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Indice

1. Introdução.................................................................................................................................2

2. Conflitos Organizacionais: sua influência no Desempenho do Professor................................3

2.1. O conceito de Organização...................................................................................................3

2.2. Definição de conflito............................................................................................................4

2.2.1. Diferentes tipos de conflitos.............................................................................................4

2.2.2. O conflito na escola...........................................................................................................5

2.2.3. Conflito como obstáculo no processo pedagógico............................................................6

2.2.4. Estratégias de resolução de conflitos................................................................................8

2.3. Mediação de conflitos na escola...........................................................................................9

2.4. O papel da gestão escolar frente aos conflitos no âmbito escolar......................................10

3. Conclusão...............................................................................................................................12

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................13
1. Introdução

O conflito no âmbito escolar passou a ser, atualmente, para os profissionais da educação, um dos
principais problemas pedagógicos. Tornando-se um desafio para os educadores e gestores
intervirem nos conflitos, buscando favorecer o desenvolvimento da aprendizagem de valores e
regras.  

A expansão da violência na sociedade vem sendo um dos fatores que gera e reforça os conflitos
na escola.

A gestão eficaz dos conflitos na escola permite criar ambientes, que sejam propícios à
aprendizagem e ao bem-estar da comunidade educativa. O presente estudo tem como principal
objetivo conhecer a preparação dos professores sobre a resolução de conflitos na escola.

É fundamental gerir conflitos de forma a produzir bons resultados em vez de


um ambiente de trabalho hostil e pouco produtivo, pouco motivador ou mesmo
improdutivo.

Um ambiente conflituoso de trabalho pode ser seriamente desmotivador para a


maioria das pessoas nele envolvidas e para as que se encontram ao seu redor. Esse
ambiente também dificulta o desempenho de alto rendimento, que tende a exigir um
esforço maior de equipas comprometidas com a missão, a visão e os valores da
organização.

Os conflitos manifestam-se de diferentes formas e nós educadores muitas vezes não estamos
preparados para lidar com eles, e tão pouco de como transformar esses momentos em uma
oportunidade para os alunos aprendam regras e valores essenciais para o convívio em grupo.
2. Conflitos Organizacionais: sua influência no Desempenho do Professor
2.1. O conceito de Organização

Para Chiavenato (1993) as organizações são a forma dominante de instituição na sociedade,


