CONTABILIDADE E FINANÇAS
(2018-2020)
Beira
2022
NORDINO FERNANDO FAZENDA
(2018-2020)
Supervisor(a):
_______________________
Beira
2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me conceber o dom da vida, zelando por minha saúde e me dando forças
para seguir em frente em todos momentos.
Agradeço a minha Mãe, Maria Faz-bem, meus irmãos e irmãs e a todos meus familiares pelo
apoio e motivação durante minha formação académica
Agradeço direção da área fiscal da cidade da Beira, pela contribuição na elaboração desse estudo
Aos meus amigos da “Amarildo Nangura, Jacinto Custelo, Teixeira Pedro e Tropa Tropa” que
sempre colaboraram comigo quando mais precisei de ajuda, agradeço.
Agradeço a todos colegas de contabilidade e finanças do ano lectivo 2017, e a todos que directa
ou indirectamente contribuíram na minha formação académica.
DECLARAÇÃO HONRA
Autor
_____________________________________
Beira: / /2022
Orientador
_______________________________
Beira: / /2022
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha Mãe: Maria Faz-bem, por tudo que ela tem feito na minha vida.
Epígrafe
"As grandes obras são executadas, não pela força, mas pela perseverança".
Samuel Johnson
RESUMO
O presente trabalho tem como tema, elisão Fiscal como Ferramenta no Planeamento Tributário: no gozo
dos Benefícios fiscais: O Caso da Direcção da Área Fiscal de Beira (2018-2020). Face as abordagens
apresentadas, o estudo levanta o seguinte problema de pesquisa: Como é que as empresas se servem da
elisão fiscal como ferramenta para o planeamento tributário no gozo dos benefícios fiscais. O objectivo
geral deste trabalho é: compreender como as empresas se beneficiam da elisão fiscal como ferramenta no
planeamento tributário, no gozo dos benefícios fiscais. O tipo de pesquisa quanto a abordagem, é um
estudo qualitativo com enfoque exploratório, com uma amostra de três participantes, a técnica de recolha
de dados são: a entrevista, pesquisa bibliográfica, e também utilizamos a triangulação de dados para a
analise e interpretação de dados. O estudo conclui que, como instrumento de controlo, as empresas que se
beneficiam de incentivos fiscais, são obrigadas a submeter à Autoridade Tributária a Declaração Anual de
Benefícios Fiscais com os respectivos anexos, que será instrumento de controlo dos benefícios fiscais. Os
anexos da declaração anual de benefícios fiscais deverão indicar ainda: a origem das compras e despesas
que dão lugar as deduções, com a indicação no numero da factura, nome do fornecedor, importância e
montante total a deduzir, bem como as amortizações aceleradas a efectuar.
The present work has as its theme Fiscal Elision as a Tool in Tax Planning in the enjoyment of
tax benefits: The Case of the Fiscal Area Directorate of Beira (2018-2020). Considering the
approaches presented, the study raises the following research problem: How do companies use
tax avoidance as a tool for tax planning in the enjoyment of tax benefits. The general objective of
this work is to: Understand how companies benefit from tax avoidance as a tool for tax planning
in the enjoyment of tax benefits. The type of research regarding the approach, is a qualitative
study with exploratory approach, with a sample of three participants, the technique of data
collection are: the interview, bibliographic research, and also use the triangulation of data for the
analysis and interpretation of data. The study concludes that, as a control instrument, companies
that benefit from tax incentives are obliged to submit to the Tax Authority the Annual Statement
of Tax Benefits with the respective annexes, which will be an instrument to control tax
benefits.The annexes to the annual declaration of tax benefits should also indicate: the origin of
the purchases and expenses giving rise to the deductions, indicating in the invoice number, and
name of supplier, amount and total amount to deduct, as well as the accelerated depreciation to
be made.
AT – Autoridade Tributaria
BF – Benefícios Fiscais
Ed – Edição
Ent. - Entende
F – Funcionário
pág.
AGRADECIMENTOS.....................................................................................................................i
DECLARAÇÃO HONRA...............................................................................................................ii
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................iii
Epígrafe..........................................................................................................................................iv
RESUMO.........................................................................................................................................v
ABSTRACT...................................................................................................................................vi
Lista de Siglas e Abreviaturas.......................................................................................................vii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1 Introdução.........................................................................................................................1
1.2 Problematização................................................................................................................2
1.3 Objectivos.........................................................................................................................3
1.3.1 Objectivo Geral..........................................................................................................3
1.3.2 Objectivos Específicos...............................................................................................3
1.4 Justificativa e Relevância do estudo.................................................................................3
1.4.1 Justificativa Académica.............................................................................................3
1.4.2 Justificativa sob ponto de vista organizacional.........................................................4
1.4.3 Justificativa Pessoal...................................................................................................4
1.4.4 Justificativa Socioeconómica.....................................................................................4
1.5 Questões de pesquisa:.......................................................................................................4
1.6 Delimitação espacial e temporal.......................................................................................5
1.6.1 Delimitação espacial..................................................................................................5
1.6.2 Delimitação temporal.................................................................................................5
1.7 Limitações de pesquisa.....................................................................................................5
1.8 Estrutura do Trabalho........................................................................................................5
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................6
2.1 Fundamentação Teórica....................................................................................................6
2.2 Sistema Tributário Nacional.............................................................................................6
2.3 Breve historial do sistema fiscal Moçambicano e respetivas reformas............................6
2.4 Tributo...............................................................................................................................7
2.4.1 Espécies de Tributos..................................................................................................8
2.4.2 Obrigação tributaria.................................................................................................13
2.5 Facto Gerador da Obrigação Tributária..........................................................................14
2.6 Sujeitos da Obrigação Tributaria....................................................................................14
2.7 Planeamento Tributário...................................................................................................14
2.7.1 Vantagens de realizar um Planeamento Tributário..................................................15
2.8 Gastos, Custos e Despesas..............................................................................................16
2.9 Elisão Fiscal....................................................................................................................17
2.9.1 Tipos de Elisão Fiscal..............................................................................................19
2.9.2 Beneficio fiscal........................................................................................................20
2.9.3 Vantagens da Elisão Fiscal......................................................................................21
2.10 Evasão Fiscal...............................................................................................................22
2.11 Sonegação Fiscal.........................................................................................................24
2.12 Fraude..........................................................................................................................25
2.13 Literatura Empírica......................................................................................................25
2.13.1 Elisão Fiscal Como Ferramenta no Planeamento Tributário...................................25
2.14 Literatura Focalizada...................................................................................................26
2.14.1 A Base Tributária das Autarquias Moçambicanas...................................................26
CAPÍTULO III: METODOLOGIA...............................................................................................28
3.1 Introdução.......................................................................................................................28
3.2 Tipo de Pesquisa.............................................................................................................28
3.2.1 Quanto à forma de abordagem.................................................................................28
3.2.2 Quanto aos objectivos..............................................................................................29
3.2.3 Quanto aos procedimentos técnicos.........................................................................29
3.3 Técnicas de Recolha de Dados........................................................................................30
3.4 Métodos de apresentação, análise e interpretação de dados...........................................30
3.5 Universo..........................................................................................................................31
3.6 Amostra...........................................................................................................................31
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS..................................32
4.1 Layout da Direcção da Área Fiscal da Beira...................................................................32
4.2 Apresentação dos Resultados..........................................................................................32
4.3 Análise e Interpretação dos Resultados..........................................................................34
4.3.1 Ao nível da DAF da Beira, existem empresas registadas que gozam de benefícios
fiscais? 34
4.3.2 Se sim, em que áreas de actividade actuam e qual é a base legal que as sustenta?. 35
4.3.3 Que tipo de incentivos fiscais e aduaneiras essas empresas gozam?.......................35
4.3.4 Tem havido acções de fiscalização de Administração tributária nas empresas que
gozam de benefícios fiscais?.................................................................................................36
4.3.5 Há empresas que já foram suspensas do gozo efectivo de benefícios fiscais por
inobservância das obrigações estabelecidas?.........................................................................36
4.3.6 As empresas que gozam de benefícios fiscais preenchem adequadamente a
declaração dos benefícios usufruídos em cada exercício fiscal?...........................................37
4.3.7 Na sua opinião, existem algumas lacunas na Legislação Fiscal de que as empresas
se podem aproveitar para não pagamento ou redução de impostos?.....................................37
4.3.8 Caso haja lacunas cite a (s) Lei (s) e o (os) respectivo (s) artigo (s).......................38
4.3.9 Quais os instrumentos de controlo dos benefícios fiscais?......................................38
4.3.10 Qual o prazo para a submissão da Declaração Anual de Benefícios Fiscais?.........39
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...........................................................40
5.1 Conclusões......................................................................................................................40
5.2 Sugestões.........................................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................44
APÊNDICE....................................................................................................................................48
Apêndice A: Guião de entrevista destinado aos funcionários da..................................................48
ANEXOS.......................................................................................................................................51
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
I.1 Introdução
Para a realização de certos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de despesas
orientadas fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades colectivas da
sociedade organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas. Tais receitas provêm
prioritariamente da cobrança de tributos (prestações compulsivas, pecuniárias ou em espécie) que
podem revestir a natureza de impostos ou de taxas, ou da venda e exploração de bens do
património público (receitas patrimoniais).
