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Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder

Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008

A lei Maria da Penha e a implementação do grupo de reflexão para homens autores de


violência contra mulheres em São Paulo

Leandro Feitosa Andrade (Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde); Sérgio Flávio Barbosa
(Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde)
Lei Maria da Penha; Homem autor de violência contra mulher; Grupo de reflexão
ST 42 – Gênero, violência e direitos humanos

Em atenção à efetivação da Lei Maria da Penha na cidade de São Caetano, região da grande
São Paulo, desde final de 2006, vem ocorrendo o primeiro trabalho no estado de São Paulo, quiçá
no Brasil, com homens autores de violência contra mulheres. O texto apresenta: 1) uma breve
panorâmica da violência contra a mulher e a lei Maria da Penha; 2) uma reflexão conceitual; 3) a
proposta do grupo de reflexão com homens autores de agressão; 4) o trabalho realizado na cidade de
São Caetano do Sul e 5) os principais resultados e desafios para operados da lei, facilitadores e
participantes dos grupos de reflexão.

Violência contra a mulher e a Lei Maria da Penha


Há décadas, segmentos da sociedade brasileira têm se mobilizado em torno da discussão e
enfrentamento da violência contra as mulheres. As reflexões e intervenções do segmento feminista
significaram uma mudança de paradigma sobre o lugar das mulheres na sociedade, na discussão da
sexualidade, nas relações afetivas, no mercado de trabalho, entre outros. Da reflexão feminista
emerge um eixo importante: a inclusão na pauta pública e social do privado como questão pública.
Nesta perspectiva, a violência contra as mulheres deixou de ser um problema de “foro íntimo”,
diante do qual a sabedoria popular aconselha a observância da máxima que diz que “em briga de
marido e mulher não se deve meter a colher”, para se tornar uma discussão de leis e políticas
públicas de enfrentamento das cotidianas formas de violência que as mulheres têm sofrido
historicamente. Nesta trajetória de lutas e conquistas, em 2006, foi aprovada a Lei 11.340/06.
Conhecida como lei Maria da Penha, essa lei representa um avanço no enfrentamento da violência
contra as mulheres e coloca novas discussões e desafios à sociedade brasileira. A Lei Maria da
Penha é resultado da desconstrução e da resignificação das representações sociais da violência
contra as mulheres, a qual deixa de ser um ato infracional e passa a ser tratada como um crime
contra a vida e os direitos humanos das mulheres. Começa a ficar para trás a (ridícula e pífia)
punição dos homens autores de agressão por meio da concessão de cestas básicas e da prestação de
serviços comunitários, como era previsto na lei 9.099/95 que, na maioria das vezes,
descaracterizava o ato agressivo sofrido pelas mulheres e mantinha estas submissas aos homens.
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A agressão contra as mulheres é um fenômeno perversamente democrático. Ele ocorre em
todas as classes sociais, nas diversas faixas de idade e sem distinção de cor/raça. A violência contra
as mulheres é apresentada, por diversos autores, como uma expressão do modelo patriarcal
incorporado nas sociedades. Modelo este que hierarquiza e dá privilégios aos homens e às
atividades de gênero masculino. Neste contexto, as ações violentas dos homens eram, e ainda o são,
interpretadas como parte dos recursos para manutenção do lugar e da ordem sócio-econômica,
familiar e afetiva na relação homem-mulher. Até hoje, máximas como “o homem deve sempre bater
na mulher, pois ele pode não saber por que esta batendo, mas ela sempre saberá por que esta
apanhando” ou, ainda, “mulher é igual à bolinha de borracha: quanto mais forte você joga contra
a parede, mais rápido ela volta para você” banalizam a provocam gracejos entre mulheres e
homens. Contudo, é, cada vez mais consensual que a violência contra a mulher não é um problema
só das mulheres. Além de ser um sintoma da desigualdade de gênero em nossa sociedade e do
machismo, a violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos. É um crime
comprovado com o aumento dos registros de casos e de pesquisas que demonstram o quanto a
sociedade perde com a violência contra a mulher. Com a Lei Maria da Penha, se faz premente
refletir sobre ações para os homens autores de violência contra as mulheres.

