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PEDRO II
2022
1. Quem foi Ferdinand de Saussure? Elabore, também, uma linha do tempo demonstrando os principais
feitos de Saussure dentro dos estudos da linguagem.
Ferdinand de Saussure (1857-1913) foi um importante linguista suíço, estudioso das línguas indo-
europeias, foi considerado o fundador da linguística como ciência moderna. Ferdinand de Saussure (1857-
1913) foi um importante linguista suíço, estudioso das línguas indo-europeias, foi considerado o fundador da
linguística como ciência moderna.
De volta a Paris, Ferdinand de Saussure foi nomeado professor de linguística histórica na École des Hautes
Études, onde lecionou especialmente Sânscrito, Gótico e Alto Alemão e, posteriormente Filologia Indo-
Europeia, permanecendo em Paris entre 1881 e 1891. Nessa época, participou ativamente dos trabalhos da
Sociedade Linguística de Paris.
Em 1891, Ferdinand de Saussure regressou para Genebra onde lecionou Linguística Indo-europeia, Sânscrito
e posteriormente o célebre curso de Linguística Geral, na Universidade de Genebra.
Seu reconhecimento veio com a publicação da obra póstuma “Cours de Linguistique Générale” (Curso de
Linguística Geral), publicado em 1916, três anos após sua morte. A obra foi compilada a partir dos
apontamentos de classe de seus discípulos e alunos suíços Charles Bally e Albert Séchehaye, que reuniram
os textos dos cursos ministrados por Saussure durante seus últimos anos na Universidade.
O livro “Curso de Linguística Geral” teve uma importância ímpar para linguística, pois além de estudar a
língua como elemento fundamental da comunicação humana, estabeleceu as bases de todos os estudos que se
desenvolveram posteriormente, sendo considerada decisiva para o estabelecimento da linguística moderna.
Ferdinand Saussure estabeleceu uma série de definições e distinções sobre a natureza da linguagem para
fundamentar suas afirmações:
O estruturalismo proposto por Saussure não apenas aponta as diferenças entre essas duas formas de
investigação, mas, sobretudo, registra a prioridade do estudo sincrônico sobre o diacrônico. Ou seja, para
Saussure, o linguista deve estudar principalmente o sistema da língua pois, para os falantes que não tem têm
informações acerca da história evolutiva de sua língua, a realidade dela é o seu estado sincrônico.
5. Defina os conceitos de Língua e Fala.
Seguindo as ideias de dicotomias de Saussure, a linguagem deve ser tomada como um objeto duplo, uma vez
que o “fenômeno linguístico apresenta perpetuamente duas faces que se correspondem e das quais uma não
vale senão pela outra” (Saussure, 1975:15). Assim sendo, a linguagem tem um lado social, a língua, e um
lado individual, a fala, sendo impossível conceber um sem o outro.
Para Saussure a língua é um sistema supraindividual utilizado como meio de comunicação entre os membros
de uma comunidade. Sua existência decorre de uma espécie de contrato implícito que é estabelecido entre
esses membros. Dai seu caráter social. Para Saussure, o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a
língua.
Diferentemente, a fala constitui o uso individual do sistema que caracteriza a língua. Nas palavras de
Saussure, é “um ato individual de vontade e de inteligência” (1975:22). Trata-se portanto, da utilização
prática e concreta de um código de língua.
De acordo com Saussure, a língua é a condição da fala, uma vez que, quando falamos, estamos submetidos
ao sistema estabelecido de regras que correspondem à língua. Portanto, o objeto de estudo específico da
linguística estrutural é a língua, e não a fala, sendo esta última tomada como objeto secundário.
6. Um dos postulados de base da linguística saussureana é que o signo é arbitrário. Explique o que
significa essa afirmação.
Que relação podemos observar entre a sequência “linguagem” e o sentido a ela atribuído. Quando nos
referimos a “livro” como “conjunto de folhas de papel capaz de guardar uma obra literária, científica,
artística, etc.”, haveria alguma motivação especial para a escolha desse termo (“livro”), e não a de um outro
qualquer?