De notar que incidem diversos tributos sobre empresas moçambicanas, em algumas situações os
custos de impostos tem percentagens mais altas, chegando a ser impossível de pagar as devidas,
obrigações e assim fazendo com que a sua situação de criação ou sobrevivência seja critica na
economia nacional. Importa salientar que os serviços da área fiscal da autoridade tributaria da
Beira.
Portanto com as necessidades das empresas diante constantes mutações no mercado com a
globalização, e inevitavelmente temos uma grande valorização na área de planeamento tributário,
que é usado para projectar um novo negocio ou alterar o rumo da empresa já existente.
1
A questão é de entender se os meios utilizados são legalmente permitidos ou correspondem a
aplicação de métodos ilícitos.
I.2 Problematização
A elevada carga de tributaria em Moçambique, que segundo o Tesouro nacional num contexto
em que os benefícios fiscais atingiram 24,9 mil milhões de meticais em 2019, o que corresponde
a cerca de 3% do PIB no mesmo ano e um crescimento em 34,6% comparado com o ano
anterior. Segundo Mapisse (2021), o valor dos benefícios fiscais concedidos em 2019 seria
suficiente para cobrir mais de metade do défice orçamental antes dos donativos (5% do PIB) e
cobrir a totalidade do défice orçamental após donativos (2,1% do PIB).
A dificuldade em entender a imensa e complexa legislação fiscal e sua alta carga contribui para o
aumento da sonegação fiscal. A gerência dos tributos por meio do planeamento tributário (elisão
fiscal) não é uma tarefa fácil, pois, poucos conhecem apesar de ser um tema que já vem sendo
discutido há muito tempo, principalmente por parte dos empresários.
Sabendo que o planeamento tributário, também conhecido como elisão fiscal busca reduzir,
retardar e até evitar o pagamento dos tributos das empresas, diminuindo os custos e
consequentemente aumentando os lucros de formas aceites na norma. E que a evasão fiscal o
contrario da elisão fiscal consiste na utilização de métodos ilícitos que infringem a lei.
Segundo Fabretti (2006), destaca que a lei sempre tem lacunas que podem ser aproveitadas,
Contudo, o tributo é uma obrigação que deve ser quitada em moeda corrente, mesmo que não
seja da própria vontade do contribuinte, uma vez que tenha ocorrido o facto gerador que lhe deu
origem. As penalidades advindas do não cumprimento da divida, como multas, juros, entre
outras, não correspondem ao tributo, portanto isso diz respeito somente à parcela principal
devida pelo contribuinte aos cofres públicos.
Como é que a elisão fiscal beneficia as empresas como ferramenta para o planeamento
tributário no gozo dos benefícios fiscais?
2
I.3 Objectivos
Falar de elisão fiscal como ferramenta no planeamento tributário, nos serviços da área fiscal da
autoridade tributária da Beira, é um tema de grande relevância, tendo em conta que o
planeamento tributário tem como objectivo económico a diminuição legal dos encargos
esperando-se para as empresas, economia nos gastos com os tributos. Observa-se falta de
conhecimentos por parte das organizações e muitas vezes, por parte dos contabilistas, frente a
legislação tributária. Esta falta de conhecimento por vezes tem resultado em erros na definição
da modalidade de incentivo tributário.
3
I.4.2 Justificativa sob ponto de vista organizacional
A nível institucional o estudo trará uma visão sobre o baixo pagamento de tributos por parte das
empresas, e a sua influência negativamente na arrecadação dos fundos por parte do governo, não
alcançando os objectivos previstos pelas instituições do governo competentes na recolha dos
devidos tributos.
Do ponto de vista pessoal, servirá como uma ponte intermédia entre os conhecimentos teórico,
da cadeira de fiscalidade e auditoria fiscal, e ira impulsionar o autor a obter mais conhecimentos
inerentes ao tema em estudo.
Como forma de dar resposta aos objectivos, este estudo levantou as seguintes seguinte
questões:
4
I.6 Delimitação espacial e temporal
A presente pesquisa foi efectivada na área fiscal da autoridade tributaria da Beira província de
Sofala.
5
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA
O sistema tributário moçambicano é o conjunto de normas tributárias que o governo utiliza para
exigir tributos. É composto por tributos instituídos em Moçambique, dos princípios e normas que
regulam tais normas.
Segundo Musgrave (1976), o sistema tributário é entendido como sendo o complexo orgânico
formado pelos tributos instituídos em um país ou região autónoma e os princípios e normas que
os regem.
6
riqueza, segundo a CRM no seu artigo127 nº2 (Assembleia da República de, 1990) os impostos
são criados ou alterados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes. Em qualquer caso, a actual configuração do sistema fiscal
moçambicano é relativamente recente, devido à reforma de 2002, altura em que foi totalmente
reformulado o sistema então vigente e que apresentava, ainda, um relevante matriz da pró-
independência.
II.4 Tributo
São tributos, para efeitos da Lei tributária, os impostos, as taxas e as contribuições especiais.
Para Oliveira (2006), que decompôs a definição de tributos da seguinte maneira:
Prestação Pecuniária: significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda corrente,
inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja, o que e pago em bens ou em trabalho de
prestação de serviço;
Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em moeda corrente
(metical) ou por meio de indexadores;
7
Instituída em Lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com forma de
lei estabelecer essa obrigação, segundo Oliveira (2006).
Contudo, podemos assim dizer, que a cobrança mediante actividade administrativa plenamente
vinculada: a autoridade não possui a liberdade de escolher a melhor oportunidade de cobrar o
tributo. A lei já estabelece todos os passos a serem seguidos.
II.4.1.1 Impostos
Segundo Latoraca (2000), o elemento essencial a conceituação do imposto é, pois, o seu carácter
geral. O imposto é o tributo que se destina a cobrir as necessidades públicas gerais.
Em outras palavras, é um tributo pago, compulsivamente pelas pessoas físicas e jurídicas para
atender parte das necessidades de receitas tributárias do poder público de modo a assegurar o
funcionamento da sua burocracia. Atendimento social a população e os investimentos em obras
essenciais.
No entanto, para Waty (2002), o imposto é uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, não
sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por lei, a favor de uma entidade pública ou
com funções pública para a satisfação das necessidades públicas e redistribuição de riquezas,
independentemente de qualquer vínculo anterior.
8
a) Critérios Económicos: Segundo o critério do modo de avaliação da capacidade tributária,
consideram-se impostos directos àqueles que incidem sobre a matéria colectável (rendimento
ou património) possuída ou obtida. Deste modo, serão impostos indirectos àqueles que
incidem sobre o património ou rendimento utilizado (em consumo ou transferência da
riqueza).
b) Critérios Jurídicos: De acordo com este critério, serão considerados impostos directos,
quando for possível determinar previamente os contribuintes, organizando um rol nominativo
destes. O imposto será indirecto quando essa possibilidade não existe, por o contribuinte não
ser previamente conhecido.
