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FÍSICA EXPERIMENTAL III - RELATÓRIO:

Instrumentos de Medidas
Lauro S. C. Neto*
Rodrigo R. S. Nascimento†
Departamento de Fı́sica; Universidade do Estado de Santa Catarina;
Centro de Ciências Tecnológicas; Joinville 89219-710, Santa Catarina, Brasil

Março de 2014

Resumo
Neste trabalho analisamos do ponto de vista experimental, dois tipos bem
conhecidos de circuitos elétricos, um circuito composto por resistores
em associação em série e outro composto por resistores em associação
mista. Obtemos os valores de corrente, diferença de potencial e resistência
elétrica de cada circuito utilizando um multı́metro digital. Ao final de
todo o processo, comparamos os valores obtido experimentalmente com
os valores previstos teóricamente, afim de verificar e por em prática os
conhecimentos adquiridos no decorrer das disciplinas envolvidas.

Palavras-chaves: Circuito Elétrico; Grandezas Elétricas; Instrumentos


de Medidas.

Lista de ilustrações

Figura 2.1 – Desenho esquemático de um galvanômetro. . . . . . . . . . 4


Figura 2.2 – Circuito elétrico de um voltı́metro. . . . . . . . . . . . . . . 5
Figura 2.3 – Circuito elétrico de um amperı́metro. . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 2.4 – Circuito elétrico de um ohmı́metro . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 3.1 – Esquema do circuito elétrico de três resistores em série. . . 10
Figura 3.2 – Esquema do circuito elétrico de três resistores em associa-
ção mista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
*
Email: lauro.sc@hotmail.com

Email: rodrigorsnascimento@gmail.com
Lista de tabelas

Tabela 3.1 – Valores das diferenças de potenciais em cada segmento com


seus respectivos erros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Tabela 3.2 – Valores das correntes com seus respectivos erros. . . . . . . 11
Tabela 3.3 – Valores das diferenças de potenciais em cada segmento. . . 11
Tabela 3.4 – Valores das correntes com seus respectivos erros. . . . . . . 12
Tabela 4.1 – Valor da diferença de potencial e os respectivos erros per-
centuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Tabela 4.2 – Valores das correntes e respectivos erros percentuais. . . . . 13
Tabela 4.3 – Valor da diferença de potencial e os respectivos erros per-
centuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Tabela 4.4 – Valores das correntes e respectivos erros percentuais. . . . . 14
Sumário

1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Instrumentos de Medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1 Galvanômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Voltı́metro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Amperı́metro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Ohmı́metro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Circuito com Resistores em Série . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2.1 Medida da Diferença de Potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2.2 Medidas da Corrente Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.3 Circuito com Resistores em Associação Mista . . . . . . . . . . 11
3.3.1 Medida da Diferença de Potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.3.2 Medidas da Corrente Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4 Discussão dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.1 Circuito com Resistores em Série . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.2 Circuito com Resistores em Associação Mista . . . . . . . . . . 13

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
A Demonstrações Matemáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
A.1 Diferença de Potencial de um Circuito em Série . . . . . . . . 16
A.2 Diferença de Potencial de um Circuito Misto . . . . . . . . . . 17
A.3 Corrente em um Circuito em Série . . . . . . . . . . . . . . . . 17
A.4 Corrente em um Circuito Misto . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Instrumentos de Medidas 3

1 Introdução
A ligação de componentes elétrônicos tal como resistores, capacitores e
indutores, de modo a formarem um caminho fechado para a corrente elétrica,
denomina-se circuito elétrico. A corrente em um circuito fechado pode produzir
vários efeitos: Luz, aquecimento, movimento, sons e etc, dependendo dos seus
componentes.
Circuitos são amplamente utilizados em aparelhos eletrônicos e de fun-
damental importância para a manutenção da vida moderna, de maneira que,
este simples relatório não seria fácilmente produzido sem o uso de um grande
número de circuitos que é encontrado em qualquer micro-computador. Outra
aplicação importante dos circuitos elétricos, é dada pela técnica de processa-
mento de sinais. Os sinais a serem processados nada mais são do que essenci-
almente tensões elétricas variáveis no tempo, que podem ser produzidas por
um microfone, por exemplo, ou em diversos tipos de transdutores usados para
medir pressões, temperaturas e várias outras propriedades fı́sicas.
Neste trabalho, trataremos de dois tipos bem elementares de circuitos,
analisando suas propriedades do ponto de vista experimental, discutiremos
seus aspectos mais fundamentais, bem como a forma de obter as suas medições.
Na sequência, introduziremos um breve histórico dos aparelhos usados
para medir grandezas fı́sicas associadas aos circuitos elétricos estudados, e
finalizaremos pondo em prática os conceitos envolvidos nestes instrumentos.

