Você está na página 1de 10

Módulo 6

Principais dúvidas de quem está começando

00:00:00 Mari: Olá, pessoal, bem-vindas, meninas, ao módulo 5 do curso online Eu ProgrAmo.
É uma alegria ter vocês aqui hoje, eu tinha certeza que vocês iam conseguir.
Meu nome é Mari, eu faço parte da PrograMaria, hoje eu sou COO da PrograMaria.
E a gente trouxe para fechar esse curso, que é para você dar os primeiros passos na tecnologia e
vir com a gente nessa jornada incrível pelo universo da programação.
A gente separou, separou não, a gente escolheu duas mulheres incríveis para falar sobre a carreira
de tecnologia principalmente de front-end.
Elas vão contar tudo sobre a trajetória, elas vão dar dicas, elas vão falar para vocês um pouquinho
sobre essa carreira que vocês estão começando agora, né.
A gente vive falando aqui no curso que é como se fosse uma maratona de 5km que vocês fizeram
uns 500 metros, então agora é se hidratar, comer aqueles gelzinhos e vamos embora.
Tenho certeza que vocês vão gostar muito dessa carreira, é uma carreira maravilhosa.
E sem mais delongas, vou trazer as meninas aqui, então bem-vindas, Gabi e Fabi, muito obrigada
por estarem com a gente, uhu!
Gabi: Obrigada.
Fabi: Obrigada.
M: As meninas vão se apresentar pra gente agora, então eu vou pôr a Fabi para se apresentar
primeiro, depois a Gabi.
Então Fabi, conta pra gente, quem é você na fila do pão?
F: Oi, pessoal, parabéns por ter chegado até aqui. Eu sou a Fabi, algumas de vocês me conhecem
como @frontfabi no Twitter, Instagram e tudo.
Eu sou fullstack developer na Creditas no horário comercial, e fora dele, eu atuo em comunidades
como o @womenthatreact e @perifacode, e também o @wakandrastreamer. É isso.
M: Perfeita. E agora Gabi. Gabi, quem é você?
G: Oi gente, tudo bom? Sou Gabrielle, sou tech lead desenvolvedora front-end na Gupy, no horário
comercial também, e fora do horário comercial além de ser mãe de quatro gatos, eu também organizo
o @womenthatreact, como entraram algumas mulheres neste momento de transição. E parabéns
por este momento, por terem chegado até aqui, estou muito feliz de ter vocês junto com a gente
neste mercado.

1
M: Perfeito, obrigada meninas. Acho que a gente pode começar a nossa entrevista. Hoje, pra vocês
entenderem, a gente vai fazer uma entrevista ping-pong com estas duas mulheres maravilhosas que
estão aqui, pra contar um pouco da trajetória delas.
Então a gente vai começar perguntando pra Fabi: como e por que você escolheu a carreira em
tecnologia? Tipo, como foi, porque aconteceu, conta um pouquinho pra gente lá do comecinho
F: Então, eu sempre fui uma criança muito curiosa, que adorava montar e desmontar coisas.
E a primeira vez que eu vi um computador, e faz muito tempo, eu tinha a idade do meu filho, de 4
para 5 anos. Eu vi aquilo, e eu não sabia o que é que era, entendia mais ou menos, mas eu decidi
que eu queria pra minha vida que ia trabalhar com aquilo, queria mexer com aquilo, queria saber
como que funcionava de cabo à rabo, sabe.
Então eu persegui aquilo a infância toda, todos os meus brinquedos tinham teclas, tinham botões.
E depois que veio a internet e tudo, eu fiquei fascinada, eu troquei uma festa de 15 anos pra ter o
meu primeiro computador.
Então minha decisão praticamente já estava tomada desde a primeira infância, e foi perseguir o
sonho mesmo. Saber como fazer para entrar, eu não sabia. Mas deu tudo certo.
M: Muito bom. A maioria das vezes a gente sente isso, um pouco, né. É tão difícil resolver qual
carreira a gente quer logo nos primeiros 18 anos, todo mundo tem que fazer aquela decisão de
faculdade e tudo o mais.
E tem muita gente que sabe desde pequenininha, e tem gente que vai fazendo, né, tipo a Fabi, que
sabe desde pequenininha, e tem muita gente que descobre no caminho, não é Gabi? Você quer
contar um pouco pra gente como foi a sua descoberta?
G: Opa, com certeza. Eu também tive uma paixão quando eu era criança por computador, e quando
veio a internet, tinha aqueles blogs, então aprendi um pouquinho de HTML e CSS na época, mas
aquilo meio que se perdeu, e eu fui seguindo outros caminhos, descobrindo outros hobbies, e fui
parar nas relações internacionais, que foi a faculdade que eu fiz.
E no meio do caminho eu percebi que, beleza, tem umas coisas aí que eu gosto, é legal, mas eu não
me vejo fazendo isso dali pra frente.
E quando eu me formei, eu resolvi que eu devia dar a chance pra uma coisa que realmente tocasse
meu coração, que me desse vontade de levantar da cama todo dia pra trabalhar.
00:05:03 E foi quando eu reacendi essa paixão por tecnologia, e desde então, nunca mais olhei pra
trás.
M: Sensacional, e olha só, duas maneiras de começar muito diferentes de vocês duas, apesar da
chama por dentro, desde pequenas, e aí já pegando este gancho, Gabi, como que foi começar a
estudar? Tipo, você estava fazendo uma faculdade diferente, você praticamente transicionou de