Segundo VOUGA (2011), a distinção entre impostos directos e indirectos faz-se, essencialmente,
com base em três critérios: o critério económico, o critério fiscal e o critério da avaliação.
O critério da avaliação considera impostos directos, todos os que incidem sobre manifestações
directas e imediatas de capacidade contributiva, como seja a posse de um património ou a
obtenção de rendimento por parte dos sujeitos da relação de imposto. Serão indirectos os
impostos cuja matéria tributável só é alcançada através da utilização do património ou do
rendimento ou seja, através do consumo ou da transferência da propriedade
9
Tabela 1: Impostos Directos e Indirectos
Direitos Aduaneiros
Impostos de Selo
SISA
Esta distinção tem sido acolhida em diversas convenções internacionais. Os impostos reais,
também chamados de objectivos, atingem a matéria colectável directamente, isto é, sem levar em
conta a situação económica do sujeito passivo e do seu agregado familiar. Os impostos pessoais,
também chamados de subjectivos, atendem às condições pessoais do sujeito passivo. Os
impostos pessoais, respeitam aos rendimentos das pessoas, neles se incluindo os rendimentos
empresariais e profissionais quando exercidos em nome individual. Por ele tributa-se o
rendimento global das pessoas singulares, pois só assim se pode avaliar a capacidade de
pagamento individual e, consequentemente, tributar tomando em consideração os elementos
reveladores da sua situação socioeconómica, tendo em conta o rendimento e as necessidades do
individuo ou do agregado familiar, portanto, desta forma, pode-se dizer que os impostos
pessoais, tributam as pessoas em função da sua riqueza (VOUGA, 2011).
10
II.4.1.1.1.3 Impostos Principais e Acessórios
Por vezes, sobre a matéria colectável ou sobre a colecta de determinado imposto (imposto
principal), recaem novos impostos (impostos acessórios), cobrados a favor do Estado ou outra
pessoa colectiva. Se os impostos acessórios recaem sobre a colecta consideram-se adicionais, se
recaem sobre a matéria colectável chama-se adicionamentos.
Os impostos de obrigação única incidem sobre factos ocasionais, que não se repetem com
regularidade, como é o caso da Sisa, já que as transmissões de prédios ou outros bens a título
oneroso não se repetem com frequência. Os impostos periódicos incidem sobre factos que se
renovam com certa permanência, normalmente um ano. É o caso da contribuição predial ou do
IRT (Imposto sobre o Rendimento do Trabalho), já que a situação do proprietário de um prédio
ou de trabalhador se presume contínua.
II.4.1.2 Taxa
Para Baleeiro (1993), citado em Abrahão (2011), “taxa é um tributo em que há contraprestação
de serviços públicos ou de benefícios feitos. Postos à disposição ou custeados pelo estado, em
favor de quem paga ou este provocado”
De acordo com Ibraimo (2002), as taxas são devidas pela utilização individual de serviços
públicos ou de bens de domínio publico, de que todos necessitam abstractamente, mas que só
alguns procuram activamente, ou pela remoção de um limite jurídico à actividade de particulares
mediante a concessão de autorizações administrativas (propinas dos estabelecimentos de ensino
oficial, selos postais, taxas hospitalares, portagens, taxas camarárias por ocupação da via publica
11
ou estacionamento). As taxas, como preços de serviços públicos fixados autoritariamente, não
correspondem a preços de mercado, devendo ser inferiores ao custo dos serviços.
As taxas, por sua vez, definem-se como prestações pecuniárias compulsivas que:
Ao contrário do imposto, no conceito de taxa está ausente o carácter unilateral, pois existe, neste
caso, uma contraprestação específica do lado da administração (só paga a taxa aquele que solicita
a prestação do correspondente serviço, licença ou outro acto administrativo).
Na acepção ainda destas definições, são bens ou serviços públicos aqueles cuja existência
permite à colectividade usufruir de um benefício ou utilidade imediata, não susceptível de
individualização (requisito indispensável para que possa haver a divisibilidade dos respectivos
custos, e a correspondente imposição de uma taxa), motivo pelo qual não podem ser cobertos por
contraprestações determinadas. São exemplos de serviços desta natureza a existência de uma
força policial, a construção de uma nova estrada, a iluminação pública nas cidades, etc., os quais
se destinam a satisfazer necessidades comuns dos membros da comunidade, sem que se possa
contudo (ou não seja prático ou politicamente aceitável) determinar em que medida beneficiam
individualmente cada um deles.
12
II.4.1.3 Contribuições Especiais
As contribuições especiais estão divididas, segundo Fernandes (2006), em: contribuições sociais,
contribuição de intervenção de domínio económico, contribuição de interesse das categorias
profissionais ou económicas e para o custeio de serviços de iluminação pública.
Como visam atingir certa finalidade, os produtos arrecadados devem estar vinculados a uma
actividade de competência municipal.
De acordo com Oliveira (2005), este tipo de tributo foi criado com o intuito de ajudar
financeiramente aos órgãos providenciados, assistenciais e das categorias profissionais, e
também servem para custear o poder controle do estado junto a um determinado mercado e
manter os órgãos de classe, como sindicatos ou conselho que representa uma determinada área
profissional.
Segundo Coelho (2002), obrigação tributária nasce da ocorrência de um facto, por isso jurídico,
previamente descrito na lei, contratual e lícito. Trata-se de dever heterónimo, pela adopção do
princípio da imputação condicional. Ao revés, as chamadas obrigações acessórias não passam de
condutas obrigatórias impostas imperativamente pela lei (“emita notas fiscais”; “preste
declaração de rendimento”).
Assim, sempre que ocorrer um fato previsto em lei que origine o dever de pagar tributos, haverá
uma obrigação tributária principal, já a acessória decorrerá de ter de fazer algo, como apresentar
a declaração de rendimentos ou a emissão de notas fiscais.
Para que a obrigação tributária seja legalmente caracterizada, é necessário que se faça conhecer o
seu fato gerador, o sujeito passivo e o sujeito activo, constituindo-se estes elementos como
básicos para a existência do tributo.
13
II.5 Facto Gerador da Obrigação Tributária
Em relação obrigação tributária somente a partir da ocorrência do fato gerador é que se pode
afirmar que nasceu a obrigação jurídica de pagar um tributo determinado (Paulsen, 2005).
Logo, pode-se afirmar que o tributo somente é devido quando consumado o fato sobre o qual
incide a norma de tributação, ou seja, quando concretizada a hipótese de incidência tributária.
Os sujeitos da obrigação tributaria estão divididos em: sujeito activo e sujeito passivo como
representado a seguir:
Conforme o no1 artigo 8 da lei no 15/2002 de 26 de Junho, O sujeito activo da relação tributaria é
a entidade de direito publico, titular de direito de exigir o cumprimento das obrigações
tributarias, quer directamente, quer através de representante.
Conforme o no2 artigo 8 da lei no 15/2002 de 26 de Junho, sujeito passivo da relação tributária é a
pessoa singular ou colectiva, o património ou a organização de facto ou de direito que, nos
termos da lei, esta vinculado ao cumprimento da prestação tributaria, seja como contribuinte
directo, substituto ou responsável.
Segundo Fabretti (2006), destaca que a lei sempre tem lacunas que podem ser aproveitadas:
analisando as alternativas e as lacunas (brechas) existentes na legislação, verifica-se que, através
dos anos, o Fisco vem eliminando-as por sucessivas alterações da lei. Entretanto, a globalização
14
e a abertura da economia, a criação de mercados regionais, como, por exemplo, o MERCOSUL,
traz mudanças muito rápidas que criam novas alternativas e novas lacunas na lei, sempre mais
lentas que a dinâmica dos fatos económicos.
Segundo Castro (2000), diz que ninguém se organiza para pagar mais impostos. No mercado
competitivo das modernas relações empresariais, o processo de planeamento, como um todo,
passou a ser necessidade básica. O planeamento tributário insere-se em um procedimento amplo
e geral que deve preceder a qualquer novo negócio ou alteração de rumo no mundo empresarial.
Ele objectiva o que qualquer outro planeamento visa: a eficiência, em termos de dispêndios com
tributos significará sempre pagar menos, dentro dos limites da lei.
