Você está na página 1de 112

1

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

JÉSSICA PEREIRA LINS

PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA APLICADOS A UM


ANTEPROJETO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR LOCALIZADO NA
CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB

JOÃO PESSOA-PB
2018
2

JÉSSICA PEREIRA LINS

PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA APLICADOS A UM


ANTEPROJETO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR LOCALIZADO NA
CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB

Plano de Trabalho Final de Graduação, do Curso de


Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de
João Pessoa – UNIPÊ.

Orientador: Prof. Antônio Cláudio Massa

JOÃO PESSOA-PB
2018
3
4

L759p Lins, Jéssica Pereira.

Princípios da Arquitetura Bioclimática Aplicados a um


Anteprojeto Residencial Unifamiliar Localizado na Cidade de João Pessoa -
PB /
Jéssica Pereira Lins. - João Pessoa, 2018.
112f.

Orientador (a): Prof. Msc. Antônio Cláudio Massa .


Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) –
Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.

1. Arquitetura Bioclimática. 2 Clima.


3. Eficiência Energética. I. Título

UNIPÊ / BC CDU - 728.3


5

Agradecimentos

Ao meu Deus, a quem devo tudo o que tenho e sou. A minha família que
sempre me apoiou em especial minha mãe que não mediu esforços para que eu
realizasse esse sonho, aos meus amigos que acreditaram em mim e me apoiaram
mesmo quando eu pensei em desistir, as amigas de curso que sempre estiveram ao
meu lado enfrentando tudo sempre juntas desde o começo. Ao meu orientador pelos
ensinamentos que tive a oportunidade de aprender em cada orientação, pela
paciência e disponibilidade a me ajudar a desenvolver esse trabalho.
6

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo propor um anteprojeto residencial


unifamiliar aplicando os princípios da arquitetura bioclimática, localizada no
município de João Pessoa-PB. No desenvolvimento da proposta foi realizada uma
análise no clima da região para implantação do anteprojeto no local. As estratégias
articuladas em função do estudo do clima contribuem para o aproveitamento dos
recursos naturais disponíveis a fim de proporcionar conforto térmico para os
usuários. O foco é pesquisar soluções seguindo o conceito de eficiência energética
aliada a qualidade estética, com propósito de buscar através de técnicas de
conservação de energia desenvolver um anteprojeto eficiente com a intenção de
reduzir os impactos da construção sobre o meio ambiente. O estudo foi feito através
de revisão bibliográfica de arquitetura bioclimática, energias renováveis, eficiência
hídrica e clima local. O resultado alcançado foi uma proposta arquitetônica que
explora a ventilação natural, iluminação natural, materiais e técnicas construtivas
mais eficientes que reduzem o consumo de energia convencional na residência.

Palavras-chave: Arquitetura Bioclimática. Clima. Eficiência Energética.


7

Abstract

The present work aims to propose a single-family residential project applying


the principles of bioclimatic architecture, located in the municipality of João Pessoa-
PB. In the development of the proposal, a climate analysis was carried out in the
region for the implementation of the preliminary project at the site. The strategies
articulated according to the study of the climate contribute to the use of the available
natural resources in order to provide thermal comfort for the users. The focus is to
research solutions following the concept of energy efficiency combined with aesthetic
quality, with the purpose of seeking through energy conservation techniques to
develop an efficient design with the intention of reducing the impacts of construction
on the environment. The study was done through bibliographical review of bioclimatic
architecture, renewable energies, water efficiency and local climate. The result was
an architectural proposal that explores the natural ventilation, natural lighting,
materials and more efficient constructive techniques that reduce the conventional
energy consumption in the residence.

Keywords: Bioclimatic Architecture. Climate. Energy Efficiency.


8

Lista de Imagens

Imagem 1: Movimento da terra ao longo do ano ......................................................17


Imagem 2: Classificação climática ............................................................................21
Imagem 3: Carta Solar do município de João Pessoa-PB .......................................22
Imagem 4: Carta Bioclimática adotada para o Brasil ...............................................24
Imagem 5: Carta Bioclimática adotada para o Brasil ...............................................24
Imagem 6: Percentuais para cada estratégia bioclimática para Recife ...................25
Imagem 7: Predominância de ventos em João Pessoa ...........................................26
Imagem 8: Carta Bioclimática,destacando a cidade de Belém, PA. .........................27
Imagem 9: Ventilação Cruzada ...............................................................................30
Imagem 10: Ventilação Cruzada ..............................................................................31
Imagem 11: Umidificação .........................................................................................32
Imagem 12: Esquema ilustrativo do sistema de aproveitamento de água de chuva
...................................................................................................................................35
Imagem 13: Esquema de funcionamento de filtro para sistema de aproveitamento de
água de chuva ...........................................................................................................37
Imagem 14: Exemplo de um reservatório subterrâneo ............................................37
Imagem 15: Representação esquemática do sistema de reuso de águas cinzas . 38
Imagem 16: Representação esquemática sistema de zona de raízes.....................39
Imagem 17: Representação esquemática sistema de células fotovoltaicas ............40
Imagem 18: Localização da Casa Planalto ..............................................................43
Imagem 19: Integração de jardim e área social .......................................................44
Imagem 20: Esquema de orientação térmica e acústica .........................................44
Imagem 21 : Sistema de brises na fachada lateral direita ......................................45
Imagem 22: Estudo de Insolação e Ventilação ........................................................46
Imagem 23: Clarabóias ...........................................................................................46
Imagem 24: Planta Baixa Térreo ..............................................................................47
Imagem 25: Planta Baixa 1º Pavimento ...................................................................47
Imagem 26: Esquema Volumétrico ..........................................................................48
Imagem 27: Fachada Frontal ...................................................................................48
Imagem 28: Fachada Lateral Direita ........................................................................49
Imagem 29: Fachada Posterior ................................................................................49
9

Imagem 30: Fachada Lateral Esquerda ...................................................................51


Imagem 31: Cidade de Racine, localização da Ecohouse OS..................................52
Imagem 32: Implantação da Ecohouse OS Imagem 33: Ecohouse OS ...................53
Imagem 34: Planta Baixa Térreo ..............................................................................54
Imagem 35: Planta Baixa 1º Pavimento ...................................................................55
Imagem 36: Planta de Coberta .................................................................................56
Imagem 37: Ventilação Cruzada ..............................................................................56
Imagem 38: Ventilação Cruzada ..............................................................................57
Imagem 39: Fachadas ..............................................................................................57
Imagem 40: Fachada Frontal da Casa 01 ................................................................58
Imagem 41: Localização da Casa 01........................................................................59
Imagem 42: Portas internas em Bambu ...................................................................59
Imagem 43: Bambu como elemento de fachada ......................................................60
Imagem 44. Pergólas de Bambu ..............................................................................61
Imagem 45: Planta Baixa Térreo, Setorização .........................................................61
Imagem 46: Planta Baixa - Subsolo Técnico ...........................................................62
Imagem 47: Volumetria .............................................................................................63
Imagem 48: Fachadas ..............................................................................................64
Imagem 49: Organograma .......................................................................................65
Imagem 51: Localização dos lotes ..........................................................................66
Imagem 52: Mapa de Uso e Ocupação ....................................................................67
Imagem 53: Insolação e ventilação sobre os lotes ...................................................68
Imagem 54: Insolação e ventilação sobre os lotes ...................................................69
Tabela 5: Classificação de zona ...............................................................................74
Imagem 55: Zoneamento ..........................................................................................76
Imagem 56: Software Analysis SOL-AR ...................................................................77
Imagem 57: Cartas solares das fachadas do anteprojeto.........................................78
Imagem 58: Cartas solares da fachada norte ...........................................................79
Imagem 59: Carta solar da fachada Leste ................................................................80
Imagem 60: Carta solar da fachada Sul ...................................................................81
Imagem 61: Carta solar da fachada Oeste ...............................................................82
Imagem 62: Planta Baixa Térreo...............................................................................83
Imagem 62: Planta Baixa Mezanino .........................................................................83
Imagem 63: Corte .....................................................................................................83
10

Imagem 65:Corte com angulação fachada sul .........................................................84


Imagem 66: Carta solar da fachada sul setor social ................................................85
Imagem 67: Carta solar da fachada sul setor íntimo................................................86
Imagem 68:Corte com angulação fachada sul face da sala de jantar .....................87
Imagem 68: Carta solar da fachada sul face da sala de jantar ................................87
Imagem 69:Corte com angulação fachada leste face do setor íntimo .....................88
Imagem 70: Carta solar da fachada leste face setor intimo .....................................89
Imagem 71: Corte brise fachada leste ......................................................................90
Imagem 72: Corte beiral fachada leste .....................................................................90
Imagem 73: Carta solar da fachada leste face quarto de hóspedes ........................91
Imagem 74: Corte fachada leste face setor de serviço ............................................91
Imagem 75: Carta Solar fachada leste setor de serviço ..........................................92
Imagem 76: Planta Baixa fachada norte, face do setor de serviço...........................92
Imagem 77: Corte Fachada Norte, ângulos verticais................................................93
Imagem 78: Carta Solar fachada norte setor de serviço ..........................................93
Imagem 79:Planta Baixa brises verticais. .................................................................94
Imagem 80 :Corte beiral fachada norte. ...................................................................94
Imagem 81: Carta Solar fachada norte setor íntimo .................................................95
Imagem 82: Carta Solar fachada norte face do home theater ..................................95
Imagem 83 :Corte coberta de madeiral fachada oeste. ............................................96
Imagem 84 :Corte beiral de madeira fachada oeste..................................................96
Imagem 85: Carta Solar fachada oeste garagem .....................................................97
Imagem 86: Carta Solar fachada oeste face da cozinha ..........................................98
Imagem 87: Planta Baixa fachada oeste face da cozinha ........................................98
Imagem 88: Corte fachada oeste face da cozinha ...................................................99
Imagem 89: Carta Solar fachada oeste face da cozinha ........................................100
Imagem 90: Corte fachada oeste face da área de serviço .....................................100
Imagem 91: Carta Solar fachada oeste face da área de serviço ............................101
Imagem 92: Carta Solar fachada oeste face da área de serviço.............................101
11

SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................... 1
2. Referencial Teórico ................................................................................................. 4
2.1. Arquitetura Bioclimática .................................................................................... 5
-Radiação Solar .................................................................................................... 7
-Temperatura ........................................................................................................9

-Ventos .................................................................................................................9

-Umidade ..............................................................................................................9

-Conforto Térmico ...............................................................................................10

-Inércia Térmica ..................................................................................................10

2.2. Clima Tropical úmido ......................................................................................13

2.3. Estratégias Bioclimáticas ................................................................................14

-Ventilação Cruzada ..........................................................................................15

-Ventilação Natural por Diferença de Temperatura ...........................................15

-Umidificação .....................................................................................................15

-Iluminação Natural ...........................................................................................15

- Sistemas de Aberturas ....................................................................................16

-Sombreamento com Vegetação .......................................................................17

- Beirais .............................................................................................................17
2.7. Gestão das Águas Servidas ...........................................................................24

2.8. Energia Renovável .........................................................................................29

3. Procedimentos e Técnicas ....................................................................................32

3.1. Análise de Correlato ......................................................................................32

4. Procedimentos Metodológicos ..................................................................................

5. Memorial Descritivo ...............................................................................................41

4.1. Localização......................................................................................................41
12

4.2. Aspectos Legais .............................................................................................45

4.3.Organograma e programa de necessidades....................................................62

4.4 Partido Arquitetônico .......................................................................................75


4.7 Anteprojeto ......................................................................................................80
13

