Introdução
O ser humano, em busca de conhecer o que o cerca, desenvolve novos conhecimentos,
assim, o progresso da ciência é produto da atividade humana que transforma o mundo, trans-
forma a natureza e produz cultura.
Desta forma, o ser humano produz conhecimento que se reúne em senso comum, teológico,
científico e filosófico. Vamos compreender como isto funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
FIQUE ATENTO!
O saber empírico, ou o conhecimento do senso comum, abre as portas para a inves-
tigação científica, pois ele é uma forma de saber que estabelece o primeiro contato
com o mundo.
O contato direto com a natureza, com o mundo, relaciona-se ao conhecimento empírico, sendo
este o primeiro contato entre o sujeito e o objeto, entre o intelecto e o mundo sensível. Observe
que o senso comum se contenta com simples imagens superficiais das coisas, constituindo uma
visão ingênua e muitas vezes sem crítica do mundo. Essa forma de saber não estabelece relações
significativas de suas interpretações, não possui fundamentos científicos ou métodos de análise,
e caracteriza-se como uma imagem fragmentária da realidade (FACHIN, 2006).
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Se por um lado, o senso comum caracteriza um saber não fundamentado um conhecimento
da vida cotidiana, por outro, mostra, em sua simplicidade, o primeiro contato do ser humano com
a realidade.
EXEMPLO
Observar que uma vidraça se quebra quando se arremessa uma pedra, é um saber do
senso comum, mas saber o porquê o vidro quebra, ultrapassa essa forma de saber,
cabendo a um saber mais elaborado, como a ciência, a descoberta desta causa a
partir do seu efeito.
Portanto, mesmo o senso comum não sendo um saber comprovado, ele representa um saber
empírico, que por sua vez, é a base para a experimentação do conhecimento científico.
Fonte: FreddEP/Shutterstock.com
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre
mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registradas
em livros sagrados ou são reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos
ou profetas (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Enquanto a mitologia apresenta deuses para explicar o mundo, a religião monote-
ísta obtém em um único Deus a sua crença, assim, o ser humano crê pela fé e pela
aceitação do saber divino.
Desta maneira, a religião se faz presente na vida do ser humano, manifestando-se de diferentes
formas. A força da fé e a crença em dogmas é o que fundamenta a vida religiosa, e seus seguidores,
no caso das religiões monoteístas, acreditam em um Deus soberano como força espiritual que per-
mite a continuação da vida após a morte.
EXEMPLO
Com o mito, a causa de um trovão poderia ser a manifestação da ira dos deuses. Para
a religião, uma criação divina. Já para a ciência, o trovão evidencia o efeito causado
pelo raio em decorrência de tempestade, possuindo uma explicação científica sobre
energia, força e elementos da natureza que provocam esse acontecimento.
Vale lembrar que a religião é uma forma de observar e interpretar a realidade, acreditando em
dogmas e crenças, apoiados na fé pela existência de um ser superior. O que não significa dizer que
as religiões não se fundamentam na racionalidade (BERGER, 2004).
SAIBA MAIS!
Para aprofundar nessa relação entre filosofia e ciência, leia o artigo “Entre a Filosofia
e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia”, que apresenta não só uma relação
entre esses dois saberes, como apresenta a visão de um filósofo e uma forma
especializada de ciência, a psicologia. Disponível no link: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>.
A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza por aplicação de
pesquisas metódicas e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da
realidade, o conhecimento científico pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pes-
quisa, um saber que se estabelece na prática, com teorias e hipóteses, com o fim último de des-
vendar os segredos da realidade.
Figura 3 – Conhecimento científico
Fonte: Kotoffei/Shuterstock.com
Fonte: Chinnapong/Shutterstock.com
Tanto a filosofia quanto a ciência possuem um saber rigoroso, mas, enquanto a ciência se
ocupa com um saber especializado, a filosofia trata com um saber de conjunto. E, enquanto a
ciência evidencia um conhecimento por causa e efeito, a filosofia busca a causa última que funda-
menta todo o saber.
FIQUE ATENTO!
Por mais que a ciência e a filosofia investiguem o mesmo objeto, cada qual consti-
tui uma forma específica de conhecimento.
Fechamento
Compreendemos que há várias formas de se observar a realidade, atrelada aos diversos
saberes, cada qual expondo uma maneira de adquirir conhecimento.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São
Paulo: Paulus Editora, 2004.
VERISSIMO, Danilo Saretta; FURLAN, Reinaldo. Entre a Filosofia e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psi-
cologia. Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, v. 17, n. 38, p. 331-342, 2007. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>. Acesso em: 28 abr. 2017.