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SISTEMA DE INFORMAÇÕES

GERENCIAIS

Autoria: Mª Maike Bauler Theis

1ª Edição
Indaial - 2021

UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:


Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci

Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2021


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
T377s

Theis, Maike Bauler

Sistema de informações gerenciais. / Maike Bauler Theis. – Indaial:


UNIASSELVI, 2021.

152 p.; il.

ISBN 978-65-5646-337-7
ISBN Digital 978-65-5646-336-0

1. Informação gerencial. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo


da Vinci.

CDD 658.05
Impresso por:
Sumário

APRESENTAÇÃO.............................................................................5

CAPÍTULO 1
Introdução à Informação Gerencial...........................................7

CAPÍTULO 2
Sistemas de Informações Gerenciais como
Instrumento de Gestão...............................................................59

CAPÍTULO 3
Estratégias Utilizando os Sistemas de Informações
Contábeis.....................................................................................113
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Sistemas de Informações
Gerencias. Neste livro conheceremos de forma profunda os aspectos teóricos dos
sistemas de informações e os ambientes nos quais cada um deve ser aplicado.

Entenderemos como cada sistema se aplica na esfera operacional, tática e


estratégica. Para isso, será necessário conhecermos algumas definições e termos
utilizados na área.

Abordaremos também a questão de sistema aberto e fechado, informação


essencial para diferenciarmos os sistemas. Conheceremos o processo de
tratamento das informações gerenciais, passando pelo conceito de informação,
decisão e ação; e o BI (Business Intelligence), também chamado de inteligência
empresarial.

Por fim, daremos ênfase ao sistema de apoio (SAD) que auxilia a direção
a tomar decisões semiestruturadas ou com rápidas mudanças. Abordaremos,
portanto, muito conteúdo. Aproveite! Os assuntos aqui apresentamos tornarão
você um profissional qualificado para atuar no mercado de trabalho.

Ótimos estudos.

Profª. Mª Maike Bauler Theis


C APÍTULO 1
INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Compreender como surgiu a informação gerencial.


• Conhecer os objetivos da informação gerencial e os usuários dessas
informações.
• Identificar os diferentes tipos de informações gerenciais.
• Identificar os tipos de informações gerenciais, os usuários dessas informações
para explorá-las de forma focada.
• Entender os objetivos dos usuários, focando na gestão da informação voltada
para esses objetivos.
• Analisar os tipos de informações gerenciais que devem ser apresentadas aos
gestores das organizações de acordo com seus objetivos.
Sistema de Informações Gerenciais

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A recente evolução das tecnologias digitais e a consolidação da internet
modificaram tanto as relações na sociedade quanto as noções de espaço e
tempo. Se antes levávamos dias ou até semanas para saber de acontecimentos e
eventos distantes, hoje, temos a informação de maneira quase instantânea. Essa
realidade possibilita a ampliação do conhecimento (LIMA; GORAYEB; SILVA,
2010 apud SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Essa agilidade se deve à teoria geral dos sistemas, que aborda que
as empresas são consideradas sistemas, afinal são compostas de partes
interdependentes e interligadas: suas unidades, setores e departamentos. Cada
uma de suas partes também pode ser compreendida como um sistema, afinal
cada departamento é formado por um conjunto de outras partes: pessoas,
equipamentos, processos etc. Além disso, a empresa como um sistema é uma
das partes de um sistema maior: a sociedade e os mercados.

Dentro do sistema empresa há duas subdivisões, o sistema aberto e o


sistema fechado. Neste capítulo, você entenderá o contexto dos sistemas abertos
e fechados e como conceituar as três principais categorias de sistemas que são:
operacional (SPT), tático (gerencial – SAD e SIG) e estratégico (alta administração
– SAE).

Com a figura a seguir, você entenderá como cada sistema é aplicado em seu
ambiente.

FIGURA 1 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES E SUAS CATEGORIAS

FONTE: <https://www.slideshare.net/16101985/tipos-de-sistemas-
de-informao-nas-organizaes>. Acesso em: 26 dez. 2020.

O Sistemas de Processamento de Transações (SPT) é o que monitora as


transações de vendas, recebimentos, lucro, despesas e fluxo de materiais de uma
empresa.

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Sistema de Informações Gerenciais

O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) auxilia no controle, tomada


de decisão e administração, a nível de gerência. Proporciona relatórios de
desempenho da empresa para previsão de melhoramento no futuro.

O Sistema de Apoio à Decisão (SAD) é o responsável pela tomada de


decisões relacionadas a problemas não usuais, como impactos na programação
de produção e investimento atrasado.

O Sistema de Apoio ao Executivo (SAE) refere-se à tomada de decisões


“masters”, é utilizado a longo prazo e precisa de bom-senso e percepção, pois a
solução é previamente estabelecida.

Estudaremos mais profundamente cada um deles nos tópicos seguintes.

2 DEFINIÇÕES
Lima, Gorayeb e Silva (2010) apud Silva, Barbosa e Córdova Junior (2019)
destacam que os sistemas da informação, também chamados de (SI), são
utilizados em basicamente todas as áreas e profissões e que estamos no limiar
de uma nova era de possibilidade e de desafios.

Trata-se de uma época única que oferece à humanidade uma transformação


cultural tão forte como nos períodos do Renascimento, Iluminismo, Revolução
Industrial, entre outros.

O Renascimento foi o primeiro passo dado pelo homem moderno


em direção ao que somos hoje. Nesse período histórico ocorreram
transformações sociais, científicas, culturais, religiosas e políticas,
todas elas responsáveis pela constituição de uma nova visão do
mundo e do homem.
No século XVIII temos o iluminismo, também chamado de
século das luzes. A origem de todo esse movimento começou na
França. Esse termo iluminismo está relacionado com esclarecimento
porque, segundo os iluministas, os homens da sociedade do antigo
regime viviam nas “trevas da ignorância”. Para eles (os iluministas), o
homem é produto do meio em que vive da sociedade e da educação.
Por fim, a Revolução Industrial alterou profundamente as
condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

um intenso deslocamento da população rural para as cidades. A


Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os
produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando
o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também
o número de desempregados.

O principal fator desses momentos históricos sempre é fundamentado na


criação e na propagação da informação a muitas pessoas. Em consequência
desses movimentos, novas possibilidades se abriram, a economia prosperou, a
liberdade aumentou e a civilização moderna apareceu. Agora, com a difusão do
acesso e do processamento da informação, existem imensas possibilidades de
crescimento (LIMA; GORAYEB; SILVA, 2010 apud SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA
JUNIOR, 2019).

Mas o que são sistemas de informações? A teoria de sistemas tem sofrido


evoluções ao longo do tempo e, de maneira geral, pode-se considerar que o
moderno enfoque de sistemas procura desenvolver:

• Uma técnica para lidar com a amplitude e a complexidade das empresas.


• Uma visão interativa do todo, que não permite a análise em separado
das partes, em virtude das intricadas relações das partes entre si e com
o todo, as quais não podem ser tratadas fora do contexto do todo.
• O estudo das relações entre os elementos componentes em preferência
por estudo dos elementos em si, destacando-se o processo e as
possibilidades de transação e de transição, especificados em função dos
seus arranjos estruturais e da sua dinâmica (OLIVEIRA, 2018).

O’Brien (2004) destaca que um sistema pode ser definido como um grupo de
elementos inter-relacionados ou em interação que formam um todo unificado. Para
o autor, muitos exemplos de sistemas podem ser encontrados nas ciências físicas
e biológicas, na tecnologia moderna e na sociedade humana. Como sistemas
físicos, ele cita o sol e seus planetas, o sistema biológico do corpo humano, o
sistema tecnológico de uma refinaria de petróleo e o sistema socioeconômico de
uma empresa

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Sistema de Informações Gerenciais

Bio (1985, p. 18) aborda sistema como “[...] um conjunto de


elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que
interagem formando um todo unitário e complexo”.

O’Brien (2004) refere-se a “sistema” como um grupo de componentes inter-


relacionados que trabalham rumo a uma meta, recebendo insumos e produzindo
resultados em um processo organizado de transformação. Para tanto, um sistema
possui três componentes ou três funções básicas: entrada, processamento e
saída, como você pode observar na figura a seguir.

FIGURA 2 – COMPONENTES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO

FONTE: Lima, Gorayeb e Silva (2010, p. 19 apud SILVA;


BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019, p. 13)

De maneira simplificada, é possível dizer que um SI é um conjunto de


elementos ou componentes inter-relacionados que coleta (entrada), manipula
(processo), armazena e dissemina dados (saída) e informações, além de fornecer
uma reação corretiva (mecanismo de realimentação) para alcançar um objetivo
(SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

São funções integradas que são voltadas para a transformação de dados


(matéria-prima) em informações, semelhante a um sistema industrial ou
agroindustrial, em que um processo transforma insumos em produtos.

Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes


que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado
objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2018).

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Em uma outra definição, SI pode ser sistemas que, por meio de processos de
coleta e tratamento de dados, geram e disseminam as informações necessárias
aos diversos níveis e processos organizacionais. Eles consistem em organizar
esforços para prover informações que permitam a uma empresa decidir e operar.
Dentro desse contexto, você precisa conhecer alguns termos que são muito
utilizados na área (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

QUADRO 1 – TERMOS UTILIZADOS NA ÁREA


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: conjunto de conhecimento sobre toda a
cadeia de valor da informação (tudo o que pode ser feito com a informação). A
TI deve ter capacidade de tratar dados e ou informações de forma sistêmica e
esporádica, devendo essa ser aplicada ao produto ou processo.
ENTRADA: atividade de captar e reunir os dados brutos, por exemplo, na pro-
dução de contracheques para pagamentos. Dados brutos são: horas trabalha-
das, faltas, percentual de imposto a deduzir, valor do salário, entre outros.
PROCESSAMENTO: significa converter ou transformar dados em resultados
úteis. O processamento envolve cálculo, comparação de dados, execução de
ações alternativas e armazenamento de dados para utilização futura; pode ser
feito manualmente ou com o auxílio de meios computacionais. Por exemplo, o
processamento de contracheques pode envolver o cálculo das horas extras, do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do Instituto Nacional de Se-
guro Social (INSS), entre outros.
SAÍDA: envolve a produção de informações úteis, normalmente na forma de doc-
umentos e relatórios. Em alguns casos, a saída de um sistema pode se tornar a
entrada de outros, por exemplo, a saída pode ser a impressão de contracheques
dos funcionários de uma empresa.
REALIMENTAÇÃO: é a informação originada no sistema utilizada para fazer mu-
danças na entrada ou nas atividades de processamento. Elas podem ser utiliza-
das para corrigir dados, ajustando-os conforme as necessidades dos usuários
do sistema. No exemplo de produção de contracheques, a realimentação pode
ser necessária para gerar um novo contracheque ao funcionário que trabalhou
60 horas extras e não apenas 25 horas extras, como estavam registradas no
processamento inicial do seu contracheque.
FONTE: Silva, Barbosa e Córdova junior (2019, p. 16)

Os componentes de um sistema apresentados no quadro anterior podem ser


visualizados na figura a seguir.

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Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 3 – COMPONENTES DE UM SISTEMA

FONTE: Oliveira (2018, p. 6)

O sistema também pode ser considerado como o núcleo central ou o foco de


estudo dentro de um processo administrativo. Para o entendimento do sistema em
um ambiente organizacional, pode-se, primeiramente, visualizar um conjunto de
departamentos que executam várias funções a elas determinadas, que têm por
premissa buscar a perenidade da organização onde atua.

Audy, Andrade e Cidral (2005) afirmam que quanto à interação com seu
ambiente, os sistemas podem ser abertos, quando trocam algum tipo de matéria,
energia ou informação com o ambiente; ou fechados, quando não sofrem
influência, nem influenciam o ambiente.

Bertalanffy (1977, p. 53) explica, através da teoria dos sistemas, que “é


necessário estudar não somente as partes e processos isoladamente, mas
também resolver os decisivos problemas encontrados na organização e na ordem
que os unifica, resultante da interação dinâmica das partes [...]”.

Chiavenato (2000, p. 553) contribui:

Como todos os sistemas sociais, as organizações são


sistemas abertos, afetados por mudanças em seus ambientes,
denominados variáveis externas. O ambiente não tem
fronteiras e inclui variáveis desconhecidas e incontroladas.
Por essa razão, as consequências dos sistemas sociais são
probabilísticas e não determinísticas e o seu comportamento
nunca é totalmente previsível. As organizações são complexas
e respondem a muitas variáveis que não são totalmente
previsíveis.

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

O Sistema Aberto mantém um intercâmbio de transações e conserva-se


constantemente no mesmo estado. O sistema aberto é influenciado pelo meio
ambiente e influi sobre ele, alcançando um estado de equilíbrio dinâmico nesse
meio. O esquema a seguir representa esquematicamente a organização como
Sistema Aberto.

FIGURA 4 – SISTEMA ABERTO

FONTE: <https://bit.ly/3mRjpBQ>. Acesso em: 27 dez. 2020.

O Sistema aberto:

- Relaciona-se com o ambiente por meio de entradas e saídas.


- Troca matéria, energia e informação com o meio ambiente.
- É ajustável, ou seja, para sobreviver reajusta-se às condições do
meio.

Além disso, os sistemas abertos são considerados como facilitadores na


condução cotidiana, na manutenção e no crescimento da empresa, com principal
foco:

a) Na gestão da administração participativa.


b) Nas mudanças e adaptações internas.
c) Na produtividade e qualidade nos serviços e produtos.

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Sistema de Informações Gerenciais

d) Na capacidade de administrar diferenças ambientais,


organizacionais e comportamentais.
e) Na perenidade e melhoria dos negócios.
f) No lucro e a competitividade empresarial.

Chiavenato (2000, p. 552) afirma que:

O conceito de sistema aberto é perfeitamente aplicável à


organização empresarial. A organização é um sistema criado
pelo homem e mantém uma dinâmica interação com seu
maio ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes,
entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes
externos.

Já os sistemas fechados são aqueles que não estabelecem trocas com o


ambiente. Suas entradas são determinadas pelo próprio sistema e suas saídas
não são compartilhadas com o ambiente ou com outros sistemas.

O sistema fechado:

- Não se relaciona com o meio ambiente que o circunda.


- Não influencia nem recebe influência do meio externo.
- Não recebe recursos externos.
- Nada produz.

Para Audy, Andrade e Cidral (2005), é óbvio que, no mundo dos negócios,
sistemas fechados praticamente não existem, pois, se não houver uma resposta
satisfatória do sistema em relação às mudanças provocadas pelo ambiente,
dificilmente o sistema vai se manter competitivo, e seu fim é desaparecer.

Nesse sentido, costuma-se definir o sistema como parcialmente fechado ou


semiaberto, pois mantém algumas restrições a determinadas entidades externas.

Para esclarecer a visão sistêmica da empresa, observe a figura a seguir.

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

FIGURA 5 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA

FONTE: Adaptado de Catelli (1999, p. 39)

Sendo assim, podemos resumir a diferença entre sistema aberto e fechado


que é demonstrada na figura a seguir.

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Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 6 – SISTEMA ABERTO X SISTEMA FECHADO

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/297736/>. Acesso em: 27 dez. 2020.

Em síntese, os Sistemas abertos interagem com o ambiente, procuram ser


"adhocráticos", enquanto Sistemas Fechados não interagem com o ambiente,
como organizações altamente burocráticas.

Para O’Brien (2004), os sistemas de apoio às operações são os sistemas


que produzem vários tipos de dados para uso interno e externo à organização,
no entanto, esses relatórios gerados não são específicos para ajudar os gerentes
da organização na tomada de decisões, fazendo com que outros sistemas sejam
necessários para o processamento dessas informações.

Os sistemas de apoio às operações são compostos por três tipos distintos:


estratégico, tático e operacional. Estudaremos cada um deles em seguida, mas
antes é necessário definir o conceito de informação.

3 INFORMAÇÃO
Atualmente, a informação é um dos principais patrimônios de uma empresa.
Pode-se afirmar que o sucesso das organizações, qualquer que seja o seu
porte ou ramo de atividade, depende, cada vez mais, de informações. Elas são
essenciais para as atividades de qualquer nível hierárquico empresarial, sendo
todos os processos de negócios baseados em informação.

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Embora qualquer pessoa tenha ideia do que seja uma informação, deve-
se procurar defini-la de uma maneira mais precisa. Para isso, é necessário
entender um conceito intimamente relacionado à informação, o de dados (SILVA;
BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Dados podem ser vistos como a matéria-prima da informação, isto é,


símbolos sequencialmente ordenados, dos quais se pode extrair informação, mas
que, isoladamente, não contêm significado algum.

Se o dado for tratado, organizado, analisado e processado de alguma


maneira para que tenha significado em um contexto, passa-se a chamá-lo de
informação. Dessa forma, é possível definir informação como dados tratados
capazes de transmitir algum conhecimento ao receptor (SILVA; BARBOSA;
CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Observe na figura a seguir a diferença entre dado e informação.

FIGURA 7 – DADOS X INFORMAÇÃO

FONTE: <https://rasmmel.tieduca.com/si/wp2sem2018g4/2018/09/26/
dados-x-informacao/>. Acesso em: 26 dez. 2020.

Os dados por si só não transmitem mensagem que possibilite o entendimento


de situações, pois consistem em fatos brutos que, juntamente com um contexto,
geram uma informação. Já a informação é resultado do processamento de dados.
Após a análise dos dados obtidos, temos como decorrência a informação.

Em outras palavras, os dados apresentados precisam de um contexto,


portanto, a partir do momento que eles estão organizados dentro de uma frase e
em ordem, eles são transformados em informação.

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Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 8 – DADOS X TRANSFORMAÇÃO X INFORMAÇÃO

FONTE: <https://rasmmel.tieduca.com/si/wpextensao/2018/05/21/voce-sabe-
qual-e-a-diferenca-entre-dados-e-informacao/>. Acesso em: 26 dez. 2020.

Transformar dados em informações depende de um processo ou um


conjunto de tarefas logicamente relacionadas, realizadas para alcançar um
resultado definido. Por exemplo: em uma pesquisa eleitoral, são coletados
dados, isto é, cada participante da pesquisa fornece suas opiniões e escolhas
sobre determinados candidatos, mas essas opiniões não significam muita coisa
no âmbito da eleição. Só depois de ser integrada com as demais opiniões é que
teremos algo significativo.

O processo de definir relações entre os dados para criar informações


úteis requer conhecimento. Conhecimento é a consciência e a compreensão
de um conjunto de informações e os modos como essas informações podem
ser úteis para apoiar uma tarefa específica ou para chegar a uma decisão. Ter
conhecimento significa entender as relações na informação (SILVA; BARBOSA;
CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

QUADRO 2 – DADOS X INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO

FONTE: <https://bit.ly/2OgQN9i>. Acesso em: 10 fev. 2021.

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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Analisando o quadro anterior, podemos dizer que um dado isolado permite


a construção de algo maior. Isso ocorre porque o dado, quando contextualizado,
transforma-se em informação que, por sua vez, quando organizada e estruturada,
ganha significado e se transforma em conhecimento.

Dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que,


por si só, não conduz a uma compreensão de determinado fato ou
situação. Informação é o dado trabalhado que permite ao executivo
tomar decisões (OLIVEIRA, 2018).

4 SISTEMA DE PROCESSAMENTO
DE TRANSAÇÕES (SPT) –
OPERACIONAL
O sistema de processamento de transações tem por função processar os
dados resultantes das transações empresarias, atualizando o banco de dados
e gerando documentos empresariais, exemplos desse tipo de sistema são os
sistemas de processamento de vendas e reabastecimento (REGO; BOLWERK,
2010).

Também conhecidos como STP — ou Transaction Processing System (TPS)


— são sistemas de apoio às operações empresariais ou sistemas de controle
que:

• Atuam no processamento de operações e transações rotineiras


cotidianas, no seu detalhe, incluindo seus respectivos procedimentos
(os Sistema de Processamento de Transação (SPTs) são sistemas de
suporte, em nível operacional, às atividades do dia a dia da organização.
São utilizados na automação de tarefas repetitivas e transacionais,
como as de controle de estoques, contabilidade, sistemas de cobrança
e pagamento de contas, folha de pagamento etc. É o mais antigo tipo
de sistema de informação. Os sistemas desse tipo, geralmente, são
padronizados, isto é, que devem ser operados da mesma forma. Como
eles suportam as operações da empresa, as respostas do sistema

21
Sistema de Informações Gerenciais

devem ser rápidas, o sistema também deve ser confiável).


• Controlam os dados detalhados das operações das funções empresarias
imprescindíveis ao funcionamento da empresa, auxiliando a tomada de
decisão do corpo técnico das unidades departamentais.
• Possuem como usuários o corpo técnico (engenheiros, assistentes),
dividido em setores ou subunidades departamentais (SILVA; BARBOSA;
CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Observe na figura a seguir sobre o funcionamento do SPT.

FIGURA 9 – EXEMPLO DE SISTEMAS DE PROCESSAMENTO DE TRANSAÇÕES (SPT)

FONTE: <https://medium.com/@alberteije/modelando-um-erp-
001-113e46ba2fb8>. Acesso em: 26 dez. 2020.

As características desse sistema são:

- Foco – transações rotineiras.


- Função básica – registrar transações.
- Origem dos dados – operações internas no contexto empresarial.
- Nível de agregação – dados analíticos precisos.
- Volume de dados gerados – grande (devem ser tratados rapidamente).

22
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

- Pessoal – pouca ou nenhuma responsabilidade gerencial.


- Operadores – exigência de pouca decisão (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA
JUNIOR, 2019).

Exemplos: transações bancárias, emissão de contas telefônicas


mensais, folha de pagamento com emissão de contracheque.

5 SISTEMA DE APOIO GERENCIAL


(SAG) – TÁTICO
Os sistemas de apoio gerencial são os que efetivamente fornecem
informações para os gerentes em sua tomada de decisão para que esta seja
eficiente e eficaz. Os sistemas de apoio gerencial também são divididos em
três tipos distintos: Sistema de Informação Gerencial (SIG), Sistemas de Apoio
à Decisão (SAD) e Sistema de Apoio ao Executivo (SAE) (REGO; BOLWERK,
2010).

5.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO


GERENCIAL (SIG)
Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é o processo de transformação
de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa,
proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados
esperados (OLIVEIRA, 2018).

O sistema de informação gerencial fornece relatórios e demonstrativos pré-


definidos para os gerentes, ou seja, fornece os relatórios necessários para as
tomadas de decisão, são exemplos desse sistema: análise de vendas, realização
de processos e relatórios das tendências de custos (REGO; BOLWERK, 2010).

Quando o executivo considera o SIG para tomada de decisão, deve saber


que ele aborda apenas uma parte das informações globais da empresa. Essa
situação pode ser visualizada na figura a seguir.

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Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 10 – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS – SIG

FONTE: Oliveira (2018, p. 27)

O SIG não deve ser encarado como modismo em administração. Isso porque
os modismos – ideias prontas, acabadas e efêmeras – geralmente enquadram-
se nos chamados pacotes, os quais, se seguidos à risca, levam as empresas ao
caos administrativo (OLIVEIRA, 2018).

As empresas passam por vários momentos de crise ao longo de sua


existência, sendo que as causas podem ser tanto externas – ambientais ou não
controláveis – como internas ou controláveis. Nesses momentos de crise, os
executivos podem promover algumas estratégias. Veja algumas delas no quadro
a seguir.

QUADRO 3 – ESTRATÉGIAS COM A UTILIZAÇÃO DO SIG

I – Na área operacional, podem promover:


• Estudo e racionalização dos produtos e serviços existentes.
• Desenvolvimento de novos produtos e serviços.
• Estudo para racionalização dos fluxos de produção.
• Controle mais rigoroso da qualidade dos produtos e serviços.
• Controle e eliminação de perdas de produção.

24
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

II – Na área mercadológica, podem considerar as seguintes estratégias:


• Estudo e identificação das necessidades de mercado.
• Desenvolvimento de novos mercados.
• Acompanhamento das atividades dos principais concorrentes, incluindo a
identificação de suas vantagens competitivas.
• Estudo dos custos promocionais e seu grau de efetividade nos resultados
comerciais dos produtos e serviços da empresa.
• Controle e análise detalhados de cada mercado e cliente, quer esses sejam
atuais ou potenciais.
III – Na área financeira, podem promover:
• Identificação da estrutura de capital mais adequada.
• Controle de prazos e da rotatividade de valores.
• Elaboração e análise de balanços projetados.
• Otimização das melhores fontes de financiamento.
• Controle do capital de giro.
• Controle efetivo do fluxo de caixa da empresa.
• Estruturação otimizada da contabilidade gerencial.
IV – Na área administrativa, podem promover:
• Otimização dos sistemas de controle administrativo.
• Otimização dos sistemas contábil e orçamentário.
• Otimização dos sistemas de apuração de custos.
• Otimização dos sistemas informatizados.
• Otimização dos sistemas de informação gerencial (SIG).
FONTE: Oliveira (2018, p. 29)

As características desses sistemas são:

- Foco – informações para decisões gerenciais.


- Função básica – consulta a informações.
- Nível de agregação – dados agregados.
- Origem dos dados – operações internas e fontes externas.
- Volume dos dados – dados agregados.

Exemplos: orçamento anual, sistemas de planejamento, controle de


produção.

Portanto, o SIG deve ser visualizado como um instrumento administrativo


de significativo auxílio para os executivos das empresas (SILVA; BARBOSA;
CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

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Sistema de Informações Gerenciais

5.2 SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO


(SAD)
O sistema de apoio à decisão auxilia a direção a tomar decisões
semiestruturadas ou com rápidas mudanças. São exemplos desse sistema:
atribuição de preços aos produtos, previsão de lucros e sistemas de análise de
riscos (REGO; BOLWERK, 2010).

Vejamos o exemplo de estrutura do SAD na figura a seguir.

