHmetro com água deionizada e após secado submeteu-se primeiramente
a amostra de HCl 0,1 mol/L ao pHmetro ao qual apontou um pH de 1,18 a
30,2oC, após estabilização da leitura do pH lavou-se o pHmetro novamente,
secou-se e submeteu-se a amostra de NaOH 0,1 mol/L para leitura ao qual
apontou um pH de 13,02 a 29,7oC.
Após a checagem do pH, pegou-se a solução contendo 50mL de
NaOH, e com o auxílio do funil de vidro, foi transferido a mesma para a
bureta. Logo após transferiu-se o béquer contendo 25mL de HCl e transferiu-
se para o Erlenmeyer. Após transferir a solução de HCl para o Erlenmeyer foi
adicionado 4 gotas de Fenolftaleína 1%.
Após organizar cada solução em sua devida vidraria iniciou-se a
solução abrindo a bureta levemente deixando com que a solução pingasse no
Erlenmeyer ocasionando na mistura da solução de HCl (titulado) com a
solução de NaOH (titulante) realizando-se movimentos circulares com o
Erlenmeyer para realizar-se uma maior homogeneização da mistura da
solução. Seguiu-se com esse procedimento até utilizar-se 24mL do titulante
aonde verificou-se o ponto de viragem aonde a solução que antes estava
incolor apresentou indícios de se tornar levemente rosada.
Após checar o ponto de viragem da titulação lavou-se novamente o
pHmetro e checou-se o pH da mistura de solução de NaOH com HCl ao qual
apresentou um pH de 9,05 a 31,1oC.

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após colhido os dados e observar-se o resultado do experimento


foi feito uma comparação dos valores vistos no experimento com os valores
teóricos.
Na primeira etapa foi feito uma comparação dos valores reais de pH
apresentados após submeter-se as soluções de HCl e NaOH para leitura no
pHmetro. Para a solução de HCl foi verificado um valor de pH 1,18 a 30,2oC e
para a solução de NaOH foi verificado um valor de pH 13,02 a 29,7 oC.
Fazendo-se a reação estequiométrica e o cálculo teórico do pH de cada
solução vemos:

1HCl (aq) + 1H2O (l)  1Cl- (aq) + 1H3O+(aq)

pH= -log [H3O+]


pH= -log [0,1]
pH= 1

1NaOH (aq)  1Na+(aq) + 1OH-(aq)

pOH= -log[OH-]
pOH= -log 0,1
pOH= 1
pH= 14 - pOH
pH= 14 – 1
pH= 13

Comparando-se os valores teóricos com os reais vemos então uma margem


de diferença. Entcão pegando os valores reais e fazendo anti log achamos então a
concentração real de cada solução:
1HCl (aq) + 1H2O (l)  1Cl- (aq) + 1H3O+(aq)

[H+] = 10-1,18
[H+] = 0,066
[HCl] = 0,066 mol/L

1NaOH (aq)  1Na+(aq) + 1OH-(aq)


pH = 14 - pOH
13,02 = 14 – pOH
pOH = 14 – 13,02
pOH = 0,98
pOH = -log[OH]
[OH] = 10-pOH
[OH] = 10-0,98
[OH] = 0,104
[NaOH] = 0,104 mol/L

Comparando-se então os valores reais de concentração vemos então uma


margem de diferença em relação ao aos valores levados em conta no rótulo do
frasco de cada solução.
Após isso comparamos o valor teórico necessário para titulação do
ácido com o volume real utilizado até o ponto de viragem.

TEÓRICO
Titulante: NaOH 0,1M

Titulado: HCl 0,1M – 25mL


HCl:
MH+= n/V
n = MH+*V
n = 0,1 * 25*10-3
n = 2,5 * 10-3
Proporção = 1:1 Então
NaOH:
MOH=n/V
V = n/MOH
V = 2,5*10-3/0,1
V = 25*10-3 = 25 mL

REAL

Titulante: NaOH 0,104M

Titulado: HCl 0,066M – 25mL


HCl:
MH+= n/V
n = MH+*V
n = 0,066 * 25*10-3
n = 1,65 * 10-3
Proporção = 1:1 Então
NaOH:
MOH=n/V
V = n/MOH
V = 1,65*10-3/0,104
V = 15,86*10-3 = 15,86 mL

Porém, comparando com o volume utilizado no experimento ate ser


identificado o ponto de viragem (24 mL) vemos ainda assim uma margem de
diferença. Portanto, pode-se associar essa divergência a diversos fatores ao qual
podemos apontar um como sendo a transferência direta do béquer para o
erlenmeyer o qual pode ter ficado resquícios da solução no béquer dando uma
divergência de volumes utilizados para o cálculo.
Outro fator relevante que pode ser levado em conta na diferença de
volumes necessários para realizar o experimento pode estar associado ao
indicadores ácido-base utilizado na titulação. A fenolftaleína por exemplo tem um
ponto de viragem de 8,2 – 10,0 o que se pode explicar o motivo de ter utilizado mais
ou menos 8 mL de base até ser identificado o ponto de viragem da solução. Portanto
vemos que para a titulação de ácidos e bases fortes a fenolftaleína não é o indicador
ácido base mais apropriado.

5 BIBLIOGRAFIA

ATKINS, Peter. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio


ambiente, 7ª ed, Porto Alegre, 2018.
GAMA, M. S., AFONSO, J. C., De Svante Arrhenius ao pHâmetro digital: 100
anos de medida de acidez; Química Nova, Vol 30, nº1, 232-239, Rio de
Janeiro, 2007.
SORENSEN, S. P. L., Comptes-Rendus des Travaux du Laboratoire de
Carlsberg, 1909, 8: 1 (apud, referência 11).

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