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Desenho Técnico
Observe o desenho a seguir:

Fonte: https://pixabay.com/pt/le%C3%A3o-desenho-desenho-a-l%C3%A1pis-848488/ Acesso em: 03 ago. 2015.

Agora este:

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Obviamente são desenhos diferentes. Não só pelo o que está desenhado,


mas também pela facilidade de interpretação dos seus conteúdos. Qual foi mais
fácil de você interpretar? Com certeza o do leão, não é mesmo?

Isso acontece por uma razão muito simples: O desenho do leão é um desenho artístico. Um
artista não tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete
o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Estamos habituados a esse tipo de
comunicação visual, pois desde pequenos somos incentivados a desenhar.

O segundo desenho é um desenho técnico de uma peça mecânica,


podendo ser a peça de um motor, ou a até uma parte de uma maçaneta de
porta. O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por
objetivo representar a forma, a dimensão e a posição de objetos de acordo com
as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades da
engenharia e, também, de arquitetura e design. Utilizando-se de um conjunto
constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normatizadas
internacionalmente, o desenho técnico é definido como uma linguagem gráfica
universal.

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Ou seja, o desenho técnico seria uma espécie de idioma, no qual o único objetivo é
comunicar visualmente algo que será produzido ou construído. Como qualquer língua
estrangeira que não conhecemos, devemos nos empenhar para apreender, entender e falar
este idioma, pois todos os nossos futuros colegas de profissão e o mercado estão falando e
utilizando essa língua. Então, vamos começar?

Traço
O traço é a principal forma de comunicação do desenho técnico. Utilizando
um lápis, uma lapiseira ou até uma caneta nanquim, podemos traçar uma reta,
uma circunferência, enfim, uma forma visual. No desenho técnico costumamos
utilizar as réguas como apoio para desenhar o traço, e assim, obter mais
precisão no traçado. Mas temos que ter alguns cuidados para realizar um bom
traçado. São eles:

1. Ao realizar o traço, procure deixar a sua lapiseira em uma


posição de 60° em relação ao papel. Também lembre que, ao utilizar
lápis para traçar, o desenho deve ser feito com o lápis girando
constante. Devemos fazer isso para manter a espessura do traçado.

2. Para fazer um traço horizontal com o apoio da régua paralela


ou da régia T, você deve traçar sempre da esquerda para a direita. E
para realizar o traçado na vertical, conte sempre com um esquadro
devidamente apoiado na régua paralela. O traço deverá ser construído
de baixo para cima.

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3. Nunca desenhe com o grafite apoiado no canto das réguas.


Isso faz com que borre as réguas e, como movimentamos muito os
instrumentos durante o desenho, vamos acabar sujando toda a folha
de desenho, o que não é nada caprichoso, não é verdade? Devemos
manter a ponta da lapiseira reta em relação aos instrumentos.

4. Ao realizar o traçado de paralelas, use o esquadro da seguinte


forma

Mantenha o esquadro da direita parado, espalmando com sua mão direita.


O esquadro que está apoiado à esquerda deve fazer os movimentos
escorregadios de cima para baixo, para ser possível o traçado das paralelas.
Para paralelas em ângulos apenas deslize o esquadro pela régua paralela.

Imagem de uma régua na horizontal e um esquadro posicionado em cima da régua em


forma de triangulo retângulo. A base maior do esquadro está apoiada em cima da régua,
onde há uma seta indicando que o movimento do esquadro deve ser para o lado esquerdo
ou direito para traçar linhas paralelas em ângulo. As linhas são traçadas com o apoio dos
outros dois lados do esquadro. A base menor voltada para a esquerda forma 3 linhas

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paralelas em ângulo. A outra base voltada para a direita formando 3 linhas paralelas em
ângulo.

Tipos de linha
Você terá contato com diversos tipos de linha no desenho técnico, cada
uma delas com uma forma e uma finalidade específica para comunicar.

1. Linha contínua larga:

é usada para representar arestas e contornos visíveis ao observador.


Imagem de um traço largo em linha reta horizontal contínua exemplificando a
linha contínua larga.

2. Contínua Estreita:

é usada para representar linhas de interseção imaginárias, linhas de cotas,


linhas auxiliares, linhas de chamadas, hachuras, contornos de seções rebatidas
na própria vista, linhas de centros curtas. Imagem de um traço estreito em linha
reta horizontal contínua exemplificando a linha contínua estreita.

3. Contínua estreita a mão livre:

é usada para representar limites de vistas ou cortes parciais ou


interrompidas se o limite não coincidir com linhas traço e ponto. Imagem de um
traço fino em linha irregular horizontal contínua exemplificando a linha continua
estreita a mão livre.

