E PORTUGUESA:
PROXIMIDADES E
DIFERENÇAS
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
ISBN 978-65-5646-343-8
ISBN Digital 978-65-5646-342-1
CDD 400
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Espanhol e Português: Línguas Irmãs........................................ 7
CAPÍTULO 2
Diferenças e proximidades: Línguas
Portuguesa e Espanhola............................................................. 59
CAPÍTULO 3
O Estranho Familiar.................................................................. 123
APRESENTAÇÃO
Em primeiro lugar, desejamos dar as boas-vindas à disciplina de Língua
espanhola e portuguesa: proximidades e diferenças.
Bons estudos!
8
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao primeiro capítulo do livro da disciplina de
Língua Espanhola e Portuguesa: Proximidades e Diferenças.
9
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
A língua, aqui, é compreendida como uma prática social, artefato pelo qual
ocorre a interação. Em uma concepção pós-moderna, consideramos a língua
como meio pelo qual damos sentido ao nosso entorno, “uma lente através da
qual enxergamos a realidade que nos circunda [...]. Nesse sentido, a cultura não
está antes nem depois da língua, nem uma dentro da outra, mas estão no mesmo
lugar” (MENDES, 2004, p. 171). Assim, podemos afirmar que ela atua com a
cultura, modificando e sendo modificada. Nesse sentido, Mendes (2004, p. 12) vê
a língua como
10
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
11
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
sociais são questionadas. A língua, como agência, produz, e não apenas reproduz
(MASTRELLA-DE-ANDRADE, 2011).
Por tudo isso, discutir a concepção de língua se torna tão relevante não só
nesta disciplina, mas para os professores que estão em sala de aula. Essa é uma
discussão que não fica somente no plano teórico, mas contribui para a construção
e a reconstrução da nossa prática pedagógica.
12
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
3.1 O DESENVOLVIMENTO
DA LINGUÍSTICA HISTÓRICO-
COMPARATIVA
A origem das línguas vem despertando a curiosidade de estudiosos há muito
tempo, e estudos linguístico-comparativos, entre o século XIX e começo do século
XX, perceberam semelhanças entre diversas línguas da Europa. Assim, as línguas
foram organizadas em famílias linguísticas, por exemplo, as línguas românicas,
como o francês, o espanhol, o italiano, o romeno, o português etc.; as línguas
germânicas, como o inglês, o holandês, o alemão, o islandês, o dinamarquês etc.,
que descendem da língua chamada de protogermânico (GONÇALVES; BASSO,
2010).
13
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Desse modo, com base nos avanços dos estudos de filólogos, linguistas
e gramáticos comparatistas, foi possível determinar que a suposta língua que
originou o latim, o grego, o sânscrito, o protogermânico etc. seria o “protoindo-
europeu” (PIE). Contudo, praticamente não existe material escrito para essa
investigação, ocorrendo a partir de mudanças linguísticas e comparações entre
as línguas. Para termos ideia, alguns ramos da família indo-europeia mais antigos
datam por volta de 2000 a.C., como o anatólico, ou o grego, que pode ser anterior
a 1300 a.C. O latim teria origem por volta do século XI a.C. (GONÇALVES;
BASSO, 2010).
14
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
15
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
O latim era a língua falada na região do Lácio, parte central da Antiga Itália, no
primeiro milênio antes de Cristo. Esse período foi marcado por grandes expansões
do Império Romano, miscigenação entre os povos vizinhos e imposição da cultura
aos povos militarmente conquistados. Por fim, isso gerou dialetos que se tornaram
incompreensíveis entre si, originando as línguas românicas, porém, a língua falada
era o latim vulgar, usado pelos soldados, mercadores e pessoas ditas incultas.
Assim, o latim vulgar ganhou território através dos próprios cidadãos romanos,
dentro do espaço interconectado que era o Império Romano.
FONTE: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/
modelos/maparomano.htm>. Acesso em: 21 jan. 2021.
16
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
Ainda que o latim clássico seja a variante que ensinamos atualmente, não foi
do latim desses grandes escritores que se originaram as línguas românicas. Nesse
cenário, destaca-se o latim falado, mas não o latim culto, falado pela classe culta
de Roma. A origem das línguas românicas está no latim dito vulgar. Frisamos que
“vulgar”, aqui, não significa “baixo”, quer dizer apenas que pertence ao “vulgo”,
ao povo romano, em geral. Afinal, a língua do povo é a língua falada pela grande
maioria das pessoas, o que gera um grande impacto no desenvolvimento das
línguas. Por exemplo, Wyman (2017) afirma que muitas palavras e significados
presentes no latim falado não aparecem na língua escrita das elites, e cita o
exemplo da palavra “hablar”, do espanhol, e “parler”, do francês, que derivam de
termos com usos diferentes do latim clássico escrito.
Cabe lembrarmos que o latim vulgar está longe de ser uma língua
homogênea falada por todo o Império. Nesse sentido, segundo Wyman (2017),
existiam diferentes modos de falar, os quais ele chama de “sotaques” regionais.
Alguém de Roma tinha o jeito de falar, na pronúncia e no uso das palavras,
significativamente diferente de alguém da Espanha ou da África. De modo mais
concreto, por exemplo, a palavra deius, usada na Bretanha, em vez de deus,
17
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Para saber mais dos latins clássico e vulgar, você pode ler:
CASTRO, I. Introdução à história do português. 2. ed. Lisboa:
Colibri, 2006.
RENZI, L. Introducción a la filología románica. Versión española
de Pilar García Mouton. Madrid: Editorial Gredos, 1982.
3.2.2.1 Sintaxe
A sintaxe, no latim clássico, dependia das características morfológicas
dos casos, e não apenas da ordem das palavras, por isso, os textos poderiam
apresentar grande variedade de ordem na estrutura. Gonçalves e Basso (2010)
citam o exemplo, no latim clássico, de Petrus Paulum videt (Pedro vê Paulo),
utilizando a ordem sujeito – objeto/complemento – verbo, ou SOV. Contudo, no
latim vulgar, a ordem fundamental seria sujeito – verbo – objeto/complemento, ou
SVO, que foi a adotada pelas línguas românicas.
18
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
19
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Desse período, é Desse período, é importante que você saiba que, com a queda
importante que você do Império Romano, começou o desenvolvimento das línguas
saiba que, com a românicas derivadas do latim vulgar, e que viriam a se transformar
queda do Império no espanhol e no português, como conhecemos.
Romano, começou
o desenvolvimento
das línguas A România Moderna, segundo Bassetto (2005), constitui a
românicas derivadas mais ampla das três, integra os territórios de fala românica, e isso
do latim vulgar, e inclui os vários territórios dominados pelos países de fala românica,
que viriam a se como a América do Sul, parte do Canadá, algumas partes da África e
transformar no da Ásia, onde encontramos, ainda hoje, o português, o espanhol e o
espanhol e no
francês como línguas oficiais.
português, como
conhecemos.
Caro acadêmico, lembre-se de que não existe uma clara
fronteira nesses períodos históricos apresentados por Bassetto, tampouco, entre
o latim clássico e o vulgar ou o latim vulgar e os dialetos românicos.
20
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
21
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Ainda que línguas Ainda que línguas românicas passassem por particularidades,
românicas todas herdaram, do latim, o repertório léxico básico. Consideramos
passassem por herdadas as palavras que foram transmitidas, às línguas românicas,
particularidades,
diretamente do latim vulgar, pela fala do povo. Nessa lista,
todas herdaram, do
latim, o repertório estão incluídas as palavras não latinas (pré-românicas, gregas,
léxico básico. germânicas, eslavas, ibéricas etc.) que o latim vulgar assimilou. Para
22
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
4 AS LÍNGUAS ROMÂNICAS
Neste apartado, conheceremos um pouco mais das línguas chamadas de
românicas. Conforme Bassetto (2005), essas línguas se formam a partir das
contribuições culturais e linguísticas do latim e se expandem para diversas
regiões. Desse modo, para uma melhor visualização, comecemos conferindo o
exposto a seguir, com a classificação das línguas românicas:
23
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
24
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
FONTE: <https://www.ime.usp.br/~tycho/participants/psousa/cursos/
aulas/aula_latim_vulgar.html>. Acesso em: 18 jan. 2021.
