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Palestra do Guia Pathwork No.

50
Palestra Anteriormente Editada
24 de abril de 1959

O CÍRCULO VICIOSO

Saudações, meus caros amigos ! Deus abençoe este encontro! Deus abençoe todos vocês !

Esta noite, deverei falar sobre um dos círculos viciosos muito comuns entre os seres
humanos. Em certo grau ele opera na alma de todos os humanos. A maioria das vezes ele vive no
subconsciente, apesar de algumas partes deste círculo estarem no nível consciente.

É importante neste trabalho que vocês sigam o círculo até que o desvelem inteiramente, pois,
do contrário, não conseguirão solucioná-lo.

Minhas palavras não estão endereçadas tanto à sua mente inconsciente, ao seu intelecto, mas
ao nível das suas emoções onde este círculo vicioso existe.

Mesmo estando conscientes de algumas partes deste círculo vicioso, usem estas palavras para
buscar todas as outras partes das quais vocês ainda não têm consciência.

Talvez alguns de vocês estejam totalmente inconscientes sobre qualquer parte deste círculo.
Neste caso e, para começar, estas palavras lhes guiará de modo a tornar, ao menos parcialmente,
consciente. Isto não será muito difícil, pois muitos dos seus sintomas facilmente lhes mostrarão que,
apesar de inconsciente, o círculo vive fortemente em vocês. Mesmo assim, não interpretem estas
palavras achando que vocês conscientemente pensam e reagem de acordo com o círculo vicioso;
percebam que ele está oculto.

Cabe a vocês tornar consciente a reação em cadeia no seu trabalho de caminho para a auto-
descoberta e auto-realização. Tornar-se consciente destas correntes ocultas lhes dará liberdade e
vitória.

A maioria dos meus amigos, percebem que existe, em cada personalidade, uma maneira
ilógica de pensar, sentir e reagir, apesar de conscientemente seguir uma certa lógica. Tudo no
inconsciente é primitivo, ignorante e muito freqüentemente ilógico, apesar de seguir uma certa lógica
limitada e própria.

O círculo vicioso, que é o meu assunto desta noite, começa na infância, onde todas as imagens
são formadas. A criança é totalmente dependente, necessita de cuidados; não pode apoiar-se sobre
seus dois pés; não pode tomar decisões maduras; ela não pode estar livre de desejos fracos e
egoístas e, conseqüentemente, deve depender de outros seres humanos num certo grau.
Assim a criança é incapaz do amor incondicional. O adulto maduro cresce a partir disto, uma
vez que a personalidade como um todo amadureça harmoniosamente e uma vez que, nenhuma das
reações infantis, permaneçam ocultas no inconsciente.

by Eva Broch Pierrakos


 1999 The Pathwork Foundation
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Se isto ocorrer, apenas parte da personalidade crescerá, enquanto que a outra parte - e uma
parte muito importante - permanecerá imatura. Existem muito poucos adultos que são tão maduros
emocionalmente quanto intelectualmente.

A criança deseja ser amada; na verdade, ela necessita ser amada. Se existe um adulto capaz de
proporcionar algo que ao menos lembre o amor divino, o conflito do qual falamos aqui não
emergirá. Mas, mesmo neste caso, os problemas interiores de uma entidade nunca seriam
solucionados. Pois nada pode ser realmente solucionado por aquilo que uma outra pessoa faça ou
deixe de fazer! É por isso que a vida neste planeta imperfeito e impuro é necessária para todas as
almas que ainda não estão puras.

A criança entra em contato com ambientes mais ou menos imperfeitos que trazem à tona seus
problemas interiores. Por causa da falta de amor divino, a criança em sua ignorância clama por um
amor exclusivo que não é divina nem humanamente possível.