2
carreira pra tecnologia, como que foi este começo de estudos, que caminho que você pegou pra
conseguir começar a estudar tecnologia?
G: No começo é muito assustador, porque tem muita coisa pra aprender. Se você for pra internet e
pesquisar, tem “n” caminhos, “n” cursos, e o que eu resolvi fazer naquela época foi… eu realmente
transicionei de carreira, então eu dei um passo pra trás pra poder aprender, e eu resolvi ir pra internet
e tentar aprender sozinha.
E aí fiz curso de graça, fui caminhando aos poquinhos, eu lembro que comprei meu primeiro livro de
Javascript, e eu li o livro inteiro, um livro gigante, e eu fui aos poucos trazendo aquilo pra realidade,
então criar um repositório no github, eu comecei a escrever um pouquinho de código, colocar o
código online, e fui aos pouquinhos, perdi o meu primeiro emprego, fui trabalhando pra ganhar esse
conhecimento de forma a incrementar ao mesmo tempo em que eu estava trabalhando na minha
ansiedade de querer trabalhar, de entrar no mercado, e entendi que as coisas levavam um pouco
mais de tempo.
M: Legal. E você, Fabi, como foi? Você teve uma trajetória diferente, né? Já parece que já começou
desde o começo com a tecnologia. Como que foi essa decisão de que era a faculdade que você
queria fazer? O quanto você aprendeu?
F: Então, foi mais ou menos, porque no meu caso envolveram algumas variáveis, e essas variáveis
têm até relação com origens também. Porque “vai fazer tecnologia”, essas coisas são pra pessoas
que têm dinheiro, e não-sei-o-quê, sua mãe não vai conseguir te bancar neste curso e tudo. Mas
ainda eu tinha aquela vontade, sabe? De aprender, de tudo, desenhava muito bem, e naquela época,
eu decidi que ia ser design gráfico. E eu comecei a estudar muito sobre design, consegui entender
que pra você ser design você não precisa necessariamente saber desenhar, isso é bom, isso não é
um fator chave.
E foi uma caminhada, de muita descoberta, até eu entender que aquilo era pra mim também. Então
era época da blogosfera, era época de muitos fóruns, época do Orkut, e eu comecei a entender os
fóruns de HTML porque eu tinha um blog, e passava muito tempo nele, colocando coisas, colocando
efeitos e tudo. E eu comecei através dos fóruns mesmo, e através deles eu fui descobrindo todos os
cursos, porque sem referência nenhuma.
Eu descobri um livro que eu comprei, foi um livro de Ágil clássico, que eu não entendi nada. gente,
como é que eu estou aqui fazendo todos estes desenhos no blog, e eu vou pular pra isso aqui? Isso
não encaixa, sabe? Então eu fui caminhando com o HTML, CSS e Javascript, tinha aqueles template-
shops, cole o Javascript aqui, eu pegava e colava. Mas algum dia eu cismei que eu tinha que
entender o que aquilo fazia. Eu passei uns três dias lendo bastante, procurei Javascript na internet,
nos fóruns. Na época do código-fonte que eu comecei a procurar livros pra entender e referências
pra entender web.

