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Uso do ‘’que’’ relativo, integrante e causal, em diferentes contextos frásicos, caso dos
alunos da 10ª Classe, do Curso Diurno da Escola Secundária de Namicopo.
Universidade Pedagógica
Nampula
2014
Índice
4
Capítulo I- Introdução…………………………………………………………………………3
Tema…………………………………………………………………………………………...5
Justificativa………………………………………………………………………………….....5
Objectivos……………………………………………………………………………………...5
Problematização……………………………………………………………………………….6
Hipóteses……………………………………………………………………………………....6
Capitulo II- Fundamentação Teórica…………………………………………………………..8
Frases Complexas.……………………………………………………………………………..8
Orações subordinadas………………………………………………………………………….8
Construção de complementação……………………………………………………………….9
Orações subordinadas substantivas…………………………………………………………....9
Função do “que”……………………………………………………………………………...10
As orações causais…………………………………………………………………………....11
Funções do Morfema “Que”………………………………………………………………….11
Quadro dos pronomes relativos………………………………………………………………12
Uso do Morfema "que" conjunção integrante………………………………………………..12
Quadro da conjunção integrante……………………………………………………………...14
Subordinação…………………………………………………………………………………14
Uso do Morfema "que" Conjunção Causal…………………………………………………..15
Conjunção Subordinativa Causal…………………………………………………………….15
Conclusão…………………………………………………………………………………….16
Bibliografia…………………………………………………………………………………...17
Capítulo I- Introdução
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O ‘’que’’ mais frequente nos textos da Língua Portuguesa é o pronome relativo, a conjunção
integrante ou conjunção causal. A sua taxonomia não teria qualquer importância se estes não
tivessem envolvimento estrito com a regência e com a correcta redacção de textos formais,
para nova gramática, regência é um dos identificadores sintácticos dos pólos determinante e
determinado, o que significa que o domínio desta matéria também constitui base para a
própria interpretação objectiva de textos bem estruturados.
Mas, nos textos, são quase omnipresentes como pronome relativo, como conjunção integrante
e causal, ambos preposicionados ou pós-posicionados. Urge saber distingui-los.
O objectivo deste trabalho, é expor as características marcantes que nos levam a diferenciar
claramente estes três conectores, homógrafos e homónimos por meio do seu papel sintáctico,
inconfundível para os professores e alunos que se estribam na identificação dos pólos
determinante e determinado.
Fazendo menção à nota introdutória deste capitulo pretende-se desenvolver uma descrição
dos conceitos que achamos ser importantes em relação ao estudo das funções a partir de
conhecimentos criteriosos.
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Com o presente tema pretende-se identificar os factores que contribuem para a ocorrência do
fenómeno acima abordado. O trabalho contribuirá para a formação integrada dos alunos em
estudo como membros integrantes de uma sociedade. Dai torna-se necessário um
enquadramento teórico na descrição do pronome ‘’que’’, relativo, integrante, causal em
frases.
Com o presente trabalho pretende-se identificar os factores que contribuem para a ocorrência
do fenómeno acima abordado, desta feita contribuirá para a formação integrada dos alunos
em estudo como membros integrantes de uma sociedade. A abordagem do tema será feita
tendo em conta as obras de autores que antecederam este estudo daí que é necessário um
enquadramento teórico na explicitação do ‘’ que’’ relativo, integrante, causal em frases.
1.1.Tema
Uso do “ que” relativo, integrante, causal: em diferentes contextos frásicos: caso dos alunos
da 10ª Classe, curso diurno da Escola Secundária de Namicopo.
1.2. Justificativa
A nível individual notamos que estamos a debater um problema que preocupa aos alunos do
ensino secundário e de acordo com os objectivos específicos da pesquisa, propor
métodos/estratégias adequadas para o ensino da gramática, com vista à resolução do
problema identificado.
Na sociedade actual nota-se que muitos alunos a frequentarem a nível secundário não
apresentam certas habilidades esperadas segundo o programa da classe, no entanto, o presente
tema realça esta atitude negativa observada, sendo assim pretende-se descobrir os factores
que estão na origem da dificuldade dos alunos em distinguir o “ que ” relativo, do integrante e
causal.
Espera-se que o trabalho contribua sobremaneira para ajudar os docentes e alunos a resolver o
problema prevalecente.