O amor que ela quer é egoísta; ela não quer compartir este amor com os outros, com os
irmãos e irmãs, nem mesmo com o outro genitor. A criança, geralmente, tem ciúmes dos dois: pai
e mãe. Contudo, se os pais não amam um ao outro, a criança sofre ainda mais. Assim o primeiro
conflito surge a partir de dois desejos opostos. Por um lado, a criança quer o amor de cada um dos
pais exclusivamente; por outro lado, ela sofre se os pais não amam um ao outro.

Como a capacidade de amar de cada genitor é imperfeita, a criança, através de uma má-
interpretação pensa que, a despeito da imperfeição, a maioria dos pais é ainda mais capaz de amar do
que qualquer outra pessoa. Contudo, a criança sente-se excluída e rejeitada se os pais amam outros.

Resumindo, o amor exclusivo que a criança exige nunca poderá ser proporcionado. Além
disto, todas as vezes que a criança é proibida de fazer o que quer, isto serve como "prova" adicional
de que ela não está sendo suficientemente amada.

Esta frustração faz com que a criança sinta-se rejeitada e, assim, gera ódio, ressentimento,
hostilidade e agressão. Esta é a segunda parte do círculo vicioso.

A necessidade de amor que não pode ser propiciada causa ódio e hostilidade contra as pessoas
que ela mais ama. Falando de forma genérica, este é o segundo conflito do crescimento do ser
humano.

Se a criança odiasse alguém a qual ela, ao mesmo tempo ama; se ela ama da sua própria
maneira e sem desejar amor em troca, este conflito não emerge. O fato de existir o ódio pela pessoa
que mais se ama cria um conflito importante na psique humana. É evidente que a criança se sentirá
envergonhada sobre estas emoções negativas e, conseqüentemente, ela empurra o conflito para o
subconsciente onde ele desaparece.
O ódio causa culpa, pois a criança foi ensinada muito cedo que odiar é mau, errado e
pecaminoso, particularmente aos pais aos quais se deve amar e honrar. É esta culpa que vive sobre
e dentro do subconsciente, que na personalidade adulta causa todo tipo de conflitos internos e
externos. Além do mais, as pessoas não têm consciência das raízes destes conflitos até que decidam
encontrar o que está oculto no seu subconsciente.
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A culpa tem uma reação maior e de novo inevitável. Sentindo-se culpado, o inconsciente diz,
"eu desejo ser punido". Assim o medo da punição emerge na alma o qual de novo é quase sempre
completamente inconsciente. Contudo, as manifestações podem ser encontradas em vários
sintomas, os quais se seguidos, levarão finalmente às reações em cadeia que agora descreverei.

Com o medo da punição uma nova reação é acionada. Todas as vezes que vocês estão felizes
e sentindo prazer, ao invés disto ser um desejo natural, sentem que não merecem tais sentimentos.
A culpa de odiar aqueles que mais amam, convence a criança que ela não é merecedora de nada
bom, alegre ou prazeroso.

A criança sente que todas as vezes que ela se sentir feliz, a punição, que parece inevitável, será
tanto maior. Conseqüentemente a criança, inconscientemente, evita a felicidade, pensando que está
pagando pela culpa desta maneira e, assim, evitando uma punição ainda maior. O fato de evitar cria
situações e padrões que parecem sempre destruir tudo que elas mais desejam na vida.

É este medo da felicidade que leva a pessoa a todos os tipos de reações, sintomas, esforços e
manipulações de emoções, todos doentios e até mesmo as ações que, indiretamente, criam padrões
que aparecem como se tivessem acontecido involuntariamente, sem que a personalidade seja
responsável por elas.

Assim, um outro conflito vem à existência. Por um lado, a personalidade está clamando por
felicidade e realização, por outro lado, o medo da felicidade proíbe a realização.

Apesar do desejo de felicidade nunca poder ser erradicado, devido a este sentimento de culpa
profundamente ocultado, quanto mais a pessoa deseja felicidade, mais culpada se sente. Muitas
imagens, tanto pessoais como coletivas são reunidas ao longo do caminho, todas ajudando a
fortalecer esta reação em cadeia.