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda o tema eficiência energética e está inserido na área


de projeto arquitetônico, onde princípios da arquitetura bioclimática e técnicas
construtivas sustentáveis foram aplicados a uma residência unifamiliar.
O interesse nesse tema surgiu a partir da atual situação do planeta, já que
estamos vivendo em tempos onde o aquecimento global é uma realidade. O homem
tem tentado compensar os danos que tem causado ao planeta tentando diminuir o
impacto de suas ações no meio ambiente. Então, sabendo que as condições
climáticas de um local refletem em sua arquitetura. É muito importante estudar
formas e soluções de aproveitamento de elementos naturais (ventilação, iluminação,
temperatura e etc.) para tornar projetos de arquitetura eficazes em relação ao
consumo de energia e conforto dos usuários.
Diante das alarmantes agressões ao meio ambiente surgiu uma reação da
arquitetura reafirmando seus objetivos de gerência de desempenho para minimizar
os efeitos de todo o processo construtivo e funcional das edificações. Esse novo
seguimento surgido na década de 60 é chamado de ‘’Arquitetura Bioclimática’’.
Considerar os princípios da arquitetura bioclimática no desenvolvimento de um
projeto pode trazer benefícios tanto de caráter financeiro quanto ambiental. A
temática escolhida mostra como a arquitetura pode contribuir de forma eficiente em
relação ao meio ambiente utilizando recursos naturais na concepção do projeto, já
que 42% do consumo de energia elétrica do país têm como responsável as
edificações.
Diante deste panorama e da relevância da temática exposta, o anteprojeto
escolhido foi uma residência unifamiliar onde o conceito clássico vitruviano (solidez,
utilidade, beleza) foi utilizado. Como também estratégias da arquitetura bioclimática
foram aplicadas ao projeto para se obter soluções funcionais e estruturais que
minimizem os impactos da construção sobre o meio ambiente.
Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi desenvolver um anteprojeto
residencial unifamiliar localizado em João Pessoa-PB, onde foi aplicado princípios
da arquitetura bioclimática na concepção projetual. Para tanto, os objetivos
específicos são: pesquisa dos princípios da arquitetura bioclimática aplicado ao uso
residencial, através da análise climática local; Estudo dos elementos arquitetônicos
que contribuem para conforto térmico de edificações localizadas nos trópicos;
14

Estudo das estratégias de captação, exaustão e ventilação em ambientes


residenciais para o seu equilíbrio térmico; Estudo das técnicas de gestão das águas
servidas e energias renováveis.
Este trabalho está organizado em cinco capítulos, os quais abordam a
introdução, o referencial teórico, referencial projetual, metodologia do anteprojeto,
estudo preliminar, caracterização da área em estudo e aspectos legais.
O segundo capítulo apresenta toda uma pesquisa sobre a arquitetura
bioclimática, abordando os princípios da arquitetura bioclimática, além de listar
diversas estratégias de projeto para o clima em estudo, o clima quente e úmido.
O terceiro capítulo apresenta a análise de três referências de projeto onde a
arquitetura bioclimática foi aplicada. A primeira residência, a casa planalto cuja
edificação apresenta característica e aplicações que fazem parte da arquitetura
bioclimática. A segunda, Ecouhouse OS localizada nos Estados Unidos, apresenta
principios bioclimáticos e técnicas sustentáveis em seu projeto. A terceira, Casa 01
localizada em Santa Catarina, premiada nacionalmente por apresentar técnicas
eficientes em seu projeto.
Como procedimento metodológico foi realizado uma pesquisa bibliográfica para
facilitar o entendimento do assunto. Em seguida, foi feito a análise de projetos
correlatos, pesquisa de normas que se aplicavam ao projeto e por fim a elaboração
de diretrizes que condicionaram o projeto.
O quinto capítulo apresenta o estudo sobre o terreno escolhido para a
residência, com organograma, pré-dimensionamento, zoneamento e programa de
necessidades. Apresenta também características da localização em estudo,
mostrando, categorias como: uso e ocupação do solo, comportamento da incidência
solar e ventilação, principais vias de acesso. Normas e legislações foram utilizadas
para o desenvolvimento do anteprojeto: Código de Urbanismo, Código de Obras e
Plano Diretor.
O local escolhido para o anteprojeto foi o bairro Aeroclube, já que é uma área
de predominância residencial e apresenta potencial de aproveitamento de recursos
naturais para o projeto.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Arquitetura Bioclimática

A concepção bioclimática atua no projeto utilizando características locais


buscando auto-suficiência, também como valoriza as características regionais de um
lugar.

O objetivo do projeto de Arquitetura Bioclimática é prover um ambiente


construído com conforto físico, sadio e agradável, adaptado ao clima local,
que minimize o consumo de energia convencional e precise da instalação
da menor potência elétrica possível, o que também leva à mínima produção
de poluição (CORBELLA; YANNAS, 2003,p.37).

Desde os primórdios da civilização, os arquitetos se preocuparam com o


conforto térmico e o consumo de energia de forma racional nas edificações. Mas
esses valores foram esquecidos diante da expansão das técnicas construtivas e da
abundância de combustível barato (CORBELLA, 2003, p.16). As tecnologias
artificiais utilizadas para suprir necessidades de conforto nas edificações
substituíram as técnicas de aproveitamento dos elementos naturais para obtenção
de tal conforto.
Em 1973, com o aumento do preço do petróleo devido a primeira crise de
energia, gerou uma reação para a produção da edificação. Assim, surgiu uma
arquitetura que se preocupou em utilizar a energia solar nos edifícios para a
diminuição do consumo de energia convencional. Logo mais, surgiu arquitetura
bioclimática. Esta voltada ao meio ambiente e preocupada com a integração entre o
conforto ambiental e clima local (CORBELLA, 2003. p17).
A partir de análises sobre o custo das edificações, o autor Juan Mascaró (2004)
cita ‘’os ‘’caminhos térmicos’’ pelo qual o calor passa pela envolvente dos edifícios
que são eles a condução, a radiação e o movimento do ar. A partir disso pode se
adequar termicamente os edifícios de acordo com clima local. Algumas medidas
tomadas para adequação seria o isolamento por inércia térmica (massa), isolamento
por resistência e resistência térmica. Esses são alguns dos métodos que podem
servir de critério para decisões arquitetônicas relacionadas ao desempenho
energético das edificações.
16

Assim, é importante o conhecimento por parte dos arquitetos sobre os


métodos bioclimáticos, a fim de proporcionar ao projeto qualidade de conforto
integrada ao consumo eficiente de energia.

2.1.1 Radiação Solar

O sol tem grande influencia na temperatura global. Pois é, a principal fonte de


energia do planeta. A radiação solar é parcialmente absorvida pela atmosfera e pode
variar de acordo com a época do ano e a latitude como cita Schiffer e Frota (2003,
p.53). Já que a energia emita pelo Sol gera luz e calor, a partir disso, pode-se tirar
partido na concepção de um projeto para a economia de energia elétrica. Mas é
essencial conhecer as variáveis climáticas que influenciam nas edificações.
No plano de translação, a terra percorre uma trajetória elíptica, sendo que
esse eixo é inclinado, então, os hemisférios da terra recebem radiação em
quantidades diferentes. Assim, a posição da terra ao longo do ano define as
estações pelos solstícios de verão e inverno e pelos equinócios de primavera e
outono (imagem 1).

Imagem 1: Movimento da terra ao longo do ano

Fonte: https://www.gcfaprendelivre.org/blog/por_que_existem_as_estacoes_do_ano/1.do
17

Em relação aos solstícios. O Sol atinge perpendicularmente o Trópico de


Câncer, no seu percurso do Hemisfério Norte e atinge o Trópico de Capricórnio em
sua trajetória no hemisfério Sul, sendo Solstício de inverno se o ponto observador
estiver no hemisfério oposto ao Sol, e de verão se o ponto observador estiver no
mesmo hemisfério. O período de equinócio se caracteriza pela passagem do Sol
pelo equador terrestre, resultando na duração do dia igual à da noite em qualquer
ponto da terra cita Schiffer e Frotta (2003, p.56).
Três fatores influência na quantidade de radiação solar que a atmosfera
absorve, são eles: A lei do cosseno, a dissipação atmosférica e a duração da luz do
dia. A lei do cosseno é a relação entre o ângulo cosseno de incidência e a normal ao
plano da superfície. A dissipação atmosférica estar relacionada à altitude solar, o
trajeto da radiação é mais longo quanto menor a latitude, diante disso a quantidade
de radiação que chaga na superfície atmosférica é menor.

2.1.2 Temperatura do Ar

É a variável climática que esta relacionada aos fluxos das massas de ar, da
quantidade de radiação solar e altitude. Em relação aos fluxos de ar quando a
velocidade é pequena a temperatura vai ser influenciada basicamente pelos fatores
locais como topografia, altitude, vegetação e tipo de solo. Mas quando a velocidade
do ar é alta, a influência na temperatura é maior que as condicionantes locais como
cita Lamberts, Dutra e Pereira (2004, p.33).

2.1.3 Vento

As condições de vento em uma região podem apresentar variações de direção


e de velocidade em decorrência da diferença de temperatura entre as massas de ar,
o que gera o seu deslocamento da área de maior pressão para a área de menor
pressão cita Lamberts, Dutra e Pereira (2004, p.33). Com base na direção e
intensidade dos ventos o arquiteto pode orientar as aberturas de um projeto de
modo que se aproveite a predominância de ventos do verão e evite o vento do
inverno para torna os ambientes mais confortáveis para os usuários.
18

2.1.4 Umidade Atmosférica

A umidade do ar é resultado da evaporação das águas, também como


evapotranspiração da vegetação. Segundo CORBELLA e YANNAS (2003) a
umidade absoluta é a quantidade de água que contém no ar, definido na unidade de
gramas de água por quilograma de ar seco (g/kg). FROTA e SCHIFFER (2003)
citam a umidade relativa como porcentagem da umidade absoluta, pois é resultado
da relação da umidade absoluta com a capacidade máxima do ar de reter vapor
d’água. Essa capacidade de reter água é reduzida à medida que a umidade relativa
aumenta, quando a umidade chega a 100% o ar se torna saturado reduzindo a
capacidade de evaporação o que causa desconforto térmico, pois a umidade atua
diretamente na evaporação de suor da pele e na regulação da temperatura corporal,
o que significa que tem influência na sensação de conforto térmico e possui relação
com a temperatura, pois esta diminui conforme a umidade relativa aumenta.
Segundo LAMBERTS et al. (2004) é importante o arquiteto observar o
comportamento da umidade e temperatura ao longo do ano de uma região. Já que
em locais úmidos as temperaturas tendem ser atenuadas e em locais com ar seco
os dias tendem a ser quentes e as noites frias.

2.1.5Conforto Térmico

Conforto térmico é a sensação que o ambiente térmico reflete na pessoa. Pra


obter conforto térmico o homem precisa manter sua temperatura interna na ordem
de 37°C, o que significa que a troca de calor entre o individuo e o ambiente ocorre
sem maior esforço cita Schiffer e Frota (2003, p.17).
Corbellas e Yannas (2003) citam as variáveis que influenciam no conforto
térmico, que são:

 A temperatura do ar
 A umidade do ar
 A radiação infravermelha
 O movimento do ar
 A radiação solar
 Tipo de atividade do usuário
19

 Seu vestuário, idade e o sexo


 metabolismo

Diante disso, o projetista deve trabalhar com referência em todos os fatores


que podem refletir termicamente em uma edificação, para assim adotar decisões
que possam condicionar um melhor conforto para o projeto.

- Inércia Térmica

A inércia térmica é a capacidade de um material armazenar calor e devolver. A


inércia térmica depende das características térmicas da envolvente e dos
componentes construtivos internos cita FROTA e SCHIFFER (2003).

Ao conduzir o calor para outro extremo, o material retém uma parte no seu
interior, conseqüência de sua massa térmica. Quanto maior a massa
térmica, maior o calor retido, e este pode ser devolvido ao interior quando a
temperatura do ar for menor que a da superfície. (LAMBERTS, DUTRA e
PEREIRA, 2004, p.63)

Na arquitetura deve se aplicar materiais com um bom desempenho térmico


para manter a temperatura interna de uma edificação agradável. Pois evita grandes
oscilações no clima interior com o exterior.

2.2. Clima Tropical Úmido

Segundo a classificação climática de Köeppen (imagem 02), que é um sistema


utilizado para obtenção de dados climáticos, geográficos e ecológicos. João Pessoa
está na zona As: Clima Tropical úmido.
20

Imagem 2: Classificação climática

Fonte: <https://pt.wikipedia.org>, acesso em 06/06/2018.

Este tipo de clima é característico das regiões litorâneas do Brasil, onde as


temperaturas médias variam entre 18° C e 26°C. As chuvas são abundantes
(1.200mm/ano), concentrando-se no verão para as regiões mais ao sul e no
inverno e outono para as regiões de latitudes mais baixas (próximas ao
equador). A amplitude térmica varia de região para região. Mais ao norte,
semelhança entre estações de inverno e de verão (diferenciadas apenas
pela presença da chuva, mais constante no inverno) resulta em baixas
amplitudes térmicas ao longo do ano. Conforme a latitude aumenta, cresce
também a amplitude térmica anual diferenciando bem as estações.
(LAMBERTS et al. 2010, p.113)

As estratégias utilizadas e aplicadas ao projeto no presente trabalho são


referentes ao clima tropical úmido. E todos os dados climáticos expostos serão
levados em consideração para as decisões e partidos arquitetônicos a ser adotado,
a fim de se projetar uma residência adequada ao clima e onde a mesma possua as
vantagens em termos de eficiência que a arquitetura bioclimática pode apresentar.