intervêm em todos os aspetos da vida moderna e envolvem atenção, tempo e energia de imensas
pessoas. São a característica de uma sociedade especializada e interdependente, que se
caracteriza por um crescente padrão de vida.
Deste modo, verifica-se que atualmente as organizações desempenham um papel muito
importante no quotidiano das nossas vidas, pois os indivíduos necessitam das organizações para
viver. Nas sociedades industrializadas, as organizações integram diferentes grupos profissionais.
As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos indivíduos:
emocionais, espirituais, intelectuais, económicas, etc. No fundo, existem para cumprir objectivos
que os indivíduos isoladamente não podem alcançar em face das suas limitações individuais.
Assim, as organizações são formadas por pessoas para sobreporem suas limitações individuais
com as organizações, a limitação final para alcançar muitos objectivos humanos não é mais a
capacidade intelectual ou de força, mas a habilidade de trabalhar eficazmente (Chiavenato, 1990,
pp. 20-21).
Giddens (2000, pp. 348-349) afirma que “uma organização é em vasto grupo de pessoas,
estruturado em linhas impessoais e constituído para se alcançarem objectivos específicos (…)”.
Ou seja, as organizações assumem-se como uma grande associação de pessoas constituída com a
finalidade de alcançar determinados objetivos, estas organizações podem ser empresas, hospitais,
escolas, entre outros.
Cunha e colaboradores (2007, p. 38) definem as organizações como “conjuntos de pessoas que
trabalham de forma coordenada para atingir objectivos comuns” e estas organizações possuem
determinadas características como: impessoalidade (nas grandes organizações alguns membros
não se conhecem), hierarquia (facilita a coordenação do trabalho), dimensão (crescimento da
organização), objetivos (objetivos da organização já definidos e estipulados), eficiência (utilizar
os recursos de forma eficiente), fronteiras (por exemplo, distinção entre colaboradores e
visitantes), controlo (possuem um sistema de controlo interno) e trabalho (é atividade principal
da organização) (Gabriel, 1999, citado por Cunha et al., 2007).
2.2. Definição de conflito
De acordo com Ferreira (1996, p. 363), conflito vem do latim conflictu, embate dos que lutam;
discussão acompanhada de injúrias e ameaças; desavença; guerra, combate, colisão, choque; o
elemento básico determinante da ação dramática, a qual se desenvolve em função da oposição e
luta entre diferentes forças.
Segundo Neves (2011:582), para que haja um conflito é preciso que cada uma das partes
interprete a situação, depois que exista alguma forma de oposição e incompatibilidade, e por
último que ocorra alguma forma de interação ou de interdependência entre as partes.
Assim sendo, Bilhim (1996) defende o conflito como um processo no qual o esforço é
propositadamente feito por “A” para destruir o esforço de “B”, com recurso a qualquer forma de
bloqueio que resulte na frustração de “B”, no que concerne à prossecução das suas metas e ao
desenvolvimento dos seus interesses.
Para Neves (p.583), o conflito é visto “como algo que é necessário encorajar em termos de
surgimento, no pressuposto de que o conflito é algo de benéfico para estimular a inovação e
criatividade dos comportamentos, das atitudes e das cognições.”
Também Ortega Ruiz, defende que o “conflito é uma situação de diferença de critério, de
interesses ou de posição pessoal face a uma situação que afeta mais do que um indivíduo.
Quando as pessoas têm um estatuto social semelhante e capacidade para se enfrentarem na dita
situação, estão em condições de afrontar conflitos e de resolvê-los criativamente” (cit. in Amado
& Freire, 2002:24).

2.2.1. Diferentes tipos de conflitos


“O conflito é sempre entre as pessoas, quer singularmente quer em grupos de um tipo ou de
outro. Todo o tipo de coisas causa conflito – hábitos, ideologias, personalidades, concorrência
quanto a recursos e muito mais” (Fraga, 1993, p. 35).
Portanto, estamos em conflito com os outros no local de trabalho, muitas vezes nem se
repara na existência do problema.
Segundo Neves e Carvalho (2011:581), os conflitos podem ser individuais, grupais, funcionais,
organizacionais e ambientais. Por exemplo, um conflito pode ser indivíduo -indivíduo “que se
expressa pelo choque de personalidades, pela hostilidade, pela não cooperação ou até pela
conspiração”. Outro conflito pode ser o indivíduo – função “manifesta-se pelo desempenho
eficiente, por elevada tensão e ansiedade”. Surge também o conflito indivíduo - grupo que se
revela “pelo isolamento do indivíduo face ao grupo, pela falta de sintonia com o grupo, pelo
relacionamento à margem do grupo”. Estes são tipos de conflitos que podem existir nas escolas
com os professores, alunos, pais e comunidade escolar.
O conflito é também categorizado e subdividido em quatro categorias de ocorrência, o “conflito
interpessoal”, o “conflito intrapessoal”, o “conflito intergrupal” e o “conflito intragrupal”.
No entanto, também é possível partir da realidade de existência de conflitos na escola, podendo
classifica-los de acordo com Johnson e Johnson (1995 In Costa e Matos, 2007:76) como:
- Controvérsia - quando apesar da controvérsia entre ambas as partes, existe uma disponibilidade
para o consenso. Nesta perspetiva, a controvérsia pode assumir um papel importante no
desenvolvimento da tomada de atitudes;
- Conflito Conceptual - quando a incompatibilidade de ideias inviabiliza o acordo;
- Conflito de interesses – aquando as ações de um indivíduo limitam as ações do outro,
impedindo que o mesmo atinja os seus objetivos;
- Conflito desenvolvimental – quando ocorre entre adultos e crianças. Assim, é fácil
compreender que a escola não fica impune à ocorrência de conflitos, onde, frequentemente, os
adultos tendem a negar a responsabilidade dos seus atos, atribuindo o conflito à ação dos outros,
a políticas, regras e regulamentos institucionais e a papéis determinados por sexo, idade e
posição social.

