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RESENHA CRÍTICA– MÓDULO INTRODUTÓRIO

CURSO: FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE


ALUNO(A): ANA CAROLINA DA SILVA XAVIER
TURMA:ESPE– 2022

TÍTULO: A PSICANÁLISE COMO PULSÃO NA CLÍNICA

É de praxe pensar a clínica através dos estereótipos, considerados talvez, os mais


sofisticados; Freud com um charuto e um divã frente a uma paciente, por exemplo. Mas
pensar a clínica hoje, para além da base, que é a teoria, também é necessário analisar os
contextos sociais, culturais e históricos do território no qual se está inserido. Abranger essa
contextura é entender que cada ser humano é plural e concomitantemente singular, pois
mesmo que um grupo de pessoas experienciem uma mesma situação, cada um expressará de
sua maneira. Depara-se também, nesta conjectura, a história da psicanálise, a qual reflete na
clínica. Neste seguimento, a história é o passado atualizado pelo paciente (LACAN, 1967-
1968), acompanhada pelos traços mnêmicos; caráter organizativo do nosso sistema, fantasias,
movida pela satisfação, sustentada por um roteiro imaginário de maneira quase deformada
pelos processos defensivos (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p.169), para Freud as
fantasias e o inconsciente estão intimamente ligados (FREUD, 1908), devaneios; que
representa as fantasias conscientes, advinda do inconsciente, sempre refletida da realidade,
sintomas, consideradas a “ponta do iceberg” na psicanálise, desejos; aspiração pelo prazer,
indestrutível, o desejo num todo, não pode ser satisfeito, a satisfação total se encaixa no
conceito de pulsão de morte (FREUD, 1920). E não menos importante, talvez o principal, o
inconsciente, através esses estudos que Sigmund Freud desenvolveu diversas teorias, Lacan
prossegue ressaltando que ninguém sabe o que é inconsciente mas também ninguém sabe o
que é a natureza, portanto existe a física. e a psicanálise, neste sentido, é a ciência do
inconsciente (LACAN, 1970). O núcleo do inconsciente é o real, é o não saber instintual, para
tornar alguns conteúdos inconscientes, conscientes, só através da análise, Freud foca na
associação livre (FREUD, 1914) Lacan se estrutura na linguagem. Freud inicia pelo
simbólico, o qual não se sustenta sozinho no ser humano, pois necessita da linguagem para se
constituir; Lacan pelo imaginário;
"Em seus dois primeiros seminários, retomará a teoria freudiana do narcisismo para
mostrar a função ilusória, totalizante e imaginária do eu, afirmando que não há meio
de compreender o que quer que seja da dialética analítica e não assentarmos que o eu
é uma construção imaginária.”
Michele Roman Faria, 2011.

O simbólico é o inconsciente estruturado pela linguagem, tal qual os estudos dos dois autores
se interligam. O esquema L criado por Jacques Lacan interpreta a diferença entre imaginário e
simbólico;
Figura 1

(D‘AGORD, 2009)

Permite-nos compreender as funções e relações no campo da linguagem, a (eu)- a (outro)= i


(inconsciente), S (Sujeito)- A (Outro)= S (Simbólico). O sentido da fala do sujeito vem a
.posteriori, ocorre quando o sujeito insere a última palavra e o sentido é sempre retroativo
(JORGE,
Dado seguimento a estes conceitos e esquema, apresenta-se a pulsão, que não é o
instinto sexual no ser humano, é uma força constante, o que faz com que a atividade sexual
não tenha intuito apenas reprodutório, mas visando o prazer. A pulsão é imperativa, exigente e
tirânica. Conteúdo contido em “Além do Princípio do Prazer” (FREUD, 1920). Existem
quatro elementos da pulsão (LACAN, 1960);
Drang- Força, pressão- Libido e energia
Quelle- Fonte Somática- Orifícios corporais
Zial- Alvo, meta, objetivo e a satisfação
Objekt- Falta, vazio e/ou furo

Apontamentos, teorias, conceitos e esquemas apresentados, possibilitam o melhor


entendimento do início e base da Psicanálise.

REFERÊNCIAS

LACAN, Jacques (1967- 1968) O Seminário, Livro 4: O Ato Psicanalítico. Rio de Janeiro,
Jorge Zahar Editor, 1995.

(LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p.169)

FREUD 1908

FREUD 1920

Livro Cortes e suturas na operação psicanalítica – Uma leitura do ‘Seminário R.S.I., Livro 22
de Jacques Lacan, 1970

FREUD, Recordar, Repetir e Elaborar, 1914

FARIA, Michele Roman. Imaginário, eu e a psicose nos primeiros seminários de Lacan.


Estilos da clínica, [s. l.], v. 16, Junho 2011.

D‘AGORD, Marta Regina de Leão. As estruturas do discurso: o uso do esquema L em


psicopatologia. Lat. Am. Journal of Fund. Psychopath. Online, [s. l.], v. 6, p. 87- 100, 26 maio
2009. Disponível em:
https://biblat.unam.mx/hevila/Latinamericanjournaloffundamentalpsychopathology/2009/vol6
/no1/6.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.
INCONSCIENTE e Linguagem: O Simbólico. In: JORGE, Marco Antonio Coutinho.
Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan. [S. l.: s. n.], 2000. p. 65- 98.
LACAN, Seminário 11: Os Quatro Fundamentos da Psicanálise, Capítulo 13.

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