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4. Contínua estreita em zigzag:

é usada para representar desenhos confeccionados por máquinas ou que


foram interrompidos, pois não estão visíveis no corte. Imagem de um traço fino
horizontal que inicia em linha reta, sobe e desce formando linha em ângulo, volta
a formar uma linha reta, sobre e desce novamente formando outra linha em
angulo, volta a formar linha reta e vai sucessivamente de modo contínuo,
exemplificando a linha contínua estreita em zigzag.

5. Tracejada larga:

é usada para representar arestas e contornos não visíveis. Imagem de


traços largos em linha reta na horizontal intercalada, formando um tracejado
para exemplificar a linha tracejada larga.

6. Tracejada estreita:

é usada para representar arestas e contornos não visíveis, mas


posicionados mais internamente no projeto. Imagem de traços estreitos em linha
reta na horizontal intercalada, formando um tracejado para exemplificar a linha
tracejada estreita.

7. Traço e ponto estreita:

é usada para representar linhas de centro, linhas de simetrias e trajetórias.


Imagem de traços estreitos em linha reta horizontal tracejada e intercaladas com
ponto para exemplificar a linha traço e ponto estreita.

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8. Traço e ponto estreita, larga nas extremidades e


na mudança de direção:

É usada para representar planos de cortes. Imagem de traços estreitos


intercalados com ponto na direção horizontal, muda para a direção vertical e
volta para a direção horizontal. Nas duas pontas do traço e nos ângulos de
mudança de direção os traços estão largos, exemplificando a linha traço e ponto
estreita, larga nas extremidades e na mudança de direção.

9. Traço e ponto largo:

É usada para representar a indicação das linhas ou superfícies com


indicação especial. Imagem de traços largos em linha reta horizontal tracejada e
intercaladas com pontos.

10. Traço dois pontos estreita:

é usada para representar contornos de peças adjacentes, posição limite de


peças móveis, linhas de centro de gravidade, cantos antes da conformação,
detalhes situados antes do plano de corte. Imagem de traços estreitos em linha
reta horizontal tracejada e intercalada com dois pontos lado a lado.

Observe esta planta baixa. Marcamos os tipos de linha representadas


neste desenho técnico, de acordo com a numeração acima.

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Imagem de uma planta baixa técnica do térreo de uma residência, contendo uma varanda
externa, uma sala de estar, uma cozinha, três dormitórios, sendo um suíte, e um banheiro
social. A planta contém as dimensões dos ambientes, ou seja, as cotas, e está com
indicações, que identificam cada tipo de linha utilizado na planta. O tipo de linha contínua
larga foi utilizada em todas as paredes externas da residência, ou seja, em todo o limite da
casa. A linha contínua fina está representada no desenho dos pisos da casa, nas paredes
internas e nas linhas de cota, onde representamos as dimensões do ambiente. A linha
tracejada larga foi utilizada em uma linha que corre todo o entorno da casa, essa linha está
representando o beiral do telhado da casa, ou seja, a linha de projeção do telhado. Na parte
interna da casa, na sala, podemos observar o desenho de uma escada em l. A escada está
com sua representação interrompida por uma linha em zig zag, indicando que a
representação da escada no andar térreo termina ali. Uma linha tracejada fina representa o
desenho da escada em projeção, ou seja, o restante da escada, que segue para o segundo
andar da residência.

Ângulo

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Para compreender o que é ângulo, você precisa conhecer primeiro os


elementos que o compõem. Semirretas são os lados do ângulo e vértice é o
ponto no qua as duas semirretas se encontram.

Duas setas, apontando para a direita. No entanto, uma está apontando para cima e outra
para baixo formando um ângulo de abertura 45 graus. Elas estão unidas pelo início da seta,
por um ponto chamado vértice, e formam uma abertura, que chamamos de abertura de
ângulo.

Então, entendemos que o ângulo é formado por duas semirretas não


paralelas, que se abrem, partindo do mesmo ponto de origem, no caso o vértice.
O valor angular é medido a partir da abertura entre seus lados.

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Na imagem observamos duas setas, apontando para o lado direito. Uma está em linha reta
e a outra está apontando para cima, formando um ângulo de abertura de 60 graus. O ponto
que está ligando as duas setas chamamos de vértice e a linha reta de semirreta.

Outra boa forma para você compreender os ângulos consiste em


dividirmos um círculo em 360 partes iguais. Cada parte corresponderá a um
ângulo de um grau.

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A imagem é de um círculo, dividido em partes iguais de 30 graus.