25
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
4.2 ESPANHOL
A língua espanhola é considerada a terceira língua mais falada no mundo,
ultrapassando os 300 milhões de falantes. Na Espanha, é a língua oficial, porém,
cabe lembrar que não é a única falada, coexistindo com o catalão, o valenciano,
o galego, o basco oua euskera, além de outros dialetos, como o andaluz,
o extremenho, o murciano, e o canário, que possuem tanta ou maior importância
para a população local.
26
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
27
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
28
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
FONTE: <http://blog.brasilacademico.com/2013/03/a-evolucao-das-
linguas-na-peninsula.html>. Acesso em: 21 jan. 2021.
29
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alan_
kingdom_hispania_es.svg>. Acesso em: 18 jan. 2021.
30
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
O árabe foi um
O reino visigodo foi invadido e conquistado em 711, pelos árabes
superstrato
mulçumanos. Estes eram desenvolvidos em muitas áreas, como importante na
filosofia, botânica, agricultura, medicina, trazendo mudanças para a formação das
região e para a linguística. O árabe foi um superstrato importante na línguas românicas
formação das línguas românicas da península, podendo afirmar que, da península,
depois do próprio latim, o árabe foi a língua que mais influência teve podendo afirmar
que, depois do
sobre o espanhol. Enriqueceram o vocabulário com palavras, como:
próprio latim, o
azul, azúcar, albañil, aceite, alcachofra, almacén, alcohol, mazapán, árabe foi a língua
taza etc. O português contemporâneo também mantém empréstimo que mais influência
do árabe. teve sobre o
espanhol.
A península fora dominada por dois dialetos: o mozárabe, com
influência do árabe e do bereber (língua de povos do norte da África); e as línguas
romances, na zona dos reinos cristianos, como o asturiano, o galego, o basco, o
catalão e o castelhano.
31
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
32
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
33
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Conhecido com o Século de Ouro, este apogeu cultural durou pelos séculos
XVI e XVII, abrangendo, cronologicamente, o Renascimento e o Barroco. Cabe
lembrar que se mantiveram, também, as tradições medievais, pela força do clero
na região e pela forte presença da Contrarreforma.
34
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
35
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
36
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
37
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
A nossa língua Durante esse período, acreditava-se que a língua falada, nessa
portuguesa seria região, era constituída pelo latim vulgar, com influências de línguas
muito diferente sem celtas, germânicas e árabes. Bassetto (2005), inclusive, afirma que a
a invasão árabe e
nossa língua portuguesa seria muito diferente sem a invasão árabe
as contribuições
linguísticas. e as contribuições linguísticas. Foram mais de setecentos anos
de dominação árabe na Península Ibérica e, com isso, surgiram
inovações linguísticas específicas, “o que gerou o isolamento dos
falares do Noroeste da Península, não apenas dos vizinhos do Leste, leonês e
castelhano, mas, também, dos dialetos moçárabes, que se desenvolveram no
Sul” (TEYSSIER, 1997, p. 14).
38
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
é·ti·mo
(grego étumon, -ou,
verdadeiro significado de uma palavra, de acordo
com a sua origem, do grego étumos, -ê, -on, verdadeiro)
1. [Gramática] Vocábulo considerado como origem de outro.
2. Origem de uma palavra. = ETIMOLOGIA
Leia mais em https://dicionario.priberam.org/%C3%A9timo.
40
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
41
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
42
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
43
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
44
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
45
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
1. Monotongação:
• quando o hiato consistia em vogais idênticas, ocorria a crase:
dolore > door > dor;
• quando o hiato consistia em vogais diferentes, em alguns
casos, houve, inicialmente, a assimilação de uma das vogais, com
posterior crase: palumbu > pa-ombo > poombo > pombo.
2. Ditongação:
• uma das vogais do hiato passou, inicialmente, a uma
semivogal, com posterior ditongação: deus > /dɛos/ > /dɛws/ > /
dews/;
3. Epêntese: Há dois tipos de epêntese para resolver os hiatos:
a vocálica, criando ditongos, e a consonantal:
• a epêntese vocálica inicial permite a criação de ditongo
posteriormente: credo > cre-o > creio;
• as epênteses de consoantes preenchem o hiato com uma
consoante diferente da que havia sido sincopada anteriormente: vinu
> vĩ-o > vinho (epêntese de //), uma > ũ-a > uma (epêntese de /m/)
(GONÇALVES; BASSO, 2010).
46
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
47
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Teysser (1997) afirma que foi, na morfologia e na sintaxe, que a língua mais
evoluiu, principalmente, na fala. Por exemplo:
48
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
49
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Com o espanhol
sendo a segunda Com o espanhol sendo a segunda língua da cultura em Portugal,
língua da cultura em existiram muitos escritores que escreveram em espanhol, como Gil
Portugal, existiram Vicente, de Sá de Miranda, Luís de Camões e Francisco Manuel de
muitos escritores Meio. Esse bilinguismo não era visto como traição à língua, salvo
que escreveram em por um pequeno número de escritores humanistas, como António
espanhol.
Ferreira (1528-1569), que se recusavam a escrever em espanhol, a
favor de um patriotismo linguístico (TEYSSIER, 1997).
50
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
Esses sessenta anos que Portugal ficou sob dominação espanhola também
influenciaram diretamente na língua portuguesa, e de diversas maneiras. Por
exemplo, do ponto de vista estrutural,
51
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Para termos uma noção da língua que foi trazida para o Brasil, podemos
tomar, como exemplo, a carta de Pero Vaz de Caminha, que, para alguns
estudiosos, é considerado o texto fundador da literatura brasileira. Desse modo,
52
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
53
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
vinda de, por exemplo, falantes de alemão, italiano, japonês, coreano, holandês
e inglês. Desse modo, o espaço de enunciação do Brasil passou a ter, “em torno
das línguas oficial e nacional, duas relações significativamente distintas: de
um lado, as línguas indígenas (e, num certo sentido, as línguas africanas dos
descendentes de escravos), e, de outro, as línguas de imigração” (GUIMARÃES,
2005, p. 25).
54
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
55
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do primeiro capítulo! Neste primeiro momento, você
conheceu e analisou um pouco da história da língua portuguesa e da língua
espanhola e refletiu como os fatores linguísticos e extralinguísticos influenciaram
no desenvolvimento de ambas. Assim, podemos comprovar que as semelhanças
entre esse par de línguas não é mera coincidência, tendo origem histórica. Ao
reproduzirem características do latim, o espanhol e o português mantêm certa
proximidade entre si. Inclusive, a relação eles, por questões geográficas, políticas,
e por terem a mesma língua-mãe, também fez com que um influenciasse o outro.
O nosso objetivo não foi de esgotar o assunto, mas apenas introduzir, a você,
a história das línguas românicas. Com isso, quem sabe, despertar o seu interesse
em se aprofundar mais. Um bom ponto de partida são as dicas de leituras aqui
apresentadas.
56
Capítulo 1 ESPANHOL E PORTUGUÊS: LÍNGUAS IRMÃS
REFERÊNCIAS
ANÔNIMO. Cantar del Mio Cid. [1140]. Disponível em: http://www.
cervantesvirtual.com/obra-visor/poema-de-mio-cid--0/html/ff8348a6-82b1-11df-
acc7-002185ce6064_10.html. Acesso em: 9 jan. 2021.
57
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
58
C APÍTULO 2
DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
60
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao segundo capítulo do livro da nossa
disciplina! Ao longo da nossa conversa até aqui, vimos que a língua espanhola
e a língua portuguesa são derivadas do latim vulgar e, por isso, justifica-se a
proximidade entre essas duas línguas. Contudo, se são várias as semelhanças,
também existes muitas diferenças.
61
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
QUADRO 1 – ALFABETO
Letra Nome da letra em esp. Nome da letra em port.