3
M: mas então você não fez faculdade? Ou você fez faculdade de programação? Agora eu me perdi.
F: Ah, eu esqueci de falar da parte da faculdade. Eu fiz faculdade. Ainda tem esta parte! Eu fiz
faculdade enganada, porque eu não tinha referência. Então eu entrei na faculdade que era totalmente
voltada pra tecnologia da Calicom, era informação, era muita eletrônica, eram muitos circuitos
digitais, eletrônica, lógica. Então eu entendi os princípios, como funcionava uma máquina por dentro,
mas aquilo me frustrava porque eu queria programar, eu queria fazer sites, eu queria deixar as coisas
bonitas, a web estava evoluindo. Mas eu fui até o final e tudo, tecnologia da informação.
Mesmo não sendo aquilo, eu já tinha mais ou menos noção do que fazer pra chegar lá. Então a
faculdade me deu uma base muito forte de lógica e matemática
00:10: 01 Basicamente pra evoluir e entender o que é que eu queria dali pra frente.
M: Legal, e pensando nisso, vocês duas acabaram tendo caminhos diferentes no começo, mas
depois acabaram estudando muito sozinhas, e procurando referências na internet. Tem como vocês
dizerem um pouco mais, algumas dicas de como que foi estudar sozinha, como que foi trilhar este
caminho sozinha, e algumas referências que ajudaram vocês na época e que talvez ajudem vocês
hoje?
F: Estudar sozinha no início da web era muito complicado, porque pouca gente compartilhava
conhecimento. Quem compartilhava, não fazia de uma forma que fizesse a gente gostar, querer
aquilo. Então eu fui muito para os livros, eu vi uns sites, o site do Maujor me ajudou muito no início a
entender o CSS, como funcionava, se inverter alguma coisa já não funcionava como deveria, e
código-fonte. Eu fui muito por essa coisa dos fóruns, sabe, me ajudou bastante essa questão de o
compartilhamento, o início do compartilhamento de informação entre as pessoas mesmo, sem
depender de instituições nem nada.
M: E você, Gabi?
G: Eu venho de uma área que é muito teórica, muito voltada a livro, artigo, então no começo eu penei
bastante. Eu fui atrás de curso, eu por muito tempo fiquei me questionando se queria fazer uma
faculdade ou não, e este questionamento eu acho que ele só começou a desaparecer por agora,
depois de quase sete anos na área. Então uma coisa que eu aprendi, bem no começo, igual a Fabi
comentou. Hoje tem muito conteúdo online, tem muita comunidade pronta pra ajudar as pessoas.
Então como no começou eu bati muito a cabeça, aos poucos eu fui encontrando outros canais, então
o Twitter, por exemplo, é muito legal pra eu poder conhecer pessoas que vão jogar uma pílula de
conhecimento e aí a partir dali você já sabe mais ou menos o que pesquisar. Então hoje eu uso muito
o Twitter como fonte. Alguns cursos online de graça também que acho que podem ajudar a criar
aquela base de conhecimento. Ainda vou muito para os livros, gosto muito, tem bastante livro em
português, que ajuda bastante, e busco também pessoas referência pra poder me apoiar a descobrir
novos tópicos.

