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CAPITULO 6 Equipamentos Institucionais eee CLAUDIO FALAVIGNA, Mg.Ing ‘Magister Ciencias de Ingenieria con Mencién en Transporte Universidad Nacional de Cérdoba claudio falavigna@gmail.com CIRO JARAMILLO, Ph.D. Escuela de Ingenieria Civil y Geomética Universidad del Valle ciro jaramillo@correounivalle.edu.co JACKELINE MURILLO HOYOS, Esp. Escuela de Ingenieria Civil y Geomitica Universidad del Valle jackeline.murillo@correounivalle.edu.co THAIS DE CASSIA MARTINELL! GUERREIRO, M.Sc. Engenharia de Transportes a Escola de Engenharia de Sao Carlos da Universidade de Sio Paulo guerreiro_ec@yahoo.com.br ANTONIO NELSON RODRIGUES DA SILVA, D.Sc. Engenharia de Transportes _ ; Escola de Engenharia de Sio Carlos da Universidade de Sio Paulo Escaneado con CamScanner APIO 6-EQUIPAMENTOS INSTITUCIONNIS cece ee 167 4 INTRODUGAO Este capitulo trata especificamente dos Polos Geradores de Via incipal diferenga entre este e os demais capitulos deste tos de diferentes usos, embora todos eles com ca rc gens (PGVs) Institucionais. A livro € que aqui sao tratados estabeleci- ne : use ‘ rdter institucional, tais como: prédios da admi- ristracio publica, agéncias dos correios, igrejas, bibliotecas, prisées e prédios militares. A inclu deste capttolo eo tratamento agrupado de edificagdes com fungées distintas tem como objetivo principal apresentar 0 “estado da arte” de modelos e pesquisas deste tipo de polos, no que diz respeito a geracao de viagens. Pretende, assim, evidenciar as particularidades que cada um apresenta, procurando dar ao leitor um conjunto de recomendacées para orient4-lo em futuros estudos e aplicagbes praticas. Um levantamento preliminar da bibliografia existente sobre polos institucionais evidencia a falta de estudos na América Latina, além de comprovar que a maior parte dos estudos, a exemplo de outros tipos de polos, é oriunda dos Estados Unidos. E importante destacar que nao ¢ objetivo deste capitulo sugerir 0 uso de modelos especificos ou valores de taxas aqui citados, mas sim evidenciar problemas, diferencas e metodologias utilizadas. O intuito 6, em tiltima andlise, orientar técnicos e pesquisadores para que decidam se devem desenvolver estudos similares ou se desejam aplicar modelos jé existentes. ‘Além desta introducao, o capitulo contém outras quatro partes. Na proxima seco, é apresen- tado um quadro de referéncia, onde sao detalhados os tipos de estabelecimentos considerados, des- crevendo para cada um deles as dimensdes espacial, temporal, metodologica e 0 padrao do PGV. Em seguida, os padrdes das viagens dos modelos estudados sao analisados de forma separada, Na quarta seco é realizada andlise comparativa dos modelos. Por fim, sao apresentadas as conclusdes eas recomendacées para estudos futuros. 6.2 QUADRO DE REFERENCIA Nesta seco séio descritos os tipos de estabelecimentos institucionais tratados no presente capi- tulo. Com o intuito de orientar o leitor e referenciar 0s casos estudados, sao detalhados os padroes dos PGVs, bem como as dimenstes espacial, temporal e metodolégica de cada polo, utilizando a metodologia proposta por Portugal e Goldner (2003), j4 empregada em capitulos anteriores. Os PGVs institucionais tratados neste caderno sao: > Prédios de Escritorios Governamentais (c6digo ITE 730) Segundo ITE (2008), os prédios de escit6rios governamentais sao construgées individuais e nao complexos prediais. Tanto podem conter maltiplas funcionalidades como podem se constituir em apenas uma agéncia, seja de governos municipais, estaduais ou federal, Se- gundo a classificagio do ITE, o que diferencia estes prédios dos complexos de escrit6rios governamentais (c6digo 733) € que os tiltimos sdo conjuntos que possuem varios prédios interligados com acessos de pedestres. Estabelecimentos Religiosos (c6digos ITE 560 e 561) 9 ITE (2008) define igrejas (cédigo ITE 560) como prédios abertos ao puiblico e onde sao rea- lizados cultos religiosos. Geralmente as igtejas possuem salio de cerimonias, podem