A a á
b be (be grande) bê
c ce cê
d de dê
e e ê/é
F efe éfe
G ge gê/guê
H hache agá
I i i
J jota jóta
K ca cá
l ele éle
M eme ême
N ene êne
Ñ eñe -
O o ô/ó
P pe pê
Q ku quê
R ere érre
S ese ésse
T te tê
U u u
V uve (ve corta/chica) vê
W Uvedoble – doble u (uve) dáblio
X equis xis
Y ygriega ípsilon
Z zeta zê
FONTE: A autora
Ainda que “ch” e “ll” continuam sendo usados, são considerados dígrafos, e
não mais letras do alfabeto espanhol desde a reforma ortográfica, realizada pela
RAE, em 2010.
62
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
63
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
64
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
65
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Yeísmo
1. m. Fon. Desaparición de la diferencia fonológica entre
la consonante lateral palatal y la fricativapalatal sonora, de manera
que, en la pronunciación, no se distinguen palabras como callado
y cayado (RAE, 2017, s.p.).
66
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
67
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
3 ARTIGOS
No grego clássico, existiam artigos masculinos, femininos e neutros, mas o
latim levou ao extremo os sistemas de casos e de flexão nominal, que apagaram
os artigos. Então, nas línguas românicas, diante da confusão genérica que
acontecia com alguns nomes terminados em consoantes e em -e, introduziram-
se os artigos, nos casos do espanhol e do português, inspirados no pronome
demonstrativo latino ille-a-ud. A diferença é que o espanhol fez isso a partir do
nominativo ille-a-ud, conservando masculino, feminino e neutro, e o português
foi a partir do acusativo illum-am-ud, conservando apenas masculino e feminino
(MASIP, 2000).
Definidos Indefinidos
ESP. PORT. ESP. PORT.
Masculino Singular El O Masculino Singular Un um
Masculino Plural Los Os Masculino Plural Unos uns
Feminino Singular La a Feminino Singular Una uma
Feminino Plural Las as Feminino Plural Unas umas
FONTE: Adaptado de Cunha (2013)
68
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Os artigos definidos
Os artigos definidos precedem o possessivo em português, mas, precedem o
em espanhol, isso é impossível. Exemplo: os meus livros (port.), mis possessivo em
libros (esp.) ou los míos, porém, estaria equivocado los mís libros português, mas, em
(esp.). espanhol, isso é
impossível.
69
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
70
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
4 PRONOMES
A seguir, abarcaremos os pronomes para a posterior reflexão.
Português Espanhol
2ª pessoa Tu, você Vós, vocês Tú, usted, vos Vosotros, vosotras, ustedes
FONTE: A autora
71
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
O vos surgiu por volta do século IV, para se dirigir a autoridades supremas,
como o Imperador romano. Depois da queda do Império Romano, o vos perdeu a
exclusividade majestática e passou a ser usado como forma de tratamento para
autoridades, como políticos, militares e religiosos.
72
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
73
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Yo Me Me
74
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
76
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
77
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
78
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
en esto, en aquel, de esta. São possíveis apenas duas contrações: AL e DEL, por
exemplo, vamos al cine, venimos del cine.
4. 4 PRONOMES INTERROGATIVOS
E EXCLAMATIVOS
Os pronomes interrogativos e exclamativos indicam quando se está
realizando uma pergunta direta (com ponto de interrogação), indireta (sem ponto
de interrogação) ou uma exclamação. As formas desses pronomes coincidem
com as dos pronomes relativos (salvo cuyo), porém, diferenciam-se das outras
classes gramaticais por receber o acento gráfico diacrítico e ser pronunciadas de
forma mais tônica.
79
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
FONTE: A autora
¡Qué!
¡Cuánto ¡cuánta, ¡cuántos! Cuántas!
¡Quién! ¡Quiénes!
¡Cuál! ¡Cuáles!
80
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
5 NUMERAIS
Os numerais correspondem a uma classe gramatical com intuito de
“indicarmos uma quantidade exata de pessoas ou de coisas, ou assinalarmos
o lugar que elas ocupam em uma determinada série” (CUNHA, 2013, p. 211).
Podem ser de quatro grupos: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.
81
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
82
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
83
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Que o número dos Cabe destacarmos que o número dos não altera o gênero,
não altera o gênero, como ocorre em português, com dois e duas, porém, para as
como ocorre em centenas, existem, sim, as duas formas, masculina e feminina, como
português. doscientos, doscientas.
Apócope sf
84
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Por falar nos cardinais, de forma semelhante ao que ocorre com alguns em
espanhol, dois numerais ordinais também sofrem apócope em espanhol. Confira:
85
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
cuádruple/cuádruplo quádruplo
2 quíntuple/quíntuplo quíntuplo
3
4 séxtuple/séxtuplo sêxtuplo
5
6 séptuple/séptuplo sétuplo
7
8 óctuple/óctuplo óctuplo
9
10 nónuplo nônuplo
11
12 décuplo décuplo
duodécuplo duodécuplo
céntuplo cêntuplo
Espanhol Português
1/2 medio/la mitad Meio/metade
1/3 un tercio Um terço
1/4 un cuarto Um quarto
1/5 un quinto Um quinto
1/6 un sexto Um sexto
1/7 un séptimo Um sétimo
1/8 un octavo Um oitavo
1/9 un noveno Um nono
1/10 un décimo Um décimo
1/11 un onceavo Um onze avos
FONTE: Adaptado de Masip (2010)
86
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
6 PREPOSIÇÕES
Preposições são “as palavras invariáveis que relacionam dois termos de uma
oração, de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente ao termo regente) é
explicado ou completado pelo segundo (consequente ou termo regido)” (CUNHA,
2013, p. 321).
87
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
88
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
7 CONJUNÇÕES
Segundo Cunha (2013, p. 334), “os vocábulos gramaticais que servem
para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração
se chamam conjunções”. Contudo, a definição de conjunção dá margem para a
discussão entre diferentes teóricos. Assim, diante de uma indefinição, diremos
que as conjunções nunca estabelecem relações fixas ou necessárias, mas, sim,
sempre relações livres (MASIP, 2000).
89
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
A nomenclatura varia um pouco em cada uma das nossas duas línguas, mas
Masip (2000) propõe um quadro, reunindo-as, conforme a origem. Confira:
(coordenativas)
Copulativas (aditivas) Ac atque, et, que nec, Y, e, que, ni, também, E, nem, não também,
neque, etiam quoque, no sólo… sino tam- ainda não só... mas
cum... tum bién também
Disyuntivas (alterna- Vel, aut, ve, sive, ne O, u, ya, o… o, ya… Ou, seja, ou… ou,
tivas) sive… sive ya quer... quer
Adversativas At, ast, sed, vero, Pero, mas, empero, Mas, porém, contudo,
autem, verum, tamen, sin embargo, con todavia, não só... mas
verumtamen todo, no sólo… sino também, por outro
también, por otro lado lado
Conclusivas Ergo, igitur,ergo, Em efecto, pues, Com efeito, pois, logo,
itaque, proinde, quare, luego, por tanto, por portanto, por isso,
quocirca, quapropter, eso, por lo que pelo que
propterera, igitur,
itaque
Subordinantes (sub- Latín Espanhol Português
ordinativas)
Causales Quia, siquidem, quo- Ya que, dado que, Visto que, porque,
niam, quod, propterea, porque, pues, porque, pois, com efeito
(causais) quod cum, nam, nam- en efecto
que, enim, etenim, en-
imvero
Finales Ut, uti, quo, ne, neve, Para que, a fin de que, Para que, a fim de
neu para que no que, para que não
(finais)
Consecutivas Ut, ut non, ita, adeo, De tal manera que, de De tal maneira que, de
sic, tum, tantum, talis, modo que modo que
tantus, is
Condicionales (condi- Si, sin, si non, nisi, ni Si, pero si, si no, a no Se, mas se, se não, a
cionais) dummodo, dum, modo ser que, siempre que, não ser que, contanto
en el caso de que, no caso de
Concessivas Etsi, etiamis, tametse, Aun, aunque, puesto Ainda que, embora,
quamqum, quamvis, que, si bien que posto que, se bem que
licet
Temporales (tempo- Cum, atequam, pri- Cuando, antes que, Quando, antes que,
rais) usquiam, postquam, después que, has- depois que, até que,
ubi, ut, simul, atque, ta que, mientras, tan enquanto, logo que,
dum, donec, quoad pronto como, ni bien, até que
en cuanto, mientras,
hasta que
Comparativas Ut, uti, velut, veluti, Como, así como, bien Como, assim como,
sicuti, ceu, tamquam, como, … que bem como... do que
atque, perinde ac, ...