Assim, quando alguém se refere a “planeamento tributário” logo vem em mente a ideia de
diminuição do pagamento de impostos. Desta forma, pode-se dizer que o planeamento tributário
é um estudo preventivo realizado acerca das diversas modalidades de tributações existentes em
nosso país e que analisa cada uma delas, com o objectivo de verificar qual apresenta, em sua
apuração, maior economia no recolhimento de impostos.
Trata-se, na verdade, de uma organização na vida do contribuinte, seja ele pessoa física ou
jurídica, que, atento às normas fixadas pela legislação tributária, escolhe os meios legais com
menor incidência tributária.
Vale lembrar que o planeamento tributário, somente é considerado válido quando realizado em
conformidade com a legislação tributária em vigor.
15
Orçamento anual eficaz: Fazer a gestão tributária, com dados recentes e análises precisas,
se torna fundamental para utilizar elementos e fazer uma previsão mais segura e o mais
próximo da realidade para evitar prejuízos e investimentos sem futuro para o crescimento
da sua empresa;
Regime tributário adequado: Uma empresa pode optar pelo Simples Nacional, Lucro
Presumido ou Lucro Real que são regimes tributários que regem o ano fiscal do negócio.
Com o planeamento tributário é possível antever situações e realizar projecções mais
acertadas para escolher de forma mais adequada o regime, para que os tributos estejam de
acordo com o desempenho das actividades da empresa;
Operação para gerar economia: Conduzir os negócios para que os tributos sejam cobrados
de forma adequada, facilita os recolhimentos sendo possível eliminar ou diminuir os
valores. Exemplo disso pode ser visto na substituição de serviços e produtos que não são
vantajosos para a empresa por outros, que tenham incentivos fiscais e vantagens no que
diz respeito aos impostos;
Incentivos fiscais: O planeamento tributário entra aqui para permitir que uma empresa
tenha uma visão mais ampla do negócio e conheça seus processos para encontrar formas
de optimizar ou eliminar os incentivos que a lei concede conforme o mercado de
actuação;
Actividade económica: Alguns impostos são calculados com a base da actividade
económica de uma empresa e, por isso, definir de maneira precisa e correta é fundamental
para a redução de tributos do negócio. O planeamento possibilita que as empresas
encontrem a melhor identificação do negócio para evitar assim, prejuízos desnecessários.
Simulação de cenários: Devido às flutuações do mercado e do cenário económico,
antecipar-se às tendências é uma boa forma de permitir uma simulação dos riscos e
vantagens que a empresa pode viver em um futuro próximo. Sendo assim, é possível
fazer simulações tributárias e observar as melhores medidas que possam ser tomadas em
cada caso levantado.
Em qualquer estudo de planeamento tributário é necessário que se faça uma distinção entre
custos e despesas, como também é importante conhecer o conceito sobre gasto.
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Segundo Martins (1982) classifica gastos como “sacrifício financeiro que a entidade arca para a
obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou
promessa de entrega de activos (normalmente dinheiro)”. Podemos assim dizer, Em termos
genéricos gastos podem representar tanto um custo como uma despesa.
Sengundo Crepaldi (2002), afirma que custos são gastos “relacionados a transformação de
activos (consumo de matéria prima ou salários)”.
Segundo Martins (1982), as despesas tem a seguinte definição: bem ou serviços consumidos
directas ou indirectamente para a obtenção de receitas. As despesas representam o sacrifício no
processo de obtenção da receita. Temos como exemplo clássico de despesa a comissão de
vendedores, que é um gasto que se torna imediatamente uma despesa quando realizada a venda.
Do latim e derivada a palavra elisão “Elisione”, que significa acto de elidir, suprir, eliminar. A
elisão fiscal e a forma lícita de diminuir os tributos no cumprimento da obrigação tributária, e
uma maneira de promover a economia seguindo a lei.
A elisão fiscal torna-se uma arma essencial para os contribuintes na economia fiscal. O
planeamento tributário esta relacionado com a elisão. Elidir é evitar, reduzir o montante ou
retardar o pagamento do tributo por actos ou omissões lícitos do sujeito passivo, anteriores à
ocorrência do fato gerador. Portanto, elisão fiscal é definida como a economia tributária lícita.
De acordo com Fabretti (2006) a economia tributária resultante da adopção da alternativa legal
menos onerosa ou lacuna da lei denomina-se Elisão Fiscal. A elisão fiscal é legítima e lícita, pois
é alcançada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adoptando-se a alternativa
legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas da lei. Elisão é o ato de aproveitar as chamadas
“brechas da lei”, que por desconhecimento ou outro motivo ali foram colocadas pelos
legisladores, de forma que os contribuintes possam se aproveitar da situação e com isso
reduzirem os valores a serem recolhidos aos cofres públicos.
A elisão fiscal se caracteriza por ser uma obra da criatividade dos planeadores tributários, sempre
se utilizando de meios legais permitidos ou não proibidos na norma, visando a efectivação do
negócio com o menor ónus possível.
17
Para Amaral (2002), elisão fiscal é um conjunto de procedimentos previstos em lei ou não
vedados por ela que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de
estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos
de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita, a
fazenda pública deve respeitá-la.
Segundo Martins (2002), a adopção pelo contribuinte de condutas lícitas que tenham por
finalidade diminuir, evitar ou retardar o pagamento do tributo é considerada como prática elisiva.
Dá-se através de expedientes, omissivos ou omissivos, que evitam licitam ente a prática do fato
impunível da obrigação tributária. Segundo o autor, a conduta do contribuinte pode ser um fazer
ou um deixar de fazer, desde que ambas sejam condutas lícitas, sendo assim, estarão amparadas
pelo direito e serão consideradas válidas.
Para Carvalho (2004) um particular que celebra um negócio jurídico de forma que não seja
tributado ou que seja tributado de maneira menos onerosa não pratica qualquer ilícito. Actua
dentro do campo da licitude, pois escolhe, dentre vários caminhos, aquele que lhe é menos
custoso. Trata-se apenas de um planeamento tributário feito licitamente, no intuito de diminuir os
custos daquele particular, seja pessoa física ou jurídica.
É dever do bom administrador adoptar medidas menos onerosas na condução de seus negócios, o
que repercute inclusive na incrementação de sua produção ou melhoria na prestação de seus
serviços. Tal fato apenas contribui para uma maior oferta de empregos como também para um
impulso na economia local, regional ou nacional.
A elisão fiscal e realizada pelos administradores das empresas, antes do facto gerador da
obrigação tributaria, não havendo a incidência tributaria e, portanto, não existindo a necessidade
do pagamento do tributo.
Segundo Souza (1998): Único critério seguro (para distinguir a fraude da elisão) é verificar se os
actos praticados pelo contribuinte para evitar, retardar ou reduzir o pagamento de um tributo
foram praticados antes ou depois da ocorrência do respectivo fato gerador: na primeira hipótese,
trata-se de elisão, na segunda trata-se de fraude fiscal.
É importante considerar o factor cronológico para se classificar como elisão, uma vez que, esta
ocorre antes da concretização do fato gerador. Este por sua vez corresponde ao pagamento do
18
tributo e surge apenas quando o crédito tributário a favor do Estado é identificado. A não
ocorrência do fato gerador implicará na impossibilidade do pagamento do tributo. Assim, se o
contribuinte estiver utilizando de actos lícitos na lacuna da lei, não estará cometendo práticas
fraudulentas.
Conforme Huck (1997), a elisão fiscal, como obra da criatividade e engenho dos planeadores
tributários, aspira a uma condição de legalidade que a distinga da evasão. É certo que a análise e
o enquadramento dos conceitos variam profundamente no cenário mundial, de país para país,
dependendo das leis internas e dos tratados internacionais existentes, como também diferem em
função de ideologias políticas com que são analisados. Um planeamento tributário pode ser legal
em determinado país e ilegal em outro.
O autor salienta que certas legislações consideram como fraude a simples frustração do objectivo
da lei tributária, ainda que o agente se tenha utilizado de formas legais em seu ato ou negócio.