2 Instrumentos de Medidas
2.1 Galvanômetro
Os primeiros instrumentos para medir correntes elétricas apareceram
ainda em 1820 (USP, 2013), ano em que Öersted, fı́sico dinamarquês, mostrou
que elas podem provocar efeitos magnéticos, e eram conhecidos como galvanô-
metros de tangente. Consistia de uma bobina formada por várias voltas de fio,
que tinha que ser alinhada para que o campo magnético produzido no seu
centro estivesse na direção perpendicular ao campo terrestre. Uma bússola
era posicionada no centro da espira. Tem-se então dois campos magnéticos
perpendiculares, e a agulha da bússola vai apontar na direção da resultante;
a razão entre os dois campos é dada pela tangente do ângulo que a agulha
faz com o norte. Sabia-se que o campo magnético produzido é proporcional a
corrente; portanto a corrente é proporcional a tangente do ângulo, daı́ o nome
do aparelho.
Décadas mais tarde, em 1882, Jacques Arsène d’Ansorval, biofı́sico
francês, propôs um novo mecanismo, que tinha a vantagem de não depender
do campo terrestre e poderia ser usado em qualquer orientação (USP, 2013).
O galvanômetro d’Ansorval é baseado na deflexão de uma espira móvel devido
ao campo magnético de um ı́mã fixo instalado no aparelho. Outra grande
vantagem era a escala linear: o ângulo de deflexão era diretamente proporcional
à corrente percorrida. Por esses motivos o galvanômetro d’Ansorval é muito
Instrumentos de Medidas 4

utilizado ainda hoje, e é a base dos voltı́metros, amperı́metros e ohmı́metros


analógicos.
A Figura 2.1 mostra, esquematicamente, um galvanômetro de D’Ansorval:

Figura 2.1 – Desenho esquemático de um galvanômetro.

Quando uma corrente 𝐼𝑔 circula na bobina, o campo magnético do ı́mã


permanente produz um torque 𝜏 sobre ela, dado por:

𝜏 = 𝐶𝑛𝐵𝐼𝑔 (2.1)

Nessa equação, 𝐵 é o campo devido ao ı́mã permanente e 𝑛 é o número


de espiras da bobina. A constante 𝐶 é um fator que depende de como o
galvanômetro foi construı́do. O eixo da bobina é solidário a uma mola espiral;
quando a bobina gira de um ângulo 𝜃, a mola produz um torque restaurador
oposto ao produzido pelo campo, cujo valor é 𝐾𝜃. Uma posição de equilı́brio
é alcançada quando:
𝐾𝜃 = 𝐶𝑛𝐵𝐼𝑔 (2.2)
Logo:
𝐶𝑛𝐵
𝜃= 𝐼𝑔 (2.3)
𝐾
O ângulo de deflexão é proporcional a corrente que atravessa o gal-
vanômetro. O instrumento é tanto mais sensı́vel quanto menor for a corrente
𝐼𝑔 necessária para provocar um dado desvio 𝜃. Assim, os galvanômetros são
caracterizados pela corrente necessária para que o ponteiro atinja deflexão
máxima, de fundo de escala, 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 e por sua resistência interna, 𝑅𝑔 .
Conhecendo estes parâmetros poderemos determinar a tensão de fundo
de escala 𝑉𝑔 , que é a tensão sobre o galvanômetro quando o ponteiro está na
deflexão máxima e é simplesmente o produto da corrente de fundo de escala
pela resistência interna. Por exemplo, um galvanômetro com corrente de fundo
de escala de 50𝜇𝐴 e resistência interna de 1𝑘Ω possui tensão de fundo de escala
de 50𝜇𝐴 × 1𝑘Ω = 50𝑚𝑉 .
Instrumentos de Medidas 5

Se uma tensão maior que 𝑉𝑔 for aplicada diretamente aos terminais


do galvanômetro, a corrente que atravessará a bobina será maior que a cor-
rente de fundo de escala, o que provocará aquecimento excessivo da bobina e
conseqüentemente a falência do dispositivo.

2.2 Voltı́metro
Os voltı́metros analógicos são instrumentos de medida de tensão que
utilizam um galvanômetro como sensor (USP, 2013). Para poder medir tensões
maiores do que a tensão do fundo de escala do galvanômetro, é necessário usar
um divisor de tensão, que é nada mais que um resistor 𝑅 colocado em série,
como na Figura 2.2. Note que, com o resistor 𝑅, a tensão entre os terminais
fica dividida entre o resistor e o galvanômetro, por isso o nome “divisor de
tensão”.
Se entre os terminais da Figura 2.2 for aplicada uma tensão 𝑉 , a
corrente através do galvanômetro será dada por:
𝑉
𝑉 = (𝑅 + 𝑅𝑔 )𝐼𝑔 ∴ 𝐼𝑔 = (2.4)
𝑅 + 𝑅𝑔

Pela expressão (2.4) vemos que a corrente que flui através do galvanô-
metro é proporcional à tensão aplicada nos terminais do voltı́metro. Logo,
conhecendo 𝑅 e 𝑅𝑔 é possı́vel determinar a correspondência entre 𝐼𝑔 e 𝑉 (fa-
tor de escala), ou seja, temos um instrumento cuja deflexão do galvanômetro
reflete uma medida de tensão.