quam
8 ADJETIVOS
Para começar a nossa conversa a respeito dessa classe Em português
gramatical tão importante, que tal reavivar, na memória, o conceito e em espanhol,
de adjetivo? Adjetivo “é toda e qualquer palavra variável que, com um os nomes e os
adjetivos formam o
substantivo, indica qualidade, defeito, estado ou condição” (SACCONI,
feminino em -a, para
2011, p. 180). Em latim, os adjetivos eram a categoria gramatical o masculino, usa-se
responsável pela definição do gênero de muitos substantivos, de -o.
acordo com as três declinações e devido à ausência de artigos
(MATTOSO, 1975 apud MASIP, 2000).
91
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
92
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
No que se refere
No que se refere aos adjetivos da língua espanhola, é preciso aos adjetivos da
língua espanhola,
destacar algumas formas que se apocopam quando desempenham
é preciso
a função de adjetivos. Vejamos alguns exemplos de adjetivos destacar algumas
apocopados diante de substantivos masculinos: formas que se
apocopam quando
Bueno/buena: buen hombre/buena mujer desempenham a
Malo/mala: mal amigo/mala amiga função de adjetivos.
Alguno/alguna: algún dinero/alguna peseta
Ninguno/ninguna: ningún dinero/ninguna peseta
Uno/una: un hombre/una mujer
Veintiuno/veintiuna: veintiún días/veintiuna páginas
Tercero/tercera: tercer elemento/terceira etapa (MASIP, 2010,
p. 128).
9 INTERJEIÇÕES
Ah, as interjeições! Segundo Cunha (2013, p. 340), interjeição “é uma espécie
de grito com que traduzimos, de modo vivo, as nossas emoções”. Masip (2000),
por sua vez, destaca que o curioso das interjeições é que elas não respondem à
lógica sintática da língua, como as demais categorias. São veículos verbais que
93
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Como você deve ter percebido, não constam, no quadro das interjeições,
palavrões e blasfêmias, impropérios de conotação religiosa que não são raros na
linguagem coloquial da Espanha (MASIP, 2000).
94
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Tudo bem até aqui, caro acadêmico? Se necessário, faça uma pausa,
recapitule as partes em que ficou com dúvidas. Depois, seguimos para o próximo
tópico. Vamos lá!
10 INTRODUÇÃO: MORFEMAS
VERBAIS ESPANHÓIS E
PORTUGUESES
A partir de agora, falaremos dos verbos nas línguas espanhola “As categorias de
tempo/modo e de
e portuguesa. Como você deve imaginar, esse tema é bem amplo,
número/pessoa,
afinal, os verbos exercem papel fundamental na nossa comunicação. além das variações
Como já vimos, ambas as línguas têm origem latina, e essa origem aspectuais, são
comum “conferiu, à morfossintaxe do verbo em português e espanhol expressas mediante
[...], um padrão estrutural fundamentalmente idêntico” (BRITO et al., os mesmos recursos
2010, p. 136). Assim, frisamos que “as categorias de tempo/modo e gramaticais”
de número/pessoa, além das variações aspectuais, são expressas
mediante os mesmos recursos gramaticais” (BRITO et al., 2010, p. 136), porém,
existem algumas divergências no conjunto dos tempos e no emprego de algumas
formas, como veremos a seguir.
Yo canto/eu canto
Nosotros/nosotras cantamos/nós cantamos
Tú cantas/tu cantas
Vosostros/vosotras cantáis/vós cantais
95
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
96
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
O português e o
Destacamos que o português e o espanhol podem indicar a espanhol podem
pessoa do sujeito somente por meio da desinência verbal. Confira indicar a pessoa do
o quadro a seguir, com os morfemas de pessoa e o número mais sujeito somente por
comum nas nossas duas línguas: meio da desinência
verbal.
QUADRO 19 – MORFEMAS DE NÚMERO E DE PESSOA
Português Espanhol
Yo ø ø
Él, ella ø ø
Ellos, ellas -m -n
97
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Cantamos Cantamos
Cantáis Cantais
Cantan Cantam
98
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
He cantado Tenho can- Pretérito Pretérito perfeito Ação passada re- He cantado mucho
tado cente, relacionada (Acabada)/tenho
Has cantado Perfecto Composto (não com o presente cantado muito (in-
Tens cantado se ensina no acabada)
Ha cantado Compuesto Brasil)
Tem cantado
Hemos can- (pretérito
tado Temos can-
tado Perfecto,
Habéis can-
tado Tendes can- Antepresente)
tado
Han cantado
Têm cantado
Cantaba Cantava Pretérito imper- Pretérito imper- Ação passada con- Ayer cantava.../ on-
feito (copretérito) feito tinua inacabada tem cantava...
Cantabas Cantavas
Cantaba Cantava
Cantábamos Cantávamos
Cantabais Cantáveis
Cantaban Cantavam
Había can- Cantara Pretérito pluscua- Pretérito mais- Ação passada an- Cuando el llegó yo
tado mperfecto (ante- que-perfeito terior a uma outra ya había cantado/
Cantaras copretérito) passada, acabada quando ele chegou,
Habías can- eu já cantara
tado Cantara
Habíais can-
tado
Habían can-
tado
Canté Cantei Pretérito perfecto Pretérito perfeito ação passada pon- Canté a las cinco/
simple (pretéri- tual, acabada cantei às cinco
Cantaste Cantaste to indefinido, horas
pretérito)
Cantó Cantou
Cantamos Cantamos
Cantasteis Cantastes
cantaron Cantaram
Hube can- Não existe Pretérito anterior (não existe) Ação passada Tan pronto como
tado (antepretérito) imediatamente an- hube cenado, em-
terior a uma outra pecé a cantar
Huniste can- passada, acabada
tado
Hubo can-
tado
Hubimos
cantado
Hunisteis
cantado
Hubieron
cantado
99
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Cantaré Cantarei Futuro (futuro im- Futuro do pre- Ação próxima, in- Cantaré mañana/
perfeito) sente acabada cantarei amanhã
Cantarás Cantarás
Cantará Cantará
Cantaremos Cantaremos
Cantaréis Cantareis
Cantarán Cantarão
Habré can- Terei cantado Futuro perfecto Futuro do pre- Ação próxima an- Llegarás tarde; ya
tado (antefuturo) sente composto terior a uma outra habré cantado/você
Terás canta- (não se ensina próxima, acabada chegará tarde; já
Habrás can- do no Brasil) terei cantado
tado
Terá cantado
Habrá can-
tado Teremos can-
tado
Habremos
cantado Tereis can-
tado
Habréis can-
tado Terão can-
tado
Habrán can-
tado
Cantaría Cantaría Condicional (po- Futuro do pretéri- Ação possível Cantaria si.../
tencial simple po- to condicionada, re- mucho cantaria
Cantarías Cantarías spretérito) alizável, inacabada se...