2.2.2. O conflito na escola


A escola constitui um espaço ideal para o conflito. Lugar de coexistência de múltiplas classes
sociais, raças, etnias e condições socioeconómicas, é desde sempre o espelho da sociedade, das
realidades sociais, políticas e económicas. Neste aspeto temos de contemplar mais as escolas
públicas, dado que – regra geral – as escolas privadas possuem uma maior homogeneidade
socioeconómica nas origens dos alunos que as frequentam. Não existe aqui qualquer juízo de
valor, apenas uma simples constatação. No entanto, tanto as escolas públicas como as escolas
privadas convivem no seu seio, com o conflito, aliás uma das funções consagradas da escola
como, aliás é a cooperação (Silva, 2003). Um pressupõe o outro e vice-versa. Para existir
cooperação é necessário ter existido um conflito prévio. “Erradicar o conflito da sala de aula é
evitar promover o debate, as opiniões minoritárias, no fundo a criação de massa crítica que tanta
falta faz à construção da escola democrática. No fundo o conflito faz parte do crescimento – da
identidade dos alunos e da identidade da escola.” (Monteiro, 2013)
A escola constitui, de facto, um local propício a conflitos pela diversidade e formação,
académica e pessoal, dos elementos que a compõem e pela sua dinâmica interna
(situações diárias próprias do dia a dia) e externa (legislação governamental, atuação de pais e
encarregados de educação …). A diversidade de espaços físicos, a disposição dos edifícios,
espaços verdes, entre outros elementos, condiciona e gera de alguma forma uma dinâmica
interna e própria em cada escola.
No que concerne o conflito, Grave-Resendes (2004) é muito direta e objetiva, salientando que
em vez de negar a sua existência, esperar que desapareça ou ignorá-lo, devemos reconhecer que
existe, aprender a resolvê-lo, e utilizá-lo construtivamente como estímulo para uma mudança
positiva a nível do nosso comportamento. Do mesmo modo, Costa & Matos (2007) defendem
que o conflito irá sempre existir por tal ser inerente às relações humanas, na instituição escolar e
na relação escola/família.

2.2.3. Conflito como obstáculo no processo pedagógico.


O conflito surge de forma constante na relação pedagógica, mesmo quando não é imediatamente
visível (Silva, 2003), constituindo-se mesmo numa condição importante ao desenvolvimento
social dos indivíduos, pois as exigências cognitivas e afetivo-emocionais que lhes coloca, opera
como um estímulo à diferenciação dos processos de funcionamento interpessoal ao promover as
competências sociocognitivas e de gestão emocional, tornando os indivíduos mais capazes de
poderem estabelecer relações positivas com o ‘Outro’.

Atores principais, cruciais e centrais no palco da instituição escola, alunos e professores


desempenham naturalmente o focus da atividade de ensino aprendizagem, mais especificamente
na sala de aula. Embora reconhecendo como natural, e até benéfico, a existência do conflito
como elemento estruturante da personalidade do aluno uma larga maioria dos professores
atualmente indica como primeiro obstáculo na sala de aula o comportamento dos alunos. Além
disso, os professores em geral declaram que não se sentem capazes (ausência de formação) de
lidar com a agressão, o desafio constante da autoridade, em sala de aula, e mesmo a violência
com que quase diariamente são confrontados (Sugai & Horner, 1994) e que se vê em idades cada
vez mais novas.