Não seria exagero afirmar que a elisão distingue-se da evasão tão-somente por uma questão de
tempo. Essa diferença é posta não no sentido de que a fuga ou redução do imposto teria uma
outra característica se ocorrida antes ou depois da ocorrência do fato impunível, como antes já
comentado, mas sim por uma questão de tempo histórico, pois um planeamento tributário
específico, em certo momento, pode ser considerado como elisão fiscal, segundo um sistema
tributário nacional e, sendo detectado e identificado pelas autoridades fiscais, passa a ser por elas
expressamente proibido, transformando-se, desse ponto em diante.
Decorrente da própria lei (beneficio fiscal), onde, o próprio dispositivo legal permite ou
até mesmo induz a economia de tributos. Existe uma vontade clara e consciente do legislador
de dar ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são exemplos
típicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio texto legal dá aos seus destinatários
determinados benefícios (Abrahão, 2011);
Resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei, onde, o contribuinte opta por
configurar seus negócios de tal forma que se harmonize com um menor ónus tributário,
19
utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato gerador de
determinado tributo com elementos da própria lei.
Segundo n.º 2 do art 2 Regulamento do CBF (Decreto n.º 56/2009 de 7 de Outubro), São
benefícios fiscais:
As deduções à matéria colectável;
As deduções à colecta;
As amortizações e reintegrações aceleradas;
O crédito fiscal por investimento; e
A isenção e redução de taxas de impostos e o diferimento do pagamento destes.
20
consideradas como custos imputáveis ao exercício na determinação da matéria colectável do
IRPC ou do IRPS.
21
Outra vantagem é que essa é uma manobra lícita que traz meios de reduzir ou eliminar
impostos na sua empresa.
De acordo com Franco (2010), evasão fiscal é um conceito amplo que, no essencial, corresponde
à ideia de que há alguém que deveria pagar um imposto mas não o pago, sem que resulte da
transferência para outro sujeito económico do sacrifício fiscal. E ainda continua o autor
afirmando que a fraude fiscal com maior rigor, é um conjunto de práticas tendentes a reduzir
irregularmente o montante do imposto a pagar (por contabilização viciada, declaração errónea,
ocultação parcial da matéria colectável ou de factos tributários), havendo por vezes tendência
para considerar fraudulento, em sentido amplo, até o comportamento de potenciais contribuintes
que pratiquem a evasão ilegal.
Para Ribeiro (1997), Evasão ao imposto consiste precisamente em ocultar o fisco na totalidade
ou parte da matéria colectável, isto é, não a declara ou declara menos do que a que possui.
Enquanto Leitão (1999), define evasão fiscal como sendo toda e qualquer Acção ou omissão que
possa eliminar ou suprimir, reduzir ou retardar o cumprimento de uma obrigação tributaria.
A evasão fiscal, ao contrário de elisão, consiste em prática que infringe as normas vigentes.
Corresponde à sonegação ou fraude por parte do contribuinte, é um ato que busca economia de
maneira ilícita na carga tributária. Na evasão fiscal a ilegitimidade se dá no ato do fato gerador e
também após sua ocorrência, objectivando reduzir ou até mesmo ocultar a obrigação tributária.
Segundo o Dicionário Aurélio, pode-se mencionar que o termo “evasão” tem a mesma
significação de desviar, evitar, escapar, fugir e iludir (evitar ou escapar com destreza; furtar-se
com habilidade ou astúcia).
Segundo Leão (1997), desde que foi criada a espécie imposto palavra que já traz, implicitamente,
o particípio passado do verbo impor, significando “admitido à força”, “mandado” e “obrigado”,
restringindo dessa forma, o movimento de liberdade do cidadão – deve ter surgido,
possivelmente, a conduta de resistência ao pagamento do tributo, por ser ele considerado, pela
grande maioria, fruto de desigualdade, privilégio e injustiça.
22
A palavra em si, pela própria natureza, é um desestimulo ao seu cumprimento, tornando motivo
de antipatia por parte do contribuinte que não se conforma, de imediato, em dar uma parte de seu
património financeiro para o Estado, ainda mais quando, em geral, desconhece onde e como será
o recurso aplicado.
Surgiu, destarte, a evasão, fenómeno que remonta a longos anos e que sempre existiu em todos
os países do mundo e que, certamente, continuará a existir.
A evasão fiscal é a forma de economia fiscal realizada após a incidência do fato gerador do
tributo, sem levar em consideração a legislação tributária e que tem como finalidade a redução e
a ocultação de uma obrigação já existente para o fisco.
Ao que complementa Nogueira (1990), observe-se bem que a sonegação somente pode ocorrer
em relação a fato gerador já realizado. O que na verdade é sonegado, escondido, é o
conhecimento ao fisco da realização do fato gerador, da sua natureza ou das suas circunstâncias
materiais ou das condições pessoais de contribuinte. Somente depois de realizado o fato gerador
é que pode nascer objectivamente a obrigação e ser subjectivamente atribuída a alguém. Não
pode cometer sonegação quem não chegue a realizar o fato gerador, porque somente com ele
nasce a obrigação.
Diferente da elisão, a evasão fiscal tem sua definição, de certa forma, unânime entre os autores, e
também as suas consequências o são.
A evasão fiscal, em geral, é um problema que atinge duplamente a economia de nosso país.
Primeiro por arrecadar aquém do previsto, prejudicando o andamento e o desenvolvimento da
economia, segundo por tornar-se arma de concorrência, de certa forma desleal, entre as
empresas, pois a informalidade de algumas empresas pode arruinar o restante das empresas do
ramo.
23
II.11 Sonegação Fiscal
O ocultamente do fato gerador por parte do contribuinte com a intenção de não pagar o tributo
devido constitui sonegação fiscal, portanto, um crime contra a ordem tributária.
Segundo Martins (2006) afirma que a sonegação é toda acção ou omissão dolosa tendente a
impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte do estado:
Resumindo o que o autor expõe: toda e qualquer forma dolosa de impedir, por parte ou no todo, a
ocorrência do fato gerador se constituí sonegação. O autor lembra ainda que, quando tiver a
omissão de informações pessoais do contribuinte que geram reflexos na obrigação, tributação
também se configura crime de sonegação.
A venda de mercadorias sem nota é um exemplo de sonegação fiscal, pois existe o fato gerador,
mas que não é conhecido pela autoridade fiscal em virtude da não emissão de documento fiscal
comprobatório da venda. Além do risco da interceptação das mercadorias em trânsito, surge o
problema do produto do recebimento das vendas nestas condições. Depósitos efectuados em
conta corrente da empresa, do sócio ou pessoa ligada são facilmente encontradas pelo fisco
através da quebra legal do sigilo bancário. A constatação de “furo” nos estuques, através de
levantamento físico, evidencia a prática da sonegação fiscal.
O conceito de planeamento tributário não se aplica no caso da venda de mercadorias sem nota,
pelo contrário. A economia tributária gerada pelo não pagamento na venda de mercadorias sem
nota é um crime previsto em lei. O estudo feito anteriormente para que não aconteça o fato
gerador se denomina planeamento tributário. Ocorre que no caso da não emissão da nota fiscal
existe a ocorrência do facto gerador (venda), mas que não é documentada pela empresa para
evitar o pagamento do imposto.
24
II.12 Fraude
Segundo Ibraimo (2002), Fraude é toda acção ou omissão dolosa que tende a impedir ou retardar,
total ou parcialmente a ocorrência do facto gerador da obrigação tributária principal.
Segundo estudo de Abrahão (2011) realizado em Florianópolis, com o tema a elisão fiscal como
ferramenta para o planeamento tributário, com objectivo de compreender se a elisão fiscal como
ferramenta para o planeamento tributário, constitui-se em uma forma de sonegação. O estudo
conclui que a forma que o contribuinte utilizará para reduzir sua carga tributária pode assumir
diversas posições quanto à licitude, e que a intenção de fugir ao tributo através da fraude,
simulação ou conluio, caracteriza-se como crime contra a ordem tributária, podendo ocasionar
elevadas multas e até mesmo reclusão do infractor. Em síntese a grande diferença entre elisão
fiscal e evasão fiscal está atrelada ao fato gerador da obrigação tributária.