4
M: Legal, essa é uma coisa bacana de lembrar, que neste módulo as meninas vão ter acesso a um
mapa com várias referências de pessoas na tecnologia, de cursos, comunidades que elas podem
seguir, que vocês usaram muito e usam até hoje.
E acho que vai ser muito bom para vocês também fazerem a sua carreira na tecnologia, assim como
as meninas. Então vem aquela história do ombro de gigantes para você conseguir ver mais longe.
Então vamos usar o que a comunidade tem para nos ajudar né.
G: Com certeza.
F: É isso aí.
M: Muito legal. Gabi, conta pra gente um pouquinho mais do que você mais teve facilidade no
comecinho dos seus estudos, e o que foi a maior dificuldade que você teve, e o que você fez pra
superar isso.
G: Poxa, no começo acho que a maior facilidade que eu tive foi aprender a estudar, que não é
necessariamente uma coisa técnica, mas é aprender o que vai funcionar melhor pra mim, me ajudou
muito a priorizar. Então eu comecei a estudar bem sozinha, a fazer meus fichamentos, colocando
algumas coisas em prática, depois voltando pra teoria.
À nível técnico, HTML e CSS eram fáceis pra mim, porque eu tinha aquela bagagem lá no passado,
então eu senti que não estava bem do zero mesmo.
E de dificuldade, a maior delas foi sem dúvida a síndrome da impostora. Eu senti que eu não era boa
o suficiente, o que eu estava fazendo com a minha carreira, de eu ter uma carreira sólida de alguma
forma, de eu ter experiência, eu estava trabalhando, e poxa, o que eu estou fazendo aqui? Então
muitas vezes eu me questionei, eu achei muito difícil todo o caminho que eu tinha que traçar, e essa
pra mim foi a maior dificuldade.
E aí claro que envolve umas questões técnicas também, então como eu não fiz faculdade nessa
área, eu não tive muita base de matemática, de programação, eu tive que pegar lógica de
programação bem do início, o que é um if, o que é uma const, o que é uma variável.
00:15:01 Então isso foi difícil, acho que piorou um pouco a minha síndrome de impostora no começo,
e aos poucos eu fui ganhando conhecimento, acho que com calma as coisas foram fluindo.
M: E você Fabi, sua maior facilidade, sua maior dificuldade e como você fez pra superar.
F: Então a minha maior dificuldade, como eu peguei a faculdade sem base técnica nenhuma, minha
maior dificuldade, eu fui muito bem em lógica matemática, mas o que me deixou mais que eu tive
notas terríveis, enfim até conseguir melhorar isso, foi a virada de chave de lógica matemática para
lógica de programação.
Porque nessa faculdade que eu estudei era basicamente a mesma coisa, então não tinha tanta
diferença assim, então fui fazer algumas analogias, estudei muito sozinha, tive que adequar aí a
metodologia do ensino tradicional para algo que ficasse mais tangente, ficasse mais palpável para

5
mim. Mas a virada de chave da lógica matemática para lógica de programação foi muito difícil, mesmo
que sejam coisas muito parecidas elas divergem em muita coisa. E o que eu tive mais facilidade foi
associar essa essa trilha de HTML, CSS e JavaScript como coisas que poderiam ser feitas em
camadas para fazer uma coisa funcionar na web.
M: Muito legal, e acho que a gente chega num momento que vocês falaram um pouco como que
vocês decidiram entrar na carreira, como que foi o começo, as facilidades, as dificuldades que vocês
enfrentaram. O que vocês acham que é um conselho de ouro para as mulheres que estão começando
esses primeiros 500 metros da corrida de 5K que elas têm que fazer? O que vocês diriam a elas
como conselho de ouro pra elas começarem essa trajetória?
F: Bom, hoje em dia a gente tem uma rede de apoio grande à beça que não faz a gente desanimar,
porque quando a gente está estudando sozinha, eu percebo que o maior fator da gente desanimar é
não ter com quem compartilhar as conquistas. A gente fica um tempão se sentindo burra, e quando
finalmente a gente consegue fazer uma coisinha, por menor que seja, a gente guarda aquilo ali e não
tem ninguém pra comemorar junto. Acho isso bem importante, um fator motivador. E não desistir,
porque tem muita gente que ah, programa em duas semanas, é fácil. Não é fácil, mas quando você
pega o jeito, quando você começa a ver as primeiras coisas funcionando, aquilo ali te dá uma alegria,
te dá um ânimo muito grande pra continuar, e isso é constante.
M: legal, celebrar pequenas vitórias, né? Com certeza. E você, Gabi? Conselho de ouro para as
nossas mulheres.
G: Bem, em primeiro lugar, acho que ir devagar, e entender que as coisas levam um tempo pra
acontecer. Então a gente é constantemente bombardeada de novas tecnologias surgindo, existe até
uma brincadeira que existe um framework novo a cada dia, então vai com calma. A base não vai
mudar, e se for mudar, vai mudar aos poucos, você vai ser capaz de acompanhar. Também coloque
as coisas na rua, então coloque seu código à vista, receba feedback, entenda aquilo como uma forma
de melhorar, um presente pra sua evolução, não fique com vergonha de colocar aquele código que
você acabou de fazer que, poxa, a gente levou um tempão, não tem problema, coloca. E ainda vai
ser legal que no futuro você vai olhar pra trás e ver, olha esse código aqui, eu já melhorei tanto, sabe.
Então poder acompanhar essas vitórias e ir crescendo aos poucos. Vai ser muito legal.
M: E conta pra gente um pouquinho, Fabi, como que é este dia-a-dia. Sei que você trabalhou muito
tempo com front-end, trabalhou com infra também, hoje você é full-stack, mas como que é o dia-a-
dia da front-end, como que é o relacionamento com outros pares, com pessoas de outras áreas,
como que funciona isso?
F: Então, a gente trabalha numa equipe onde cada um faz uma coisa, e essas coisas se
complementam pra gente entregar uma coisa legal pra empresa. Então eu sou front, eu trabalho com