FIGURA 11 – SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO (SAD)

FONTE: <https://medium.com/@alberteije/modelando-um-erp-
001-113e46ba2fb8>. Acesso em: 26 dez. 2020.

Os SAD ajudam os gerentes de nível médio a tomar decisões não usuais.


Eles focam problemas únicos e que se alteram com rapidez, para os quais não
existe um procedimento de resolução totalmente definidos.

Embora os SAD usem informações internas, obtidas do SPT e do SIG,


frequentemente recorrem a informações de outros sistemas e de fontes externas.
Esses sistemas usam uma série de modelos para analisar os dados ou então
condensam grandes quantidades de dados em um formato que possa ser
analisado pelos tomadores de decisão.

26
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Uma das formas de se otimizar o SAD é por meio do uso do


data warehouse (que no português significa, literalmente armazém
de dados) é um deposito de dados orientado por assunto, integrado,
não volátil, variável com o tempo, para apoiar as decisões gerenciais.
Um data warehouse pode conter vários bancos de dados. Dentro
de cada banco de dados, eles são organizados em tabelas e
colunas. Dentro de cada coluna, você pode definir uma descrição
dos dados, como número inteiro, campo de dados ou sequência.
As tabelas podem ser organizadas dentro de esquemas, que você
pode considerar como pastas. Quando os dados são consumidos,
eles são armazenados em várias tabelas descritas pelo esquema. As
ferramentas de consulta usam o esquema para determinar as tabelas
de dados que serão acessadas e analisadas.

O SAD apoia decisões relacionadas à determinação de preços, utilização


de ativos, gerenciamento da cadeia de suprimentos e gerenciamento do
relacionamento com o cliente, além de formatar cenários de negócios alternativos.

SAD direcionados a consumidores e gerentes podem ser encontrados


na WEB. O sistema de software SAD contém as ferramentas de software
empregadas para análise de dados. Pode conter várias ferramentas Online
Analytical Processing (OLAP), ou processamento de dados analítico, ferramentas
de mineração de dados ou um conjunto de modelos matemáticos e analíticos
que pode ser disponibilizado para o usuário SAD (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA
JUNIOR, 2019).

6 SISTEMA DE APOIO AO EXECUTIVO


(SAE) – ESTRATÉGICO
Um Sistema de Apoio ao Executivo (SAE) auxilia na tomada das decisões da
administração no monitoramento e desempenho organizacional. Agrupando dados
de fontes externas, esse Sistema gera um ambiente complexo de processamento
enfocando aplicações internas, redesenho de processos, rastreamento das ações
dos concorrentes, identificando com isso algumas possibilidades e tendências
mercadológicas.

27
Sistema de Informações Gerenciais

Para Santos (2013), sem o Sistema de Apoio ao Executivo (SAE), os


Executivos (Administradores) recebiam uma quantidade enorme de relatórios (em
papéis) sobre a saúde financeira da empresa. No entanto, alguns não realizavam
uma análise adequada e correta, provocando ações que, no futuro, revelavam-se
prejudiciais para a empresa e irreversíveis na maioria dos casos.

Com a utilização do Sistema de Apoio ao Executivo (SAE), estes profissionais


(executivos/administradores) executam os cruzamentos dos dados conforme a
necessidade e abstraem gráficos através de ferramentas analíticas, de filtros ou
de diagramas que revelam o sucesso ou não dos processos internos e externos
da empresa.

Esses sistemas possuem ferramentas para modelagem e análise que exigem


do executivo alguns conhecimentos básicos adquiridos através de treinamentos
e um raciocínio lógico apurado e logo estará apto a utilizar a solução. Estas
características de modelar e analisar comprovam o valor de flexibilidade desses
sistemas.

A velocidade, qualidade e a quantidade de informações permitem aos


Executivos monitorar com eficiência todos os processos da empresa (SANTOS,
2013).

Acadêmico, existem ainda alguns outros sistemas de informação muito


importantes, sendo os principais: sistemas especialistas e inteligência artificial,
porém não serão abordados neste livro. Um sistema pode ser definido como
um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação que formam um
todo unificado. Para tanto, um sistema possui três componentes ou três funções
básicas: entrada, processamento e saída.

De maneira simplificada, é possível dizer que um SI é um conjunto de


elementos ou componentes inter-relacionados que coleta (entrada), manipula
(processo), armazena e dissemina dados (saída) e informações, além de fornecer
uma reação corretiva (mecanismo de realimentação) para alcançar um objetivo.

O Sistema de Processamento de Transações (SPT) é o que monitora as


transações de vendas, recebimentos, lucro, despesas e fluxo de materiais de uma
empresa.

O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) auxilia no controle, tomada de


decisão e administração, a nível de gerência. Eles proporcionam relatórios de
desempenho da empresa para previsão de melhoramento no futuro.

28
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

O Sistema de Apoio à Decisão (SAD) está relacionado à tomada de decisão


em relação a problemas não usuais, como impactos na programação de produção
e investimento atrasado.

Sistema de Apoio ao Executivo (SAE) está relacionado às tomadas de


decisões “masters”, que são a longo prazo e precisam de bom-senso e percepcão,
pois a solução é previamente estabelecida.

Dados podem ser vistos como a matéria-prima da informação, isso é,


símbolos sequencialmente ordenados, dos quais se pode extrair informações,
mas que, isoladamente, não contêm significado. Se o dado for tratado, organizado,
analisado e processado de alguma maneira, para que tenha significado em um
contexto, passa-se a chamá-lo de informação.

1 Com suas palavras, conceitue sistema de informações.

2 Os sistemas de informações são classificados de acordo com seu


ambiente operacional. Relacione os sistemas SAE, SAD, SIG e
SPT com seu ambiente, sendo:
(1) Estratégico
(2) Tático
(3) Operacional

a) ( ) SAE
b) ( ) SAD
c) ( ) SIG
d) ( ) SPT

3 Com suas palavras, escreva um breve resumo de cada sistema


de informação: SAE, SAD, SIG e SPT.

4 Quais são os três componentes de um sistema de informações?

5 Com suas palavras, defina ambiente aberto e fechado.

29
Sistema de Informações Gerenciais

7 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES


GERENCIAIS
Acadêmico, nos tópicos anteriores aprendemos que sistema é a disposição
das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si e que funcionam
como uma estrutura organizada.

Conforme Cruz (2000), o desenvolvimento dos sistemas de informações


gerenciais leva às organizações a terem a segurança necessária no seu processo
administrativo. A correta utilização dos seus dados é essencial para que as
organizações continuem produzindo e, quando esses dados são transformados
em informações, servirão de auxílio ao processo decisório.

A informação bem gerida dentro das organizações pode propiciar a elas um


diferencial competitivo no sentido de torná-las mais ágeis e conectadas com as
rápidas mudanças que ocorrem no ambiente competitivo (VAZ et al., 2008).

Stewart (1998) e Edvinson e Malone (1998, apud VAZ et al., 2008) já


abordaram a questão da importância da gestão da informação como geradora
de uma riqueza para a organização que os autores denominaram de "Capital
Intelectual", sendo este resultado da soma das capacidades desenvolvidas pela
organização para suprir as necessidades dos clientes em todos os sentidos.

Entretanto, este recurso somente pode ser obtido na medida em que a


empresa seja capaz de gerar, ao final de um processo composto por coleta de
dados, transformação em conhecimento, gerar o conhecimento diferenciador,
ou seja, todo esforço deve resultar no aprendizado organizacional capaz de
levar a empresa a dar um passo a mais no sentido de vencer os obstáculos da
concorrência.

Nesse sentido Laudon e Laudon (2004) apud Vaz et al. (2008) afirmam que o
conhecimento tomou tamanha relevância que a competência na sua gestão pode
conduzir a empresa ao sucesso ou ao fracasso.

8 INFORMAÇÕES GERENCIAIS
A informação é uma coleção de fatos organizados de forma a possuir um
valor adicional aos fatos em si. Em outras palavras, são dados concatenados,
que passaram por um processo de transformação, cuja forma e conteúdo são
apropriados para um uso específico (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).

30
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Podemos encontrar diversas definições de informação na literatura da área.


Veja-as no quadro a seguir.

QUADRO 4 – DEFINIÇÕES DE INFORMAÇÃO

1. Informações são dados que foram moldados em um formato que possui um


significado e utilidade para o homem (LAUDON; LAUDON, 1998).
2. Informações são dados dotados de pertinência e propósito (DAVENPORT,
1999).
3. A informação é um dado que tem um significado em um contexto (OZ, 1998).
4. Informação é um dado processado de uma forma significativa para o usuário
e que tem valor real ou percebido para decisões correntes e posteriores (DAVIS,
1974).
5. Informação é a agregação ou processamento dos dados que proveem conhe-
cimento ou inteligência (BURCH; STRATER, 1974).
6. A informação (na ciência do comportamento) é um signo ou conjunto de si-
gnos que impulsionam uma ação; distingue-se dos dados porque dados não são
estímulos de ação, mas simplesmente cadeias de caracteres ou padrões sem
interpretação (MURDICK; MUNSON, 1988).
FONTE: Audy, Andrade e Cidral (2005)

A informação possui uma série de características que determinam seu valor


para a organização ou processo em análise. Podemos identificar as principais
características da informação (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005) como:

• Precisa: sem erros; em alguns casos, informações incorretas são geradas


porque dados incorretos são lançados como entrada no processo de
transformação (entra lixo, sai lixo).
• Completa: contém todos os fatos relevantes no processo em análise.
• Econômica: deve ser relativamente econômica para ser gerada, pois os
tomadores de decisão deverão balancear o valor da informação com o
custo para ser obtida.
• Flexível: deve estar armazenada de forma a ser utilizada de formas
diferentes e para apoiar processos diferentes.
• Confiável: é dependente da confiabilidade dos dados de origem e dos
métodos de coleta de dados.
• Relevante: são importantes para os tomadores de decisão decidirem
sobre um determinado processo ou decisão.
• Clara (simples): deve ser simples; normalmente informações detalhadas
e complexas não são úteis aos tomadores de decisão; e devem estar
filtradas em quantidades compatíveis com as necessidades e as
capacidades de processamento do tomador de decisão.
• Veloz: é entregue quando necessária, nem antes, nem depois.

31
Sistema de Informações Gerenciais

• Verificável: deve permitir uma verificação por parte do tomador de


decisão, quando necessário.
• Acessível: deve ser facilmente acessível a usuários autorizados, no
formato adequado e no momento certo.
• Segura: segurança de acesso somente por pessoas autorizadas.

As políticas de informação na empresa devem ser definidas e estarem em


sincronia com a estratégia da organização, envolvendo (AUDY; ANDRADE;
CIDRAL, 2005):
• Filosofia de informação, incluindo o grau de disseminação de recursos
pretendido e a autonomia desejada para as áreas.
• Papel das tecnologias de informação e sua contribuição para um melhor
posicionamento estratégico, econômico e organizacional.
• Evolução do uso das informações, incluindo atualização e capacitação
permanente para o uso das tecnologias de informação.

Os sistemas de informações têm por finalidade gerar informações para a


tomada de decisões. Os dados são coletados, processados e transformados em
informação. Observe na figura a seguir a relação entre a informação no processo
decisório.

FIGURA 12 – RELAÇÃO ENTRE A INFORMAÇÃO NO PROCESSO DECISÓRIO

FONTE: Audy, Andrade e Cidral (2005, p. 91)

Já o sistema de informação gerencial tem a função específica de gerar


condições para que a informação certa chegue à pessoa certa quando ela
necessita, gerando ao final a possibilidade de agir a fim de solucionar algum
problema ou possibilitar a vantagem competitiva desejada (VAZ et al., 2008).

Entende-se que, nas organizações, os sistemas de informações gerenciais


facilitam o processo de captação, entrada e transformação dos dados em
informações com valor agregado, para que possam ser utilizadas, com efetividade,
nas tomadas de decisão (PORTO; BANDEIRA, 2006).

32
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

FIGURA 13 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO X DECISÃO

FONTE: <https://images.app.goo.gl/LKR4SxUAiqq5go7Y6>. Acesso em: 29 dez. 2020.

Conforme O’Brien (2004), um sistema de informações gerenciais gera


informações que subsidiam os administradores na tomada de decisão. Desse
modo, tais sistemas auxiliam os administradores na busca de soluções que
propiciem às organizações melhoria contínua de seus processos, produtos e
serviços, pois levam aos gestores informações que o processo decisório demanda.

9 TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
A informatização de processos já faz parte do dia a dia das empresas há
algumas décadas. As regras de negócios passaram a ser informatizadas com
a utilização dos sistemas computacionais e advento dos Sistemas de ERP
(Enterprise Resource Plannig).

O ERP é uma sigla que vem do inglês (Enterprise Resource


Planning ou Planejamento dos Recursos da Empresa) e representa
uma série de atividades gerenciadas por um software ou por pessoas,
que ajudam na gestão de processos dentro de uma empresa,
portanto, ERP é um Sistema de Gestão Empresarial.

33
Sistema de Informações Gerenciais

Assim, dados que antes eram armazenados de forma física passaram a ser
digitalizados e armazenados em sistemas computacionais. O armazenamento
desses dados segue as regras do negócio, armazenados de forma a seguir uma
ordem lógica e cronológica (RODRIGUES; BRAGA, 2017).

Notas fiscais geram numerações e seguem o tempo em que foram emitidas.


Como exemplo temos a implantação da DANFE que é utilizada para acompanhar
o trânsito da mercadoria e é uma representação gráfica simplificada da Nota
Fiscal Eletrônica. Consequentemente temos a geração do XML. No Brasil, o
XML da nota fiscal obedece ao padrão nacional de escrituração fiscal e pode ser
utilizado com segurança em todo o país. Diferentemente do Documento Auxiliar
de Nota Fiscal Eletrônica (DANFE), sobre o qual já abordamos o arquivo, o XML
não acompanha a mercadoria negociada, cabendo ao fornecedor disponibilizá-lo
ao cliente para consulta e armazenamento eletrônico. Estoques são controlados
em quantidades e seguem o tempo em que foram computados no sistema.

Tais tipos de dados, quando processados, são quantificados e fornecem


informações gerenciais. O tratamento dos dados gerenciais mediante uso
de métodos de visualização da informação traz melhor compreensão ao real
significado da informação e, muitas vezes, realça esse significado, possibilitando
a visualização de novas características desses dados já existentes (RODRIGUES;
BRAGA, 2017).

Para que possamos compreender o processo de tratamento das informações


gerenciais, é necessário entendermos seu fluxo e o conceito de cada uma das
etapas.

FIGURA 14 – FUNÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

FONTE: Audy, Andrade e Cidral (2005, p. 105)

Coleta: a coleta consiste na obtenção e na codificação de dados que


caracterizam entidades, eventos e previsões de eventos que sejam de interesse

34
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

da organização. Os dados coletados são valores que determinados atributos


da entidade ou evento apresentam em uma certa situação. Esses dados são
codificados em uma forma armazenável e manipulável pelo sistema.

Assim, por exemplo, podemos considerar uma situação na qual está


ocorrendo o evento da entrega de um pedido de matérias-primas em uma
indústria. A empresa tem a necessidade de gerir esse evento e, para isso, precisa
obter dados que caracterizem os atributos da entrega do pedido e das entidades
envolvidas (transportadora, fornecedor, matéria-prima).

Tais dados são obtidos com base em uma nota fiscal impressa pelo
fornecedor e entregue no momento da chegada do caminhão. A seguir, esses
dados são digitados em um microcomputador que os codifica digitalmente,
disponibilizando-os para o sistema de informação de recebimento de materiais
(AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).

Processamento: transforma os dados de entrada em resultados ou dados


de saída que sejam úteis para a organização. O processamento é constituído por
um conjunto de algoritmos que realizam operações de acordo com os objetivos
do sistema de informação, transformando os dados coletados e armazenados em
dados de saída ou resultados.

Esses algoritmos constituem a forma pela qual a organização gerencia e


executa suas operações, realiza processos decisórios nos níveis operacional,
tático e estratégico, e atua de forma estratégica em seu ambiente de negócios.

Como exemplo, podemos considerar que o processamento dos dados


referentes a um evento de entrega de pedido de matérias-primas atualizará os
saldos em estoque das matérias-primas entregues e realizará a baixa das ordens
de compra e pedidos ao fornecedor que estavam pendentes (AUDY; ANDRADE;
CIDRAL, 2005).

Armazenamento: é responsável pelo registro dos dados coletados e dos


dados resultantes do processamento em um meio que permita sua recuperação
para utilização futura pela organização. Os dados poderão ser utilizados
posteriormente na realização de procedimentos de planejamento, organização,
direção e controle de eventos e processos de negocio.

Além disso, o armazenamento pode cumprir exigências legais e contratuais.


Por outro lado, a partir da manutenção de series históricas do que ocorre dentro
e fora da organização, é possível realizar a analise de tendências e cenários,
propiciando o suporte à tomada de decisão.

35
Sistema de Informações Gerenciais

Por exemplo, ao digitarmos os dados referentes a um evento de entrega de


um pedido de matérias-primas, o sistema de informação armazenará esses dados
em um meio magnético, permitindo sua utilização posterior (AUDY; ANDRADE;
CIDRAL, 2005).

Distribuição: faz a disseminação dos dados dentro e fora da organização. A


disseminação torna possível o acesso aos dados por aqueles que necessitam e
estão autorizados a fazerem seu uso. Em uma situação de entrega de um pedido
de matérias-primas, os dados coletados e aqueles resultantes do processamento
podem ser encaminhados à área de produção para que haja o disparo da
execução das ordens de produção que estavam aguardando a chegada da
matéria-prima.

Além disso, os dados podem ser acessados pela área de contas a pagar,
para que seja efetuado o pagamento ao fornecedor referente ao pedido de
matérias-primas que foi entregue (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2005).

Retroalimentação ou feedback: além das funções de coleta, processamento,


armazenamento e distribuição dos dados, consideramos uma função dos
sistemas de informação a retroalimentação ou feedback. A retroalimentação
propicia ao sistema de informação um mecanismo de controle que monitora as
saídas, compara com os objetivos do sistema e ajusta ou modifica as atividades
de coleta e processamento com o intuito de manter o sistema, atendendo aos
requisitos para os quais foi desenvolvido.

Aqui insere-se o sistema de informações de logística (SIL) que é


útil para o controle dos recursos da empresa quando forem utilizados
com um sistema de informações gerenciais integrado. Nesse sistema
integrado, há correlação de dados entre a área de almoxarifado, a
área de custos, a área contábil, entre outros. O SIL facilita a análise
das informações na identificação dos componentes consumidos do
produto durante todas as etapas da produção, bem como aponta
o tempo gasto e a mão de obra alocada nos departamentos por
onde esses produtos passaram. Nesse caso, o sistema integrado
de logística permite saber qual é a necessidade de pedidos (SGP
– Sistema de Gerenciamento de Pedido) da empresa. Se é possível
mapear todas as informações contidas no processo de produção de
uma peça e a empresa tem uma determinada demanda de produção,
o SIL pode ajudar a identificar o número de peças a ser produzido em
um determinado período de tempo, as matérias-primas necessárias,

36
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

o tempo de ressuprimento para efetuar novos pedidos de matéria-


prima para atender à demanda necessária e ao volume dessa
matéria-prima.

A retroalimentação permite que haja um controle e ajuste dos processos


abrangidos pelo sistema a partir da detecção de desvios e erros. Assim, por
exemplo, considerando que um dos objetivos do sistema de recebimento de
matérias-primas seja a certificação da qualidade dos materiais que estão sendo
entregues pelo fornecedor, o feedback consiste na verificação do atendimento
dos requisitos de qualidade que haviam sido contratados entre a empresa e o
fornecedor.

Tais requisitos incluem especificações técnicas, preço e prazo de entrega.


Caso o pedido esteja sendo entregue fora das especificações, o gestor ou
executor do processo é notificado com o intuito de confirmar ou não o recebimento
das matérias-primas.

O sistema de gerenciamento de pedidos mapeia as necessidades


dos clientes em relação aos produtos da empresa e “procura” quais
são os produtos disponíveis para que se possa atender esse cliente
da forma mais rápida possível. Mas, como é o seu funcionamento?
Os usuários digitam as informações referentes ao gerenciamento de
pedidos nos terminais operativos em cada departamento e esses
dados armazenados ficarão disponíveis para a área de suprimentos
poder mapear as disponibilidades dos recursos ou repor as possíveis
necessidades de estoque.

Se for confirmado o recebimento, o sistema poderá́ realizar um ajuste das


entradas de dados e do processamento, no sentido de identificar a inclusão no
estoque de materiais fora das especificações e de onde partiu a liberação de tal
operação.

Se a entrega for rejeitada, o sistema poderá́ realizar um ajuste das entradas


de dados e do processamento para cancelar os dados de recebimento e informar
o fornecedor e as outras áreas da empresa sobre a rejeição dos materiais (AUDY;
ANDRADE; CIDRAL, 2005).
37
Sistema de Informações Gerenciais

O Sistema de Informações Logísticas precisa ser bastante


abrangente e permitir, da melhor forma possível, a interação dos
dados da empresa com todas as suas áreas funcionais. Áreas como
marketing, finanças, logística e produção são algumas das principais
áreas da empresa que necessitam interagir em um banco de dados
que permita rápida visualização e localização dos dados da empresa
e agilizar o canal de comunicação com os membros das áreas de
suprimentos da empresa, como os vendedores e os clientes.

Cabe ressaltar que os sistemas de informações gerenciais não são


constituídos apenas de elementos pertencentes à tecnologia da informação,
mas também de pessoas que elaboram os procedimentos adotados na coleta
dos dados, na sua transformação em informação com valor agregado e em sua
disponibilização, no sentido de auxiliarem os administradores na escolha da
decisão correta, para um melhor gerenciamento das estratégias organizacionais
(PORTO; BANDEIRA, 2006).

As informações disponibilizadas nesse sistema permitem ao administrador


escolher a melhor decisão para alcançar os objetivos definidos, ao mesmo tempo
em que possibilita a avaliação das ações realizadas, no sentido de melhorá-las
ou até mesmo corrigi-las se não estiverem em conformidade com o planejamento
traçado.

Desta maneira, a partir do processo de avaliação, os sistemas de informações


gerenciais geram novas informações que realimentarão eles mesmos, de modo a
fechar o ciclo informacional (PORTO; BANDEIRA, 2006).

De acordo com Rezende e Abreu (2009), a informação deve ser entendida


como processo de trabalho com os dados obtidos. Desempenha, nesse sentido,
um processo de tratamento desses dados, auferindo-lhes um valor significativo
ou agregado a esse dado, fazendo com que ele, de forma natural e lógica,
transforme-se em uma informação.

Assim, o dado pode ser compreendido como um elemento indispensável


que atribui forma à informação. Dessa forma, em sua composição, apresenta
letras, números ou dígitos até que seja transformado em informação. Sem esse
tratamento dos dados, os números, letras ou dígitos não possuirão significado,
logo não serão capazes de transmitir novos conteúdos aos gestores.

38
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Segundo Laudon e Laudon (2007), a partir de uma perspectiva técnica,


um sistema de informação pode ser compreendido como um conjunto que se
configura a partir de elementos interligados. Dessa forma, realizam, de forma
contínua, a coleta, recuperação, processamento, armazenamento e distribuição
das informações, de forma a apoiar os gestores no processo de tomada de
decisão, dispondo de informações coordenadas e controladas.

São responsáveis, também, por fazer com que os gestores sejam capazes
de analisar diversas situações e abordar novos assuntos. Eles também auxiliam
no processo de criação de novos produtos, sobretudo porque esses possuem
informações sobre pessoas, locais e outros elementos aos quais uma organização
responde por meio da oferta de produtos e serviço.

9.1 VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO


Os métodos de visualização da informação excedem o âmbito científico
tendo grande relação com questões quantitativas, questões que muitas vezes
necessitam de melhor tratamento para facilitar a compreensão delas.

O processo de visualização da informação consiste em quatro etapas


(WARE, 1999 apud RODRIGUES; BRAGA, 2017):

• Armazenamento e coleta de dados.


• Pré-processamento: muitas vezes reduzindo a quantidade de dados e
encontrando padrões, visando transformá-los em algo mais amigável
para a manipulação e compreensão.
• Reprodução visual através de algoritmos de computador.
• Percepção do significado da representação (processo cognitivo humano).

Veja na figura a seguir a exemplificação dessas etapas.

39
Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 15 – ETAPAS DO PROCESSO DE VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

FONTE: Ware (1999 apud RODRIGUES; BRAGA, 2017)

Representações visuais podem, dentro do contexto científico, ter vários


propósitos (ANSCOMBE, 1973 apud RODRIGUES; BRAGA, 2017) como:

• Auxiliar na percepção de caraterísticas amplas dos dados.


• Auxiliar no entendimento do significado dos dados por trás dessas
características.

Por meio de métodos de Visualização da Informação, procura-se não


somente desenhar ou projetar informações, mas criar possibilidades de interação
com as informações, engrandecendo o entendimento sobre os dados.

Sob esse aspecto, os métodos de Visualização da Informação amparam


tarefas como:

• Monitoramento de dados: aumentar a eficácia e eficiência tanto em


tarefas de análise como acompanhamento.
• Interpretação e análise: aumentar a eficácia e eficiência em tarefas de
interpretação e análise de dados.
• Edição de dados: através das representações visuais, diminui-se o
tempo para edição (iterativa) melhorando a compreensão.

Por meio dos métodos de visualização da informação, busca-se retratar os


dados de forma que sejam vistos sob uma nova perspectiva, para que assim
sejam observados padrões, exceções e real conteúdo além de seu estado bruto.
Trata-se de considerar a visualização da informação uma ferramenta para a
descoberta de informações (KIRK, 2012 apud RODRIGUES E BRAGA, 2017).

