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CONTROLE DE DOENÇAS DE

CAPRINOS E OVINOS:
animais saudáveis, retorno garantido

Data de início do curso: 18/10/10

Data de término do curso: 22/11/10


CONTEÚDO

• Apresentação do curso e Introdução

• O que é fundamental conhecer para ter sucesso no manejo sanitário

• Distúrbios metabólicos e doença priônica

• Doenças bacterianas

• Doenças virais

• Tópicos de Legislação

• Considerações Finais sobre Sanidade de Caprinos e Ovinos


CONTROLE DE DOENÇAS DE
CAPRINOS E OVINOS:
animais saudáveis, retorno garantido
UROLITÍASE

 Afeta machos ruminantes

 Presença dentro do trato urinário de urólitos


(cálculos urinários), pela oclusão da uretra,
pela retenção da urina, e ruptura bexiga ou
uretra.
COMO OS CÁLCULOS SÃO
FORMADOS?
 Fatores

1) Favorecem o desenvolvimento de um
núcleo.

2) Facilitam a precipitação dos solutos no


núcleo.

3) Favorecem a concreção pela consolidação


dos sais precipitados para o desenvolvimento
do cálculo.
COMO OS CÁLCULOS SÃO
FORMADOS?
1. Favorecem o desenvolvimento de um núcleo
 Núcleo = células epiteliais descamadas ou tecido
necrótico  base de agregação
 Inflamação
 Colóides
 Precipitação de bactérias
 Falta de vitamina A
 Administração de estrogênio
COMO OS CÁLCULOS SÃO
FORMADOS?
2. Facilitam a precipitação dos solutos no
núcleo
 Urina é instável  muito soluto
 Colóide
 Aumento de soluto  precipitação.
 Grãos em algumas refeições em grande quantidade
 reduz o volume e concentra a urina
COMO OS CÁLCULOS SÃO
FORMADOS?
3. Favorecem a concreção pela consolidação
dos sais precipitados para o
desenvolvimento do cálculo.
TIPOS DE CÁLCULOS
 Carbonato de cálcio: trevo, plantas com
oxalato - RARO!!!
 Sílica: gramíneas (Brachiaria, Buffel, cetária -
pêlos)
 Carbonato de amônio
 Carbonato de magnésio
 Fosfato de amônio: confinados
 Extruvita:
Extruvita: confinados, grãos
EXCREÇÃO DO FÓSFORO
FORMAÇÃO DO CÁLCULO

 Fósforo em excesso na circulação  rins


para excreção.

 Urina alcalina (pH 7,6 – 8,4)  P insolúvel


acumula-se no colóide na bexiga  precipita
e forma cristais com o Ca e Mg  concreção.

 Cálculos na bexiga  deslocamento.


EXCREÇÃO DO FÓSFORO
FASES DO PROCESSO
Primeira
 apenas obstrução da uretra
 sinais dor, agitação, agita a cauda, tenta a micção e
não consegue.
 posicionamento típico, com os membros posteriores
distendidos e freqüentes contrações abdominais
 urina pode gotejar pelo prepúcio, às vezes com
sangue quando não há obstrução total
 hipersensibilidade à palpação
 pode também haver exposição do pênis e
entumescimento
FASES DO PROCESSO

Ovino com urolitíase, observe pênis edemaciado.


Fonte: RIBEIRO (2007)
FASES DO PROCESSO

Ovinos com obstrução uretral há vários dias. Note a expressão de dor.


Fonte: Nadis.org
FASES DO PROCESSO

Segunda
 há ruptura da uretra
 sintomas anteriores permanecem
 região ventral do abdome ao longo do trajeto
peniano apresenta-se edemaciado e com
infiltração de urina
 em certos casos o infiltrado atinge o saco
escrotal
FASES DO PROCESSO

Terceira
 há a ruptura da bexiga
 o animal mostra inicialmente sinais de melhora 
alívio da pressão urinária que diminui a dor
 passadas poucas horas o animal vem a óbito
DIAGNÓSTICO - Sinais

• Cálculos na pelve renal ou ureteres  andar


rígido, dor no lombo.

• Cálculos obstruindo a uretra:  dor abdominal,


coices no abdomen, pateamento dos membros
torácicos, balançar da cauda, contração repetida do
pênis, grunhidos, ranger de dentes, depressão
repentina, anúria ou poucas gotas de urina.
DIAGNÓSTICO - Sinais

• Ruptura da uretra ou bexiga: 48 horas sem


intervenção  alívio. Aumento de volume
abdominal  depósito de urina. A pele pode
começar a necrosar e drenar. Anorexia, depressão.
Na percussão tátil nota-se uma onda de líquido e
culmina com morte dois a três dias após ou na
ruptura da bexiga por hemorragia.
DIAGNÓSTICO - Exames

Exames complementares
 urinálise  eritrócitos, células epiteliais,
cristais, agregados e bactérias no caso de
infecção
 uréia no sangue
 ultrasonografia  presença de cálculos
flutuantes e líquido na cavidade abdominal
quando houver ruptura de bexiga
DIAGNÓSTICO - Necropsia
 Dilatação de ureter e hidronefrose, bexiga repleta de
urina, presença de cálculos e rupturas.