Assim, o medo de ser punida e o medo de não merecer a felicidade cria uma reação maior e
mais complicada. A mente inconsciente pensa : "eu tenho medo de ser punido pelas outras pessoas,
embora eu saiba que o mereça". É muito pior ser punido por outros, pois estarei, então, à mercê
dos outros sejam pessoas, sejam acontecimentos, seja Deus, seja a própria vida.

Mas, talvez se eu me punisse, ao menos, poderia evitar a humilhação, a vulnerabilidade e a


degradação de ser punido por forças exteriores a mim. "Estes conflitos básicos de amor e ódio, de
culpa e medo da punição existem em todas as personalidades humanas variando apenas o grau. O
desejo compulsivo de auto-punição devido a conclusões errôneas e ignorantes existem em todo ser
humano em algum grau.

Assim a personalidade inflige sobre si mesma a punição. Isto pode acontecer de várias
maneiras, seja por doença física que a psique produz ou por vários acontecimentos negativos,
dificuldades, falhas ou conflitos em qualquer área da vida.

Em cada caso, a área afetada depende da imagem pessoal que a criança formou e sustentou ao
longo desta vida, até que seja encontrada e, eventualmente, dissolvida. Por conseguinte, se uma
imagem existe relacionada à profissão e carreira, por exemplo, ela será fortificada pelo desejo
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inerente de auto-punição; dificuldades a este respeito constantemente emergirão na vida da pessoa,


ou, se uma imagem atada ao amor e à vida matrimonial existe, o mesmo padrão será verdadeiro aqui.

Portanto, se e quando vocês não conseguem ser bem sucedidos no desejo consciente e
legítimo e, ao olhar para as suas vidas descobrem que o padrão de realização do seu
desejo consciente constantemente foi frustrado, apesar de vocês não terem nada a ver com isso,
apesar de um feito inesperado lhe ter acontecido, podem ter certeza de que não só existe uma
imagem e uma conclusão errônea dentro de vocês mas que, além disto, está presente, também, a
necessidade de auto-punição.

Uma outra reação em cadeia neste círculo vicioso é a fragmentação da personalidade no fluxo
dos desejos. A separação original entre o amor e o ódio, que deu início ao círculo vicioso, causa
outras rupturas maiores, como pôde ser claramente visto até agora.

Um dos sentimentos conflitantes é a necessidade de auto-punição, contudo, por outro lado, o


desejo de não ser punido coexiste. Assim, uma parte oculta interpela "talvez eu consiga conviver
com isto. Talvez eu possa me redimir de uma outra maneira pela minha grande culpa de odiar".

A redenção imaginária torna-se um tipo de barganha. O indivíduo o faz estabelecendo um


padrão tão alto para si mesmo que é impossível alcançar em realidade. Esta pequena voz interior
argumenta, "Se eu sou tão perfeito, se não tenho faltas ou fraquezas, se sou o melhor em tudo que
realizo, então posso pagar pelo meu passado de ódio e ressentimentos". E como a pequena voz foi
em um dado momento reprimida para o inconsciente, ela não está morta; ela ainda está viva no
presente.

Você só pode livrar-se de algo se consegue torná-la consciente. É por isso que o mesmo
velho ódio ainda está pendurado em você. É, também, por isso que constantemente sentem-se
culpados. Se realmente fosse uma questão de passado, não sentiriam esta culpa aguda todo o
tempo, mesmo não estando, a culpa, consciente.

Vocês pensam que sendo tão perfeitos podem evitar o castigo. Desta maneira está sendo
criada a segunda consciência. Na realidade só existe uma consciência: é o eu superior, que é eterno e
indestrutível; é a chama divina de cada ser humano.

