Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
ciência
22 DE JUNHO DE 2022
COMPARTILHE
Segundo Popper, o valor da ciência não está na comprovação experimental das teorias
científicas por meio do acúmulo de proposições de observação singulares que confirmem a
hipótese, mas na possibilidade de provas experimentais poderem falsear os seus enunciados
científicos. Os fatos nunca podem provar positivamente que uma teoria é verdadeira; podem,
porém, falseá-la. O que caracteriza o conhecimento científico é essa possibilidade de se provar
que uma teoria científica está errada e de se a corrigir ou substituir por outra melhor. O método
adotado consiste em identificar os problemas de investigação, que surgem através de dúvidas
que não encontram respostas nas teorias vigentes, propondo hipóteses ousadas (quanto mais
falseável for uma teoria, mais científica será) e, através de testes experimentais que busquem
a falseabilidade e a crítica intersubjetiva (modus Tollens), localizar os possíveis erros dessas
hipóteses e teorias. À medida que se vai provando que algumas ideias são falsas, cria-se a
necessidade de produzir outras melhores que não contenham as falhas das anteriores. É
dessa forma que o conhecimento científico cresce, por um processo de substituição ou
renovação de suas teorias, e não pela acumulação de certezas.
Para Kuhn, os cientistas, normalmente, procuram resolver os problemas e desenvolver o
potencial de suas teorias e, assim, comprovar que estão corretas e conforme ao paradigma
vigente. Mesmo que encontrem alguns casos ou provas falseadoras, custam a abandonar suas
teorias. Os fatos, provas e casos novos que conflitam com as teorias vigentes do paradigma
tendem a ser ignorados por eles, pois acreditam fortemente que o seu paradigma tem a
resposta para os problemas levantados. Somente em casos críticos, quando os problemas se
acumulam e viram anomalias (momentos de crise/revolução), é que podem abandonar uma
teoria (o paradigma) e a substituir por outra melhor. Os cientistas mudam de paradigma,
abandonando-o, apenas quando o novo que surgir for mais forte, não contendo as falhas do
anterior e dando-lhes maiores possibilidades explicativas. Em geral, quem funda um novo
paradigma são pessoas de fora, isto é, pertencem a outra área de conhecimento. Os cientistas
aderem por conversão ou persuasão ao que consideram ser o melhor paradigma para
continuar a fazer ciência. O quadro da progressão da ciência pode ser assim descrito: Pré-
ciência – ciência normal (paradigma) – crise-revolução – nova ciência normal (paradigma). A
ciência não caminha numa via linear, contínua e progressiva, mas por saltos e revoluções.
Referências Bibliográficas
KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1987.
POPPER, Karl Raimund. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 2013.