40
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

10 BUSINESS INTELLIGENCE
Vivemos em um mundo envolvido pela tecnologia e a base dessa
infraestrutura tecnológica é a informação. Mais importante do que o avanço e a
modernização dos meios tecnológicos, deve-se ter a compreensão de como toda
informação gerada é objetivamente manipulada e armazenada. Para que o acesso
a essa informação gerada seja eficaz, rápido e seguro, foram criados meios para
alcançar esses objetivos (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Business intelligence ou inteligência empresarial é o processo de extração,


organização, análise e tratamento das informações para suporte nas decisões de
negócios no âmbito empresarial.

Basicamente, o BI é um conjunto de teorias, metodologias, processos,


tecnologias e estruturas que transformam grandes quantidades de dados que,
sozinhos, não significam muito, em informações essenciais para uma boa gestão.
Ou seja, é um conjunto de técnicas e de ferramentas que visam oferecer suporte
à tomada de decisão e ao monitoramento de resultados dos investimentos da
empresa.

O BI é uma forma de agrupar e explorar informações para descobrir


vantagens para o seu negócio. Assim, o objetivo central dele é auxiliar na
interpretação e análise de dados e informações para identificar oportunidades
ou riscos. É comum as informações extraídas para business intelligence virem
de um data warehouse, mas nem todos eles são utilizados (SILVA; BARBOSA;
CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Um data warehouse é um conjunto de banco de dados


relacionado de forma consolidada e detalhada de uma organização,
gerando um histórico de dados que auxiliará a empresa na tomada
de decisões, com base em todas as informações armazenadas nele
(SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

41
Sistema de Informações Gerenciais

O funcionamento do BI se dá após um processo de captação dos dados, a


informação é extraída, manipulada e salva em um banco de dados modelado,
principalmente, a fim de auxiliar na tomada de decisões específicas da
organização. Essa modelagem possui o nome de modelagem dimensional, na
qual é possível trabalhar com uma enorme quantidade de informações sem a
perda de performance (SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2019).

Veja na figura a seguir uma ilustração do funcionamento do business


intelligence.

FIGURA 16 – FUNCIONAMENTO DO BUSINESS INTELLIGENCE

FONTE: Know Solutions (2015 apud SILVA; BARBOSA; CÓRDOVA JUNIOR, 2016)

O business intelligence é utilizado geralmente para se encontrar dados


e informações contundentes para a tomada de decisões, mas também para
detectar informações desconexas, confusas e descobrir falhas de processos
proporcionando, assim, o ajuste de determinadas rotinas e decisões.

O que é BI (Business Intelligence)?

Devido a grande competitividade e à exigência do mercado em empresas


mais preparadas para disputarem entre si, o BI é uma forma inteligente de otimizar
falhas e manter o negócio em destaque.

O BI é uma sigla que significa Inteligência de Negócios (Business Intelligence).


Assim, muitos chamam de inteligência empresarial por abranger todos os setores
da empresa, desde o financeiro, operacional, comercial, até o marketing.

42
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Basicamente, o BI é um conjunto de teorias, metodologias, processos,


tecnologias e estruturas que transformam grandes quantidades de dados que,
sozinhos, não significam muito, em informações essenciais para uma boa gestão.

Ou seja, é um conjunto de técnicas e de ferramentas que visam oferecer


suporte à tomada de decisão e ao monitoramento de resultados dos investimentos
da empresa.

Business Intelligence ou, simplesmente, BI, é uma forma de agrupar e


explorar informações para descobrir vantagens para o seu negócio. Assim, o
objetivo central dele é auxiliar na interpretação e análise de dados e informações,
para identificar oportunidades ou riscos.

Assim como mostrado na imagem abaixo, o BI é a integração do seu negócio,


do seu gerenciamento e da TI:

Conheça os benefícios do Business Intelligence (BI)

Dessa forma, o BI auxilia a organização a estruturar um planejamento


estratégico para construir vantagens competitivas sustentáveis que agreguem
valor ao negócio e às soluções oferecidas aos clientes.

As vantagens de empregar ferramentas de BI são inúmeras, dando mais


velocidade à tomada de decisões de mais qualidade, potencializando a eficiência
das operações e otimizando processos.

Portanto, esse suporte à tomada de decisão é oferecido pelo Business


Intelligence pela facilidade de visualização de análises e relatórios resultantes dos
processos.

43
Sistema de Informações Gerenciais

Suponhamos que você precise tomar uma decisão muito importante


que afetará seu orçamento. Assim, com um relatório exibido por uma tela de
computador ou celular, você consegue saber exatamente o que fazer em muito
menos tempo.

Isso acontece porque você tem acesso ao panorama geral da sua empresa.
Dessa forma, você pode tomar uma decisão pensada, estratégica e inteligente
em questão de minutos, poupando tempo e esforços. Assim, você começará a
guiar seu negócio estrategicamente.

As ferramentas do business intelligence auxiliam na identificação de


tendências de consumo e mudanças no comportamento do seu público-alvo.

Com isso, auxiliam na detecção de oportunidades de negócios, no


desenvolvimento e lançamento de novos produtos, na ampliação de receitas e na
conquista de novos clientes e mercados. Consequentemente, também ajuda no
aumento da lucratividade!

Por exemplo, com um simples clique e usando as ferramentas certas,


podemos descobrir:

• Curvas de consumo.
• Clientes que mais compraram.
• Quando compraram.
• Quais geraram a melhor rentabilidade etc.

Agora que já explicamos o que é BI (Business Intelligence) e algumas das


suas vantagens, vamos listar 10 dos benefícios mais importantes da inteligência
empresarial:

• Ajuda você a conhecer o seu negócio.


• Melhora o processo de tomada de decisão, baseando-a em evidências.
• Facilita o acesso e o compartilhamento de informações que darão
suporte à gestão.
• Permite análise em tempo real com navegação rápida.
• Ajuda a identificar perdas no sistema.
• Reduz o risco de problemas e obstáculos.
• Entrega resultados corretos, no tempo certo, para a pessoa exata.
• Identifica oportunidades de vendas cruzadas e de vendas diretas.

44
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

• Possibilita respostas rápidas a qualquer consulta de negócios.


• Obtém informações valiosas sobre o comportamento de seus clientes.

Coleta de dados: no primeiro momento, todas as informações e dados da


empresa são coletados e analisados. São determinadas características como
produtividade; oportunidades; reputação etc.

Organização e análise: os dados e informações recolhidos e analisados


são organizados em bancos de dados. Para facilitar a visualização dos gestores,
pode-se apresentá-los visualmente, com o auxílio de ferramentas e plataformas.

Ação e monitoramento: os responsáveis tomam decisões baseadas nas


informações analisadas e monitoram seus resultados.

Como aplicar o Business Intelligence (BI) na sua empresa?

Você se perguntou o que é BI (Business Intelligence) e leu uma introdução


do assunto acima.

Agora, como é passar o conceito para a prática e aplicá-lo na sua empresa?

Há 3 pontos básicos para criar uma estratégia de Business Intelligence


dentro do ambiente corporativo.

45
Sistema de Informações Gerenciais

São eles:

1. Dados confiáveis e de qualidade

Para ser bem-sucedido com essa estratégia, é necessário estar muito atento
à qualidade das informações utilizadas nos processos de Business Intelligence.
Elas precisam ter fácil interpretação e acessibilidade.

O primeiro ponto que merece a atenção da empresa é o local em que essas


informações serão salvas.

É aconselhável que seja uma infraestrutura de qualidade, capaz de entregar


os registros com integridade e agilidade.

É importante criar regras de acesso para a segurança do negócio.


Por isso, investir em uma boa governança de dados é essencial.

2. Visão clara dos objetivos

Os analistas responsáveis pela estratégia de Business Intelligence na


empresa devem ter uma visão clara dos objetivos para que a análise seja bem
executada.

Saber quais são as metas do negócio, seus pontos fortes e fracos e suas
necessidades.

Assim, será possível coletar dados na internet, analisar e-mails, bancos


de dados da empresa, como CRM, ERP e até automação de marketing, entre
muitas outras fontes, muitas vezes de livre acesso, como pesquisas de órgãos
governamentais, sindicatos, ONGs e diversas outras.

3. Mudança de acordo com a meta do negócio

Saber o que é BI Business Intelligence e aplicá-lo corretamente no


planejamento, concede à empresa a competitividade necessária para gerenciar
negócios sustentáveis em longo prazo.

É fundamental detectar a origem dos problemas e identificar como otimizar a


rotina de trabalho da empresa.

É por meio de uma análise detalhada de atividades e informações internas


que o processo de tomada de decisão se torna mais eficiente.

46
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

BUSINESS INTELLIGENCE (BI) X BIG DATA

Os dois conceitos fazem parte de transformações digitais que estão


revolucionando a forma das empresas se desenvolverem. Mesmo sendo
diferentes, eles podem ser complementares. Dessa forma, é possível unir suas
forças e alcançar mais resultados.

Quer entender de uma vez por todas a diferença? Vamos explicar a seguir:

Big Data (acúmulo de dados)

Com a inovação digital e a enorme quantidade de dados que a tecnologia


permite ser trocados, essas milhares de informações e dados são analisadas
por especialistas de data science. Eles procuram achar correlações entre esses
dados que, sozinhos, não têm utilidade, mas que juntos podem trazer diversos
benefícios para as organizações.

Os dados podem vir de diversos canais: sites, blogs, redes sociais,


ferramentas, apps, vídeos, áudios, imagens etc.

Business Intelligence (Inteligência empresarial)

O BI, no entanto, surge como o próximo passo do Big Data. Utilizando-se


dos dados estruturados, o Business Intelligence ajuda a compreender a base de
dados do negócio, orientando os envolvidos nas melhores estratégias a serem
tomadas.

O BI estrutura as informações – essas que, geralmente, já fazem sentido e se


comunicam entre si, refina, avalia e as orientam estrategicamente para aumentar
a competitividade.

Ou seja, o ideal é utilizar os dois conceitos para entender de forma mais


profunda e clara como os dados podem atrapalhar ou ajudar sua empresa. Além
disso, é interessante utilizar o BI após o Big Data para se ter mais compreensão
da relação entre os dados, até mesmo para talvez mudar o caminho proposto
pela correlação das informações.

FONTE: <https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/o-que-e-bi-business-
intelligence/>. Acesso em: 10 jan. 2021.

47
Sistema de Informações Gerenciais

O desenvolvimento dos sistemas de informações gerenciais leva as


organizações a terem a segurança necessária no seu processo administrativo. A
correta utilização dos seus dados é essencial para que as organizações continuem
produzindo e, quando esses dados são transformados em informações, servirão
de auxílio ao processo decisório.

A informação é uma coleção de fatos organizados de forma a possuir um


valor adicional aos fatos em si. Em outras palavras, são dados concatenados,
que passaram por um processo de transformação, cuja forma e conteúdo são
apropriados para um uso específico.

Entende-se que, nas organizações, os sistemas de informações gerenciais


facilitam o processo de captação, entrada e transformação dos dados em
informações com valor agregado, para que possam ser utilizadas, com efetividade,
nas tomadas de decisão.

Business intelligence ou inteligência empresarial é o processo de extração,


organização, análise e tratamento das informações para suporte nas decisões
de negócios no âmbito empresarial. O funcionamento do BI se dá da seguinte
maneira: após um processo de captação dos dados, a informação é extraída,
manipulada e salva em um banco de dados modelado, principalmente, a fim de
auxiliar na tomada de decisões específicas da organização.

Business Intelligence (BI) x Big Data: com a inovação digital e a enorme


quantidade de dados que a tecnologia permite ser trocados, essas milhares de
informações e dados são analisadas por especialistas de data science. Eles
procuram achar correlações entre esses dados que, sozinhos, não têm utilidade,
mas que juntos podem trazer diversos benefícios para as organizações. Os dados
podem vir de diversos canais: sites, blogs, redes sociais, ferramentas, apps,
vídeos, áudios, imagens etc.

O BI, no entanto, surge como o próximo passo do Big Data. Utilizando-se


dos dados estruturados, o Business Intelligence ajuda a compreender a base de
dados do negócio, orientando os envolvidos nas melhores estratégias a serem
tomadas.

48
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

1 Sobre as definições de informação na literatura, na sua opinião,


qual delas merece maior destaque?

2 A informação possui uma série de características que determinam


seu valor para a organização ou processo em análise. Relacione
as principais características da informação.

3 Para que possamos compreender o processo de tratamento das


informações gerenciais, foi necessário entendermos seu fluxo
e o conceito de cada uma das etapas. Disserte sobre a fase de
retroalimentação ou feedback.

4 Disserte sobre o processo de visualização da informação.

5 Qual a diferença entre Business Intelligence (BI) e Big Data?

11 SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO


Acadêmico, nos tópicos anteriores vimos alguns breves conceitos
relacionados ao SAD (sistema de apoio a decisão). Ele auxilia a direção a tomar
decisões semiestruturadas ou com rápidas mudanças e ajudam os gerentes de
nível médio a tomar decisões não usuais. Eles focam problemas únicos e que
se alteram com rapidez para os quais não existe um procedimento de resolução
totalmente definido. Considerando a utilidade do SAD, nós o estudaremos de
forma mais ampla neste capítulo.

12 TOMADA DE DECISÃO
É importante lembrar que a necessidade de se tomar uma decisão ocorre
sempre que se esteja enfrentando um problema que apresenta mais de uma
possibilidade para a obtenção de sua solução. Ainda que possua uma única ação
para a sua solução, apresentam-se as alternativas de tomar ou não essa ação
(PRADO; SOUZA, 2014). Assim sendo, a tomada de decisão deve ser entendida
como um processo, com início, meio e fim.

O processo decisório pode ser resumido nas seis etapas sequenciais


apresentadas na figura a seguir.

49
Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 17 – ETAPAS DO PROCESSO DECISÓRIO

FONTE: <https://admconecta.wordpress.com/2015/11/01/
tomada-de-decisao/>. Acesso em: 10 jan. 2021.

Os resultados das decisões tomadas no âmbito empresarial podem ser


imediatos, de curto prazo, de longo prazo ou uma combinação das formas
temporais anteriores (PRADO; SOUZA, 2014).

As decisões do dia a dia são tomadas, com frequência, tendo-se como


base poucos critérios, em geral de caráter econômico. Decisões complexas, no
entanto, devem levar em conta, também, fatores subjetivos, muitas vezes não
quantificáveis (PRADO; SOUZA, 2014).

As decisões podem ocorrer por intuição ou por análise. A decisão intuitiva


não é suportada por dados ou documentação, podendo parecer arbitrária e é
tomada tendo por base as informações acumuladas pelo decisor, é bem possível
que enviesada por seus próprios valores.

Enquanto isso, a decisão analítica, quando utilizada de maneira coletiva em


uma corporação, possibilita valores compartilhados. Para a tomada de decisão
analítica, é adequado estabelecer modelos que representem uma simplificação
ou uma abstração da realidade, por ser esta muito complexa para ser copiada
com exatidão e, ainda, pelo fato de a maior parte da complexidade não ter, muitas
vezes, relevância para um problema específico (PRADO; SOUZA, 2014).

50
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

As tomadas de decisão podem, então, seguir os seguintes modelos:

• Modelos icônicos ou físicos: réplicas físicas de um sistema, em geral


em escala diferente da original. Exemplo típico é o de aeroplanos em
teste de túnel de ventos.
• Modelos analógicos ou esquemáticos: não se parecem com o real,
mas se comportam como tal. Exemplo típico é o de um organograma
retratando as relações entre estrutura, autoridade e responsabilidade.
• Modelos mentais: fornecem uma descrição de como uma pessoa
interpreta uma situação, incluindo crenças, suposições, relacionamentos
e fluxos de trabalho. É usual que seu desenvolvimento seja a primeira
etapa de uma modelagem de decisão, que poderá depois migrar para
outras modelagens.
• Modelos verbais: quando são descritos ou representados por palavras
e sentenças, tais como questionários e sistemas especialistas.
• Modelos matemáticos: permitem a modelagem de relações complexas
e/ou a feitura de experimentos com tais relações. O modelo é utilizado
na maioria das análises de SAD (Sistemas de Apoio à Decisão).

A escolha de um modelo depende da finalidade da decisão, da limitação do


tempo e custo e, ainda, da complexidade do problema, sendo que esta depende
da quantidade de variáveis e/ou objetivos, do quanto eles estão sujeitos a riscos
de incerteza e, também, do seu modo de imprecisão, nebulosidade ou difusão
(PRADO; SOUZA, 2014).

Por isso, conforme o grau de incerteza, os problemas podem ser classificados


em:

• Problemas com certeza completa.


• Problemas com risco ou incerteza.
• Problemas com incerteza extrema.

Nas organizações, os decisores podem atuar em diversos níveis, dependendo


dos quais as decisões variam de estruturadas a não estruturadas. As decisões
estruturadas são aquelas tomadas por decisores que atuam na administração
operacional, como supervisores de linha, chefes de departamento ou gerentes de
operações e envolvem os casos nos quais os procedimentos a serem seguidos
podem ser definidos com antecipação. São, portanto, decisões relacionadas a
problemas de rotina e repetitivos, possibilitando soluções padronizadas, sem
necessidade de ser tratadas como se fossem novas a cada oportunidade.

As decisões semiestruturadas, em geral, são efetuadas por decisores que


atuam na administração tática, como os gerentes de unidades de negócios; e

51
Sistema de Informações Gerenciais

exigem uma combinação de procedimentos padronizados com avaliações


pessoais. Elaborar orçamentos ou fazer análises de aquisição de capital, por
exemplo, são situações com essas características. As decisões não estruturadas
se referem a problemas difusos ou complexos para os quais não há soluções
prontas. São tomadas pela alta gerência das empresas, atendendo, portanto, à
administração estratégica.

Entenda melhor a divisão das características da decisão observando a figura


a seguir.

FIGURA 18 – TIPOLOGIA DA DECISÃO

FONTE: <https://images.app.goo.gl/QHBjsv77UVNbfrQh7>. Acesso em: 10 jan. 2021.

Não existe, neste caso, um método preconcebido para tratar o problema,


uma vez que ou ele não havia aparecido antes ou sua natureza e estrutura são
complexas ou de difícil compreensão ou, ainda, sua importância merece um
tratamento sob medida (PRADO; SOUZA, 2014).

Dos decisores estratégicos são exigidos, então, bom senso, capacidade de


avaliação e perspicácia na definição dos problemas, pois cada uma das decisões
é inusitada, importante e não rotineira, não havendo procedimentos bem-
entendidos ou predefinidos para tomá-las.

52
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Nenhuma das fases de inteligência, desenho ou escolha, usuais nas


decisões, é estruturada e monitora o desempenho estratégico das organizações
e sua direção geral no ambiente político, econômico e competitivo dos negócios
(PRADO; SOUZA, 2014).

13 SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO


(SAD)
No nível gerencial, os sistemas de informações gerenciais (SIG), também
conhecidos por ERP (Enterprise Resource Planning), fornecem aos gerentes
em níveis operacional e tático relatórios e, há menos tempo, acesso on-line
aos registros históricos e atuais sobre o desempenho da organização (PRADO;
SOUZA, 2014). Essa classe de sistema se presta ao planejamento, controle e
tomada de decisão. Em geral, sintetizam informações obtidas nos sistemas
transacionais e apresentam em forma de relatórios sumarizados de rotina e
exceção. Têm pouca capacidade analítica e usam modelos padronizados de
apresentação de dados. São orientados, de modo quase exclusivo, para eventos
internos (PRADO; SOUZA, 2014).

Para análises mais profundas, são utilizados, então, os sistemas de apoio


à decisão (SAD), que são as decisões estratégicas, em contraposição às
operacionais. Utiliza modelos de decisão, banco de dados e as percepções dos
decisores em processo de modelagem interativa e analítica. Sua interface vem
sendo cada vez mais amigável.

Os SAD liberam informação de frequência periódica, que apresenta certo


grau de incerteza, complexidade e perspectiva múltipla, mas importante no apoio
à decisão da organização. São sistemas projetados para produzirem respostas
rápidas, a partir de bancos de dados modelados por assunto do negócio em
ambientes DW/DM ou similar (SANTOS, 2013). Utilizam dados internos e externos
à empresa, tratam grandes volumes de dados em processos de extração,
transformação e análises, para produção de informação agregada, consolidada.

Os SADs são construídos para possibilitar apoio às decisões gerenciais


semiestruturadas e não estruturadas, sobre assuntos que sofrem constantes
mudanças de cenário (cenários dinâmicos) ou que não podem ser especificados
a priori com facilidade. Eles se diferenciam dos SIG, pois têm muito mais
capacidade analítica, permitindo ao usuário empregar vários modelos diferentes
para análise de informação (PRADO; SOUZA, 2014). Esses sistemas, em geral,

53
Sistema de Informações Gerenciais

baseiam-se em informações retiradas dos sistemas transacionais e dos sistemas


gerenciais e, com frequência, trazem informações de fontes externas.

Observe no quadro a seguir as principais diferenças entre o SAD e o SIG.

QUADRO 5 – DIFERENÇAS SAD X SIG

SAD SIG
Foco Eficácia (fazer a coisa certa).Eficiência (fazer certo a
coisa).
Tipo de problema Trata de problemas não Lida com problemas mais
rotineiros dentro da empresa. estruturados e simples.
Usuários Apoio a indivíduos ou Apoio à organização
pequenos grupos. como um todo.
Ênfase Tomada de decisão. Informações.
Velocidade Responde às solicitações do Responde às solicitações
usuário com rapidez. do usuário com pouca
rapidez.
Desenvolvimento Participação ativa do usuário. Pouca participação do
usuário.
Nível estratégico Atua. Não atua.
FONTE: A autora

Os SADs tendem a ser mais interativos, permitindo ao usuário acessos fáceis


a dados e modelos analíticos, por instruções computacionais amigáveis. Audy,
Andrade e Cidral (2005) escrevem que é possível descrever os sistemas de apoio
à decisão considerando as funções de um sistema de informação:

QUADRO 6 – FUNÇÕES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO


COLETA – PROCESSAMENTO – ARMAZENAMENTO – DISTRIBUIÇÃO –
FEEDBACK
FONTE: A autora

Alguns dos sistemas de informação de apoio à decisão (SAD) usuais são


(PRADO; SOUZA, 2014):

• Teoria da utilidade (Utility Theory).


• Sistemas especialistas (Expert System).
• Métodos Electre (Elimination et Choix Traduisant la Réalité).
• Método MACBETH (Measuring Attractiveness by a Categorical Based
Evaluation Technique).
• Processo de hierarquia analítica (AHP – Analytic Hierarchy Process).
• Processo de rede analítica (ANP – Analytic Network Process).
• Outros métodos.

54
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

Os sistemas de apoio à decisão disponibilizam dados e técnicas para análise


de problemas e oportunidades. Nesse sentido, eles devem ser suficientemente
flexíveis e amigáveis na medida em que é o tomador de decisão que vai modelar a
situação a ser analisada. Isso faz com que os sistemas de apoio à decisão sejam
sistemas ad hoc que são projetados para que os próprios usuários os iniciem e
controlem conforme suas necessidades e estilos de tomada de decisão (AUDY;
ANDRADE; CIDRAL, 2005).

A necessidade de se tomar uma decisão ocorre sempre que se esteja


enfrentando um problema que apresenta mais de uma possibilidade para
a obtenção de sua solução. O processo decisório pode ser resumido em
seis etapas sequenciais: identificação da situação; análise e diagnóstico da
situação; desenvolvimento de alternativas; avaliação de alternativas; seleção e
implementação; monitoração e feedback.

Conforme o grau de incerteza, os problemas podem ser classificados em:

• Problemas com certeza completa.


• Problemas com risco ou incerteza.
• Problemas com incerteza extrema.

Nas organizações, os decisores podem atuar em diversos níveis,


dependendo dos quais as decisões variam de estruturadas a não estruturadas.
Os SAD liberam informação de frequência periódica, que apresenta certo grau
de incerteza, complexidade e perspectiva múltipla, mas importante no apoio à
decisão da organização.

Os SAD se diferenciam dos SIG, pois têm muito mais capacidade analítica,
permitindo ao usuário empregar vários modelos diferentes para análise de
informação. Audy, Andrade e Cidral (2005) escrevem que é possível descrever
os sistemas de apoio à decisão considerando as funções de um sistema de
informação: coleta – processamento – armazenamento – distribuição – feedback.

55
Sistema de Informações Gerenciais

1 O processo decisório pode ser resumido em seis etapas


sequenciais, quais são elas?
2 O modelo matemático é utilizado na maioria das análises de SAD,
disserte sobre ele.

3 Apresente como os problemas podem ser classificados.

4 O que vem a ser decisão estruturada, semiestrurada e não


estruturada?

5 Qual o principal objetivo do SAD?

REFERÊNCIAS
AUDY, J. L.; ANDRADE, G. K; CIDRAL, A. Fundamentos de sistema de
informação. Porto Alegre: Bookman, 2005.

BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria geral dos sistemas. Tradução de General


system theory. Petrópolis: Editora Vozes, 1977.

BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São


Paulo: Atlas, 1985.

CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão


econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed.


Rio de Janeiro: Campus, 2000.

CRUZ, Tadeu. Sistemas de informações gerenciais: tecnologia da informação


e a empresa do século XXI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 249p.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais:


administrando a empresa digital. 7. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007.

O’BRIEN, James A. Sistema de informação e as decisões gerenciais na era


da internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

56
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INFORMAÇÃO GERENCIAL

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de informações


gerenciais: estratégias, táticas, operacionais. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

PORTO, Maria Alice Guedes; BANDEIRA, Anselmo Alves. A importância dos


sistemas de informações gerenciais para as organizações. In: SIMPÓSIO DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 2006. p. 1-12.

PRADO, Edmir; SOUZA, Cesar Alexandre de. Fundamentos de sistemas de


informação. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

REGO, Juliana Carolina Costa; BOLWERK, Samara. Implementação de sistemas


como vantagem para tomada de decisões. 6º Congresso Brasileiro de
Sistemas, 2010.

