Você está na página 1de 4

Abordagem centrada na pessoa à educação

[...] a pedagogia rogeriana reside no fato de considerar que os alunos


aprendem melhor, são mais assíduos, interessados, motivados e participativos,
são mais criativos e capazes de resolver problemas, se os professores lhe
proporcionarem um clima humano, quer sob o ponto de vista relacional, quer
afetivo, e um ambiente de confiança, facilitador da aprendizagem.

De acordo com Carl Rogers, todos os princípios da terapia centrada na pessoa


são válidos para a educação, ou seja, a educação deve despertar as forças
positivas e crescimento que existem em todo ser humano para tal é
fundamental considerar a qualidade da relação professor aluno. Todos os seres
humanos na visão de Rogers tem uma tendência natural para o crescimento
em direções saudáveis, ele considera que é papel do terapeuta, assim como do
professor oferecer as melhores condições possíveis para que as pessoas
busquem sua própria realização, nesse processo três elementos são
essenciais. A chamada tríade rogeriana base tanto da terapia quanto da
educação centradas na pessoa.
Aceitação positiva incondicional aceitar as pessoas como elas são, empatia
que a capacidade de conseguir colocar-se no lugar do outro e a congruência
quer dizer ser autêntico não fingir e nem levar as pessoas a fingir.
A empatia que é a capacidade de se colocar no lugar do outro permite ao
professor compreender o mundo interno do estudante, seus sentimentos,
desejos e aflições; também permite que o professor comunique ao estudante
que ele é compreendido.
Aceitação positiva incondicional é a capacidade de aceitar um estudante com
todas as suas características, inclusive, aquelas que precisam ser trabalhadas,
aceitar o aluno sem reservas, sem preconceitos de qualquer espécie
entendendo o ser humano como alguém que está sempre em processo nunca
acabado, essa deve ser a postura do professor.
Congruência é aceitar e compreender a si mesmo ou seja ser o que é, não
fingir e não levar o outro a fingir e isso não significa que se deve agir como bem
entende de forma grosseira e egoísta pois isso seria a falta de empatia.
Aprendizagem centrada no aluno

“O aluno deve ser ativo, não passivo. Ela ou ele tem que aprender a
interpretar, a negociar significados; tem que aprender a ser crítica (o) e aceitar
a crítica. 
Receber acriticamente a narrativa do “bom professor” não leva a
uma aprendizagem significativa crítica, a uma aprendizagem relevante, de
longa duração; não leva ao aprender a aprender”. (ROGERS, 1969 apud
MOREIRA, 
2010. p. 4). 

Para Carl Roger, no acompanhamento centrado no aluno, quando o aluno se


torna o centro do processo ele também se torna mais ativo, ele passa a ser
sujeito, ele mesmo tem que trabalhar no seu processo de aprendizagem pois
existe conteúdo e conhecimento, conteúdo é o que o professor repassa ao
aluno na sala de aula, mas isso não é o suficiente para que o aluno obtenha
conhecimento, o conhecimento é a transformação desse conteúdo em algo
com significado que ele saiba o que fazer com esse conteúdo. Dessa forma,
ele também se torna construtor da sua aprendizagem. Nesse processo o aluno
se torna o cultivador do conhecimento tendo o professor como mediador
facilitador do acesso à informação. Portanto se define esse processo de ensino
em um meio para aprender a interpretar, ser crítico e receber crítica agindo de
forma ativa.

“Se os professores aceitam os alunos como eles são, permitem que


expressem seus sentimentos e atitudes sem condenação ou julgamentos,
planejam atividades de aprendizagem com eles e não para eles, criam uma
atmosfera de sala de aula relativamente livre de tensões e pressões
emocionais, as consequências que se seguem são diferentes daquelas
observadas em situações onde essas condições não existem. As
consequências, de acordo com as evidências atuais, parecem ser na direção
de objetivos democráticos.” (ROGERS, apud GOBBI et al., 1998: 27).

O papel do professor também muda, o professor se torna o


facilitador/mediador. Para Carl Rogers o docente apenas disponibilizará os
recursos necessários para o desenvolvimento do conhecimento do aluno no
sentido literal de facilitar o acesso ao material e o aluno ganhará autonomia
para administrar livremente o conteúdo.
O facilitador da aprendizagem deverá ser um apoio para o educando na busca
de novos conhecimentos, esses saberes serão alcançados pela autoiniciativa
do aluno, que buscará conhecimento conforme seu interesse, de forma a
preencher seus anseios e necessidades de forma significativa. Neste caminhar,
junto com o aluno, o professor se descobrirá como facilitador. Seu
relacionamento honesto, franco e autêntico com os discentes proporcionará um
ambiente, na sala de aula, com liberdade que promoverá atitudes de
cooperação e levantamento de hipóteses para a solução de diversos
problemas reais dos alunos. É de extrema importância que o facilitador desafie
o educando a explorar o que ainda não conhece. Este ato não deve ser
confundido com o de motivá-lo, pois na óptica rogeriana, o desenvolvimento
global das potencialidades pessoais acontece naturalmente pela evolução
humana, sendo assim os alunos já estão abertos a novos conhecimentos por,
por isso o facilitador deve despertar a curiosidade natural do aluno, levando-o a
buscar novas oportunidades para ampliação de sua capacidade intelectual. Da
mesma forma, promoverá um clima facilitador de relações entre os alunos,
onde permeie a espontaneidade na sala de aula. Para este fim, os alunos não
serão reprimidos por seus erros. Este atendimento educacional permite maior
aproximação, comunicação e integração entre os alunos e professor/aluno,
cativando-os a ponto de que proporcione um clima favorável à participação e
cooperação livre de todos.
Além disso, para Rogers, ensinar é importante, mas mais importante ainda é
criar as condições para favorecer a aprendizagem. Um professor na
perspectiva rogeriana deve criar o ambiente que seja convidativo a
aprendizagem ao invés de se preocupar apenas em ministrar conteúdo.

Objetivos na abordagem centrada no aluno


Alcançar o engajamento dos alunos é necessário, e o professor consegue o
engajamento dos alunos propondo a eles atividades que sejam interessantes,
atividades que sejam reflexivas, inquisidoras e desafiadoras e para isso é
preciso envolver o estudante propondo desafios nas atividades, permitir que
esses alunos tomem decisões ao desenvolver essas tarefas que o professor
planeja, é preciso permitir que eles explorem coisas novas, é preciso ver o erro
como parte da aprendizagem na aprendizagem, não tratando o erro como algo
a ser punido e sim algo a ser analisado.
Ao final desse processo se espera que seja possível produzir um
aprendizagem mais profunda e essa aprendizagem mais profunda passa por
construir conhecimentos, desenvolver competências, não só as competências
técnicas como os competências sócios emocionais e então o docente prepara
o aluno para que ele consiga se sair bem na vida acadêmica, na vida
profissional e na vida pessoal.

Você também pode gostar