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Copyright © 2000 Copyright © 2003 da edi Jorge Zahar Fai Mésico 31 sbrelo A reproduce re constitu vilago de d Caps Sérgio C Iuserasdo a capa A npografia no Mexico em 1539, [pura Museu ds Cidade do México Siniato Nacional dos Eitoes de Lives RJ Burke, Pret BIT3 Una histéra social do cone erga Did ‘Burke; aducio Pliaio Dent- rien. ~ Rio de aneito: Jorge Zahar Fa. 2003, sory ofkawledge from ISBN 5-7150-71 fo = ison olga do co cpp 306.408 COU 316749001 Sumario Lista de Créditos e MustragSes, 7 Preficio ¢ Agradecimentos, 9 1, SOCIOLOGIAS E HISTORIAS DO (CONHECIMENTO: INTRODUGAO, 11 nto da sociologia do conhe: ide Média, 27 + As conse idades em Igrejas ¢ Esta~ MIL. A CONSOLIDAGKO DO CONHECIMENTO: ANTIGAS E NOVAS INSTITUIGOES, 37 40+ A Revoh 3,420 “omparagdes, 51 0 Ci aminismo, 1V. O LUGAR DO CONHECIMENTO: CENTROS E PERIFERIAS, 54 59 « Pesquisa de campo e 60 + As capitais do conhe 25,58 « Nagasaki e De 0,75 « As descobertas no contexto global, 76 V. A CLASSIFICAGAO DO CONHECIMENT( (CURRICULOS, BIBLIOTECAS E ENCICLOPEDIAS, 78 sdades de conhecimento, 79 + 1,87 + A ordem das, BIBLIOTECA CENTRAL A antropologia do conhecimento,78 + Vat Disciplina e ensino, 86 + A organ Te Sociologias e Histérias do Conhecimento: Introdugdo sociedade do conhecimento” dade da informagio", dominada por especialistas profissionais e seus métodos cientificos.' Segundo alguns economistas, vivemos numa “economia do conhecimento” ou “economia da informagio", matcada pela expansio de ‘ocupacdes produtoras ow disse ecimento? O conhecimento também se fomou uma questio politica importante, centrada no cariter piblico 0u privado da informacao, e de sua natureza mercan do futuro decerto poderio se refetir 0 periodo em “era da informa Tronicamente,20 mesmo tempo em que o conhecimento invade a cena des- s@ maneira, sua confiabi questionada por filésofos e outros de maneira ou pelo menos em voz muito mais alta do que antes.O que ‘amos pensar como tendo sido descoberto hoje descrito muitas vezes onstruido”.* Mas pelo menos os fildsofos concordam mnustas e com os socidlogos em definis nosso préprio tempo em fermos de sua relagio com 0 « mento, rig 2 4evem0s nos precipitar supondo que nossa época éa primeira a levar a Mane SS QuestOes. A mercantilizacio da informagio é tio velha quanto o capi Lallsmo (¢€ discutida no capitulo 6). O uso,por parte dos governos, de informe- S66 sistematicamente coletadas sobre a populacio é,em termos lteras, historia Mans (Particularmente histtia antiga romana e chinesa). Quanto ao ceticismo ‘elativo is pretensies a saber, remonta pelo menos 20 flésofe gree Pirro jo 2 Shittivo destas observagdes nio é substituir uma teoria ruta da revolu- £6 BOF uma teoria igualmente bruta da continuidade, Um dos principais objeti- vos deste livro é tentar definir as peculiaridades do presente de modo mais 10 prazo. Os debates novas perguntas deste livro pode s iarizagio". A esperanga & atingit qu 2 com que © que era fam 0? O objetivo do “sistema de conhecimer pasado, Quando se habita n”. E 36 pela comparagio Como disse o cientista parece sist le que conhece. Da mesina forma empre parece contraditério, nio provado, inaplici 1a segundo a qual o que Jor seu meio social no é nova. Nos nar apenas t los famosos = a ado ¢ teatro, de Francis Bacon, as © 0 estudo da relagio icos, de Charles de Montes ese serio di De todo modo, passar da intuigio para o estudo or nto dificil, que pode levar oje € conhecido ¢ e (187), ico & muitas vezes um O surgimento da sociologia do conhecimento ato organizado, a sociologia do conhecimento ri ° Mais exatamente, pelo menos trés empreendim intes tiveram inicio em trés paises diferentes: Franga, Alemanha e Estados Unidos. Por que teria surgido uma preocupagio espe: esses trés paises em particular & sie Na Franga,onde Auguste Comte ji pleiteara uma 1s” Emile Durkheim e seus se “representagies de pesson pessoas tegorias “pr séculos anteriores, ¢ tamb ntado em, as Tepro- Desa ocupacio ram varios escudos impor bém um livro sobre as categorias ot pressupostos compat «a nos poderes curativos dos reis da Pra dda descrenga que di 1 sociologia da verdad io de gr es especificas c isdes importantes, zagio cur das antropomérfcas, era uma conseqiiéne . Jogia das miquinas. Num estudo sobre 0 mundo académico norte-americano, Veblen iluminow 0s escuros desvos do sist : ck sociol6gica, comparando osacadémicos a outros “guardies” do “conhecimento esotérico” como 0s “pa- des, xams, Jos”, observando esotérico € considerado verdade universal. “embora seja estranho que ele deriva seu cariter,alea Po”. upo, esse Cor te para qualquer método dos habitos de vida do gru nte, num ensaio sobre a Europa moderna’”(1919), Veblen sugeriu que ess pre atingira seu apogeu no século XIX, 2 deus comegavam a ser ass relectual dos judeus na ncia ou criatividade momento em que muitos ju= ra cristi, Acreditava que essa assimilagao BIBLIOTECA CENTRAL aind: teira de dois {wer p.37). uma vez que 0s idolos de s ‘¢ cles nio tinham qualquer incenti jos, Sua independéncia em relacio as id ta encorajava esses intelectuais caso,a percepeao de ia posi mary Ajo to de que ele ra tho od pico.o matgital Vib Na Alemanha dessa época, havia m: seguindo as idéias de Karl Marx,ora del ica protestante”, po! 1904), situava esse sistema de valores. fs estava incompleta, pois muitos intelectuais judeus rejeitavam st Freranca cultural sem aceitar completamente a dos gentios. Sua posigao andos culturais os tomata céticos “por forga das circunstincias! particular para aceitar 0 n sua propria fron- propria tribo se haviam “desintegrado olos dos gen- ‘iias consideradas verdadeiras no mundo de extrac judaica ase toma Jen sem daivida derivava de sua pro~ tem parte deliberadamente escolhida, mas em parte resul- « camponeses emigrantes da Noruega,origem 65 intelectuais norte-americanos de seus len ndo deixou uma escola em sentido es ‘ora tenha inspirado sucessores, como veremos (ver p.18).'* interesse pela sociologia das idéias,ora as divergindo, O estudo de Weber do que wr exemplo (publicado originalmente em n seu contexto social e também propunha ‘uma teoria sobre suas consegiiéncias econdmicas. Sua teoria da burocracia (ver p 110) foi também uma contribuigao & s sendo apresentada como tal. Outros socidlogos na Alemanha, em esp ‘Mannheim, por exemplo, contrastava dois est calveram nos séctilos X' tale universalista,c tivel. Do outro 0 estilo germinico, co ligiio para dar sentido & exper apoiar ou condenar qualquer dos estilo resses sociais de um dado grupo deixam seus n da vida social. Sobre essa base, desenv: Mesmo assim, segundo Mannhei “estrato relativamente sem clas schwebende Intellien2), expressio que Man Weber, irmio do mais famoso Max, mas tam smentavamn mais ou menos 20 tuadas” e formadas por visbes de m do como mudanga ¢ de usar a historia e no a razio jociologia do conhecimento, mesmo no ial Max a na Hungria ¢ a encerrou jesmo tempo que Weber que Schcler ¢ Karl Mannheim (gue comecou sua cart na Inglaterra), ar as idéias sio socialmente de pensamento”, Exses estilos de pens: 8es ¢ (para Mannheim, mas nio para mento eram associados a periodos, a na- Scheler),a geragdes ¢ classes soci europeus de pensamento XIX. De um lado, estilo franc mnservador e “historicista 10 era o de ., mas simplesmente observar que 0s inte- is certos aspectos im, os intelectuais eram vistos como um entsia flutuante” (fei- smprestada de Alfred n um socidlogo importante. © favo de serem relativamente independentes da sociedade ~ a qualificagio “relati ‘vamente"é muitas wezes esquecida pelos eriticos de Mannheim ~ permite que 05 intelectuais vejam as tendéncias soc mais claramente do que outras pessoas." no que batizou seu empreent Foi o gra conhecimento™ (So=i tum tanto estranha e que mento como “sociologia do ), descrigo que soava 11a intengio de chocar o publico.E rela- aceitara idéia de uma historia ou uma sociologia da ignorincia, ‘mbora existam relativamente poucos estudos nessa érea."