2.3 Carta Solar


21

Corresponde a representação gráfica da posição solar na abóbada celeste,


pode ser definida através dos ângulos que variam de acordo com a hora do dia,
período do ano e para cada latitude específica.
Segundo LAMBERTS et al. (2004) o diagrama solar pode ser encontrado nos
sistemas de projeção: estereográfico, eqüidistante, ortográfico e gnomônico. Na
projeção estereográfica, as circunferências das alturas solares na abóbada celeste
se projetam como circunferências concêntricas cita FROTA e SCHIFFER (2003). A
projeção estereográfica será utilizada pela facilidade que possui em representar as
projeções das trajetórias solares.

Imagem 3: Carta Solar do município de João Pessoa-PB

Fonte: OLIVEIRA (2012).

Na imagem acima está representada a carta solar referente à cidade de João


Pessoa – PB, local destinado ao anteprojeto do presente trabalho, a qual apresenta
latitude 7,08º sul. É possível visualizar a trajetória solar durante os meses
representados como linhas curvas horizontais e as horas representadas como linhas
curvas verticais. As linhas que partem do centro da abóbada representam os
azimutes.
22

Com da leitura da carta solar pode-se prever o horário de insolação sobre


superfícies horizontais e verticais e determinar dispositivos de proteção solar se a
insolação for excessiva.

2.4 Carta Psicométrica

A aplicação dos métodos bioclimáticos proporciona ao projeto qualidade de


conforto integrada ao consumo eficiente de energia. Obtendo-se dados das variáveis
climáticas através da analise do clima local é possível identificar quais estratégias de
projeto poderá ser utilizada e assim reduzir o uso de soluções artificiais de conforto
térmico.
Em 1969 foi concebida a carta bioclimática de Givoni (imagem 04) que é uma
das importantes metodologias bioclimáticas adotadas para as condições climáticas
brasileiras. A carta propõe estratégias construtivas para adequação da arquitetura
ao clima. A mesma apresenta um diagrama psicrométrico onde o arquiteto pode ter
indicações sobre a estratégia a ser utilizada em seu desenho e relaciona os dados
da umidade relativa e temperatura associados a nove zonas:

1. Zona de conforto;

2. Zona de ventilação;

3. Zona de resfriamento;

4. Zona de massa térmica;

5. Zona de ar-condionado;

6. Zona de umidificação;

7. Zona de massa térmica para aquecimento;

8. Zona de aquecimento solar passivo;

9. Zona de aquecimento artificial.


23

Imagem 4: Carta Bioclimática adotada para o Brasil

Fonte: LAMBERTS (2004).

Ao estudar a carta psicométrica, analisaremos quais estratégias se adéquam


melhor ao clima da cidade de João Pessoa-PB local onde está inserido o
anteprojeto. Como a carta psicométrica de João Pessoa-PB não foi encontrada, será
utilizada a carta destinada á cidade de Recife-PE.

Imagem 5: Carta Bioclimática adotada para o Brasil

Fonte: LAMBERTS (2004).


24

Ao analisar a carta bioclimática acima, percebe-se que o clima de Recife está


na maior parte inserido na zona de ventilação. Segundo Lamberts o conforto térmico
atinge 31,6% das horas do ano e o desconforto , chega a 68,3% das horas do ano
sendo provocado pelo calor. As estratégias que se destacam são ventilação, massa
para resfriamento e resfriamento evaporativo. A imagem abaixo apresenta os
valores para cada estratégia indicada.

Imagem 6: Percentuais para cada estratégia bioclimática para Recife

Fonte: LAMBERTS (2004).

Pode-se observar que a ventilação resolve praticamente em sua totalidade o


problema do desconforto que corresponde a 67,9% das horas do ano (60,8% +
7,1%). Com isso é indicado promover aberturas com proteções solares e localizadas
onde há maior freqüência de ventos.
25

Imagem 7: Predominância de ventos em João Pessoa

Fonte: Projetee.

2.5 Zoneamento Bioclimático Brasileiro

A Norma de Desempenho Térmico das Edificações NBR 15.220 (ABNT, 2003)


apresenta o Zoneamento Bioclimático Brasileiro com diretrizes construtivas. Embora
direcionada a habitações unifamiliares de interesse social, tem como base a
adequação climática e otimização do desempenho térmico das edificações, assim,
pode ser aplicada a edificações de outros usos. A norma esta baseada no método
de Givoni e no método de Mahoney, apresenta estratégias para melhores condições
de conforto térmico das habitações unifamiliares.
De acordo com a NBR 15.220 (ABNT, 2003) o Brasil é dividido em 8 zonas
bioclimáticas, para cada uma destas zonas, formulou se diretrizes construtivas e
estratégias de condicionamento térmico passivo considerando os seguintes
parâmetros e condições: tamanho das aberturas para ventilação, proteção das
aberturas, vedações externas e estratégias de condicionamento térmico passivo.
26

Imagem 7 - Zoneamento bioclimático brasileiro.

Fonte: NBR-15220-3 (2003, p. 03).

No presente trabalho foi considerada a Zona Bioclimática 8, a qual pertence a


cidade de João Pessoa, conforme pode ser visto na figura acima. Na NBR 15220-3
é encontrada a carta bioclimática para a ZB 8 apresentando as características
climáticas referente as cidades desta zona.

Imagem 8: Carta Bioclimática,destacando a cidade de Belém, PA.

Fonte: NBR15220-3 (2003, p. 08).


27

Observando a carta bioclimática na imagem acima, nota-se que nas cidades


da zona 8, as estratégias mais usadas estão nas áreas F,I,K e J, que correspondem
as estratégias de ventilação, refrigeração artificial e desumidificação conforme
mostra na imagem a seguir as estratégias recomendadas para as 12 zonas das
cartas.

Imagem 8: Estratégias correspondentes as zonas da carta.

Fonte: NBR15220-3 (2003, p. 08).

É necessário destacar que, em uma mesma zona bioclimáticas podem haver


variações dentre as estratégias recomendadas. Diante disso a Norma especifica as
estratégias recomendadas para 330 cidades cujos climas foram classificados. A
cidade de João Pessoa a qual o clima será trabalhado está presente entre essas
cidades e as estratégias recomendadas incluem a ventilação e desumidificação
como mostra na tabela a seguir.

Tabela1: Estratégias recomendadas para a cidade de João Pessoa.

UF CIDADE ESTRATÉGIAS ZONA

PB João Pessoa FIJ 8

Fonte: NBR15220-3 (2003, p. 08).

Além da identificação das estratégias recomendadas para a cidade onde o


projeto será inserido, são apresentadas diretrizes construtivas para a ZB8
relacionadas à ventilação, ao sombreamento das aberturas, às vedações externas e
ao condicionamento térmico na tabela 2, com suas especificidades apontadas nas
tabelas 3 e 4.

Tabela 2: Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimática 8.

Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas


28

Aberturas para ventilação Grandes

Sombreamento das aberturas Sombrear aberturas

Vedações externas

Parede Leve refletora

Cobertura Leve refletora

Estratégias de condicionamento térmico passivo

Verão Ventilação cruzada permanente

Fonte: NBR15220-3. Edição: Jéssica Lins.

Tabela 3: Diretrizes construtivas para a Zona Bioclimática 8

Fonte: NBR15220-3. Edição: Jéssica Lins.

Tabela 4: Transmitância térmica, atraso térmico e fator de calor solar para cada tipo de vedação
externa.

Fonte: NBR15220-3. Edição: Jéssica Lins.

2.5 Estratégias Bioclimáticas

As estratégias bioclimáticas são soluções que refletem na edificação, de forma a


promover conforto térmico para o edifício. As estratégias de projetos apresentadas
29

serão as recomendadas a partir da análise da carta de Givoni e NBR 15.220 de


acordo com a zona climática local.

2.5.1 Ventilação Cruzada

Estratégia onde se explora a diferença de pressão do vento sobre a


edificação, fazendo com que o ar circule através das aberturas posicionadas em
zonas opostas de pressão. É essencial que a entrada de ar seja por aberturas
próximas ao piso onde o ar frio ou menos quente possa entrar e empurrar o ar
quente para aberturas em zonas de menor pressão, assim promovendo a constate
troca de ar do ambiente por convecção.

Esta estratégia é aplicável principalmente em regiões áridas, onde a


temperatura diurna é de 30°C a 36°C e a temperatura noturna se situa por
volta de 20°C. Mesmo que seja mais confortável, a ventilação diurna é
indesejável nesta situação, pois implica calor adicional a ser armazenado na
edificação, aumentando a temperatura interior noturna. O princípio
bioclimático se resume a controlar a ventilação durante o dia para reduzir o
ingresso de ar quente e incrementar a ventilação noturna, aproveitando o ar
mais fresco para resfriar o interior. (Lamberts, p107)

Imagem 9: Ventilação Cruzada

Fonte: <http://bioclimatismo.com>, acesso em 12/10/2017

2.5.2 Ventilação por Diferença de Temperatura


30

Estratégia que toma como partido a diferença de temperatura interna e externa


de um ambiente, onde o ar frio e mais denso entra através de aberturas inferiores
localizadas próximas ao piso e o ar quente e menos denso sobe e sai por aberturas
localizadas no teto (sheds, lanternins, clarabóias e etc.). Essa técnica possui melhor
desempenho quando as aberturas de sucção de ar estão posicionadas onde há
menor predominância de ventos permitindo assim uma troca de ar com maior
velocidade.

Imagem 10: Ventilação Cruzada

Fonte: <http://bioclimatismo.com>, acesso em 12/10/2017.

2.5.3 Umidificação

Técnica recomendada para climas que apresentam umidade relativa baixa


consiste em utilizar a evaporação da água de espelhos de água ou chafariz,
dispostos perto de aberturas onde a maior quantidade de brisa entra na edificação e
também utiliza áreas gramadas e arborizadas na parte exterior da casa ou
edificação para promover um clima mais ameno diminuindo a temperatura e
melhorando a umidade do ar.
31

Imagem 11: Umidificação

Fonte: LAMBERTS (2004).

2.5.4 Iluminação Natural

Através da energia solar pode-se dispor de vários sistemas onde o


aproveitamento da luz do dia pode ser utilizado para iluminar o interior das
edificações proporcionando qualidade na iluminação destes ambientes e redução do
uso de energia elétrica.

2.5.4.1 ESQUADRIAS

Sistema bastante comum em que portas e janelas formam um conjunto que


serve para a captação da luz natural e ventilação. A disposição correta desses
elementos visando aproveitar ao máximo a luz do dia e entrada de ventos
predominantes nos ambientes torna dispensável a utilização de iluminação artificial
durante o dia e reduz o uso de sistemas de resfriamento artificial.

2.5.4.2 SHED

Esse tipo de sistema de iluminação está posicionado na cobertura da


edificação, fornece iluminação indireta e serve como componente de exaustão do ar.
Sendo assim um sistema eficiente para aproveitamento da luz natural e a para
trocas de ar por convecção.

2.5.4.3 COBOGÓ
32

De grande o uso no nordeste do país, o cobogó possui várias funções


relacionadas ao conforto térmico, proporciona sombra e permite a ventilação e
iluminação natural nos ambientes além de possuir também contribuição estética, já
que apresenta uma diversificação de cores, materiais e formas.

2.5.5 Elementos de Proteção Solar

O sombreamento é desejável para o clima estudado como forma de controle


da radiação solar direta e consequente acúmulo de calor. A proteção das aberturas
assume então papel de destaque quando se busca diminuir os ganhos de calor.

2.5.5.1 BRISES

Dispositivos de uso externos as fachadas que barram a incidência da radiação solar.


Pode ser móvel ou fixo e permitir o controle da ventilação e iluminação natural. Seu
dimensionamento deve estar de acordo com as necessidades do projeto.

2.5.5.2 SOMBREAMENTO COM VEGETAÇÃO

Auxilia de forma eficiente no sombreamento das edificações, através do uso


de arvores de copas largas que protegem fachadas e coberturas da radiação solar.
Sendo necessário o planejar a disposição da vegetação de modo que se provoque
sombra nas fachadas onde ocorre maior incidência solar.