REZENDE, D. A; ABREU, A. F. de. Tecnologia da informação aplicada a


sistemas de informação empresariais. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RODRIGUES, Hélio Luis da Silva; BRAGA, José Remo Ferreira. Visualização da


informação como ferramenta de apoio ao tratamento de dados empresariais. In:
Colloquium Exactarum. 2017. p. 114-130.

SANTOS, Admilto Oliveira dos. Sistema da informação. 2013. Disponível em:


https://sistemadainformacaouesb.wordpress.com/tipos-de-sistemas/s-apoio-ao-
executivo/. Acesso em: 27 dez. 2020.

SILVA, Katia Cilene Neles da; BARBOSA, Cristiano; CÓRDOVA JUNIOR, Ramiro
Sebastião. Sistemas de informações gerenciais [recurso eletrônico]. Porto
Alegre: SAGAH, 2018.

VAZ, Giovana Aparecida et al. Sistemas de informações gerenciais: a


importância da utilização do sistema Beta dentro dos processos decisórios e
gerenciais da empresa Transportadora Alfa: Um estudo de caso. Anais do 4º
Encontro de Engenharia e tecnologia dos Campos Gerais. Ponta Grossa, Paraná
– Brasil. 25 a 29 de agosto de 2008.

57
Sistema de Informações Gerenciais

58
C APÍTULO 2
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
GERENCIAIS COMO INSTRUMENTO
DE GESTÃO

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Identificar os pontos de segurança, controle e integração das informações


gerenciais.
• Conhecer os tipos de planejamento de sistemas gerenciais para tomada de
decisão.
• Identificar os diferentes tipos de informações gerenciais para médias e
pequenas empresas.
• Controlar e selecionar os instrumentos de controle gerencial nas organizações.
• Otimizar os processos de integração das informações mantendo a segurança e
controle destas informações.
• Saber identificar e aplicar os tipos de planejamento de sistemas gerenciais a
ser adotados nas organizações.
• Selecionar os tipos de informações gerencias que podem afetar a gestão de
médias e pequenas empresas.
• Aplicar e acompanhar os dados e informações dos instrumentos de controle
gerencial nas organizações.
Sistema de Informações Gerenciais

60
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As empresas ao realizarem diariamente suas movimentações sejam
operacionais, financeiras ou estratégicas, entre outras, geram informações que
são importantes para entender o que ocorreu e, sobretudo analisar os impactos
futuros. A adoção de sistemas de informações gerenciais facilita o processo de
gestão da informação gerada internamente nas empresas. O primeiro passo para
a sua implementação é a estruturação de um PDTI – Plano Diretor de Tecnologia
da Informação.

No processo de adoção de sistemas de informações gerenciais na empresa,


a implementação é o primeiro passo e deve ter a participação da contabilidade
gerencial e dos gestores da alta administração que determinam o grau de
importância da implementação e utilização das informações gerenciais.

Para a integração das informações, o próprio sistema de contabilidade


é o instrumento de geração da informação e, com a inserção de centros de
responsabilidade, a gestão da informação ocorre extraindo-se todos os dados que
se transformam em informações para a tomada de decisão. Todo esse processo
ocorre por meio do uso de tecnologias.

1.1 TÓPICOS EM GERENCIAMENTO


DE SISTEMAS: INTEGRAÇÃO,
IMPLEMENTAÇÃO
Para implementar os processos de gerenciamento de sistemas nas
organizações, inicialmente, as empresas devem ser estruturadas com uma
arquitetura da informação, desenhando e definindo a forma e frequência dos
meios e integrantes desses sistemas.

McGee e Prusak (1994) classificam em cinco “estados” os estilos de gerência


da informação. Os autores ainda destacam que mesclar esses “estados”, ou seja,
utilizar paralelamente dois ou mais “estados” pode provocar confusão e consome
recursos da organização, com perda de eficiência. Veja a seguir quais são os
cinco “estados”:

• Utopia Tecnocrata: através da tecnologia gera a informação e somente


isso.
• Anarquia: crescimento elevado da tecnologia sem um planejamento
alinhado, organizando métodos e técnicas para melhor gerenciar e
centralizar a informação.
61
Sistema de Informações Gerenciais

• Feudalismo: surgem os tomadores de decisões nos departamentos.


A informação isolada que os gerentes controladores da informação
concentram, de forma individual para cada atividade desenvolvida.
• Monarquia: uma única pessoa torna-se responsável por toda a
disseminação da informação, ocorre uma centralização da informação
mesmo com uma facilidade no seu acesso.
• Federalismo: estabelecidas e respeitadas políticas internas de
informações, sendo adotados métodos para gerenciar e centralizar as
informações.

Esses estados estão presentes em empresas de sistemas abertos ou


fechados, identificando a forma de trabalho dessas empresas em relação à
tomada de decisão e adoção de tecnologias. O sistema de gestão das informações
envolve um conjunto de elementos interligados, formando um todo. Esse conjunto
como um todo possui propriedades e características muito particulares que não
são encontradas nos elementos isoladamente. Assim, para Rezende e Abreu
(2006), os sistemas podem ser classificados quanto a sua natureza como Sistema
Fechado e Sistema Aberto, como apresento na figura a seguir.

FIGURA 1 – SISTEMA FECHADO E ABERTO

FONTE: Rezende e Abreu (2006, p. 54)

O sistema aberto pode ser o mais indicado conforme Rezende e Abreu


(2006), pois ele permite o uso de instrumentos que facilitam a conduta normal da
empresa e favorece o seu crescimento frente ao mercado de alta competitividade,
destacando-se:

62
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

• A gerência e administração participativas.


• Mudanças e adaptações internas.
• Produtividade e qualidade nos serviços e produtos.
• Capacidade de administração das diferenças ambientais, organizacionais
e comportamentais.
• Perenidade e melhoria dos negócios.
• Lucro, inteligência competitiva e inteligência empresarial.

Assim, o sistema aberto propicia o crescimento, inovação, adaptação


ao ambiente e até mesmo a replicar condições ambientais. Chiavenato (2000,
p. 49) descreve que a empresa é concebida como um “sistema aberto em
um dinâmico relacionamento com seu ambiente, recebendo vários insumos
(entradas), transformando esses insumos de diversas maneiras (processamento
ou conversão) e exportando os resultados na forma de produtos ou serviços
(saídas)”.

Cada empresa ainda deve analisar o seu foco, ambiente, produtos e forma
de atuação para definir como organizar o seu sistema de gerenciamento de
informações. Logo, deve-se considerar não somente o cenário interno, mas todo
o cenário externo em que a organização está inserida.

Nesse sentido, analisar o ecossistema é um diferencial, pois auxilia na


identificação de possíveis riscos e prevenção ou amenização dos impactos na
organização. Observe na figura a seguir os setores que, segundo Rezende e
Abreu (2006), compõem internamente a organização cercados pela questão
ambiental e de todo o ecossistema.

FIGURA 2 – ECOSSISTEMA

FONTE: Rezende e Abreu (2006, p. 54)

63
Sistema de Informações Gerenciais

Conhecidas as naturezas dos sistemas e os meios e formas de atuação,


que também foram abordados no Capítulo 1, vamos entender como ocorre a
implementação e integração das informações dentro das empresas, os elementos
que participam desse processo e seus resultados. Inicialmente, é essencial
entendermos a importância de elaboração de um Plano Diretor de Tecnologia da
Informação (PDTI).

O PDTI é um plano dinâmico podendo ser institucionalizado por todos os


tipos de empresas (pública ou privada) e de qualquer porte (pequeno, médio ou
grande). Esse plano pode conter normas e metodologias da própria organização,
além de políticas governamentais ou metodologia de domínio público. Para
todo PDTI, é necessário determinar: abrangência, período de validade, equipe
participante, tarefas a serem executadas, além das metodologias e normas que
deverão ser rigorosamente seguidas. Essas etapas são definidas na fase de
planejamento do plano (BARROS, 2014). Veja quais são elas na figura a seguir.

FIGURA 3 – FASE DE PLANEJAMENTO PDTI

FONTE: Barros (2014, p. 58)

O diagnóstico, primeira etapa de elaboração do PDTI, é composto pelo


cumprimento dos seguintes requisitos descritos por Barros (2014, p. 56):

a) Avaliar o planejamento de TI anterior (se houver).


b) Aprovar o relatório de avaliação de resultados do
planejamento de TI anterior (se houver).
c) Analisar o referencial estratégico da TI, incluindo a missão,
visão, valores e objetivos estratégicos da TI.
d) Analisar o contexto geral em que se estrutura a unidade de
TI na organização, evidenciando a hierarquia e as relações de

64
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

subordinação e comunicação existentes na unidade.


e) Analisar os ambientes internos e externos da TI
organizacional, utilizando o método SWOT e enfocando o uso
e a gestão de TI pela organização como um todo.
f) Identificar as necessidades de informação, de serviços e
infraestrutura de TI.
g) Identificar as necessidades de pessoal nos processos de TI.
h) Identificar as necessidades de manutenção e contratação de
soluções em TI para atender às necessidades de informações,
serviços, infraestrutura e pessoal de TI.
i) Realizar a consolidação das necessidades levantadas e
reavaliar todos os itens inventariados.
j) Relacionar as necessidades de TI consolidadas no inventário
de necessidades às estratégias da organização.

Finalizada a primeira etapa, parte-se para a fase de planejamento e


administração de recursos e processos tecnológicos, em que devem constar as
seguintes atividades:

a) Analisar os critérios de priorização existentes na lista de


princípios e diretrizes à luz do conhecimento das necessidades
levantadas.
b) Priorizar as necessidades inventariadas.
c) Definir metas e ações que contribuam para o alcance das
necessidades inventariadas.
d) Estimar, de maneira preliminar, os prazos e os recursos de
TI necessários ao desenvolvimento das ações planejadas.
e) Planejar ações para manter um quantitativo de pessoal
suficiente para o alcance das metas, bem como desenvolver
as competências profissionais do quadro de pessoal de TI.
f) Realizar a previsão dos custos necessários para a realização
das ações planejadas.
g) Elaborar a proposta orçamentária da TI para o período de
vigência do PDTI.
h) Aprovar as informações constantes nos planos de metas e
ações, de gestão de pessoas, de investimentos e custeio e
proposta orçamentária de TI.
i) Atualizar os critérios de aceitação de riscos em função do
conhecimento das metas e ações planejadas.
j) Identificar os riscos associados às ações planejadas, realizar
a análise
desses riscos e planejar respostas.
k) Identificar fatores ou condições que podem definir o sucesso
ou o fracasso da execução do PDTI (BARROS, 2014, p. 63).

Para implementar o PDTI, segundo Albertin (2015, p. 48), os seguintes


pontos são decisivos:

a) O compromisso e apoio da alta administração.


b) Instituição de uma equipe de monitoramento das metas e
ações associadas ao PDTI.
c) Garantia de recursos humanos, financeiros e de infraestrutura
física para a execução das ações e projetos do PDTI.

65
Sistema de Informações Gerenciais

d) Desenvolvimento de competências necessárias para


realização das ações.
e) Revisões periódicas do PDTI para contemplar mudanças
na estrutura organizacional e as alterações nas diretrizes
estratégicas.
f) Engajamento da equipe que realizará a execução das
ações previstas no planejamento; entre outros fatores e
compromissos que serão levantados buscando o atingimento
das metas.

Conhecendo a importância da alta administração na adoção inicial de um


processo de Tecnologias da Informação, vamos estudar a seguir o passo a passo
para implementação das tecnologias da informação.

1.2 TÓPICOS EM GERENCIAMENTO


DE SISTEMAS: GESTÃO DA
INFORMAÇÃO
Para as empresas, a complexidade da implementação de sistemas de
informação gerencial exigiu a cooperação da Contabilidade contribuindo para
realizar os trabalhos de gestão da informação, sendo fundamental na dissociação
entre a figura do proprietário e do gestor (gerente). A gestão da informação passa
a ser realizada não apenas pela alta administração, mas por toda a empresa e a
sua consolidação ocorre no setor contábil.

Assim, a necessidade desses gestores em promover a eficiência das


operações nas empresas proporcionou a evolução da Contabilidade, dividindo-a
em ramos de conhecimento. Além da contabilidade financeira e gerencial, tem-
se a contabilidade de custos que, de acordo com Iudícibus (1998, p. 22), “todos
os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a
planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e financeiros
para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida,
no campo da contabilidade gerencial”.

Dessa maneira, notamos que a contabilidade gerencial evoluiu, estreitando


relações com outras áreas do conhecimento, como a administração, interligando,
aproximando e consolidando informações para a empresa como base para tomada
de decisões. Corroborando com isso, Fragoso, Ribeiro Filho e Libonati (2006, p.
106) relatam que “a Contabilidade iniciou um processo de transformação, no qual
necessitaria recorrer a outras áreas de conhecimento (afins ou não) para melhor
atender seus objetivos”.

66
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

Um livro que explora toda a aplicabilidade da contabilidade


gerencial desde a teoria até a prática é o intitulado Contabilidade
gerencial: da teoria à prática do autor Sérgio de Iudícibus, aproveite
para conhecê-lo.

FIGURA – CAPA DO LIVRO CONTABILIDADE GERENCIAL: DA TEORIA À PRÁTICA

FONTE: <https://www.grupogen.com.br/contabilidade-gerencial-
da-teoria-a-pratica>. Acesso em: 22 mar. 2021.

O sistema de informação contábil utilizado para fins gerenciais pode ser


entendido como o resultado das extrações de dados do sistema contábil para
alimentar o processo de gestão da empresa. Padoveze (2003) explica que um
sistema de informação contábil tem como objetivos:

• Prover informações monetárias e não monetárias, destinadas às


atividades e decisões dos níveis operacional, tático e estratégico da
empresa e também para os usuários externos a ela.
• Constituir-se na peça fundamental do sistema de informação gerencial
da empresa. Em outras palavras, o objetivo principal do sistema de
informação contábil é gerar informações úteis aos seus usuários para
tomada de decisão. Da mesma maneira que os demais sistemas dentro
do sistema empresa, o sistema de informação contábil necessita de
entrada de recursos que serão processados e transformados em
informação útil para a tomada de decisão. Podem ser recursos humanos
(contadores) com conhecimento gerencial, software contábil para
gerar as informações adequadas aos usuários e ainda recursos como
equipamentos de informática, energia, materiais, instalações etc.

67
Sistema de Informações Gerenciais

No fluxograma a seguir é apresenta a movimentação desde a emissão do


documento fiscal no faturamento até o seu recebimento pelo cliente que pode
transitar por diferentes rotas até que o faturamento gere recursos em caixa.

FIGURA 4 – FLUXO DO FATURAMENTO X RECEBIMENTO

FONTE: <https://tdn.totvs.com/display/public/LDT/ACR+-+Contas+a+Receber?previ
ew=/234617098/243662841/fluxointegracaomodulosacr.gif>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Como resultado de saída do sistema de informações contábeis, que atenda


ao seu objetivo-fim que é atender a todos os seus usuários, podem ser geradas,
segundo Padoveze (2003), saídas desse sistema:

• Sob forma de relatórios contábeis.


• Sob forma de análises contábeis.
• Sob forma de informação eletrônica integrada para os usuários
específicos.
• Sob forma de informação para qualquer usuário da empresa.
• Sob forma de interfaces contábeis com outros sistemas de informação
dentro da empresa.
• Sob a forma oral, como consultoria, assessoria ou apresentação formal
para os diversos níveis gerenciais da empresa.
• Sob a forma oral ou de apresentação organizada para usuários externos
à empresa (bolsas de valores, analistas de investimentos etc.).
• Sob a forma de palestras e treinamentos para usuários internos e
externos etc.

68
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

Em relação aos usuários das informações contábeis, eles podem ser


distribuídos entre interno e externos. Veja no quadro a seguir os usuários que
Silva (2010) identifica e apresenta.

QUADRO 1 – USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Usuários Internos
• Aumentar ou reduzir investimentos.

Sócios e ge- • Aumentar o capital ou emprestar recursos.


stores
• Expandir ou reduzir as operações.

• Comprar/vender à vista ou a prazo.


Usuários Externos
Instituições fi- • Conceder ou não empréstimos.
nanceiras
• Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e
garantias).
Clientes e for- • Avaliação com vista à concessão ou não de crédito, em que
necedores em valor e a que prazo.
geral
• Informações sobre a continuidade operacional da entidade,
especialmente quando tem um relacionamento de longo
prazo com ela ou dela dependem como fornecedor impor-
tante.
• Adquirir ou não o controle acionário.

Investidores • Investir ou não em ações na bolsa de valores.

• Avaliação do risco inerente ao investimento e potencial de


retorno proporcionado (dividendos).
Comissão de • Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa
Valores Mo- de capital aberto respondem aos requisitos legais do merca-
biliários do de valores mobiliários, como periodicidade de apresen-
tação, padronização e transparência.
Poder Judi- • Solicitação e apreciação objetiva de perícia.
ciário
Fiscalização • Buscar indícios de sonegação de impostos.
tributária
• Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital
de giro próprio, da solidez econômico-financeira, buscan-
do identificar se há garantia acessória para o início ou con-
tinuidade no fornecimento dos bens ou serviços.

• O art. 31, da Lei Federal nº 8.666/93, prevê que o uso


Comissões de de índices extraídos das demonstrações contábeis lim-
licitação itar-se-á à demonstração da capacidade financeira do lici-
tante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato.

69
Sistema de Informações Gerenciais

• Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus


empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.).
Empregados e
sindicatos • Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover
sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e
oferta de oportunidades de emprego.
FONTE: Silva (2010, p. 8)

São ainda considerados subsistemas que compõem o sistema de informação


contábil gerencial, segundo Crepaldi (2004, p. 28), os seguintes:

• Subsistema contabilidade financeira.


• Subsistema contabilidade gerencial.
• Subsistema contabilidade em outras moedas.
• Subsistema custos e orçamento.
• Subsistema contabilidade por unidades de negócios.
• Subsistema gestão de impostos.
• Subsistema análise financeira e de balanço.
• Subsistema gestão de tesouraria.
• Subsistema de controladoria.

Um fluxo que evidencia o processo de elaboração e apresentação das


demonstrações financeiras é evidenciado por Stickney e Weil (2001) no quadro
a seguir.

QUADRO 2 – RESUMO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E


APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Objetivo 4: Fornecer informação


a respeito do desempenho
financeiro.

FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 39)

70
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

Dessa maneira, podemos afirmar que o grande sistema de informação dentro


da organização, com certeza, é o próprio sistema de informações contábeis,
sendo responsável pelo processamento das informações de mensuração
financeira e não financeira, com objetivo de prover seus usuários com informação
de qualidade para uma boa tomada de decisão.

• Divisão da contabilidade por centros de responsabilidade

No Capítulo 1 estudamos o planejamento estratégico em que cada área tem


suas responsabilidades e metas; e que o esforço de cada área permite alcançar
o objetivo geral da empresa. Nessa mesma forma de trabalho, a contabilidade
gerencial que fornece informações para o sistema de informações divide-se em
áreas que podemos chamar de centros de responsabilidade. Em toda empresa,
identificam-se as unidades e os responsáveis encarregados da seguinte forma:

• Produzir.
• Vender.
• Investir.
• Administrar.

Conforme o objetivo de controle gerencial, os centros de responsabilidade


podem ser classificados em: centros de receitas; centros de custos; centros
de lucros e centros de investimentos. Centros de receita são centros de
responsabilidade em que os participantes controlam as receitas, mas não o custo
de produção ou aquisição de um produto ou serviço que estes vendam ou o nível
de investimento no centro de responsabilidade (ATKINSON et al., 2000, p. 624).

É necessário acompanhar e medir o desempenho de cada uma dessas


unidades separadamente para que se possam isolar informações que permitam
corrigir desvios na atividade específica. Em síntese, os centros de responsabilidade
apresentam as características apresentadas no quadro a seguir.

71
Sistema de Informações Gerenciais

QUADRO 3 – CENTROS DE RESPONSABILIDADE

FONTE: Adaptado de Atkinson et al. (2000)

Observamos no quadro que o centro de investimento tem muita influência de


controle, ou seja, custos, receitas e investimentos e o desempenho do gerente é
medido pelo retorno gerado por esses investimentos. Paralelamente, o centro de
lucros tem a função de medir o desempenho de metas ligadas à orçamento de
lucro e os centros de receitas medem desempenho de metas orçamentárias de
receitas.

Se a empresa vai bem ou não, é preciso saber o que não vai bem: esta ou
aquela unidade fabril, esta ou aquela linha de produção, este ou aquele produto,
aquele esquema de vendas para tal família de produtos, aqueles dispêndios de tal
órgão administrativo etc.

As responsabilidades são alinhadas ao tipo de objetivo a que se destinam,


portanto, os gestores destes centros de responsabilidades devem ser responsáveis
pela obtenção e uso apenas de recursos que estejam sob seu controle. Atkinson
et al. (2000, p. 626) se baseia no conceito chamado Princípio da Controlabilidade
e descreve-o da seguinte maneira:

O Princípio de Controlabilidade determina que o gerente de


um centro de responsabilidade deve ser nomeado responsável
somente pelas receitas, custos ou investimentos que o
pessoal do centro de responsabilidade controla. As receitas,
custos ou investimentos que as pessoas de fora do centro de
responsabilidade controlam devem ser excluídos da avaliação
contábil do desempenho daquele centro.

72
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

Os gestores são assim responsáveis pelos padrões de desempenho


referentes ao retorno do investimento do capital e não somente pelas receitas,
custos e lucros destas unidades de negócios. Nota-se que o gestor, que se
encontra nessa função, está no centro de responsabilidade. Ele seria o último
estágio na descentralização do processo de tomada de decisão e, nesse caso, os
gestores são avaliados pelo desempenho de retorno de lucros residuais dessas
unidades em relação a sua participação no lucro global da organização.

É preciso definir centros de responsabilidades responsáveis pela:

• Produção (custos).
• Vendas (receitas).
• Investimentos (imobilização de capital).
• Administração (despesa).

O que se deseja com isso é medir o desempenho de cada área ou atividade e


atribuir a um responsável (supervisores ou gerentes) o resultado dessa avaliação.
Um indicador de desempenho muito utilizado para avaliar o desempenho das
empresas é o retorno sobre o investimento conhecido pela sigla ROI (return
on investiment). O ROI representa que se pode satisfazer a necessidade de
avaliação, pois sua composição abrange a margem líquida das vendas (lucro
líquido dividido por vendas líquidas) e está diretamente correlacionado com o giro
do investimento em relação ao nível de atividade (vendas líquidas dividido pelo
ativo total). Do conceito desta fórmula “Margem versus giro”, surge o indicador de
retorno sobre investimento “ROI”.

FIGURA 5 – FÓRMULA DO ROI – RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO

FONTE: Adaptado de Silva (1999, p. 228-241)

73
Sistema de Informações Gerenciais

Para um entendimento na prática, disponibilizamos a seguir um exemplo de


cálculo do ROI.

QUADRO 4 – APURAÇÃO DO ROI

APURAÇÃO DO ROI
ROI (Retorno sobre o Investimento) = Lucro / Ativo Total
É a medida contábil do lucro dividida pela medida contábil do investimento

Entidade Lucro Ativo


Operacional / Total %
Filial 1 860.000,00 / 1.600.000,00 53,75%
Filial 2 1.275.000,00 / 2.700.000,00 47,22%
Filial 3 960.000,00 / 3.280.000,00 29,27%

? A Diretoria estabelece aumento do ROI como meta em: 69,88%


? Como alcançar esse retorno? (Utilizar método DuPont) Para a filial 1.
DuPont: Receitas X Lucro = Lucro
Investimentos Receitas Investimento

Lucro
Opera-
Receitas X Lucro Operac. cional
Ativo
Ativo Total Receitas Total

Situação Presente 5.000.000,00 X 860.000,00 = 3,13 X 0,17 = 53,75%


1.600.000,00 5.000.000,00

Alternativas
A) Redução dos Ativos, por Exemplo (Contas a Receber, mantendo constantes as receitas e o lucro operacional por 23,08%

R$ de receitas. 5.000.000,00 X 860.000,00 = 4,06 X 0,17 = 69,88%


1.230.720,00 5.000.000,00

B) Aumento da Receitas (30%), mantendo constantes os ativos e o lucro operacional (+30%) por R$ de receitas.

6.500.000,00 X 1.118.000,00 = 4,06 X 0,17 = 69,88%


1.600.000,00 6.500.000,00

C) Redução dos Custos (via manutenção eficiente 30%), para aumentar o lucro operacional por R$ de receitas, mantendo
constantes as receitas e os ativos.

5.000.000,00 X 1.118.000,00 = 3,13 X 0,22 = 69,88%


1.600.000,00 5.000.000,00

FONTE: A autora

74
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

A decomposição da fórmula é importante para avaliar os elementos que


acabam influenciando o retorno sobre o investimento (ROI) nas unidades
operacionais. Desse modo, implica nos padrões de comportamento dos gestores
responsáveis pelos centros de lucratividade em relação ao controle gerencial na
unidade operacional, podendo melhorar seu desempenho da seguinte forma:

• Aumentar o volume das vendas: maiores níveis de atividades


aumentam a probabilidade de maiores retornos sobre lucro (aumenta a
margem líquida e o giro do ativo).Reduzir o total dos ativos: menores
investimentos em ativos tornam a unidade de negócio mais arriscada,
contudo, a escassez de recursos investidos pode gerar maiores retornos
de lucros, se bem administrados (aumento no giro de ativos).
• Reduzir os custos: premissa básica em qualquer atividade em nível
gerencial, contudo, deve-se observar que eliminar despesas que tenham
relação com as atividades operacionais pode afetar os níveis de receitas.
Portanto, a redução de custos deve sempre ser racional e em atividades
que estão destruindo valor dentro da organização (redução de custos
gera aumento de margem líquida).
• Melhorar a margem operacional, com aumento no preço de venda ou
por melhora no mix de produção (margem de contribuição dos produtos):
melhorar a margem de lucro significa ganhos operacionais em escala,
pois se trata dos custos de fabricação do produto. A composição de
custos do mix de produtos da empresa, aliada com a estratégia de
formação do preço de venda, pode ter um impacto significativo no retorno
de investimento nas unidades.