* Uma anilise social ddos obsticulos no caminho de nossa descoberta da verdade, a0 estilo de Francis Bacon, também nio é dificil de aceitar. © que é mais perturbador é a idé ‘uma sociologia do conhecimento, uma ver que conhecer & © que 0s fildsofos cchamam de um “verbo positivo":0 que conh que acreditamos, é verdade por definigio. A verdade, do tipo fo ia de uma explicagio social da ado por Karl Marx e Friedrich Nietesche, ainda tem po- Ps nonstrou 0 caso da diseussio dos “regimes de verda: do século deliberada."” © renascimento da sociologia do conhecimento Depois desse comeco auspicioso, 0 estudo do conhecimento virtualmente secon ou pelo menos se tornou menos produtivo que outros campos da sociologia nos tuds paises mencionados. A figura mais notivel entre 1930 1960 foi o nor- te-americano Robert Merton, ¢ sua obra sobre 2 relagio entre puritanismo ¢ ciéncia, a despeito da grande atengio dispensada a instituigdes como a Royal So- ciety, era basicamente ias de Max Weber sobre pu- ritanismo e capit lorian Znaniecki, que emigou para 05 EUA, seguiu as pegadas de Veblen e publicou um estudo sobre o O papel socal do homem de saber (1940), mas depois dedicou-se a outros campos. Em Pa- ris, 0 emigrado russo Georges Gurvitch parecia decidido a revitalizar 0 tema no comeco da década de 60, mas mon «de poder fazer mais que um esboro de seu programa.” A construsio social da reaidade (1966), obra conjunta de um so- ci6logo norte-americano e um austriaco, Peter Berger e Thomas Luckmana, foi bbem recebida e poderia ter sido mais influente, mas seus autores nio Ihe deram continuidade com estudos substantivos na ampla perspectiva da sociologia do conhecimento que defendiam. O principal estimulo para a renovagio veio de fora da sociologia, sobretudo de Claude Lévi-Strauss, na antropologia, de Tho- tm Kul, ns histria da cgnca, ede Michel Foucul, na Sloot évi-Strauss revitalizou o interesse pela clasificagio em seus estudos sobre 0 totemismo e, em termos mais gerais, sobre o que chamou de “ pensamento selva- gem" (a pensée swage), definido como concreto por oposigio a abstrato. Onde ©8 ocidentais distinguem entre “natureza 2”, por exemplo, of mitos amerindios, segundo Lévi-Strauss, sio construidos em torno da oposigio entre 0 ‘rue o “cozido”.® Foucault, que conhecia historia da medicina e era formado 1 pata analisar 05 varios espagos ¢ Quanto a Kuhn, ¢ é vimento semelhante, na historia e que tém . originando-se na insa al” até que outra geracio na do conhecimento atraiu a at 1 € esfera piiblica cultural” o poder de inst ersidades pata det ta e que nio conta como conhec! outros antropélogos contri- dedicou virios ensaiosa prol \do-os sob 0 microsc6pio no sentido de ex inilos no contexto das co- os para o conhecim sxageram a distancia q com Durkheim e seu a clans, jem de seus mesttes, O debate sobre a relacio entre co- reresses continua, Karl Mannheim e pi ada por Ludwik Fleck antes 1e espécie de co- nportincia ji era in Jowett (ver p25) 0 ‘0 que eu mio conhego nio & conhecimento pparega, jd era defen« da Segunda Guerra Mundial mei lugar, énfase pasou da aquisico e trnsmissio do conhecimento fora manufatura”, mudanca que faz parte 1 pos-estrusralista ow pés-moderna na sociologia © em cutras ens insisténcia sobre aes e mais sobre os indivi~ tagem € sobre priticas como a classificagio e o experimente, itica do conhecimento e nos “de- tentores do Em segi S centores do conhe grupo maior ¢ mais var do que antes. Os thometodoligica”. ual 2 nova sociologia do conhecimento difere da microssociologia, pela vida intelectual cotidiana grupos, circulos, redes ou “comunidades epistemolégicas”, vistas como as unidades fisndai sua difusio por certos des epistemolégicas sio fi operam, de laboratérios a bibliotecas* Des proxima da antropo nhou uso regular. Em quarto lugar, quand. nhecimen 0 passos de Foucault, esas comunida- das nos microespagos em que sa maneira a nova abordagem esti isa, € a expressio “antropologia do conhecimento” ga- ii de sociologia afirmava que 0 co- sava acima de tudo na classe social (em= bora pelo menos Mannheim t levasse em consideracio as geragdes).!” Na fise atual, por outro Ino, dedica-se maior atengio ao género e 3 poogeat, No easo do género, houve ui Jos” enfrentada pelas acad humanistas, exclusi neces heres ca vids mec ri Sob opens postinres ts tua expergnes de modo gue hi "mots ken steno do menor npranteoto de ges buieo mais amo paraa goognsa dosoehort terario. Num trabalho que provocou comideriv, i¢io fosse tornar-se cientistas ou estudo comparativ le deixava de ser distribuido e Curiosamente, a contri~ é de autoria de um critico debate, Edward Said, seguin- $0 Foucault analisou o “orientalismo” em outias pave oooh. rento oci- dental do Oriente Médi , como instituigao a servico do imperialismo. Embora seu autor seja um historiador social e cultaral, Mm muitas dessas abordager fragmentacio tio caracte este livro se baseia ara tenter corrigit a especializacao e conseqiiente "istica de nosso préprio mundo de conhecimento. BIBLIOTECA CENTRAT. A histéria social do conhecimento toriadores levaram a sério a sociologia do ‘Até agora, relativamente poucos conhecimento, Uma das excegies foi ‘mento norte-americano da “nova histor era amigo de Thorstein Veblen. Seu apoio 3 tese de doutoramento de Martha ‘Omstein sobre o papel das sociedades cientificas no século XVII (ver p.43) se ori~ sginou da pergunta que ele se fazia sobre “que papel os vetustos e respeitados centros de ensino ~ as universidades ~ desempenharam no avango do conheci~ mento, Pode ter havido um laivo de malicia premeditada na pergunta~ alguma referencia 3 obra sobre O saber enadito, de seu amigo Veblen, por muito tempo recusada” (o livro tinha sido escrito em tomo de 1908, mas sé foi publicado 10 anos mais tarde).** Mas Robinson nio teve mais seguidores nessa direc. Entre as décadas de 1920 e 1950, alguns académicos marxistas, do russo Boris Hessen a0 inglés Jo- seph Needham, tentaram escrever hist6rias socials da pesquisa cientifica, mas fo- ram de certo modo obscurecidos pelos principais historiadores da ciéncia. Foi so a partir da década de 60 que se tornou normal examinar a céncia de um ponto de vista social. Pouco se escreveu sobre as ciéncias sociais,¢ menos ainda sobre as humanidades, dessa perspectiva, e 0 que foi escrito se concentra nos séculos XIX € XX e nio no inicio do periodo moderno.