O estudo feito pelo Coelho (2017), com o tema, o crime de sonegação fiscal no polo de
confecções do agreste pernambucano sob uma óptica multidimensional, com o objectivo analisar
as repercussões jurídicas e sociais deste ilícito penal tributário O estudo propõe uma nova
compreensão acerca da evasão fiscal no Brasil, a qual actualmente é vista por parte da sociedade
como um meio de economia de custos, mesmo diante da sua ilicitude.
Segundo Oliveira (2002), o seu estudo com o tema Elisão, Evasão e Planeamento Tributário,
com finalidade de examinar as principais diferenças entre elisão fiscal, evasão e planeamento
tributário, tomando por base, seus conceitos básicos interpretados conforme a doutrina
majoritária mais recente, o estudo conclui que a Elisão fiscal, também conhecida como elisão, é
25
prática realizada pelo contribuinte que busca o menor ónus tributário incidente em sua
actividade. As práticas elusivas podem se dar de três formas: induzida pela lei; garantida pela lei;
e em condutas não proibidas pela lei. Elisão é espécie do género planeamento tributário. Evasão
não se confunde com elisão. São dois os aspectos de maior relevância para diferenciá-las:
Licitude dos actos e momento de sua prática, utilizando-se como referência deste último, o fato
gerador. A falta de regulamentação para o referido parágrafo cria insegurança jurídica, o que é
muito prejudicial à relação Fisco-contribuinte. O clima de incerteza existente devido à
mencionada lacuna normativa permite práticas abusivas por parte do Fisco.
Segundo o estudo feito por Weimer (2012) com o tema, A Base Tributária das Autarquias
Moçambicanas: Características, Potencial e Economia Política, O objectivo é o de apresentar
evidências do baixo grau de utilização da própria base tributária das autarquias moçambicanas e,
assim, contribuir para o debate em torno de uma questão essencial para o sucesso do processo da
municipalização.
Segundo Silva (2007), transmissão das participações pelo valor nominal, não gera rendimentos,
tributação. Pelas normas internas, pode a autoridade tributaria corrigir o valor da transmissão,
atendendo a relação do grupo. Mas com a falta de comunicação entre estados, tal alteração é
pouco provável.
26
internacionais contra a dupla tributação, que visa conferir benefícios concedidos a um sujeito
originalmente não legitimado (Santos, 2016).
O que esta em causa é a licitude na utilização dos acordos, onde um sujeito não beneficiado,
elabora o seu planeamento tributário, de modo a encontrar abrigo junto dos benefícios
concedidos, com a finalidade exclusiva de obter uma inferior carga tributaria
27
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
III.1 Introdução
De acordo com SOUSA (2013), Metodologia, que também é chamada de materiais e métodos, é
a descrição da estratégia a ser adoptada, onde constam todos os passos e procedimentos
adoptados para realizar a pesquisa e atingir os objectivos. Neste capítulo o pesquisador pretende
apresentar os métodos e técnicas que foram usados na concretização da pesquisa, entretanto,
evidencia-se o tipo de pesquisa a ser seguida (quanto a forma de abordagem, objectivos e
procedimentos técnicos), as técnicas usadas para a colecta de dados, os métodos adoptados para a
apresentação, análise e interpretação dos mesmos e por fim a identificação do universo e amostra
usados para o estudo de caso.
Em conformidade com o pensamento dos autores acima citados, verifica-se que a presente
pesquisa é de caracter qualitativo, pois aquando a sua realização, de cordo com o previsto
buscou-se obter uma maior familiarização e compreensão do fenómeno em estudo sem ter que
28
quantificar, e, para a análise e interpretação dos dados obtidos foram usadas apenas descrições e
interpretações e atribuiu-se significado a estes sem ter de recorrer a técnicas estatísticas.
Quanto aos objectivos à pesquisa é exploratória, a qual sob ponto de vista de GIL (2002), esta
pesquisa tem como objectivo proporcionar mais informações sobre o tema da pesquisa, com vista
a tornar mais explícito, é bastante flexível, e envolve o levantamento bibliográfico, entrevistas
com pessoas que tem experiência sobre o problema e geralmente assume formas de pesquisas
Bibliográficas e de estudo de caso. Usando como suporte o pensamento de Gil (2002), para
garantir uma maior familiaridade com o fenómeno em estudo, elaborou-se um formulário com
todas questões abertas e foi levado às empresas que, através deste procedeu-se as entrevistas com
os responsáveis pela execução da contabilidade, embora alguns deles tenham preferido responder
em forma de “inquérito” sem que houvesse entrevista devido ao factor tempo
Este consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento. É levada em consideração, principalmente, a compreensão,
como um todo, do assunto investigado. FACHIN (2001) citado por KUMAR (2007). No que diz
respeito ao estudo de caso, GIL (2002) aponta que esta procura o aprofundamento de uma
realidade específica.
29
É basicamente realizada por meio da observação directa das actividades do grupo estudado e de
entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações dos fenómenos que
ocorrem naquela realidade.
Para garantir o estudo profundo dos fenómenos, para além das entrevistas feitas, observou-se de
perto como são aplicados os procedimentos contabilísticos e fiscais no processo de determinação
da matéria colectável em algumas empresas em estudo, visto que houve coincidência entre o
período de colecta de dados e o de preparação dos processos de contas nas tais empresas
As técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras utilizados por uma ciência, ou seja,
corresponde à parte prática da colecta de dados (Lakatos & Marconi, 2001).
No que diz respeito às técnicas de recolha de dados, a pesquisa foi desenvolvida tendo como
base as técnicas descritas por (MARCONI & LAKATOS 2007), que são:
A documentação directa (entrevistas semiestruturadas) que correspondeu ao
levantamento de dados no local onde os fenómenos ocorrem, isto é, recorreu-se a AT
para poder-se ter todas informações necessárias, através de formulário preparado de
acordo com os objectivos traçados procedeu-se as entrevistas;
A documentação indirecta, que se encontra dividida em pesquisa documental (fontes
primárias) e a pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). Quanto a pesquisa documental,
recorreu-se a verificação dos modelos declarativos dos benefícios fiscais, no que tange a
fontes secundárias, recorreu-se as bibliotecas da urbe para obter informações sobre o
assunto de acordo com o pensamento de diversos autores.
No que diz respeito aos métodos de apresentação, análise e interpretação de dados, que foram
obtidos através das técnicas acima descritas e de seguida submetidos a uma análise cuidadosa de
conteúdo tendo em vista os objectivos da pesquisa, que visou na apresentação das informações
colhidas em cada um dos departamentos estudado, realizou-se em quatro momentos,
nomeadamente:
30
Confronto das respostas das entrevistas realizadas nas diferentes firmas, objectivando-se
a verificação de possíveis semelhanças e discrepâncias nas respostas dos entrevistados;
Comparação dos resultados obtidos nas entrevistas com os resultantes da pesquisa
documental, observação directa e da literatura relativa ao tema; e
Por fim a apresentação, análise e interpretação dos dados obtidos e as respectivas
conclusões e recomendações.
Após a efectivação dos quatro momentos, foi feita uma revisão textual cuidadosa objectivando-
se na eliminação de todos erros capazes de provocar alteração no sentido de alguma frase e de
seguida os dados foram organizados, utilizando o Microsoft word.
III.5 Universo
III.6 Amostra
Amostra deste estudo, abrange três (3) funcionários da autoridade tributária da Beira na área
fiscal. Os participantes serão seleccionados através da amostragem não-probabilística. De acordo
com Malhotra (2001), a amostragem não-probabilística é aquela que o pesquisador decide quais
serão os elementos a serem incluídos na amostra.
31
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo faz referência ao cenário do período de 2018-2020 da Direcção da Área Fiscal de
Beira, descreve os procedimentos tributários das empresas que gozam dos benefícios fiscais ao
nível da DAF Beira.
Com intuito de almejar os objectivos gerais e específicos desta pesquisa, foi aplicado um
questionário, direccionado aos gestores e ao pessoal do departamento da área fiscal.