1.3.Objectivos
1.3.1.Objectivo Geral
1.3.2.Objectivos Específicos.
1.4.Problematização.
Identifica o “que” que introduz as orações das frases que se seguem: 1- Só, vence o homem
que trabalha; 2- Sonho que sou um cavalinho andante; 3-Repita em voz alta, que não ouvi.
1.5. Hipóteses
Hipótese 1: A exiguidade de material de consulta quer por parte dos professores, quer por
parte dos alunos, sobretudo livros de gramática portuguesa, influencia na dificuldade para a
diferenciação do “que” em diferentes contextos frásicos;
Hipótese 3: A não realização de trabalhos de investigação pelos alunos faz com que os
mesmos apresentem dificuldades na distinção do “que” relativo, integrante e causal.
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A diferenciação do morfema “que” relativo, integrante e causal deve ser feita em contexto de
sua ocorrência na frase. Para esse efeito é fundamental ter em conta a divisão e classificação
das orações, com maior destaque para as orações subordinadas. A abordagem das orações
subordinadas, será feita tendo em conta os conteúdos e autores que antecederam esta pesquisa
que abordaram de forma exaustiva o fenómeno da subordinação relativa, integrante e causal
integradas em frases complexas.
De acordo com FIGUEIREDO (2001:87) a frase complexa é constituída por duas ou mais
orações.
Oração -Uma oração é uma unidade mínima construída por um sujeito e um predicado
(Idem:2001:86)
O autor que temos vindo a citar afirma que “ a ligação das orações faz-se por meio da
coordenação e da subordinação’’.Figueiredo (2001:87)
2.2.Orações subordinadas
Borregana (2010:243) afirma que as orações subordinadas “ são orações que se ligam a
subordinante por meio de uma conjunção ou locução conjuncional par completar o seu
sentido ou para caracterizar alguns dos seus elementos ou para fornecerem algumas
circunstâncias que rodearam a acção”
2.3.Construção de complementação
“As construções de complementação têm uma estrutura frásica comportando uma frase
completiva encaixada noutra frase. Mateus” e tal (1989:264).
Como se pode ver, o exemplo 1 o constituinte da frase subordinante que rege a completiva é
um verbo, em 2, um adjectivo, em 3 e um SN. Há assim três tipos de complementação:
Ex: Peço-te que venhas (complemento directo); Não é justo que tantos passem fome
(sujeito); o interessante é que ele voou (predicativo do sujeito)
Função do “que”
Segundo Teixeira at al, (2002:220), afirmam que os pronomes relativos estabelecem uma relação
entre o nome e aquilo que a seu respeito se vai dizer. O nome funciona como antecedente do pronome
relativo. Exemplo: Encontrei o animal que procurava. (Animal é antecedente).
Filha (2009), afirma que o “que” pode ter várias funções na oração; sujeito, pronome,
conjunção.
Para Matos (2010:209) o pronome relativo “que” inicia uma oração relativa, retomando o
antecedente. Alguns variam em género e número.
Azeredo, Olga et all, (2010:214) o pronome relativo tem, pois, uma dupla função substitui
um nome ou grupo nominal para o qual remete o antecedente e introduz uma oração
subordinada adjectiva relativa.
Borba (2002) regista três entradas para o termo que. A primeira como pronome relativo, a
segunda como conjunção subordinativa integrante e a terceira como abstracto de estado.
Interessa-nos a primeira e a segunda acepções, que: introduzem uma oração que expressa um
facto certo ou real e funciona como sujeito ou complemento da principal: Mas convém que o
senhor cria dúvida, aproveite para descansar o corpo; retoma o diário, na esperança de que
Carlos não venha me interromper, (Borba, 2002,1302).
Segundo Cunha (2005:346), o “que” usa-se com referência à pessoa ou coisa, no singular ou
no plural e pode iniciar as orações adjectivas restritivas e explicativas.
Castro, et all, afirmam que as conjunções, o sentido de que elas apresentam é bastante
variável, e só o próprio contexto permite identificá-las bem. A conjunção “que” por exemplo,
pode aparecer como final, causal e consecutiva.