* "A percep¢io dessa lacuna na literatura académica foi uma das razBes de mi- nha escolha deste tema. Trata-se de um ensaio,ou uma série de ensaios, sobre um tema tio amplo que qualquer exame gue nio adotasse uma forma deliberada~ ‘mente provis6ria seria no apenas demonstragio de falta de modéstia, mas tam- bbém tarefa impossivel de realizar. Devo confessar uma predilecio por estudos breves de temas amplos, que tentem estabelecer conexdes entre diferentes hugs res, temas, perfodos ou individuos, para reunir pequenos fragmentos num grande quadro, No entanto, a necessidade de um livro como este é particularmente ob- ‘Via numa area que nio € normalmente vista como um campo especifico, mas como uma plaralidade de disciplinas ou subdisciplinas como bibliografi, histO~ ria da cigncia, historia da leitura, hist6ria intelectual, historia da cartografiae his- tria da historiografia (meu tema original de pesquis). Quem quer que argumente que o conhecimento é socialmente situado cer~ tamente vé-se obrigado a situar asi mesmo(a). Alguns de meus vieses, resultados de classe, genero, nagio e geracio, sem diavida ficardo logo aparentes. Aqui sim- pplesmente confesso que o titulo deste livro foi escolhido em homenagem a Mannheim, cuja obra despertou meu interesse pelo tema ha quarenta anos, ainda ue eu me tenha afastado gradativamente de sua orientacio. O livro tenta uma hhist6ria social informada pela teoria, a teorias “clissicas" de Emile Durkheim ¢ de Max Weber tanto quanto as formulagdes mais recentes de Foucault ¢ de Bourdieu. Os capitalos i eit oferecem uma espécie de sociologia do conheci~ ‘mento retrospectiva, o capitulo 1V,uma geografia do conhecimento,o capitulo no comego do século XX. Robinson tama antropologia, © sexto di tica do conhecimento, 0 quested filos6ficas. : ae 'A despeito dest intromissio em outras dsc leitores deste estudo st riador dos primordios da Europa moderna. Os limites cronolégicos do livro ss so ramets un ota Wes, pa eaecar empurags¢ cas mas o livro € mesmo uma histéria do conhecimento no principio o moderna. ® ae O inicio do periodo moderno seri definido con; te a inas, deve ficar claro pata os essencialmente um histo~ orscuosde Guten Se i50 a spc a Encopetare Soe om son dae done cm Sars istragio tanto da politica, 10 da economia do conhec mento. Quanto is ligagdes entre 0 con hee cho eaimpon vee os ma dea er ms pagina gc sem ata dae gc na ovo nove imsous cosa snp drone peu nicos a segredos de Estado). A imprensa também fac Z ie a padronizou 0 Giferentes lesem os mesmos Jou 0 ceticismo, co. sugete,ao permitir que a mesma pessoa comparassee contrastas alternativase incompativeis do mesmo fensmeno ou vente’? tir que pessoas em luga textos ou examinassem imagens id&nticas. Tar © que é conhecimento? A penguin “O que é pergunes mais fon dos sem fazer dist mn > ae vrdade™ Mannheim fo muses vees ae valores e obseragdes com socalmente determina + ding ene conhe. Re “informnagio” para referir-se a0 que é relativ eon sees ‘imento” para denotar 0 que foi a Pe aise Palo ensamento Nio & preciso dizer que a distingio ¢ relativa, doen Stes procesam tudo o que petcebemos, mat importinia ficagio do conhecimento é um tema que se 4 fein que se repetiri adi do mas pins que segucm é 0 que as pesoas no inicio da como conhecimento ~ ¢ nio 0 que este autor ou ante (especialmente no O querer deat Modccndnde come seus leitores porventura consider magia, da bruxaria, dos anjos e de ente centrais para a hist6ria so n detathe. Neste ponto basta observar cia de varias espécies de conhect vos tipos de con wento verdadeito lemio, & parte in= dria se ocupa nio sé do surgimento de palavras novas como as também, no significad substituindo-os em seus inando os contextos sociais em que eram usados e re- dispensivel deste cuperando suas associagdes originais.** ‘Um pressuposto tradicional que & so intelectual ou,como 6 > que segue rogres ‘rescimento cognitivo”. Tal conceito sociedade inteira, guilo que nplo — ist6ria do conhe~ mse obras de rofe- pode ser iva, mas tem de ser adquirida c por cada individuo, Mesmo no caso do conheci- crescente espec XX, produziu est 8 antigos (ainda que a me profundidade). Hoje, cada escolha tem seu preyo. Quando as enciclop: bes desaparecem para dar espaco a outras, de tal forma que para hor consultar a décima primeira edicio da Enciclop (1910-11) ¢ nio a edigio corrente. No inicio da Euro} sio do cont tos ¢ 4 chamada “revolucio cientifica”. Contudo, essa hecimentos criava novos problemas 20 mesmo tempo em que resolvia ou s paginas. outro tema que se repet 38 pro cessirio limitar 0 tambén soci mpleto.e que seri e geogratica rie de c lectu: formas do oF parte em textos que foram pul bleados nosséeu- também o logocentsno,tetando sage Gs) como meios de transmit conhecimente Olja moedas e de crocodilos dos a es mt tempor em tempos, pe ionados com entusiasino no perl ficados e exibidos em gal s."” Priticas nao verbz eae Zinhar, tecer, curar, cagar, er cin fiver i at, cultivar a tera ete. ~ unibemn fewe definigo de conheci Mas resta uma grande pergunta,O temas fa do conhecimento de que No inicio da Europa modern nhecimenio © nateriais, de conchas a 1 Serio mencionados de re dessa a deste estu= entificavam, as vezes argument: © conhecimento n ficassem descontentes Vives expressava um ponto oneses ¢ artesios conhec agricole et fabri |. como a sociologia, mento na sociedade”.5! Uma 128 funcSes € usos. O so- ‘pos de conhecimento: 0; politico, cientifico e filoséfico.®2 Proxima da histéria social, distingue entre 08 co- erentes grupos sociais. Os intelec- pos de conhecimento, mas outros campos de 'ow sio cultivados por grupos como burocratas,ar~ ¢ curandeiros. Esses campos de conhecimento im- nente alguma atencio dos historiadores, especialmente € da contribuicio dos habitantes nativos para co. cidlogo Georges Gu Perceptivo, soc 'A maioria dos estudos sobre 0 conhecimento se ocupa do conhecimento sobre as formas dominant ‘cultivado” como eta freqiientemente chamado nos pr de, De todo modo, seri feita uma tentativa séria de situar o conhecimento acad lo. A competigio, 0 conflito € as trocas entre os ss académicas e 0 que se poderia chamar de “conhe~ sistemas cimentos alternativos” serio um tema recortente neste estudo.* Os confitos sio particularmente claros no caso da medicina, tal como praticada por charlaties, eurandeitositinerantes ou mulheres. Para um exemplo conereto podemos vol- tar-nos para as Observes esparsas, publicadas em 1609 pela parteira parisiense Louise Bourgeois, que se descrevia como “a primeira mulher em meu ramo lade que tomou a pena para descrever 0 conhecimento que Deus me deu Se quisesse causat sensagio, eu declararia neste ponto que as chamadas revo lugdes intelectuais dos primérdios da Europa moderna ~ 0 Renascimento,a Re~ volugio Cientifica ¢ juminismo — nio foram mais que o surgimento i Tuz do vente em palavra impressa) de certos tipos de conhecimento a conseqiiente legitimagZo por certas instituigdes aca~ por exagerada que scja, nfo seria mais unilateral que 0 hecimento com o saber dos pressuposto mais convencional que identifica académicos. © conhecimento colhido pelos curopeus em outros continentes, por exemplo, nem sempre foi resultado da observagio direta da natureza ¢ da so- informantes locais (ver cap.1V). ciedade, tendo muitas vezes dependido ds Em busca de um exemplo das interagdes entre os académicos ¢ 08 artesios podemos nos voltat para a Itilia renascentista. Na Plorenga do inicio do século XW, por exemplo, o humanista Leonbattista Alberti tinha freqiientes conversas ‘com o escultor Donatello ¢ © engenheiro Filippo Bruneleschi. Sem a ajuda des- ses especi para cle escrever seus tratados sobre pintura ¢ ar- quitetura. Especialistas na arquitetura do Renascimento discutiram a interagio res-de-obras ¢ 0 conhecimento humanista centre as tradig6es artesanais dos ,,que is vezes encomendavam suas casas com copias do Vitrivio nas nar como texto desse antigo tratado romano sobre stura poderia ter sido editado e ilustrado, como o foi na Itilia renascentista, sem algum tipo de colaboragio entre conhecedores do latim clissico e conhece~ dores da arte da construcio. Quando o texto foi editado ¢ traduzido pelo patri- cio veneziano Daniele Barbaro,em 1556,0 foi com a ajuda do arquiteto Palladio, gue fora treinado como pedreiro.” 23 Em intimeros campos, homens e mulheres priticos assim como académi sinham algo cori que contribuir para 0 conhecimen 20 livto do 20 impresso.