Você está na página 1de 20

Monografia

:
efeitos sobre
a pressão arterial,
parâmetros
antropométricos
e metabólicos.
Monografia Ceci®
efeitos sobre a pressão
arterial, parâmetros
antropométricos e
metabólicos

Dr. Achilles Machado Cruz –


CRM-SP 53.579
Ginecologista e obstetra pelo Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP. Mestre em Medicina pela
Faculdade de Medicina da Universidade
de Lisboa.

Dr. César Eduardo Fernandes


– CRM-SP 25.734
Professor titular da disciplina de
Ginecologia do Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade
de Medicina do ABC, Santo André/SP.

Dr. Cristiano Roberto Grimaldi


Barcellos – CRM-SP 94.400
Endocrinologista, doutor em Medicina
pela FMUSP. Professor da Faculdade
de Ciências Médicas da PUC-SP.

Dr. Jairo Lins Borges – CRM-


SP 46.977
Cardiologista, professor da disciplina
de Cardiologia da UNIFESP –
Universidade Federal de São Paulo.
Índice

• Introdução.................................................................................................... 4
• Efeitos dos estrogênios sobre a pressão arterial................................ 4
• Importância da escolha do progestagênio na
terapêutica hormonal................................................................................ 5
• Classificação da pressão arterial na população adulta...................... 8
• Efeitos da TH sobre a pressão arterial em mulheres
pós-menopáusicas.................................................................................... 9
• Efeitos da combinação E2/DRSP sobre a pressão arterial ................10
• Efeitos da TH com E2/DRSP nos parâmetros
antropométricos e metabólicos............................................................. 12
• Conclusão...................................................................................................14
• Referências bibliográficas.......................................................................15
Outrossim, é importante mencionar que, sob o rótulo da
Introdução TH, existe uma multiplicidade de opções terapêuticas que
envolvem diferentes hormônios. Não se pode, portanto, fa-
Durante a menopausa, com o declínio da função ova- lar de efeito de classe quando se considera a TH. Cada al-
riana, as mulheres passam a experimentar os sinais e sin- ternativa de TH tem efeito singular e próprio, nem sempre
tomas relacionados ao hipoestrogenismo, que incluem os mantido quando se faz alguma alteração em relação a uma
fogachos, suores noturnos, insônia, disfunção sexual, mu- determinada formulação com respeito à dose empregada, à
danças do humor, atrofia urogenital, ganho de peso e alte- composição de hormônios e ao regime terapêutico.9
rações musculoesqueléticas com consequente desenvol- Nesta monografia, interessa-nos considerar os efei-
vimento de osteoporose e fraturas de fragilidades.1-3 Além tos da TH, em especial ao seu componente progestagê-
disso, podem ocorrer alterações metabólicas e cardiovas- nico, drospirenona (DRSP), sobre a pressão arterial (PA),
culares, com aumento do risco de doenças e complicações parâmetros antropométricos e metabólicos em mulheres
da aterosclerose, como infarto agudo do miocárdio (IAM) e pós-menopáusicas.
acidente vascular cerebral (AVC), que afetam a saúde geral
e a qualidade de vida.1,2
A terapia hormonal (TH) da menopausa permanece sen-
do o tratamento mais eficaz para o alívio dos sintomas va-
Efeitos dos estrogênios sobre
somotores e da atrofia urogenital, além de ajudar a prevenir a pressão arterial
a perda de massa óssea e a reduzir o risco de fraturas osteo-
poróticas, com uma relação de risco-benefício favorável em Os efeitos dos estrogênios sobre a parede arterial são
mulheres sem contraindicações e que iniciam o tratamento mediados por receptores de estrogênio (RE), que promovem
antes de 60 anos ou dentro de dez anos do início da meno- a regulação do tônus vascular, incluindo a vasodilatação in-
pausa.4-6 dependente do endotélio, o aumento da biodisponibilidade
Para mulheres com útero intacto, a adição de um proges- de óxido nítrico, a inibição da proliferação das células mus-
tagênio à terapêutica estrogênica faz-se necessária para a culares lisas da parede vascular e a proliferação excessiva
proteção endometrial, evitando, dessa forma, o aumento que se segue à lesão parietal das artérias.10-13
do risco de hiperplasia e de câncer do endométrio.7 Deve ser Também é bastante conhecido o efeito dos estrogênios
ressaltado que a TH exerce, em concomitância com o alívio endógenos e exógenos em estimular a síntese hepática de an-
dos sintomas climatéricos, múltiplos outros efeitos sobre giotensinogênio que, por sua vez, promove o aumento da aldos-
órgãos e sistemas do organismo feminino que devem fazer terona plasmática pela ativação do Sistema Renina-Angioten-
parte da equação riscos/benefícios para suas usuárias.8 sina-Aldosterona (SRAA).10-12 O principal efeito da aldosterona é