Ponto
O ponto é a figura geométrica mais simples de todas, pois não possui
dimensão alguma, isto é, não tem comprimento, nem largura e nem altura.
Pressione o lápis numa folha de papel, observe que a marca representa um
ponto.

Em desenho técnico, o ponto é representado pelo cruzamento de duas linhas e


identificado por letras maiúsculas do alfabeto latino.

Na imagem no lado esquerdo, observamos dois traçados retos formando um x. O meio


desse x é o ponto A. No centro, vemos dois traçados irregulares formando um x. O meio
desse x representa o ponto B. E no lado direito, observamos duas linhas retas que se
cruzam, formando uma cruz. O ponto central dessa cruz representa o ponto C.

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Tipos de ângulos:

Ângulo nulo:

é um ângulo que mede 0°. A imagem de uma linha reta horizontal, com
duas pontas de seta, apontando para lados opostos, formando um ângulo nulo,
no meio da reta, ou seja, de 0°.

Ângulo agudo:

mede um valor maior que zero e menor que 90°. Imagem de duas setas,
apontando para o lado direito. Uma está apontando em linha reta e a outra
apontando para cima em 15 graus. Elas estão unidas por um ponto comum, o
vértice, e juntas formam um ângulo de 15 graus.

Ângulo reto:

mede exatamente 90°. Imagem de duas setas, apontando para o lado


direito. Uma está apontando em linha reta e a outra apontando para cima em 15
graus. Elas estão unidas por um ponto comum, o vértice, e juntas formam um
ângulo de 15 graus.

Ângulo obtuso:

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que mede valor maior que 90° e menor que 180°. Imagem de duas setas,
unidas por um ponto comum, o vértice. Uma seta está apontando para o lado
direito, em linha reta e a segunda está apontando mais para o lado esquerdo, e
juntas elas formam o ângulo de 120°.

Ângulo raso:

mede exatamente 180°. Imagem de duas setas, unidas por um ponto


comum, o vértice. Elas estão em linha reta na horizontal, uma está apontando
para a direita e a outra para a esquerda, formando um ângulo de 180 graus de
abertura.

Ângulo côncavo ou reentrante:

É um ângulo que mede valor maior que 180° e menor que 360°. Imagem
de duas setas, unidas por um ponto comum, o vértice. Uma seta está apontando
em linha reta para a direita e a outra está apontando para o lado esquerdo,
porém para baixo. Juntas elas formam um ângulo de 225 graus.

Ângulo completo:

mede exatamente 360°. Imagem de duas setas em linha reta na horizontal


unidas por um ponto comum, o vértice. Uma seta está apontando para a direita
e a outra está apontando para a esquerda. No centro de encontro destas duas
setas, está um círculo, com o centro dele posicionado bem em cima do vértice,
formando um ângulo de 360 graus.

Linha

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A linha é a figura geométrica que apresenta apenas uma dimensão ou o


comprimento. Você pode imaginar a linha como o deslocamento de um ponto no
espaço. A trajetória deste ponto constitui a linha.

Classificação de linha
• Reta: para você ter uma ideia, imagine uma linha reta infinita,
sem início nem fim. Elas são identificadas por letras minúsculas do
alfabeto latino. As setas nas extremidades indicam que a reta não tem
início e nem fim.

A imagem de uma linha reta horizontal, com pontas de seta


apontando para lados opostos, indicando a reta a.

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• Semirreta: dividindo uma reta por um ponto, você obtém duas


semirretas, que têm como características um ponto de início e que não
têm fim.

A imagem de duas linhas retas na horizontal. A primeira, observa-


se uma linha reta, com pontas de seta apontando para lados
opostos. No meio dessa linha foi marcado um traço vertical,
simbolizando o ponto A. Já a segunda linha na horizontal, a
imagem mostra que ela foi dividida em duas linhas, exatamente no
meio delas, onde foi marcado o ponto A, a seta do lado esquerdo
está um pouco acima da seta do lado direito.

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• Segmento de reta: dividindo uma reta por dois pontos distantes


entre si, você obtém um segmento de reta. Esses pontos que
delimitam o segmento de reta são chamados de extremidades. No
exemplo a seguir, temos o segmento de reta XY, que é representado
da seguinte maneira:

Imagem de uma linha reta na horizontal, com pontas de seta


apontando para lados opostos e com dois traços verticais dividindo
a linha horizontal em três pedaços iguais, marcando o ponto x e o
ponto y.

Escala
É um recurso de representação gráfica que permite reproduzir,
proporcionalmente, objetos em diferentes tamanhos em relação às suas
dimensões reais. As dimensões reais do objeto são chamadas de verdadeira
grandeza.