** © livro do hamanista Georg Agricola sobre minerayio (1556) obviamente deve muito as conhecimento oral dos mineitos de Joachimsthal, onde ele ganhava a vida corn tnbdic. Montaigne chegou a ponto de afirmat,cm seu notivel ensio se og Ceiba gue oestemnno de am home sips hone inl grsen sobre suas experiéncias no Novo Mundo pode ser mais confivel que o das fine om seus caprichos e preconceitos He 0 das fies gens Em relagio is humanidades, a ° 2 2 economia enquanto disciplina (discutida 1.56) nfo surgiu do nada, Envolveu nlo 38 elboragdo de norm ee naa também a atribuigio de respeitabilidade académica 20 ‘tico labia ai SP de acadk conhecimento pritic im conhecimento originalmente 0 - oral que passou a circular im= presso cada vez mais amplamente nos séculos XVI e XVII, em tratados como 0 Discurso sobre o comécio (1665), de Sir Josiah Child, comerciante londrino que vi- ria a ser diretor da Companhia das indias Orientais. : ove woca semlantesente a tori politica ea pris pol coin politia a pritica poi, ainda gue a um certo prego Maquivelprovocou gem tamalto ao soabelee de forma explicit ¢wedrica algomas Fe se conto am suid na price O pre pe docunento conden que Miguel apse sum dot Medic ue ern depart, fo pub rm 832 poor oo eps morte do autor” Francis Bacon tnhs boa parte de redo ese vamp deo ‘nhecimento (1605), embora tenha sido um tanto injusto quiavel 20 declarar que rao coy neocon no fa aqui reunido por escrit saber relativo a negociagZo ¢ aos negdcios ndo foi até Em outro e) I ; mente que comegou a aparecer sob fe els cs se, de Stone Vasari, publicadas por primeira vez em 1500. ao da filosofia. “Empirismo" deriva de ‘onpite termo, ingle tradicio- pein peton cng aon ce ea £2 tut aan erie Fe dos agai abelha, que tanto coleta quanto digere. Importavacomecat “a a nte a0 francés 1e hoje ch do emt 1736 « dscutido no igo sobre 0 tema no Exc mag ene 1 episeolopcmprts de Bacon es cra : de qu nO OS Si Hos Reset ee aoe eee bya Sores de Lone equi radio Baconian epubl= ee lizados ou segredos de di casamento feliz” (Theor roa Denis Dideror foi outro admirador de Bacon nesse particular. Se ce “Arte” onde a distingio entre as artes libe- ‘como inadequada por rebainar 0 status 3 cola de pessoas apreciive ‘oradores tornaram pibl iuagdes priticas. O verbete sobre fundi por exemplo, foi utilizado por um conselheiro do e ido pelos in- armente aquele possuido ps is nos primérdios d Europa no capitulo iscutido no pr +I O Officio do Saber: os Letrados Europeus ara enxergar Barrow H.C. Beecune Este capitulo se ocupa dos principais descobtidores de conhecimento nos primérdios da Europa ducores e disse s, produtores ¢ disseminadores joderna. Esses descobridores, pro- adores sio muitas vezes chamados de Continuidades e descontinuidades Dine fregientemente que 0: i XIX na Resi, quem homens deletes burocracia. Por outro ne decurso do debate farce como Mann ou nio conseguiam encontrar posigées na scensio do grupo é datada do fim do século XIX, sobre a culpa ou inocéncia do capitio Dreifuss, elects a seu favor? Outros istoriadores, particularmen- a fieaues Le Gost na [dade Média, pelo menos em relacio bm reratdes? Esse desacordos sio em parte quests de definigio, mas tam ree Gam wma importante diferenga de opinito sobre o peso relative da mil~ ddanca e da continuides eer Ps tinuidade na historia cultural da Europa, a5 a ‘Uma visio comum sobre os intelectuais de hoje € que eles sio descendentes da intelligentsia radical do século XIX, que si descendentes dos philasophes do Maminismo, que sio uma versio secular do clero protestante, 0 dos humanists do Renascimento, Tal visio & excessivamente “voltada para 0 presente”, no sentido de perscrutar © passado em busca de pessoas mais ou me ros semelhantes a nés mesmos. Michel Foucault nio foi a primeira pessoa a en- xergar o presentismo ¢ a continui .0 problemiticos, mas continua sendo © critico mais radical desses pressupostos comuns. ‘Uma historia dos intelectuais 3 maneira de Foucault poderia d idade entre a intelligentsia do século XIX, que desejava derrubar o antigo que queriam reformar © também apontar a distancia entre os philosophes anticlericais ¢ o clero puritano inglés do século XVII, que ji foi apresentado como 0 pri jo historico tira des Poderia de “intelectuais radicais” numa sociedade tradicional, “livres de conexdes feu- dais" + Contudo, aos olhos desses puritanos, sua verdadeira e genérica wocagio ou “chamamento” nio era 0 saber nem a atividade politica, que eram simples _meios para um fim mais elevado, a religiio. Seu ideal era 0 do esse ob- jetivo levou alguns deles a expressarem atitudes antiintelectuais.* Outra descon- le afssta © clero protestante de seus predecessores, os humanistas do Renascimento,¢ outra ainda separa, entre os intelectuais medievais de Le Goff, 6 humanistas dos fildsofos escolisticos, a que tantas vezes denunciaram. Para evitar confusio, pode ser boa idéia seguir os passos de Samuel Coleridge © Ernest Gellner, ¢ descrever 05 especialistas no conhi como “letra ciais cujos membros se consideravam Iehvten), o1 “homens de itera : hommes de lettres). Neste quer dizer cultura ¢ nio literatura (donde a necessidade do adjetivo em bel- leslettrs) Do século xv a0 XVitt, os académicos se referiam regularmente a si mesmos como cidadios da “ epiblica das Letras” (Respublicalittearia),afirmagio que expressava a sensagio de pertencerem a uma comunidade que transcendia 2s fronceiras nacionais. Tratava-se essencialmente de uma comunidade mas que desenvolvia costumes préprios, como a troca de carta para nio mencionar modos ritualizados pelos quais os mais jovens demonstra vam respeito pelos colegas mais velhos, que podiam ajudar a lancar suas carret O objetivo deste capitulo é discutir 0 que um notivel ensaio sociotigico de 1940 apresentou como “o papel social do homem de saber”.* Hoje, a expressio Jevants a questio sobre as mulheres de saber naquele tempo. Elas estavamn mais ou nos “excluidas” da busca do saber, como observara o fil6sofo francés do sécu~ Jo XVHI Poulain de La Barre em seu tratado A igualdade dos dois sexos (1673). 7 E vendade que existiram a0 longo do periodo mulheres de letris ou “damas stuidas” embora a stocking” [iterata] n3o tenha sido cunhada gré o final do século XVII, Entre as mais famosas delas esti Christine de Pisan, gurora de A cidade das mulheres, no século XV: Marie Le Jars de Gournay, que edi- tou os Ensaios de Montaigne, estudou alquimia e escreveu um tratado sobre a jgualdade de homens e mulheres; 2 universal Anne-Marie Schuarman, que vie yeu na Republica Holandesa,assstia a conferéncias na Universidade de Utrecht e escreveu um tratado sobre a aptidio das mulheres para o estudo; ¢ a rainka Gristina da Suécia, que chamou René Descartes, Hugo Grotius ¢ outros sibios, para sua corte em Estocolmo e, apés a abdicagio, fundou a Academia Fisi- co-Matemtica em Roma. Mesmo assim, as mulheres no participavam da Repablica das Letras nos mesmos termios que 0s homens. Era fato extremamente taro que estudassem nas tuniversidades. Podiam aprender latim com parentes ou com algum tutor privado, mas se tentassem entrar no circulo dos humanistas, por exemplo, poderiam ser repelidas, como no caso das italianas Isotta Nogarola e Cassandra Fedele, no sé culo XY, Isotta foi para um convento depois de exposta 20 ridiculo pelo que os homens viam como suas prevensdes intelectuais.? Mulheres também fizeram parte da Revolugio Cientifica e do Tuminismo, Margaret Cavendish, duquesa de Neweastl, assstia a reunides da Royal Society ¢ publicou suas opinides filoséficas. Voltaire escreveu seu Ensaio sobre as maneinas para a marquesa de Chitelet,a fim de persuadi-la de que a historia era tGo digna de estudo como 2 filosoia natural, que ela preferia. Também ness eas» posi, es era matginal. Bernard de Fontenelle escreveu seus dislogos so- bre a pluralidade dos mundos para um pablico feminino, ¢ Francesco Algarotti publicou um tratado chamado Newtonismo para damas na suposicio um tanto condescendente de que mulheres inteligentes poderiam entendera nova ciéncia «aso thes fosse explicada em termos simpl A Idade Média © exemplo de Heloisa, que era aluna de Abelardo antes de se tomarsua amante, hos faz lembrar que mulheres de saber jé eram encontradas no século XII. Foi essa época que of letrados curopeus se tornaram visiveis no mundo fora dos ‘mosteitos pela primeira vez desde a Antigiiidade tardia. Esse Como o das universidades, resultou da crescente di Surgimento das cidade. 