Afirmar que o signo linguístico é arbitrário, como fez Saussure, significa reconhecer que não existe uma
relação necessária, natural, entre a sua imagem acústica (seu significante) e o sentido a que ela nos remete
(seu significado). Contudo, ele reconhece que a arbitrariedade é limitada por associações e motivações
relativas: assim, “vinte” é imotivado, mas “dezenove” não o é no mesmo grau, porque evoca os termos dos
quais se compõe, “dez” e “nove”. No entanto, esses exemplos são pouco numerosos e, como
observa Saussure, a língua é social, portanto, não está ao alcance do indivíduo nela promover mudanças.
7. A linguística saussureana reconhece o princípio de que todo o mecanismo linguístico repousa sobre
relações de dois tipos: sintagmáticas e paradigmáticas. Explique tal princípio.
Devemos entender como sintagmáticas as relações in praesentia, ou seja, entre dois ou mais termos
que estão presentes (antecedentes ou subsequentes) em um mesmo contexto sintático.
Essa análise pode se dar no nível fonológico, no nível morfológico e no nível sintático. No nível
morfológico, por exemplo, os morfemas se unem para formar a palavra.
Além das relações sintagmáticas que dizem respeito à distribuição linear das unidades na estrutura,
as línguas apresentam relações paradigmáticas.
As relações paradigmáticas manifestam-se como relações in absentia, pois para ela as línguas
apresentam relações associativas que dizem respeito à associação mental que se dá entre a unidade
linguística que ocupa um determinado contexto (uma determinada posição na frase) e todas as
outras unidades ausentes que, por pertencerem à mesma classe daquela que está presente, poderiam
substituí-las nesse mesmo contexto.
Assim, a palavra “livreiro”, por exemplo, está associada a elementos como “livro” e “livraria” a
partir do radical que está na base desses elementos. Bem como podemos estabelecer uma outra série
de relações paradigmáticas tomando como base o sufixo: “leiteiro”, “sapateiro”, “garimpeiro”, entre
outros.
Adotando uma perspectiva estruturalista, podemos afirmar, então, que o que permite o
funcionamento da língua é o sistema de valores constituído pelas associações, combinações e
exclusões verificadas entre as unidades linguísticas.
8. Quando queremos dizer que “El chico comió una manzana”, podemos, dependendo do contexto ou da
situação, afirmar que: “El chico probó una fruta” ou “Juan mordió la manzana” ou, ainda, “El chico comió el
fruto prohibido”.
O que nos oferece estas diversas possibilidades é:
a) ( ) o eixo sintagmático
b) (X) o eixo paradigmático
c) ( ) o desvio de significados
9. Primeiramente, assista ao vídeo “O xadrez e Saussure”, disponível no link:
Agora, responda: Para Saussure, a língua é um sistema articulado assim como o jogo de xadrez. Que
explicações são possíveis a partir dessa comparação?
Para Saussure (2006:104), “de todas as comparações que se poderiam imaginar, a mais demonstrativa é a
que se estabeleceria entre o jogo da língua e uma partida de xadrez”
Para Saussure, há, basicamente, duas coisas em comum: assim como o xadrez, a língua tem suas peças,
suas regras, suas regularidades. As peças ou elementos da língua são os signos linguísticos (uma palavra é
um signo, por exemplo), e as normas para as jogadas, isto é, a combinação dos signos é feita a partir de
regras, conhecidas (mesmo que inconscientemente) por todos os falantes de uma língua.
Outra observação de Saussure em relação à língua e ao xadrez é que, neste jogo, as peças podem ser feitas
de vários materiais – madeira, marfim, ouro ou outro qualquer, sem que isso altere o valor das peças, ou
seja, uma rainha vai ter sempre o valor de rainha, sendo de papel ou de diamante. Assim também ocorre na
língua, pois o modo como as pessoas pronunciam os signos (a sua realização vocal) não altera o valor deles.
Também podemos substituir uma peça perdida (como uma torre, que se extraviou), usando qualquer outro
objeto (até uma pedra), e o jogo pode acontecer sem problemas, desde que os jogadores convencionem
que a pedra tem o valor da torre, já que, segundo a postulação saussuriana, “a matéria de que são feitas as
peças conta menos do que a função que lhes é atribuída convencionalmente” (FARACO, 2005, p. 59).
Desse modo, no caso da língua portuguesa, o fato de alterarmos a pronúncia de uma palavra em razão do
sotaque de nossa região, não altera o valor que ela tem no interior do sistema linguístico. Segundo
Saussure, a substância sonora (os sons pronunciados) não intervém no valor dos signos.