Cantaría Cantaría
Cantaríamos Cantaríamos
Cantaríais Cantaríeis
Cantarían Cantariam
Habría can- Teria cantado Condicional per- Futuro do pretéri- Ação impossível, Cantaria si..../teria
tado fecto (potencial to composto (não condicionada irre- cantado se
Terias can- compuesto, ante- se ensina no alizável, acabada
Habrías can- tado pospretérito) Brasil)
tado
Teria cantado
Habría can-
tado Te r í a m o s
cantado
Habríamos
cantado Teríeis can-
tado
Habríais
cantado Teriam can-
tado
Habrían can-
tado
FONTE: A autora
100
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Cantemos Cantemos
Cantéis Canteis
Canten Cantem
Haya cantado Tenha canta- Pretérito perfecto Pretérito per- Dúvidas ou Quizá haya can-
do (antepresente) feito (não se desejos próx- tado, ijalá haya
Hayas cantado ensina no Bra- imos, já dissi- cantado/ talvez,
Tenhas can- sil) pados ou real- tenha cantado,
Haya cantado tado izados tomara que tenha
cantado
Hayamos cantado Tenha canta-
do
Hayáis cantado
Te n h a m o s
Hayan cantado cantado
Tenhais can-
tado
Tenham can-
tado
Pretérito per-
fecto
(antepre-
sente)
Cantara/cantase Cantasse Pretérito imper- Pretérito mais- Dúvidas ou Si yo hubiera (hu-
feito (pretérito) que-perfeito desejos remo- biese) cantada…/
Cantaras/cantases Cantasses (não se ensina tos frustrados, se eu tivesse
no Brasil) de impossível cantado…
Cantara/cantase Cantasse realização
Cantáramos/canta- Cantássemos
seis
Cantásseis
Cantaran/cantasen
Cantassem
Hubiera c./hubiese c. Tivesse can- Pretérito plus- Pretérito mais- Dúvidas ou Si yo hubiera (hu-
tado cuamperfecto que-perfeito desejos remo- biese) cantado…/
Hubieras c./hubieses (antepretérito) (não se ensina tos frustrados, se eu tivesse
c. Tivesses can- no Brasil) de impossível cantado…
tado realização
Hubiéramos c./
hubiésemos c. Tivesse can-
tado
Hubierais c./hubie-
seis c. Ti v é s s e m o s
cantado
Hubieran c./hubiesen
c. Tivésseis can-
tado
Tivessem
cantado
101
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Cantare Cantar Futuro (futuro im- Futuro simples Dúvidas ou Cuando yo can-
perfecto) tempo desejos distan- tare.../quando eu
Cantares Cantares em desuso em tes, realizáveis cantar…
espanhol
Cantare Cantar
Cantáremos Cantarmos
Cantareis Cantardes
Cantarem Cantarem
Hubiere cantado Tiver cantado Futuro perfecto Futuro com- Dúvidas ou Cuando yo hu-
(antefuturo) ti- posto (não desejos distan- biere cantado.../
Hubieres cantado Tiveres can- empo em desuso se ensina no tes, realizados quando eu tiver
tado em espanhol Brasil) cantado…
Hubiere cantado
Tiver cantado
Hubiéremos cantado
Tivermos can-
Hubiereis cantado tado
Tiverem can-
tado
FONTE: A autora
Cantemos/ C a n t e m o s /
no cante- não cantemos
mos
Cantai/não
Cantad/no canteis
cantéis
Cantem/não
Canten/no cantem
canten
Formas no personales/formas nominais
Cantar Cantar Infinitivo Infinitivo pessoal Dimensão sub- Me gusta cantar.../gos-
stantiva do verbo, to de cantar…
inacabada
Não existe Cantar Não existe Infinitivo pessoal Dimensão sub- Ao ouvirmos a canção,
stantiva do verbo, ficamos emocionados
Cantares personalizada, in-
acabada
Cantar
Cantarmos
Cantardes
Cantarem
102
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Não existe Ter cantado Não existe Infinitivo pessoal Dimensão sub- Após termos ouvido a
pretérito stantiva do verbo, canção, adormecemos
Teres cantado personalizada,
acabada
Ter cantado
Termos can-
tado
Terdes can-
tado
Terem canta-
do
Haber can- Ter cantado Infinitivo com- Infinitivo imp- Dimensão sub- Me gustó haber can-
tado puesto essoal pretérito stantiva do verbo, tado ayer/gostei de ter
(não se ensina acabada cantado ontem
no Brasil)
Cantando Cantando Gerndio Gerúndio Dimensão adver- Estaba cantando/es-
bial do verbo, in- tava cantando
acabada
H a b i e n d o Tendo canta- Gerundio com- Gerúndio pretéri- Dimensão adver- Habiendo cantado bas-
cantado do puesto to (não se ensina bial do verbo, aca-tante, se durmió/tendo
no Brasil) bada cantado bastante, ador-
meceu
Cantado Cantado Particípio Particípio Dimensão adjetiva Cantada la música de-
do verbo, acabada sapareció/cantada a
música, sumiu
FONTE: A autora
103
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
104
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Alguns verbos, cuja vogal temática (ou radical) é -e, mudam a vogal pro -ie
nas três pessoas do singular e na terceira do plural do presente do indicativo
(somam-se, nesse caso, os verbos adquirir e inquirir). O presente do subjuntivo,
em ambas as línguas, é formado pelo radical da primeira pessoa do singular
do presente do indicativo. A maioria dos verbos conserva as irregularidades
do indicativo, ainda que alguns (adquirir, inquirir, preferir...) mudam, também, a
primeira e a segunda pessoas do plural (MASIP, 2000).
Presente do subjuntivo
Despierte Desperte Quiera Queira Prefiera Prefira
105
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
durmo (dormir), cubro (cobrir). Frisamos que essas vogais são pronunciadas
como abertas, respectivamente, [ɛ] e [ɔ], na segunda e na terceira do singular e
na terceira do plural (BRITO et al., 2010).
Vale destacar que o uso do imperativo espanhol também é uma das grandes
dificuldades dos estudantes brasileiros, devido ao fato de usarmos pouco os
pronomes pessoais tônicos de segunda pessoa na nossa língua. Muitas vezes,
o estudante confunde a segunda com a terceira pessoa, pois, no português, o
pronome de tratamento de confiança mais utilizado é o você, e o de respeito é
senhor/senhora, sendo que se flexionam na terceira pessoa. Apesar de também
termos o tu e o vós, de modo geral, salvo em algumas regiões do Brasil, usamos
menos esses pronomes, só em determinados contextos e, muitas vezes,
misturando a concordância com você (MASIP, 2000). Ainda, podemos dizer que,
de modo mais coloquial, o brasileiro emprega a forma da terceira pessoa do
presente do indicativo nas frases imperativas. Exemplo: vem comigo, faz isso pra
mim, deixa de ser bobo (BRITO et al., 2010).