O conflito no âmbito da escola está vinculado a fatores psicossociais, e pedagógicos, daí a


complexidade da escola com o assunto.  Chagas (2001, p.39) afirma que:

A indisciplina no meio educacional é vista como a manifestação de um aluno com um


comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, traduzido na falta de
educação ou desrespeito pelas regras pré-estabelecidas, na bagunça, agitação ou desinteresse.

Os conflitos manifestam-se de diferentes formas e nós educadores muitas vezes não estamos
preparados para lidar com eles, e tão pouco de como transformar esses momentos em uma
oportunidade para os alunos aprendam regras e valores essenciais para o convívio em grupo.

Rocha (1996, p.338) entende que “indisciplina é a falta de disciplina, que significa regime de
ordem, imposta ou livremente consentida, a ordem que convém ao funcionamento regular de
uma organização”. Diante da posição de Rocha percebe-se que a indisciplina é algo que pode
desencadear a desordem no ambiente escolar, afetando assim o regulamento da escola e por
consequência o processo de ensino-aprendizagem.

Vale registrar que a indisciplina não só  envolve aspectos externos como: problemas


sociais,  baixa qualidade de vida  e conflitos nas relações familiares, mas envolve
também  aspectos internos, desenvolvidos dentro  da escola, como a relação professor-aluno por
exemplo. Não é raro depara-se com professor intransigente que se considera o dono da verdade,
impondo e dando ordens em sala de aula, isso implica em desencadear indisciplina dos alunos,
como uma forma de protesto a atitudes do professor. Para Freire (1996, p.73)

O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor


incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado,
sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa
pelos alunos sem deixar sua marca.
Por isso a importância do professor saber lidar com todos os tipos de situações, e está sempre
preparado para desenvolver seu papel da melhor forma possível dentro da sala de aula. Como
bem diz Freire, qualquer que seja o tipo de professor ele desencadeia marcas no seu aluno.

2.2.4. Estratégias de resolução de conflitos


“A escolha de soluções para resolver a diversidade conflitual, é função de uma multiplicidade de
condicionantes, entre as quais se destacam a natureza do objecto da divergência, as
características (competências, saber e poder) das partes e o tempo disponível.” (Neves e
Carvalho, 2011:595).
A negociação é um método de resolução de conflitos utilizado em contexto escolar, assim como
a mediação. Segundo Neves e Carvalho (p.597), o processo de negociação é constituído por
cinco etapas, sendo estas “Preparação da negociação”, “Apresentação mútuas das intenções”,
“Avaliação mútuas das intenções”, “Concessões e contrapostas” e por último, a formalização do
acordo, ou seja a “Finalização”.
Tendo em conta a resolução de conflito em contexto escolar na visão de professor, há que
entender que o trabalho do professor não é o de aplicar comportamentos pré-estabelecidos, mas
sim, o de criar segundo os seus objetivos, características de ensino, métodos de ação e
pensamento que consideram valiosos.

Segundo Telma Vinha (1999, In Leite), com base nos estudos de Piaget, os “conflitos são
óptimas oportunidades para trabalharmos valores e regras. São compreendidos como momentos
presentes no quotidiano de cada sala de aula ou escola e que “dão pistas” sobre o que os alunos
precisam aprender. Dessa forma, os conflitos são encarados como positivos e necessários,
mesmo que desgastantes.”
Segundo Ballenato (2008:142) existem alguns fatores fundamentais para uma resolução
adequada de problemas, tais como:
 Utilizar o diálogo, aproveitando adequadamente a comunicação como um instrumento
útil para pedir opiniões, dar e receber informação, partilhar sentimentos, reunir esforços,
encontrar alternativas;
 Desenvolver a empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro, o que nos permite
compreender o seu ponto de vista, bem como os motivos e argumentos que o levam a
pensar de determinada maneira. Podemos avançar no processo de solução de um conflito,
se compreendermos o modo de pensar e de sentir da outra pessoa;
 Mostrar assertividade, admitindo uma atitude e comportamento que permita respeitar os
outros sem violar os seus direitos e desejos.
Estes são três dos pontos básicos que Ballenato defende como essenciais na resolução de
conflitos.