Não confundam esta consciência com a segunda consciência que está sendo artificialmente
criada a partir da compulsão em pagar por um suposto pecado, ou mesmo por uma falha real.
Tampouco os pecados imaginários ou as falhas reais podem ser pagos por uma consciência artificial
e superexigente; na verdade, ninguém necessita ser punido.
Como todos vocês já sabem, a maneira de eliminar as verdadeiras falhas é muito diferente e
muito mais construtiva. Se e quando vocês finalmente diferenciarem entre estes dois tipos de
consciência, darão um grande passo à frente.

A consciência pura e divina está, é claro, relacionada com o seu progresso, com o seu
desenvolvimento espiritual e com o alcance de sua meta pessoal na vida. Está, também, relacionada
à sua lei pessoal.
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Quando digo lei pessoal, isto não deveria ser mal interpretado. Não significa o tipo de
comportamento que as pessoas de vontade forte, primitiva, subdesenvolvida ou anti-social
demonstram. Não significa viver numa fortaleza de separatividade, às vezes pelas suas próprias leis
de egoísmo.

Tais pessoas desconsideram não apenas a lei do seu governo mas, também, a lei divina. A lei
pessoal a que me refiro é parte da lei divina; ela permanece sempre dentro dos moldes da divina e
nunca a contradiz.

Contudo, cada criança de Deus é diferente em desenvolvimento, bem como, em caráter e


temperamento. Cada pessoa tem diferentes qualidades e dificuldades. Conseqüentemente cada ser
humano necessita de algo diferente para sua própria vida e, freqüentemente, algo diferente para cada
período dentro da mesma vida. O que se aplica a uma pessoa necessariamente não se aplica a
outras.

A lei divina é ampla e muito flexível. Desconhece a rigidez e generalizações e das más
interpretações humanas sobre a lei divina. Tais más interpretações podem bloquear alguns
indivíduos. Eles sentem-se agudamente oprimidos por suas expectativas e por tudo aquilo que,
conscientemente, acham correto.

Talvez seus instintos egoístas ainda sejam tão fortes que sua consciência real e divina produza
este efeito, mas talvez isto os esteja conduzindo de acordo com planos de vida do seu ego.

Assim, talvez seu ambiente os conduza a fazer algo que por si mesmo seja correto e, contudo
pode não ser a coisa correta para vocês. Por outro lado, o que a sua consciência verdadeira quer
que vocês façam pode, à primeira vista, parecer contrário à lei ética e moral do seu ambiente.

Apesar disto soar estranho para vocês, quando pensarem mais profundamente, verão que não
é tão estranho. A sua consciência divina nunca será diferente da ética e da moral divina. Portanto,
se você tem coragem e independência para pensar sobre quais são as morais externas, descobrirão
que em muitos casos elas podem estar em conformidade com a lei divina enquanto que, em outros
casos, não.

Às vezes as morais externas são rígidas e sem sentido. Ao aderir a elas, vocês poderão
machucar aos outros e a si mesmos, mais do que ao seguir a sua lei divina pessoal.

A lei divina, é sempre determinada primeiro e, principalmente, pelo medidor: ferir ou não aos
outros. Pode haver situações na sua vida quando é inevitável ferir aos outros; estas situações
emergem a partir da sua ignorância básica.

Em tais casos vocês devem deliberar e pesar cuidadosamente pedindo a Deus iluminação
sobre qual decisão trará menor dor a todos ao seu redor. À medida que ouvem a voz da
consciência divina, ela lhe trará paz e liberdade.

Deixe-me enfatizar de novo: a sua lei e plano pessoais nunca serão imorais ou sem ética, na
realidade. Às vezes pode parecer assim, de acordo com os padrões rígidos humanos, que sempre
têm a tendência de seguir ao pé da letra e não de acordo com o profundo significado.
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Padrões rígidos da humanidade são sempre, por natureza própria, não-divinos e compulsivos
no mesmo sentido da sua segunda consciência artificial. Pois aquilo que habita no indivíduo sempre
habita na humanidade como um todo.