No desenho técnico, as dimensões dos objetos ou construções podem ser


mantidas, reduzidas ou aumentadas, respeitando sua proporção original. Os
ângulos se mantêm inalterados.

Escala natural
É a escala em que as dimensões representadas no desenho técnico são
exatamente as mesmas do objeto real. São indicadas por uma abreviatura da
palavra escala (ESC) seguida por 1:1 (lê-se um para um ou um por um).

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Ex: ESC 1:1 = Vamos imaginar um quadrado medindo 5cm. Se formos desenhá-
lo em 1:1, significa que teremos que desenhar os quatro lados dele medindo
exatamente 5cm, pois 1cm no desenho terá que representar 1 cm da realidade.

Escala de redução
É a escala em que as dimensões representadas no desenho técnico são
menores que as do objeto real. São indicadas pela abreviatura da palavra escala
(ESC) seguida pelo número 1 à esquerda dos dois pontos e sempre por um
número maior que 1 à direita.

Ex.: ESC 1:20 = Neste exemplo, as dimensões no desenho técnico são 20 vezes
menores que as dimensões reais do objeto.

Escala de ampliação
É a escala em que as dimensões representadas no desenho técnico são
maiores que as do objeto real. São indicadas pela abreviatura da palavra escala
(ESC) seguida por um número maior que 1 à esquerda dos dois pontos e
sempre pelo número 1 à direita.

Ex.: ESC 2:1. Neste exemplo, as dimensões no desenho técnico são duas vezes
maiores que as dimensões reais do objeto.

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Temos imagens de três quadrados sendo um no tamanho real de 5 centímetros, outro


reduzido a uma escala de um para cinco e outro aumentado em uma escala de dois para
um. Na imagem, da esquerda, observa-se um quadrado pequeno, que foi desenhado em
uma escala de redução de um para cinco, pois na realidade ele mede 5 centímetros. A
imagem do meio é um quadrado desenhado em seu tamanho real, 5 centímetros, o que
significa que ele está em verdadeira grandeza. No lado direito, vemos o mesmo desenho de
um quadrado, agora desenhado em escala de aumento, em dois para um, o que significa
que ele será duas vezes maior do que o de tamanho real, medindo agora 10 centímetros.

Cotagem (linha de cota)


As cotas são as medidas de um objeto. Elas quais são imprescindíveis
para o projetista indicar a valor real da grandeza. Muitas vezes, a pessoa que
está lendo o desenho não dispõe de uma régua para medi-lo. Havendo uma
cota, já se terá imediatamente a informação.

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Planta Baixa como cotas totais(A) e parciais(B) de uma residência

Uma cota pode indicar:

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comprimentos, larguras, alturas, profundidades;

raios e diâmetros;

ângulos;

coordenadas;

forma (circular, quadrada, esférica), caso a vista não a mostre


claramente;

quantidade (número de furos, por exemplo);

código/referência do produto;

ordem de montagem;

detalhes construtivos, observações.

Quando for cotar o seu desenho, lembre-se de dimensionar as cotas


parciais e as cotas totais do projeto, para deixar a comunicação mais clara e
rápida.

A cotagem deve ser feita de forma racional,


isto é, colocam-se somente as medidas que são
realmente necessárias para que o desenho fique
limpo e claro para quem for lê-lo.

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Elementos de cotagem
Para você ler corretamente um desenho técnico cotado, você precisa
conhecer três elementos: a cota, também chamada de valor numérico, a linha de
cota, conhecida como linha de dimensionamento e as linhas auxiliares,
chamadas de linhas de extensão ou linhas de chamada.

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Cotas
As cotas são os valores numéricos que informam as dimensões do
objeto. Observe um exemplo de cota no desenho a seguir:

Linhas de Cota
As linhas de cota são representadas pelo traço contínuo estreito com
setas ou traços oblíquos em suas extremidades. Observe, no desenho
a seguir, alguns exemplos de linhas de cota:

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Linhas auxiliares
As linhas auxiliares são representadas pelo traço contínuo estreito e
delimitam a linha de cota. Observe, no desenho a seguir, um exemplo
de linha de cota:

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Tipos de cotagem
Para você ler corretamente um desenho técnico cotado, você precisa
conhecer três elementos: a cota, também chamada de valor numérico, a linha de
cota, conhecida como linha de dimensionamento e as linhas auxiliares,
chamadas de linhas de extensão ou linhas de chamada. Uma cota pode indicar:

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Cota Linear
São cotas que medem valores lineares paralelos aos eixos ortogonais
na horizontal e na vertical.