Uma pequena peleja conceitual


Termos como reabilitação, recuperação, tratamento, reeducação, educação são
recorrentemente encontrados nos documentos que propõem os centros para o trabalho com os
homens autores de violência. Com certeza, a criação de tais centros é um avanço e deve ser alvo de
congratulações, pela possibilidade de alternativas ao modelo punitivo prisional que apresenta. Mas é
importante apontar alguns equívocos, como forma de contribuição para a discussão na formulação
das propostas de trabalho com homens autores de agressão.
 Primeiro equivoco – o do agressor. Nenhuma pessoa é agressiva 24 horas
por dia. Temos que reconhecer que a agressão é desencadeada por diversos
estímulos e que, na sua maioria, não determina a identidade de uma pessoa. Logo, a
pecha de agressor rotula e estigmatiza. Da mesma maneira, a idéia de vítima, de
menor infrator, de aidético deve ser reconsiderada. Há de se pensar que o homem
incorreu em um ato agressivo, foi autor de uma agressão, mas esses eventos não
devem configurar a marca, o rótulo de agressor como identidade, como diria
Goffman (1982), como identidade deteriorada. Sendo assim, na proposta de
trabalho com homens utiliza-se a expressão homens autores de violência contra a
mulher, em lugar de homens agressores. Expressão que orienta facilitadores e
participantes na medida em que não determina que esses homens sejam apenas
agressores, mas que também são pessoas que vivem em sociedade, trabalham,
mantêm relações de amizade, namoram, casam, são pais, filhos etc. A adoção desse
termo implica, também, a adoção de uma posição que responsabiliza o autor do ato
de violência, fazendo recair sobre este as punições previstas pelas leis brasileiras,
acreditando, porém, que este homem pode ser capaz de rever seus comportamentos
e assumir um processo de mudança, para o qual necessita de apoio.
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 Segundo equívoco – da recuperação de homens autores de agressão.
Recuperar o quê? Não há nada a ser recuperado. Não há algo natural, internalizado
ou aprendido que tenha sido perdido. Há, sim, que ser construídas para estes
homens, e para toda a sociedade – homens e mulheres – formas de socialização de
respeito às diferenças e de extermínio das hierarquias de gênero, raça e classe
social. Proposta ainda em processo de formação na cultura.
 Terceiro equívoco – o do tratamento. Na condução e na participação no
grupo de reflexão em São Caetano do Sul e em outras regiões, é possível se afirmar
que não há homens doentes nos grupos, pois, na sua maioria, estes são saudáveis
física e mentalmente. É, também, possível se afirmar que todos aqueles que
propagam o fim da violência contra as mulheres concordam que o machismo e a
violência de gênero não constam no CID – Classificação Internacional de
Doenças. Sendo assim, deve-se estranhar e questionar a patologização
individualizada da violência. Quando a violência é sintoma de patologia, esta deve
ser tratada, mas este tratamento deve atentar para a naturalização do discurso que, a
priori, estigmatiza e marginaliza segmentos da sociedade. Muitas vezes este
discurso desvia da lógica patriarcal e machista que permeia a sociedade e busca
“bodes expiatórios”.

Antes de desenvolver políticas de atenção às mulheres e homens em situação de violência, é


importante avaliar a questão dos repertórios discursivos que orientam as propostas de trabalho. Essa
avaliação, além de prevenir desvios do questionamento do sistema de dominação-exploração
naturalizados na cultura – que precisa ser revista – , impede que se caia no “canto da sereia” da
marginalização de segmentos, da estigmatização e da patologização da violência.
A perspectiva é a de se discutir a violência contextualizada sócio-historicamente, em
interação e em determinadas circunstancias. Proposta que vai de encontro às ideologias
essencialistas que buscam explicação em prévia patologia individual, tipologia ou psicopatia. Na
perspectiva sócio-histórica, temos que estar atentos e enfrentar as diversas expressões da violência
como lógica de um sistema de dominação-exploração, como propõe Saffioti (1997, 2004), que estão
fundadas na desigualdade de gênero, cor/raça e classe social.