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As orações causais exprimem uma relação de dependência semântica entre duas proposições,
A e B. Mas sob a designação de causalidade incluem-se diferentes valores. Um desses valores
tem a relação causa consequência. Por outras palavra A é uma causa de B e B é uma
consequência de A, se A for uma condição suficiente de B.(Mateus e tal 2006:711)
Aqui, o professor trabalha com os alunos as diversas funções sintácticas exercidas pela
conjunção “que”. São sugeridas alguns exemplos de orações, a seguir. Caso avalie ser
necessário, apresente e discuta outros exemplos com a turma.
Substantivo: Como substantivo, tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa, sendo
modificado por um artigo, pronome adjectivo ou numeral tornando-se monossílabo tónico
(portanto, acentuado). Pode exercer qualquer função sintáctica substantiva. Exemplo: "Meu
bem-querer? Tem um quê de pecado…" (Djavan).
Serve também para indicar a décima sexta letra do nosso alfabeto: Exemplo: Isto é um quê,
de queijo.
Interjeição: Exprime um sentimento, uma oração, um estado interior e, equivale a uma frase,
não desempenhada a função sintáctica. Como interjeição, a palavra Que (exclamativo)
também se torna tónica e deve ser acentuada. Exemplo: Quê! Não acredito
Partícula expletiva ou de realce: Sua presença neste caso, é um recurso expressivo, enfático
e sua retirada não prejudica a estrutura sintáctica da oração. Exemplo: Quase que eu não
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consigo chegar. Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que.
Exemplo: Eu é que não vou lá.
Variáveis
Masculino Feminino Invariáveis
Singular Plural Singular Plural
O qual Os quais A qual As quais Que
Cujo Cujos Cuja Cujas Quem
Quanto Quantos Quanta Quantas Onde
Note que:
O pronome que é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo
universal, é este onde o nosso estudo está centralizado.
Segundo a gramática básica da língua portuguesa, Textos autor Lda. (2003), as conjunções
integrantes iniciam uma oração subordinada que funciona como, sujeito, complemento
predicativo ou aposto de outra.
Borregana (1996:244, 245) afirma que, as orações completivas integrantes, são orações
dependentes do verbo da oração subordinante; servindo-lhe de complemento directo, ou de
sujeito, ou de predicativo de sujeito. Exemplo: peço-te que venhas (complemento directo);
Não é justo que tantos passem fome (sujeito); O interessante é que ele voou (predicativo do
sujeito).
Duarte (2012), afirma que muitas são as ocorrências linguísticas em que uma mesma palavra
pode desempenhar funções morfológicas e sintácticas distintas. O que fazer diante de uma
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realidade como esta, sobre a qual nos propomos a discutir? O facto é que temos de ser hábeis
para fazer a classificação correcta, afim de que possíveis equívocos não ocorram.
Partindo de tal prerrogativa, estabelecemos as funções do pronome "que", uma vez que ora
ele exerce o papel de conjunção integrante ora de pronome relativo. Nesse sentido, quais as
diferenças que demarcariam ambas as posições? Procurando responder a essa questão,
comecemos essa análise partindo de exemplos práticos: (É necessário que você venha ao meu
encontro).
Para descobrir se se trata de uma conjunção integrante (que) é só analisar que antes dele não
há um substantivo (haja vista que "necessário" é a palavra que o antecede). Portanto, ele não
faz o papel de substituto de nenhum termo. Neste caso, o "que" se classifica como uma
conjunção, pois introduz uma oração subordinada substantiva (sujeitava).
Borba (2002:1302) regista três entradas para o termo “que”. A primeira como pronome
relativo, a segunda como conjunção subordinativa integrante e a terceira como abstracto de
estado.
Interessa-nos a segunda acepção, "que": Introduz uma oração que expressa um facto certo ou
real e funciona como sujeito ou como complemento da principal: (Mas convém que o senhor
tire a duvida, aproveite para descansar o corpo).
Lima (2003) concorda com Cunha e Cintra quanto à classificação do que como conjunção
integrante e é ainda mais sucinta. Exemplo: percebi [que alguém entrou na sala].
Ferreira & Figueiredo (2009:38), afirmam que as orações subordinadas quanto à forma, isto
é, sendo a partícula que as introduz ou pelo predicado no infinitivo, particípio ou gerúndio,
classificam-se de varias formas e nos interessa neste caso as integrantes. Exemplo: Afirmo-te
que o não conheço, sei que os amigos são para as ocasiões.