conter salas de reuniao ou aulas, e eventualmente podem dispor de instalagbes para eventos efestas. OJTE (2008) menciona as sinagogas (cédigo ITE 561) como PGYs relacionados as igrejas- Escaneado con CamScanner 168 _»»»>> __ POLOS GERADORES DE VACENS CRE ———eewrv—oser “esr, > Bibliotecas (cédigo ITE 590) Com base na definigao do ITE (200 mento de livros ¢ outros materiais a to puiblicas, e possuem, geralmente, 8), as bibliotecas so prédios preparados para o arg; cadémicos. Podem ser tanto instituigdes priya as an. reas de leitura e salas de reunides. > Agencias dos Correios (c6digo ITE 732) Segundo a class 0 do ITE (2008), as agéncias de correios sao prédios federais, que suem balcao de atendimento para diversos servicos postais, escritorios, instalagbes pay, ‘0 ¢ classificagao de correspondéncias e areas de estacionamento e manobra Fi distribuicac veiculos. > Prisdes e Estabelecimentos Correcionais (c6digo ITE 571) Segundo a definicio do ITE (2008), estes sao prédios onde ficam confinados individuos que tenham sido condenados ou que estejam aguardando julgamento por algum crime. Geral. mente, esses prédios possuem celas, instalaces para preparacao de alimentos, espacos re. creativos, areas de trabalho e escrit6rios. > Bases Militares (cédigo ITE 501) Sao complexos que servem a uma divisao das forcas armadas. Geralmente possuem escrits- rios, instalag6es para treinamento, moradia e recreacio. Dois aspectos definem o padriio de um PGV: 0 tipo e o porte. No que se refere ao tipo, neste caderno serdo estudados polos de diferentes usos, todos com caréter institucional, como os prédios da administracao ptiblica, agéncias dos correios, instituices correcionais, igrejas, bibliotecas e pré- dios militares. No entanto, dadas as suas caracteristicas especificas, haverd, naturalmente, diferentes padrdes e montantes de geracao de viagens. No tocante ao porte, o ITE (2008) utiliza as seguintes varidveis para caracterizar os PGVs: Area Total Construfda (expressa em milhares de pés quadrados), Numero de Empregados, Niimero de Leitos e Nmero de Lugares. Além destas, em estudos especificos foram encontradas ainda outras varidveis para caracterizar os PGVs, tais como: Nimero de Vagas de Estacionamento, Populacio ¢ Densidade da Area Postal, Quantidade de Agéncias na Area Postal, Estrato Socioeconémico do bait- ro e Numero de Membros (familiares associados a igreja). Na tabela 6.1, so apresentadas as ampl- tudes das varidveis que definem o padrao dos PGV de cada caso analisado. A interpretagio dess#s variaveis é importante, j4 que, além de caracterizar o porte do PGV, geralmente sto considerades como variaveis explicativas nos modelos de geracao de viagens. _ Ao observar a tabela 6.1 6 possivel constatar que 0 padrao dos PGVs, na maioria dos cass € definido por pelo menos duas varidveis. A mais utilizada é a Area Total Construfda, seguida Por duas variaveis com importancia equivalente: 0 Numero de Empregados ou o Naimero de Lut (ou leitos). Isto evidencia a intencdo de caracterizar os PGVs nao s6 pelo seu tamanho fisico (te? a pela Area Total Construfda), mas também através de outras varidveis que permitam TP sen incionamento e a intensidade de usos e movimentos que pode gerar. E por este motivod ‘aracterizacao de PGVs institucionais exige especial cuidado na interpretagao do funcioname” —__ lo. jus lo= PE quadrado = 0,09290304 metros quadrados e 1 metro quadrado 10,7639104 pés quadrades. Escaneado con CamScanner CAPITULO 6 EQUIPAMENTOS INSTITUCIONAIS exeee 169) go estabelecimento. O caso dos estabelecimentos reli , : igiosos pode ser tomado como exemplo. Em- fora possam ter uma rea construida importante, 4 ; @ quantidade de empregados ¢ escassa. Por este motivo, émelhor considerar a quantidade de lugares disponiveis (assentos) como variavel comple- srentar da area construida. ‘TABELA 6.1 Padrao dos PGVs institucionais analisados Porte (Valores Maximos e Minimos ae Tamanho de cada Variavel) Outras Tipo de PGV Referéncia ia Area Total | wimerode | Namerode | Variéveis