2.3. Mediação de conflitos na escola

Segundo Torrego (2003, p.5), a mediação é uma forma de resolver os conflitos, em que as duas
partes em confronto recorrem a uma terceira pessoa imparcial, que neste caso é o mediador. O
objetivo será chegarem a um acordo satisfatório para ambas as partes. Uma outra característica
da mediação, é a negociação cooperativa considerada ideal para todo o tipo de conflitos, em que
as partes em confronto, devem ou pretendem manter uma relação entre si.
A mediação nas escolas é um dos métodos mais eficazes e construtivos para a soluça de conflitos
neste contexto. Segundo Uranda M. (1998, cit. por Torrego 2003:5), a mediação escolar aponta
os seguintes aspetos positivos:
 Um ambiente mais descontraído e produtivo;
 Contribui para o desenvolvimento de atitudes de interesses e respeito pelo outro;
 Ajuda a reconhecer e a dar valor aos sentimentos, interesses, necessidades e valores
próprios e dos outros;
 Estimula o desenvolvimento de atitudes cooperativas no tratamento dos conflitos, uma
vez que as pessoas procuram em conjunto soluções satisfatórias para ambas as partes;
 Aumenta a capacidade de resolução de conflitos de forma não violenta;
 Contribui para o desenvolvimento da capacidade de diálogo e para a melhoria das
capacidades comunicativas, sobretudo a escuta;
 Contribui para a melhoria das relações interpessoais. Favorece a autorregulação, através
da procura de soluções autónomas e negociadas;
 Diminui o número de conflitos, tal como o tempo gasto na resolução dos mesmos;
 Ajuda a uma resolução de conflitos mais rápida e sem custos;
 Reduz o número de sanções e expulsões;
 Diminui a intervenção dos adultos, levando os alunos a serem eles próprios os
mediadores.
Deste modo, “a mediação é um instrumento de diálogo e de encontro interpessoal que pode
contribuir para a melhoria das relações e para a procura satisfatória de acordos em situação de
conflito” (Torrego, p.9), ou seja a mediação é um processo muito positivo porque ajuda a
melhorar as relações na escola, contribuindo assim para a diminuição de problemas, é também
uma forma de tornar o conflito num benefício mútuo.

2.4. O papel da gestão escolar frente aos conflitos no âmbito escolar.


O conflito entre os alunos vem tornando-se uma das principais preocupações dentro da escola, e
a gestão não pode ficar omissa diante deste problema.  Além de procurar identificar as possíveis
causas desses atos, é necessário que a gestão da escola faça um levantamento histórico a respeito
do problema.

Outra ação que pode ser feita é verificar como são as relações entre os alunos, pois nesta
dinâmica pode estar o fator desencadeador de muitos conflitos que se apresentam na escola.

A gestão escolar tem como direito e dever por limites e criar obrigações no âmbito escolar, mas
isso não significa que a escola pode conceder medidas abusivas e ilegais. Tem que trabalhar em
conjunto com os docentes e com as famílias para tentarem junto conscientizarem os alunos.

O conflito escolar ocorre a partir do momento em há discursões de ideias, esses discursões


geralmente são verbais, mas também geram agressões físicas e que atrapalham o desempenho
escolar tanto dos colegas quanto dos professores. Os autores Martins M. Fernando Paulo/
Marques Freire Julianne/ Guimarães Mendes Halyny enfatizam no artigo: Educação e Justiça
restaurativa – Os desafios na resolução de conflitos no ambiente escolar:

Estabelecer a cultura da paz nas escolas, como forma de tratamento dos conflitos e
enfrentamento da violência existentes no âmbito escolar , surge como meio consensual de
resolução de conflitos, com a participação da comunidade, da família, dos educadores e dos
próprios alunos e também forma de prevenção desses conflitos. (página 18).
Os autores, ainda, explicam que a escola, de fato, é o grande espaço de detecção de situações de
violência e de denegação de direito a criança e adolescentes. É nela também que se apresentam
com maior evidência as consequências do processo de exclusão social a que é reduzida boa parte
da população. É dela, ademais, que se espera a transformação dessa realidade, sem lhe dar
suporte necessário. Situações de violência são comuns e constantes na escola e elas, sozinhas,
não são capazes de dar conta de problemas que as transcendem. Ao mesmo tempo, é essa mesma
escola chamada ao desafio de estimular um juízo crítico e formar crianças e adolescentes para a
cidadania. De fato, à escola tende todo processo socioeducativo e cabe à gestão escolar elaborar
meios eficazes para se chegar a esse objetivo.
3. Conclusão

A organização é uma entidade social, conscientemente coordenada, gozando de fronteiras


delimitadas, que funciona numa base relativamente contínua, tendo em vista a realização de
objectivos". Sobrevivência e crescimento (metas e objetivos) é o que a maioria ambiciona.
Objetivos que exigemA gestão eficaz dos conflitos na escola permite criar ambientes, que sejam
propícios à aprendizagem e ao bem-estar da comunidade educativa. O presente estudo tem como
principal objetivo conhecer a preparação dos professores sobre a resolução de conflitos na
escola.
Um conflito escolar é toda e qualquer situação que envolve os membros da comunidade
educativa, é quando existe um incumprimento das regras estabelecidas na escola, é tudo aquilo
que está subjacente à ausência de diálogo e tolerância. São situações que terminam sempre em
violência física ou verbal.
Podem surgir vários tipos de conflitos nas escolas, alguns deles estão relacionados com a
escassez de recursos, outros com a estrutura dos edifícios, outros com as relações entre
pais/professores, outros com a vigilância dos recreios, outros são mal entendidos e outros surgem
de discórdias sobre métodos de trabalho. Neste tipo de conflitos, os principais intervenientes são
os alunos e os pais.
4. Referências Bibliográficas

Ballenato, G. (2008). Educar sem Gritar. Pais e Filhos: Convivência ou Sobrevivência? Lisboa.
Editora: A Esfera dos Livros.

CHAGAS, K.M., Indisciplina na Escola: de quem é a culpa? Monografia do Curso de Pós-


Graduação em Gestão de Qualidade na Educação, Guarapuava –PR, 2001, 48p.,

Chambel, M. & Curral, L. (1998). Psicossociologia das Organizações. Lisboa: Texto

Correia, H. & Correia, C. (2005). Administração de produção e de operações. São

Costa, M. (2003). Gestão de Conflitos na Escola. Lisboa: Universidade Aberta.

Cunha, M. (1994). Comportamento Organizacional -Uma panorâmica com vista sobre a Editora.

Ferreira, A. (1996). Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Ferreira, J., Neves, J., & Caetano, A. (2011). Manual de psicossociologia das organizações.
Lisboa: McGraw-Hill.

Freire, J. (1993). Sociologia do trabalho: uma introdução. Porto: Editora Apontamento.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e


Terra, 1996.

GADOTTI, M.. (1999) Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione.

George, J. & Jones, G. (2004). Understanding and Remaining Organizational Behavior. Prentice
Hall.

ROCHA,  E.  A.  C. (1996) A  pesquisa  em  educação  infantil  no  Brasil:  trajetória recente  
e perspectiva  de  consolidação  de  uma  pedagogia.  Florianópolis: UFSC:  Centro  de Ciências
da Educação: Núcleo de Publicações –NUP,

Torrego, J. (Coord.). (2003). Mediação de Conflitos em Instituições Educacionais. Manual para a


Formação de Mediadores. Lisboa: Edições ASA.

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