4 – Monografia Ceci®
estimular a reabsorção renal de sódio. Portanto, em mulheres A maioria dos progestagênios não se liga apenas aos
com predisposição, os estrogênios podem causar retenção de receptores da progesterona, mas interagem também
sódio e água e promover aumento da pressão arterial (PA). 11-13
com outros receptores esteroidais, incluindo os recepto-
Contudo, os estrogênios têm efeito predominantemente res estrogênico, androgênico, glicocorticoide e mineralo-
vasodilatador e, por essa razão, não interferem negativa- corticoide. O acetato de medroxiprogesterona, por exem-
mente nos níveis pressóricos arteriais, e não contribuindo plo, exibe propriedades androgênicas e glicocorticoides
para elevar o risco individual de hipertensão arterial (HA) além da atividade progestogênica.16,17 Dessa forma, o
em mulheres pós-menopáusicas submetidas à terapêutica perfil biológico específico de um progestagênio pode afe-
estrogênica. As usuárias que desenvolvem HA o fazem, pos- tar sua tolerabilidade, embora também possa ser usado
sivelmente, quando os estrogênios são administrados por para atingir certos efeitos clínicos ou mitigar fatores de
via oral e, nessas circunstâncias, podem, como mencionado, risco subjacentes.18
estimular o SRAA e promover a retenção de sódio e água.14 Como exemplo, os progestagênios androgênicos po-
dem antagonizar as alterações induzidas pelo estrogê-
nio na síntese hepática de lipoproteína de alta densidade
Importância da escolha do (HDL), de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) e
de triglicérides. Os progestagênios com atividade glico-
progestagênio na terapêutica corticoide podem aumentar a atividade pró-coagulante.
hormonal Por sua vez, os progestagênios com efeito antiandrogê-
nico podem ser úteis em mulheres com manifestações
Os progestagênios usados em TH diferem em sua estru- hiperandrogênicas, enquanto aqueles com propriedade
tura química, metabolismo, farmacocinética, afinidade de li- antimineralocorticoide podem reduzir a retenção hídrica
gação aos receptores esteroides, potência, ação intracelular induzida pela aldosterona.18 A drospirenona (DRSP), deri-
e efeitos biológicos, que podem ter implicações relevantes vada da 17-espironolactona, é um dos novos progestagê-
na prática clínica. Embora todos os progestagênios, por de- nios com forte ação antimineralocorticoide e efeito favorá-
finição, tenham atividade progestacional, eles também têm vel na pressão arterial.19 Esse progestagênio é desprovido
uma gama divergente de outras propriedades, que podem se de atividade estrogênica, androgênica e glicocorticoide e
traduzir em efeitos clínicos muito diferentes.
15
apresenta potente atividade antialdosterona e antiandro-
Na figura 1, estão representados os progestagênios de gênica (tabela 1).15-17,19 Esse perfil da drospirenona contras-
acordo com o esteroide de que eles derivam, seja da testos- ta com os progestagênios mais antigos, conferindo efeito
terona (estranos e gonanos), da progesterona (pregnanos e antagônico no receptor da aldosterona, por meio da afini-
norpregnanos) ou da espironolactona (drospirenona). 16
dade pelo receptor mineralocorticoide.2,20

Monografia Ceci® – 5
Figura 1 – Classificação dos progestagênios de acordo com a sua natureza.

PROGESTAGÊNIOS

Derivados progesterona Derivados 19-nortestosterona Derivados espironolactona

Pregnanos Norpregnanos Estranos Gonanos DROSPIRENONA

• Acetato de • Acetato de nomegestrol • Noretisterona • Norgestrel


medroxiprogesterona • Promegestona • Acetato de • Levonorgestrel
• Acetato de megestrol • Nestorona noretisterona • Norgestimato
• Acetato de ciproterona • Trimegestona • Diacetato de • Desogestrel
• Acetato de etinodiol • Gestodeno
clormadinona • Linestrenol • Dienogeste
• Noretinodrel
Fonte: Adaptado de Schindler et al., 2003.

Tabela 1 – Atividade biológica da progesterona natural e dos progestagênios sintéticos.


Progestagênica Estrogênica Androgênica Antiandrogênica Glicocorticoide Antimineralocorticoide

Progesterona + – – + + +

Drospirenona + – – + – +
Acetato de
+ – + – + –
medroxiprogesterona
Noretisterona + + + – – –

Didrogesterona + – – + – +

Gestodeno + – + – + +

Trimegestona + – – + – +
+ atividade efetiva; ± atividade fraca; - sem atividade

Fonte: Adaptado de Schindler et al., 2003.

