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A PRÁTICA PSICOLÓGICA E AS ESTRATÉGIAS


INOVADORAS

Marília Ancona-Lope:
A ação psicológica supõe uma certa correspondência entre pres
supostos, teorias e técnicas baseados em paradigmas, ou seja, em un
conjunto de crenças e valores que determinam uma certa visada sobre <
mundo. São nos paradigmas presentes em nosso mundo que se forman
os conceitos do que é ciência e, consequentemente, os critérios que ga
rantem a legitimidade de um conhecimento. Isto significa que o cumpri
mento dos critérios do que é ciência em um dado tempo e em uma dad;
PARTE I época per nite atribuir a um certo modo de conhecer um fenómeno o atri
buto de conhecimento científico.
As correspondências entre paradigmas, teorias, conceitos, modo
de produção do conhecimento não são simples nem lineares, mas, com
põem uma rede complexa de conexões que constituem a logicidade inter
INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO SABER PRÁTICO na do paradigma cem vistas a garantir os pressupostos e valores vigentes
e, em última instância, a garantir o próprio paradigma.
Ac usar o termo logicidade é importante lembrar que ele se refer
a inúmens lógicas possíveis. Assim, por exemplo, para os índios Parec
de Mato Grosso do Sul, o nascimento de uma criança na tribo significa
volta de alguém que já morreu, da própria tribo. O reconhecimento d
identidade da pessoa que morreu e, portanto, da que nasceu, se dá atravé
do sonho. Alguém da tribo tem um sonho que identifica o recém-nascid«
como sendo o avô, bisavô ou outra pessoa da tribo já falecida. Conver
sando com uma professora pertencente a essa tribo, ocorreu-me pergunta
o que ac< nteceria se ninguém sonhasse. Sua resposta foi: Sonha! con
absoluta certeza, considerando impossível que o sonho não se desse. Em
bora do ponto de vista da lógica que prevalece em nossa cultura foss
perfeitamente possível que o sonho não-ocorresse, e essa foi a hipótes
que levantei para a representante da comunidade indígena, essa possibili
dade não txistia para ela e o sonho aconteceria inevitavelmente.
De fato, o sonho para essa tribo é necessário para manter a crença que o eixo de Fundamentos epistemológicos e históricos, um dos eixo
básica de que o nascimento de uma criança é a volta de uma pessoa fale- dos cursos de Psicologia solicitado pelas Diretrizes Curriculares, ten
cida, que será tratada como tal na comunidade. exatamente a função de nos fazer pensar no conjunto de pressuposto;
Nesse caso, é bastante simples identificar a presença de crenças filosóficcs e metodológicos que fundamenta as teorias e as técnicas d;
paradigmáticas e ver como elas influem no estabelecimento de uma lógi- área. Ele visa permitir ao aluno de Psicologia o conhecimento das base:
ca interna e no modo de significar a vida. A identificação do paradigma epistemológicas presentes na construção do saber psicológico, desenvol
que rege a tribo tem início com o reconhecimento de uma diferença de vendo a capacidade para avaliar criticamente as linhas de pensamento en
visada axial em relação a nossa cultura e então podemos ver como, a par- Psicologia. E complementa-se com o eixo referente aos Fundamento:
tir dela, se determinam em sequência outras diferenças que terminam por teórico-metodológicos que buscam garantir a apropriação crítica do co
compor aquela cultura específica. nhecimento disponível, assegurando uma visão abrangente dos diferente:
Somos constituídos em uma dada cultura, em uma rede de valores métodos e estratégias de produção do conhecimento científico em Psico
e significados que nos antecedem e delineiam a estruturação de nossos logia.