106
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
(no hagas) (não faças) (no pongas) (não ponhas) (no vayas) (não vás)
(no hagáis) (não façais) (no pongáis) (não ponhais) (no vayáis) Vão
Eres És
Es É
Somos Somos
Sois Sois
Son São
107
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
há sido
hemos sido
habéis sido
han sido
Era Era pretérito imperfecto pretérito imperfeito
Eras Eras
Era Era
Éramos Éramos
Erais Éreis
Eran Eram
Había sido Fora pretérito plus- Pretérito mais-que-
cuam-perfecto perfeito
Habías sido Foras
Fue Foi
Fuimos Fomos
Fuisteis Fostes
Fueron Foram
hube sido - pretérito anterior -
hubiste sido
hubo sido
hubimos sido
hubisteis sido
hubieron sido
108
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Serás Serás
Será Será
Seremos Seremos
Seréis Sereis
Serán Serão
habré sido - futuro perfecto
habrás sido
habrá sido
habremos sido
habréis sido
habrán sido
Sería Seria Condicional Futuro do pretérito
Serías Serias
Sería Seria
Seríamos Seríamos
Seríais Seríeis
Serían Seriam
Habría sido - Condicional perfecto -
Habrías sido
Habría sido
Habríamos sido
Habríais sido
Habrían sido
Modo subjuntivo
Sea Seja Presente Presente
Seas Sejas
Sea Seja
Seamos Sejamos
Seáis Sejais
Sean Sejam
109
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Hayas sido
Haya sido
Hayamos sido
Hayáis sido
Hayan sido
Fuera o fuese Fosse pretérito imperfeito Pretérito imperfeito
Hubieras o hubieses
sido
Hubiera o hubiese
sido
Hubiéramos o
hubiésemos sido
Hubierais o hubieseis
sido
Hubieran o hubiesen
sido
Fuere For Futuro Futuro
Fueres Fores
Fuere For
Fuéremos Formos
Fuereis Fordes
Fueren Forem
Hubiere sido - Future perfecto -
Hubieres sido
Hubiere sido
Hubiéremos sido
Hubiereis sido
Hubieren sido
Modo imperativo
110
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Seres
Ser
Sermos
Serdes
Serem
Haber sido - Infinitivo compuesto -
Siendo Sendo Gerundio Gerúndio
Habiendo sido - Gerundio compuesto -
Sido Sido Particípio Particípio
FONTE: Masip (2000, p. 82-85)
Estás Estás
Está Está
Estamos Estamos
Estáis Estais
Están Estão
He estado - Pretérito perfecto -
compuesto
Has estado
Ha estado
Hemos estado
Habéis estado
Han estado
111
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Estabas Estavas
Estaba Estava
Estábamos Estávamos
Estabais Estáveis
Estaban Estavam
Estuvo Estive
Estuvimos Estivemos
Estuvisteis Estivestes
Estuvieron Estiveram
Hube estado - Pretérito anterior -
Hubiste estado
Hubo estado
Hubisteis estado
Hubieron estado
Estaré Estarei Futuro Futuro do presente
Estarás Estarás
Estará Estará
Estaremos Estaremos
Estaréis Estareis
Estarán Estarão
112
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Habrás estado
Habrá estado
Habremos estado
Habréis estado
Habrán estado
Estaría Estaria Condicional Futuro do pretérito
Estarías Estarías
Estaría Estaría
Estaríamos Estaríamos
Estaríais Estaríeis
Estarían Estariam
Habría estado - Condicional perfecto -
Habrías estado
Habría estados
Habríamos estado
Habríais estado
Habrían estado
Modo subjuntivo
Esté Esteja Presente Presente
Estés Estejas
Esté Esteja
Estemos Estejamos
Estéis Estejais
Estén Estejam
Haya estado - Pretérito perfecto -
Hayas estado
Haya estado
Hayamos estado
Hayáis estado
Hayan estado
113
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Estuvieran o estu-
viesen
Hubiera o hubiese es- - Pretérito plus- -
tado cuam-perfecto
Hubieras o hubieses
estado
Hubiéramos o
hubiésemos e.
Hubierais o hubieseis
e.
Hubieran o hubieses
e.
Estuviere Estiver Futuro Futuro
Estuvieres Estiveres
Estuviere Estiver
Estuviéremos Estivemos
Estuviereis Estiverdes
Estuvieren Estiverem
Hubiere estado - Futuro perfecto -
Hubieres estado
Hubiere estado
Hubiéremos estado
Hubiereis estado
Hubieren estado
Modo imperativo
Está/ no estés Está/não estejas Presente Presente
114
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Estares
Estar
Estarmos
Estardes
Estarem
Haber estado - Infinitivo compuesto -
Estando Estando Gerundio Gerúndio
Habiendo estado - Gerundio compuesto -
Estado Estado Particípio Particípio
115
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Me haya lavado, te hayas l., se haya l., nos ha- Pretérito perfecto
yamos l., os hayáis l., se hayan l.
Me lavara, te lavaras, se lavara, nos laváramos, Pretérito imperfecto
os lavarais, se lavaran
Me hubirea lavado, te hubieras l., se hubiera l., Pretérito pluscuamperfecto
nos hubiéramos l., os hubierais l., se hubieran l.
Me lavare, te lavares, se lavare, nos laváremos, Futuro
os lavareis, se lavaren
Me hubiera lavado, te hubieres l., se hubiere l., Futuro perfecto
nos hubiéremos l., os hubiereis l., se hubieren l.
Modo imperativo
Lávate, no te laves, lávese, lavémonos, lavos, Presente
no os lavéis, lávense
Formas personales
Lavarse Infinitivo
Haberse lavado Infinitivo compuesto
Lavándose Gerundio
Habiéndose lavado Gerundio compuesto
Lavado Participio
FONTE: Masip (2010, p. 176)
Elementos: Elementos:
116
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Elementos: Elementos:
Os brasileiros
Nesse tema, Masip (2000) afirma que os brasileiros estudantes
estudantes da
da língua espanhola tendem a usar, com frequência, a voz passiva língua espanhola
comum, que não é habitual em espanhol. Em espanhol, usa-se, mais tendem a usar, com
frequentemente, a voz ativa ou a passiva reflexa: “los muebles son frequência, a voz
fabricados em vez de se fabrican muebles; mucha gente es esperada passiva comum, que
em vez de se espera mucha gente” (MASIP, 2000, p. 111). O autor não é habitual em
espanhol.
117
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
11 NOÇÕES DE SINTAXE
Já comentamos algumas diferenças nos tempos verbais anteriormente e no
que se refere à ordem sintática oracional, além das categorias, sendo que as
duas línguas pouco divergem. Contudo, sempre existem diferenças.
118
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
Brito et al. (2010) ainda nos recordam que, ao lado dessas conjunções e
locuções conjuntivas temporais desses exemplos, existem outras que introduzem
verbos no presente, o que não ocorre no futuro do subjuntivo. Por exemplo: antes
que (antes que amanheça, vou-me embora); até que (não descansarei até que
acabe este trabalho).
119
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do segundo capítulo da nossa disciplina. Se o percurso, até
aqui, tenha sido cansativo em alguns momentos, temos certeza de que também
120
Capítulo 2 DIFERENÇAS E PROXIMIDADES: LÍNGUAS
PORTUGUESA E ESPANHOLA
foi produtivo. Por mais que já se tenha discutido, tantas vezes, a questão da
proximidade entre o nosso par de línguas, ao fim deste capítulo, correndo o risco
de sermos repetitivos, destacamos que a facilidade de aprendizagem de espanhol
é um mito, resultado da proximidade tipológica entre as línguas portuguesa
e espanhola. Mito esse que desfazemos ao analisar as referidas línguas e ao
perceber que, apesar das muitas semelhanças, presentam várias divergências.
121
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
REFERÊNCIAS
BAGNO, M.; CARVALHO, O. L. S. Gramática brasileña para hablantes de
español. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
122
C APÍTULO 3
O ESTRANHO FAMILIAR
124
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao terceiro capítulo do livro da nossa
disciplina! Seguiremos a nossa conversa pautada na análise contrastiva da língua
espanhola e da língua portuguesa, agora, na categoria dos substantivos. Na
sequência, dedicar-nos-emos à subclasse dos falsos cognatos, heterossemânticos
e falsos amigos. Então, você deve estar se perguntando: mas tem diferença
entre os três termos? Calma, conversaremos a respeito! Veremos que essas
nomenclaturas envolvem vários fatores. Ainda, adentraremos na fraseologia, com
algumas expressões idiomáticas.
2 SUBSTANTIVOS
As definições
As definições da categoria substantivo podem variar entre as da categoria
substantivo podem
línguas espanhola e portuguesa. Como afirma Masip (2000, p. 141),
variar entre as
“em português, a tendencia é usar critérios semânticos. Em espanhol, línguas espanhola e
por outro lado, costuma-se seguir critérios morfossintáticos, dentro de portuguesa.
uma perspectiva estruturalista funcional”. Vejamos alguns exemplos:
125
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
126
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
•Comunes: se refieren a todas las per- •Comuns: totalidade dos seres de uma
sonas, animales o cosas de una misma espécie: país, cidade.
especie.
-Coletivos: substantivos comuns que,
-Individuales: hombre, perro. no singular, designam um conjunto de
seres ou coisas da mesma espécie:
-Colectivos: ejército, enjambre, manada. regimento, boiada, bando.