Conforme mencionado anteriormente, os estrogênios dades antialdosterona exibidas pela DRSP promovem a
atuam no SRAA estimulando a síntese de angiotensino- excreção de sódio e previnem a retenção de água, confe-
gênio, o que aumenta os níveis de aldosterona e promove rindo benefícios potenciais no peso corporal e na pressão
a retenção de sódio e água. Por outro lado, as proprie- arterial (figura 2).21,22

6 – Monografia Ceci®
ESTROGÊNIO

Angiotensina I

Angiotensinogênio

• Aumento do volume plasmático;


• Aumento da pressão arterial;
• Sintomas de retenção hídrica (edema, inchaço e
Angiotensina II
Renina ganho de peso).

Retenção de sódio/água
Eliminação de potássio
PROGESTERONA

Aldosterona

DRSP
Fonte: Adaptado de Foidart & Faustmann, 2007.

Figura 2 – Esquema do sistema renina-angiotensina-aldosterona (DRSP: drospirenona).

Além de seus efeitos no rim, a aldosterona tem efei- adicionais, tornando-a uma opção mais atraente como
tos na vasculatura, miocárdio e sistema nervoso central, componente progestacional na TH em comparação a ou-
que podem desencadear uma variedade de processos fi- tros progestagênios.20
siopatológicos associados a doenças cardiovasculares Em ensaios clínicos, a combinação de 1 mg de estradiol
(figura 3). 20,23
Portanto, as propriedades antialdostero- com 2 mg de DRSP (E2/DRSP) mostrou-se uma TH eficaz e
na da DRSP podem conferir benefícios cardiovasculares segura para o tratamento dos sintomas climatéricos e na

Monografia Ceci® – 7
SRAA

Aldosterona
Drospirenona: Progestagênio
Antagonista do Receptor de
Aldosterona (PARA)
Receptor de aldosterona

Vascular Miocárdio Rins SNC

• Lesão vascular • Arritmias • Retenção de sódio • Efeito hipertensivo


• Disfunção endotelial • Fibrose • Retenção hídrica central
• Efeito • Perda de K+ e mg2+
protrombótico
Hipertensão arterial

DOENÇA CARDIOVASCULAR
Fonte: Adaptado de Genazzani et al., 2007.

Figura 3 – O efeito da aldosterona nas doenças cardiovasculares (SRAA: Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona; PARA:
Progestagênio Antagonista do Receptor de Aldosterona; SNC: Sistema Nervoso Central).

prevenção da osteoporose da pós-menopausa,24-26 além de


Classificação da pressão arte-
demonstrar efeitos positivos na PA, nos parâmetros an- rial na população adulta
tropométricos e metabólicos decorrentes da proprie­dade
antialdosterona da DRSP.23,27,28 Essa TH, administrada em A HA é o fator de risco cardiovascular mais frequente na
regime combinado contínuo pode, portanto, oferecer uma população e o principal motivo para consulta clínica ambula-
opção terapêutica alternativa com benefícios adicionais torial em todo o mundo.30,31 Os níveis de PA aumentam progres-
para mulheres pós-menopáusicas sintomáticas, particu- sivamente ao longo da vida.32 Desse modo, a classificação
larmente naquelas com HA.29 da PA na população, recomendada pela 8a Diretriz Brasileira