O trabalho com homens autores de violência


Com a mobilização dos movimentos de mulheres e feminista surgiram, além do trabalho de
discussão e enfrentamento da violência junto às mulheres, iniciativas pontuais com homens autores
de agressão contra as mulheres, muito antes da aprovação da lei Maria da Penha1. Com diversas
perspectivas e abordagens teórico-metodológicas, os trabalhos procuravam sensibilizar os homens
em geral e, em específico, os autores de violência contra a mulher, a implicações da desigualdade
de gênero e as possibilidades de mudança de comportamento. É recente a divulgação dos trabalhos
junto aos homens sobre a violência de gênero. Faz-se ainda necessário uma pesquisa que
sistematize as diversas experiências e metodologias de intervenção. Há ações, na sua maioria
pontuais, em eventos, datas especiais ou por períodos curtos e outros, em menor número, com
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projetos de média e longa duração. Contudo, com base em alguns dos projetos, é possível delinear
algumas diretrizes orientadoras das propostas de intervenção, tais como:
 O atendimento aos homens não deve ser de responsabilidade dos serviços
que atendem mulheres violentadas sexualmente e das equipes de referência para
atendimento de mulheres vitimadas pela violência. Porém, essas equipes devem
atuar junto aos setores competentes e junto aos grupos sociais organizados, em
órgãos públicos ou instituições não governamentais, com o propósito de
sensibilizá-los sobre a necessidade de que sejam criados grupos de atendimento
com homens autores de violência doméstica ou intrafamiliar (física, psicológica e
sexual). As equipes podem encampar, por exemplo, a Campanha Brasileira do
Laço Branco2 e comprometer o maior número possível de homens, como uma
estratégia de promoção de relações igualitárias entre homens e mulheres.
 O atendimento aos homens poderá e deverá incluir aqueles que não foram
denunciados, mas procuraram atendimento espontaneamente ou por indicação de
instituições que não pertençam à área da justiça, assim como homens que não
agridem mulheres, mas desejam participar de atividades de prevenção da violência
de gênero.
 Qualquer pessoa pode trabalhar com homens autores de violência contra
mulheres em grupos de reflexão desde que estejam habilitados para conduzir esses
grupos. Porém, é essencial que essa pessoa esteja motivada e capacitada para
desenvolver o trabalho proposto.
 A condução do grupo de reflexão deve ser dada para homens3 com
experiência na discussão de violência de gênero e em processo grupal. Deve-se,
também, contar com a colaboração de mais um facilitador que contribua no
planejamento, condução, sistematização das atividades e participação na discussão
com o grupo.
 A capacitação deve incluir pelo menos os seguintes temas: relações de
gênero; direitos humanos; direitos sexuais e reprodutivos; gênero, dinâmicas de
grupo; noções de relações família e de casal e noções de psicopatologia.
 Homens ex-autores de violência contra a mulher podem manifestar o desejo
de realizar esse trabalho e podem vir a colaborar atuando como facilitadores dos
grupos de reflexão.
 A organização do atendimento aos homens depende das condições locais e
objetivos do trabalho (promoção, prevenção ou assistência).
 A atuação com equipes multidisciplinares – sempre que possível – poderá
trazer maiores benefícios para os homens participantes, suas famílias e para a
sociedade.

Há relatos de trabalhos e de grupos reflexivos de gênero com homens em diferentes


contextos, classes sociais e áreas profissionais: homens autores de violência intrafamiliar e de
gênero; profissionais da área da saúde; educadores sociais de rua; clínicas particulares; pais
adolescentes; terapeutas de família; agentes sociais de comunidades de baixa renda (favelas);
homens adolescentes, jovens, adultos e de terceira idade.