Apenas ao sentir profundamente a si mesmo e apenas através da completa honestidade


consigo - a qual vocês já devam ter aprendido num certo grau - é que se pode captar o significado da
verdadeira e real consciência que os guiará corretamente se não deixarem que a voz compulsiva da
segunda consciência domine a consciência real.

Quando a sua consciência real for ouvida, vocês serão liberados, meus amigos, mesmo que a
sua decisão termine sendo o desejo de suas emoções naquele momento. Aqui está a dificuldade; não
há regras.

Num dado momento a sua consciência divina e real pode lhes dizer que façam aquilo que é
incomum, desconfortável e contra todos os seus desejos egoístas.

Então vocês esperam que aquela voz interior os alerte contra seus desejos egoístas. Em
outros momentos, a maneira correta pode ser o que ambas, a consciência compulsiva e a real, estão
dizendo, apenas os motivos podem ser diferentes.

Ou ainda em outros momentos, a sua consciência real lhes direciona para aquilo que vocês
mais desejam, mas vocês não têm coragem de obedecê-la porque a sua consciência compulsiva fala
alto demais.

Esta voz diz, "sinto-me culpado demais, não devo ser feliz, eu não mereço isto" mas, então a
voz da sua consciência divina lhes diz que vocês devem se sentir liberados; devem sentir-se em
completa harmonia consigo e com o mundo, qualquer que seja a decisão, qualquer que seja o
resultado, quaisquer que sejam as dificuldades.

Pouquíssimas pessoas conseguem penetrar nesta voz da consciência divina todas as vezes e
estar conscientes dela. Elas são constantemente açoitadas pelo carrasco das suas consciências
compulsivas a qual veio à existência pelas reações em cadeia que mencionei anteriormente.

A segunda consciência compulsiva faz exigências as quais são impossíveis de realizar. Cada
vez que não conseguem alcançar estes padrões, vocês sentem-se desproporcionalmente
desqualificados.

A cada falha em satisfazer a consciência compulsiva, vocês sentem cada vez mais fortemente
que a punição é inevitável. Sentem a necessidade do castigo mais forte do que antes de terem
reinventado esta segunda consciência.

Dizem para si mesmos "se eu nem mesmo sou capaz de ser tão bom e perfeito quanto eu
deveria ser para a maioria das pessoas, então como posso ser perfeito com aqueles a quem odeio?
Conseqüentemente, sei quanto devo ser punido e desprezado".
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A barganha que vocês tentaram fazer não funcionou. Nunca poderia funcionar. Assim, o
preço que pagam pela segunda consciência é alto - muito mais alto que o preço que todos devem
pagar para viver a vida saudavelmente.

O que acontece quando vocês não conseguem atingir estas metas? Inevitavelmente o
resultado será um sentimento de inadequação e inferioridade.

Como não sabem que os padrões da sua consciência compulsiva são irracionais, irreais e
impossíveis de realizar e como vocês acreditam, por trás da sua parede de separatividade, que as
outras pessoas são bem sucedidas nessas tentativas enquanto vocês são os únicos derrotados,
sentem-se completamente isolados e envergonhados, com a sua culpa secreta não apenas por odiar
mas, também por ser incapaz de serem bons e puros.

Vocês podem dizer, "É correto e bom tornar-se perfeito" Vocês podem dizer "A
Consciência Divina não deseja esta percepção também? Certamente que aspira.

Eu disse antes que às vezes a consciência divina e a compulsiva podem estar lutando pela
mesma coisa. Em primeiro lugar, contudo, a maneira como é alcançada difere em cada caso.

A consciência divina sabe que vocês não podem ser perfeitos ainda, ela quer lhes mostrar,
passo a passo, como atingir a perfeição gradualmente, aceitando a si mesmos como são agora, sem
culpa ou medo.