Amostra | Construida | piirerades | Leltosou | Utilizadas {1 000 pés*) tbe Lugares Mobley (2006) 1 Acréscimo de 12 Eseitbros ITE (2008) 7 Govemamentais | Teo 30 +2 28-75 102 ITE (2008) pa a4 2-126 470-3 000 TTE (2008) Namoro de Estabelecimentos | Codigo 561 ued ae ee membros at Ratrout (2009) 7-30) 32-258 Estrato Murillo et ai (2011) 20 15-15 12a 950 | ESO Ag ITE (2008) 5-65 15-50 Bibotecas ncaeon ot Vagas de . estacionamento Agtodados | A22F@ Pant (1985) 18 7,6 (média) | 53,3 (médiay Caaininl Conses rea postal TTE (2008) e414 and 10-300 Codigo 732 Bee 96-186 (P)e | 230-400 (P)e French et ai, 2000 | + (ec) 376 (EC) 1.836 (EC) ITE (2008) 1-2 8 50-320 495-500 Codigo 571 Nimero de Hazarvartian (1998) 7 2641-9 987 militares ae ieinarolde ITE (2008) 68 2500-25 000 veculos Codigo 501 autorizados "sbes. EC = Estabelecimentos Correcionais. sds teferéciae que envolvom mais de umn etudo (caso comm, por exempl, nas referencias ITE), Area Total Construida, etc.) estdo representades pelos valores extremas do intervalo analisado. Ne 0s valores a ees relacionados (Tamanho de No que se refere a dimensao espacial, ao avaliar os modelos de geracao de viagens ¢ importante quitttizar 0 entorno de onde os PGVs estudados estado localizados. Isto envolve identificar o uso Boe na érea, indicadores socioeconémicos e demograficos, a conformacio geografica da regiao, aracteristicas do transito e do transporte ptiblico nas vias adjacentes e a acessibilidade da malha lgat Além da localizagao e caracterizagao do entorno, ¢ importante verificar se os modelos ana- 9s fazem referéncia as estimativas das Areas de influéncia e se utilizam os conceitos de linhas ‘Nas e is6cotas, ‘vig i@eRs4o temporal também deve ser considerada, pois, ao se comparar diversos modelos de com ana’ de viagens, 6 possivel verificar que os resultados finais envolvem fatores quantitativos, ades temporais diferentes, e que fazem referencia a distintos hordrios e dias-pico. Alguns Escaneado con CamScanner 170 sy» POLOS GERADORES DE VIAGENS ORIENTADAS A QUALIDADE DE VIDAE AMBIENTAL ‘Vs institucionais aqui tratados possuem a caracterfstica de serem polos com usos Ponty ee rs ea hordrios de visita ou atendimento preestabelecidos (é 0 caso, p. ex. de Estabeleci, ais, oe So es hordtios de visitas, ou estabelecimentos religiosos com horérios de misss of eeione ifevencia de outros PGVs que possticm um horério de atendimento amplo (blots Agéncia de Correios, etc). Além disso, deve-se considerar o horario de ingresso dos funcionstigg ae muitas vezes pode representar 0 horario de pico do PGV. Desta forma, a identificagao doh, rario de pico e do dia da semana deve ser feita considerando as caracterfsticas e hordrio de atendi. 7 cea 6.263 sto resumidas as principais caracteristicas das dimensbes espaciais een, porais dos modelos tratados neste capitulo. TABELA 6.2 Dimensdo espacial dos PGVs institucionais analisados Dimensao Espacial Tipo de PGV Estudo Cidade, Estado Area de ae Pais ‘ou Regidio Localizacio | sinesncts Mobley (2008) EUA Filadélfia Urbana Nao panies. TTE (2008) Urbar 3 na Nao Goveramentis | ITE (2008) EUA TTE (2008) - ‘Suburbar Nio digo 560 BUA meen Estabelecimentos | TE (2008) EUA Califérnia, Pensilvania Suburbana Nao Rolgasos Cdigo 561 Ratrout (2009) ‘Arabia Saudita_| A-Khobar Urbana Radial 300m Murilo et ai(2014) [_Colémbia | Santiago de Cali Urbana Nao , TTE (2008) California, Florida, Nova ss eee Cédigo 590 ee Jérsei, Oregon, Geérgia eee ‘Azar e Pant (1985) i (Oni Suburbar paca nae ant (1985) EUA Cincinnati (Ohio) uburbana ‘area pos Correos ITE (2008) Oklahoma, Virgin , Virginia @ Nao Codigo 732 a outros estados dos EUA Suburbens 1500-11 800 French et al, 2000 EUA Virginia Ocidental Suburbana ‘ir?) sent TTE (20 08) Florida, Connecticut, Nao L C&digo 571 EUA cao ‘Suburbana ht Louisiana, Massachusetts, fazarvartian Kansas, Nova Hampshire, 2 No Bases Mitares | (1998) ~ Iinois, Oklahoma, cases Missouri [iow ne | TTE (2008) Cédigo 501 = Suburbana 2 Estados que ha um predominio de estudos desenvolvidos nF oa les pelo ITE. Os casos analisados pelo ITE sao quase todos po! _ Na tabela 6.2, pode-se observar Unidos, sendo a maioria del zados em dreas de subtirbio, Escaneado con CamScanner CAPITULO 6-EQUIPAMENTOS INSTITUCIONAS «ec xcee 174 TABELA 6.3 Dimensdo temporal dos PGVs institucionais analisados Dimonsio Tompor ‘ipo de PGV Estudo Hora de Pico do PGV do PGV oda Fimde Semana | Dia Utols Rus Adjacente? Mobley (2006) Na 8:00-0:00 mio .. 