127
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
128
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
Redactor/redactora; juez/jueza
Certos nomes masculinos mudam ou Por sufixo:
acrescentam a terminação:
-triz: o imperador/a imperatriz
-triz: el empedador/la emperatriz
-esa: o duque/a duquesa
-esa: el duque/la duquesa
-ina: o herói/a heroína
-ina: el héroe/la heroína
-isa: o profeta/a profetisa
-isa: el profeta/la profetisa
129
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Artista/artista; belga/bela
No caso de nomes epicenos, é Por um adjunto especificador de sexo,
necessário acrescentar outro substan- no caso dos substantivos não biformes:
tivo:
-sobrecomuns: cônjuge varão/cônjuge
Cónyuje varón/ cónyuje mujer; mulher
La mano A mão
130
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
3 ATENÇÃO AO VOCABULÁRIO
Quando comparamos os sistemas de vocabulário das línguas, Quando
podemos dividir as palavras em três aspectos: forma, sentido e comparamos
distribuição. Pensar nesses aspectos é fundamental para o ensino os sistemas de
de uma língua. Ainda que o espanhol e o português sejam próximos, vocabulário das
línguas, podemos
possuem restrições que são características de cada língua. No que
dividir as palavras
se refere à distribuição, “as palavras, em uma determinada frase, não em três aspectos:
estão distribuídas ao acaso, mas em posições determinadas. Por isso, forma, sentido e
afirma-se que os elementos possuem uma distribuição-característica, distribuição. Pensar
e essa distribuição pode ser diferente em diferentes línguas” (SILVA, nesses aspectos é
2002, p. 3). A distribuição também se refere ao modo como são fundamental para
o ensino de uma
distribuídas as unidades em determinada língua, por exemplo,
língua.
algumas palavras são restritas ao uso literário e não encontradas em
falas no dia a dia (LADO, 1972; SILVA, 2002).
O sentido, por sua vez, pode variar nas línguas, quer dizer, as línguas não se
diferem apenas na forma. Segundo Lado (1972, p. 109), "na verdade, os sentidos
em que classificamos nossa experiência são determinados ou modificados
culturalmente e variam consideravelmente, de cultura para cultura". Esse aspecto
exploraremos mais intensamente e que causa dúvida até nos aprendizes de
níveis mais avançados.
131
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Nesse aspecto, estamos falando dos falsos cognatos. O termo é usado para
as palavras que são parecidas em línguas diferentes, na forma ou no nível fônico,
mas que, na verdade, são diferentes. Inclusive, podem ser chamadas de falsos
amigos, pois podem, facilmente, enganar os aprendizagem pela falsa semelhança.
Para aclarar, vejamos alguns exemplos de palavras em espanhol com significados
diferentes para os brasileiros: Apellido (sobrenome), Aula (sala de aula), Cachorro
(filhote de cachorro, lobo), Classe (aula), Cola (rabo), Cuello (pescoço), Esposa
(algema), Latir (palpitar), Pastel (bolo), Zurdo (canhoto) (ZAPPA, 2010). Esses
exemplos também podem ser chamados de heterossemânticos, pois são
palavras que retratam a diferença semântica entre o espanhol e o português.
Ficou confuso com essas três terminologias: falsos cognatos, falsos amigos e
heterossemânticos? Conversaremos a respeito de cada uma delas a seguir, não
se preocupe! Contudo, cabe salientar que, apesar de ser importante o professor
de línguas estrangeiras ter esse conhecimento para as explicações linguísticas
em sala de aula, não iremos nos delongar em uma investigação etimológica
acerca dessas três terminologias. O nosso foco é o ensino e, assim, os aspectos
sincrônicos interlinguísticos relacionados à significação.
132
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
133
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Fragmentos miúdos de terra muito seca. Animal. Molusco marino, con tentácu-
Partículas sólidas que flutuam no ar e los provistos de ventosas, y cuya
pousam sobre os móveis. Qualquer carne es apreciada. Pulpo.
substância sólida reduzida a pó. Pó.
134
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
Espanhol Português
Vaso Vaso
Vaso sanitário
Espanhol Português
Exquisito Esquisito
135
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
3. Uma única palavra de origem com um ou mais significados, que são conservados
por uma das duas línguas. A outra conserva apenas um dos significados originais
ou nenhum (e pode até criar, mais tarde, um outro termo para suprir a falta do (s)
outro (s). Ex.: sugestión/sugestão.
Espanhol Português
Sugestión Sugestão
Insinuação
Espanhol Português
Rato Rato
136
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
3.2 OS HETEROSSEMÂNTICOS
O caso do português e do espanhol terem a mesma base de O caso do português
evolução na língua torna comum encontrarmos palavras que se e do espanhol terem
assemelham entre esse par de línguas, porém, o que, inicialmente, a mesma base
pode parecer uma vantagem, pode criar confusão e desentendimento. de evolução na
Por isso, a compreensão dos heterossemânticos merece muita língua torna comum
encontrarmos
atenção e dedicaremos todo esse aparato ao assunto.
palavras que
se assemelham
Silva (2002, p. 2) faz referência ao fato de que a proximidade e a entre esse par de
presença de tantos cognatos e falsos cognatos entre as duas línguas línguas, porém, o
podem levar a uma maior ou menor facilidade na aprendizagem do que, inicialmente,
espanhol, que “[...] está associada, em grande escala, a uma maior ou pode parecer uma
vantagem, pode
menor transferência do léxico, tendo em vista os incontáveis cognatos
criar confusão e
entre essas duas línguas, somados à infinidade de falsos cognatos desentendimento.
que as sobrecarregam”.
137
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
ESPANHOL-PORTUGUÊS PORTUGUÊS-ESPANHOL
OFICINA OFICINA
Cômodo, sala ou conjunto de salas des- Lugar donde se hacen trabajos man-
tinadas à leitura, escrita, aos trabalhos uales. Lugar en el que se arreglan
intelectuais, administrativos, profission- automóviles. Curso práctico en el que
ais etc. se aprenden y se ejercitan actividades
artísticas o intelectuales.
Escritório.
Taller.
138
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
139
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
ESPANHOL-PORTUGUÊS
COCINA
El mejor lugar de mi casa es la cocina. [“O melhor lugar da minha casa é a coz-
inha”].
A respeito do item III, proposto por Alves (2005), cabem, como exemplos, as
palavras latir/latir, tendo em conta que:
140
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
141
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Fechar Datar
Firma Assinatura
Ganacia Ganho/lucro
Habitación Dormitório/quarto da casa
Interés Juro/interesse
Largo Comprido/longo
Largura Comprimento
Logro Sucesso/êxito
Mala Má
Oficina Escritório
Prejuicio Preconceito
Polvo Poeira/pó
Pronto Logo
Presunto Suposto/presumível
Rato Momento/curto espaço de tempo
Reto Desafio
Rojo Vermelho
Sitio Lugar
Solo Só/sozinho
Sótano Porão
Talher Oficina
Taza Xícara
Tirar Jogar fora/chutar/atirar/esticar
Todavia Ainda/contudo/não obstante
Vaso Copo
FONTE: Adaptado de Zappa (2010)
142
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
3.3 HETEROGENÉRICOS
Heterogenéricos são os vocábulos que, dentre duas línguas, possuem
proximidade formal, mas com gênero gramatical diferente.
143
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
144
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
La sangre O sangue
La risa O riso
La radio (aparato) O rádio
FONTE: Adaptado de Juez (2007)
3.4 HETEROTÔNICOS
Heterotônicos significam que têm “tonicidade diferente”. Então, referem-se
aos vocábulos que apresentam proximidade formal, mas tonicidade diferente.
Assim, são as palavras que preservam o mesmo significado, pois, em português e
em espanhol, há várias que, graficamente, são semelhantes, porém, se se muda
a sílaba tônica, muda-se a pronúncia de uma língua para a outra. Confira o quadro
a seguir, lendo, em voz alta, para perceber, claramente, a diferença na tonicidade
dos exemplos:
145
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Espanhol Português
Nivel Nível
Nostalgia Nostalgia
Oxígeno Oxigênio
Magia Magia
Océano Oceano
Pantano Pântano
FONTE: Carvalho (2020, s.p.)