5 letrados i snvolvimento, 10 do trabalho associada 20 jam um grupo de estudiosos leigos cultos,em geral médi- ito e medicina eram as duas profissdes seculares cultas, com o da universidade medieval e com status no mundo fora lgar assegurado der ram grupos corporiivos, s vezes organizados em colégios (como © dela, mento e da pritica c .-a maioria dos professores e alunos das universida- nis de Aquino, Pesquisadores ac ram frades. Os estudantes f odo que formavam um es latinas ~ de sua di n que Ihes acontecia viver. Quanto 20s, Alberto Magno e Roger * (wer cap.v). Os profesores desse novo curricu 10 se espalhou, primeito na I ipo de letrados. Alguns s religiosas,mas muitos dependiam da libe~ tuniversidades, ou atu: ralidade de seus patronos ou mecenas, Pata algo no uma voeacio, e um humanist do século XV: "Eu, que italiano escrevia entristecido a outro 20 final inte gozava da amizade de principes,acabei, abrir uma escola.” A baixa remuneragio geral dos ndadas por esses humanista i) também sugerem 0 aparecimento de uma identi-~ As conseqiténcias da impressio tipogrifica ensa tipogrifica foi ampliae deles se tornaram letra dos-impressores, como ul ‘0s impressores, por exemplo cortigindo provas, fazendo mo escrevendo por encomenda de editores-in apressores. Ficou mais facil, al a carreira de “homem de letras”, Erasmo, pelo ‘com seus livros para s ar da depend a8 retrata os humanistas em geral e Erasmo em particular, 3 -ctual utuante, sua autonomia vee. Nose pera de Mane urticularmente, um grupo de escritores com educat stentar-se com suas penas em meados do século XV sobre tal variedade de assuntos que vieram a ser conhecidos como (ver cap.\Il), Figuras semelhantes podiam ser encontradas e1 res © outras ¢ do século XVI, produzindo, entre outras publica ogias, cosmografias, dicionirios e outros guias para 0 conhecim Oportunidades em Igrejas ¢ Estados idos no esgotam as oportunidades abertas aos ho- scentou outra. A idéia de Marti- no Lutero de um sacerdécio de todos os crentes originalmente pacecia tornar supérfluo o clero. Seu colega ainda mais radical da Universidade de Wittenberg, Andréas Karlstad, che; 2 aboligio dos graus académicos, Mas Lutero d po de sustentar a idéia de um clero culto que pre gasse 0 Evangelho 20 povo, sendo a esse respeito seguido por Calvino e outros reformadores prot lado cat de meados do s cuidado semelhante com a educagio dos piro- cos.” Parte do s parece ter se dedicado aos estu- dos como vocacii 1 a servir suas pardquias, como no €as0 do pasto: miticas. Dessa doras da v Oaumes tou em parte da nova para o clero das par fancion; consideradas, 4 sua revelia, fanda- de estudos como carreita. wero de estudantes no » XVI e inicio do XVI resul- 40 de treinamento as, € também da crescente demanda dos governos por 10s formados em direito. Em meados do século XVI,a oferta de estu- dantes comecava a exceder a demanda por seus servigos,¢ substancial proporg3o de graduados se frustrava em suas aspiragSes. Em Nipoles, estudantes tomaram parte na fa osarevolta contra a Espanha em 1647-8. Em certa ocasii, 300 est- ‘marcharam pelas ruas em protesto contra um aumento nas des- esas com doutorado. No caso da Inglaterra, chegou a ser stigerido que esses ‘intelectuais alienados” foram em parte responsiveis pela Revolucio Inglesa."* Alguns homens de letras formados pela universidade acharam emprego rios de governantes aristocratas ou eruditos. Importantes humanis- incluindo Leonardo Bruni, Poggio Bracciolini e Lorenzo Valla, fo- ddantes arm 3° ram secretirios de papas. A ocupagio nio era nova, mas o niimero de tratados cexplicando como desempenhar a tarefa sugere que sua importincia aumentou no periodo, quando aumentava a circulagio de documentos tanto para os go ‘vernantes quanto para os nobres (ver cap. 1)" em geral. Na Suécia,o final do sé calo XVI entrou para a histéria como a época do homens de pouco berso, como Joran Persson, ‘era mais um conselheiro que um escrituratio, era 0 brago direito do rei Erik XIV até que seus inimigos aristocratas o fizeram set condenado 3 morte. Na Espanha, onde © poder dos secretirios era ainda mais Gbvio nessa época, sob Filip termo “letrado” (derivado de litteatus) entrou em uso para designar os advoga- dos a servigo do rei, homens de letras por oposigéo aos homens de armas que tra dicionalmente cercavam o rei. Seu papel era dat bons conselhos, funcio politica principal dos letrados em muitas culturas.”” ‘Homens de saber também podiam tomar um secretirio ow amanuense aseu servigo. Erasmo, por exemplo, empregava Gilbert Cousin, também um estudioso, entre os secretitios de Francis Bacon figurava o jovem Thomas Hobbes. Os embaixadores também tinham seus assistentes, is vezes homens de letras como ‘Amelot de la Houssaie, secretirio do embaixador francés em Veneza, que usou sua posigio para se informar sobre os bastidores do funcionamento do Estado hecimento que mais tarde publicou (ver p.134). No séeulo XVI, passou a existira funcio de secretirio de sociedades de estudos. Bernard de Fon- tenelle era secretirio da Academia Francesa de Ciéncias, Henry Oldenburg, da Royal Socicty, Formey, da Academia de Berlim, e Per Wilhelm Warentin, da Academia Sueca. A posigio is vezes inclufa um salitio, como no caso de Olden- burg Em meados do século XVII, eta cada vez mais comum, embora ainda arris cado, gue escritores e estadiosos conseguissem se manter gragas a uma mistura de patrocinio e publicagdes. Uma anilise abrangendo 559 escritores franceses em atividade entre 1643 ¢ 1665 sugere que, com estratégias adequadas, era possivel fazer carreira em literatura ~ no sentido amplo do termo, inchuindo dicionatios © obras de histéria,e também as pecas de Racine e os poemas de Boileau.” ‘A ruptura com a tradigio nio deve ser exagerada. Subsidios reais con vam sendo uma fonte importante de renda, Luis XIV, por exemplo, conc pensdes generosas nio apenas a Boileau e a outros poetas, mas também a0 astro- nomo Gian-Domenico Cassini 20 filélogo Charles Du Cange. Advogados, como Nicholas de Peiresc e John Selden, e médicos, como Theodor Zwinger € (Ole Worm, continuaram a contribuir para 0 conhecimento em seu tempo livre. (© niimero de escritores que eram membros do clero ou pelo menos viviam 3s, suas margens continuava significativo. Podem mesmo ter sido a maioria na época de Luis XiVv2 Até o final do periodo deste estudo,e mesmo além dele, proporcio substancial das obras cultas publicadas ainda era escrita por membros do clero. Diferenciagao estrutural Por volta de 1600, era claro um processo de diferenciagio estrutural entre 0s le- trados europeus. Os escritores formavam um grupo semi-independente, sendo soa crescente autoconsciéneia marcada, como na Franga do século XVit, pelo uso cada vez mais freqiiente de termos como auteur [autor] érivain [escritor}.2? ‘Um grupo pequeno mas influente pode ser apresentado na linguagem de nossos como “intermediirios da informaga0”, porque punham estudiosos