A Direcção da Área Fiscal de Beira funciona num edifício, situado na rua Costa Serrão, área da
baixa, cidade da Beira.
Ao nível da DAF da Beira, existem empresas registadas que gozam de benefícios fiscais?
Se sim, em que áreas de actividade actuam e qual é a base legal que as sustenta?
Ent. f1: Actividades agrícolas, industriais, comerciais e prestações de serviços. A base que as
sustenta é lei no 4/2009 de 12 de Janeiro
Ent. f2: Actividades agrícolas, industriais e comerciais, A base que as sustenta é lei n o 4/2009 de
12 de Janeiro
Ent. f3: atuam na pecuária, agricultura, industrias, transporte e comercio, a base que as sustenta é
a lei no4/2009 de 12 de Janeiro
32
Que tipo de incentivos fiscais e aduaneiras essas empresas gozam?
Há empresas que já foram suspensas do gozo efectivo de benefícios fiscais por inobservância das
obrigações estabelecidas?
Tem havido acções de fiscalização de Autoridade tributária nas empresas que gozam de
benefícios fiscais?
Ent. f1: Sim.
33
Ent. f1: No quinto mês do período tributário.
Na sua opinião, existem algumas lacunas na Legislação Fiscal de que as empresas se podem
aproveitar para não pagamento ou redução de impostos?
Ent. f1: Sim, são essas lacunas que dão origem a elisão fiscal
Caso haja lacunas cite a (s) Lei (s) e o (os) respectivo (s) artigo (s).
IV.3.1 Ao nível da DAF da Beira, existem empresas registadas que gozam de benefícios
fiscais?
Os entrevistados três (3) funcionários afirmam que existem empresas que gozam de benefícios
fiscais ao nível da Direcção de área fiscal de Beira.
De acordo com o Código dos Benefícios Fiscais aprovado pelo Decreto n° 16/2002 de 27 de
Junho, consideram-se benefícios fiscais as medidas fiscais que impliquem uma redução do
montante a pagar dos impostos em vigor com o fim de favorecer actividades de reconhecido
interesse público, social ou cultural, bem como incentivar o desenvolvimento económico do País.
(Artigo 2)
Contudo, é perceptível que os entrevistados concordam com a Lei para darem a entender as
oportunidades oferecidas para que os investimentos continuem a aumentar nos sectores de
interesses públicos e elevando a economia nacional.
34
IV.3.2 Se sim, em que áreas de actividade actuam e qual é a base legal que as sustenta?
Ent. f1: Actividades agrícolas, industriais, comerciais e prestações de serviços. A base que as
sustenta é lei no 4/2009 de 12 de Janeiro
Ent. f2: Actividades agrícolas, industriais e comerciais, A base que as sustenta é lei n o 4/2009 de
12 de Janeiro
Ent. f3: atuam na pecuária, agricultura, industrias, transporte e comercio, a base que as sustenta é
a lei no4/2009 de 12 de Janeiro
Com base no código dos benefícios fiscais, os empreendimentos novos que se localizem nas
áreas geográficas denominadas Zonas de Rápido Desenvolvimento (ZRD) e que desenvolvam as
actividades elegíveis, constantes neste artigo, gozarão dos benefícios fiscais previstos nesta
secção.
35
Com base na Lei estabelecida e as respostas dos entrevistados, os incentivos fiscais visam a dar
ao investidor uma visão de como progredir, investindo em diferenças áreas que estão sujeitas a
estes benefícios. As empresas usam os benefícios fiscais para o planeamento tributário.
IV.3.4 Tem havido acções de fiscalização de Administração tributária nas empresas que
gozam de benefícios fiscais?
Ent. F1: Afirma que tem havido acções de fiscalização da Administração tributaria nas empresas
que gozam dos benefícios fiscais
Ent. f2: Dizem que em algumas vezes tem havido acções de fiscalização.
Ent. f3: diz não ter nenhuma informação sobre alguma fiscalização
Todas as pessoas singulares ou colectivas, titulares do direito ao gozo dos benefícios fiscais a
que se refere o presente Código, ficam sujeitas à fiscalização da Administração Tributária e
demais entidades competentes para o controlo da verificação dos pressupostos dos benefícios
fiscais respectivos e do cumprimento das obrigações estabelecidas para as mesmas empresas
(artigo 5).
IV.3.5 Há empresas que já foram suspensas do gozo efectivo de benefícios fiscais por
inobservância das obrigações estabelecidas?
F1 e F2 afirmam que há empresas que foram suspensas do gozo efectivo de benefícios fiscais por
inobservância da obrigação tributária e F3 não tem informação sobre tal questão.
O gozo efectivo dos benefícios fiscais não poderá ser revogado, nem poderão ser diminuídos os
direitos adquiridos, salvo nos casos previstos no presente diploma se houver inobservância das
obrigações estabelecidas para o beneficiário ou se o benefício tiver sido indevidamente
concedido (artigo 3).
36
IV.3.6 As empresas que gozam de benefícios fiscais preenchem adequadamente a
declaração dos benefícios usufruídos em cada exercício fiscal?
Ent. F1: Diz que algumas empresas preenchem adequadamente as declarações dos benefícios
fiscais
Ent. F2: afirma e confirmam que as empresas preenchem de forma adequada as declarações dos
benefícios fiscais.
Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais e, para a sua determinação e controle,
será exigida declaração apropriada dos benefícios usufruídos em cada exercício fiscal.
Partindo do pressuposto que os funcionários não concordam geralmente entre si, os benefícios
fiscais e aduaneiros usufruídos devem ser devidamente declarados pelas empresas preenchendo
com êxito a declaração no final de cada exercício fiscal.
IV.3.7 Na sua opinião, existem algumas lacunas na Legislação Fiscal de que as empresas se
podem aproveitar para não pagamento ou redução de impostos?
Ent. F1: diz que existem lacunas na legislação, e que são essas lacunas que dão origem a elisão
fiscal.
Segundo Martins (2002) adopção pelo contribuinte de condutas lícitas que tenham por finalidade
diminuir, evitar ou retardar o pagamento do tributo é considerada como prática da elisão fiscal.
Com as respostas fornecidas pelos entrevistados e a opinião do autor podemos dizer que a elisão
fiscal se caracteriza por ser uma obra da criatividade dos planeadores tributários, sempre se
utilizando de meios legais permitidos ou não proibidos na norma, visando a efectivação do
negócio com o menor ónus possível.
37
IV.3.8 Caso haja lacunas cite a (s) Lei (s) e o (os) respectivo (s) artigo (s).
Ent. F1: citam as Leis nº 1 e 2/2006 de 22 /05 lei que cria a AT.
O CBF determina que os destinatários dos benefícios fiscais deverão dispor de contabilidade
organizada, de acordo com o Plano Geral de Contabilidade e das exigências do CIRPC e CIRPS.
No entanto, é recomendável a e existência de uma contabilidade analítica em que se verifica
regimes fiscais distintos, e controles extra-contabilísticos.
Como instrumento de controlo, as empresas, beneficiantes de incentivos fiscais são obrigadas a
submeter à Autoridade Tributária a Declaração Anual de Benefícios Fiscais com os respectivos
anexos, que será instrumento de controlo dos benefícios fiscais.
Os anexos da declaração anual de benefícios fiscais deverão indicar ainda: a origem das compras
e despesas que dão lugar as deduções, com a indicação no número da factura, nome do
fornecedor, importância e montante total a deduzir, bem como as amortizações aceleradas a
efectuar.
Ent. F1: Diz que os instrumentos de controlo dos benefícios fiscais são as declarações fiscais.
Ent. F2: Diz que os instrumentos de controlo de Benefícios fiscais são os anexos das declarações
fiscais.
Com a relação de concordância dos entrevistados e o CBF pode-se afirmar que os instrumentos
usados para o controlo dos benefícios fiscais são a declaração anual de benefícios fiscais com os
respectivos anexos que deverão indicar a origem das compras e despesas que dão lugar as
deduções, com a indicação no número da factura, nome do fornecedor, importância e montante
total a deduzir, bem como as amortizações aceleradas a efectuar.
38
IV.3.10 Qual o prazo para a submissão da Declaração Anual de Benefícios Fiscais?