1 Para a estruturação do PDTI, a alta gestão precisa inicialmente


definir alguns pontos como sua abrangência, período de validade,
equipe participante, tarefas a serem executadas, além das
metodologias e normas que deverão ser rigorosamente seguidas.
Essas etapas são definidas na fase de planejamento do plano,
sabendo disso, analise as sentenças a seguir e assinale aquelas
que apresentam CORRETAMENTE essas fases.

a) ( ) Diagnóstico e Planejamento e administração de recursos e


processos tecnológicos.
b) ( ) Análise e Identificação do Sistema Aberto ou Fechado da
Empresa.

75
Sistema de Informações Gerenciais

c) ( ) Capacitação e Seleção dos Cargos para Auxiliar a Alta Gestão.


d) ( ) Coordenação e Direcionamento das informações para recursos
tecnológicos.

2 O compromisso e apoio da alta administração, a instituição de


uma equipe de monitoramento das metas e ações associadas
ao PDTI e a garantia de recursos humanos, financeiros e de
infraestrutura física para a execução das ações e projetos
do PDTI são características presentes em um dos processos
relacionados ao PDI. Analise as alternativas a seguir e assinale a
CORRETA:

a) ( ) Implementar.
b) ( ) Eliminar.
c) ( ) Acompanhar.
d) ( ) Associar.

3 O principal resultado de saída do sistema de informações


contábeis, que atenda ao seu objetivo-fim que é atender a todos
os seus usuários, ainda podem ser geradas informações através
de diferentes formas. Em relação a essas formas de geração das
informações através dos sistemas de informações, analise as
afirmativas a seguir:
I- Sob forma de informação somente para usuário externo da
empresa.
II- Sob forma de interfaces contábeis com outros sistemas de
informação dentro da empresa.
III- Sob a forma oral, como consultoria, assessoria, ou apresentação
formal para os diversos níveis gerenciais da empresa.
IV- Sob forma de informação para qualquer usuário da empresa.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As sentenças II – III – IV estão corretas.


b) ( ) As sentenças I – II – III estão corretas.
c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

76
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

2 SEGURANÇA DOS SISTEMAS DE


INFORMAÇÕES GERENCIAIS
A segurança em todos os departamentos de uma empresa é um assunto
que merece atenção, sempre voltado para mitigar riscos e amenizar os impactos
que possam ocorrer futuramente decorrentes de fatores externos ou internos da
empresa.

Logo, a tecnologia da informação deve ser implementada e acompanhada


com a devida segurança preservando os dados e informações da empresa, de
seus clientes e fornecedores. Cada empresa deverá verificar, através de plano
diretor de tecnologia de informação, o nível de segurança mais recomendado para
realizar suas atividades.

Conhecer ainda a legislação pertinente à atividade da empresa e a Lei Geral


de Proteção de Dados é essencial para o gestor identificar possíveis impactos
econômicos, sociais ou ambientais, preservando a sociedade em que a empresa
está inserida, através de Plano de Recuperação de Desastres e Plano de Gestão
de Crises.

3 SEGURANÇA DOS SISTEMAS DE


INFORMAÇÕES GERENCIAIS
A agilidade no acesso a informações e a disposição de dados e
informações acessíveis pela rede mundial de computadores passou a
preocupar as empresas quanto à vulnerabilidade a que suas informações e
dados podem estar expostos. Surge então uma preocupação dos gestores
de organizações: como proteger as informações da empresa de possíveis
invasores preservando até mesmo o futuro dessa empresa.

A informação contábil precisa atender a dois pressupostos para que


tenha validade no processo de gestão:

• Necessidade como informação: a informação deve ser tratada como


qualquer outro produto que esteja disponível para consumo. Ela deve
ser necessária e útil. A necessidade da informação é determinada pelos
usuários finais dela.

77
Sistema de Informações Gerenciais

• Planejamento e controle: o sistema de informação gerencial exige


planejamento para produção dos relatórios. É necessário saber o
conhecimento contábil de todos os usuários, e construir relatórios com
enfoques diferentes para os diferentes usuários.

Desde a revolução industrial, muitas mudanças ocorrem e a informatização


de processos torna-se uma realidade presente em praticamente todos os
segmentos, otimizando processos, aumentando resultados e explorando dados
para gerar informações para o SIG e auxiliando nas decisões do SAG como
estudamos no capítulo anterior.

SIG – Sistema de Informações Gerenciais é o processo de


transformação de dados em informações que são utilizadas na
estrutura decisória da empresa, proporcionando a sustentação
administrativa para otimizar os resultados esperados.

Logo, a informação, em algumas empresas, pode ser considerada o seu


ativo mais importante, como ocorre com a famosa “fórmula da coca cola” em que
as especificidades do produto são preservadas, embora tenham-se pesquisado
inúmeras possibilidades de encontrar essa fórmula, sua definição apresenta-se
no trecho a seguir.

Ela pode ser impressa ou escrita em papel, armazenada


eletronicamente, transmitida pelo correio ou por meios
eletrônicos, apresentada em filmes ou falada em conversas.
Seja qual for a forma apresentada ou meio através do qual a
informação é compartilhada ou armazenada, é recomendado
que seja sempre protegida adequadamente (ABNT, 2013a, p.
6).

Assim, além dos processos de integração, implementação e controle do


gerenciamento de sistemas de informações, a segurança é um aspecto que
merece atenção especial, pois todo o processo tem maior resultados quando
respeitadas as características e particularidades de cada sistema operacional.

Vamos para a definição de sistema operacional. Para Tanenbaum e Bos


(2016, p. 3), “os sistemas operacionais realizam duas funções essencialmente não
relacionadas: fornecer a programadores de aplicativos (e programas aplicativos,
claro) um conjunto de recursos abstratos limpo em vez de recursos confusos de

78
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

hardware e gerenciar esses recursos de hardware”. De modo geral, sistemas


operacionais contêm as seguintes perspectivas:

• Pela perspectiva do usuário ou programador (visão top-down): é


uma abstração do hardware, fazendo o papel de intermediário entre
o aplicativo (programa) e os componentes físicos do computador
(hardware).
• Ou numa visão bottom-up, de baixo para cima: é um gerenciador de
recursos, controla quais aplicações (processos) podem ser executadas,
quando e quais recursos (memória, disco, periféricos) podem ser
utilizados.

FIGURA 6 – SISTEMA OPERACIONAL

FONTE: <https://bityli.com/DPBZs>. Acesso em: 29 dez. 2020.

Entre os paradigmas que devem ser respeitados para garantir a segurança


de informação das organizações, os elementos apresentados na figura a seguir
devem ser considerados.

FIGURA 7 – ELEMENTOS DA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

FONTE: Kropiwiec e De Geus (2004, p. 63)

79
Sistema de Informações Gerenciais

Analisando os paradigmas apresentados tendo-se o usuário como primeiro


elemento este apresenta grande responsabilidade, pois os acessos são liberados,
permitidos e posteriormente compartilhados com mais usuários e, estes dados
devem ser armazenados e preservados.

O segundo paradigma nos apresenta a necessidade de concentrar em um


usuário que pode ser conhecido como administrador das funções de coordenar
um grupo maior de usuários. A responsabilidade do administrador é atribuir as
atividades restritas aos demais usuários que devem ser conscientizados do uso
responsável e assertivo do sistema.

Para o último paradigma, a criação de cifragens, ou seja, criptografias que


são um conjunto de caracteres que somente o administrador do sistema tem
acesso, como forma de garantir a segurança da informação, o controle dos
acessos aos sistemas, dificultando acessos não autorizados.

Em geral, você geralmente tem contato com a criptografia


de dados quando precisa inserir informações de identificação
pessoal em um formulário da Web. Sites financeiros, do
governo, de escolas e de compras costumam criptografar seus
dados para ajudar na proteção contra roubo e fraude. Sempre
verifique se os formulários que você preenche na Web são
seguros e se os seus dados serão criptografados. Observe se:
O URL da página da Web começa com “https”: isso indica que seus
dados serão criptografados e transferidos por meio de um protocolo
seguro.
Aparece um ícone de cadeado, geralmente no canto inferior
esquerdo ou inferior direito da tela do navegador. Ao clicar no ícone
de cadeado, você consegue ver os detalhes de segurança do site.
Assim como você espera que os dados confidenciais que insere em
um site de terceiros sejam criptografados e protegidos, os dados em
seu computador de casa também precisam ser protegidos. Arquivos,
senhas, e-mails e backups de dados devem ser criptografados
para que estejam a salvo de hackers e ladrões. Existem soluções
de segurança versáteis para criptografar e armazenar informações
confidenciais.

FONTE: <https://www.kaspersky.com.br/resource-center/definitions/
encryption>. Acesso em: 22 mar. 2021.

80
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

FIGURA 8 – SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

FONTE: <encurtador.com.br/imoqM>. Acesso em: 30 dez. 2020.

Veja que a adoção de senhas muito comuns ou lógicas facilitam o acesso ao


sistema operacional nas empresas. Algumas senhas como 1234, 0000 ou data de
nascimento são muito comuns, porém, usuários que utilizam criptografias muito
complexas acabam por realizar anotações e expondo o acesso.

FIGURA 9 – SENHAS MAIS UTILIZADAS NA INTERNET

FONTE: <encurtador.com.br/puy79>. Acesso em: 4 jan. 2021.

Mesmo com inúmeras estratégias de segurança de um sistema


operacional, a conscientização do usuário é um dos elementos que
merece maior atenção.

81
Sistema de Informações Gerenciais

Segundo Pfleeger (2004), quem investe em segurança da informação deve


ter como base três segmentos apresentados na figura a seguir.

FIGURA 10 – SEGMENTOS EM SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

FONTE: Adaptado de Pfleeger (2004)

Considerando a representatividade das pessoas nos processos e na


tecnologia da informação, a conscientização delas diante da responsabilidade
como usuário e gestor de informações é importante porque está relacionada
com a segurança de informações da empresa. A participação de pessoas gera
e alimenta o fluxo das informações e provoca o processo das informações,
logo, aperfeiçoar as habilidades das pessoas, suas competências em relação
aos processos permite movimentar processos mais ágeis e rentáveis além de
informações mais pontuais e precisas.

O processo por sua vez participa como se fosse o caminho, o trilho a ser
seguido, organizando, definindo o que cada pessoa realiza no processo e
identifica quais são as tecnologias mais adequadas. A tecnologia se apresenta
como o meio ou instrumento utilizado para trilhar nos processos, ou seja, é
através das tecnologias que os processos são realizados de forma mais ágil, com
os melhores resultados, aliadas aos conhecimentos das pessoas. Este elemento
pode ser considerado o mais amplo, pois as mudanças e inserções constantes
de novas tecnologias exigem uma evolução constante por parte das pessoas e
adequação aos processos.

Pessoas, processos e tecnologia, trabalhando de forma


integrada, acabam por formar o tripé de sustentação, execução
e entrega das estratégias corporativas. Assim, quanto maior
a aderência e resposta deste tripé às exigências e definições
estratégicas da empresa, maior será sua capacidade
competitiva (CORP, 2011, s.p.).

82
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

FIGURA 11 – INTERLIGAÇÃO DOS PROCESSOS TECNOLÓGICOS

FONTE: Oliveira (2018, p. 59)

Na impossibilidade de interligação entre pessoas, processos e tecnologias,


alguns problemas pontuais podem incorrer nas organizações conforme Oliveira
(2018, p. 57):

• Processos e tecnologias sem pessoas implicam na alienação e alta


rotatividade das pessoas e, consequentemente, na subutilização dos
sistemas.
• Pessoas e tecnologias sem processos acarretam confusão e um caos
automatizado, já que existe um sistema que auxilia em processos não
otimizados, além de baixar a qualidade do atendimento ao cliente.
• Pessoas e processos sem tecnologias causam frustração nas pessoas
envolvidas e ineficiência nos processos, elevando os custos das
operações.

A utilização do PIX em transações já faz parte da rotina de


muitos usuários e realmente tornou-se um facilitador de processos
além de proporcionar agilidade e redução de custo. Porém, é
fundamental acompanhar as suas possíveis fragilidades e cuidados
que ainda devemos tomar ao utilizá-lo. Leia mais sobre o assunto
acessando: <https://olhardigital.com.br/2020/11/10/seguranca/maior-
vulnerabilidade-do-pix-e-o-usuario-alertam-especialistas/>.

83
Sistema de Informações Gerenciais

3.1 PROPRIEDADES DA SEGURANÇA


DA INFORMAÇÃO
Ao iniciar as atividades em uma empresa, é muito importante o empregado
conhecer algumas propriedades que garantem a segurança de informações,
segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a empresa deve compartilhar as
seguintes orientações para preservar a segurança de suas informações:

• Disponibilidade: propriedade de que a informação esteja acessível e


utilizável, sob demanda, por uma pessoa física ou determinado sistema,
órgão ou entidade. Consiste na proteção da informação para que não
seja alterada ou se torne indisponível, assegurando ao usuário o acesso
à informação sempre que dela precisar. Isso pode ser chamado também
de continuidade dos serviços.
• Integridade: propriedade de que a informação não foi modificada
ou destruída de maneira não autorizada ou acidental. A integridade
consiste em proteger a informação nas suas mais variadas formas contra
alteração, sem a permissão explícita do proprietário daquela informação.
Isso significa que aos dados originais nada foi acrescentado, retirado ou
modificado.
• Confidencialidade: propriedade de que a informação não esteja
disponível, ou seja, revelada a nenhuma pessoa física, sistema, órgão ou
entidade não autorizada ou não credenciada. Os dados privados devem
ser apresentados somente aos donos dos dados ou ao grupo por ele
liberado. Deve-se cuidar não apenas da proteção da informação como
um todo, mas também de partes da informação que podem ser utilizadas
para interferir sobre o todo.
• Autenticidade: propriedade de que a informação foi produzida,
expedida, modificada ou destruída por uma determinada pessoa física,
ou por um determinado sistema, órgão ou entidade. Está associada à
identificação correta de um usuário ou do computador, à certificação e
origem da informação. Normalmente, isso é implementado a partir de um
mecanismo de senhas ou de assinatura digital.

84
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

FIGURA 12 – DICA – DISPONIBILIDADE – INTEGRIDADE


– CONFIDENCIABILIDADE – AUTENTICIDADE

FONTE: <http://www4.planalto.gov.br/cgd//assuntos/publicacoes/
segurancadainformacao_mte.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Explore mais o assunto para adotar em sua empresa, acessando


o seguinte endereço: <http://www4.planalto.gov.br/cgd//assuntos/
publicacoes/segurancadainformacao_mte.pdf>.

É fato que não se estabelece uma hierarquia entre as propriedades, mas


é possível existir uma sequência ou relevância entre as propriedades como, ao
acessar um e-mail, o servidor em que se hospeda esse serviço deve disponibilizar
naquele momento o acesso, em seguida, o que é mais importante são os dados
cadastrais, logo um serviço de confidencialidade deve ser acionado, sem que
mais ninguém tenha acesso.

3.2 POLÍTICAS E PLANOS DE


SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Entenda como é importante a conscientização de cada empregado quanto
à utilização das informações dentro e fora da empresa, Carneiro e Almeida
(2013), em seu estudo, descrevem que metade dos colaboradores acredita que
segurança da informação é assunto apenas para os responsáveis pela tecnologia

85
Sistema de Informações Gerenciais

da informação. A grande maioria dos colaboradores tem a percepção de que


a instituição investe mais em tecnologias do que em pessoas para garantir a
segurança da informação e acreditam que não há investimento suficiente na
formação das pessoas no âmbito da segurança informacional.

Para mitigar os riscos, conter ameaças e manter o controle nas empresas,


inicialmente alguns documentos com informações comportamentais, operacionais,
políticas e regras adotadas, devem ser compartilhados com o empregado quando
é admitido em uma empresa. Veja quais são eles na figura a seguir.

FIGURA 13 – PSI E PCO

FONTE: A autora

Paralelamente às várias atividades a serem realizadas pelos empregados


diariamente, na maioria das vezes de forma periódica, é fundamental esclarecer
para o empregado como os dados devem ser tratados, armazenados e
compartilhados. Independentemente do porte da empresa ou atividade, a PSI e
o PCO devem ser analisados e, preferencialmente, disponibilizados fisicamente e
digitalmente aos empregados, vamos conhecer cada um desses planos a seguir.

• PSI – Plano de Segurança da Informação

O PSI alcança todos os empregados da empresa, engana-se quem pensa


que estão apenas envolvidos profissionais dos departamentos de tecnologia. O
mapeamento, conscientização e treinamento das pessoas contribuem muito para
a sua adoção e implementação. Nakamura (2016, p. 190) descreve a PSI da
seguinte maneira:

Conjunto de documentos que devem ser destinados ao


público correto para ser efetiva. Assim, diretrizes são para o
público em geral, enquanto processos e procedimentos são

86
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

específicos, como no caso do administrador do servidor de


arquivos, que deve seguir o procedimento de configuração
segura e rastreabilidade do serviço, por exemplo.

Na elaboração do PSI, o primeiro passo é a estruturação de um sumário


executivo, com o propósito do documento, a definição de segurança da
informação, os objetivos de segurança da informação para a organização e uma
declaração do comprometimento da alta administração com a PSI, apoiando
suas metas e princípios (TCU, 2012). Veja na figura a seguir como é fundamental
que órgãos governamentais adotem essas políticas em todas as áreas: saúde,
educação e segurança entre outras.

FIGURA 14 – PSI – MINISTÉRIO DA SAÚDE

FONTE: <http://datasus1.saude.gov.br/seguranca-da-
informacao/posic>. Acesso em: 22 mar. 2021.

A PSI também deve conter a definição de responsabilidades gerais na gestão


de segurança da informação, apresentando os cargos e suas responsabilidades.
Precisa orientar sobre a análise e gerência de riscos, muito importantes para a
correta prevenção de incidentes (TCU, 2012). Em se tratando de sistemas, a PSI
deve apresentar os princípios de conformidade com a PSI e os padrões mínimos
de qualidade que esse sistema necessita possuir (TCU, 2012). Um exemplo muito
simples é a PSI exigir que, para acessar um computador, o usuário deve realizar
um login, isso tem que estar descrito. No PSI constam ainda os procedimentos de
prevenção e detecção de vírus e intrusão.

Considerando que cada empresa tem suas particularidades relacionadas


a sua atividade, a PSI deve, também, atentar para a legislação vigente. Esses
princípios legais precisam ser sempre observados quanto à TI, como direitos
de propriedade de produção intelectual, direito sobre software, normas legais
correlatas aos sistemas desenvolvidos e cláusulas contratuais, por exemplo (TCU,

87
Sistema de Informações Gerenciais

2012). Eles também devem apresentar as consequências de violação das normas


estabelecidas na PSI, como uma suspensão, demissão ou mesmo a abertura de
um processo jurídico.

A elaboração e armazenamento de backups é um dos pontos que deve


ser abordado na PSI. São essenciais ainda orientações aos usuários finais das
informações que estão sendo protegidas (funcionários, gestores, terceirizados
etc.), tais como uso aceitável e recomendável dos ativos, como os computadores
da empresa, política de mesa limpa e tela limpa, dispositivos móveis e trabalho
remoto e, também, restrições sobre o uso e instalação de software nos
computadores e dispositivos da empresa.

Em resumo, os pontos a ser analisados para a composição da PSI são:

• Análise prévia da empresa: conhecendo sua atividade e particularidades.


• Integrar as pessoas na elaboração da PSI: evidenciando sua importância
no processo.
• Utilizar princípios básicos de segurança: integridade e confiabilidade
como estudamos no tópico anterior.
• Definir níveis de acesso: de acordo com o cargo ou função do empregado/
gestor.
• Descrever os processos: cada empregado deve saber o que fazer e
como fazer e entender sua importância no processo.
• Treinar os envolvidos: atualização constante, pois a PSI deve adaptar-se
ao cenário da empresa que é volátil.

Visite a Política Nacional de Segurança da Informação (PNSI) a


nível federal, acessando: <https://www.gov.br/gsi/pt-br/assuntos/dsi/
politica-nacional-de-seguranca-da-informacao-pnsi>.
A ISO/IEC 27000, mais especificamente, a ISO 27002 também
apresenta importantes recomendações sobre a PSI veja mais
em: <http://www.abnt.org.br/noticias/5777-iso-iec-27000-norma-
internacional-de-seguranca-da-informacao-e-revisada>.

88
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

• Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD

Atrelado ao PSI, tem-se a Lei geral de proteção de dados (LGPD) Lei nº


13709/2013. Pode-se dizer que a LGPD provoca alterações comportamentais e
operacionais; e maior cautela quanto à transição, ao arquivamento e à gestão da
informação nas empresas. Logo, da mesma forma que a PSI, a LGPD deve ser
conhecida e implementada nas empresas, independentemente de seu porte ou
atividade.

Historicamente, o Marco Civil da Internet foi um grande avanço para a


segurança da informação no Brasil. No entanto, outro impactante marco legislativo
foi a LGPD que, dentre outras coisas, também legisla sobre a privacidade dos
dados. O Brasil integra o grupo de mais de 126 países no mundo que possuem
leis para a proteção de dados pessoais visando à regulamentação do tratamento
de dados das empresas (SOARES, 2020). Como estamos na condição de país
em desenvolvimento, sabe-se que as boas práticas de países desenvolvidos
são adotadas, isso devido à necessidade de manter-se e estabelecer-se
relacionamentos comerciais entre os demais países. Podemos ainda afirmar que:

Para a lei a "pegar", o país contará com a Autoridade Nacional


de Proteção de Dados Pessoais, a ANPD. A instituição vai
fiscalizar e, se a LGPD for descumprida, penalizar. Além
disso, a ANPD terá, é claro, as tarefas de regular e de orientar,
preventivamente, sobre como aplicar a lei. Cidadãos e
organizações poderão colaborar com a autoridade (GOV.BR,
2021, s.p.)

Mas não basta a ANPD – que está em formação – e é por isso que a Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais também estipula os agentes de tratamento
de dados e suas funções nas organizações. Tem o controlador, que toma as
decisões sobre o tratamento; o operador, que realiza o tratamento, em nome do
controlador; e o encarregado, que interage com cidadãos e autoridade nacional
(e poderá ou não ser exigido, a depender do tipo ou porte da organização e do
volume de dados tratados).

Logo, baseado na General Data Protection Regulation (GPDR) da União


Europeia, em 14 de agosto de 2018, foi instituída a Lei nº 13.709/2018 (BRASIL,
2018), também conhecida como LGPD, que “dispõe sobre o tratamento de dados
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica
de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais
de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da
pessoa natural” (BRASIL, 2018, art. 1°).

89
Sistema de Informações Gerenciais

Para melhor entender a aplicabilidade da LGPD, os pontos apresentados na


figura a seguir devem ser abordados.

FIGURA 15 – LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS

FONTE: A autora

• O que são dados pessoais: para a LGPD, dado pessoal é, em síntese,


qualquer informação que possa levar à identificação de uma pessoa,
de maneira direta ou indireta, podemos citar como exemplos: dados
cadastrais (nome, CPF, endereço, telefone etc.), dados de GPS (Global
Positioning System), identificadores eletrônicos, hábitos de consumo,
preferências, entre outros (BLUM; LOPES, 2020). Assim, a LGPD passa
a ter uma enorme abrangência, abarcando tanto relações on-line quanto
off-line.
• Importância da privacidade: para o artigo 6º da LGPD (BRASIL,
2018), o tratamento destes dados precisa obedecer a dez princípios:
finalidade, adequação, necessidade, livre acesso, qualidade dos
dados, transparência, segurança, prevenção, não discriminação e
responsabilização e prestação de contas.

Finalidade
Os dados devem ser tratados para determinados propósitos,
os quais devem ser informados ao titular dos dados previamente,
de modo explícito e sem que seja possível a utilização dos dados
posteriormente para outra aplicação. “Quer dizer que se eu tenho
os dados da pessoa para poder emitir a nota fiscal (hipótese de
dispensa de pedido de autorização de coleta), eu não posso usar
esses dados para enviar um e-mail marketing ou uma publicidade?”.

90
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

Não. Não pode.


Adequação
Os dados devem ser usados de modo compatível com a
finalidade declarada ao titular dos dados. “Isso quer dizer que se eu
pedi os dados para mandar um newsletter e depois que quiser gerar
um score para pesquisa qualitativa de algum produto, vou ter de
pedir autorização de novo?”. Sim, isso mesmo.
Necessidade
O tratamento deve ser limitado ao mínimo necessário para a
realização do objetivo que você informou. Isso quer dizer que se o
objetivo era conceder ou não um empréstimo no banco, todos os
dados que não tenham relação com a posição creditícia – como
gênero, orientação sexual, ideologia, filiação partidária ou sindical
etc. – não devem ser tratadas ou conhecidas do operador de dados.
Livre acesso
Deve ser garantida aos titulares a consulta facilitada e gratuita
sobre a forma e a duração do tratamento, bem como o acesso à
integralidade dos seus dados. Ênfase nos termos “facilitada”,
“gratuita” e “acesso à integralidade”. Isso quer dizer que não serão
aceitos formatos que o titular tenha de garimpar as informações,
nem será possível cobrar pela compilação desses dados. Também
será necessário entregar a totalidade dos dados que você possui. E
tudo de graça.
Qualidade dos dados
Deve ser garantida a exatidão, clareza, relevância e atualização
dos dados. Os dados entregues devem ser os que a empresa possui,
não apenas os que foram coletados: os transformados também.
Transparência
Deve ser garantida a prestação de informações claras e
facilmente acessíveis pelos titulares. Lembram do tormento que
era o cancelamento de um serviço telefônico, por exemplo? A lei
usa o princípio da Transparência para garantir que aquele calvário
não ocorra. O titular deverá ser capaz de solicitar seus dados,
de corrigi-los ou de solicitar sua exclusão de forma rápida, fácil e
descomplicada.
Segurança
Deverão ser adotadas medidas técnicas e administrativas aptas
a proteger os dados de acessos não autorizados. Aqui, temos um
ponto importante, que deverá gerar o maior custo associado à nova
lei. Além da responsabilidade pela adoção das medidas de proteção,
a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) poderá dispor
sobre os padrões técnicos mínimos aceitáveis.