de dife- rentes lugares em contato entre si, ou como “administradores do conhecimen- to”, Porque tentavam organizar © material elo, Alguns de seus nomes se repetirio nestas piginas, entre cles Francis Bacon, Jean-Baptiste Col- bert, Denis Diderot, Samuel Hartlib, Gottfried Wilhelm Leibniz, Marin Mer. ne, Gabriel Naudé, Henry Oldenburg, Théophraste Renaudot.2* (Os professores universitarios comegavam a formar um grupo distinto, espe- im de ‘onde havia mais de 40 universidades na sem contar outras instituigdes de educagio su- perior. Eram muitas vezes leigos, e muitas vezes filhos ou genros de outros pro fesores Seu senso de uma identidade distinta é revelado pelo crescente cuidado ccom os titulos e as vestes académicas,e também pelo surgimento de galerias exi- bindo retratos de professores na Universidade de Uppsala e outras, Como Benja- Jowett na Oxford do século XIX, diretor do Balliol College de 1870 a 1893 (€alvo dos versos que figuram na epigrafe a este capitulo), o professorado do ini- cio da modernidade incorporava a autoridade intelectual Os letrados do peri sogunda metade do séc comegavam a ver seu trabalho como uma vocagio. tetra do inicio do século XVI, mais de dois séculos antes da famosa re~ discutia o estudo como gumentando que 0 sncon e “alcangar 0 conhecimento”. Por “conhecimento” Barrow informacio sobre “questdes Sbvias e vulgares”, mas sobre “temas sublimes, abstrusos e intrincados, distantes da observacio ¢ do senso comuns”. Membros de profissdes « as especificas &s vezes viam seu trabalho como uma dor alemio Johann Sleidan e o historiador francés Henri de La Popeliniére Com essa diferenciagio social no mundo do saber surgiram conflitos entre diferentes grupos. De meados do século XViI em diante, por exemplo, havia ata- ues cada vez mais vigorosos ao que os ingleses chamavam de “os sacerdotes”, em outras palavras um ataque 3 autoridade de um grupo de homens de saber, afirmando que enganavam as pessoas comuns. Tais ataques teriam sido desne- Cessirios se 0 clero nao continuasse a ser uma forsa poderosa no mundo cultiva- do, mas teria eruditos sido impossiveis sem a existéncia de um corpo substancial de ‘ gos, comprometidos com um novo ideal, da autonomia, ou como hziam na época “imnparcialidade”, no sentido de uma distincia critica de parti- cal dos tanto na Igreja quanto no Estado (56 no fi ‘arama falar sobre 0 conhecimento como “objetivo”. Os adv também comegaram a ser atacados como verses secu! jpolios com a ajuda de linguagens que no podiam ser entendidas por mio pela cultura latina e a Gelek ies achavam os franceses superficiais, ¢ os franceses achavam os alemies pedantes. Nobres amadores, como eram chamados na Iti- lia (¢ também na Inglaterra, em fins do século XVI, estudassem eles arte, antigtii~ dades ou as obras da natureza), 3s vezes olhavam com sobranceria os professores € ‘scritores profissionais. Numa frase que lembra Mannheim (mas escrita quase twezentos anos antes), 0 historiador da recém-fundada Royal Societ Sprat,afirmava a importincia do papel dos nobres na pesquisa em filosofia natu- ral precisamente porque eram “livres e desimpedidos” A descrigo de alguns es- tudiosos franceses como aurieux dava a impressio, e pretendia dar essa impressio, de que 0 que os estimulava era a curiosidade intelectual desinteressada.® AA partir de 1700 aproximadamente, passou a ser possivel seguir uma carteira intelectual nio sé como professor ou escritor, mas também como membro assa~ lariado de certas organizagdes dedicadas 3 acumula;io do conheci damente as Academias de Ciéncias fundadas e fin: Estocolmo ¢ Sio Petersburgo, ainda que a limitacZo dos fandos disponiveis em getal levasse os que os recebiam a complementar seus salirios com outras formas Thomas ascensio desse grupo foi certamente un ificativo na historia dos letrados europeus. Alguns dos men ante sua ocupagio de preferéncia a uma c: por Escudiosos-bibliotecarios incluiam Barto- s,em Viena, no século Daniel Mohro! n Tena, no século XVIII;€ o historiador Ludovico Muratori, em Médena, no século XVIII, Bibliotecirios desse periodo foram descritos conto “mediadores” fundamentais na Repiblica das Letras. Mui- tas vezes também eruditos,traziama informagao aos olhos de seus colegas ¢relu- tavam mais que a maioria deles em abandonar o ideal de um conhecimento uni- versal.®” ‘Outraalternativa ao trabalho nas universidades era servira algum governa te,como conselheito ou como historiador oficial. Ese tipo posigio j8 aparece na Idade Mi nero aumentou com o surgimento dos Estados mais centralizados no inicio do periodo modemo, incluindo conhecidos estudiosos € escritores como Jean Racine (historiador de Luis XIV), John Dryden (de Carlos i), Samuel Pufendorf (dos gov e até Voltaire (de XV). A esse grupo podemos acrescentar um pequeno néimero de homens cmplo, 0 poeta e crtico Jean Chapelain, Charles Perrault como escritor de contos de fadas) e outros fo Alguns estudiosas alemies, como Herman Conring (ver p.87) ¢ Burkhard Stru= © desdobravam como profesores universitiios e conselheiros do principe Como funcionirios chineses, ganhavam poder na base da distingio inte lectual. Comegava a ascensio dos mandarins al Identidades de grupo A publicagio de livros como O hi as (1645, muito reeditado e traduzi- do jesuita italiano Daniele Bartoli, ou 0 “ensaio” do marqués d'Alembert re 0 mesmo tema (1752) sugere que a identidade de grupo dos letrados se tomava cada vez mais forte, a despeito da diferenciagio ¢ dos conflitos. A Ei ‘da trazia um verbete sobre "Gens de lettres”, que enfatizava nio se tratar de especialistas estritos, mas de pessoas “capazes de abordar diferentes campos ainda ‘possam cultiv-los em sua totalidade” (en état de porter leurs pas dans ces mon Tissot chegou a escrever urn. 1a profissio das letras (1766), (Os mandarins alemies preferiam o titulo de “homem de saber” (Gel lessas pessoas eram 3s ve- ten Stand). Um sinal de or (1688), de Daniel -0 sobre 08 rscos especificos para a satide Jasse social (der sua autoconsciéncia coletiva foi a publicagio de Poy sor Johan de honra do saber alen ado pelo I ainda de autoconsciéncia foi a declaracio do critico Johann Christoph Gortsched de que os estudiosos em agio eram tio livres quanto os governantes, ‘nio reconhecendo ninguém como superior, apenas a ra7io ¢ uma pena mais oderosa” (die Vr i eine machtigere Feder). Ao final do periodo,o jovem, mmava com o elevado Goethe, estudante na Universidade de Lepzig, se impr status dos professores. Os letracos europeus também se definiam como cidadios da Repiiblica das a0 século XV, mas que passou a ser empregada les de la 1684, dentre o nii- cadas a partir de 1660 que tal des Sa ede letters Letras, expressio que re com frequiéncia crescente de meados do século des Lets eta 0 mero crescente de revistas eruditas ou cult lentidade para seus Teitores 0 J (1663), (1668), de B les eram editadas por Pierre Bayle, que tem sido apresentado co co do periodo. Bayle era um professor calvinista francés «que emigrou para a Reptiblica Holandesa para fugir perseguicio aos protestan- tes pelo regime de Luis xt\! Ensinou em Roterdi por algum tempo e depois pas- soua viver do que escrevia, Gragas.a seu ugar na histéria dos dicionsrios ena das as de pé de pigina, e também na historia do caticismo, o nome de Bayle se re- petiri no decorrer deste estudo.”