grupos sociais, de nossas famílias e nos quais se desenvolve nossa subje- De qualquer modo, sabemos que todas as teorias psicológicas sc
tividade. Não somos necessariamente conscientes das crenças e valores desenvolveram nos últimos séculos e foram muito marcadas no séculc
subjacentes ao modo de estar no mundo que prevalece em nossa socieda- XX pela esperança na ciência como conhecimento que solucionaria gran-
de, e que subjaz ao modo de vivermos o nosso dia a dia. Os paradigmas de parte dos problemas humanos. De certa forma, as teorias psicológica.1
estão silenciosamente presentes como um dos panos de fundo de nossa carregam essa marca. Mais além das teorias, porém, podemos reconhecei
existência. Assim, no cotidiano, não estamos preocupados em saber se o os paradigmas nos quais elas se baseiam: o "cientificismo" que considen
amor maternal é instintivo, universal, aprendido, etc, vivemos tendo o a existência de uma ordem da natureza passível de representação mate-
amor maternal como um valor que utilizamos quando pensamos em nós e mática e procura inserir os eventos nessa ordem natural afirmando a pos-
em nossos filhos ou em outros pais e filhos. sibilidade de conhecer as leis que regem o mundo por meio do uso dc
Os paradigmas não estão silenciosamente presentes apenas em método experimental, paradigma que subjaz às escolas behavioristas; c
nossa vida cotidiana. Eles orientam toda a organização de uma sociedade, "fenomenismo" colocando em cheque a crença na representação objetiví
incluindo os seus conceitos de conhecimento, de ciência e das diversas do mundo e afirmando uma diferença entre ciências naturais e ciência*
ciências. Orientam a organização da comunidade. humanas, paradigma que sustenta os humanismos e as psicanálises, etc.
O modo de organizar e desenvolver a educação também é fruto de Na vida concreta, conforme os valores e as crenças vão se trans-
um conjunto de crenças e valores paradigmáticos. Por essa razão, a vida formando, re-configurando-se, os paradigmas mudam. Isso significa que
académica, que se organizou do modo como é hoje no mundo ocidental e há uma interação constante entre os paradigmas e os atos humanos. Poi
no país dentro de um determinado paradigma, pode nos ajudar a pensar e um lado os paradigmas são referência silenciosa para os atos e, na medi-
refletir sobre as crenças e valores a partir dos quais se desenvolvem as da em que eles não podem conter todas as possibilidades de ação que vãc
teorias e técnicas psicológicas. Na área da Psicologia, especificamente, o se dando, os paradigmas começam a mudar. Por essa razão, são muitc
fato de co-existirem inúmeras abordagens do fenómeno psicológico, que mais facilmente reconhecidos a posteriori. Por exemplo, foi a queda d*
tem como ponto de partida diferentes concepções de homem, de ciência e crença na possibilidade da representação objetiva do mundo na consciên-
definições diversas do que é o objeto de estudo da Psicologia, e no qual cia que permitiu identificar com clareza quais as posições da Psicologia
as várias abordagens dialogam entre si, nem sempre pacificamente, os que se baseavam nela. Da mesma forma, a mudança do pressuposto que
pressupostos tornam-se mais evidentes e ajudam a mapear a área. Tanto é afirmava a primazia da consciência, a qual foi colocada em cheque peh
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conceituação de um inconsciente subjacente às ações, permitiu delinear que o conhecimento oficial. A clínica, ao contrariar o saber dominante
melhor as posições psicológicas anteriores e possibilitou o desenvolvi- incita a busca de novos conhecimentos e estes trazem em si a marca dc
mento das psicanálises. paradigma que começa a se desenhar.
Em Psicologia, reconhecemos os efeitos dos paradigmas, mas, a Na década de 90, uma exposição de arte organizada e apresentada
sua conceituação e o acompanhamento de suas mudanças é objeto de pelo Musée d 'Art Contemporain Pully em Lausanne na Suíça, Musec
estudo principalmente da Filosofia da Ciência e da Sociologia. Os soció- d'Arte Contemporânea Rivoli em Turim, na Itália, Deste Foundation foi
logos buscam reconhecer as modificações paradigmáticas em ato e pin- Contemporary Art, em Atenas, na Grécia e o Deichtorhallen Hamburg.
çam os indícios que indicam quais as crenças e valores que estão mudan- em Hamburgo defendeu a ideia de que é no campo da arte que os novos
do, que pressupostos estão se instalando, a partir de que comportamentos, paradigmas começam a se anunciar. Essa exposição, que circulou poi
e como eles estão transformando o modo de significar e estar no mundo. esses museus nos anos de 1992 e 1993, gerou uma publicação conjunta
As elaborações desses estudiosos nos ajudam a refletir sobre as mudan- intitulada Post Human.