A consciência compulsiva desconhece tudo isso' ela quer ser perfeita agora. Além disso, os
motivos dessas duas vozes variam. A consciência divina tem tempo; ela deseja seu objetivo final
com o propósito de amar melhor; ela sabe que a perfeição da verdade divina é a única maneira de
dar amor e felicidade e tornar-se feliz e ser amado.

A segunda consciência é motivada pela fraqueza e pelo medo. Ela barganha, quer evitar algo
que pode ou não ser bom, saudável e merecido - depende de como vocês olham para a tão chamada
punição.

Ela é orgulhosa demais para perceber que não pode ser perfeita ainda. É, também, orgulhosa
demais para lhes deixar aceitar a si mesmos como são agora. Conseqüentemente, devem sentir-se
inferiores porque não são capazes de viver de acordo com seus altos padrões.

Todos os sentimentos de inferioridade na natureza humana podem ser reduzidos a este


denominador comum. Enquanto este fato não for sentido e experimentado, não lhes é possível
clarificar os sentimentos de inferioridade.

Vocês devem desvendar todo o círculo vicioso e ver a sua irracionalidade; devem passar pelas
emoções que fazem com que este círculo seja criado. Apenas então dissolverão esta reação em
cadeia ponto por ponto e criarão novos conceitos dentro do seu eu emocional.

Quaisquer que seja as racionalizações usadas para explicar os seus sentimentos de


inferioridade, elas nunca são a causa real. As outras pessoas podem conseguir obter sucesso de uma
maneira ou de outra, mas isto por si mesmo nunca deveria lhes fazer sentir inferiores.
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Sem os seus padrões artificialmente altos, vocês não sentiriam a necessidade de ser melhores
ou tão bons quanto os outros em cada setor da sua vida. Poderiam aceitar com equanimidade que as
outras pessoas são melhores ou fazem melhor em algumas áreas da vida, enquanto que vocês têm
vantagens que a outros podem faltar.

Vocês não têm que ser tão inteligentes, tão bem sucedidos, tão bonitos quanto as outras
pessoas são. Esta nunca deveria ser a verdadeira razão para os seus sentimentos de inadequação e
inferioridade!

Esta verdade é sustentada pelo fato de que vemos as pessoas mais brilhantes, mais bem
sucedidas e mais bonitas freqüentemente acalentando os piores sentimentos de superioridade do que
aqueles que são menos brilhantes, menos bem sucedidos ou mais feios.

Esta inadequação e inferioridade servem para fechar mais ainda o grande círculo vicioso.
Novamente, a sua pequena voz inconsciente interpela, "Eu falhei. Sei que sou superior mas, talvez,
se eu pudesse receber uma grande quantidade de amor, respeito e admiração de outros isto pareceria
com a mesma gratificação que originalmente busquei na infância e a qual me segurou no passado,
Conseqüentemente me levando a uma posição de ódio e criando todo este círculo.

A admiração e respeito de outros seria, também, a prova de que eu estava correto pois é
impossível receber agora o que meus pais me negaram. Isto também mostrará que eu não sou tão
inválido quanto eu suspeitava quando falhei em viver de acordo com os padrões da minha
consciência compulsiva".

Naturalmente, estes pensamentos nunca são racionalizados conscientemente; contudo esta é a


forma como as emoções discutem sob a superfície. Assim, fecha-se o círculo onde ele começa e a
necessidade de ser amada e admirada torna-se muito mais compulsiva que originalmente era.

Todos vários pontos desta reação em cadeia tornam a necessidade muito mais forte. Ao lado
disto, existe sempre uma suspeita de que o ódio é injustificado - o que é verdade, mas num sentido
diferente.

A personalidade inconscientemente sente que se tal amor existe realmente, então a criança
estava correta e seus pais, ou quem quer que seja que não lhes deu este amor, estavam errados.
Assim a ânsia de amor torna-se cada vez mais obstinada e tensa, com motivos fracos, não saudáveis
e completamente imaturos.

