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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DO EGRÉGIO

TRIBUAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RORAIMA

AUTOS Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, já devidamente qualificado no Recurso de


Agravo no recurso Especial em destaque, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, tempestivamente por intermédio de sua advogada, apresentar
CONTRARRAZÕES AO AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL, com fundamento
no art. 1042, §3º do CPC, que seguem.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Boa Vista, 25 de fevereiro de 2022.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
OAB/RR xxxxxxxxxxxxxxxx
CONTRARRAZÕES AO AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL

Autos n. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

RECORRENTE: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
RECORRIDO:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

PRECLARO RELATOR

DA TEMPESTIVIDADE
A presente minuta de contrarrazões ao Agravo no Resp. deve ser considerada
como tempestiva. A Recorrida fora intimada a se manifestar no dia 04 de fevereiro de
2022 (sexta-feira).
Portanto, à luz do que rege a Legislação Adjetiva Civil (CPC, art. 1.042, § 3º) é
plenamente tempestivo o presente arrazoado, sobretudo quando apresentado na
quinzena legal.

BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO


O Recorrido moveu ação de despejo por falta de pagamento cumulado com
cobrança de alugueres e acessórios da locação, ação esta que restou procedente,
condenando o Recorrente ao pagamento de todos os alugueres atrasados (com juros e
correções monetárias) desde NOVEMBRO DE 2019 até o presente momento, pois
mesmo o apelante tendo se manifestado no processo dizendo que desocupou o imóvel
no dia 15 de MARÇO DE 2021, o mesmo nunca entrou em contato para a devolução
das chaves do imóvel em questão, não tendo assim o Recorrido como entrar no imóvel.
O Recorrente foi condenado ainda à desocupação do imóvel, ao pagamento de
todos os encargos acessórios devidos (ANEXO) durante o período contratual até a data
da efetiva devolução do imóvel. Bem como foi condenado ao ressarcimento das
despesas processuais adiantadas nos autos pela parte Recorrida e ao pagamento de
honorários de sucumbência fixados em 12% sobre o valor da condenação.
Em sede de Apelação o nobre julgador manteve incólume a sentença de 1º grau,
bem como majorou os honorários advocatício, passando de 12% para 15% sobre o valor
da condenação, em favor da Recorrida.
Inconformado com a decisão, o Recorrente interpôs embargos de declaração do
Acordão, que não foram admitidos.
Após, o Recorrente interpôs Recurso Especial, todavia, o nobre desembargador
ao examinar o recurso, decidiu pela inadmissibilidade.
Ademais, acertadamente, espaço nobre julgador rechaçou o recurso em debate
sob a ótica de que a questão tentada à reanalise não deve prosperar, fundamentando
sua decisão na sumula 7 do STJ, que aduz que “A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial”.
Por fim, ainda inconformado com o ônus sucumbencial, interpôs Agravo em
Resp., do qual o Recorrido apresenta a presente contrarrazões.
É o Breve relato.

DAS CONTRARRAZÕES AO AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL

Da pretensão de reexame – STJ, Súmula 07


 
A decisão recorrida destacou, acertadamente, que a análise da pretensão recursal
demandaria revolvimento fático.
Na espécie, essa defendeu, neste recurso em testilha, que a decisão “não se
baseou em qualquer prova de que o tratamento era eficiente. ”
Contudo, não obstante as contundentes provas imersas, elencadas, até, no
acórdão guerreado, a recorrente, assim agindo, almejava reanalisar circunstâncias
fáticas.
Nesse passo, é de absolutamente inadequada a pretensão de reexame de provas,
mormente por meio de Recurso Especial.
Urge destacar mais, que essa Corte tem entendimento consagrado de que é
defeso, nesta fase recursal, revolver o conjunto probatório.
 STJ, Súmula 07 – A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial.
Com esse enfoque, de bom alvitre evidenciar julgados atinentes ao caso sub
examine:
 