2.5.5.3 BEIRAIS

Parte saliente da coberta que protege a edificação das chuvas e da radiação


solar. Favorece sombreamento aberto permitindo a entrada de iluminação e
ventilação natural na edificação. “Áreas sombreadas e abertas desempenham a
função de filtros, de coadores da luz, suavizando suas asperezas e tornando-a
repousante, antes de atingir os ambientes internos”. (Holanda, 1976, p.15)
33

2.6. Gestão das Águas Servidas

O uso racional na utilização da água resulta em benefícios econômicos e


ambientais, pois se trata de um recurso natural indispensável e ao mesmo tempo
limitado que necessita de conservação.

É importante evidenciar a fragilidade do paradigma dominante do setor


habitacional, que utiliza os recursos naturais como se esses fossem
ilimitados, levando a situações de crise – como as observadas e as que se
projetam para o futuro, caso não sejam adotadas medidas prementes de
mudança desse modelo. Ressalta-se que, no contexto das mudanças
climáticas globais, a atmosfera aquecida tem levado a projeções de
cenários que indicam o aumento da temperatura, ocorrência de eventos
extremos, inundações e estiagens, os quais devem afetar os ecossistemas,
a economia e a saúde. (LAMBERTS et al. 2010, p.17)

A reutilização da água constitui uma estratégia eficiente para uso residencial,


pois reduz o consumo da rede pública de abastecimento. Esse método de
aproveitamento da água pode ser aplicado contemplando o reuso de águas pluviais
e o tratamento de águas residuais (águas cinzentas e águas negras).

2.6.1 Reuso das Águas Pluviais

Utilizar um sistema de reuso de águas provenientes das chuvas para utilização


residencial quando o consumo não se trata de água potável é uma alternativa que
reduz o consumo desnecessário de água potável. Esse sistema pode ser utilizado
para irrigação e limpeza cujo uso de água não potável seja permitido.

Segundo ALVES (2015) o sistema de aproveitamento de águas de chuvas é


constituído por:

 Superfície de captação: áreas que vão captar a água da chuva partir dos
telhados, terraços ou pátios;
 Sistema de transporte: condução da água da chuva por calhas e condutores
verticais;
 Dispositivos de filtração;
 Dispositivos de armazenamento;
 Sistema de distribuição: a água é distribuída por ramais através de bombas
ou por gravidade.
34

Imagem 12: Esquema ilustrativo do sistema de aproveitamento de água de chuva

Fonte: OLIVEIRA et al., 2007.

Segundo ALVES (2015), esse sistema é dependente da precipitação na região


onde for implantado e obriga que a rede esteja ligada a um sistema alternativo com
funcionamento tradicional, para assegurar o fornecimento de água em qualquer
situação.

2.6.1.1DISPOSITIVOS DE FILTRAÇÃO

Considerando que a água da chuva ao chegar área de captação perde a


qualidade, pois há o acumulo de impurezas. É essencial utilizar recursos para
bloquear a entrada de resíduos sólidos (folhas, poeira, dejetos de animais e etc.) nas
cisternas. Os resíduos removidos são direcionados para rede água pluvial.

Para a remoção de sólidos podem ser empregados filtros que, para esta
aplicação, são mais comuns os com meio filtrante inerte e com
granulometria variável. Vale salientar que estes equipamentos necessitam
de água para promover a lavagem do leito filtrante ou estes leitos precisam
ser trocados quando os interstícios intergranulares ficam preenchidos com
impurezas, causando perda de carga excessiva para o sistema hidráulico.
(LAMBERTS et al. 2010, p.40)
35

O filtro pode ser implantado na parte interior ou exterior da cisterna, é


necessário para reter os resíduos contidos na água e funciona conforme a figura
abaixo.

Imagem 13: Esquema de funcionamento de filtro para sistema de aproveitamento de água de chuva

Fonte: LAMBERTS (2010).

2.6.1.2 DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO

Os reservatórios podem ser enterrados ou superficiais, e constituídos por


diferentes materiais como: concreto, PEAD, aço inoxidável, alvenaria de tijolo e etc.

Imagem 14: Exemplo de um reservatório subterrâneo

Fonte: ALVES (2015).


36

Para dimensionamento adequado do reservatório é necessário considerar os


fatores de captação (m²), dados pluviométricos do local, coeficiente de escoamento
superficial e volume de água potável a ser substituída por água de chuva, cita
LAMBERTS (2010). Assim, o volume de água aproveitável pode ser calculado pela
equação: Va = P. A. C. N

Onde:

 Va é o volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável, em


litros (não confundir este volume de água com a capacidade do reservatório);
 P é a precipitação média anual, mensal ou diária, em mm;
 A é a área de captação, em m²;
 C é o coeficiente de escoamento superficial da cobertura, adimensional;
 N é o fator de captação, leva em conta a eficiência do dispositivo de descarte
de sólidos e a perda de água no dispositivo de desvio de água dos escoamentos
iniciais, caso este último seja utilizado.

2.6.2. Reuso das Águas Residuais

As águas residuais cinzas claras, são provenientes de banheiras, duchas,


lavatórios e máquinas de lavar roupa, necessitam de tratamento adequado para
reutilização. É uma alternativa que deve ser estimulada em sistemas residenciais,
pois minimiza o consumo de água potável contribuindo para uso sustentável da
água. A instalação de um sistema residencial de reuso de águas cinzas é
apresentada na imagem a seguir.
37

Imagem 15: Representação esquemática do sistema de reuso de águas cinzas

Fonte: OLIVEIRA et al., 2007.

Na imagem 15 o sistema de reuso é constituído por dois reservatórios, um


inferior e outro superior e a água é reutilizada na bacia sanitária e em uma torneira
de jardim. ’’(OLIVEIRA et al., 2007,p.13). É importante definir as utilizações das
águas residuais tratadas e dimensionar o reservatório de armazenamento no
processo de adoção de sistemas de reuso de água.

Os sistemas de utilização de águas cinzas das residências geralmente


envolvem tratamento biológico destes efluentes, que são posteriormente
armazenados em um reservatório com volume adequado, dimensionado
com base nas características ocupacionais da edificação, na contribuição de
efluentes gerados e na demanda de água de reuso. As instalações
hidráulicas de um sistema de reuso de águas devem ser absolutamente
separadas das instalações hidráulicas de água potável, sendo proibida a
conexão cruzada entre elas (LAMBERTS et al. 2010, p.33 e 34).

Uma técnica de tratamento que pode ser empregada no tratamento dos


efluentes destinados a reuso é o de zona de raízes ou wetland. Segundo OLIVEIRA
(2007), trata-se de um sistema que utiliza as características filtrantes do solo para o
tratamento dos efluentes. É composto por uma vala que possui camadas de areia,
pedras de diversas granulometrias e um preparo de solo alcalino. Estão dispostos
drenos na cota mais profunda e dispersores na camada mais superficial. A imagem
a seguir apresenta um corte esquemático do sistema de raízes.
38

Imagem 16: Representação esquemática sistema de zona de raízes

Fonte: LAMBERTS (2010).

No projeto residencial, as águas cinzas claras são direcionadas para o tanque


de zona de raízes e depois conduzidas para o reservatório inferior e em seguida
recalcadas para o reservatório superior e assim distribuídas para irrigação dos
jardins e descarga dos vasos sanitários da casa.
No processo de tratamento dos efluentes domésticos é importante separar a
água proveniente dos vasos sanitários (águas negras) e da pia da cozinha (águas
cinzas escuras) pois apresentam uma grande quantidade de elementos orgânicos e
coliformes fecais tornando seu uso inapropriado mesmo com o tratamento biológico,
cita LAMBERTS (2010). É necessário que esses afluentes passem primeiro por uma
fossa séptica para remoção de parte da carga orgânica e depois para o tratamento
de zona de raízes antes de serem lançados para a rede de esgoto. Esse processo é
feito no intuito de diminuir a poluição pelos efluentes gerados.

2.7 Energia Renovável

Nos dias atuais, com o aumento da demanda energética e a preocupação com


natureza , há um crescente desenvolvimento de fontes de energia renováveis, que
39

causem menos impacto ao meio ambiente. Algumas soluções tradicionais de fontes


renováveis são o uso de células fotovoltaicas e turbinas eólicas.

2.7.1 Células Fotovoltaicas

Trata-se de um sistema que utiliza a radiação solar para conversão em energia


elétrica, consiste em uma solução eficiente já que o sol é uma fonte inesgotável de
energia e apresenta um grande potencial para produção elétrica.

Como a luz do sol está universalmente disponível, os dispositivos


fotovoltaicos podem fornecer eletricidade sempre que necessário. Como
essa fonte de energia durará centenas de milhares de anos e é muito difícil
interferir no seu fornecimento, muitos acreditam que as células fotovoltaicas
(ou sistemas fotovoltaicos – FV) se tornarão a maior fonte de energia no
mundo no longo prazo (ROAF. 2014, p 156).

As células fotovoltaicas são feitas para serem utilizadas em ambiente externo


funcionando por 30 anos ou mais sob efeito dos agentes climáticos. Sendo integrada
a construção, com a função de gerar energia e também pode ser um elemento
arquitetônico na cobertura de telhados, paredes, fachadas ou janelas RÜTHER
(2004). Funcionam através de uma estrutura de materiais semicondutores que são
responsáveis pela conversão da radiação luminosa em eletricidade absorvendo a
energia do sol contida nos fótons, transferindo parte para os elétrons que se
movimentam gerando assim energia elétrica PEREIRA (2017). Na imagem a seguir
mostra o esquema de funcionamento de uma célula fotovoltaica.

Imagem 17: Representação esquemática sistema de células fotovoltaicas

Fonte:< bibliblogue.wordpress.com>, acesso em 20/05/2018.


40

ROAF (2014) destaca as vantagens do uso de células fotovoltaicas que são:

 Não emite CO2, NOX, ou SO2;


 A produção de painéis de silício não é tóxica;
 Retorno financeiro de 2 a 5 anos, sendo que os painéis apresentam garantia
de 20 anos;
 A energia é gerada in loco; assim, há poucas perdas com transmissão;
 São silenciosos;
 Requerem pouca manutenção;
 Podem fornecer energia para distantes lugares das redes publicas de energia
elétrica;
 São transportáveis;
 Podem fornecer energia durante blecautes.
41

3. Referências Projetuais

3.1. Análise de Correlatos

Com a finalidade de compreender o tema, foi realizada uma análise, para


interpretação dos princípios aplicados a um projeto residencial. A análise do projeto
foi feita a partir do método desenvolvido pelo autor Geoffrey H. Baker (Análise da
Forma, 2ª Ed.1986). Esta metodologia se baseia em 6 parâmetros:

 Genius Locci (inserção);


 Iconologia (referências);
 Identidade (contexto);
 Significado do Uso (programa);
 Movimento e Geometria (configuração);
 Estrutura (técnicas).

Fonte: Jéssica Lins, 2018.

3.1.1 Casa Planalto

 Projeto Arquitetônico: FCstudio


 Localização: São Paulo - Brasil
 Início do projeto: 2012
 Conclusão da obra: 2013
 Área do terreno: 800m²
 Área construída: 600m²
42

Imagem 18: Localização da Casa Planalto

Fonte: Google Maps. Edição: Jéssica Lins

Localizada no Planalto Paulista, o acesso a residência se da por três


principais vias, a Avenida dos Bandeirantes, Avenida Washington Luís e Avenida
Indianópolis (imagem 14). O bairro onde está implantada é de predominância
residencial e faz fronteira com o Aeroporto de Congonhas.

Iconologia

Uma das diretrizes projetuais estabelecidas foi à integração das áreas sociais
ao jardim permitindo assim criar um ambiente bucólico, agradável e contemplativo
(imagem 19). Também como implantar no projeto soluções sustentáveis referentes
às necessidades e a funcionalidade da obra. O partido arquitetônico define a
orientação da casa de modo que favoreça um melhor aproveitamento das
condicionantes naturais para conforto térmico e acústico.
43

Imagem 19: Integração de jardim e área social

Fonte: http://www.fcstudio.com.br/projeto/49

Identidade

Propor uma arquitetura bioclimática foi o objetivo do arquiteto para a


concepção do projeto desta residência eficiente energeticamente. O ponto de partida
foi considerar a incidência solar para distribuição dos espaços e dos elementos
formais que estabelecem a identidade arquitetônica.