A experiência pioneira de São Caetano do Sul


O primórdio dos grupos de reflexão foi na cidade de Santo André, em São Paulo, entre os
anos de 1998 e 2001. Com apoio da Fundação McArthur e da IWHC – International Women´s
Helth Coalition, e coordenado pelo filósofo Sérgio Flávio Barbosa, o trabalho ocorreu junto a
homens no sistema prisional, em comunidades na periferia e em igrejas. Este trabalho tinha como
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proposta discutir o lugar do homem na sociedade, a construção dos papéis de gênero, a violência em
geral e contra as mulheres.
Os trabalhos com homens são realizados por meio da metodologia de grupos reflexivos de
gênero onde cada participante é tratado como responsável da violência contra a mulher. Ao serem
identificados como homens autores de violência, e não como agressores, cria-se a possibilidade,
dentro da metodologia, de pontuar e de discutir o comportamento e o contexto e a não incorporação
do estereótipo. Fator determinante que propicia revisão e, se necessário, mudança de valores e de
comportamentos.
O grupo de reflexão conta com a participação de até 15 homens e dois facilitadores. Em
geral, eles são encaminhados para participarem durante um período de até seis meses, com
freqüência semanal, de duas horas, perfazendo um total de 26 encontros. Há um planejamento de
temas e discussões, contudo, como o contrato de participação não é coletivo, e sim, de acordo com
o encaminhamento individual determinados pelo juiz, há situações simultâneas de entrada de novos
homens e encerramento e saída de outros. O fluxo é considerado positivo e estimulante para
facilitadores e participantes. Estimulante por possibilitar aos novos uma visão das possibilidades de
mudança ao conversarem e observarem a mudança de comportamento com os homens que estão a
mais tempo participando do grupo. Para os que estão em final de percurso, são criadas condições
para que constatem as mudanças que ocorreram em seu processo, ao observarem as falas e
comportamentos dos ingressantes.
Mesmo sendo obrigados a participarem do grupo, entre os homens autores de violência, se
estabelecem vínculos que facilitam a condução da discussão e da reflexão sobre a violência
cometida.
O trabalho não é psicoterápico, apesar de ter efeitos terapêuticos. Na realidade, ele não é
substitutivo das ações policiais, jurídicas, médicas e psicológicas de atenção à violência, quando
necessárias. O grupo de reflexão tem o mérito de refletir sobre temas do cotidiano dos homens que,
em geral, não são abordados nos espaços de socialização masculina. O grupo de reflexão propicia o
compartilhamento do rompimento do silêncio e da solidão masculinas na vida privada e pública. O
grupo de reflexão cria a oportunidade de ampliação e diversificação de seus papéis enquanto
homens e o vislumbre de outras possibilidades para as mulheres, isto é, apresenta possibilidades de
re-significarem as suas identidades de gênero.

Grupo de homens: resultados e desafios


Como os grupos de homens em todo o Brasil ainda são recentes e se encontram em fase de
sistematização de metodologias e criação de indicadores de avaliação, pouco ainda há de resultados
consistentes. Há muitas especulações, prognósticos e indicadores de resultados. Com o trabalho em
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São Caetano do Sul, o problema ainda é o mesmo. O trabalho conta com um acúmulo de registros
de atividades realizadas que aguardam compilação para divulgação e avaliação pelos pares e pela
sociedade. Contudo, podemos apresentar aqui algumas observações que indicam a trajetória e que
orientam a avaliação das ações e a construção das propostas de abordagem:
 Desde o final de 2006, já passaram pelo grupo de reflexão mais de 50
homens.
 A resistência inicial, pelo fato de participarem obrigados pela justiça, não
vem inviabilizando o trabalho. A superação da resistência e integração no grupo
ocorre com pouco tempo de participação.
 O índice de reincidência é considerado baixo (4%). Como todos os casos de
violência contra a mulher são acompanhados ou informados aos facilitadores do
grupo, até o momento, sabe-se de apenas dois casos onde os homens voltaram a
agredir.
 Aumento do nível de comunicação, informação e discussão da violência em
geral e contra as mulheres.
 Maior compartilhar entre os homens de problemas de ordem afetiva e
familiar.
 Aumento no reconhecimento das dificuldades no trato com as mulheres e os
filhos.
 Construção de possibilidades de repensar papéis e comportamentos,
principalmente no que tange a resolução de conflitos.
 Mudança no discurso, questionamento de valores e novos comportamentos.
Por exemplo, na análise do discurso se constata a mudança de falas individuais e
agressivas para coletivas, participativas e questionadoras da violência.