Necropsia de carneio: bexiga distendida repleta de urina devido à obstrução.


Fonte: Nadis.org
Não se tem tratamento eficaz,
por isso a prevenção é o
ponto chave! Para isso
devemos conhecer bem os
fatores predisponentes à
urolitíase obstrutiva!!!
PREVENÇÃO

A recomendação básica é fornecer uma


dieta equilibrada com alta proporção
volumoso:concentrado e relação
cálcio:fósforo de no mínimo 2:1. ter
sempre à disposição água de
qualidade.
PREVENÇÃO

Atenção especial aos machos


reprodutores adultos (carneiros e
bodes) e animais de pista.
PREVENÇÃO

 Grãos de cereais (milho, cevada, etc.) 


relação não desejável de cálcio:fósforo
variando de 1:4 a 1:6.

 1 a 1,5% (máximo) PV em grãos com relação


Ca:P  dividir em porções ao longo do dia
evita concentração de sais na urina

 Calcáreo calcítico na dieta


PREVENÇÃO

 Cloreto de amônio a 1% na ração:


 0,5 a 1% na MS da dieta.
 10 g/dia/animal
 15 g/dia/animal no pasto com suplementação
protéica
 acidifica a urina, previne precipitação do fosfato,
mas não evita sílica

 Cloreto de cálcio 1,5%: 14 g/dia/animal


CONTROLE DE DOENÇAS DE
CAPRINOS E OVINOS:
animais saudáveis, retorno garantido
CONTROLE DE DOENÇAS DE
CAPRINOS E OVINOS:
animais saudáveis, retorno garantido

CAPÍTULO 4
Doenças Bacteriana

1. Ceratoconjuntivite
2. Clostridioses
3. Epididimite dos Carneiros (Brucelose Ovina)
4. Foot Rot
5. Linfoadenite Caseosa
6. Mastite
LINFOADENITE CASEOSA

Linfadenite Caseosa ou “Mal do Caroço”

Infecto contagiosa crônica

Situação do Brasil

Animais mais acometidos


LINFOADENITE CASEOSA

Introdução da doença no rebanho

POTENCIAL ZOONÓTICO:
infecta ocasionalmente o homem
Perdas nas caprino e ovinocultura
causadas pela Linfoadenite Caseosa
Úbere

Linfonodo
Sub-mandíbular

Rim

Pulmão
Perdas nas caprino e ovinocultura
causadas pela Linfoadenite Caseosa

 a diminuição da produção de carne, leite, lã


e/ou pele;
 a condenação de carcaças;
 aumento dos custos de
produção;
 ao descarte precoce de animais com boa
produção;
 a baixa qualidade da pele (cicatrizes).
Abscesso de
Linfoadenite Caseosa
rompido durante a
inspeção da carcaça
AGENTE PATOLÓGICO

 Corynebacterium pseudotuberculosis

 Espessa camada lipídica: proteção e citotóxica

Tabela 1. Tempo de resistência da Corynebacterium pseudotuberculosis

Local Tempo de sobrevivência


Carne congelada, pele, vísceras Meses
temperaturas
Solo 8 meses
baixas e
Instalações 4 meses condições
Madeira 1 semana adequadas de
Feno 2 meses umidade
Animal infectado Tempo indeterminado
TRANSMISSÃO

Contato direto

Equipamentos (tesoura,
tatuador, tosquiadeira, etc.)

Instalações (piso, cercas, brete)

Alimento

Solo, cocho, cama, bebedouro...


TRANSMISSÃO

Pele e mucosas intactas ou lesionadas


(feridas e arranhões)

 Inalação: pulmão e pneumonia

Ingestão: l. submandibular
SINAIS CLÍNICOS

Linfoadenite linfonodos
externa superficiais

Órgãos (fígado, baço,


Linfoadenite rins, pulmão, etc.)
interna
linfonodos internos
SINAIS CLÍNICOS:

 ABSCESSOS:

- pus de consistência caseosa

- coloração amarelo-esverdeado

- envolvidos por uma cápsula


fibrosa.
SINAIS CLÍNICOS:
LINFOADENITE CASEOSA SUPERFICIAL

 Início: aumento de volume, firmes e sensíveis


à palpação. (facilmente palpáveis)
 Macios e pode ocorrer queda de pêlo ou lã na
parte central da lesão.
SINAIS CLÍNICOS:
LINFOADENITE CASEOSA EXTERNA
Figura. Principais linfonodos superficiais afetados:

(a) parotídeo;
(b) retrofaríngeo;
(c) mandibular;
(d) pré-escapular;
(e) pré-femoral;
(f) poplíteo
(g) linfonodo inguinal
superficial e supramamário

Fonte: Adaptado de PUGH (2005)


SINAIS CLÍNICOS:
LINFOADENITE CASEOSA INTERNA
 Forma “Visceral”
 Localização dos abscesso: sinais clínicos*
 Pulmão: intolerância ao exercício, taquipnéia,
dispnéia e tosse crônica
 “Síndrome da Ovelha Magra”
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