Significado de Uso

Para proporcionar conforto térmico e acústico, a residência foi orientada


estrategicamente com a fachada sul fechada, a fim de amenizar ruídos provenientes
de uma via movimentada (imagem 20).
44

Imagem 20: Esquema de orientação térmica e acústica

Fonte:http://www.fcstudio.com.br, acesso em 25/05/2018.

A fachada lateral direita possui amplas aberturas para a captação de ventos,


também como brises verticais pivotantes, com esses sistemas pode-se controlar a
entrada de sol e garantir a circulação de ar nos ambientes internos (imagens 20 e
21). As aberturas tem grande utilidade para o conforto, permitindo ventilação natural,
ganho de calor solar, iluminação e contato com o exterior como cita Lamberts
(2003). Na residência também é adotado um sistema de aquecimento solar para
aquecer as águas servidas através da absorção de calor por placas solares
dispensando assim o uso de energia elétrica.

Imagem 21 : Sistema de brises na fachada lateral direita

Fonte: < http://www.fcstudio.com >, acesso em 25/05/2018.


45

Imagem 22: Estudo de Insolação e Ventilação

Fonte: Google Maps. Edição: Jéssica Lins

No projeto também foi implantado clarabóias sobre a área da churrasqueira


utilizadas para uma melhor iluminação do ambiente de forma natural (imagem 23).

Imagem 23: Clarabóias


46

Fonte: https://www.archdaily.com.br/

No pavimento térreo estão os ambientes de serviço e sociais. Recebe


também um terraço jardim onde abriga a área de churrasqueira e garagem. No
pavimento superior esta o setor intimo. O pé-direito-duplo quebra a monotonia no
espaço gerada pela circulação que atravessa o vão longitudinalmente, para a
conexão dos ambientes.

Imagem 24: Planta Baixa Térreo

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Imagem 25: Planta Baixa 1º Pavimento

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins


47

O movimento e a geometria

A volumetria da residência resulta em dois prismas retangulares pousados


sobre metade do terreno. A residência adota uma linguagem contemporânea e sua
composição volumétrica que gera balanços no pavimento térreo conferindo leveza a
forma.

Imagem 26: Esquema Volumétrico

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Na fachada voltada para a área de lazer, utilizou-se uma ampla sequência de


aberturas retangulares composta por esquadrias em vidro e brises (imagem 22),.Nas
demais fachadas que compreende sobreposições de formas retangulares há um
ritmo menor de aberturas (imagens 27, 28 e 29).

Imagem 27: Fachada Frontal

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins.


48

Imagem 28: Fachada Lateral Direita

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Imagem 29: Fachada Posterior

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Imagem 30: Fachada Lateral Esquerda

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Estrutura e Materiais
49

A estrutura da residência é concebida numa malha estrutural metálica


composta por pilares e vigas. A laje é de concreto maciço, há também muros
autoportantes em concreto que tem função estrutural.

Os Materiais utilizados. O concreto, vidro, e aço. O vidro foi utilizado para


favorecer a iluminação natural nos ambientes dispensando o uso de iluminação
artificial durante o dia e usado também para integrar espaços provendo conforto
visual para área de lazer.

O concreto tem função estrutural e estética, é utilizado em construções de


clima tropical, por apresentar grande capacidade térmica e menor transmitância
térmica. O que significa que é um material que possui uma menor variação da
temperatura ambiente interna proporcionando assim um maior conforto térmico.

Ecosouse OS

Localização

A ecohouse OS está localizada em um antigo bairro na cidade de Racine, em


Wisconsin, Estados Unidos. A escolha da cidade onde está a residência se deu pelo
fato de ser um antigo centro de fabricação estagnado e para contribuição econômica
a família decidiu construir no local, baseados no fortalecimento social do bairro e no
aproveitamento de recursos de infraestrutura já existentes como alternativa
sustentável.
50

Imagem 31: Cidade de Racine, localização da Ecohouse OS

Fonte: Google Maps, (acessado em 09/12/2017) adaptado por: Jéssica Lins.

Iconologia

O projeto possui certificação de nível Platinum do LEED (Sistema de


Certificação Liderança em projetos Energéticos e Ambientais), construído com
orçamento moderado visando adequar inovação e alto desempenho a princípios e
sistemas para minimizar impactos ambientais e dependência da rede pública de
distribuição de energia.

Identidade

O projeto foi implantado na parte superior de um terreno estreito e íngreme


em uma ribanceira na borda do Lago Michigan. Completa uma fileira de casas
vitorianas do século passado, se destaca entre elas por suas cores vibrantes nas
fachadas, assim como sua volumetria retangular e transparência marcada por
aberturas que vão do piso ao teto conferindo uma maior identidade.
51

Imagem 32: Implantação da Ecohouse OS

Fonte:< https://www.archdaily.com> Edição: Jéssica Lins.

Imagem 33: Ecohouse OS

Fonte:< https://www.archdaily.com>, acesso em 30/02/2018

Significado de Uso

Por razões ambientais houve redução no tamanho da residência através de


uma reavaliação do programa inicial o que eliminou áreas que ocupavam mais
espaço necessário. O programa de necessidades inclui térreo, primeiro pavimento e
um porão. O térreo composto pelo setor social e de serviço onde todos os pisos
secos são permeáveis para garantir que a água da chuva se infiltre no solo. No
primeiro pavimento está o setor íntimo que compreende os dormitórios e terraços
52

que foram criados para maximizar a ventilação cruzada, iluminação solar e permitir
ampla visão do lago e da rua.

Imagem 34: Planta Baixa Térreo

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

Imagem 35: Planta Baixa 1º Pavimento

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins


53

Imagem 36: Planta de Coberta

Fonte: Acervo do arquiteto. Edição: Jéssica Lins

A edificação está posicionada ao lado de uma antiga árvore que foi mantida no
local para sombrear o lado oeste da casa durante o verão. Orientada no eixo norte-
sul para aproveitamento das brisas ao leste, a casa também possui uma escada
localizada no centro que serve para saída de ar quente através de janelas altas. No
segundo pavimento há um grande beiral onde foi implantado um observatório para
vista do lago que serve para captação de calor durante o inverno e para gerar
sombra durante o verão.

Imagem 37: Ventilação Cruzada

Fonte: http://www.aiatopten.org/node/102
54

Imagem 38: Ventilação Cruzada

Fonte: https://i1.wp.com/www10.aeccafe.com

Movimento e Geometria

A casa se configura como uma construção contemporânea, sua forma é


composta pela sobreposição de dois volumes retangulares maiores e recebe um
coroamento central por um volume retangular menor.

As aberturas nas fachadas estão relacionadas ao aproveitamento da


ventilação e iluminação natural fatores essenciais no desenvolvimento do projeto.
Nas fachadas leste e oeste onde a maior incidência de ventos durante o verão há
uma grande quantidade de janelas que permitem ventilação cruzada em todos os
cômodos da casa. Já na fachada norte onde recebe maior quantidade de ventos
durante o inverno não aberturas no pavimento principal onde estão os dormitórios
para evitar infiltração de ar.
55

Imagem 39: Fachadas

Fonte: http://www.aiatopten.org/node/102

Estrutura e Materiais

A casa foi construída a partir de uma seleção de materiais sustentáveis e


duráveis que apresentassem alto desempenho para suportar oscilações climáticas.
Para revestimento externo foi implantado um sistema de “fachada de
chuva’’(rainscreen) feita para refletir a radiação solar e ventilar as vedações
externas.

Foram utilizadas técnicas que permitiram uma economia de 30% na madeira


utilizada para montagem da estrutura, como o espaçamento de vigas e montantes a
cada 60 cm, em vez de a cada 40 cm e quinas com dois montantes.

No interior da edificação foram incluídos materiais de fabricação local como


azulejos, janelas, telhas e madeira sustentável e certificada pela FSC, vidros de alta
56

eficiência e uma plataforma fotovoltaica localizada na cobertura, onde a energia


excedente gerada no verão é comprada pela concessionária de energia.
57

CASA 01

Imagem 40: Fachada Frontal da Casa 01

Fonte: <https://www.e-architect.co.uk>, acesso em 19/03/2018

FICHA TÉCNICA

Local: Criciúma, SC
Conclusão da obra: 2017
Área construída: 1.421,49 m2
Arquitetura: ES Arquitetura - Diego Justo do Espírito Santo (autor); Maicon Fedrigo
Padilha, Julia Dias Gomes, Chayane Galvão, Mateus Brunel, Karla Faust, Rodrigo
Estrella, Valério D’óca (equipe)
Interiores: Vânia Marroni Búrigo
Projeto luminotécnico: Amanda Pamato de Souza
Paisagismo: Benedito Abbud
Engenharia: Mauro César Sônego

CONTEXTUALIZAÇÃO
58

A Casa 01 foi à vencedora do Prêmio nacional Saint-Gobain de Arquitetura –


Habitat Sustentável nas categorias Destaque Sustentabilidade e Profissional
Modalidade Residencial. Este prêmio tem por finalidade premiar projetos que
utilizam os recursos naturais de forma racional e eficiente.

GENIUS LOCCI:

A casa está localizada em Criciúma - maior cidade da região sul de Santa


Catarina. Está inserida em um condomínio residencial de alto padrão em um lote
próximo a Rodovia Alexandre Beloli – rodovia de acesso ao condomínio.

Imagem 41: Localização da Casa 01

Fonte: <https://www.google.com.br/maps>, acesso em 19/03/2018. Edição: Jéssica Lins

ICONOLOGIA:
59

Segundo a equipe de projeto. O projeto nasceu de uma entrevista na qual o


cliente solicitou que a casa tivesse música, sentimento, madeira, ar, fogo, água, luz,
caminho, busca e também um ícone que representasse algo inovador.

Para projetar a Casa 01 o arquiteto Diego Justo responsável pela obra se


inspirou no conceito promenade architecturale (passeio arquitetural) de Le Cobusier,
no qual diz que os espaços não devem ser comuns, mas bastante dinâmicos
provocando ‘’surpresa’’ em quem o percorre. Seguindo a estratégia desse conceito o
projeto resultou na contemplação de pátios internos, amplos espaços e integração
com o exterior.

IDENTIDADE

O projeto foi desenvolvido visando buscar soluções e materiais que fossem


sustentáveis para reduzir impactos ambientais. Entre as técnicas utilizadas estão:

 Plano de gerenciamento de resíduos;


 Sistema Integrado Ecoesgoto que trata e reaproveita 100% da água utilizada
para irrigação do terreno;
 Uso de placas fotovoltaicas
 Uso do Ecotelhado – Sistema Laminar Médio onde é possível captar água da
chuva, tratar as águas residuais produzidas e se ter um telhado verde.

A principal madeira utilizada na casa foi o Bambu por ser renovável e


abundante na região. Usado em portas internas, pérgolas e elemento estético no
interior e na composição de fachada o que conferiu uma maior identidade a casa
como mostra as imagens abaixo.
60

Imagem 42: Portas internas em Bambu

Fonte: < https://www.archdaily.com.br >, acesso em 19/03/2018

Imagem 43: Bambu como elemento de fachada

Fonte: < https://www.archdaily.com.br >, acesso em 19/03/2018


61

Imagem 44. Pergólas de Bambu

Fonte: < https://www.archdaily.com.br >, acesso em 19/03/2018

SIGNIFICADO DE USO

O programa de necessidades inclui térreo e subsolo. O térreo composto por


garagem, suíte de serviço, biblioteca, jardim, sala de cinema, academia, banheiros,
piscina, sala de estar, sala de degustação, área de serviço, suítes, sendo a suíte
principal com closet e atelier de costura. Pode-se observar na imagem 26 que há
segregação entre o setor social e íntimo, pois houve uma preocupação do arquiteto
com a privacidade dos moradores. No subsolo estar o setor técnico que compreende
o depósito, estúdio, central de controle e energético e a cisternas, tratamento de
esgoto e bombas.
62

Imagem 45: Planta Baixa Térreo, Setorização

Fonte: < https://www.arcoweb.com.br >, acesso em 19/03/2018. Edição: Jéssica Lins


63

Imagem 46: Planta Baixa - Subsolo Técnico

Fonte: < https://www.arcoweb.com.br >, acesso em 19/03/2018. Edição: Jéssica Lins

MOVIMENTO E GEOMETRIA

A casa se configura como uma construção contemporânea, sua forma é


composta por um longo volume retangular de concreto, onde se observa leveza em
sua volumetria através do plano pousado sobre o jardim.
64

Imagem 47: Volumetria

Fonte: < https://www.archdaily.com.br >, acesso em 19/03/2018. Edição: Jéssica Lins

A composição de fachadas é definida por uma sequência de cheios e vazios


em um bloco retangular. O fechamento ou os ‘’cheios’’ é feito em concreto aparente
e utiliza também o bambu com a intenção de quebrar o visual bruto deixado pelo
concreto e dar um efeito mais agradável esteticamente. Os vazios das fachadas são
definidos pelas esquadrias que tem a finalidade de permitir a entrada de ventilação
natural em todos os ambientes, feitas de vidro com a intenção de iluminar
naturalmente a casa e conectar com o exterior.
65

Imagem 48: Fachadas

Fonte: < https://www.archdaily.com.br >, acesso em 19/03/2018. Edição: Jéssica Lins


66

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O desenvolvimento deste trabalho foi realizado por etapas, descritas abaixo,


visando aplicar os princípios da arquitetura bioclimática no anteprojeto. Foram
estabelecidas as seguintes etapas:

4.1 Revisão Bibliográfica

Com o intuito de compreender estratégias que norteiam o projeto a fim de


proporcionar conforto térmico e eficiência, foi realizada pesquisas em livros, sites,
artigos e dissertações que abordam critérios, técnicas e condicionantes que se
aplicam ao projeto.