F1e F3: Dizem que o prazo para a submissão da declaração anual de benefícios fiscais é no
quinto mês do período tributário.
F2: diz que a submissão das declarações anuais dos benefícios fiscais começam do primeiro mês
ate ao quinto mês do período tributário
O CBF diz que a declaração anual de benefícios fiscais e respectivos anexos deverão ser
submetidos junto a Unidade ou Direcção da Área Fiscal juntamente com o Modelo 22, ou seja
até ao final do quinto mês do período de tributação.
Neste contexto, a submissão deve ser feita com base no modelo 22 que deve ser entregue ate ao
final do quinto mês na Direcção da Área Fiscal de Beira.
39
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
V.1 Conclusões
Na elaboração de este trabalho foi possível identificar que, A elisão fiscal se caracteriza por ser
uma obra da criatividade dos planeadores tributários, sempre se utilizando de meios legais
permitidos ou não proibidos na norma, visando a efectivação do negócio com o menor ónus
possível.
A elisão fiscal subdivide-se em elisão fiscal decorrente da própria Lei (benefícios fiscais) e
elisão fiscal que resulta das brechas ou lacunas da Lei.
Salientar que os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais e, para a sua determinação e
controle, será exigida declaração apropriada dos benefícios usufruídos a cada exercício fiscal.
Percebe-se que a administração tributária e outras entidades competentes devem sempre que
poder, enviar uma equipa para supervisionar as empresas beneficiadas.
No que diz respeito, as lacunas da legislação fiscal com certeza elas existem em várias Leis e
decretos só para citar o código do IVA e do IRPS por exemplo. Essas lacunas permitem aos
planeadores uma boa oportunidade de não pagar ou diminuir a carga tributária.
A declaração anual dos Benefícios fiscais devem ser entregues até ao quinto mês do período de
tributação junto em anexo o modelo 22.
Esta declaração anual dos Benefícios fiscais deve ser entregue a unidade ou Direcção de Área
Fiscal.
40
As empresas devem apresentar as suas declarações, anexos fiscais, os modelos preenchidos entre
outros documentos tributários no período estimado pela lei;
As empresas deveriam manter uma relação estabelecida com as suas devidas direcções de área
fiscal e outros órgãos tributários que os interesse para haja lucidez na matéria de pagamento e
cobrança de tributos.
As empresas usufruem dos benefícios fiscais quando tem vantagens nas deduções à matéria
colectável, as deduções à colecta, as amortizações e reintegrações aceleradas, o crédito fiscal, a
isenção e redução de taxas de impostos e contribuições, o diferimento do pagamento de impostos
e outras medidas fiscais de carácter excepcional.
Devido a falta de conhecimentos por parte das empresas por falta de conhecimentos na matéria a
DAF de beira e apresenta uma lista com número baixo de aderentes aos incentivos fiscais e
aduaneiros.
Para as empresas que gozam os benefícios fiscais fazem o seu planeamento tributário com base
nos incentivos fiscais encontrados no CBF, legislações entre outros códigos. Desta feita, as
empresas desfrutam de mais oportunidades de se isentarem o pagamento de tributos.
V.2 Sugestões
A Direcção da Área Fiscal de beira oriente as empresas que gozam dos benefícios fiscais
que preencherem correctamente a declaração anual de benefícios fiscais;
Tratando-se de despesas, os benefícios fiscais, as empresas devem entregar a declaração
anual dos benefícios usufruídos incluindo os seus anexos no prazo estimado ou sofrerão
sanções conforme previsto na Lei;
Dar a conhecer nos seio dos funcionários sobre a elisão fiscal ou condigo do beneficio
fiscal, visto que alguns dos entrevistados não tinham noção das respostas a dar;
Incentivarem as empresas com ramo de actividade do interesse do público que optassem
por uma contabilidade organizada para que se enquadres na lista das empresas com
direito ao gozo dos benefícios fiscais;
41
Sugerir as empresas o uso da legislação para o seu planeamento tributário evitando a
evasão fiscal que constitui crime nos termos da Lei;
As empresas devem se informar sobre os regimes de impostos que vão se enquadrar
analisando os incentivos fiscais e aduaneiros que se beneficiarão;
Sensibilizar os potenciais investidores a usarem os benefícios fiscais, como forma de
alavancar a economia de Sofala;
A DAF tem que criar uma base de dados de empresas que gozam de benefícios fiscais:
Programar acções de auditoria à empresas que gozam de benefícios fiscais;
Desencadear acções de formação de técnicos tributários que lidam com a matéria de
benefícios fiscais;
Diminuir a burocracia para as empresas acederem à Benefícios fiscais.
42
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAHÃO, M.A (2011). A elisão fiscal como ferramenta para o planejamento tributário.
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.
Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Contabeis295994
CERVO, A. L., & BERVIAN, P. A. (2002). Metodologia científica. (5a ed.). São Paulo: Prentice
Hall.
COELHO, S. C. N. (2002). Curso de direito tributário.(6a ed.). Rio de Janeiro. Editora Forense.
CREPALDI, S. A. (2002.). Curso básico de contabilidade de custos. (2a ed.). São Paulo: Atlas.
44
requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Contabilidade e Finanças pela
Universidade Federal do Paraná. Curitiba.
GIL, A. C. Como elaborar projectos de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2002
JORGE, R., & SOUSA, C. (2011). A evasão fiscal das empresas em Portugal Efeitos reflexos na
tributação de IRC Resumo.
45
Martins, I. G. S. (1997). Curso de Direito Tributário. 5º ed, Belém: Cejup.
NOGUEIRA, R.B. (1990). Curso de Direito Tributário, 10a Edição. São Paulo. Ed. Saraiva.
PITÉ, J. (2004). Dicionário breve de sociologia. (2a ed.). Editorial Presença: Lisboa.
Planeamento Tributário. São Paulo, Saraiva, 1997.
RIBEIRO, J. J. T. (1997). Lições de Finanças Publicas (5ª. Edição.) Coimbra, Portugal: Editora.
SANTO, A. S. V. dos (2016). Planeamento fiscal e a questão da elisão fiscal, estudo sobre o
“treaty shoping” a luz da norma geral anti-elisiva.
SOUSA, M. J., & Baptista, C. S. Como fazer investigação, dissertação, teses e relatórios segundo
Bolonha, Lisboa, Pactor Editora, 2011.
www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/elisao-fiscal-pagar-menos-sonegar-impostos/
visto no dia 19/12/2021
46
VOUGA, M.M.P. Imposto Pessoal Sobre o Rendimento, Compatibilização com um Modelo
Dual de Tributação. (Dissertação de Mestrado em Fiscalidade). Instituto Superior de
Contabilidade e Administração. Lisboa: Instituto Politécnico de Lisboa, 2011.
YIN, R. K. (2001) Estudo de caso: planeamento e métodos. (2a ed.). Porto Alegre:Bookman,.
47
APÊNDICE
UNIVERSIDADE ZAmbeze
O presente guião de entrevista, objectiva colectar dados para fins académicos, com o tema: Elisão
Fiscal Como Ferramenta de Planeamento Tributário: Servicos da área Fiscal da Autoridade
Tributaria da beira (2018-2020). Será garantida a confidencialidade dos dados fornecidos.
Dados Pessoais
Identificação do Entrevistado
Questões de pesquisa
1. Ao nível da DAF da Beira, existem empresas registadas que gozam de benefícios fiscais?
Sim () Não ()
2. Se sim, em que áreas de actividade actuam e qual é a base legal que as sustenta?
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5. Há empresas que já foram suspensas do gozo efectivo de benefícios fiscais por inobservância
das obrigações estabelecidas?
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6. Tem havido acções de fiscalização de Administração tributária nas empresas que gozam de
benefícios fiscais?
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8. Qual o prazo para a submissão da Declaração Anual de Benefícios Fiscais?
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9. Na sua opinião, existem algumas lacunas na Legislação Fiscal de que as empresas se podem
aproveitar para não pagamento de impostos?
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10. Caso haja lacunas cite a (s) Lei (s) e o (os) respectivo (s) artigo (s).
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ANEXOS
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