Figura 2.2 – Circuito elétrico de um voltı́metro.

Se a corrente máxima permitida pelo galvanômetro for 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 a má-


xima tensão que poderá ser medida pelo voltı́metro (usualmente denominada
alcance ou tensão de fundo de escala do voltı́metro) será:

𝑉𝑚𝑎𝑥 = (𝑅 + 𝑅𝑔 )𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 (2.5)


Instrumentos de Medidas 6

Em outras palavras, podemos escolher a resistência 𝑅 para construir


um voltı́metro com tensão de fundo de escala 𝑉𝑚𝑎𝑥 .
𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑅= − 𝑅𝑔 (2.6)
𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥

2.3 Amperı́metro
Amperı́metros são instrumentos de medidas de corrente que também
utilizam um galvanômetro como sensor (USP, 2013). Para permitir a medida
de corrente maiores sque a corrente de fundo de escala, é necessário usar
um divisor de corrente, que é nada mais que uma resistência 𝑅′ em paralelo
(Resistência de Shunt), como na Figura 2.3. A corrente 𝐼 que entra é dividida
entre a resistência 𝑅′ e o galvanômetro, por isso o nome de divisor de corrente.

Figura 2.3 – Circuito elétrico de um amperı́metro.

Se uma corrente 𝐼 circular entre os terminais da Figura 2.3, teremos:

𝐼 = 𝐼𝑔 + 𝐼 ′ (2.7)

O resistores 𝑅′ e 𝑅𝑔 encontram-se a uma mesma diferença de potencial,


i.e.:
𝑅′ 𝐼 ′ = 𝑅𝑔 𝐼𝑔 (2.8)
Podemos então ahar 𝐼𝑔 em função de 𝐼

𝑅′
𝐼𝑔 = 𝐼 (2.9)
𝑅′ + 𝑅𝑔

A corrente que efetivamente passa pelo galvanômetro é uma fração fixa


da corrente que atravessa o amperı́metro, de modo que podemos associar a
corrente do circuito diretamente com a indicação do galvanômetro conhecendo
o fator de escala 𝑅′ /(𝑅′ +𝑅𝑔 ). A corrente do fundo de escala pode ser calculada
colocando 𝐼𝑔 = 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥
𝑅′ + 𝑅𝑔
𝐼𝑚𝑎𝑥 = 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 (2.10)
𝑅′
Instrumentos de Medidas 7

Se desejarmos construir um amperı́metro para medir correntes de até


𝐼𝑚𝑎𝑥 a resistência 𝑅 deve ser
𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥
𝑅′ = 𝑅𝑔 (2.11)
𝐼𝑚𝑎𝑥 − 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥
O amperı́metro deve ser ligado em série a um circuito, no ramo em
que se deseja medir a corrente. Quando a corrente o atravessa, aparece uma
diferença de potencial, que pode afetar o funcionamento do circuito. Para mi-
nimizar isso, é preciso que a resistência interna do amperı́metro seja muito
baixa (muito menor do que a resistência total do ramo em que ele está inse-
rido). O amperı́metro consiste de dois resistores em paralelo. Sua resistência
interna é
𝑅′ 𝑅𝑔 𝑅𝑔 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥
𝑅𝑎 = ′ = (2.12)
𝑅 + 𝑅𝑔 𝐼𝑚𝑎𝑥
Mas 𝑅𝑔 𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 é a tensão de fundo de escala do galvanômetro
𝑉𝑔𝑚𝑎𝑥
𝑅𝑎 = (2.13)
𝐼𝑚𝑎𝑥
Isso significa que a resistência interna de um amperı́metro é inversa-
mente proporcional à corrente de fundo de escala. Usar o amperı́metro numa
escala maior torna a medida menos precisa (numa situação em que é possı́vel
usar uma escala menor), mas tem a vantagem de menor resistência interna.
Assim como no caso dos voltı́metros, é desejável ter um galvanômetro bastante
sensı́vel, com 𝑉𝑔𝑚𝑎𝑥 pequeno.