PROCESSUAL CIVIL, CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. OBRIGAÇÃO DE FAZER.
ASTREINTES. ALTERAÇÃO DO VALOR DA MULTA. REEXAME
DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE.
SÚMULA Nº 7/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7/STJ.
1. A redução do valor fixado a título de astreintes implica, como regra,
revolvimento dos fatos e circunstâncias da causa, o que encontra óbice no
enunciado da Súmula nº 7/STJ. Excetua-se apenas a hipótese de valor
irrisório ou exorbitante, o que não se configura neste caso. Precedentes:
AgInt no AREsp 1.119.915/PE, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Turma, DJe 24.10.2017; e AgInt no AREsp 1.037.518/PE, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 30.6.2017. 2. O Tribunal a
quo, soberano na análise do contexto fático-probatório, consignou: "Quanto à
condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios no valor de RS
2.000,00 (dois mil reais), vejo que esse valor também se mostra bastante
satisfatório, diante do que estabelecia o antigo art. 20, § 4º do CPC/73 e o
atual art. 85, § 2º do NCPC/15" (fl. 122, e-STJ). 3. Dessa forma, aplicar
posicionamento distinto do proferido pelo aresto confrontado acarreta
reexame de matéria fático-probatória, o que é obstado ao STJ, conforme
determina a sua Súmula nº 7. 4. Agravo Interno não provido. [ ... ]

Por fim, nesse sentido, não há que se falar em reexame da matéria, senão apenas
de cumprir a decisão mantida.

DA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA
O Recorrido não compreende os motivos do Recorrente em questionar os
pagamentos aos honorários, já que NÃO HÁ DE SE FALAR EM SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA.
O Recorrente alega que a r. Sentença do juízo a quo reconheceu os pedidos
levantados em sede de contestação, o que não corresponde com a verdade.
Eis parte da r. Sentença:
“O réu, por sua vez, limitou-se a alegar, sem comprovar materialmente, que
deixou de adimplir com o pagamento dos alugueis, desde março/2020, por
conta da recusa do autor em recebe-los.
Ora, cabível e acessível ao réu a propositura de procedimento de
consignação em pagamento, seja extrajudicial ou judicialmente. Todavia,
não o fez, deixando para apresentar pedido dessa natureza em dezembro de
2020 (EP 73), depois de cinco meses do saneamento do processo e anúncio
do julgamento antecipado do mérito (EP 31).
Portanto, tomando por certo as mais comezinhas do Direito, sendo curto que
aquele que celebra contrato de locação deve promover o devido pagamento
do aluguel pactuado, sob pena de ofensa ao princípio que veda o
enriquecimento sem causa e tendo a parte ré, de fato, celebrado aludido
acordo, sem efetuar o pagamento integral pela utilização do imóvel
residencial pertencente à parte autora, como restara presumido, dever é
julgar a pretensão autoral procedente. ”

Ou seja, Excelência, não há de se falar em sucumbência recíproca.


Conforme levantado na r. decisão em sede recursal, a regra prevista no §8º do
art. 85 do CPC não é aplicável ao presente caso, uma vez que não se trata de ação em
que o proveito econômico obtido não é inestimável ou irrisório, nem de valor muito
baixo.
Além disto, em sede de Apelação o acórdão manteve a sentença incólume, bem
como majorou para 15% do valor da condenação.
O valor arbitrado pelo juízo a quo está totalmente em conformidade com o que é
permitido em lei, bem como com o princípio da razoabilidade. Não há que se falar em
exorbitância.
Por fim Excelência, as alegações propostas pelo Recorrente não merecem
prosperar, uma vez que não se discute mais o mérito da questão. Tal alegação
desmerece consideravelmente o trabalho e esforços realizados pela advogada até o
presente recurso.

DO PEDIDO
Diante do Exposto, requer aos Nobres Julgadores sejam apreciadas as
contrarrazões do recurso de Agravo em Resp., para confirmar a decisão prolatada em 1º
grau, rechaçada em sede de 2º grau pelos Nobres Julgadores.
Nestes termos,
Pede deferimento.

Boa Vista, 25 de fevereiro de 2022.

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OAB/RR xxxxxxxxxxxxxxxxx

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