4.2 Análise de Correlatos

Esta etapa consiste na busca e por referencias projetuais que tem como partido
a eficiência energética. A análise dessas referências seguiu a metodologia de Baker,
que permite compreender melhor aspectos funcionais, estéticos e técnicas
construtivas acerca do projeto.

4.3 Normas e Legislações

Foram consultadas normativas e legislações municipal e estadual pertinentes ao


local de inserção da residência. Sendo estas: o código de obras, urbanismo e plano
diretor município de João Pessoa-PB. Para garantir segurança e conforto dos
usuários do local.

4.4 Anteprojeto Arquitetônico

Foi investigado todas as condicionantes climáticas e locais para adequação ao


projeto, para assim realizar o programa de necessidades, zoneamento e
construção das diretrizes projetuais.
67

5. MEMORIAL DESCRITIVO

5.1 Programa de Necessidades e Organograma

Com a definição do programa de necessidades pode-se definir a relação do


terreno escolhido com o anteprojeto a ser desenvolvido. A partir do pré
dimensionamento é possível prever a área que será utilizada para implantação da
proposta.

Tabela 6: Programas de Necessidades – Anteprojeto Residencial

Programas de Necessidades

Ambiente Quantidade Dimensão (m²) Referência

Garagem 2 vagas 25 m² NEUFERT, 2018.

Cozinha 1 15 m² PRONK, 2013.

Sala de Estar e Jantar 1 30 m² PRONK, 2013.

Lavabo 1 3 m² BUXTON, 2017.

Suítes 4 25 m² PRONK, 2013.

Escritório 1 12 m² PRONK, 2013.

Área de Lazer - - -

Lavanderia 1 5 m² PRONK, 2013.

Dependência de 2 5 m² PRONK, 2013.


empregado

Despensa 2 1,6 m² Estudo de caso

Área total 211 m²

Fonte: Jéssica Lins, 2018.

Através do organograma é possível configurar os espaços, de modo que possa


ser definida a disposição dos ambientes da melhor forma possível. Assim analisando
a relação entre os espaços a fim de promover a integração de todos os setores com
o exterior (área de lazer), e separar o setor íntimo do setor de serviço e social.
68

Imagem 49: Organograma

Suítes Dependência
de empregado

Escritório Circulação Cozinha Área de


Serviço

Lavabo Sala de estar Sala de jantar Acesso


Serviço

Área de lazer

Garagem

Acesso Social

Legenda:

Setor Social Setor de Serviço Setor íntimo

Fonte: Jéssica Lins, 2018.

Com o esquema de organograma foi possível unir os setores através do setor


social e separar o setor íntimo através de uma circulação com a finalidade de
promover privacidade para os moradores. Assim, direcionando a configuração
espacial do anteprojeto.

5.2 Localização

A casa será inserida no bairro do Aeroclube, município de João Pessoa – PB, o


bairro é conhecido como antigo Bessa, pois é um dos bairros que surgiu com a
fragmentação do Bessa, os outros que surgiram são Jardim Oceania e atual Bessa.
O bairro do Aeroclube está localizado na Zona Leste do município (imagem
43). Ao sul está limitado pelo bairro de Manaíra; a oeste, limita-se com o município
de Cabedelo; a leste, limita-se com o bairro Jardim Oceania e ao norte com o bairro
do Bessa.
69

Imagem 50: Mapa Bairros de João Pessoa

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, acesso em 24/03/2018. Edição: Jéssica Lins

É de predominância residencial, mas dispõe também de área comercial com


lojas distribuídas em suas principais avenidas com principal ponto comercial o Bessa
Shopping. Encontra-se também o Aeroclube de João Pessoa local destinado para
pousos de aviões de pequeno porte e eventos festivos.
Após a escolha do bairro, buscar um lote com cuja localização fosse favorável
ao aproveitamento da ventilação natural, foi uma tarefa fácil, já que é um bairro
ainda em consolidação e possui muitas áreas adensáveis. Foi possível escolher um
terreno para implantação da residência localizado na quadra 29, lotes 0645 e 0628.
O lote foi escolhido por ter potencial para ventilação cruzada, iluminação natural e
por possuir uma boa localização residencial. Configura-se pela junção de dois
terrenos na extremidade da quadra cercado por três vias a R. Mírian Barreto Rabelo,
R.Rev. Tiago dos Anjos e R. Benjamin Rabêlo.
70

Imagem 51: Localização dos lotes

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, acesso em 24/03/2018. Edição: Jéssica Lins

Foi realizada visita no local onde será inserida a residência para análise do
entorno. Através da análise foi possível identificar os usos das edificações e o
comportamento das principais vias locais. Analisando o uso e ocupação do solo do
entorno ao lote na imagem abaixo se percebe a predominância de residências
unifamiliares e residenciais multifamiliares, no entorno encontrasse também
comércios e edificações institucionais.
71

Imagem 52: Mapa de Uso e Ocupação

Fonte: Jéssica Lins, 2018.

A maior dimensão com a junção dos lotes está orientada para o eixo norte-sul,
é importante o zoneamento da residência com base na orientação solar a fim de
aproveitar os recursos naturais para conforto térmico dos moradores.
72

Imagem 53: Insolação e ventilação sobre os lotes

Fonte:< https://www.google.com.br/maps>, acesso em 24/03/2018. Edição: Jéssica Lins.

5.3 Aspectos Legais

Para a construção do anteprojeto foi necessário a verificação do Código de


Urbanismo, Plano Diretor e Código de Obras para garantir a execução legal da obra.
Com base no Código de Urbanismo de João Pessoa, o bairro do Aeroclube é
composto por quatro zonas. O terreno está inserido na ZA4, setor 02, quadra 29.
Dentre os usos permitidos para esta zona, está o R1, classificação no Código de
Urbanismo para residência unifamiliar.
73

Imagem 54: Insolação e ventilação sobre os lotes

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, acesso em 24/03/2018. Edição: Jéssica Lins.

Na figura abaixo é possível verificar as determinações dos afastamentos, do


gabarito, da área construída, das áreas e dimensões de frente mínimas e máximas
de ocupação referente à classificação R1.

Tabela 5: Classificação de zona

Fonte: Código de Urbanismo. Edição: Jéssica Lins.


74

O Código de Obras 2001 de João Pessoa apresenta leis e decretos


necessários para construção de cada tipologia específica de edificação. Referente à
edificação residencial unifamiliar é necessário os seguintes itens segundo o Código:

 As edificações deverão observar o recuo frontal mínimo de 4 metros, e


lateral de 1,50 m (quando houver vão aberto), podendo ir até a divisa do
lote mediante autorização do proprietário do terreno vizinho;
 Índice de ocupação não superior 0,6;
 Índice de aproveitamento de terreno não superior a 1;
 Toda edificação residencial deverá possuir no mínimo, uma sala, um
quarto, uma cozinha e um banheiro.
 As garagens em residências deverão apresentar pé direito mínimo de
dois metros e vinte e cinco centímetros (2,25m); não ter comunicação
com dormitórios; ter o piso revestido de camada resistente, lisa e
impermeável; ser dotada de aberturas que garantam a ventilação
permanente.
 As cozinhas deverão apresentar áreas mínimas de quatro metros
quadrados (4,0 m²); ter forma tal que permita traçar em seu piso um
circulo de raio mínimo de oitenta centímetros (80 cm); ter o pé direito
mínimo de dois metros e sessenta centímetros (2,60 m).

5.4 Zoneamento

O zoneamento foi definido levando em considerações vários fatores como a


ventilação, insolação, organograma, acesso, e conceito. Na imagem a seguir
percebesse que o setor íntimo está orientado na parte oeste do terreno para
aproveitamento dos ventos das direções nordeste e sudeste. O setor social está
orientado de modo a se conectar com todos os ambientes na parte sul do terreno
com a intenção de se aproveitar os ventos vindos sudestes. É possível observar
também que a forma do zoneamento dos setores tem base conceitual, já que lembra
um pássaro de asas abertas como mostra a imagem a seguir.
75

Imagem 55: Zoneamento

Fonte: Jéssica Lins, 2018

5.5 Partido Arquitetônico

O conceito que definiu o partido adotado para desenvolvimento do projeto têm


como base as estratégias da arquitetura bioclimática adaptando a edificação ao
clima local.
As diretrizes que nortearam o anteprojeto foram desenvolvidas com base no
referencial teórico e nas referências projetuais analisadas. Na elaboração do partido
inicialmente foi levado em consideração as características do lugar e como as
condicionantes climáticas refletem sobre o terreno para em seguida configurar os
setores no terreno com base no programa de necessidades e partir para a
modulação estrutural para facilitar a divisão dos ambientes.

5.6 Estudo de Fachada


76

Este estudo consiste em obter dados através de simulações computacionais,


da incidência solar sobre o terreno com a análise da carta solar onde é possível
visualizar as horas em que a fachada ficará exposta a radiação solar durante o
verão, inverno e equinócio. Mais especificamente, para a cidade de João Pessoa-
PB. Para estas simulações utilizou-se o software SOL- AR 6.2.

Imagem 56: Software Analysis SOL-AR

Fonte: < http://www.labeee.ufsc.br>, acesso em 08/04/2018.

Com o estudo feito fica mais fácil posicionar o anteprojeto ao terreno escolhido,
já que é possível prever a incidência solar em todas as fachadas. O estudo auxilia
também no desenvolvimento das proteções solares nas fachadas onde há maior
exposição solar. A análise foi feita sobre todas as fachadas embora a incidência
solar ocorra de três maneiras diferentes, já que uma mesma fachada apresenta
angulações diferentes em relação ao terreno.
77

Imagem 57: Cartas solares das fachadas do anteprojeto.

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na fachada norte, com a análise da carta solar da figura 58, na parte da


fachada que abriga o setor de serviço a incidência solar ocorre de 06:20h até 17:50h
no período de inverno, durante o equinócio acontece de 06:00h até 18:00h, e
durante o verão não ocorre incidência solar. Na fachada onde esta as salas de
jantar/estar e home theater há incidência solar de 12:00h até 18:00h no equinócio,
de 17:00h até 18: 20h durante o verão e durante o inverno não há incidência solar.
Na parte da fachada onde esta a circulação íntima há insolação de 06:20h até
16:00h durante o inverno, no equinócio há insolação de 06:00h até 12:20h e no
verão de 05:50h até 08:30h.
78

Imagem 58: Cartas solares da fachada norte

Fonte: Software SOL-AR 6.2.

Na fachada Leste, com a análise da carta solar da figura 47, a incidência solar
onde está o setor de serviço ocorre de 06:20h até 11:30h no período de inverno,
durante o equinócio acontece de 06:00h até 11:50h, e durante o verão ocorre de
05:50h até 12:00h. Na parte da fachada onde está o quarto de hóspedes há
insolação ocorre de 06:20h até 11h no inverno, de 06:00h até 11:50h no equinócio e
de 05:50 até 12:00h durante o verão. Na parte da fachada onde está o setor íntimo
há insolação de 06:20h até 09:50h durante o inverno, de 06:00h até 11:20h no
equinócio e de 05:50h até 12:50h no verão.