Ferreira & Figueiredo (2009:40) afirma ainda que ainda as orações subordinativas
conjuncionais são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante "que" dando os
seguintes exemplos: É verdade que não conheço (sujeito); Creio que ela está doente
(complemento directo) que se reconheça ao menos isto: que a morte é a honra incerta
(aposto); A razão que davam para arribar foi que o mar estava muito agitado (Predicativo).
Catarino (2008) aborda que dá-se o nome de conjunção integrante a cada uma das conjunções
que iniciam as orações subordinadas como funções sintácticas de sujeito, objecto direito ou
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indirecto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração (são elas: que, se,)e
para a nossa acepção interessa-nos o "que". Exemplo: É preciso que os alunos estudem muito
para conseguir a aprovação. O sujeito do verbo ser é uma oração visto há um verbo em seu
interior, portanto o sujeito é denominado de oração subordinada substantiva subjectiva.
Esta oração é encabeçada pelo vocábulo "que", que é uma conjunção integrante.
2.7.2 Subordinação
Subjectivas: exercem função de sujeito. "É certo que a presença do dono o sossegava um
pouco. (M. Torga).
Objectivas Directas: exercem a função de objecto directo. "Não sei se padre Bernardino
concordará comigo." (O. Lara Resende)
Ferreira & Figueiredo (2009:42), afirmam ainda que a oração causal, exprime a razão, o
motivo ou o que dá lugar a um facto. Exemplo 1: Não digas mais, que já percebi tudo. A
conjunção "que" introduz uma frase subordinada causal, dependendo dela o modo verbal.
Exemplo 2: Não vou à praia visto que está a chover. (A causa de não ir à praia é o tempo
feio).
A conjunção que introduz uma frase subordinada causal, dependendo dela o modo verbal
(Frase 1), bem como carácter finito ou não finito da subordinada (Frase 2).
Para Nascimento (2011:216), oração subordinada causal é o que exprime a razão, o motivo, a
causa, a justificação da situação apresentada na subordinante.
Relvas, página 124, afirma que o “que” é, por vezes, conjunção causal, equivalendo a
porque.
Conclusão
Ao longo deste trabalho, procuramos um critério para a solução das dificuldades que
influenciam na dificuldade para a distinção do morfema “que” relativo, integrante e causal
em diferentes contextos frásicos: expondo conceitos e visões de certos autores que abordaram
o fenómeno do “que”relativo, integrante e causal.
Vistas as coisas nesta vertente a conclusão a que se pode chegar é que os factores que
condicionam as dificuldades apresentadas pelos alunos para a distinção do “que” relativo,
integrante e causal é a falta de bibliografia adequada para que os docentes planifiquem
convenientemente as suas aulas e os alunos possam consultar a consolidação dos seus
conhecimentos e como consequência essa falta de manuais tanto do professor como do aluno
inviabiliza o uso de estratégias e técnicas adequadas de ensino.
Nesta ordem de ideias o professor afigura-se como um sujeito estruturante, actuante e flexível
no processo de ensino e aprendizagem. Perante a imprevisibilidade e complexidade presente
na aula o professor sente a necessidade de raciocinar, prever, imaginar e tomar decisões mais
acertadas, para que a sua acção alcance os objectivos esperados e não impute culpas aos
alunos nem ao sistema nacional de educação.
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Bibliografia
CASTRO, Paulo M. José; MANUELA Parreira e VIEIRA Lopes Maria do Céu, Gramática
do Português Moderno, 3ª edição, Lisboa, 1991.
COSTA, Fernanda, MAGALHAS, Olga, Com Todas as Letras, Língua Portuguesa, 9º ano, 1ª
edição, Porto Editora, Portugal, 2008.
DEQUI, Francisco, distinção de “que” pronome relativo e “que” Conjunção integrante por
meio de técnicas neopedagógicas, XIV Congresso de Linguística e Filosofia, Faculdade de
Letras-UERY, 2010.
GIL, A.C. Como Elaborar um Método de Pesquisa, 4ª edição Atlas, São Paulo, 2002.
CUNHA, Celso e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 18ª Ed,
Portugal, 2005.
MATOS, João Carlos, Gramática Moderna da Língua Portuguesa, Escolar Editora, Lisboa,
2010.