2.4 Ohmı́metro
Em princı́pio, a medida da resistência elétrica de um dado elemento
pode ser obtida simplesmente pela razão entre a tensão em seus terminais e
a corrente que o atravessa (USP, 2013). Sendo assim, é natural pensar que
um instrumento capaz de medir resistência elétrica seja uma “combinação”
de um voltı́metro, um amperı́metro e uma fonte de tensão para estabelecer
a corrente. Como podemos ver na Figura 2.4a, um ohmı́metro é constituı́do
destes elementos.
Para utilizar o circuito acima como ohmı́metro é necessário calibrá-lo,
o que pode ser feito de modo análogo aos casos anteriores. Se desejarmos medir
a resistência de um resistor 𝑅𝑥 , devemos conectá-lo ao ohmı́metro conforme
mostrado na Figura 2.4b. Das leis de Kirchhof se obtém as seguintes equações

𝑅𝑥 𝐼𝑥 + (𝑅′′ + 𝑅𝑔 )𝐼𝑔 = 𝑉𝑏 (2.14a)


′′ ′
(𝑅 + 𝑅𝑔 )𝐼𝑔 = 𝑅 (𝐼𝑥 − 𝐼𝑔 ) (2.14b)

Eliminando 𝐼𝑥 nas equações acima e resolvendo o sistema acima para


𝐼𝑔 obtêm-se
𝑉𝑏 1
𝐼𝑔 = ′′
(2.15)
𝑅𝑔 + 𝑅 1 + 𝑅𝑅𝑥
1/2
Instrumentos de Medidas 8

(a) (b)

Figura 2.4 – Circuito elétrico de um ohmı́metro

Onde 𝑅1/2 é dado por

𝑅′ (𝑅𝑔 + 𝑅′′ )
𝑅1/2 = (2.16)
𝑅′ + 𝑅𝑔 + 𝑅′′

Os dois limites para 𝐼𝑔 em função dos valores de 𝑅𝑥 são

𝑉𝑏
𝐼𝑔𝑚𝑎𝑥 = , para 𝑅𝑥 → 0 (2.17a)
𝑅𝑔 + 𝑅′′
e
𝐼𝑔𝑚𝑖𝑛 = 0, para 𝑅𝑥 → ∞ (2.17b)
Logo, quanto maior for o valor de 𝑅𝑥 menor será a corrente no gal-
vanômetro: a escala do ohmı́metro é invertida. O parâmetro 𝑅1/2 é conhecido
como fator de escala do ohmı́metro e, como pode ser verificado na Eq. (2.15),
corresponde ao valor de 𝑅𝑥 para o qual a corrente no galvanômetro é metade
de seu valor em curto (quando 𝑅𝑥 = 0). Portanto, a corrente no galvanômetro
e o valor da resistência 𝑅𝑥 estão univocamente relacionados através da Equa-
ção 2.15, o que significa que podemos determinar 𝑅𝑥 através de uma leitura
de 𝐼𝑔 .
O valor de 𝑅′′ deve ser ajustado para que a deflexão do ponteiro do
galvanômetro seja máxima quando 𝑅𝑥 = 0 (terminais do galvanômetro em
curto). Isso pode ser feito observando a Eq. (2.17a). Por exemplo, se tivermos
um galvanômetro com 𝑅𝑔 = 1𝑘Ω e fundo de escala 50𝜇𝐴, e usarmos uma pilha
de 1, 5𝑉 como 𝑉𝑏 , deverı́amos usar 𝑅′′ = 29𝑘Ω. Nos multı́metros analógicos
comerciais, esse ajuste pode ser feito externamente através de um cursor.
Feito isso, 𝑅′ pode ser escolhido para determinar o valor de 𝑅1/2 ,
definindo o fator de escala do ohmı́metro. A escolha adequada de 𝑅1/2 define
a precisão do ohmı́metro; a medida é mais precisa se 𝑅1/2 e 𝑅𝑥 forem da mesma
ordem de grandeza. Isso é fácil de perceber pela Eq. (2.15): se 𝑅𝑥 = 10𝑅1/2 , a
corrente no galvanômetro é 10% do valor máximo; se 𝑅𝑥 = 𝑅1/2 /10, ela é 90%
do valor máximo. É conveniente que a leitura não esteja nem muito próximo
do zero nem do valor máximo, e para isso 𝑅𝑥 e 𝑅1/2 devem ser da mesma
ordem de grandeza.
Procedimento Experimental 9

3 Procedimento Experimental
Nesta secção apresentaremos a montagem e os principais componentes
dos dois circuitos, bem como o procedimento para obter as medidas que os
caracterizam.

