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Mensagem de um Náufrago

A quem ler esta carta, peço que... peço atenção, pois sou um náufrago.
A escreví em dia... tempo de lua minguante, então o mar está calmo
e esta mensagem poderá... deve ter demorado para chegar em suas mãos.

Desculpe-me pelos erros, mas não tenho como apagar, esta tinta extraída
de uma planta venenosa é muito forte e este tecido é um pedaço da minha
roupa.

Estou sem abrigo, durante a noite as estrelas chamam por minha alma,
O frio intenso arrasta-se sobre a água e me sufoca.

Estou ficando sem comida, aqui tem muita areia e pouca vegetação. Há apenas
algumas árvores secas e arbustos de espinhos. O mar não me entrega
seus peixes, mas apenas águas amargas.
Na maré alta evito dormir, pois as ondas levam cada vez mais um bocado de
areia, meu cháo vai se desfazendo e preciso sempre recuar.

Na minha contagem... e acredito que não estou certo, deve ter passado oito meses.
Venho sobrevivendo com o que restou do naufrágio: um pouco de pão para
mais alguns dias, um perfume e um pedaço de corda.
Ia me esquecendo, também esta garrafa em que recebeu a mensagem. Era um bom vinho.

Por favor, avisa... informe o resgate, não sei dizer minha localização. Mas no
amanhecer,
o sol nasce para onde as correntes marítimas vão, levando esperança, então devo
estar no
poente, onde o sol desaparece. A lua nasce em minha esquerda, escrevo isso olhando
para o nascente. A medida que a lua curva-se no imenso céu, o silêncio atormenta
meu
corpo e posso ouvir as estrelas sussurrando.

Meu nome é... Desculpe-me, ele estava aqui na areia...

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