Como esta necessidade nunca pode ser preenchida - quanto mais isto se torna aparente, maior
fica a culpa - todos os pontos subseqüentes no círculo vicioso tornam-se piores à medida que a vida
passa, sempre criando mais problemas e conflitos.

Apenas quando vocês desejam amar de uma maneira madura e saudável que não encubra
motivos doentios e apenas quando estão desejosos por amar na mesma intensidade em que desejam
ser amados e, conseqüentemente, aceitando os "riscos da vida" é que o amor poderá vir.
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Se lembrem que a personalidade doentia, na qual este círculo vicioso é forte, nunca pode
aceitar o risco enquanto ela continuar a desejar o amor infantil e imaturo. Enquanto ela não puder
arriscar coisa alguma pelo amor, ela não saberá como amar amadurecidamente.

Da criança não se deve esperar assumir este risco; contudo do adulto, sim. A criança
interior tem apenas o desejo imaturo e a ânsia do amor e quer ser amada e mimada, cuidada e
admirada mesmo pelas pessoas a quem ela não tem a intenção de amar em retorno; em algum grau,
a proporção entre seu desejo de dar e a compulsividade para receber é muito desequilibrada.

Por causa desta injustiça básica, tal esquema não pode funcionar. Pois a lei divina é sempre
justa e equilibrada. Nunca se recebe mais do que se investe. Quando investimos livremente, sem
motivos fracos e compulsivos, pode-se não obter de volta o amor da mesma fonte em que você
investiu mas, eventualmente, ele deverá fluir para você, desta vez num círculo benigno.

O que vocês dão para o exterior flui de volta, uma vez que não seja dado de maneira dividida,
com o motivo de provar algo. Se os motivos para o amor limitado que vocês dão estão
inconscientemente baseados no grande círculo vicioso, nunca poderão receber o amor de volta,
mesmo se por um acaso vocês encontram alguém que, basicamente, poderia amar mais
amadurecidamente do que ocorreria no ambiente que vocês, naturalmente, atraem por suas
qualidades vibratórias.

Vamos supor que, a título de argumento, todas as suas necessidades de receber amor
pudessem ser supridas enquanto você investe apenas um mínimo de emoção. Mesmo então, sua
necessidade nunca seria suprida. Isto simplesmente porque o seu sofrimento interno necessita de
uma resposta diferente. O amor que vocês anseiam com a idéia errônea de que ele o equilibrará não
é a resposta.

Em outras palavras, vocês buscam por um remédio que não é o remédio para sua
doença, assim, sua fome de amor permanecerá e nunca será saciada. É como um poço sem fundo.
Assim o círculo se fecha.

É sua tarefa neste caminho descobrir este círculo dentro de si, experimenta-lo, particularmente
no que diz respeito a onde, como, quem e para quem isto está dirigido dentro de vocês.

Tudo isso deve tornar-se uma experiência pessoal, antes que vocês possam dissolvê-lo. Se
vocês deixam este círculo ser apenas um conhecimento intelectual, sem revivê-lo emocionalmente, o
conhecimento não o ajudará. Repetindo: se não conseguem identificar os vários pontos do círculo
vicioso nas suas emoções, a existência da reação em cadeia será, apenas, uma outra parte
conhecimento teórico que vocês absorveram, inteiramente separada das suas emoções.

Conseqüentemente, uma vez que descobrirem este círculo no seu trabalho pessoal, vocês
podem rompê-lo, mas apenas após perceberem onde estão as premissas errôneas. Após perceberem
onde estão as premissas errôneas terão de ver, que como crianças tinham razão em abrigar certos
sentimentos, atitudes, necessidades e incapacidades que agora são obsoletos.

Devem, também aprender a ser tolerantes com as suas emoções negativas. Têm de
compreendê-las. Vocês têm que descobrir onde se desviaram nas suas tendências, exigências e
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desejos emocionais, do seu conhecimento consciente. Vocês devem saber perfeitamente bem e até
mesmo pregar, que têm que dar amor e não estar tão preocupados em recebê-lo.