® Como Bayle, diversos pastores calvinistas também e igraram da Franca a itialiberdade de culto aos protestantes. Ao descobrir que a oferta do clero calvinista superava a Jemanda por pastores ¢ pregadores, alguns deles se voltaram para a profissio das particular para a imprensa periédica (ver cap VII). Esses ex-pastoresfi- as", ‘ por volta de 1700 para designar os que escreviam em sou literirias, por oposigio aos gazetiers, de m que relata- 10 que apenas comegava a ser usado novas profissie No século XV tas se tornaram cada vez mais influentes, com a pais homens de letras, proliferagio de per seguido por Samuel Johnson. que contribuiram para a Encclopédia seguiram 0 exemplo de Bayle e Jol produzindo obras de referéncia para poderem viver da pena, ainda que 0 uso de uma enciclopédia como suporte de um projeto politico fosse grande novidade. Os exemplos conhecidos de sucesso literario no nos devem fazer esquecer tertineo literirio”, ou Grub Street, como era chamada na Inglaterra do ‘em outras palavras,o mundo dos escritores en rature)°* Apesir disso, de um ponto de vista comparativo, o que & notivel é a ascensio, em muitas partes da Europa, em meados do século XVII, de um grupo letras mais ou menos independentes,com idéias politicas proprias, Me 3s concentrados em algumas cidades importants, sobretudo ‘Amscerdi eBerlim, ¢ em contato regula entre si. A referencia ss ei eee Nessa época, admitia-se como indise pa oriental, 20 contrat © alfabeto, citiico, a alfabetizagio dos vamente rara). Os hereges, que as universidades, fora "-que se mantinham pelas discusses estavam registradas em A diversidade de saberes, is vezes em competigio e conflito, ajuda a explicar ‘ctuais. Contudo, questoes importanites continua ‘param alguma vez os hereges dos centros de poder intelectua iivel que as universidades deviam Se pacticiparam, como isso veio a acontecer? Eas eine enamine oficials ou néo oficiais? Foram resultado de persua 's € interpretagdes dos grandes nudangas no sistema foram concentrar-se na transmissio do conheciment modo se lectual levou & reforma das insituigdes,ou novas ina Tes € filbsofos do passado nao podiam ser igualadas ou refutadas pela pos- feram que ser furdadas para fornecer os nichos onde tais inovagdes pu- de tal forma que a tarefa dos professores se limitava a expor as posicdes dessem florescer? Bs "ram as vezes discutidas na época, notadamente loridades (Aristoteles, Hipdcrates, Tomis de Aquino e outs). As diseipli_ Por Francis Bacon. Assim como an-Baptiste Colbert nas que podiam ser estudadas, pelo menos oficialmente, exam fixas: a8 sete artes oGcade mais tarde (ver p.120), Bacon estava extremamente consciente de lberas © 0s trés cursos de pés-praduasio de teologia, diteito medicina, pandia.na hist6ria do saber, de fatores materiais como prédios, fundayoes ¢ A despeito desses pressupostos, o debate era incentivado ~ especialmente a Gausbes E também seus seguidors ingles de meadon do sdecio XO aoe “disputa” formal, um sistema de argumentagdes como uma corte de justiga em “Stam fErteis em projetos para o que chamavam de “reforma do saber que individuos diferentes defendiam ou criticavam diferentes “teses”. O exem— As proximas segdes diseutem trés séculos de mudanga intelecroal,focalizan= plo de Tomis de Aquino ajuda a lembrat que era possvel os “modernos” se tor- es dos principais movimentos culturas do periody - o Remechacnaas harem autoridades, embora ele tivesse conseguido iso produzindo ma sintese Revolusio Cienttica ¢ 6 Huminismo ~ dando parti de elen 7 tos de liferentes tradigGes em lugar de oferecer alg 'uigSes no processo de inovacio intelectual, sejam \s serio diseuti- reclassificacio pos- ou obsticulos. A invencio ¢ estabelecimento de novas disci dos em detalhe no capitulo V (ver p.94) como parte de ur terior do conhecimento. © Renascimento ‘O movimento humanista associado ao Renascimento foi, pelo menos nas inten- es, um movimento menos de inovacio do que de ressurgimento, o ressurgi~ mento da cradi¢io clissica. Mas esse movimento foi inovador, € consciente disso, no sentido de se opor a muito do saber convencional dos “escolistico: m outtas palavras, dos filésofos e telogos que dominavam as universidades da idadle Média". Os proprios termos “escolisticos” e “Idade Média” foram in- s dos humanistas dessa época, a fim de definir a si mesmos mais claramen- te por contraste com o passado. ‘A maioria dos humanistasestudara nas universidades que criticava.E é noti- vel que alguns dos mais criativos entre eles tenham passado grande parte de suas vidas fora do sistema. Petrarca, por exemplo, era um homem de letras itinerant deixou a Unive de Pavia em meio & poeira levantada por dad ,€ entrou para o servic do rei de Népoles «mais tarde, do papa. Leonardo Bruni era chanceler de Florenca,e escrevia e dofesa da Repiblica. Marcilio Ficino era médico a servigo dos Medici. Mais cria tivo e mais marginal ainda foi Leonardo da Vinei, que fora treinado como pi 10u um autodidata universal. Fora da Itdlia, 0 mais famoso de todos rasmo,se recusava a permanecet muito tempo em qualquer uni- ersidade, a despeito de muitas ofertas de emprego permanente, de Paris Pol6~ (Qs humanistas desenvolviam suas idéias na discussio, mas seus debates ti lugar fora do ambiente das universidades, onde grupos estabelecidos hi mais tempo tendiam a ser hostis i ias, numa nova espécie de instituigio due criaram para si mesmos,a “academia”. Inspirada em Platio,a academia esta- va mais préxima do antigo simpésio ou banquete (inclusive na bebida) que do moderno seminario. Mais formal e duradoura que um circulo (os discip Petrarca, por exer s menos formal que um departamento universitirio,a academia era a forma social ideal para explorar a inovagio. Pouco a pouco e grupos se tornaram institui¢des, com membros fixos,estatutos e horitios regula res de encontto. Por volta de 1600, aproximadamente 400 academias haviam sido fundadas apenas na Ttlia,e poderiam ser encontradas por toda a Europa, de Por- Polénia."! A discussio de idéias no era monopélio dos académicos. Na Florenga do comeco do século XV, como vimos (p.22), 0 humanista Leonbatista Alberti ti- ‘nha conversa freqtentes com o escultor Donatello e com o engenheiro Filippo Brunelleschi. Outro participante do circulo de Alberti era o matemitico Paolo li obtinha suas info oe © que Tosca ena Espanha, No: de modo oficial em Portugal magdese bens oritundos da Asi: 'm Sevilha, a Casa de Contrata- era um fando semelhante de con! sobre © * numa escola de teinamento de navegador obo regio do pi yor (em certa épo. ico Vespiicio e, mais ta io Cabot). A instrugio era dada is a oe ee ne Cua, Pimsrecola de mvegnao ma Europa log een ne als da Faculdade de Teologia, os humanistas apelaram ao re que fundou © College dies Lecteurs Royat x para incentivar 0 estudo do grego e do hebrai Dresio de fizer o que "sempre fora Bila no pasado EU em. aa nto das duas Casas, tame lo XVi,diante da oposicio tulada 3 Academia Pla ado. nig sea acide & do sa ina tna lip Melanchton fim 1 aprovagso de Luteroe de outer newb do is de tong pi dog Ma 2” (Velo) Thomas Rte Na Europa, exes ciclos sto ee indo a nova ities cha iativos, marginals efor a reforma ou renovacic ji ae novo papel desempenhado por uma instituicio muit ee nena erganiragdo da pesguss no seule come De manera tantric ite das academias, —— dominantes e conservadoras da dizer qu i esquisa no século XIX, ciativa, saltando Conclusdes ¢ comparages atividade e rotinizacio um fendmeno universal ou se i= tariama certos periodos na historia do Oci deria ser feita entre o sistema dos primérdios da raat no mundo mugulman *o, curante 0 que os ocidentas ch iano nos séculos XVI e XVI bora nfo existaclero no Isl, as madrasainstiewigdes de ensino anexas is tesquitas sio notavelmente semelh: e te? Uma comparagio ébvia po- Europa moderna e 0 sistema das especialmente em Bagd, Damasco e no Cai- am de “Idade Média”, e no Império Oto- lirios dos professores, os estipendi ikfe que