ças que encontramos em nossa ação psicológica e nos obriga a repensar A exposição mostrou quais as mudanças que estavam se anunci-
as práticas que utilizamos. ando e que levariam nossa sociedade a ultrapassar as crenças e valores
A clínica há muito nos mostrava a interconectabilidade dos mem- que estavam vigorando. Ou seja, pressupostos estavam sendo ultrapassa-
bros de uma família, no entanto, as práticas clássicas da Psicologia Clíni- dos em nossas vidas e os paradigmas da modernidade e até mesmo o da
ca ensinavam a olhar a criança apenas na sua individualidade. A mudan- pós-modernidade não sustentavam nossas ações e os fatos que indicavam
ça do pressuposto de que a subjetividade se constitui como um sistema o surgimento de um novo paradigma eram anunciados no campo das ar-
fechado em si mesmo para o pressuposto que afirma a interação mútua de tes. Uma leitura do que surgia permitia prever profundas mudanças em
todas as coisas e eventos, fertilizou o crescimento das abordagens sisté- todas as áreas do conhecimento. A exposição mostrava como na mídia e
micas e das terapias familiares modificando sensivelmente a clínica psi- em diferentes modalidades da arte empreendida por artistas então jovens,
cológica na sua concretude. Deu forma a novos modos de trabalhar a apresentava-se a instalação de rotinas de modificação do corpo e a arte
família, aliviando a tensão existente no profissional que antecipava essa conceituai figurativa prenunciava as implicações que a engenharia gené-
necessidade, mas não tinha ainda à disposição as ferramentas para dar tica, a cirurgia plástica e outras formas de alteração do corpo teriam na
conta daquilo que vivia. Da mesma forma, o intercâmbio crescente dos criação de um novo modelo de homem (DEITCH, 1992).
psicólogos clínicos deixou evidente que na prática psicológica pululam As imagens das modificações corporais pelas quais as pessoas
direções interpretativas que não podem ser abarcadas por uma única teo- estavam passando, já assimiladas na área das artes, tornavam evidente as
ria nem obedecem a um conjunto de técnicas pré-determinadas, e isso alterações nas crenças básicas que fundamentavam o modo de compreen-
pode ser mais bem compreendido quando a explicitação do paradigma der e conceituar o corpo. E a modificação desses pressupostos anunciava
pós-moderno mostrou que o desenvolvimento dos processos de comuni- a mudança do paradigma pós-moderno para um novo paradigma, que os
cação tornou inevitável a prevalência do pressuposto acerca da caleidos- autores intitularam de pós-humano.
copia do mundo, e isso se refletiu nas novas teorias da linguagem e con- Na modernidade, pensava-se em um corpo que nos é dado. Nascí-
sequentemente também modificou a prática clínica. amos com ele e ele definia um conjunto de condições nas quais constituí-
As considerações como essas, entre muitas outras, mostram que amos nossa identidade e o modo de ser no mundo: sexo, tamanho, cor,
nas Clínicas de Psicologia se fazem presentes situações, as quais escapam forma, etc. Na pós-modernidade, o sujeito, embora fragmentado e em
da apreensão das teorias existentes e antecipam o paradigma. E na prática constante mudança, mantinha, ainda, o corpo que lhe era dado. O anúncio
que encontramos as lacunas e deficiências teóricas e colocamos em che- do pós-humano mostra que essa crença em um corpo natural, anonima-
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mente presente, no qual habitamos está se modificando, o que implica na autoconstrução artistas de televisão ou personagens cuja imagem é ofere
constituição de um sujeito novo. Esse novo homem pode agir sobre o seu cida pela mídia. Enfim, alterar a aparência, transformar e recriar o corpc
corpo de formas antes impensáveis e essa possibilidade decorre dos a- tornam-se uma atividade integrada à rotina. As mudanças são provisória;
vanços do conhecimento em muitas áreas. e podem voltar a acontecer, o que significa que passamos a habitar nãc
A biotecnologia permite que a pessoa defina as características de mais o corpo que nos foi dado, mas, um corpo que escolhemos, e que i
seus filhos, a fecundação artificial possibilita que ela tenha filhos para provisório, sobre o qual podemos atuar.