91
Sistema de Informações Gerenciais

Além disso, a lei introduz o conceito de Privacy by Design


(PbD), que passa a ser obrigatório em processos de coleta de
dados, armazenamento, transformação, circulação e uso dos dados.
Também é importante salientar que o comando legal é dirigido não
só ao campo técnico, mas também ao administrativo. Ou seja,
pessoas e processos também serão responsáveis pelos dados e seu
acesso ou processamento. A lei cria alguns novos atores, como o
Controlador e o Operador de dados.
Prevenção
Deverão ser adotadas medidas para prevenir a ocorrência de
danos em virtude do tratamento de dados pessoais. Notem que o
princípio é de prevenção. Não bastará mais agir de modo reativo, ou
seja, após o acidente. Se uma prevenção não for adequadamente
implementada, os pressupostos jurídicos para uma ação de
responsabilidade civil estarão postos: houve negligência, ou seja,
descumprimento do dever geral de diligência (cuidado) a que todos
estamos subordinados.
Não discriminação
Impossibilidade de tratamento para fins discriminatórios.
Utilizar dados para fins que gerem discriminação são proibidos. O
Direito da Antidiscriminação é um campo vasto e complexo, novo
no Brasil. A discriminação poderá ser direta ou indireta. Direta,
quando a aplicação do processamento e seus resultados geraram
um efeito negativo injustificável para alguém. Por exemplo, negar
um empréstimo bancário com base na cor da pele. Indireta, quando
disposição, critério ou prática, aparentemente neutro, coloque
pessoas de uma dada condição – racial ou étnica, por exemplo – em
uma situação de desvantagem, comparativamente a outras pessoas.
Responsabilização e prestação de contas
As empresas deverão criar Controladores de dados, Operadores
de dados e Encarregado de dados. Esses serão os responsáveis
diretos por a empresa estar compliance com a nova lei. Além disso,
a ANPD irá dispor sobre o relatório de impacto à proteção de dados
pessoais, que as empresas deverão apresentar.
FONTE: <https://www.plugar.com.br/os-11-principios-
e-a-aplicabilidade-da-lei-geral-deprotecao-
de-dados-lgpd/>. Acesso em: 13 fev. 2021.

92
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

A LGPD vai garantir ao titular dos dados pessoais o direito de obter do


controlador, ou seja, da empresa ou pessoa que recebe as informações, os
procedimentos, tempo de armazenamento e utilização desses dados (SERPRO,
2020). Para a análise dos direitos garantidos, considere um cenário hipotético, no
qual você se cadastrou em uma rede social há alguns anos, fornecendo vários
dados, como seu nome completo, CPF, telefone celular, posição política e religião,
mas os anos passaram, algumas informações mudaram e aquele cadastro inicial
ainda continua na rede social (TEIXEIRA, 2019).

Entenda de forma prática algumas das aplicabilidades da LGPD para a


pessoa física:

• Você pode solicitar para a rede social se ela ainda mantém seu cadastro
e se ela utiliza para algum fim.
• Você pode acessar os seus dados pessoais, analisar seu cadastro
e qualquer outra informação capaz de lhe identificar, assim como
deve ser possível corrigir os dados pessoais incompletos, inexatos ou
desatualizados.
• Você pode eliminar dados pessoais desnecessários, excessivos ou
tratados em desconformidade com a LGPD como a eliminação do
posicionamento político e religioso.
• Você pode revogar o consentimento de utilização e processamento das
suas informações.

Veja na figura a seguir os agentes integrantes da PGPD.

FIGURA 16 – AGENTES INTEGRANTES DA PGPD

FONTE: A autora

Ao Controlador cabem as decisões referentes ao tratamento de dados


pessoais; ao Operador atribui-se a realização do tratamento de dados pessoais
em nome do controlador.

93
Sistema de Informações Gerenciais

Nesta relação em que o cidadão disponibiliza seus dados para o controlador


que por sua vez repassa ao operador a função de operacionalização destes
dados, é essencial ao controlador e ao operador entender que o consentimento
de utilização dos dados deve ser autorizado pelo cidadão. Sem o consentimento
do cidadão, nenhum dado ou informação deve ser repassado, seja o serviço
pago ou gratuito. Assim, o consentimento será para finalidade determinada e
clara. Por exemplo, você vai até um estabelecimento e solicitam seu documento
de identidade, esse estabelecimento deve solicitar a autorização de cadastro de
todos os elementos que estará inserindo no sistema e isso deve ser informado a
você.

• PCO – Plano de Contingência Operacional

O segundo elemento que vamos explorar é o Plano de Contingência


Operacional (PCO) que analisa de forma mais ampla a empresa ou instituições,
considerando os fatores externos a sua atividade, abrangendo o cenário
econômico, ambiental e social em que está inserida, podendo elaborar planos
como: o Plano de Recuperação de Desastres (PRD) e o Plano de Gerenciamento
de Crises (PGC). O PCO é também elaborado pelo governo para garantir a
segurança dos cidadãos, um exemplo é o Plano Nacional de Contingência (PNC)
do Ministério das Minas e Energia.

FIGURA 17 – MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA – PNC

FONTE: <https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/
comissoes-permanentes/cmads/apresentacoes-em-eventos/eventos-2012/08-
05-2012-definicao-e-criacao-de-novos-modelos-eficazes-de-prevencao/
apresentacoes/marco-antonio-almeida>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Para Abrapp (2012), o PCO é o plano que apresenta um conjunto de


cenários de inoperância da organização e respectivos procedimentos alternativos,
planejados para manter a continuidade das atividades prioritárias. Seu objetivo é
reestabelecer o funcionamento dos serviços, por exemplo, depois de uma queda
de conexão à internet, ou mesmo, como os serviços podem ser disponibilizados

94
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

diante de um estado de calamidade como ocorreu com o serviço da saúde em


2020 em meio a pandemia do COVID-19.

Já o Plano de Recuperação de Desastres (PRD) aborda os cenários


de desastre e os “respectivos procedimentos de reação para garantir que as
atividades prioritárias retomem nível de operação aceitável dentro de prazo
tolerável” (ABRAPP, 2012, p. 25). Ele determina o planejamento para que a
empresa retome seus níveis originais de operação após o incidente. Imagine
como é importante esse plano se consideramos como exemplo as empresas com
atividade mineradoras como é o caso de algumas situações que acompanhamos
no Brasil em que ocorreu o rompimento de barragens como a empresa Samarco.

FIGURA 18 – PRD SAMARCO – DESASTRE AMBIENTAL

FONTE: <encurtador.com.br/mnEIL>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Por último, porém, não menos importante, o Plano de Gerenciamento


de Crises (PGC) que determina as funções e responsabilidades das equipes
envolvidas antes, durante e após um incidente. Apresenta o “conjunto de cenários
e os respectivos procedimentos de gestão para administrar, neutralizar ou eliminar
impactos até a superação da crise” (ABRAPP, 2012, p. 25).

O PGC é utilizado em situações em que ocorrem desastres. Imagine você


o que acontece no caso de um desastre? Como a empresa estaria estruturada
para se recuperar depois de um desastre? Nessas situações que o PGC deve
ser elaborado como citamos anteriormente, como exemplos de desastres
ambientas pelo rompimento de barragens em que além dos impactos ambientais
ocorreram perdas de vidas. O PGC de cada empresa deve avaliar os riscos do
negócio, identificando os possíveis impactos e quais os valores prováveis para a
recuperação e continuidade da empresa.

95
Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA 19 – ABRAAP – MANUAL DE GESTÃO DE IMAGEM E CRISE

FONTE: <http://www.abrapp.org.br/GuiasManuais/manual_
gestao_criseeimagem.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2021.

O governo federal novamente deve ser um dos principais


interessados e preocupados em acompanhar e conter a evolução de
possíveis crises, assim, elaborou e disponibilizou o PGC referente
ao gerenciamento de crises: evolução e inovação, porém, é fato
que muito ainda é e sempre será atualizado, pois a economia e as
mudanças tecnológicas influenciam a elaboração da PGC. Leia mais
sobre o assunto em: <https://dados.gov.br/dataset/gerencia_crises>.

O PCO, PGC e PRD possuem focos diferentes e, mesmo que a empresa


não elabore um plano isoladamente para cada um, devem ser abordados de
forma sintetizada no PCO, identificando os procedimentos e recursos necessários
para eliminar ou reduzir o impacto. O importante é que sejam mencionados e
abordados em documento único ou separadamente, evitando futuros riscos.

A PCO precisa, também, apresentar os procedimentos de resposta à


emergência, de preferência no formato de checklist, com as ações que devem
ser tomadas. Também precisa apresentar documentos de suporte, tais como
contatos das pessoas envolvidas, plantas das instalações físicas, guias com o
mapeamento da infraestrutura de TI etc. Por fim, também tem que conter uma
lista de tarefas a serem executadas, definindo quem é o responsável, quando ele
deve agir e como tratar o problema encontrado (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007).

96
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

1 O usuário como limitador de segurança, a cifragem de informações


e a concentração e isolamento dos direitos privilegiados do
computador podem ser elementos dificultadores para garantir a
segurança da informação nas empresas. Em relação à definição
desses elementos, analise as sentenças a seguir e assinale a
CORRETA.
a) ( ) Paradigma.
b) ( ) Limitadores.
c) ( ) Dificultadores.
d) ( ) Analisadores.

2 Pessoas, Tecnologias e Processos são segmentos essenciais


para empresas que precisam gerar informações gerenciais para
tomada de decisão. O alinhamento desses três segmentos gera
perfeita sintonia para a continuidade das atividades. Esses três
segmentos compõe um sistema, analise as sentenças a seguir e
assinale a CORRETA.
a) ( ) Segurança da Informação.
b) ( ) Sistema de Informação.
c) ( ) Sistema Operacional.
d) ( )Sistema de Gestão.

3 Ao iniciar as atividades em uma empresa, é muito importante


o empregado conhecer algumas propriedades que garantem
a segurança de informações. É papel da empresa contratante
compartilhar e atualizar o empregado quanto às tratativas
adotadas internamente. Quanto às propriedades da segurança
da informação, analise as sentenças a seguir e assinale a
CORRETA.
a) ( ) Disponibilidade – Integridade – Confidenciabilidade –
Autenticidade.
b) ( ) Informação – Compartilhar – Sigilo – Gestão.
c) ( ) Financeiro – Operacional – Gerencial – Administrativo.
d) ( ) Controlabilidade – ROI – PDTI – Volatilidade.

4 Trata-se de uma lei que vai garantir ao titular dos dados pessoais
o direito a obter do controlador, ou seja, da empresa ou pessoa
que recebe as informações, quais os procedimentos, tempo de
armazenamento e utilização desses dados. Analise as sentenças
a seguir e assinale aquela que identifica CORRETAMENTE a lei
descrita.

97
Sistema de Informações Gerenciais

a) ( ) LGPD.
b) ( ) Sigilo empresarial.
c) ( ) SERPRO.
d) ( ) Controlador e operador.

4 UTILIZAÇÃO ESTRATÉGICA DOS


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM
MÉDIAS E PEQUENAS EMPRESAS
Grande parte dos gestores de médias e pequenas empresas detém as
informações de movimentação da empresa em seus controles particulares e
individuais. Os registros são manuais ou mesmo mentalmente armazenados
apenas na memória dos gestores e empresários ou até de empregados.

Tem-se uma concentração de estudos focada nos desafios de grandes


empresas referentes à utilização de tecnologias de informação. Mesmo
entendendo-se a importância da abordagem desse assunto em empresas de
grande porte, não podemos deixar de mencionar que as médias e pequenas
empresas estão presentes em número cada mais abundante em nossa economia
e, assim, merecem também nossa atenção e auxílio para a implementação e
adoção das tecnologias da informação.

A adoção em médias e pequenas empresas de tecnologias em todo


o processo operacional, administrativo e estratégico parece muito simples
considerando o quantitativo de pessoas envolvidas e o porte da empresa, porém,
esses não são os principais limitadores para o uso das tecnologias, é necessário
aprofundar e conhecer principalmente as perspectivas do empresário ou gestor
destas empresas.

4.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


COMO SISTEMA DE GESTÃO PARA
MPES
As médias e pequenas empresas encontram muita dificuldade em
identificar os riscos nos ambientes externos e internos da empresa, isso devido
ao grande fluxo de atividades que o gestor dessas empresas deve realizar e a

98
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

necessidade de habilidades com instrumentos de tecnologia, mas, é importante


que esses riscos sejam mapeados. Logo, pode-se compreender as dificuldades
para tais empresas conseguirem vantagens efetivas com o uso da tecnologia
da informação, embora esta possa auxiliar a gestão estratégica da informação,
por disponibilizar variáveis apropriadas e significantes ao processo decisório
(VASCONCELOS FILHO, 1985).

Segundo Migliato (2003), em relação à gestão da informação, a pequena


empresa apresenta as seguintes especificidades na gestão da informação: os
dirigentes tendem a não dar a devida atenção à informação, que é, de forma geral,
obtida casualmente; a ação sobre as informações é subestimada; os dirigentes
têm dificuldades em obter informações externas, pois seu sistema de informações
é simples; e os dirigentes não possuem o hábito de procurar informações e
questionar tendo assim dificuldades para desenvolver qualquer tipo de análise de
seu ambiente.

Entende-se que as pequenas organizações sinalizam dificuldade em utilizar


as tecnologias da informação como instrumento estratégico. Por ese motivo,
considera necessário auxiliá-las, ofertando meios de capacitação empresarial,
entre os quais a tecnologia da informação, que se configura como um importante
impulso, capaz de torná-las mais eficientes e competitivas (RODRIGUES, 2002).

Conforme a Lei Complementar nº 123/06, são consideradas


Micro e Pequenas Empresas no seu Art. 3º:

I- no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta


igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II- no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais).

Aproveite, e consulte a Lei na íntegra acessando: <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>.

99
Sistema de Informações Gerenciais

A ajuda para as Médias e Pequenas empresas (MPEs) merece atenção


especial, pois de acordo com o SEBRAE (1998), já em 2017 a participação dessas
empresas na economia do país teve grande representatividade e, aumenta a cada
ano, podendo alcançar aproximadamente 40% em alguns estados, conforme é
apresentado na figura a seguir.

FIGURA 20 – PARTICIPAÇÃO DAS MPES POR UF NA ECONOMIA EM 2017

FONTE: <https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Relat%C3%B3rio-
Participa%C3%A7%C3%A3o-mpe-pib-UF2_compressed.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Uma característica marcante das pequenas empresas é não possuir, em


geral, sistemas informatizados e, como consequência, ter de fazer todos os seus
controles por meio de papeladas intermináveis (BERALDI; ESCRIVÃO FILHO,
2000). As pequenas empresas carecem, portanto, de tecnologias que lhes deem
suporte e melhorem a qualidade tanto dos seus processos decisórios estratégicos
quanto da gestão estratégica de seus negócios.

Bispo e Gibertoni (2002) consideram que a razão desse fato é a falta de


ferramentas computacionais adequadas ao contexto das pequenas organizações,
uma vez que as empresas geradoras dessas ferramentas estão voltadas para as
de maior porte e assinalam a necessidade de um banco de dados que armazene

100
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

exclusivamente os estratégicos, aqueles que sirvam de apoio às atividades destas


empresas, como o fornecimento de informações estratégicas necessárias ao seu
processo decisório (BISPO; GIBERTONI, 2002).

Embora o custo da tecnologia já seja mais acessível e os resultados das


pesquisas apontem para o seu emprego em empresas de qualquer porte,
acredita-se que esses resultados não se aplicam às necessidades e à realidade
das pequenas empresas, a maior parte dos estudos concentra-se na utilização da
TI em grandes empresas (RIEMENSCHNEIDER; MYKYTYN JR, 2000).

Firmino (2003) relata que as soluções oferecidas pela tecnologia da


informação não estão incentivadas nas empresas de pequeno porte porque, em
geral, exigem uma mudança de atitude do dirigente, não se prestando apenas a
atendê-lo em suas necessidades imediatas e concretas.

Para a adoção da tecnologia da informação pelas pequenas empresas,


espera-se uma adaptação do dirigente à tecnologia e não o inverso,
comportamento este que modificaria o conceito que a indústria de tecnologia
da informação tem sobre as pequenas organizações, ao argumentar que são
antiquadas e avessas à tecnologia.

As pequenas empresas necessitam de aplicações que facilitem o dia a dia


e ajudem a incrementar a produtividade de forma concreta ou mesmo a enxergar
novas perspectivas de negócio, mas com a mínima mobilização de ativos
tecnológicos e sem a perturbação cultural que as grandes revoluções provocam
(FIRMINO, 2003).

Uma obra que trata e incentiva os médios e pequenos


empresários a adoção e implementação de estratégias em médias
e pequenas empresas: Grandes Estratégias para Pequenas e
Médias Empresas: a sua empresa ou o seu novo negócio em outros
patamares: Aplicação do Modelo da Gestão das 5 Competências –
Modelo G5C.

101
Sistema de Informações Gerenciais

FIGURA – LIVRO MODELOS DE GESTÃO

FONTE: <https://www.amazon.com.br/Grandes-Estrat%C3%A9gias-Pequenas-
M%C3%A9dias-Empresas-ebook/dp/B07PP4HPSD>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Palvia e Palvia (1999) conduziram um estudo em pequenas empresas


com o objetivo de avaliar a variável “satisfação com o uso da TI em ambientes
diferentes dos das médias empresas”, uma vez que, no segmento das pequenas
organizações, há predominância de sistemas de gerenciamento de informações
que ainda são informais, cujos principais usuários são seus proprietários, que
frequentemente realizam funções da TI de caráter substitutivo, como operador do
sistema, analista, programador, entre outras.

Os resultados da pesquisa mostraram que a principal insatisfação, na


pequena empresa onde se utiliza a TI, diz respeito ao treinamento, à educação
dos usuários, que representa um dilema para a organização, uma vez que seu
proprietário se ocupa com tarefas cotidianas e não dispõe de tempo e recursos
necessários para um treinamento apropriado. Além desse, outras exigências
geram insatisfação como: manutenção de softwares, quando eles precisam
ser modificados ou melhorados, documentação, manuais de procedimentos
que orientam o uso e conserto do sistema e ainda o suporte dos vendedores,
uma ajuda que deve ser disponibilizada em caso de erros no software (PALVIA;
PALVIA, 1999).

O uso da tecnologia da informação nas empresas de pequeno porte está


em constante progresso, porém, ainda é considerado relativamente fraco se
comparado à aplicação em médias e grandes empresas. Apesar de as tendências
indicarem crescimento no emprego de tecnologias da informação em pequenas
organizações, deve-se considerar o fato de que são utilizadas essencialmente

102
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

para realizarem tarefas operacionais e administrativas, não para cumprirem


propósitos estratégicos ou auxiliarem na tomada de decisões (PALVIA; PALVIA,
1999; FULLER, 1996).

O SEBRAE oferece consultoria em diversas áreas e, uma


forma de auxiliar o pequeno empresário é quanto a utilização das
tecnologias inclusive para a divulgação da empresa, conheça mais
esses projetos e passe a indicar aos empresários. Saiba mais sobre
o assunto acessando: <https://promo.sebrae-sc.com.br/sebraetec>.

A tecnologia da informação deve ser usada de acordo com os objetivos


estratégicos das pequenas organizações, atendendo-se as suas necessidades
atuais e futuras, uma prática que, no entanto, é limitada nessas empresas em que
o futuro estratégico não é planejado. Aliás é muito comum que seus proprietários
tenham conhecimento disso e tenham resistência ao planejamento (FULLER,
1996). Agora, vamos identificar quais são os pontos favoráveis e desafiadores da
inserção de tecnologias da informação para médias e pequenas empresas.

• Vantagens e desafios da adoção de sistemas de TI para PMES

Para muitas médias e pequenas empresas, os documentos fiscais já estão


sendo emitidos de forma eletrônica assim, é fato que se percebe a importância de
se usar a TI nas pequenas empresas e que poderíamos explorar ainda mais a TI
como um instrumento capaz de criar e sustentar a competitividade. No entanto,
devido à limitação financeira, nem todos os recursos da TI são acessíveis a esse
segmento (BERALDI, 2002).

Considerando o fator financeiro de grande relevância e em sua maioria o


decisivo para as pequenas organizações porque seus recursos são limitados
(WELSH; WHITE, 1981; FULLER, 1996; SEBRAE, 1998; THONG, 2001;
BERALDI, 2002; SEBRAE, 2003), sobretudo quanto ao ambiente computacional
(PALVIA; PALVIA, 1999), a escolha da tecnologia deve estar de acordo com o
tipo do negócio em questão. A seleção deste sistema para pequenas e médias
empresas pode ser um Sistemas de informação aberto dividido em módulos
que permitam ao cliente decidir e optar pelos pacotes que atendem as suas
necessidades, integrando informações de notas fiscais eletrônicas, alimentando

103
Sistema de Informações Gerenciais

os estoques e gerando o controle financeiro, além de informações gerencias


como acompanhamento de faturamento.

Ainda é importante mencionar que os sistemas de tecnologia da informação


devem ser tratados como investimento e não apenas como despesas para as
PMEs, considerando a sua eficiência e produtividade (GUIA DE TECNOLOGIA,
2003). Há alguns mitos, citados pelo Guia de Tecnologia (2003), que precisam ser
superados pelos pequenos e microempresários, tais como:

• A tecnologia é cara e requer grandes investimentos.


• A tecnologia é difícil, exigindo um pouco de conhecimento.
• Há necessidade de um técnico para tomar conta dos equipamentos.
• O uso de ferramentas tecnológicas não é seguro.
• O negócio não exige tecnologia.

De acordo com o resultado obtido em uma pesquisa realizada em pequenas


empresas hoteleiras, a maior dificuldade encontrada na utilização da tecnologia
da informação é a resistência por parte dos funcionários. Tal resistência deve-se
à falta de treinamento e explicações – anteriores a sua implantação – sobre os
benefícios que a implementação de um sistema de informação traria às atividades
rotineiras, levando os funcionários a pensar que poderiam perder seus postos de
trabalho para a tecnologia da informação; à cultura tradicional da empresa em
como realizar suas tarefas; e à mudança devido à provável e temerosa percepção
da alteração do modo operacional (PRATES; SARAIVA; CAMINITI, 2003).

Segundo Beraldi (2002), para que a implantação da tecnologia


da informação ocorra de modo eficiente, nas pequenas empresas, os
principais desafios são:
• Não padronização de processos e operações.
• Desconhecimento do proprietário acerca dos benefícios que a TI pode
proporcionar em termos de maior controle.
• Dificuldade em associar os produtos de TI disponíveis no mercado com
seu ambiente flexível e informal, uma vez que eles são projetados para
as empresas de grande porte e exigem alto grau de padronização e
formalização de processos e tarefas.
• Falta de produtos que atendam as suas necessidades de maneira
simples e com preço acessível, em razão de terem sido criados sem
levar em conta suas características.
• Carência de recursos para investir em tecnologias, pois, como a maioria
das pequenas organizações sequer conhecs as fontes de recursos

104
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

disponíveis para este tipo de investimento, sua obtenção torna-se quase


inacessível.

Paralelamente às desvantagens, alguns pontos muitos


importantes e favoráveis podem ser mencionados. Tais como:

• Automatizar tarefas específicas que passam ser realizadas em menos


tempo, resultando na diminuição do custo, da monotonia de executar
tarefas repetitivas, na melhora do processo produtivo, por focar as
tarefas mais importantes, obtendo maior produtividade (ZIMMERER;
SCARBOROUGH, 1994; GUIA DE TECNOLOGIA, 2003) e aumento da
competitividade (PRATES; SARAIVA; CAMINITI, 2003).
• Auxiliar o gerente a testar algumas decisões antes de colocá-las
em prática, propiciar a melhoria das informações para tomada de
decisões, tornando-as mais acuradas, disponibilizar a informação
em tempo oportuno e aprimorar o controle interno das operações e
capacita o reconhecimento antecipado de problemas (ZIMMERER;
SCARBOROUGH, 1994).
• Possuir atendimento satisfatório ao cliente: decorrência de uma
tecnologia bem aplicada, que, por satisfazer o cliente, pode torná-lo fiel,
mesmo sem o uso de sistemas complexos de fidelização empregados
em grandes empresas. Pode-se utilizar, de modo eficiente, uma
tecnologia simples e acessível às micro e pequenas organizações como
uma linha telefônica e um identificador de chamadas, que possibilita
identificar o cliente e oferecer-lhe um atendimento personalizado (GUIA
DE TECNOLOGIA, 2003; ZIMMERER; SCARBOROUGH, 1994).
• Integrar o uso da tecnologia que pode proporcionar vendas maiores
para clientes potenciais, talvez por levarem o processo de compra para
portais que fazem transações eletrônicas entre empresas ou por meio de
compras eletrônicas (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003).
• Utilizar a internet como uma ferramenta capaz de expandir mercados,
essencial para a comunicação com parceiros de negócios e clientes,
um recurso disponível às organizações de todos os portes, inclusive às
micro e pequenas empresas (GUIA DE TECNOLOGIA, 2003; BERALDI,
2002).

105
Sistema de Informações Gerenciais

A adoção de tecnologias de informação é um processo essencial para


as empresas alcançarem os resultados esperados. Paralelamente as essas
tecnologias, é fundamental proteger as informações, blindando ou dificultando
o acesso de invasores digitais. Além dos sistemas que protegem a empresa,
a conscientização e a constante capacitação dos empregados devem ser
constantemente realizadas.