3.1 Materiais
1. Fonte de Tensão

2. Multı́metro Digital (1)

3. Resistor Linear (3)

∙ 𝑅1 = (68, 0 ± 5%)Ω
∙ 𝑅2 = (100, 0 ± 5%)Ω
∙ 𝑅3 = (470 ± 5%)Ω

4. Chave Conectora

5. Mesa de Testes

6. Fios Elétricos

7. Duas Pontas de prova

3.2 Circuito com Resistores em Série


Todas as medidas aqui relatadas, foram devidamente obtidas com o uso
de um multı́metro digital, cujos valores de incerteza de medida encontravam-se
no manual do próprio fabricante.

3.2.1 Medida da Diferença de Potencial


Em primeiro lugar, ajustamos o multı́metro digital no fundo de escala
de 200Ω para o registro das resistências elétricas de 𝑅1 , 𝑅2 e 2𝑘Ω para 𝑅3
sendo os valores de 𝑅1 , 𝑅2 e 𝑅3 com seus respectivos erros dado a seguir,

∙ 𝑅1 = (67, 4 ± 0, 1)Ω

∙ 𝑅2 = (99, 9 ± 0, 1)Ω

∙ 𝑅3 = (469 ± 1)Ω

Logo após, montamos a circuito da Figura 3.1 seguindo as instruções do guia


de laboratório
Procedimento Experimental 10

Figura 3.1 – Esquema do circuito elétrico de três resistores em série.

reajustamos então o voltı́metro para o fundo de escala de 20𝑉 e me-


dimos a tensão direto na fonte, registrando o valor de (10, 04 ± 0, 01)𝑉 , em
seguida, conectamos o circuito desligado juntamente com a fonte de tensão.
Uma vez com o circuito devidamente concetado, ligamos a fonte e a
chave do circuito para iniciarmos a obtenção de medidas, dessa forma, re-
gistramos os valores tensão sobre cada resistor, conforme a tabela 3.1 logo
abaixo.

𝐷𝐷𝑃 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡)
𝑉12 1, 06 ± 0, 01
𝑉13 2, 64 ± 0, 01
𝑉14 10, 07 ± 0, 01
𝑉23 1, 57 ± 0, 01
𝑉24 9, 00 ± 0, 01
𝑉34 7, 33 ± 0, 01

Tabela 3.1 – Valores das diferenças de potenciais em cada segmento com seus
respectivos erros.

3.2.2 Medidas da Corrente Elétrica


Ainda com o circuito da Figura 3.1 montado e com a fonte de tensão
ligada, medimos a corrente elétrica fluindo por cada ramo do circuito, nos
seguintes casos ilustrados pela Tabela 3.2.
Procedimento Experimental 11

Resistor em curto 𝐼(𝐴)


−− 0, 01545 ± 0, 00010
𝑅3 0, 0586 ± 0, 0010
𝑅2 0, 0185 ± 0, 0010
𝑅1 0, 0172 ± 0, 0010
𝑅3 e 𝑅2 0, 1408 ± 0, 0010
𝑅3 e 𝑅1 0, 0961 ± 0, 0010
𝑅2 e 𝑅1 0, 0211 ± 0, 0010

Tabela 3.2 – Valores das correntes com seus respectivos erros.

3.3 Circuito com Resistores em Associação Mista


3.3.1 Medida da Diferença de Potencial
Para esta parte do experimento, montamos o circuito ilustrado pela
Figura 3.2 logo abaixo,

Figura 3.2 – Esquema do circuito elétrico de três resistores em associação


mista.

onde foi possı́vel medir os valores da tensão como segue na Tabela3.3


na sequência.

𝐷𝐷𝑃 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡)
𝑉14 9, 95 ± 0, 05
𝑉23 4, 00 ± 0, 02
𝑉24 9, 94 ± 0, 05
𝑉34 5, 93 ± 0, 03

Tabela 3.3 – Valores das diferenças de potenciais em cada segmento.

3.3.2 Medidas da Corrente Elétrica


Analogamente a seção anterior, construimos a Tabela 3.4, contendo os
valores experimentais das correntes em cada um dos ramos com os resistores
Discussão dos Resultados 12

indicados em curto-circuito.

Ramos Resistor em curto 𝐼(𝑚𝐴)


0−1 −− 0, 0780 ± 0, 0010
1−4 −− 0, 0211 ± 0, 0010
2−4 −− 0, 0586 ± 0, 0010
0−1 𝑅1 0, 1166 ± 0, 0010
1−4 𝑅1 0, 0211 ± 0, 0010
2−4 𝑅1 0, 0986 ± 0, 0010
0−1 𝑅2 0, 1603 ± 0, 0010
1−4 𝑅2 0, 0211 ± 0, 0010
2−4 𝑅2 0, 1410 ± 0, 0010

Tabela 3.4 – Valores das correntes com seus respectivos erros.

4 Discussão dos Resultados


Aqui discutiremos algumas observações obtidas através das medidas
coletadas na secção anterior.

