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Entre irmãs relata a história de duas irmãs que são criadas pela tia no sertão pernambucano.

Uma das irmãs sofre um acidente quando cai de cima de uma arvore onde as duas brincavam.
O resultado foi a deformidade em um dos braços, que se tornou imóvel e nunca mais foi o
mesmo. A vida das duas irmãs muda completamente quando um cangaceiro denominado
Carcara e seus dirigentes invadem a propriedade da família e acaba por obrigar as duas irmãs a
costurarem para eles a força. Com interesses peculiares, Carcara acaba por ir embora e leva
consigo, sem dar-lhe uma escolha, Luzia, a garota que possuía a deformidade no braço. A
separação das irmãs ocorreu de forma a desestabilizar ambas as partes.

Emília, a irmã que continuou com sua tia, sempre se mostrou esperançosa com a possibilidade
de sair do sertão e encarar uma nova vida na capital. Antes dos acontecimentos já relatados
ela conhece um homem que nasceu e vive na em Recife, e nele ela vê uma possível
possibilidade de realização. Com a morte de sua tia e a oferta do forasteiro de leva-la para a
capital, como sua esposa, ela não vê escolha se não aceitar.

Com as novas realidades sendo vivenciadas pelas duas surgem questionamentos sobre a
veracidade daquilo que idealizavam. O cangaço como um grupo de criminosos que matavam
sem motivo aparente e uma cidade dos sonhos da qual só havia a grandeza e a beleza
representada pelas riquezas do recife. Luzia começa a entender melhor a vida dos cangaceiros,
passando a ter a mente aclarada pelas ações bondosas de Carcara em relação as populações
pobres e marginalizadas, procurando justiça pelos crimes causados a elas. Já Emília
compreende que o que achava que seria uma história de amor perfeita se torna um
relacionamento monótono. As suas investidas de sedução para com o marido não causavam o
efeito esperado, causando-lhe frustração.

Em meio as tentativas de adequação, muitas vezes falhas, das irmãs em seus novos ambientes,
surgem questões políticas como a possível ascensão de Tenório Vargas ao poder e as suas
promessas de procura e captura dos cangaceiros e os possíveis progressos do sertão. Surgem
também indagações sobre a moralidade dos cangaceiros, que acontecem em uma conversa
entre Emília e seu sogro, deixando a entender que para alguns eles são heróis e para outros
são apenas assassinos que nasceram assassinos e não mudariam.

Carcara intercepta alguns homens e descobre que eram cartógrafos, que por acaso estavam
desenvolvendo mapas para a construção da Transnordestina, uma ferrovia. Enquanto isso
Emília, na capital, aprendia mais sobre o que a grande Recife tinha a oferecer, como festas
animadas e o mar que tanto queria conhecer. Em uma dessas festas Emília acaba
descobrimento o motivo pelo qual seu marido não se entregava as suas seduções. Ela o vê, se
beijando, com outro homem.
Em um tiroteio contra as tropas oficiais do Estado Carcara é baleado e precisou ser tratado por
um médico local. Ele oferece a Luzia sua casa, já que ela estava gravida, para que ela pudesse
sair do cangaço e conseguisse ter uma vida melhor. Em meio aos seus homens, um deles não
apoia o relacionamento de Carcara com Luzia, e sempre deixa isso claro com comentários
pretenciosos e cheios de indiretas. Esse desprezo aumenta quando outro cangaceiro, um mais
jovem, também fica interessado em uma mulher. Luzia finalmente dá à luz a uma criança a
medida que Emília começa a aceitar a condição do marido como um homem gay (termo não
utilizado na época).

Emília descobre que o marido sofreu um acidente de carro e não resistiu. Carcara é morto por
um dos seus capangas, que também é ferido e morre. Luzia assume o comando do cangaço.
No final, Luzia se reencontra com a sua irmã e lhe entrega sua filha, por que sabe que a vida
que ela levava era perigosa demais para uma criança. Luzia morre em uma troca de tiros com a
tropa do Estado. Emília deixa Recife junto com o filho da irmã, e parte de navio para um novo
começo.

O filme traz uma representação feminista extremamente enriquecedora, seja pelo lado de
Luzia que se torna a chefe do cangaço, de Emília que se embarcou na procura de um príncipe e
recebeu um drama familiar ou mesmo da sua tia, que as criou no mais sertão dos sertões. É
valido integrar uma analogia referente aos propósitos de Vargas em trazer o progresso para o
sertão, como uma alternativa econômica entre estados por meio da Transnordestina, e a
algumas forças presentes no Macroambiente que geram mudanças como as vistas nas aulas de
CHO, como por exemplo a Força Política, que permitiu os estudos necessários para a
construção da Transnordestina e Forças Econômicas que foram as responsáveis pela intenção
de iniciar tal construção para o aumento da potência econômica e a facilitação do movimento
de recursos entre regiões.

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