1 As MPEs merecem auxílio através da oferta de meios de


capacitação empresarial para explicar como gerenciar e gerar
a informação gerencial, sendo esse um processo de importante
impulso, capaz de torná-las mais eficientes e competitivas. Em
relação à geração e utilização das informações gerenciais, qual
instrumento deve ser mais explorado pelas PMEs? Assinale
a seguir a alternativa que corresponde à resposta para essa
pergunta.
a) ( ) Tecnologia da Informação.
b) ( ) Sistema Operacional.
c) ( ) Gestão de Processos.
d) ( ) Gestão da Qualidade.

2 Além de informações operacionais e financeiras, o acesso a


informação gerencial estratégica permite prever riscos e reduzir
impactos nas PMEs. Em relação aos desafios enfrentados por
esse grupo de empresas referentes às tecnologias da informação,
analise as sentenças a seguir e classifique V para as verdadeiras
e F para as falsas.
( ) Não padronização de processos e operações.
( ) Desconhecimento do proprietário acerca dos benefícios que a TI
pode proporcionar em termos de maior controle.
( ) Não possuir veículo para transporte de mercadorias.
( ) Legislação federal sem amparo legal.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) V – V – V – F.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – F.

106
Capítulo 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COMO
INSTRUMENTO DE GESTÃO

3 Automatizar tarefas específicas, que passam a ser realizadas


em menos tempo, resultando na diminuição do custo, além de
automatizar tarefas específicas, que passam a ser realizadas
em menos tempo, são resultados para PMEs ao adotarem as
tecnologias de informação. Em relação a esses resultados,
analise as sentenças a seguir e identifique aquela que apresenta
a sua classificação CORRETA.
a) ( ) Pontos Favoráveis.
b) ( ) Pontos Desfavoráveis.
c) ( ) Pontos de Apoio.
d) ( ) Pontos de Operações.

4 O uso da tecnologia da informação nas empresas de pequeno


porte está em constante progresso, porém, ainda é considerado
relativamente fraco se comparado a sua aplicação em médias
e grandes empresas. Apesar de as tendências indicarem
crescimento no emprego de tecnologias da informação em
pequenas organizações, deve-se considerar o fato de que são
utilizadas essencialmente para realizarem tarefas operacionais
e administrativas, mas é fato que ainda fica pendente mais um
grupo de informações. Analise as sentenças a seguir e assinale
aquela que identifica o grupo de informações pendentes.
a) ( ) Informações Estratégicas.
b) ( ) Informações Fiscais.
c) ( ) Informações de Apoio.
d) ( ) Informações Societárias.

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112
C APÍTULO 3
ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Conhecer as informações contábeis que contribuem para a gestão das


informações gerenciais.
• Identificar a relação da governança corporativa para a gestão do sistema de
informação gerencial.
• Apresentar as vantagens da utilização da tecnologia da informação nas
empresas.
• Possibilitar análise e comparação através das informações contábeis para
melhorar os resultados da empresa.
• Contribuir para a aplicabilidade da relação entre a governança corporativa e a
tecnologia da informação gerencial nas organizações.
• Permitir auxílio do gestor para definir as tecnologias apropriadas a serem
adotadas para maximizar os resultados da gestão da informação gerencial.
Sistema de Informações Gerenciais

114
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Antes de iniciarmos o debate, responda: você já parou para pensar em
como seria sua vida sem a tecnologia? Talvez ela esteja tão presente em nosso
cotidiano que seja um pouco difícil de listar em quais locais ou atividades está
inserida.

Então, reduziremos nosso campo. Imagine como seria passar uma semana
sem utilizar seu aparelho celular. Imaginou? Creio que seria uma tarefa bastante
difícil, tendo em vista que atualmente somos bem dependentes da tecnologia para
realizarmos nossas atividades diárias.

No contexto corporativo, a dificuldade seria a mesma. Com o passar dos


anos, passamos a depender desses recursos, e, até mesmo, a dividir a execução
das atividades cotidianas com os recursos tecnológicos, pois são tão ágeis
e práticos que, muitas vezes, realizam boa parte do trabalho automaticamente
(MORAIS; GONÇALVES, 2018).

A Tecnologia da Informação vem permeando todos os processos gerenciais


e operacionais das organizações, possibilitando a produção de mais com menos,
com menores custos. Viabilizam, também, tomadas de decisões baseadas em
informações mais acuradas.

Como consequência, melhora o rendimento das empresas em atendimento


ao seu “mercado” e público-alvo e, por conseguinte, sua prosperidade e
perenidade, gerando riquezas, de forma direta ou indireta, para toda a sociedade
(MORAIS; GONÇALVES, 2018).

Porém, cabe destacar que que apesar da tecnologia gerar riqueza para as
empresas, há o custo da atualização dos sistemas. Muitas vezes esse custo é
elevadíssimo com implantação de sistemas integrados de Contabilidade e,
portanto, a informação não pode custar mais caro que o retorno gerado.

2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA
CONTABILIDADE
Com o mundo contemporâneo, a atração pela novidade faz a mudança
surgir de forma cada vez mais intensa. Os meios de comunicação reacendem
diariamente não só o desejo de usufruir das riquezas, mas, o conhecimento sobre
a possibilidade de se melhorar a qualidade de vida (CORAZZIM, 2017).

115
Sistema de Informações Gerenciais

A maioria das inovações melhora o estímulo da empresa, graças ao grande


investimento na produção de tecnologias e de novas formas de gestão. As
gerações com a revolução tecnológica de poucas décadas surpreendem-se com
a atual transformação cada vez mais rápida.

Portanto, a evolução tecnológica de computadores tem tornado cada


vez mais imprescindíveis no mundo dos negócios e o campo contábil tem sido
impactado por estes aspectos de novas descobertas no campo da informática.

A tecnologia da informação do negócio da empresa é hoje uma medida


fundamental à competividade empresarial. Portanto, o contabilista deve encarar
a tecnologia da informação em termos estratégicos por ser um recurso que afeta
diretamente a sobrevivência das organizações (CORAZZIM, 2017).

Desde os primeiros registros contábeis até os dias atuais, a tecnologia


vem cada dia mais sendo inserida na execução das operações e serviços das
empresas, por meio dos diversos recursos à disposição dos usuários. E, é claro, a
contabilidade não poderia deixar de sofrer influência desses avanços tecnológicos
(DA SILVA; EYERKAUFER; RENGEL, 2019).

A história da contabilidade sempre esteve associada à evolução das


Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Como exemplo temos os
aplicativos de celulares que facilitam o acesso à informação e a realização de
procedimentos que antes exigiam a presença física. Vejamos no quadro a seguir
alguns aplicativos essenciais para os contadores.

QUADRO 1 – APLICATIVOS PARA ÁREA CONTÁBIL

QUICK BOOKS ZERO PAPER É um aplicativo fácil de usar, que mostra as


contas a pagar, valores a receber e também
produz relatórios rapidamente. Ele envia aler-
tas por SMS ou por e-mail para lembrá-lo de
vencimentos e também permite emitir boletos
bancários.
CAMSCANNER É um aplicativo que faz digitalização de docu-
mentos. Tirando uma foto do papel, o aplica-
tivo formata a imagem e a transforma em um
documento digital que você pode armazenar ou
compartilhar.

116
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

ASANA Este aplicativo funciona como um gestor de co-


municação e projetos dentro dos escritórios de
contabilidade. Ele permite a divisão de tarefas
dentro do time, criação de projetos, envio de ar-
quivos e ainda agendamento de prazos. É mui-
to útil no envio de arquivos como relatórios con-
tábeis, discais e tributários, tanto internamente,
quanto para clientes.
GUIABOLSO É um aplicativo que auxilia no gerenciamento
do orçamento do escritório. Com o GuiaBolso,
basta inserir os dados do seu internet bank-
ing e, pelo smartphone, ele controla todas as
movimentações bancárias que a empresa fizer.
Outra função disponível é separar receitas e
despesas por categorias, gerando gráficos de
análise para ajudar na tomada de decisões.
CEFIS Esta plataforma disponibiliza mais de 120 cur-
sos completos nas áreas contábil, fiscal e tra-
balhista. Além disso, a equipe do aplicativo está
sempre de olho nas mudanças legislativas para
atualizar seus cursos e oferecer os melhores
conteúdos de acordo com as obrigações.
FONTE: A autora

Com o advento das TIC como instrumento de trabalho, o profissional da


contabilidade mudou a forma de executar as tarefas e adequou-se às mudanças
ocorridas no cenário empresarial. A contabilidade prima por fornecer informações
tempestivas e relevantes, em consonância com as reais necessidades dos
clientes. Assim, a TIC é um recurso estratégico ao profissional contábil, posto
que proporciona mais agilidade nos lançamentos e nos processamentos das
informações e, consequentemente, na comunicação com seus clientes (SOUZA;
DA SILVA; FERREIRA, 2017).

As TIC trouxeram grandes avanços para a sociedade em geral, inclusive


para a área contábil, contribuindo, também, para a valorização dessa profissão.
Para se manter no mercado, o profissional deve se aperfeiçoar constantemente
nas novas ferramentas utilizadas no mercado no qual se insere, adaptando-se
aos novos conceitos, métodos e tecnologias. Há algum tempo, o contador era tido
como um profissional que meramente realizava cálculos e preenchia formulários
para atender ao fisco. Porém, esse cenário tem ficado cada vez mais distante da
atual realidade (SOUZA; DA SILVA; FERREIRA, 2017).

117
Sistema de Informações Gerenciais

A TI pode ser entendida como um conjunto de atividades e soluções que


permitem a obtenção, o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e o uso
das informações. Nesse sentido, a tecnologia trouxe aos contadores uma visão
diferente: deixaram de lado as pilhas de livros e papéis e passaram a substituí-
las por procedimentos e rotinas automatizadas com armazenamento digital. O
surgimento da internet fez com que as distâncias fossem eliminadas, contatos
que levavam horas ou até dias para acontecer reduziram-se para segundos.
Com isso, facilitou e agilizou a comunicação, trazendo melhorias para o dia a dia
profissional (SOUZA; DA SILVA; FERREIRA, 2017).

Há algum tempo, a tecnologia tem mudado a forma de trabalhar de todos


os profissionais, inclusive os de contabilidade. Já escreveu Drucker (2000,
p. 48) que a utilização explosiva da internet está modificando profundamente
economias, mercados e estruturas setoriais; os produtos e serviços e seu fluxo;
a segmentação, os valores e o comportamento dos consumidores; o mercado de
trabalho. Portanto, o impacto da internet na prática contábil é o que impulsiona
os maiores avanços, pela infinita capacidade de armazenamento, como o uso
de plataformas em nuvem, como a resposta rápida da informação, chamada de
informação em tempo real.

A tecnologia agiliza e facilita as rotinas de trabalho além de atender a


todas as expectativas no que diz respeito aos resultados. A próxima etapa para
a evolução da tecnologia de transmissão de dados está no desenvolvimento da
tecnologia 5G, que é a evolução natural das gerações anteriores (3G e 4G) e traz
como diferencial não apenas mais velocidade de conexão à internet no celular,
mas outras aplicações que poderão revolucionar a sociedade, como objetos
inteligentes conectados e cidades inteligentes.

Grande parte dessa evolução deu-se por conta das mudanças proporcionadas
pela TI, que tiveram grande relevância principalmente ao profissional da área
contábil como a criação de sistemas de informações contábeis e os ERP’s
(Enterprise Resource Plannign) que aperfeiçoaram o trabalho do contador, já que
a maioria das atividades exercidas por eles eram feitas manualmente. Softwares
ERP (Enterprise Resource Planning) são sistemas de informação de estruturas
abrangentes e complexas que tentam tratar, integradamente, informações
referentes a todos os processos organizacionais. SAP R/3, Baan, PeopleSoft, JD
Edwards, Oracle Applications, Corpore RM, Datasul EMS são exemplos desses
produtos.

118
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Atualmente, só bastam alguns cliques e é possível extrair informações


sobre a saúde financeira da empresa. A única coisa que o programa exige
é que o profissional saiba parametrizar e analisar tal informação para atender
às expectativas dos empresários investidores e da sociedade como um todo
(CORAZZIM, 2017).

Observe a figura a seguir.

FIGURA 1 – PROCESSO DE GERAÇÃO DE INFORMAÇÃO

FONTE: DeLone e McLean (1992, p. 57)

Diante de tudo isso, vários desafios são colocados à contabilidade: desde a


necessidade de incorporação das novas tecnologias pelas empresas contábeis
até a compreensão dos efeitos dessas tecnologias sobre as organizações e sobre
o resultado relacionado ao patrimônio das empresas.

Segundo Ross (1998), há as seguintes motivações comuns para adoção do


sistema ERP:

• Necessidade de plataforma comum.


• Melhoria de processos de negócio.
• Visibilidade de dados.
• Redução de custos operacionais.
• Aumento de eficiência de atendimento a clientes.
• Melhoria de processos de decisão estratégicos.

O mercado de trabalho está exigindo cada vez mais profissionais que tenham
conhecimentos em sistemas ERP’s em virtude da rápida automação verificada
nos diversos setores da economia, em processos contínuos e irreversíveis.

119
Sistema de Informações Gerenciais

Um bom produto ERP é caro. O tempo de implantação pode variar de seis


a 18 meses, o que justifica a realização de estudo de custo/benefício e de ROI
(return on investiment). Segundo Lozinsky (1998), a relação entre o valor do
produto e o custo de implantação pode variar de 1 para 4, ou seja, para cada uma
unidade monetária do custo do software, pode-se gastar até quatro unidades com
consultorias e treinamentos na implantação.

Com todas essas mudanças que a contabilidade vem sofrendo com o passar
do tempo para cada vez mais melhorar seus resultados, ainda tem muito para
acontecer em relação à tecnologia, mas temos que admitir que a tecnologia
tem um papel extremamente importante para que essas mudanças continuem
acontecendo e desenvolvendo-se para melhor atender os profissionais e as
organizações (CORAZZIM, 2017).

2.1 A IMPORTÂNCIA DA TI
Para se adequar a essas mudanças, a TI é de extrema importância, pois
ajudará a identificar como está o seu cenário tecnológico atual e dar o suporte
necessário para adotar medidas para o aperfeiçoamento dos processos da
empresa. A TI atua na solução de possíveis problemas que podem ocorrer, como
perder um determinado dado, que pode ser recuperado caso seja feito um backup
(STATERA, 2020).

Ocorrendo um problema com a rede de internet da sua empresa, impactando


o trabalho de toda a equipe, a TI pode atuar na resolução desse problema,
impactando menos em seu fluxo de trabalho. Afinal, a premissa de tempo é
dinheiro nunca foi tão real quanto para contabilidades, pois, quanto custa ter sua
equipe parada?

Problemas que parecem simples podem causar complicações e prejuízos


para a empresa e para seus clientes. O ideal é sempre encontrar uma equipe
de TI que seja preventiva. A TI Preventiva atua antes do problema ocorrer,
fazendo visitas técnicas, análises e dando manutenções para evitar um problema
futuro. Por exemplo, ela pode fazer o backup em nuvem, guardando os dados
e informações da empresa de maneira segura e acessível. Caso ocorra uma
pane no sistema da empresa ou algum incidente físico na máquina, o backup
assegurará cópias desses dados e informações importantes (STATERA, 2020).

120
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

FIGURA 2 – 7 DICAS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA

FONTE: A autora

Uma gestão preventiva trabalha com os seguintes pilares essenciais:


segurança, organização e performance. A segurança foca nos dois grandes
ativos das empresas hoje: pessoas e informação. O grande número de dados
pessoais e informações importantes gerados pelas empresas precisam de
cuidados especiais (STATERA, 2020).

A vulnerabilidade na rede tem causado desastres para muitas empresas


que trabalham com dados e informação. É necessário desenvolver soluções
eficientes já em concordância com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Essa lei determina como as empresas deverão fazer os tratamentos dos dados
pessoais de terceiros. Com princípios que deverão ser cumpridos no momento
do tratamento, determinando como deverão ser coletados, armazenados,
processados e eliminados esses dados. O não cumprimento dessa lei causará
sérios danos às empresas e multas de até R$50.000,000,00 (cinquenta milhões
de reais).

A organização aumenta a produtividade da equipe no ambiente de trabalho e


a qualidade no serviço entregue. É muito importante destacar que a organização,
dentro do ambiente físico de trabalho, mantém tudo em seu devido lugar na hora
de prestar um serviço. A organização de dados salvos na rede faz com que se

121
Sistema de Informações Gerenciais

torne fácil encontrá-los, dando a cada usuário a permissão de acessar apenas o


que lhe diz respeito para a execução da sua função.

A performance trabalha no foco dos serviços prestados pela empresa,


dessa forma, as ferramentas devem ser direcionadas para melhorar a agilidade
e a qualidade na prestação do serviço com estratégias focadas para melhores
tomadas de decisões e com melhores custos e recursos necessários para a
demanda da empresa. Existem ferramentas que ajudam no gerenciamento
desses serviços, de maneira preventiva. Uma delas é o monitoramento, que serve
pra analisar a estrutura da sua TI, identificar possíveis falhas ou vulnerabilidades,
indicando melhores softwares para segurança e melhor gestão dos processos
da empresa. Também, na parte física, auxiliando na melhoria dos equipamentos
de TI, que ajudam a trazer maior conforto para os funcionários e agilidade nos
serviços entregues (STATERA, 2020). Veja a seguir algumas ferramentas que
auxiliam nesse processo de monitoramento.

• Antivírus: é uma ferramenta de extrema importância hoje, devido aos


ataques cibernéticos cada vez mais frequentes na internet. Ter um bom
antivírus na empresa para prevenir, detectar e eliminar possíveis vírus
que possam se instalar na máquina é muito importante. Esses vírus
podem se instalar de fáceis maneiras por meio de aplicativos, e-mails,
jogos etc. Uma vez instalados, podem roubar, alterar ou apagar dados
importantes e até monitorar o dia a dia do funcionário.
• Backup em nuvem: hoje, trabalhamos com muitos dados importantes,
sejam eles da própria empresa ou de terceiros e a perda deles tem
consequências péssimas. Por isso, é importante ter o backup, pois os
dados ficam armazenados e seguros em uma “nuvem” – servidores – e
você tem acesso remotamente pela internet. Assim, caso aconteça algo
imprevisível, como roubo dos dados ou algum acidente (um funcionário
que apague sem querer) ou algum problema físico na máquina, a cópia
desses dados estará segura na nuvem para ser restaurada (STATERA,
2020).
• Firewall: é outra ferramenta de segurança poderosa que serve como um
escudo que protege a sua rede, impedindo vírus ou ataques cibernéticos
pela internet.
• Rede Virtual Privada (VPN): é uma ótima ferramenta que funciona como
um “túnel” no qual trafegam os dados da sua empresa, em segurança,
pois são criptografados, impedindo o roubo. Ela é muito usada para
trabalhos externos, como Home Office. Caso queira-se acessar os dados
do servidor, é possível que isso seja feito de maneira segura (STATERA,
2020).

122
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Tecnologia na contabilidade: quais impactos para o contador?

A tecnologia na contabilidade possibilita a integração de softwares e


ferramentas cada vez mais inteligentes para tornar os processos mais ágeis e
seguros. De acordo com informações divulgadas pela Page Group, o Brasil está
passando por muitas transformações na economia e existem 38 cargos que
recebem destaque no mercado de trabalho. Entre eles é possível identificar o de
analista contábil. Um relatório divulgado no Guia Salarial 2020 mostrou que as
áreas de Contabilidade e Finanças são crescentes.

Empresas que implementam sistemas de Business Intelligence (BI) e demais


sistemas tecnológicos criam oportunidades diferenciadas no mercado e valorizam
os profissionais que têm a capacidade de olhar as operações por ângulos
diferentes. Assim, garantem projetos precisos e inovadores.

E para o contador? Quais são os impactos da tecnologia? Reunimos neste


post os principais. Continue a leitura e fique por dentro do assunto!

Promove a redução de custos no escritório contábil

As inovações tecnológicas surgem com muita rapidez no mercado. E nem


sempre é financeiramente viável investir em todas as possibilidades. O setor
contábil ainda é bastante resistente às mudanças e são poucas as empresas que
veem oportunidades de crescimento e eficiência em softwares ou ferramentas.

No entanto, é importante destacar que as inovações em tecnologia promovem


grandes avanços também na diminuição de custos. E isso não significa diminuir
o número de funcionários ou cortar gastos. Quando o escritório contábil investe
no recurso adequado às suas necessidades, há a otimização do tempo e a
agregação de mais valor às atividades. Ademais, falhas e erros humanos são
reduzidos, o que favorece as entregas no prazo combinado, e que também evita
possíveis multas e penalidades.

Melhora a rotina operacional dos profissionais

A tecnologia na contabilidade é sempre associada à implementação de


novas ferramentas que informatizam as tarefas e robotizam algumas atividades.
Mas não é só isso: a otimização dos processos permite também que a gestão seja
aperfeiçoada, contribuindo para que os resultados do negócio sejam efetivamente
atingidos.

123
Sistema de Informações Gerenciais

Quando os processos do escritório contábil são otimizados, graças à inserção


de tecnologias, é possível ter uma visão ampla do que está acontecendo no dia a
dia da empresa.

E também: compreender, executar, monitorar e mensurar as atividades de


acordo com o que foi traçado no planejamento. Assim, os profissionais trabalham
de uma forma mais organizada, produtiva e estratégica. Consequentemente, os
clientes ficam mais satisfeitos e propensos à fidelização.

Aumenta a produtividade com a implementação da tecnologia na


contabilidade

E por falar em melhorar a rotina operacional dos profissionais, outro impacto


positivo da tecnologia na contabilidade é o aumento da produtividade. Softwares
e ferramentas atuais possibilitam que os funcionários colaborem de modo efetivo
para atingir os melhores resultados.

Quando os recursos tecnológicos são utilizados de acordo com as


necessidades do negócio, eles proporcionam uma melhor comunicação entre os
setores e aproximam as equipes.

O setor contábil, ao adotar novas ferramentas à rotina, conquistou um


melhor aproveitamento das horas úteis dos profissionais. Isso porque as tarefas
que antes demandavam muito tempo passaram a ser automatizadas. Assim, os
colaboradores puderam se dedicar mais às atividades mais importantes para a
estratégia dos clientes, sendo mais produtivos, eficientes e motivados.

Facilita a captação de clientes com perfis modernos

Como mencionamos, o setor contábil, apesar de estar em expansão e ser


promissor, ainda é resistente a mudanças. Muitos processos ainda são feitos
manualmente, ainda há muitas tarefas burocráticas, isso leva a maiores chances
de falhas humanas e, consequentemente, potenciais perdas para os clientes.

Por isso, os escritórios que querem se posicionar no mercado e se destacar


diante da concorrência precisam investir em tecnologia.

Nesse sentido, é válido destacar que o empreendedorismo no Brasil está em


alta. O perfil dos empreendedores, de acordo com informações do Data Sebrae, é
formado por indivíduos que têm entre 35 e 44 anos (25%) e 45 e 54 anos (25%).

124
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

A primeira parcela representa pessoas da geração X (nascidos entre 1961


e 1981), a segunda representa a geração Y (nascidos entre 1981 e 1996). São
pessoas que tiveram mais contato com a tecnologia e, por isso, são mais abertas
a mudanças.

São perfis que priorizam a praticidade, não têm medo de inovar e é


justamente por conta disso que empreendem.

Nesse sentido, quando um escritório de contabilidade tem como aliada a


tecnologia, ele alcança com mais facilidade esse grupo de pessoas que prefere
processos novos, modernos, práticos e ágeis.

Acompanha as mudanças da legislação

A tecnologia na contabilidade teve como pontapé inicial as mudanças no


sistema tributário. Um exemplo prático é a nota fiscal eletrônica, que substituiu o
que antes era feito em papel e de forma manual.

Atualmente, a emissão da NF-e em ambiente digital é obrigatória. Logo, os


escritórios de contabilidade precisaram se adequar a essa exigência assim que
foi determinada.

Quem já tem a tecnologia como aliada dos processos também garante que
tudo está sendo feito de acordo com a legislação, sem ser pego de surpresa ou
correndo o risco de prejudicar algum processo ou cliente.

A tecnologia na contabilidade está recebendo muito destaque por conta do


impacto positivo que proporciona. As possibilidades são variadas e atendem a
diferentes necessidades e prioridades. O investimento na solução certa faz com
que o escritório se beneficie em diversos sentidos e, claro, opere de um jeito
muito mais eficiente.

FONTE: <https://auditto.com.br/tecnologia-na-contabilidade-quais-impactos-para-
o-contador/>. Acesso em: 22 mar. 2021.

125
Sistema de Informações Gerenciais

2.2 LEI SARBANES-OXLEY E A


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A SOX ou lei Sarbanes-Oxley tem sido, desde 2002, assunto do café. Quando
chega a vez de reclamar de alguma coisa, saem todos dizendo: “Nem me fale…”,
mas poucos realmente entendem as implicações.

Em 30 de julho de 2002, o congresso americano promulgou o Ato Sarbanes-


Oxley, elaborado pelos senadores americanos Michael Oxley e Paul Sarbanes.
O escopo da legislação federal "The U.S. Public Company Accounting Reform
and Investor Protection Act of 2002", mais conhecida como Sarbanes-Oxley
Act of 2002, ou simplesmente SOX, contém 11 títulos e foca principalmente na
responsabilidade penal da alta administração (PINHEIRO, 2006).

Essa lei, que teve como objetivo restabelecer e aumentar a confiança do


investidor e a sustentabilidade das corporações, afetou a forma como as empresas
de capital aberto passaram a relatar suas operações financeiras.

FIGURA 3 – SEN. PAUL SARBANES (D–MD) E O REP. MICHAEL G.


OXLEY, OS CO-AUTORES DA SARBANES–OXLEY ACT

FONTE: <https://portaldeauditoria.com.br/introducao-lei-
sarbanes-oxley-sox/>. Acesso em: 22 mar. 2021.