4.1 Circuito com Resistores em Série


Observando os valores contidos na Tabelas 4.1, percebemos que a ten-
são aplicada a cada resistor ou resistores associados, é dividida proporcional-
mente em todos os pontos do circuito,

Experimental Teórico Erro Percentual


DDP 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡) 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡) 𝜀(%)
𝑉12 1, 06 ± 0, 01 1, 07 ± 0, 01 0, 5
𝑉13 2, 64 ± 0, 01 2, 63 ± 0, 02 0, 3
𝑉14 10, 07 ± 0, 01 10, 00 ± 0, 05 0, 7
𝑉23 1, 57 ± 0, 01 1, 57 ± 0, 01 0, 2
𝑉24 9, 00 ± 0, 01 8, 93 ± 0, 04 0, 7
𝑉34 7, 33 ± 0, 01 7, 37 ± 0, 04 0, 5

Tabela 4.1 – Valor da diferença de potencial e os respectivos erros percentuais.

não obstante, o erro percentual obtido em relação ao valor teórico


é relativamente mı́nimo, o que garante um certo grau de confiabilidade nas
medidas obtidas.
A Tabela 4.2, contém os valores das correntes obtidas experimental-
mente e os valores calculados aplicando-se o modelo teórico,
Discussão dos Resultados 13

Experimental Teórico Erro Percentual


Resistor em curto 𝐼(𝐴) 𝐼(𝐴) 𝜀(%)
−− 0, 01545 ± 0, 0010 0, 01567 ± 0, 00008 1, 4
𝑅3 0, 0586 ± 0, 0010 0, 0595 ± 0, 0003 1, 6
𝑅2 0, 0185 ± 0, 0010 0, 01859 ± 0, 0001 0, 5
𝑅1 0, 0172 ± 0, 0010 0, 01754 ± 0, 0001 2, 0
𝑅3 e 𝑅2 0, 1408 ± 0, 0010 0, 01754 ± 0, 0007 4, 3
𝑅3 e 𝑅1 0, 0961 ± 0, 0010 0, 1000 ± 0, 0005 3, 9
𝑅2 e 𝑅1 0, 0211 ± 0, 0010 0, 0213 ± 0, 0001 0, 8

Tabela 4.2 – Valores das correntes e respectivos erros percentuais.

como neste caso de associação a corrente que atravessa o circuito é


sempre a mesma, teóricamente deve ocorrer um aumento da corrente a medida
que se elimina os resistores pondo-os em curto, este efeito foi bem observado
quando eliminamos 𝑅2 e 𝑅3 , que formam o par de resistores que detém o
maior valor de resistência equivalente associada dentre todas as combinações
de pares, resultando assim, no maior valor de corrente medido dentre as demais
associações. Análogamente, o menor valor é aquele tal que combina o maior
número de associações, ou seja, quando 𝑅1 , 𝑅2 e 𝑅3 estão associados.

4.2 Circuito com Resistores em Associação Mista


A Tabela 4.3, registra os valores obtidos experimentalmente e os va-
lores calculados através do modelo teórico. Observa-se aqui o mesmo padrão
da Tabela 4.1, no que tange o valor do erro percentual, portanto, a conclusão
segue a mesma daquele caso,

Experimental Teórico Erro Percentual


DDP 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡) 𝑉 (𝑉 𝑜𝑙𝑡) 𝜀(%)
𝑉14 10, 04 ± 0, 01 10, 00 ± 0, 05 0, 4
𝑉23 4, 05 ± 0, 01 4, 05 ± 0, 02 0, 1
𝑉24 10, 04 ± 0, 01 10, 00 ± 0, 05 0, 0
𝑉34 5, 99 ± 0, 01 5, 95 ± 0, 03 0, 6

Tabela 4.3 – Valor da diferença de potencial e os respectivos erros percentuais.

no entanto, como a configuração é ligeiramente diferente da anterior,


ou seja, possui uma associação em paralelo, é possı́vel perceber a caracterı́stica
comum a este tipo de associação comparando os valores de tensão entre os
pontos 1 − 4 e 2 − 4, para estes pontos, o valor da tensão é exatamente o
mesmo, como devidamente esperado.
Por fim, a Tabela 4.4, que registra os valores das correntes medidas ex-
perimentalmente e os valores das correntes calculadas para este caso, também
registra valores baixos para o erro percentual, mantendo o nı́vel de confiabili-
dade das medidas obtidas tal como nas medições anteriores,
Discussão dos Resultados 14