além do que até então se considerava como limite biológico para a gesta- Embora esses casos apareçam em nossas clínicas, ainda surgem
ção, que ela engravide e tenha filhos de um parceiro já falecido ou des- de modo pontual, mas, a mudança está ocorrendo e gradualmente se fa-
conhecido. As dietas e as cirurgias plásticas, os recursos voltados à esté- zem mais constantes. São casos que podem não parecer muito importan-
tica corporal, as academias permitem que cada um de nós possa tes do porto de vista social quando considerados isoladamente, mas, que.
modificar toda a sua aparência. Já são possíveis mudanças de sexo e de em conjunto, mostram que a aceitação de uma aparência "natural" e de
cor, características consideradas imexíveis quando acreditamos no corpo uma personalidade "natural" está sendo substituída pelo pressuposto,
natural que nos é dado. As pesquisas com células tronco apontam para cada vez mais disseminado, de que é normal reinventar-se a si mesmo.
novas modificações que poderão mudar a forma e a estrutura de nosso Consequentemente, os conceitos com os quais pensamos o corpo
corpo. As ciências da computação começam a pesquisar o implante de na clínica já se mostram insuficientes. A prática já exige o desenvolvi-
chips nos cérebros substituindo o comando das ações mecânicas. mento de um novo conceito para o corpo, e, ao fazê-lo, exige o desenvol-
A exposição de arte mostrava que esse paradigma pós-humano já vimento de uma nova compreensão do self. Inevitavelmente a Psicologia
está presente em nosso cotidiano desde o início dos anos 90, nas notícias precisará construir novos conceitos de homem, não apenas para respon-
de jornais, nas revistas, na divulgação das clonagens, nas imagens da der a uma imposição teórica que a obrigue a corresponder aos avanços
Ivana Trump, Madonna, Michael Jackson e Demi Moore entre outros. científicos e tecnológicos, caso queira manter seu status enquanto ciência
Se olharmos para a nossa clínica, veremos que ali também, esse e profissão, mas, principalmente, porque os fatos e as experiências com
novo paradigma, que a exposição chama de pós-humano, já está presente. que os profissionais se deparam na clínica assim o exigem.
Nossos clientes modificam o seu corpo; frequentam academias, fazem O desmanche do corpo natural é apenas uma das situações que
dietas, cirurgias plásticas, implantes, inseminações artificiais, olham o mostram a mudança de paradigma, outras modificações se fazem presen-
rosto de seus filhos ainda no ventre, observam seus movimentos e rea- tes na clínica psicológica,
ções já durante a gestação, através do avanço dos exames de ultía-som. O forte ressurgimento das religiões, o uso disseminado de técni-
Alguns clientes já mudam o sexo, ou pensam em mudar. É evidente em cas "alternativas", entre outras situações faz, hoje, parte do dia a dia da
muitas pessoas a presença do pressuposto de que o corpo é maleável e clínica. Os clientes aderem a várias religiões e, muitas vezes, ao mesmo
pode ser modificado em grande parte conforme o desejarem, livres dos tempo. A descrença na racionalidade humana, levantada pelas atrocida-
códigos genéticos que herdaram. Elas podem se inventar, se modificar des da última guerra, e questionada no pós-modernismo, alcança com
tendo como referência a fantasia e o desejo mais do que a racionalidade. força a Psicologia. Os Psicólogos são obrigados a se confrontarem com
Para elas, é possível construir o corpo e mudá-lo posteriormente, colocar suas próprias crenças pessoais para fazer frente à demanda de seus paci-
e tirar silicone, aumentar e diminuir o queixo, etc. Estão conscientes de entes. E não encontram respaldo nas teorias conhecidas, já que estas se
que novas possibilidades surgem a cada dia, com os avanços científicos e desenvolveram sob o paradigma do cientificismo que alijou os temas da
tecnológicos, de tal modo que se algo, na atualidade, não é possível, em espiritualidade, da religiosidade e da religião de seu universo de estudo.