A SOX acabou apresentando um impacto significativo sobre a área de


Tecnologia da Informação das organizações ao nível mundial uma vez que se
insere no âmbito da governança corporativa e apresenta artigos diretamente
voltados para a área de TI. A Lei Sarbanes-Oxley torna Diretores Executivos
e Diretores Financeiros explicitamente responsáveis por estabelecer, avaliar
e monitorar a eficácia dos controles internos sobre relatórios financeiros e
divulgações.

126
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Na lei, consta de sua seção 404, o que a área de Tecnologia de uma


empresa deveria fazer para melhorar a transparência das operações da empresa.
Coisas básicas como fazer backup´s, manter acessos restritos por senha segura
e comprar licenças dos softwares da empresa.

Inegavelmente, as novas regras propostas pela Securities and Exchange


Commission – SEC (instituição equivalente à Comissão de Valores Mobilários
– CVM brasileira) que fazem cumprir a Lei Sarbanes-Oxley são complicadas e
a implementação deverá ser demorada e custosa. Entretanto, há os seguintes
fatores atenuantes:

1. Normalmente, todas as companhias de capital aberto já possuem


alguma estrutura de controles internos, ainda que de maneira informal e não
suficientemente documentada.
2. Muitas companhias poderão adaptar os processos já existentes para
cumprir as medidas de controles internos determinadas pela Lei Sarbanes-Oxley.
3. A construção de uma forte estrutura de controles internos para atender às
exigências da Lei SarbanesOxley pode promover benefícios que extrapolam o
cumprimento das regras. Na verdade, o potencial para revisar e concretizar novas
visões corporativas e atingir novos níveis de excelência corporativa é inesgotável.

Outra dificuldade é o conceito de conflito de interesses, que determina que


haja segregação de tarefas nos sistemas corporativos. Assim, a pessoa que
solicita a compra de um produto não pode ser a mesma que aprova a compra e
nem a mesma que recebe e confere a mercadoria.

Para mostrar a todos que a área de Tecnologia fez a lição de casa e mantém
todos os requisitos exigidos, são produzidas toneladas de relatórios com as
evidências de que tudo foi feito de acordo. Desde controles de acesso, com data
e hora de cada “login” no sistema, até evidências que os backups foram feitos e
armazenados em um cofre à prova de fogo.

Com a lei, rígidos parâmetros legais foram impostos às companhias de capital


aberto e suas respectivas subsidiárias, cujas ações são negociadas em Bolsas
(NYSE e Nasdaq), o que inclui também algumas corporações estrangeiras que
negociam ADR’s (American Depositary Receipts – recibos de depósito americano
de ações de empresas estrangeiras) não negociáveis no país de origem.

No Brasil, essa lei se aplica às empresas com ações negociadas nos


mercados de capitais dos Estados Unidos, ou seja, multinacionais de capital

127
Sistema de Informações Gerenciais

americano e empresas brasileiras com ações naquele país. No entanto, as


responsabilidades criadas pela lei são de interesse de todas as empresas que
queiram se atualizar sobre práticas de gestão de riscos (PINHEIRO, 2006).

3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A Tecnologia da Informação vem permeando todos os processos gerenciais
e operacionais das organizações, possibilitando a produção de mais com menos,
com menores custos. A maioria das inovações melhora o estímulo da empresa,
graças ao grande investimento na produção de tecnologias e de novas formas
de gestão. As gerações com a revolução tecnológica de poucas décadas
surpreendem-se com a atual transformação cada vez mais rápida.

A tecnologia da informação do negócio da empresa é hoje uma medida


fundamental para a competividade empresarial. A TI pode ser entendida como um
conjunto de atividades e soluções que permitem a obtenção, o armazenamento,
o acesso, o gerenciamento e o uso das informações. Problemas que parecem
simples, podem causar complicações e prejuízos para a empresa e com seus
clientes, o ideal é ter uma gestão preventiva que trabalha com três pilares
essenciais: segurança, organização e performance.

A Lei SOX tem como objetivo restabelecer e aumentar a confiança do


investidor e a sustentabilidade das corporações; e afetou a forma como as
empresas de capital aberto passaram a relatar suas operações financeiras. No
Brasil, essa lei se aplica às empresas com ações negociadas nos mercados
de capitais dos Estados Unidos, ou seja, multinacionais de capital americano e
empresas brasileiras com ações naquele país.

1 A Tecnologia da Informação vem permeando todos os processos


gerenciais e operacionais das organizações, possibilitando
a produção de mais com menos, com menores custos. Essa
sentença é:
a) ( ) Verdadeira.
b) ( ) Falsa.

2 Sobre a eficácia da Tecnologia da Informação, é correto afirmar


que:
a) ( ) Eficácia significa executar bem as tarefas.
b) ( ) Eficácia é importante, mas a eficiência é que permite a melhoria

128
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

da competitividade da empresa.
c) ( ) Ser eficaz em TI significa usar seus recursos tendo em vista a
ampliação dos negócios da empresa.
d) ( ) A eficácia confronta os resultados das aplicações de TI com
os resultados no negócio da empresa e os possíveis impactos na
sua operação e estrutura.

3 Quanto às atividades operacionais nas organizações, a tecnologia


da informação desenvolve papel fundamental, permitindo:
a) ( ) A responsabilização de uma única pessoa pelo processo
decisório.
b) ( ) O desenvolvimento de novos arranjos organizacionais.
c) ( ) O fortalecimento dos grupos informais nas organizações.
d) ( ) A diminuição das resistências a mudanças organizacionais.

4 A tecnologia da informação do negócio da empresa é hoje uma


medida fundamental à competividade empresarial. Disserte sobre
isso.

5 A TI trouxe grandes avanços para a sociedade em geral,


inclusive para a área contábil, contribuindo, também, para a
valorização dessa profissão. Na sua opinião, como a TI valorizou
a contabilidade?

6 A TI Preventiva atua antes do problema ocorrer, fazendo visitas


técnicas, análises e dando manutenções para evitar um problema
futuro. Disserte sobre três formas de manutenção preventiva.

7 A Lei Sarbanes-Oxley (SOX) é um tipo de lei de responsabilidade


fiscal que regulamenta os padrões de governança corporativa
para algumas organizações empresariais, promovendo:
a) ( ) Criação de códigos de ética em todas as empresas da
economia brasileira e mundial.
b) ( ) Disputa interna nas empresas de capital 100% brasileiro, com
consequente desestabilização das normas empresariais.
c) ( ) Privatizações em larga escala e perda do foco principal, que
seria o acesso a novos mercados.
d) ( ) Reforma dos níveis de prestação de contas e de transparência
de empresas que têm ações negociadas nas bolsas de valores
dos EUA.

129
Sistema de Informações Gerenciais

4 RELAÇÃO DAS INFORMAÇÕES


GERENCIAIS COM A GOVERNANÇA
CORPORATIVA
Governança é, segundo os dicionários, o ato de governar-se. O conceito
de Governança Corporativa surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra no final
dos anos 1990 e está relacionado à forma como as empresas são dirigidas e
controladas.

A governança surgiu visando garantir o componente ético da organização,


representado por seus diretores e outros funcionários, na criação e proteção dos
benefícios para todos os acionistas. Isso significa dizer que as empresas precisam
saber quem toma as decisões e quais os processos pelas quais essas decisões
são tomadas. Não vale para qualquer atitude adotada na empresa, ou seja,
deliberações sem grande relevância. Vale para decisões importantes, de grande
valor para a organização (PINHEIRO, 2006).

5 GOVERNANÇA CORPORATIVA
A governança corporativa “[...] fundamentou-se para criar um conjunto
eficiente de mecanismos para assegurar que o comportamento dos executivos
esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas, e também para evitar
fraudes, erros estratégicos e abusos de poder” (TOMIATTI, 2012, p. 12).

Em outras palavras, governança corporativa é o sistema pelo qual as


empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria,
órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos


em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar
e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu
acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização,
sua longevidade e o bem comum (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA, 2015).

Os princípios básicos de governança corporativa permeiam, em maior ou


menor grau, todas as práticas do Código e sua adequada adoção resulta em um
clima de confiança tanto internamente quanto nas relações com terceiros.

130
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Observe na figura a seguir os princípios básicos da governança corporativa.

FIGURA 4 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

FONTE: <https://images.app.goo.gl/7Ahr8dMrCZjSVzkS9>. Acesso em: 22 mar. 2021

Transparência:

• Deve cultivar o desejo de informar (interna e externa; rápida; honesta).


• A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econômico-
financeiro, mas contemplar também fatores que conduzem à criação de
valor (intangíveis).

Equidade:

• Tratamento justo e igualitário para todos os minoritários.


• Atitudes políticas e discriminatórias são totalmente inaceitáveis.

Prestação de Contas:

• Agentes da Governança Corporativa devem prestar contas da atuação.

Responsabilidade Corporativa:

• Devem zelar pela perenidade da Empresa.


• Visão de longo prazo / sustentabilidade.
• Função social da Empresa deve incluir a criação de riquezas (ações
educativas, culturais, meio-ambiente).

É importante entender que o objetivo da governança corporativa é


preservar e garantir o valor econômico de uma empresa por longo prazo. Além
disso, ela permitirá a melhoria dos processos, integração entre áreas e livre
compartilhamento de informações relevantes.

131
Sistema de Informações Gerenciais

Isso se dá por meio de uma série de princípios e pilares. Eles se convertem


em ações e procedimentos reais do dia a dia, para alinhar os interesses de todos
os envolvidos no negócio.

Como isso, a governança leva a mais transparência, segurança e menos


risco. Assim, acaba contribuindo para uma gestão de alto nível, além de
proporcionar acesso aos recursos que a empresa precisa.

FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

os

FONTE: <https://images.app.goo.gl/qkFkGXCgce428ACD9>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Nos últimos anos, sem diminuir a importância dos sócios e administradores,


a governança ampliou seu foco para as demais partes interessadas, demandando
dos agentes de governança corporativa um maior cuidado no processo de
tomada de decisão. Cada vez mais, desafios sociais e ambientais globais,
regionais e locais fazem parte do contexto de atuação das organizações, afetando
sua estratégia e cadeia de valor, com impactos na sua reputação e no valor
econômico de longo prazo. Mudanças climáticas, a ampliação da desigualdade
social e inovações tecnológicas, entre outros fatores, têm imposto transformações

132
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

na vida das organizações (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA


CORPORATIVA, 2015).

E como a tecnologia impactou na governança corporativa? Os usuários


externos da informação contábil dependem da lealdade de seus representantes,
no que se refere à prestação de contas de suas gestões e estes, por sua vez,
dependem do sistema informacional interno da empresa para, com segurança,
apresentarem informações acuradas a esses usuários (NASCIMENTO;
REGINATO, 2008).

A governança se associa à tecnologia na medida em que soluções em TI


são adotadas como formas de conferir maior credibilidade, transparência e
racionalidade aos processos internos e às decisões das equipes de gestão
nos mais diferentes níveis organizacionais. O papel fundamental da tecnologia
é a sua capacidade de agregar mais eficiência, eficácia e segurança às ações
empresariais.

Entre as principais soluções tecnológicas, devemos destacar o uso de


softwares de gestão em nuvem (como um ERP) que permite um controle
mais acurado e seguro da informação, centralizando a gestão dos diferentes
departamentos da empresa, facilitando a colaboração entre os funcionários,
o acesso à análise de dados e a identificação de riscos potenciais, permitindo
assim um processo de tomada de decisão mais sólido e assertivo (LUNARDI et
al., 2010).

Além do uso do cloud computing para segurança dos dados, outras


tecnologias são importantes para a otimização do fluxo de trabalho como a Iot
(Internet das coisas) que interliga máquinas inteligentes capazes de conversar
entre si usando a internet, a computação móvel e a automação que abrem
oportunidades de trabalho remoto, refletindo na produtividade e na redução de
custos desnecessários.

Podemos entender que governança e tecnologia são duas partes de um


processo maior de transformação de digital e eficientização que levam ao
aprimoramento da estrutura empresarial. A utilização intensiva de tecnologia
para a governança auxilia e torna mais seguros os processos de transparência,
eficiência operacional, compartilhamento de informações e eficiência
administrativa (LUNARDI et al., 2010).

Tecnologias como Iot, softwares de gestão e armazenamento em nuvem e a


automação não são mais itens opcionais para as entidades que desejam atingir
alto grau de confiança por meio de ações de governança.

133
Sistema de Informações Gerenciais

Percebe-se, então, que a Governança Corporativa não está restrita apenas


a disciplinar as relações da organização com agentes externos e entre as suas
diversas áreas. A implementação de boas práticas de governança permite uma
gestão mais profissional e transparente, diminuindo a assimetria informacional,
reduzindo o problema de agência e procurando convergir os interesses de todas
as partes envolvidas; tudo isso de modo a maximizar a criação de valor na
empresa.

Como a TI tem sido amplamente apontada como um dos principais


componentes das grandes organizações, a governança torna-se um assunto de
grande relevância para a alta administração (LUNARDI et al., 2010).

Os riscos referentes às tecnologias adotadas, assim como o seu


desempenho, a sua relação com as estratégias corporativas e, ainda, as políticas
e responsabilidades ligadas à TI certamente afetarão a organização, em uma
maior ou menor proporção.

Uma simples quebra de segurança, um erro ou um ataque de vírus já é


suficiente para causar um sério prejuízo financeiro e de reputação e imagem à
organização.

É possível perceber o quão importante tem sido a TI para o sucesso dos


negócios das organizações modernas. Seu papel, com relação aos controles
internos da organização, tornou-se essencial para elas e, em alguns casos, até
uma obrigação legal, especialmente após a Lei Sarbanes-Oxley entrar em vigor
em 2002.

A TI aparece como o principal meio de garantir que os dados (tanto financeiros


quanto operacionais) sejam precisos, confiáveis e atualizados, além de estarem
prontamente disponíveis quando solicitados. São por esses e outros motivos que
a TI e as decisões a ela inerentes precisam ser bem definidas, gerenciadas e
supervisionadas pela alta administração da empresa e não apenas pela área
tecnológica (LUNARDI et al., 2010).

6 COMPLIANCE
A governança corporativa e os programas de compliance estão intimamente
relacionados. Implementar, criar as condições de desenvolvimento e manter
um efetivo programa de compliance é uma decisão de gestão e integra parcela
relevante do modo como as companhias são geridas e como as decisões de
gestão são tomadas (CARVALHO, 2020).

134
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Em resumo, de forma literal, o termo compliance tem origem no verbo


inglês to comply, que significa agir de acordo com a lei, uma instrução interna,
um comando ou uma conduta ética, ou seja, estar em compliance é estar em
conformidade com as regras internas da empresa, de acordo com procedimentos
éticos e normas jurídicas vigentes. No entanto, o sentido da expressão compliance
não pode ser resumido apenas ao seu significado literal.

Compliance é o dever de estar em conformidade e fazer cumprir as leis,


diretrizes, regulamentos internos e externos, buscando mitigar riscos atrelados à
reputação e ao risco legal/regulatório.

Em outras palavras, o compliance está além do mero cumprimento de regras


formais. Seu alcance é muito mais amplo e deve ser compreendido de maneira
sistêmica, como um instrumento de mitigação de riscos, preservação dos valores
éticos e de sustentabilidade corporativa, preservando a continuidade do negócio
e o interesse dos stakeholders.

Podemos entender, portanto, que o compliance integra um sistema complexo


e organizado de procedimentos de controle de riscos e preservação de valores
intangíveis que deve ser coerente com a estrutura societária, o compromisso
efetivo da sua liderança e a estratégia da empresa, como elemento, cuja adoção
resulta na criação de um ambiente de segurança jurídica e confiança indispensável
para a boa tomada de decisão (CARVALHO, 2020).

Esse sistema interno também pode ser chamado de programa de integridade


ou programa de compliance com a finalidade de prevenir, detectar e corrigir atos
não condizentes com os princípios e valores da empresa, assim como perante o
ordenamento jurídico vigente.

Vejamos a seguir alguns benefícios do compliance:

• Base de uma cultura ética a prevenção de fraudes.


• Vantagem competitiva.
• Colaboradores mais satisfeitos e comprometidos.
• Acelera as interpretações regulatórias.
• Evita problemas jurídicos.

Sobre os programas de compliance, o primeiro registro que merece


destaque é que ele não se limita à mera existência de regras, tais como um
“Código de Conduta” e nem mesmo a treinamentos anticorrupção realizados para
os funcionários. Conforme orientação do IBDEE (Instituto Brasileiro de Direito
e Ética Empresarial), para que seja efetivo, além desses elementos básicos

135
Sistema de Informações Gerenciais

(elaboração de regras e realização de treinamentos), há diversos outros a serem


considerados, tais como desenvolvimento de controles e processos internos,
mecanismos de identificação de desvios de conduta, a exemplo de canal de
denúncias, monitoramentos e auditorias internas e externas (CARVALHO, 2020).

FIGURA 6 – COMPLIANCE

FONTE: <https://introduceti.com.br/blog/o-que-e-compliance/>. Acesso em: 22 mar. 2021.

Compliance abrange um conjunto de métricas relacionadas ao


cumprimento de normas legais e regulamentações, as quais são
compostas por políticas que possuem relação com o negócio, ou seja,
é utilizada com o intuito de prevenir fraudes ou inconformidades nas
atividades do negócio e nas regras vigente (MORAIS; GONÇALVES,
2018).

Então, qual seria o objetivo da implantação da política de compliance em


uma corporação empresarial? Podemos destacar:

• Trazer a obrigatoriedade do cumprimento das leis vigentes não só


no país, mas também das leis internacionais que condizem com as
atividades desempenhadas pela empresa, sendo que essas regras
também abrangem as leis internas da corporação.
• Tomar precauções a respeito de solicitações judiciais.
• Propiciar transparência para os processos da empresa.

136
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

• Assegurar confidencialidade para dados de clientes e dos processos que


são executados dentro do âmbito empresarial.
• Evitar que haja divergências entre os interesses comuns dos clientes.
• Impedir a criação de contextos falsos com o intuito de gerar lucro.
• Prevenir o uso ilícito do dinheiro e até mesmo emprego de lucros
indevidos e que não pertencem à organização (MORAIS; GONÇALVES,
2018).

E onde entram as informações gerenciais e a tecnologia da informação no


compliance? Para atingir os objetivos propostos pelo compliance, é imprescindível
a existência de um programa e uma infraestrutura para garantir a integralidade do
fluxo de informações da empresa e possibilitar a comunicação efetiva entre as
unidades de negócio e a alta direção. E essa é a primeira relação do compliance
com a tecnologia (SANTANDER, 2020).

Outra função do compliance é a inibição de fraudes ocasionadas por erro


humano voluntário ou involuntário. Para realizar essa função, o código de conduta
detalhado e as ferramentas de controle são essenciais. Dessa forma, tecnologias
de gestão, como os softwares ERP, transformaram-se em uma das principais
ferramentas para a implementação efetiva do compliance nas organizações.

Esses softwares possibilitam uma parametrização, principalmente a fiscal


e a contábil. Assim, as escolhas dos usuários ficam restritas às pessoas que
realmente têm conhecimento técnico sobre os aspectos da legislação. Ademais,
essa tecnologia possibilita a integração e compartilhamento das informações de
diversas áreas da empresa, eliminando retrabalhos e melhorando a performance
do negócio (SANTANDER, 2018).

Portanto, é possível dizer que a relação de tecnologia e compliance é de


contribuição mútua. Ao mesmo tempo que softwares e produtos tecnológicos são
uma ferramenta do compliance, esse setor também ajuda a otimizar e monitorar
as tecnologias da empresa, eliminando as falhas de sistemas.

Por fim, a última relação entre a tecnologia e compliance que abordaremos


está vinculada à confiabilidade dos dados e ao Big Data. Para que o compliance
seja gerido da forma correta, é preciso um grande número de informações e seria
totalmente inadequado a sua coleta com processos defasados e ineficientes. E
aqui entra a tecnologia Big Data.

Com as soluções tecnológicas adequadas, é possível fazer a coleta e análise


de dados de forma rápida e estratégica. A confiabilidade das informações aumenta
consideravelmente e ajuda os empresários a tomarem decisões mais embasadas
(SANTANDER, 2018).

137
Sistema de Informações Gerenciais

Além disso, a existência de inconformidades em seus processos de negócio


pode impedir sua empresa de vencer uma licitação, de receber incentivos fiscais e
até de viabilizar um financiamento. Sem contar a possibilidade de se esquecer de
quitar alguma obrigação tributária, que poderá lhe render multa pesada e mancha
no nome da organização. Alguns riscos não valem a pena.

Os recursos da tecnologia da informação evitam transtornos difíceis de serem


remediados, automatizando controles e lançando dados de forma sistêmica.

7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Governança é, segundo os dicionários, o ato de governar-se. O conceito
de Governança Corporativa surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra no final
dos anos 1990 e está relacionado à forma como as empresas são dirigidas e
controladas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos


em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar
e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu
acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua
longevidade e o bem comum.

Os princípios básicos de governança corporativa são: transparência,


equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. O objetivo
da governança corporativa é preservar e garantir o valor econômico de uma
empresa por longo prazo. A governança se associa à tecnologia na medida em
que soluções em TI são adotadas como formas de conferir maior credibilidade,
transparência e racionalidade aos processos internos e às decisões das equipes
de gestão nos mais diferentes níveis organizacionais. O papel fundamental da
tecnologia é a sua capacidade de agregar mais eficiência, eficácia e segurança
às ações empresariais.

Tecnologias como Iot, softwares de gestão e armazenamento em nuvem e a


automação não são mais itens opcionais para as entidades que desejam atingir
alto grau de confiança por meio de ações de governança.

A governança corporativa e os programas de compliance estão intimamente


relacionados. Implementar, criar as condições de desenvolvimento e manter
um efetivo programa de compliance é uma decisão de gestão e integra parcela
relevante do modo como as companhias são geridas e como as decisões de
gestão são tomadas.

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Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

O compliance integra um sistema complexo e organizado de procedimentos


de controle de riscos e preservação de valores intangíveis que deve ser coerente
com a estrutura societária, o compromisso efetivo da sua liderança e a estratégia
da empresa.

Para atingir os objetivos propostos pelo compliance, é imprescindível a


existência de um programa e uma infraestrutura para garantir a integralidade do
fluxo de informações da empresa e possibilitar a comunicação efetiva entre as
unidades de negócio e a alta direção.

1 Governança é, segundo os dicionários, o ato de governar-se.


Disserte sobre onde surgiu a governança e com qual propósito.

2 A discussão sobre governança corporativa envolve a criação de


mecanismos internos e externos que assegurem:
a) ( ) A tomada de decisões pela organização no melhor interesse
dos investidores.
b) ( ) A prioridade da instituição na remuneração dos conselheiros
bancários.
c) ( ) A adoção de monitoramento bancário por meio de indicadores
de desempenho contábil.
d) ( ) Um maior investimento com marketing bancário e vendas.

3 Com relação aos princípios fundamentais de governança


corporativa, julgue como certo ou errado o item a seguir.
A equidade, entendida como tratamento justo e igualitário a todas
as partes interessadas, faz parte dos princípios de governança
corporativa.
a) ( ) Certo.
b) ( ) Errado.

4 Compliance é uma noção largamente utilizada no campo da ética


empresarial e está associada à ideia, em sua concepção mais
ampla, de que:
a) ( ) A lucratividade não é, nem pode ser, a finalidade única de
uma empresa, ainda que seja um meio importante para sua
sobrevivência.

139
Sistema de Informações Gerenciais

b) ( ) A empresa é corresponsável pelas condutas ilícitas de todos


os seus funcionários, inclusive criminalmente.
c) ( ) As empresas devem se empenhar em cumprir e fazer cumprir
as regras internas e externas que regem suas atividades,
incluindo as regras destinadas a prevenir e reprimir a corrupção.
d) ( ) As empresas de grande porte devem manter programas de
responsabilidade social e dar-lhes visibilidade pública.

5 O conjunto de mecanismos que visam assegurar que os gestores


da organização tomem decisões que maximizem o valor da
empresa e protejam os investimentos de todos os acionistas
refere-se a:
a) ( ) Responsabilidade social.
b) ( ) Governança corporativa.
c) ( ) Sustentabilidade.
d) ( ) Ética empresarial.

8 AS CONTRIBUIÇÕES DA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES
Estima-se que o mundo possui atualmente 7.442 bilhões de pessoas, que
estão cada vez mais conectadas a algum tipo de tecnologia. Morais e Gonçalves
(2018) afirmam que “[...] o impacto da tecnologia da informação no ambiente
de negócios global é equivalente ao impacto da imprensa nas publicações e da
energia elétrica na produtividade”.

Como seres humanos, necessitamos de alguns fatores essenciais para


nossa sobrevivência, portanto, precisamos de alguns serviços básicos, como
de saúde, alimentação, educação, entre outros. Baltzan (2016, p. 7) afirma que
“[...] o impacto da tecnologia da informação no ambiente de negócios global é
equivalente ao impacto da imprensa nas publicações e da energia elétrica na
produtividade” (MORAIS; GONÇALVES, 2018).

Dependemos de uma rede de empresas para termos esses serviços a nosso


dispor. E o modo como essas grandes organizações operam seus processos
acaba afetando diretamente a nós, consumidores.

140
Capítulo 3 ESTRATÉGIAS UTILIZANDO OS SISTEMAS
DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Se pararmos para olhar ao nosso redor, fazemos uso dos recursos


tecnológicos para nos auxiliarem nas atividades do nosso cotidiano. Desse
modo, a tecnologia não se torna obsoleta enquanto estiver atendendo as nossas
demandas. Para conseguirmos ter sucesso ao usar determinada tecnologia,
temos que saber administrar esse uso e o mesmo ocorre nas empresas (MORAIS;
GONÇALVES, 2018).

9 EVOLUÇÃO DA TI