Experimental Teórico Erro Percentual


Ramos Resistor em curto 𝐼(𝐴) 𝐼(𝐴) 𝜀(%)
0−1 −− 0, 0780 ± 0, 0010 0, 0814 ± 0, 0004 4, 2
1−4 −− 0, 0211 ± 0, 0010 0, 0214 ± 0, 0001 1, 4
2−4 −− 0, 0586 ± 0, 0010 0, 0600 ± 0, 0003 2, 4
0−1 𝑅1 0, 1166 ± 0, 0010 0, 1219 ± 0, 0006 4, 4
1−4 𝑅1 0, 0211 ± 0, 0010 0, 0214 ± 0, 0001 1, 4
2−4 𝑅1 0, 0986 ± 0, 0010 0, 1005 ± 0, 0005 1, 9
0−1 𝑅2 0, 1603 ± 0, 0010 0, 1704 ± 0, 0009 5, 9
1−4 𝑅2 0, 0211 ± 0, 0010 0, 0214 ± 0, 0001 1, 4
2−4 𝑅2 0, 1410 ± 0, 0010 0, 1490 ± 0, 0007 5, 3

Tabela 4.4 – Valores das correntes e respectivos erros percentuais.

o fato a ser observado aqui é que como o circuito apresenta uma liga-
ção em parelelo a corrente que o atravessa varia de acordo com a resistência
equivalente envolvida.

Referências

USP. Instrumentos de Medidas Elétricas I: Voltı́metros, Amperı́metros e


Omı́metros. 2013. Apostila de Laborário de Eletricidade e Magnetismo.
Citado 4 vezes nas páginas 3, 5, 6 e 7.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Fı́sica 3:


Eletromagnetismo. 8a
¯ . [S.l.]: LTC, 2009. 419 p. Citado na página 16.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Fı́sica Básica 3: Eletromagnetismo. 1a¯ .
[S.l.]: Edgard Blüncher, 1997. 313 p. Citado na página 16.

SEARS, F. W. et al. Fı́sica III: Eletromagnetismo. 12a¯ . [S.l.]: Addison-Wesley,


2009. 425 p. Citado na página 17.
Apêndice A
Demonstrações Matemáticas 16

A Demonstrações Matemáticas
A.1 Diferença de Potencial de um Circuito em Série
Para deduzir as expressões que permitem calcular a diferença de po-
tencial de um associação de resistores em série, precisamos usar a Lei de Ohm
que é dada pela seguinte expressão

𝑉𝑎𝑏 = 𝑅𝐼 (A.1)

Onde, 𝑉𝑎𝑏 é a diferença de potencial entre os terminais 𝑎 e 𝑏 de um resistor de


resistência 𝑅 que é atravessado por uma corrente 𝐼.
Sabemos de uma associação de resistores em série, que a mesma cor-
rente 𝐼 atravessa todo o circuito (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009),
além do mais, a resistência equivalente 𝑅𝑒𝑞 em uma associação em série, é dada
pela soma algébrica dos valores das resistências contidas entre os terminais 𝑎,
𝑏 submetidos a diferença de potencial 𝑉𝑎𝑏 (NUSSENZVEIG, 1997).

Exemplo A.1. A Figura 3.1, ilustra uma associação em série de três resistores
de resistências distintas 𝑅1 , 𝑅2 e 𝑅3 . Se estes resistores estão submetidos a
uma diferença de potencial 𝜀 que faz passar por eles uma corrente 𝐼, então, a
resistência equivalente 𝑅𝑒𝑞 entre os terminais 1 e 4 é dada por

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 (A.2)

Pela Lei de Ohm temos que

𝑉14 = 𝐼𝑅𝑒𝑞 (A.3)

mas a diferença de potencial entre os terminais 1 e 4 é conhecida, e


vale 𝜀 ou seja,
𝑉14 = 𝜀 = 𝐼𝑅𝑒𝑞 (A.4)
Logo, a corrente que atravessa o circuito da Figura 3.1 em termos da diferença
de potencial 𝜀 e da resistência equivalente é
𝜀
𝐼= (A.5)
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
Assim, podemos generalizar o cálculo da diferença de potencial de um
circuito em associação em série com a seguinte expressão,
𝑅𝑎𝑏
𝑉𝑎𝑏 = 𝜀 (A.6)
𝑅𝑒𝑞

onde 𝑅𝑎𝑏 é a resistência equivalente entre os pontos 𝑎, 𝑏 do circuito

Exemplo A.2. Considerando ainda o circuito da Figura 3.1, 𝑉24 é dado por
𝑅24
𝑉24 = 𝜀 (A.7)
𝑅𝑒𝑞
Demonstrações Matemáticas 17

mas

𝑅24 = 𝑅2 + 𝑅3 (A.8a)
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 (A.8b)

Substituindo (A.8a) e (A.8b) em (A.7) obtêm-se

(𝑅2 + 𝑅3 )
𝑉24 = 𝜀 (A.9)
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
Procedendo-se desta forma, demonstra-se todas as combinações de re-
sistores para este circuito.

