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Desacato científico

No filme “Radioativo”, cinebiografia distribuída pela Netflix, é contada a história de Marie


Curie e a importância dos seus avanços científicos. Entretanto, fora da obra audiovisual,
existe um desprezo pela ciência no Brasil. Sendo assim, o atraso tecnológico do país e a
emigração em massa de indivíduos com aptidões técnicas de conhecimento são as
principais consequências dessa problemática.
Diante desse entendimento, é importante ressaltar que a falta de investimento em
pesquisas em desenvolvimento torna a nação distante da fronteira tecnológica. Segundo o
portal G1, o corte de bolsas de estudo científico foi de 50% entre 2014 e 2018. Dessa
maneira, entende-se que não há visão, tampouco vontade política em relação ao papel da
ciência de gerar bem-estar e riquezas para a sociedade, uma vez que negligenciam a
importância dessa pauta. Desse modo, a ciência sofre uma desvalorização moral por causa
da má distribuição de capital. Logo, é provocado um “déficit” no quesito tecnológico no
Brasil.
Ademais, vale destacar que a “fuga de cérebros” aumenta diariamente. Esse fenômeno
nunca aconteceu na mesma proporção que tem sido vista no ano de 2021, conforme dito
pelo presidente da Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC). Nessa ótica,
aqueles mais especializados em suas áreas, são assim, atraídos por trabalhos no exterior,
tendo mais chances de desenvolver pesquisas e tecnologias. Todavia, já que é perdido tais
profissionais, perde também um grande potencial de inovações. Por conseguinte, é
acarretado um enorme dano à economia nacional.
Infere-se, portanto, que os efeitos do descaso com a ciência no Brasil ainda carece de
uma atenção especial. Sob esse viés, cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações, órgão responsável pela formulação e implementação da Política Nacional de
Ciência e Tecnologia, juntamente ao Poder Legislativo, criar um projeto de lei que aumente
o orçamento destinado às universidades públicas e aos campos de pesquisa. Tal ação deve
ser feita por meio de um redirecionamento de verbas estatais voltada a novas pesquisas,
com o fito de valorizar e incentivar os cientistas nacionais. Ascendem, então, às
possibilidades de uma realidade análoga ao filme “Radioativo”.

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