apoiav teri izagio formal da argumentagio n: 0 asso que a ijaza ow licenca para di da Europa medieval. estudat © historiador que tragou esses empréstimo ocidental conse sm que ele dew ¢ da educacio no Oriente Médio, 4) era fluido. A jjaza era uma liceng ue importava na carreira de um pr quem.O em realidade © conteaste a longa te na (forma tur te. A mesquita que 0 sultio Mel star a cidade cinco escolas na cidade, que chegaram a bertas, mas para os estudantes que mestre particular er de prestigio, o ass sma se tornava mais for Nesse sist natureza era marginal. Bra realizado no médico tinha lugar em hospitais istema lembram 0 siste nte dos mugul nportantes diferengas entre os dois si at central do aprendizado era um circulo mo quisessem entre mestre e mestre. Na verda & apropriado, pois alguns membros dos circulos d encial. Por volta de 155 chamado grupo “de dentro”, era um pré-requisito virtual para postos elevados. Diplomas e examtes foram introduzidos, dos estudantes e as fundagdes isentas de 1a que ainda existe sse sistema no século XII. A or- 1se parecia coma disputa ociden- nar que 0 dava a seus paralelos ¢ aventou a possi ° "—se assim puder ser chamado pessoa n grau de uma instituicio. 0 sor nio era onde ele estudara, mas com, formal de estudo (hala), distincia respeitosa do mestre (haykl). fosse .0 proprio termo “estu- estudo eres, Nio 6 surpreendente que ‘persistent is cristio e mugulmano nio deve rersidades ocidentais eram menos for- depois de 1800.** Mesmo assim, Resta a sestio de saber se a fuide7 institucional estava associada a na intelec- podia mover-se entre um. -guisse as idéias de um estudioso importan- rca da palav hmedt It fund havia noventa e uulo XVIII. As palestras ssem alcangar altas funges na iderris), 0 apoio de ter estudado em certas escolas de que o siste- tanto em sua forma érabe quanto na otomana, 0 estudo da em sua maior parte fora das escolas. O e mndagSes com uma longa historia no mun- 33 enguanto a astronomia era estudada s. O primeiro observatério conhecido fo; dado em Galata 1m observatirios ndado em 1259, e um Uraniborg por um Foi destruido por solda- do ireligioso poral im, anarginadade pode srs veres uma santgem, Beg Po, Sreas especialmente o do Império Otomano, atece confirmar as teoria de Veblen e Bourdieu em certos specion embony ¢ sisténcia de um sistema informal ak persis longo prazo mostre que ain: s30 nio pode ser dada como certa. Uma comparagio contrate onme slos do isle da cristandade (catdlica e especialmente protestant relativa forga da oposi ova tecnolk termos gerais, parece que para o indiv is brilhantes, Por outro lado, para par essasj dar institwiges. No caso do qi is do século x por e} vitivel que as instituigdes 1 obsticulos para inovardes adi povoados por grupos que investi- telectual. Hi razes sociais ¢ lectuais para a prec Assim, a historia soci as espontineas para Igrejas estabelecidas, tido. E uma histéria da os easalariados inelectuais ‘der e fixider, “tendéncias 20 al e nio oficial, De um lado, s com corpos fixos de pacti- ate deinids de competincn, que common ¢ mans pan Patteiras que as separam dos rivais e também dos leigos" © leitor est = tat-se 205 inovadores contra os suportes da tradigio, longa historia do conhecimento os dois grupos te thado papéis igualmente importantes : “IV: O Lugar do Conhecimento: Centros e Periferias Vendade aguém dos Pirineus ero lim. Pascat carnegar 0 conhecimento Dr. Jounson +2. Mapa da provincia de Nanguim (Annsterdi 1655), Em segundo lugar, o encontro de Leiden nos faz lembrara meio das cida- encrurilhadas ¢ pontos de encontro, Era tio dificil sincronizar as vidas de Golius ¢ de Martini como sincronizar suas cronologias. Martini retornava da 4 fim de fazer um relato de sua missio, No caminho, foi cap- ideses, mas autorizado a embarcar num navio com destino a Amsterdi,onde planejava entregar seu atlas da China 3 famosa casa impressora de Blzeus, especializada em mapas (figura 2).? Quando seu navio atracou em Ber. gen, em dezembro de 1653, noticia dis intengSes de Martini chegou 20 extu- *0 Ole Worm em Copenhague. Worm, cujos miiltiplos interesses incluiam a . angeiros a aprenderem japonés, Esses obsticulos podiam ser superados, porém, © entre os ocidentais que passaram algum tempo em Deshima trés escreveram 90 ¢ 1692. O terceiro, a0 ico sueco que serviu a mpanhia entre 16% smissio do conhecimento sobre outras partes te. Diferentestipos de cidades ~ portos,capitaise cidades tes fungSes sob esse apecto, e essa diferengas serio disc ido tempo. Contudo,a é ye segue recairi na niferias¢ centros,ou ma os serio a tos exéticos que foram a Médio entre 1546 & indo novas espéci © periodo entre a estudar animais, pl de pissaros e peixes, & no Méxi guin as € costumes, as desericdes de Thunberg do povo ja niio suas descrigSes das flores japonesas. A importagio de conhecimentos ‘importar conhecimento” pretende ser um importin, cio, e mais particularmente dos portos, na difusio da informagio, como no caso de Nagasaki, Os habitantes dos portos dirigiam-se regularmente os dos barcos recém-chegados. Os por- labios, caras, mapas e globos. Eram tam- bém os lugares perfeitos para encontros entre diferentes tipos entre diferentes tpos de pesoas. Esses encontros serao ilustrados com exem- -onhecimento any Wesp syoisen murs 4. Oust ndich His (4 Casa das Ini Ort) rave (A portugués, A Casa da india ¢ o Armazém de Gui «quanto bens de Goa, Macau, Salvador, Africa Oxiden em Ormuz. Sobre 0 Japio e 0 Sifo, aprendeu com os Viajantes Domingo de Seixas. Quanto 3 China, Barros comprou um escravo que Ihe te2- duziu os textos? ‘A vantagem de Sevilha como centro d jo século XVI, residia em que era o 6 {éxico e do Peru para a Espanha. A chegada mages do Novo Mundo. Que 0 médico Ni crever sua famosa obra sobre as drogas das Américas 10 importante das oportuni informagées, espec oferecidas pela cidade. Como observou o capitulo It, Casa de Contratacion em Sevilha era um “cosmégrafos” (combinando conhecimento de geografia e asteonomia) € de mercadores estange cularmente os publicados entre wente por Sevi- iportante agéncia de infor ‘A vantagem de Veneza,nos séculos XV € maritimo de Veneza Otomano e inho po. do cariter e politicas dos sultOes e rio-vizires ¢ do movimento das tropas turcas ¢ seus galedes era nec a sobrevivéncia politica de Veneza. funcionatio veneziano conheci bailo era mandado para Istambul nio s6 para defender os interesses da ci wercadores venezianos ali iade abelecida, mas também para enviar noticias pol do Rialto” eram igualmente necessérias para a sobrevivéncia econémica de muitos venezianos. As cartas para casa escritas pelos wercadores residentes no estrangeiro fancionavam como uma espécie de “ban- co de dados” para os negécios da familia, As informacdes vinham regularmente de Aleppo, Alexandria Damasco, onde mercadores venezianos também esta- vam estabelecidos, ¢ irregularmente de lugares mais a leste. Trés venezianos em particular contribuiram para 0 conhecimento ocidental da Birminia: Federici e Gasparo Balbi, no XVI.* Quando os «que especiarias da india tinham chegado a Portugal alcangaram Ve- 10 do governo foi mandar um agente secreto a Portugal para descobrir 0 que estava acontecendo e fazer seu relatério. O relatério sobre- viveu, Noticias do descobrimento da América chegaram a Veneza depois de te- rem chegido a Roma, Paris © Florenga, mas os venezianos demonstraram le interesse pelo Novo Mundo ao longo do século XVI No século XVII, os centros comerciais de Lisboa, Sevilha e Veneza jf no cram tio importantes como antes, tendo sido superados pelos portos de Antuér- lo

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