Cota alinhada
São cotas que medem valores alinhados aos pontos estabelecidos e
mais utilizados para dimensões oblíquas aos eixos ortogonais.

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Cota angular
São cotas que medem valores das aberturas dos ângulos. O valor da
cota deve estar preferencialmente centrado e alinhado com a linha de
cota, o mais próximo da vertical, podendo “puxar” a cota para fora.

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Cota radial
São cotas que medem valores correspondentes aos raios de círculos e
arcos. O valor numérico é precedido pela letra maiúscula R, que
corresponde ao raio.

Ao se cotar uma curva ou circunferência, é preciso localizar o


centro do raio, como mostra a figura a seguir.

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Cota diametral
São cotas que medem valores correspondentes aos diâmetros de
círculos e arcos. O valor numérico é precedido pela simbologia do
diâmetro (Ø).

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Perguntas e respostas importantes


1) Quanto devo deixar de espaço entre as linhas de cotas? A distância
deve ser de 5mm, ou seja, 0,5 cm (meio centímetro).

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2) Qual a distância que a linha de chamada deve ultrapassar na linha de


cota? Aproximadamente 2mm.

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3) Qual deve ser a altura do texto da cota e da seta? O texto deve ter, no
mínimo, 3mm de altura para que a leitura do valor seja feita. E as setas podem
ter de 3 a 5mm.

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4) Quando a linha de cota é vertical, coloca-se a cota preferencialmente no


lado esquerdo.
5) Quando se estiver cotando uma meia vista, coloca-se a cota no centro da
peça (acima ou abaixo da linha de simetria).
6) Os símbolos de diâmetro e de quadrado podem ser omitidos quando a forma
for claramente indicada, ou seja, percebemos que é uma circunferência ou um
arco e ele está bem indicado pela cota.
7) Frequentemente, as medidas se encontram em espaços estreitos. Pode-se
optar por simplificar o desenho da cota, omitindo as setas; ou então “puxar” a
medida da cota para fora, como mostra a figura a seguir:

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É aconselhável o alinhamento das cotas em sequência, assim podem ser


aproveitadas setas de cotas adjacentes para cotar espaços estreitos, como se
pode ver na figura a seguir. Também se usa cotar as dimensões totais da peça,
não deixando, para quem for ler o desenho, calcular cotas inexistentes.

Hábitos que devemos evitar:

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• repetir cotas, salvo em casos especiais;

• usar qualquer linha do desenho como linha de cota;

• permitir que uma linha de cota corte uma linha auxiliar;

• esperar que quem for ler o desenho faça somas e subtrações,


pois é preciso cotar todas as medidas e as dimensões totais;

• cotar linhas ocultas;

• cotar dentro de hachuras.

Margens
O leiaute da folha de desenho, independente do tamanho, segue normas
previstas pela ABNT, quanto às margens. Essas margens são o espaçamento
entre os limites da folha e o quadro, com valores preestabelecidos conforme o
formato da folha de desenho:

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Legenda / carimbo
A legenda, também conhecida como carimbo, é uma área delimitada por
um retângulo, dentro do quadro da margem, destinada a conter as informações
pertinentes ao desenho. A posição da legenda deve estar situada no canto
inferior direito, tanto em folhas posicionadas verticalmente quanto em folhas

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posicionadas horizontalmente. Conforme especificações da ABNT, a legenda


deve ter 175 mm de comprimento em formatos A0 e A1 e 178 mm em formatos
A2, A3 e A4. A altura da legenda pode variar conforme a quantidade de
informação.

A norma que trata sobre os itens obrigatórios


em uma legenda é a NBR 6492, em seu item 4.3.

O selo deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

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Vamos ver um exemplo? Mas lembre-se, o leiaute interno é livre, desde


que siga o mínimo de informações descritas anteriormente.

Escrita normatizada
Também chamada de Caligrafia Técnica, visa a garantir a legibilidade, a
uniformidade e adequação aos processos de reprodução. Para atender esses
requisitos, você deverá observar as seguintes regras:

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Os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre si;

Para os processos de reprodução, é necessário que a distância


mínima entre os caracteres corresponda a duas vezes a largura da
linha;

Deve-se utilizar a mesma largura de linha para letras maiúsculas


e minúsculas;

A altura das letras maiúsculas deve ser a base para o


dimensionamento;

As alturas das letras minúsculas e maiúsculas não devem ser


menores que 2,5mm e, quando usadas simultaneamente, as
maiúsculas não devem ser menores que 3,5mm;

A escrita pode ser vertical ou inclinada, formando um ângulo de


15° para o lado direito em relação à vertical.

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