6
mais duas pessoas de front-end, trabalho com mais três pessoas de back-end, trabalho com uma
designer que trabalha com outros times.
00:20:00 Trabalho com pessoal de negócio que traz as coisas pra gente, o que a gente deveria fazer,
em que ordem a gente deveria fazer. Então a gente conversa muito, não tem só esta conversa entre
nós de front. Eu sou fullstack mas eu sou mais focada em front, a outra fullstack do meu time é mais
focada em back, mas atua em front também. Então a gente conversa bastante. Às vezes os meninos
do back-end tem uma coisa nova, e agente vai pra ver como funciona, a gente conversa bastante,
troca bastante, não somente sobre tecnologia mas do que a gente vai entregar propriamente dito. A
conversa é bem tranquila, suave entre todo mundo.
M: Legal, e você, Gabi? Hoje como techlead, sei que o início da sua carreira foi como front, mas hoje
você é techlead, então tem toda essa parte de liderança técnica também. Como foi pra você como
front, e o que você desenvolveu pra chegar até aqui?
G: Eu, assim como a Fabi, trabalho com produto, então muito do meu trabalho foi e ainda é pensar
em como resolver alguma dor de algum usuário nosso, até virar um software e depois a gente
transformar em uma parte nova de alguma coisa. Então também tem muita conversa. No começo eu
achava que meu papel ia ser colocar meu fone de ouvido e ficar escrevendo código sozinha, hoje eu
vejo que não é isso. Ele também tem esse momento, mas ele também tem momento muito grande
de pensar junto, criar novas ideias, discutir como aquele código vai ser colocado em produção, que
é quando a gente chama que ele chega até a pessoa que vai usar. E também tem o momento em
que a gente troca muito sobre tecnologia, e entende como é que um pedacinho de código que a
pessoa escreveu se junta com o meu. Então tem esse grande momento aí de ideação, pensando
sempre em resolver problemas. A gente escreve código como ferramenta, mas o objetivo é resolver
o problema de outra pessoa.
E sobre hoje, hoje além desse trabalho, que eu ainda faço bastante, de escrever código, correr com
as coisas de negócio, de traduzir um pouco dos termos técnicos para as dores que a gente encontra
nos nossos produtos, também tem uma parte de poder lidar com pessoas e ajudar elas a se
desenvolverem na carreira delas. Então é pensar também em estratégia, aí neste momento eu penso
muito mais na estratégia do nosso front-end, pra onde nosso front-end precisa crescer, como é que
a gente consegue difundir mais esse conhecimento, tem muita mentoria, tem muita discussão, tem
os [...] que é o momento onde as pessoas codam juntas. Tem de tudo. A gente quer resolver
problemas, mas a gente quer aprender uns com os outros.
M: Tem uma outra pergunta, que eu acho que a gente até pode juntar com essa, que são quais
outras habilidades que vocês tiveram que desenvolver e que vocês acham que as nossas
astronautas têm que desenvolver agora. Porque o curso online deu muito para elas essa parte do
código, né, então vamos aprender HTML, CSS, Javascript, lógica de programação. Mas quais outras