Imagem 59: Carta solar da fachada Leste

Fonte: Software SOL-AR 6.2.

Na fachada Sul, com a análise da carta solar da figura 47, onde está o setor
íntimo há incidência solar de 17:00h até 17:50h durante o inverno, de 13:00h a
18:00h durante o equinócio e de 10:30h até 18:20h no verão. Na parte da fachada
onde está a sala de jantarr há incidência solar de 05:50h até 18:20h durante o verão
e durante o inverno e equinócio não há incidência solar. Na parte onde está o home
theater e sala de estar a incidência solar ocorre de 06:00h até 10:00h durante o
79

equinócio, de 05:50h até 14:00h durante o verão e durante o inverno não há


incidência solar.

Imagem 60: Carta solar da fachada Sul

Fonte: Software SOL-AR 6.2.

Na fachada Oeste, com a análise da carta solar da figura 47, há incidência


solar na parte da fachada onde está o home theater de 13:30h até 17:50 durante o
inverno, ocorre de 12:30h até 18:00h durante o período de equinócio e de 11:30h até
18:20h durante o verão. a incidência solar ocorre 12:10h até 18:00h e durante o
verão a incidência solar ocorre durante as 12:20h até 18:10h. Na parte onde está a
cozinha a incidência solar ocorre de 12:30 até 17:50h no inverno, de 12:20h até
18:00h no equinócio e de 12:00h até 18:20 no verão. Na parte da fachada onde está
o setor de serviço a incidência solar ocorre de 12:30h até 17:50 durante o inverno,
de 12:10h até 18:00h durante o equinócio e de 12:00h até 18:20h durante o verão.

Imagem 61: Carta solar da fachada Oeste

Fonte: Software SOL-AR 6.2.


80

5.7 Anteprojeto

A proposta desse anteprojeto arquitetônico residencial unifamiliar para um


programa de necessidades de um casal com filhos e hóspedes eventuais, utilizou
princípios da arquitetura bioclimática para seu desenvolvimento através da análise
dos condicionantes do clima local (tropical), buscando através da implantação da
edificação no terreno de dimensões generosas 50,00 x 44,00m, aproveitar ao
máximo a ventilação e promover proteção para a insolação na definição de
ambientes de maior permanência, priorizando os setores íntimo e social. Nesse
sentido a forma escolhida foi um arco voltado para a fachada sul seguindo a
curvatura do gráfico solar com as extremidades voltadas para o leste e oeste. A
entrada para residência foi posicionada em duas faces do lote, sendo o acesso a
garagem voltado para a R. Benjamin Rabêlo (oeste) e o acesso social voltado para a
R. Ver. Tiago dos Anjos (leste). Os acessos foram definidos pelas ruas que
apresentam menor fluxo de veículos para assim facilitar a entrada dos moradores na
residência.
Com o estudo do zoneamento a planta baixa da residência foi definida da
seguinte maneira, o setor íntimo constituído por suítes dispostos na direção leste
voltados para o sul e norte do terreno, com a finalidade de se aproveitar a ventilação
cruzada sudeste e nordeste – direções cujos ventos são predominantes. Na parte
oeste do terreno foi locado o abrigo de automóveis para proteger o setor social
composto por um home theater, sala de estar e jantar, também voltados para o sul e
norte seguindo a mesma orientação do setor íntimo. Foi proposto para a área central
que divide o setor íntimo do social a criação de uma área de lazer que abriga um
espaço gourmet e ambientes de estar voltados para a piscina como um grande
terraço sensorial e contemplativo que se estende lateralmente na direção leste oeste
protegendo e ampliando os setores íntimos e sociais. Na face norte oposta ao
terraço gourmet foi locada a copa cozinha e as áreas de serviço completando a
estratégia de locação guiada pela carta solar. No mezanino esta o escritório.
81

Imagem 62: Planta Baixa Térreo

Ventilação

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 62: Planta Baixa Mezanino

Fonte: Jessica Lins, 2018.


82

5.7.1 Estratégias de Arquitetura Bioclimática aplicadas no Anteprojeto

Ventilação Cruzada

Como principal estratégia bioclimática adotada para o projeto foi a ventilação


cruzada. Foram utilizados brises horizontais na face norte da residência localizados
na parte alta da fachada próximo a coberta com a finalidade de saída de ar,
permitindo que o ar circule por toda a residência.

Imagem 63: Corte BB

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Além dos brises horIzontais, há também aberturas basculantes nas


esquadrias da fachada sul aonde a ventilação vinda do sudeste consegue entrar na
residência favorecendo ainda mais a ventilação cruzada na edificação (imagem 64).
Essas aberturas consistem em um sistema eficiente, pois mesmo com as esquadrias
fechadas a ventilação consegue adentrar na residência.

Sistemas de Proteção Solar

Com o auxílio da carta solar, foi possível produzir sistemas de proteção nas
fachadas que fornecem sombreamento sem que afete diretamente a iluminação
natural.
83

Na fachada sul, na parte que abriga a sala de estar e home theater foi utilizado
uma coberta independente em madeira sobre a circulação externa para
sombreamento e um beiral que se estende da coberta de telha cerâmica sobre a
fachada para auxiliar na proteção. A coberta em madeira apresenta uma angulação
vertical de 42º fornecendo sombra de 08:50h até 18:20h durante o verão e de
07:30h até 10:30h durante o equinócio. O beiral apresenta uma angulação vertical
de 28° fornecendo sombra de 10:00h até 18:20h durante o verão e de 07:30h até
10:30h durante o equinócio.

Imagem 65:Corte com angulação fachada sul

Fonte: Jessica Lins, 2018.


84

Imagem 66: Carta solar da fachada sul setor social

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na parte da fachada que abriga o setor íntimo a coberta em madeira fornece


sombra de 10:00h até 15:00h durante o verão e de 13:30h até 16:30h durante o
equinócio. O beiral fornece sombra de 10:00h até 14:00h durante o verão e de
13:30h até 15:30h durante o equinócio.
85

Imagem 67: Carta solar da fachada sul setor íntimo

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na parte da fachada sul onde está a sala de jantar como estratégia de


sombreamento foi utilizando um grande beiral que se estende até o espaço gourmet
auxiliando na proteção da fachada cuja incidência solar ocorre durante todo o
período de verão. O beiral apresenta um ângulo vertical de 73º, fornecendo sombra
de 06:30h até 17:40h durante o verão.
86

Imagem 68:Corte com angulação fachada sul face da sala de jantar

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 68: Carta solar da fachada sul face da sala de jantar

Fonte: Jessica Lins, 2018.


87

Na fachada leste, na parte que onde está o setor íntimo foi utilizado também
uma coberta independente em madeira sobre a circulação externa a fachada para
sombreamento e um beiral que se estende da coberta de telha cerâmica sobre a
fachada. A coberta em madeira apresenta uma angulação vertical de 47º fornecendo
sombra de 09:00h até 13:00h durante o verão, de 08:00h até 11:30h durante o
equinócio e de 07:30h até 10:00 durante o inverno. O beiral apresenta uma
angulação vertical de 29° fornecendo sombra de 10:00h até 13:00h durante o verão,
de 09:30h até 11:30h durante o equinócio e de 08:20 até 10:00 durante o inverno.

Imagem 69:Corte com angulação fachada leste face do setor íntimo

Fonte: Jessica Lins, 2018.


88

Imagem 70: Carta solar da fachada leste face setor intimo

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na fachada leste, na parte onde está o quarto de hóspedes foi utilizado brises
de madeira para a proteção das esquadrias, apresentam uma angulação vertical de
37º fornecendo sombra de 08:30h até 12:30h durante o verão, de 08:30h até 12:00h
durante o equinócio e de 08:30h até 11:30 durante o inverno. A coberta também
fornece uma proteção para a fachada com uma angulação vertical de 77° fornece
sombra de 11:00h até 11:30h durante o verão, de 11:30h até 12:00h durante o
equinócio e de 08:20 até 10:00 durante o inverno.

Imagem 71: Corte brise fachada leste

Fonte: Jessica Lins, 2018.


89

Imagem 72: Corte beiral fachada leste

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 73: Carta solar da fachada leste face quarto de hóspedes

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na parte da fachada onde está o setor de serviço foi utilizado uma marquise de
madeira para sombreamento das esquadrias, apresenta uma angulação vertical de
37º fornecendo sombra de 10:00h até 12:00h durante o verão, de 10:00h até 12:00h
durante o equinócio e de 10:00h até 11:30 durante o inverno.
90

Imagem 74: Corte fachada leste face setor de serviço

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 75: Carta Solar fachada leste setor de serviço

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na fachada norte onde está o setor de serviço não foi possível projetar
sistemas de proteção já que a fachada encontra-se no limite do lote, sendo assim
protegida por uma edificação vizinha. A fachada apresenta em relação a edificação
91

uma angulação horizontal de 4º a direita e 5° na esquerda, fornecendo sombra de


06:20h até 17:40h durante o inverno e equinócio. Apresenta também um ângulo
vertical em relação a edificação vizinha de 57° fornecendo sobra de 10:00h até
14:00 durante o inverno e durante todo o dia durante o período de equinócio.

Imagem 76: Planta Baixa fachada norte, face do setor de serviço.

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 77: Corte Fachada Norte, ângulos verticais.

Fonte: Jessica Lins, 2018.


92

Imagem 78: Carta Solar fachada norte setor de serviço

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na face da fachada norte onde está a circulação do setor íntimo e na face onde
está o home theater foi produzido brises verticais de madeira pivotantes, assim
protegendo a fachada de diferentes ângulos. Examinando a carta solar para fachada
determinou-se um ângulo de 61º para os brises que fornece sombra na face da
circulação do setor íntimo de 13:30 até 16:00h durante o inverno, de 06:00h até
07:00h e de 12:00h até 13:00h durante o equinócio e 05:50h até 08:30h e durante o
verão. A fachada também apresenta um beiral que ajuda no sombreamento, com um
ângulo vertical de 48° fornecendo sombra de 10:00h até 16:00h durante o inverno,
de 08:00h até 13:00h durante o período de equinócio e de 05:00h até 08:30 durante
o verão.
Na face da fachada onde está o home theater os brises fornecem sombra de
05:50h até 10:30h durante o inverno, de 16:00h até 18:00h durante o equinócio e de
17:00h até 18:20h durante o verão. O beiral fornece sombra para esta mesma face
de 06:20h até 14:00h durante o inverno, de 11:00h até 16:00h durante o equinócio e
de 16:00h até 18:20h durante o verão.
93

Imagem 79:Planta Baixa brises verticais.

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 80 :Corte beiral fachada norte.

Fonte: Jessica Lins, 2018.


94

Imagem 81: Carta Solar fachada norte setor íntimo

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 82: Carta Solar fachada norte face do home theater

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na fachada oeste onde há maior incidência solar durante o período da tarde foi
utilizado como estratégia de sombreamento na face onde está o setor social a
locação da garagem próxima a fachada para assim sua coberta em madeira
funcionar como elemento de proteção para a fachada. A coberta apresenta um
ângulo vertical de 27° que fornece sobra de 13:00h até 16:30h durante o inverno, de
95

12:30h até 16:30 durante o equinócio e de 11:30h até 16:20h durante o verão. O
beiral também é um elemento de proteção para esta fachada com angulação vertical
de 61° fornece proteção de 13:30h até 15:00h durante o inverno, de 12:30h até
14:10h durante o equinócio e de 11:30h até 13:50h durante o verão.

Imagem 83 :Corte coberta de madeiral fachada oeste.

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 84 :Corte beiral de madeira fachada oeste.

Fonte: Jessica Lins, 2018.