4 FALSOS AMIGOS?
Quando estamos aprendendo espanhol, é comum encontrarmos a
expressão “falsos amigos”, dada a proximidade das línguas e as palavras que
são semelhantes na forma, mas se diferem no sentido. Alguns autores se referem
a heterossemânticos, falsos cognatos ou falsos amigos para esse fenômeno. Há
quem prefere não usar o termo heterossemântico com a justificativa de que o
termo se limita somente à semântica, ou seja, a buscar o significado de cada
palavra, levando à interferência interlinguística, o que poderia gerar a falsa
percepção de domínio de uma língua sobre a outra, e, como sabemos, nenhuma
língua está acima da outra, todas têm o seu valor (SILVA, 2002).
146
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
Encontra-se a definição para falso amigo: 1. m. Ling. Cada una de las dos
palabras que, perteneciendo a dos lenguas diferentes, se asemejan mucho en la
forma, pero difieren en el significado, y pueden dar lugar a errores de traducción;
p. ej., inglés actually 'efectivamente' y español actualmente.
Por que será que uma mesma palavra tem significado diferente
ou mais amplo ou restrito em determinada língua?
147
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
148
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
Fraseología
De frase y -logía.
149
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
2. empezarlo;
abrir los ojos a alguien abrir os olhos a alguém
2. descubrirle algo de que estaba ajeno; 2. avisar uma pessoa contra perigo, ris-
co;
3. estar o ponerse en actitud vigilante;
3. estar atento, vigilante;
150
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
2. decir algo con intención oculta, con 2. deixar correr, não interferir;
astucia como si se hiciera sin querer*
estar caliente estar quente
culebrear; andar formando eses y ocupar o seu lugar, aguardar a sua vez,
pasándose de un lado a otro geralmente, de pé, uma pessoa atrás
da outra;
hacer pompa fazer pompa
1. dicho de un árbol: extenderse con fol- ostentar, pôr em evidência, fazer alarde
laje hacia todas partes; de alguma coisa;
151
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
tener una cosa presente al hacer otra* 1. continuar o que se iniciou; prosseguir
com alguma coisa, fazer avançar;
152
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
1. estar totalmente abstraído de las co- 1. diz-se de pessoa ou coisa muito rara
sas terrenas; pela sua excelência;
153
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
5 A INTERFERÊNCIA LINGUÍSTICA
EM LÍNGUAS PRÓXIMAS
Neste ponto dos seus estudos, já está bem claro como o português e o
espanhol são línguas próximas, por serem da mesma família, de origem latina,
porém, essas várias semelhanças lexicais, morfológicas e sintáticas podem
levar o aprendiz brasileiro de espanhol a uma zona de facilidade enganosa,
segundo Almeida Filho (1995). Lógico que há vantagens, e é uma tendência
natural o aprendiz se munir das estruturas da sua língua materna para assimilar
o espanhol. Na verdade, acreditamos não ser possível separar totalmente as
línguas quando estamos começando o processo de aprendizagem. Quanto mais
próximas são as línguas, mais fácil é a aprendizagem. Assim, o aluno pode usar o
seu conhecimento implícito da língua materna como referência na aprendizagem.
154
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
O termo interlíngua foi criado por Selinker (1992), para se referir É um sistema
ao sistema linguístico que o aprendiz de uma língua estrangeira linguístico
usa para aprender a língua-meta, ou seja, é um sistema linguístico intermediário que
intermediário que o estudante usa para conseguir os próprios o estudante usa
para conseguir os
objetivos comunicativos; está entre a língua nativa e a língua-meta.
próprios objetivos
comunicativos; está
Conforme escreve Farias (2007, p. 40), “esse é o marco teórico entre a língua nativa
que justifica o caráter positivo e necessário do erro como indício de e a língua-meta.
que a aprendizagem está se realizando”. Para Selinker (1992 apud
FARIAS, 2007, p. 40), o processo pelo qual o estudante aprende “se constrói por
um conjunto de estruturas psicológicas latentes na mente do aluno, que se ativam
quando se aprende uma língua estrangeira e que o centro de atenção deve ser a
tentativa de aprender, independentemente de se conseguir ou não”, pois poucos
aprendizes conseguem a competência de uma falante nativo.
155
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
156
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
157
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
Em sintonia com essa visão, Durão (2007) afirma que a transferência pode
ser facilitadora (transferência positiva) ou interferente (transferência negativa
ou interferência). Nesse viés, a transferência positiva encurtaria a distância
interlinguística entre a língua materna e a língua de aprendizagem. Já a
transferência pode ser negativa quando ocorrem problemas de comunicação ou
de aprendizagem.
158
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
159
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
160
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
de omissão
de justaposição
de falsa colocação
de falsa seleção
Critério etiológico interlinguais
intralinguais
de simplificação
Globais/locais
Critério comunicativo de ambiguidade
irritantes
estigmatizantes
de falta de pertinência
161
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
162
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
163
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
164
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
diferenças entre as duas línguas” (SILVA, 2002, p. 4). Vejamos alguns exemplos:
165
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
166
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
167
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
168
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
169
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
170
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
6 ENSINO E INTERCULTURALIDADE
No primeiro capítulo, introduzimos a reflexão acerca da língua. Comentamos
que a língua vai muito além de estruturas ortográficas, morfológicas, sintáticas e
fonéticas. Na escola, costumávamos (ou ainda costumamos) usar os
A língua é social
rótulos certo e errado, como conceitos pautados na norma linguística, e interacional, ou
porém, indo além dessa vista estruturalista, há a perspectiva seja, é a interação
sociolinguística que apresenta mudanças metodológicas de ensino entre os indivíduos
que contemplam aspectos de aprendizagem de língua com uma de uma comunidade
visão muito mais ampla. A língua é social e interacional, ou seja, é linguística que dá
significado a cada
a interação entre os indivíduos de uma comunidade linguística que
signo linguístico.
dá significado a cada signo linguístico. Para Bakhtin (2006, p. 79), a
língua é mais que uma superestrutura, é um fenômeno social. Com isso, podemos
dizer que é a cultura desses indivíduos que dá significado ao instrumento de
comunicação que é a língua. “Assim, a língua está entrelaçada à cultura. A língua,
por si só, é um corpo vazio, ou melhor, a cultura é a alma da língua” (FRAGA,
2016, p. 12).
Queremos evidenciar que ensinar uma língua estrangeira, Ensinar uma língua
no nosso caso, o espanhol, é ir além de aspectos formais, para estrangeira, no
nosso caso, o
oportunizar o conhecimento de usos, costumes, artes, crenças, visão
espanhol, é ir além
de mundo dos países que têm o espanhol como língua materna. Afinal, de aspectos formais,
toda a complexidade das sociedades interfere na língua, o que torna para oportunizar o
as línguas tão ricas e heterogêneas. Ao entendermos a língua como conhecimento de
produto social (SAUSSURE, 2006), toda essa diversidade social não usos, costumes,
pode ser rechaçada (FRAGA, 2016). artes, crenças,
visão de mundo
dos países que têm
Amplamente falada, a língua espanhola é a língua oficial em mais o espanhol como
de 21 países, e cada um possui riquezas culturais e particularidades, língua materna.
além de grande variação linguista. Especificamente, a respeito dos
nossos vizinhos, apesar das proximidades históricas, geográficas e políticas e de,
juntos, constituirmos a América Latina, o Brasil, muitas vezes, parece ignorar ou
abordá-los de forma superficial.
171
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
172
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
173
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
174
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
175
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
176
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim do livro da nossa disciplina. Se a jornada foi longa, ela
ainda não se esgota aqui. Ser professor de língua estrangeira envolve desafios
inerentes à profissão, muito aprendizado, constantes atualização e reflexão
da própria atuação como docente. Nesta disciplina, introduzimos alguns
questionamentos e questões, assim, cabe, a você, professor preocupado com a
sua prática docente, aprofundar e aplicar nas suas aulas.
177
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Língua-cultura na sala e na história. In: MENDES, E.
Diálogos interculturais: ensino e formação em português língua estrangeira.
Campinas: Pontes, 2011.
178
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
179
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
180
Capítulo 3 O ESTRANHO FAMILIAR
181
Língua Espanhol e Portuguesa proximidades e diferenças
182