7
habilidades vocês acham que seriam interessantes delas perseguirem para conseguir uma boa
carreira de tecnologia? O que você acha, Gabi?
G: Então, eu acho que tem algumas habilidades que são fundamentais porque a gente escreve
código mas a gente também interage muito com outras pessoas, a gente tá escrevendo código, mas
a gente entrega algo de valor, né. A gente entrega produtos, soluções. E aí pensando nisso, tem dois
termos que são bastantes conhecidos, que são as soft e hard skills. Aí quando a gente fala de soft
skills, são aquelas relacionadas a você se relacionando com outras pessoas. Por exemplo, rede de
negociação, facilitação, comunicação, inteligência emocional. E uma que eu acho que é super
importante, e ela leva tempo para ser desenvolvida é a inteligência emocional, que é a capacidade
de você entender as suas emoções, sentir elas, porque elas são reais, mas entender como se
posicionar, como trazer os seus pontos pras outras pessoas e conseguir resolver o seu trabalho. E
eu sinto que acontece muito com a pessoa desenvolvedora, porque às vezes você está lá escrevendo
um código e, poxa, você não consegue terminar, e aquilo gera frustração. Então você parar, e
entender suas emoções, entender o momento de parar, de fazer outras coisas é super fundamental.
E tem as hard skills, que são as tipo, entender lógica de programação, Javascript, CSS, HTML, que
são essas habilidades duras. Nesse sentido, tem uma fundamental que é o que eu chamo de
problem-solving, a sua capacidade de resolver problemas.
00:24:58 Então você conseguir pensar em formas diferentes de debugar, de você entender como é
que seu código está funcionando passo-a-passo, entender cada linha do seu código, entender como
é que aquele dado está transitando, esse é super fundamental também.
M: Legal, e pra você, Fabi? O que você acha que são outras habilidades que nossas astronautas
deveriam desenvolver?
F: Algo que eu não desenvolvi lá no comecinho, e que ao longo do tempo eu fui observando que era
incrível e era fundamental, que é a comunicação. Você comunica quando você entrar na empresa
para você fazer uma entrevista. Você comunica quando você conhece seus colegas. Você comunica
quando você entregou a sua primeira task. Você comunica quando alguma coisa deu errado,
principalmente quando alguma coisa deu errado. Então você precisa comunicar muito bem para que
não haja ruído, para que não haja problema, a pessoa receber a mensagem que você está passando.
Então, poxa, eu tive um problema, de repente a pessoa poderia te ajudar, e porque você não explicou
aquele problema de uma forma que ela conseguisse entender -- eu faço um curso que diz que a
gente tem nove formas de falar a mesma coisa, então você entender outra coisa, não entender o
olhar do outro, como o outro se comunica, para você passar aquela mensagem para ele.
E tecnológico, respeitar os fundamentos de cada coisa que você está estudando, sabe. Muitas vezes
o olho brilha para “ah, quero aprender React logo”, “eu quero aprender Angular logo”, mas a gente
esquece que tudo isso compila para Javascript, tudo isso no fundo é JavaScript. A gente tem que