16:30-17:30 oe Manha: mesmo bros Exemamentais ITE (2008) horario de pico da (cbdigo 730 Nao rua adjacente sim Sim Tarde 19:00-14:00 ‘Sébado| Manna ITE (2008) 17:00-20:00 10:00-12:00 i fis Codigo 560 Domingo. Tarde a ° 9:00-13:00 19:00-23:00 ‘Sébado Manha ITE (2008) 16:00-17:00 40:00-11:00 ha Estabelecimentos} Cédigo 5641 Domingo Tarde Relgiosos 411:00-12:00 16:00-17:00 Sextafeira no eee = periodo da tarde Nao r Domingo Murillo ot ali (2011) 8:00-9:00 sim Nao 18:00-19:00 ITE (2008) si Sim sim Bbictecas sags E60 ‘sim | im a ‘Azar @ Pant (1985) Nao) eao-1045 [No Manha ‘Agtncia dos . a Coneios ITE (2008) ‘Sabado :00-10:00 din Mic Cédigo 732 11:00-12:00 Tarde 15:00-16:00 ‘Alguns casos apresentam pico French et ali, 2000 | no fim de semana sim Nao Pit por causa das visitagoes al TE (2006) Fim de semana sim sim No Codgosrs | — Hazarvartan (1998) sim Aer | = Nao Bases Miitares ITE (2008) sim 7:00-9:00 sim sim _| codigo 501 ue V2 tabela 6.3, pode-se observar que a dimensio temporal permite interpretar quais so 0s PGVs R Eeuem © hordrio de pico coincidente com o horario de pico das ruas adjacentes. Esses serdo ispong due Podem gerar maior impacto no fluxo de trafego. Isto deve ser considerado junto com a dy Amllidade de estacionamento,jé que ha muitos PGYS institucionais nas areas urbanas de paises Veiculog Latina que podem nao ter espaco previsto para estacionamento. Em consequéncia, 08 “adage vir a ocupar vagas disponiveis fora do estabelecimento considerado (a0 longo das Ba ex Escaneado con CamScanner NS ORIENTADAS A QUALIDADE DE VIOAE AMBIENTAL 472 _>»>» >» __ POLOS GERADORES DE VIAGEE ee ica, a maioria dos casos estudados tratou os proy e se refere A dimensdio metodoldgica, a ma ; an le aoe ‘de forma semelhante a abordagem utilizada pelo ue (008). fe ware asi, ra que, para a realizagao de um novo estudo sobre estimativas de viag' ascidase essio linear, 0 seguinte procedimento deve ser seguid: / it > a tipo de PGV e qual universo geogratico sera estudado, > Escolhe-se um ntimero de PGVs existentes (acima de cinco elementos, caso Contratio, 9 4. verso é considerado pequeno) e coletam-se dados sobre o seu funcionamento, porte, iy zacao e volume atraido, entre outros. > Verifica-se a correlacao estatistica entre o volume de viagens geradas com as Variaveis estudadas. > Para a elaboracao do modelo de estimativa de viagens, por meio de técnicas de regress (inear ou multivariada), monta-se uma equacdo cuja variavel dependente seja o Volune de veiculos atraidos. Pode-se também calcular a média das relagdes do volume de veiculy atraidos com outra varidvel. Essa escolha pode ser derivada do nt&imero de elementos dy universo amostral, uma vez, que o manual recomenda, pelo menos, quatro exemplares pan a utilizacéo da regressao linear, além de padrées estatisticos estabelecidos. Na dimensao metodol6gica, as varidveis explicativas também devem ser consideradas, Parao ITE (2008), qualquer variavel independente deve atender aos seguintes requisitos: > Sera “causa” da geracao de viagens, o!que nao significa apenas haver correlacao estatistica > Ser um dado primério e nao uma derivacdo secundaria. > Produzir uma taxa ou equagao com os melhores indices de acerto. > Ser baseada em dados de facil obtencao. > Ser relacionada a construcao e nao somente as caracteristicas do terreno. Na tabela 6.4, so resumidos os mét i , 1, ‘odos de levantamento de dados e as variéveis explicatv® Utlizadas pelos estudos apresentados neste capitulo, aan : Escaneado con CamScanner CAPITULO 6 = EQUIPAMENTOS INSTTUGONAIS

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