96

Imagem 85: Carta Solar fachada oeste garagem

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na face da fachada oeste onde está a cozinha foi utilizado brises horizontais
como elemento de proteção para esquadria semelhante ao utilizado na fachada leste
e com mesma angulação de 37° (imagem 71) fornecendo sombra de 12:30h até
15:30h durante o inverno, de 12:00h até 14:10h durante o equinócio e de 12:00h até
15:30h durante o verão. O beiral também foi utilizado para sombrear essa face da
fachada apresentando a mesma angulação da fachada leste de 57° (imagem 72)
fornecendo sombra de 12:50h até 14:30h durante o inverno, de 12:00h até 14:20h
durante o equinócio e 12:00h até 14:00 durante o verão.
97

Imagem 86: Carta Solar fachada oeste face da cozinha

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Para somar mais estratégias para essa fachada oeste foi posicionada uma
árvore da espécie Bauhinia variegata popularmente conhecida como pata de vaca
próximo a fachada, possui uma copa com diâmetro de 4 metros e altura de 8 metros
de altura1. A fachada apresenta angulações horizontais de 64° e 72° em relação
árvore que fornece sombra durante todo o período de equinócio e de 12:00h até
16:30h durante o verão.

Imagem 87: Planta Baixa fachada oeste face da cozinha

Fonte: Jessica Lins, 2018.

1
Dados sobre dimensões da árvore encontrados no site <www.jardimdeflores.com>
98

Imagem 88: Corte fachada oeste face da cozinha

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 89: Carta Solar fachada oeste face da cozinha

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Na face da fachada oeste onde está a área de serviço foi utilizado uma
marquise em madeira como elemento de proteção para esquadria semelhante ao
utilizado na fachada leste e com mesma angulação de 67° fornecendo sombra de
12:30h até 13:30h durante o inverno, de 12:00h até 13:30h durante o equinócio e de
99

12:00h até 13:30h durante o verão. A árvore Pata de Vaca também foi utilizada para
sombrear essa face da fachada apresentando uma angulação horizontal de 68° e
59° que fornecem sombra para a fachada de 12:00h até 16:30h durante o equinócio
e de 12:00 até 16:00h durante o verão. Apresenta também uma angulação vertical
de 64° que fornece sombra de 12:30 até 13:50 durante o inverno, de 12:00 até 13:50
durante o equinócio e verão.

Imagem 90: Corte fachada oeste face da área de serviço

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Imagem 91: Carta Solar fachada oeste face da área de serviço

Fonte: Jessica Lins, 2018.


100

Imagem 92: Carta Solar fachada oeste face da área de serviço.

Fonte: Jessica Lins, 2018.

Volumetria

O estudo das estratégias bioclimáticas aplicadas ao projeto definiram a


volumetria da residência, através da divisão de setores que foram locados em
função da posição solar, sentido da ventilação e funcionalidade. A edificação é
composta por formas curvas e quatro fachadas distintas.marcadas pelo sentido das
águas das cobertas que conferiram a edificação uma diferença de volumes entre as
fachadas.
O estudo paisagístico e a programação dos pisos externos complementam a
proposta da residência criando ilhas verdes que emolduram a piscina e recantos
contemplativos com vegetação local que complementam as áreas de terraços
proporcionando a integração dos ambientes internos e externos.
101

Cobertura

No anteprojeto os tipos de coberta foram escolhidos obedecendo a norma de


desempenho térmico das edificações NBR 15.220, a qual sugere que as coberturas
para o clima estudado sejam leves refletoras. A telha cerâmica foi utilizada na
coberta que abriga o setor íntimo, social e uma parte do setor de serviço. É um
material cuja norma NBR 15.550 aprova apesar do valor de transmitância térmica
não estar dentro dos parâmetros sugeridos, a norma recomenda a telha cerâmica
desde que não seja pintada ou esmaltada.

O telhado verde foi utilizado na coberta que abriga a área de serviço, apresenta uma
transmitância térmica de 2,18 W/m².k , atraso térmico de 5,95 2um valor dentro dos
parâmetros sugeridos pela norma, também auxilia a reduzir as ilhas de calor da área
onde está implantada consequentemente contribuindo para o conforto desses
espaços.

Paredes

Assim como a coberta, a escolha de materiais para vedações externas foram


escolhidos com base na NBR 15220-3, que sugere que as paredes sejam leves e
refletoras. O tijolo escolhido foi o tijolo solo-cimento ou tijolo ecológico que apresenta
uma transmitância térmica de 2.77 W/m².K, atraso térmico de 4,0 h e fator solar de
de 2.21 considerando a absortância térmica de 0,2 para pinturas claras.

2
Analise experimental do comportamento térmico do telhado verde extensivo
102

Sistema de coleta de águas pluviais

Além de ser utilizado como mecanismo de sombreamento, a coberta em


madeira que está sobre a circulação externa também possui o intuito de captação de
águas pluviais, estas que, posteriormente, serão utilizadas para irrigação de jardins.
Ao haver o indicio pluviométrico sobre a coberta, a água é escoada através de
condutores em seguida filtrada, armazenada em um reservatório inferior e depois
reservatório superior onde será distribuída.

Tratamento de águas cinzas e negras por zona de raízes

Para o tratamento dos efluentes gerados pelos habitantes da residência, foi


selecionado aquele realizado através de zona de raízes, onde, a fossa séptica irá
receber todos os efluentes produzidos e, através de um tubo de ligação, a matéria
líquida é direcionado ao tanque de zona de raízes. As águas cinzas provenientes de
máquinas de lavar e chuveiro passam pelo tanque séptico em seguida pelo tanque
de zona de raízes onde a vegetação irá reduzir a carga orgânicas dos efluentes
gerados e depois a água será conduzida para um reservatório inferior para
armazenamento e em seguida para um reservatório superior onde será distribuída
para irrigação dos jardins e limpeza doméstica. As águas negras provenientes de
bacias sanitárias passam pelo mesmo processo de tratamento das águas cinzas,
mas em tanques distintos onde a carga orgânica será reduzida e em seguida
lançada na rede de esgoto já que a mesma não possui condições para reutilização.
O intuito é reduzir a poluição dos efluentes gerados antes de irem para rede pública
de esgoto.

Sistema Fotovoltaico

Na coberta de telhas cerâmicas foram locadas as fontes de energias


renováveis com sistemas geradores de placas fotovoltaicas, implantadas na coberta
norte com uma inclinação de 15° como sugerido no estudo do referencial teórico. A
coberta também apresenta uma área com capacidade para instalação de 30 painéis
solares, cada painel com potência máxima de 330 Wp capaz de produzir até 1000
103

kWh de energia por mês3. O excedente solar produzido pode ser injetado na rede
pública, gerando créditos em energia.

3
Dados fornecidos no site <https://www.neosolar.com.br >.
104

Referências Bibliográficas

CORBELLA, O.; YANNAS, S. Em busca de uma arquitetura sustentável para os


trópicos: conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência Energética na


Arquitetura. São Paulo: PW, 2004.

MASCARÓ, L.R. de; O Custo das Decisões Arquitetônicas. São Paulo: Masquatro
Editora , 2004.

FROTA, A.B.; SCHIFFER, S.R. Manual de Conforto Térmico – 8º Edição – São


Paulo, 2003

Embrapa. Disponível em:<


http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/CONT000g798r
t3p02wx5ok0wtedt3nd3c63l.html>. Acesso em: 11 set. 2017.

LAMBERTS, Roberto et al. Casa Eficiente : Uso Racional da Água. Florianópolis:


UFSC/LabEEE, 2010. 74 p. v. 3. Disponível em:
<http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/publicacoes/livros/CasaEficiente_vol_III
_WEB.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018.

OLIVEIRA, Lucia Helena et al. Levantamento do estado da arte: Água :


Documento 2.1 - Projeto Tecnologias para construção habitacional mais
sustentável.. 2007. 107 p. Projeto FINEP 2386/04 (Pesquisadores)- USP, UNICAMP,
UFG, UFSC, UFU, São Paulo, 2007. Disponível em:
<https://issuu.com/gcolombo/docs/levantamentodoestadodaarte_agua_107pg>.
Acesso em: 24 abr. 2018.

ALVES, Maria Eduarda. EFICIÊNCIA HÍDRICA EM EDIFÍCIOS . 2015. 175 p.


Dissertação (MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL )- FACULDADE DE ENGENHARIA
DA UNIVERSIDADE DO PORTO, Porto, 2015. Disponível em: <https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/80106/2/36356.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018.
105

RÜTHER, Ricardo. Edifícios solares fotovoltaicos : O Potencial da Geração Solar


Fotovoltaica Integrada a Edificações Urbanas e Interligada à Rede Elétrica Pública
no Brasil. 1. ed. Florianópolis: Editora UFSC / LABSOLAR, 2004. 115 p. Disponível
em: <https://fotovoltaica.ufsc.br/sistemas/livros/livro-edificios-solares-
fotovoltaicos.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2018.

PEREIRA, Bruno. Analise da viabilidade econômica de implantação de um


sistema de geração de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos em
sitio aeroportuarios . 2017. 58 p. Dissertação (pós graduação em eficiência
energética aplicada aos processos produtivos)- Universidade Federal de Santa
Maria, Novo Hamburgo, RS, 2017. Disponível em:
<https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/12568/TCCE_EEAPP_EaD_2017_PE
REIRA_BRUNO.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 29 abr. 2018.

NEUFERT, E. Arte de Projetar Arquitetura – 13a edição. São Paulo: Gustavo Gili,
1998.

PRONK, E. Dimensionamento em Arquitetura – 8a edição. João Pessoa: JRC


Gráfica Editora, 2013.
106

Anexos
107
B
Inferior de reuso de Inferior de reuso de +17.00 +17.00

+17.00 +17.00
Sistema de
Reserv Empregado Empregado
tratamento de
Superior
claras Reserv. S. de +17.00

+20.00 Suspensa
para tratamento de
Cozinha Despensa
+20.00

+20.00

Lavabo
+20.00

16 1
Sala de Jantar 15 2
14 S 3
+20.00 13 4
12
5
11
6
10 7
9 8 +20.00

A
Home Theater Sala de Estar
+20.00 +20.00
+20.00

+20.00
Autos
Guia Rebaixada p/ac

Acesso Garagem
+17.00
S
esso de

PRANCHA

01/05 Pessoa-PB

DATA ALUNA:

DESENHO 26/11/2018

EXAM. INTERNO: Vladimir Sobral

VISTO EXAM. EXTERNO: Pablo Nogueira

ESCALAS : DESENHO :

Acesso Social

1/150
B

Escala 1/150

PARA ARQUIVO

FIRMA
Telhado Verde

16 1
15 2
14 S 3
13 4
12
5
11
6
10 7
9 8 +2.75
Guia Rebaixada p/ace

Acesso Garagem
sso de Autos

PRANCHA

02/05 Pessoa-PB

DATA ALUNA:

DESENHO 26/11/2018

EXAM. INTERNO: Vladimir Sobral

VISTO EXAM. EXTERNO: Pablo Nogueira


Acesso Social

Planta de Baixa- Mezanino ESCALAS : DESENHO :


Escala 1/150

1/150 Planta Baixa - Mezanino

PARA ARQUIVO

FIRMA
Telhado Verde

Guia Rebaixada p/ace

Acesso Garagem
sso de Autos

PRANCHA

03/05 Pessoa-PB

DATA ALUNA:

DESENHO 26/11/2018

EXAM. INTERNO: Vladimir Sobral

VISTO EXAM. EXTERNO: Pablo Nogueira

Acesso Social
Planta de Coberta ESCALAS : DESENHO :
Escala 1/150

1/150 Planta Coberta

PARA ARQUIVO

FIRMA
1.85
1.77

1.06
2.38

2.75
.52

5.65

.12

4.82

3.20
2.82

2.75
Home Theater +19 +19
+17 +19 +19
Sala de Estar Sala de Jantar 00

Corte AA
Escala 1/150
.61

4.01
2.93

.10 .15
.15.44
.10
3.64
2.78

2.93
2.51

2.51
+19 +17
Sala de Jantar +19
Cozinha
.17

.17

Corte BB
Escala 1/150

PRANCHA

05/05 Pessoa-PB

DATA ALUNA:

DESENHO 26/11/2018

EXAM. INTERNO: Vladimir Sobral

VISTO EXAM. EXTERNO: Pablo Nogueira

ESCALAS : DESENHO :

1/150 Cortes

PARA ARQUIVO

FIRMA
Fachada Oeste
Escala 1/150

Fachada Leste
Escala 1/150

Fachada Sul
Escala 1/150

PRANCHA
Fachada Norte
Escala 1/150
04/05 Pessoa-PB

DATA ALUNA:

DESENHO 26/11/2018

EXAM. INTERNO: Vladimir Sobral

VISTO EXAM. EXTERNO: Pablo Nogueira

ESCALAS : DESENHO :

1/150 Fachadas

PARA ARQUIVO

FIRMA

Você também pode gostar