Mas todos vocês, nas suas emoções ainda desviam-se de tal conhecimento intelectual. A
discrepância deve tornar-se plenamente consciente antes de esperar romper o círculo.

Apenas após ter percebido e completamente absorvido tudo isto e após terem pensado sobre
a irracionalidade de certas emoções até então ocultas é que começarão a mudar lenta e gradualmente,
quando vocês não esperarem que elas mudem no mesmo instante em que compreenderam a sua
falta de racionalidade.

A mudança virá ao compreender o tempo perdido e ao perceber o quão limitadas pelo hábito
estão. Se vocês descobrem as suas tendências errôneas, após terem descoberto as suas
infantilidades, somente então é que estas emoções, lentamente, começarão a amadurecer.

Até agora não perceberam que as suas emoções freqüentemente clamavam pelo desejo de
receber mais do que estavam aptos a dar. Elas, também, insistiam que vocês fossem amados
exclusivamente. E ainda vivem - inconscientemente - com a conclusão errônea de que se um ente
amado ama uma outra pessoa, ele ou ela necessariamente os amará menos.

Tudo isso é imaturo e está baseado em conclusões inteiramente errôneas. Apenas ao trazer
estas reações emocionais à consciência é que perceberão isto. Então, tornar-se-ão conscientes, ponto
por ponto, do grande círculo vicioso.

Após as emoções terem vindo à superfície, vocês serão capazes de pensá-las completamente,
considerando como e porque elas foram geradas. Quando vocês as enfrentam - sua ignorância,
egoísmo e imaturidade - sem ficar envergonhados e aplicam nelas seus conhecimentos conscientes,
mostrando a si mesmo cada vez que recaem no hábito emocional velho e negativo o seu
subconsciente gradualmente revela cada vez mais conclusões.

Cada ato de reconhecimento lhes ajudará a romper o seu círculo vicioso pessoal. Assim
vocês tornar-se-ão livres e independentes.

A alma humana contém toda a sabedoria, toda a verdade lá no fundo. Mas todas as conclusões
errôneas encobrem tudo isso. Ao torná-las conscientes e então, trabalhando-as ponto por ponto,
finalmente será alcançada a meta do desenvolvimento da sua voz interna de sabedoria que lhes guia
de acordo com a sua consciência divina, de acordo com o seu plano pessoal.

Quando as leis divinas - em geral também as leis pessoais - são violadas em suas ações
externas e internas, a sua consciência divina os conduz inexoravelmente a um processo cujo objetivo
é restaurar a ordem e equilibrar a sua vida.

Situações ocorrerão semelhantes a um castigo, contudo são o remédio para lhes trazer ao
caminho correto. Onde quer e quando quer que vocês se desviem, o equilíbrio deverá ser
restabelecido, para que, através das suas dificuldades, vocês finalmente cheguem a um ponto onde
sejam capazes de mudar a sua direção interior. Mudarão não necessariamente nas suas ações
externas e conscientes mas nos seus objetivos e exigências inconscientes e infantis.
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Assim, meus queridos amigos, trabalhem este círculo vicioso e experimentem o quão ativo ele
é na sua vida pessoal.

Sejam, todos abençoados, cada um de vocês, todos os que aqui estão, todos aqueles que leiam
estas palavras, seus amigos e familiares.

Levem estas bênçãos consigo, deixe-as fortalecer a sua coragem e força de vontade no
caminho da auto-descoberta. Esta é a única liberação possível, liberação de todas as conclusões
errôneas, liberação dos seus altos padrões compulsivos que os faz sentir culpa e não merecimento
com relação àquilo que Deus deseja para vocês: felicidade, luz, amor.

Estejam em paz, meus queridos amigos! Estejam com o Senhor !

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