A constatação mais evidente sobre a proposta do grupo de reflexão é a confirmação de que é


possível desenvolver um trabalho com homens autores de violência contra as mulheres e de que a
mudança de valores e de comportamento em relação à violência contra as mulheres é visível.
Neste momento, os grupos que se propõem a trabalhar com homens autores de agressão, em
especial, o de São Caetano do Sul, vêm ganhando visibilidade, mas ainda encontra desafios:
 A incorporação da proposta de trabalho com homens como política pública e
o reconhecimento da necessidade da estrutura enquanto um programa
governamental.
 A disponibilização de recursos para contratação e capacitação de
facilitadores.
 A parceria com instituições de ensino-pesquisa para maior sistematização
das atividades e produção teórico-metodológica.
 Formação de facilitadores na perspectiva de gênero e com especialização na
abordagem com homens em geral e com autores de violência.
 A criação de redes, para encaminhamento e atendimento de outras demandas
que podem estar associadas (alcoolismo, desemprego etc.).

Considerações finais
Este projeto de intervenção e educação com homens autores de violência contra a mulher foi
pioneiro no Brasil. O trabalho com homens mostrou-se necessário para romper com o ciclo da
violência contra as mulheres. As feministas a muito “meteram a mão na colher” nas desigualdades
entre homens e mulheres nos espaços privado e público; agora é a vez dos homens fazerem a sua
parte. A participação de homens feministas na luta contra a violência significa uma nova fase no
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trabalho de responsabilização dos homens. Significa, também, mobilizar um processo de mudança
na socialização masculina que passa fundamentalmente pela diminuição da rivalidade e busca da
supremacia patriarcal. A proposta do grupo de reflexão para homens em geral e, em especial, para
autores de agressão contra as mulheres, rompe estereótipos, pois, redistribuindo papéis, elabora
perdas e vence resistências às mudanças nas relações de gênero.
É consenso para facilitadores, participantes, operadores da lei e simpatizantes a grande
expectativa de concretização e multiplicação da proposta do grupo de reflexão. Todos consideram
importante um trabalho preventivo e educativo com os homens autores de violência contra as
mulheres e com a sociedade em geral. A proposta, como um todo, busca a construção de relações
mais comprometidas, saudáveis, prazerosas, onde todos – homens e mulheres – vislumbrem e
participem da erradicação da violência em todas as suas formas de expressão.

Referências bibliográficas
ARILHA, Margareth; RIDENTI, Sandra G. U. & MEDRADO, Benedito. Homens e
masculinidades. São Paulo: Editora 34. 1998.
CONNEL, Robert W. La organización social de la masculinidad. Disponível em:
www.cholonautas.edu.pe / Biblioteca Virtual de Ciencias Sociales. Acessado em junho de 2007.
GOFMANN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1982.
MURARO, Rosa Marie. A mulher no terceiro milênio: uma história da mulher através dos tempos e
suas perspectivas para o futuro. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. O poder do macho. São Paulo : Moderna, 1987.
________. Gênero, Patriarcado e Violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica In Revista Educação e Realidade.
16(2): 5-22, Porto Alegre: Jul./Dez, 1990.
GIFFIN, Karen. A inserção dos homens nos estudos de gênero: Contribuições de um sujeito
histórico. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 10, n. 1, p. 47-57, 2005.

1
Artigo 35. “A União, Distrito Federal, Estados e Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas
competências: ... V – centros de reabilitação para os agressores.” A Lei também altera o art. 152 da Lei n° 7.210, de 11
de julho de 1984 (Lei de Execução Penal) que possibilita ao juiz determinar o comparecimento obrigatório do homem
autor da agressão a programas de “recuperação” e “reeducação”
2
Campanha Brasileira do Laço Branco: Homens pelo fim da violência contra a mulher foi lançada oficialmente em
2001 (www.lacobranco.org.br). É conduzida por grupos de homens comprometidos com a eliminação da violência
contra a mulher. A Campanha faz parte do movimento internacional originado na década de 1990 no Canadá
(www.whiteribbon.ca).
3
A participação de mulheres nos grupos de reflexão foi avaliado, pelos facilitadores e pelos participantes, como
negativa. O grupo tem a função de se constituir como um espaço, antes de tudo, de acolhida. A presença de mulheres é
vista pelos participantes como ameaça, que gera aumento de resistência, confrontos, chacotas e desvio da proposta.
Com certeza o pressuposto é questionável, ainda estamos em fase de avaliação que será alvo de futura publicação.

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