8
entender pelo menos os fundamentais, os princípios da linguagem para a gente se virar em qualquer
framework. Então a comunicação e fundamentos da linguagem são o fundamental para a gente.
M: Muito bom, e aí eu acho que pra fechar o nosso quadro, vocês podiam falar um pouquinho da
decisão que vocês tomaram na trajetória de vocês que hoje vocês tomariam diferente. Se vocês
fossem umas das nossas mulheres, das nossas astronautas do curso online, bem no comecinho da
carreira, tem alguma coisa que vocês fariam diferente? Alguma decisão que vocês tomariam outra?
Pode começar, Gabi.
G: Acho que eu teria pego mais leve comigo, eu me cobrei muito nesse começo, de eu preciso dar
conta de estar aprendendo um dia atrás do outro, eu não me dei tempo pra descansar, pra cheirar
as flores, e aproveitar aquele momento que eu estava aprendendo sobre tech, e realmente colocando
aquilo pra dentro, então acho que eu teria aproveitado mais esse momento.
M: Daora, e você, Fabi? O que você faria diferente?
F: Nossa, bastante coisa. Mas o principal, só me comparar, só comparar as minhas conquistas
comigo mesma. Cada uma, cada pessoa tem a sua jornada, tem o seu processo de aprendizado,
tem o seu tempo, e eu queria correr muito contra mim mesma, contra todo mundo. Eu queria abraçar
o mundo, eu queria aprender, eu queria ficar ninja em tudo o que aparecia, e eu nem sabia que
aquele tudo que eu tinha ali na frente dos olhos não era nem 1% de tudo que existia mesmo, sabe.
Então eu acabei querendo abraçar o mundo e eu acabava me frustrando porque eu não conseguia
aprender nada direito, e eu não tive foco. Transitei por N carreiras, não que isso não deva ser feito,
isso é uma coisa inclusive muito boa, que traz uma base gigantesca para a gente, eu carrego uma
base muito legal das outras áreas pelas quais eu passei. Mas eu acho que eu não tentaria abraçar o
mundo assim com tanta força. Eu tentaria desfrutar mais de cada fase, teria tirado mais proveito de
cada fase, porque é muito valioso cada conhecimento, cada passinho que você dá em cada em cada
fase da sua carreira, em cada fase de seus estudos, é muito legal.
M: Legal. É bem isso, né. Aproveitar a jornada porque ela é bem importante, e ela faz da gente o que
a gente é.
F: É verdade. E todo mundo fala, e isso é verdade, que a jornada é mais importante até do que a
chegada, né. Que às vezes onde você quer chegar ainda nem existe, como o nosso caso, quando
eu comecei front-end ainda não existia.
M: Perfeito. E quando a gente fala de tecnologia, é muito isso, né. Você trabalhar nessa fronteira do
desenvolvimento tecnológico te dá essa oportunidade de realmente fazer seu próprio caminho, né.
00:30:00 E acho que as nossas astronautas estão meio que fazendo isso aqui, realmente
desbravando o universo. Meninas, muito obrigada pela oportunidade, por vocês estarem com a gente
hoje.

9
Vocês, astronautas, lembrando, vocês terminaram o curso agora, e de novo, são os primeiros 500
metros de uma maratona de 5k que vocês vão fazer, e eu tenho certeza que vocês vão fazer muito
bem. Mas lembrem-se que este é apenas o começo, são os seus primeiros passos. Então assista a
este vídeo mais uma vez, preste atenção no que as meninas que já fizeram essa trajetória tem pra
te ensinar e pra contar. Seja gentil com você mesma, aproveite cada um dos momentos, procure
pessoas da comunidade que possam te ajudar e que façam da sua trajetória algo mais fácil e cada
vez mais agradável. A gente tem certeza que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na
tecnologia. Pra gente, especialmente na tecnologia. Então não deixe essa peteca cair, contem com
a PrograMaria. A gente vai colocar as redes sociais da Gabi e da Fabi aqui no vídeo, pra vocês verem
e acompanhá-las nas redes sociais (@frontfabi, @adgabi). E não se esqueçam que este módulo
também tem um mapa de trajetórias onde vocês vão ver quais são os caminhos que vocês podem
tomar dentro dessa carreira de tecnologia que está só começando agora. Então a gente vai mostrar
todos os caminhos que vocês têm a partir desse momento, além de listas de referências e três artigos
de mulheres que estão no front-end hoje e que fizeram muita coisa diferente e que podem contar um
pouquinho dos caminhos que elas escolheram.
Obrigada por escolherem o curso online do Eu ProgrAmo. Espero que tenha sido incrível, e a gente
vai quer ver você em todas as iniciativas da PrograMaria. Então não esquece de continuar seguindo
a gente nas redes sociais e de se inscrever na newsletter para receber todas as atividades, eventos
e iniciativas em primeira mão. Muito obrigada, e a gente vai se ver. Um grande beijo. Vamos dar
tchau, meninas.
Todas: Tchau.

10
Copy protected with Online-PDF-No-Copy.com

Você também pode gostar