breve o será. E muitos corpos maleáveis começam a ter como modelo de Nas várias ciências, e na Psicologia, no entanto, teorias que atentam para
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essas dimensões começam a ganhar corpo e a ocupar lugares oficiais. 2. A PRATICA DA OLOGIA CLINICA COMO
Assim, abordagens antes consideradas alternativas, como a Psicologia
Transpessoal e a Psicosíntese, começam a ganhar expressão na clínica INSTITUIÇÃO
psicológica e incitam a que se realizem estudos que possam desenvolvê-
las, para dar respaldo às novas exigências.
Essas questões mostram, mais uma vez, que a clínica é o lócus Marlene Cuirado
ideal para a pesquisa e para o desenvolvimento de novas possibilidades
criativas e rigorosas que dêem conta da ação junto ao cliente. Elas aler- Desde o título, este XEC Encontro firma uma ideia importante:
tam para a necessidade do psicólogo clínico manter-se em movimento. discutir os Serviços-Escola de Psicologia do ponto de vista das Práticas
Estar atento para as mudanças que surgem em seu consultório, para o Psicológicas em Instituições.
novo homem que é o seu cliente e transformar seus questionamentos em Quero fazer, nesses títulos, um destaque: convidam para discutir
problematizações que, se devidamente perseguidas, poderão gerar novos serviços, e não, clínicas-escola.
conhecimentos. A relevância desse aspecto reside no fato de estender, para além
dos consultórios, o atendimento psicológico, ainda na formação dos pro-
Referências fissionais. Mas, onde foi parar o termo clínica-escola que, historicamente,
nomeava tais Encontros? Creio que, por uma questão também histórica,
ANCONA-LOPEZ, Marília. Fenomenologia do corpo e o envelhecimento da os estágios de quarto e quinto ano foram legitimando outras inserções de
clínica psicológica: quando a prática questiona a teoria. In: CORTE; nossos alunos em outras instituições, diferentes das de atendimentos tra-
MERCADANTE; ARCURI. Velhice, Envelhecimento. São Paulo: Vetor, dicionalmente chamados de clínicos (em consultórios), com direito a se
2005. emparelharem a estes, em importância para a formação. E isto é, no mí-
DEITCH, Jeffrey. Post Human. FAE Musée d'Art Contemporain Pully/ nimo, uma conquista. Creio ainda que, por uma dessas armadilhas discur-
Lausanne, Castello di Rivoli (Torino), Deste Foundation for Contemporary Art sivas das quais não nos damos conta, o termo clínica selou sua conotação
Athens, Deichtorhallen Hamburg, Hamburg, New York, 1992. de atendimento individual, na sombra do sentido de ser ele também uma
Diretrizes Curriculares Nacionais Para Os Cursos de Psicologia. Conselho instituição.
Nacional de Educação, Câmara de Ensino Superior. 2004. Quero, ainda, fazer outro destaque: o tema geral do Encontro é
DOMINGUES, Ivan. O grau zero do conhecimento; o problema da Práticas Psicológicas em Instituições. Esse título deixa, por sua vez, na
fundamentação das ciências humanas. São Paulo: Loyola, 2004. sombra a possibilidade de pensar as próprias práticas psicológicas como
FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. Petrópolis: Vozes,
1991. instituição.
GIOVANETTI, J. P. A representação da religião na pós-modernidade. In: Destino-me então a trazer para nossos debates o que parece ter fi-
PAIVA, GJ.; ZANGARI, W. A representação na religião: perspectivas psico- cado à sombra de ambos os títulos: a prática da psicologia clínica como
lógicas. São Paulo: Loyola, 2004. instituição, inclusive na aprendizagem feita a partir das clínicas-escola,
nos quintos anos das faculdades de psicologia.
Um conceito de instituição como operador do pensamento
Começo com o conceito de instituição com que trabalho (GUILHON
ALBUQUERQUE, 1978). Para além das organizações e dos regulamen-
tos particulares e oficiais, bem como dos muros físicos dos prédios e das
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