A.2 Diferença de Potencial de um Circuito Misto


Para o caso da diferença de potencial de um circuito contendo 𝑛 re-
sistores em uma associação em paralelo, a resistência equivalente é dada da
seguinte forma (SEARS et al., 2009),
1 1 1 1
= + + ... + (A.10)
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛

Considerando o circuito da Figura 3.2, a diferença de potencial em cada trecho


deve além de considerar o valor da resistência equivalente no trecho desejado,
deve também conhecer o valor da corrente, uma vez que a Lei de Ohm se
aplica. Ou seja, se quisermos saber a diferença de potencial entre os terminais
3 − 4, do circuito, devemos levar em consideração que a corrente neste trecho
vale 𝐼24 e a resistência equivalente é dada por somente 𝑅2 assim,

𝑉34 = 𝑅2 𝐼24
𝑅2
= 𝜀 (A.11)
𝑅1 + 𝑅2
Os demais cálculos de diferença de potencial para este circuito, deduzem-se
analogamente ao que foi explicito logo acima.

A.3 Corrente em um Circuito em Série


Podemos deduzir uma expressão que generaliza o cálculo da corrente
para um circuito em associação em série, levando em consideração que a cor-
rente neste circuito é sempre a mesma, então,
𝜀
𝐼= (A.12)
𝑅𝑒𝑞

sendo assim, qualquer combinação neste circuito que for dado unicamente pela
alteração da resistência equivalente, resultará num aumento ou diminuição da
corrente, ou seja, se adicionarmos mais um resistor de resistência 𝑅𝑛 a um
Demonstrações Matemáticas 18

circuito em série de resistência equivalente 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ... + 𝑅𝑛−1 , a


corrente se alteraria da seguinte forma
𝜀
𝐼= (A.13)
(𝑅1 + 𝑅2 + ... + 𝑅𝑛−1 + 𝑅𝑛 )
A expressão (A.12) ou (A.13), generaliza o cálculo da corrente para
qualquer circuito em série, a seguir vamos calcular um exemplo e os demais
são calculados de forma análoga.
Exemplo A.3. Considerando o circuito da Figura 3.1, supondo que 𝑅1 esteja
em curto, podemos calcular 𝐼1 (leia-se, corrente 𝐼 com resistor 𝑅1 em curto)
como
𝜀
𝐼1 = 0 (A.14)
(
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 )
>


A.4 Corrente em um Circuito Misto


Para o circuito com resistores em associação mista da Figura 3.2, po-
demos considerar a princı́pio duas correntes,
𝑉14
𝐼14 = (A.15)
𝑅3
𝑉24
𝐼24 = (A.16)
𝑅1 + 𝑅2
sendo 𝐼14 a corrente que parte do nó 1, passa pelo resistor 𝑅3 e entra no nó 4
já a corrente 𝐼24 , parte do nó 1 passa pelos resistores em série 𝑅1 e 𝑅2 e entra
no nó 4.
Os trechos entre os nós 1, 4 e 2, 4 encontram-se a um mesmo potencial
𝜀, isto é 𝑉14 = 𝑉24 = 𝜀, logo
𝜀
𝐼14 = (A.17a)
𝑅3
𝜀
𝐼24 = (A.17b)
𝑅1 + 𝑅2
assim, usando a lei das malhas e dos nós podemos calcular a corrente que
atravessa todo o circuito, nomeadamente 𝐼01 , segue que

𝐼01 = 𝐼14 + 𝐼24


𝜀 𝜀
𝐼01 = +
𝑅3 𝑅1 + 𝑅2
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
𝐼01 = 𝜀 (A.18)
𝑅3 (𝑅1 + 𝑅2 )
Usando as equações (A.17a) (A.17b) e (A.18), podemos calcular qualquer com-
binação de resistores do circuito da Figura 3.2, tomando como referência a
corrente que passa pelo trecho a saber.
A seguir vamos calcular alguns exemplos e os demais são calculados
de forma análoga.
Demonstrações Matemáticas 19

Exemplo A.4. Considerando o circuito da Fig. 3.2, podemos determinar 𝐼01,1


(leia-se, corrente 𝐼 que passa pelo ramo 0−1 com o resistor 𝑅1 em curto) como
0
𝑅
1 + 𝑅2 + 𝑅3
>
𝐼01,1 = 
0 𝜀 (A.19)
𝑅3 (
𝑅
1 + 𝑅2 )
>

A razão para escolhermos a Eq. (A.18) e não as outras duas, é o trecho


em que desejamos saber o valor da corrente. O próximo exemplo fica evidente.

Exemplo A.5. Ainda considerando o circuito da Fig. 3.2, podemos determi-


nar 𝐼24,2 como
𝜀
𝐼24,2 = 0 (A.20)
𝑅1 + 
𝑅>
2

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