 Sinais clínicos X histórico do animal


Tabela 2. Enfermidades que confundem o diagnóstico clínico da Linfoadenite superficial e
visceral.
SUPERFICIAL INTERNA (VISCERAL)
Abscessos causados por vacinação incorreta Subnutrição e parasitismo

Cisto salivar Scrapie


Linfossarcoma e outros tumores Adenomatose pulmonar
Edema submandibular (verminose) Pasteurelose
Abscessos causados por outros agentes Paratuberculosis
patogênicos (exemplo:Staphilococcus aureus)
Neoplasias

 Diagnóstico linfoadenite visceral


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

 Isolamento da bactéria: secreção dos abscessos


 Testes sorológicos: ELIZA
 Laboratórios credenciados no PNSCO:
(Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários)
http://www.agricultura.gov.br

PROGRAMAS NACIONAL
PLANOS E ÁREA APOIO
PROGRAMAS DE SANIDADE DE
PROGRAMAS ANIMAL LABORATORIAL
CAPRINOS E OVINOS
(PNSCO)
TRATAMENTO

 O uso de antibióticos é eficaz?


TRATAMENTO

 PRIMEIRO: Aplicação de formol 10%


- irritante aos tecidos (pele, mucosas e pulmões)
- considerado cancerígeno

FORMOL em animais para consumo humano não é


recomendado!!!
ao efeito residual acumulativo do produto
Proibido nos EUA
TRATAMENTO

 SEGUNDO: retirada cirúrgica do abscesso


- Abscesso inteiro com a cápsula fibrosa
- Contaminação ambiental
TRATAMENTO

 TERCEIRO: drenagem do abscesso (abertura)

- Objetivo: evitar contaminação de instalações e


do ambiente (pastagem, solo, etc.)

- Local adequado X desinfecção posterior

- Use sempre luvas!!!


TRATAMENTO

 PROCEDIMENTO PARA
DRENAGEM DO ABSCESSO

- Lavar X tricotomia X
desinfecção
(álcool iodado)

- Incisão em U: facilita
drenagem e limpeza
Incisão do abscesso Drenagem do abscesso

Colheita do material em recipiente


 PROCEDIMENTO
PARA DRENAGEM DO
ABSCESSO

- Limpeza interna e
externa do abscesso
com iodo 10%
- Deixar uma gaze
embebida no iodo
10% por 24h
- Aplicar repelente
somente ao
redor!!!
TRATAMENTO

 PROCEDIMENTO PARA DRENAGEM DO


ABSCESSO

- Isolamento e curativo diário


- Descarte da secreção drenada
- Limpeza e desinfecção dos instrumentos e
instalações
IMPORTANTE: A remoção a
drenagem ou remoção do abscesso
são tratamentos locais e o animal
permanece infectado!
FATORES QUE DIFICULTAM O
CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA
LINFOADENITE CASEOSA

 Período de incubação longo:


25-147 dias; 2-3 anos

 Em determinados momentos os animais


infectados não apresentam abscessos visíveis

 Abscesso internos X sinais clínicos

 Resistência X período sobrevivência


CONTROLE E PREVENÇÃO

 Isolamento e tratamento

 Drenagem X rompimento

do abscesso

 Eliminação do conteúdo

dos abscessos
CONTROLE E PREVENÇÃO

 Quarentena

 Cuidado com banho sarnicida após a tosquia

 Adequada limpeza e desinfecção de instalações,


cochos, bebedouros e saleiros. Lembre-se que
a bactéria pode sobreviver por bastante
tempo no meio ambiente!!!
VACINAÇÃO
 Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA):
MAPA (2000)

 LINFOVAC é produzida pela Laboratório


Vencofarma

 BIODECTIN® é produzida pela Fort Dodge, MAPA


(1999/ nº 6746)
Linfadenite Caseosa; Enterotoxemia; Carbúnculo Sintomático;
Edema Maligno; Hepatite Necrótica; Tétano + moxidectina
(ENDO E ECTOPARASITAS)
VACINAÇÃO
 RECOMENDAÇÃO:
- Cabritos e cordeiros: a partir dos 2 meses de idade + reforço
após 30 dias
- Fêmeas gestantes (terço final): qualidade do colostro
- Vacinação anual do rebanho

 ATENÇÃO: A vacina é preventiva e não curativa!!!


 A vacina não protege 100%

PROGRAMA DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO:


VACINAÇÃO X MEDIDAS PROFILATICAS E CURATIVAS
Controle de Doenças de
Caprinos e Ovinos: animais
saudáveis, retorno garantido

Data de início do curso: 18/10/10


Data de término do curso: 22/11/10

Formas de Pagamento
Valor: R$ 250,00
Para ganhar desconto de 15% informe
CÓDIGO 393530 na inscrição
(valor com desconto R$ 212,50).
2x no Boleto Bancário ou 18X no cartão de
crédito
Inscrições:
www.iepec.com

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