8 – Monografia Ceci®
de Hipertensão Arterial 2020, classifica como: PA ideal, níveis Por oportuno, cabe considerar que o estágio de pré-hi-
tensionais < 120 mmHg/80 mmHg; PA normal, 120-129 mmHg/ pertensão deve ser acompanhado com bastante rigor (no
80-84 mmHg; Pré-hipertensão, 130-139 mmHg/85-89 mmHg máximo, a cada seis meses, à semelhança do que é feito
e HA, a partir de 140 mmHg/90 mmHg. Caso haja discrepân-
30
na HA), consoante com as recomendações de tratamento
cia entre a medida da PA sistólica e diastólica, prevalece o va- contidas nesta própria diretriz.30
lor mais alto para fins de classificação.33
A maior parte dos hipertensos (mais de 60% - ou 22%
da população global adulta) apresenta HA grau 1 (PA entre Efeitos da TH sobre a pres-
140-159 mmHg/90-99 mmHg), condição essa de controle
bem mais fácil, especialmente quando identificada e tratada
são arterial em mulheres
de forma precoce e intensiva. Hipertensos graus 2-3 repre- pós-menopáusicas
sentam 38% da população global de hipertensos adultos,
de acordo com análise do estudo mundial PURE (Prospective O incremento dos níveis pressóricos no período pós-me-
Urban Rural Epidemiology), que incluiu mais de 140 mil parti- nopáusico sugere que os hormônios ováricos interferem na
cipantes com idade média entre 50-55 anos (variação: 35-70 modulação da PA.10 No entanto, os efeitos da administração
anos), sendo mais da metade do sexo feminino.34 de estrogênios sobre a PA em mulheres apresentam resul-
A classificação dos níveis de PA da 8 Diretriz da Socieda-
a
tados diferentes em alguns estudos.10
de Brasileira de Cardiologia (SBC) 2020 sobre HA pode ser ob- Enquanto o estudo Postmenopausal Estrogen/Pro-
servada na tabela 2. 30
gestin Interventions (PEPI) mostrou que estrogênios
isoladamente ou em combinação com progestagênios
Tabela 2 – Classificação dos níveis de PA da população adulta não alteraram os níveis pressóricos,35 outros estudos,
de acordo com a 8a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2020. a exemplo do Women’s Health Initiative (WHI),36,37 de-
PARÂMETRO monstraram um aumento estatisticamente significativo
PAS (mmHg) PAD (mmHg)
PA ótima < 120 e < 80
da PA sistólica de 1 mmHg–1,5 mmHg na comparação com
PA normal 120-129 e/ou 80-84 o observado no grupo placebo em usuárias de TH, quer
Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89
HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99
com estrogênios equinos conjugados isolados, quer as-
HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109 sociados à medroxiprogesterona.
HA Estágio 3 ≥ 180 e/ou +
PA: pressão arterial; HA: hipertensão arterial; PAD: pressão arterial diastóli- Hoje se tem claro que os efeitos da TH sobre a PA de mu-
ca; PAS: pressão arterial sistólica. lheres no climatério, conforme mencionado, tem a ver com
(Se houver discrepância entre os níveis sistólicos e diastólicos da PA, preva-
lece o valor mais alto para fins de classificação.) a resposta de cada paciente aos hormônios empregados,
Fonte: Adaptado de Barroso et al., 2021. bem como de sua natureza em si. Por oportuno, cabe tam-

Monografia Ceci® – 9
bém lembrar que a HA bem controlada não se constitui em Em um estudo que incluiu 750 mulheres na pós-meno-
contraindicação à TH. 9
pausa e avaliou o efeito de diferentes terapias sobre a PA,
a combinação de E2 1mg com DRSP 2 mg (N = 149), reduziu
efetivamente os níveis de PA ao longo das 24 horas em oito
semanas de seguimento em comparação com o grupo con-
Efeitos da combinação E2/DRSP trole. No final do estudo, a média de redução da PA sistólica
sobre a pressão arterial e diastólica em comparação ao momento basal no grupo E2
1 mg/DRSP 2 mg foi 12,1 mmHg (p = 0,0195) e 9,2 mmHg (p <
Ao lado dos efeitos benéficos da combinação de E2/ 0,0001) e no grupo placebo, 8,7 mmHg e 5,0 mmHg, respecti-
DRSP no alívio dos sintomas climatéricos, também pode vamente (figura 3). Também foram observados estabilidade
ser observado, em decorrência do efeito antialdosterona da dos níveis de potássio, queda do LDL colesterol e efeito neu-
drospirenona, redução do volume líquido extracelular e do tro nos triglicérides séricos.43
peso corporal, o que contribui para o melhor controle da HA Em um estudo que incluiu 213 mulheres com HA está-
em mulheres pós-menopáusicas. Em mulheres hiperten-
38
gio (grau) 1, a TH com a combinação de E2 1mg e DRSP 3 mg,
sas, a DRSP combinada ao E2 é eficaz na redução da PA por si em 12 semanas de seguimento, reduziu adicionalmente a
só ou em combinação com agentes anti-hipertensivos. 24,39-42
PA de consultório em 14,1 mmHg/7,9 mmHg, em compara-

A B
160 Pressão arterial sistólica E2 1mg/DRSP 2 mg
100 Pressão arterial diastólica E2 1mg/DRSP 2 mg
Placebo Placebo
155
95
150

145 90

140 *
**
85
135

130 80
Basal Sem 2 Sem 4 Sem 6 Sem 8 Basal Sem 2 Sem 4 Sem 6 Sem 8

Figura 3 – Efeitos da combinação E2/DRSP vs. placebo na PA de consultório em oito semanas de tratamento. A: variação da
PA sistólica; B: variação da PA diastólica. (* diferença vs. basal: p = 0,0195; ** diferença vs. basal: p < 0,001).
Fonte: Adaptado de White et al., 2006.

10 – Monografia Ceci®
ção com apenas 7,1 mmHg/4,3 mmHg no grupo placebo (p que preencheram os critérios de elegibilidade.44 Os estudos
< 0,0001), resultado que se confirmou em 83 mulheres que incluídos com a combinação de E2 com DRSP nas doses de
fizeram monitorização ambulatorial de pressão arterial 1 mg, 2 mg ou 3 mg podem ser apreciados na tabela 3.
(MAPA) de 24 horas (redução de 8,5 mmHg/4,2 mmHg vs. Os resultados dos efeitos dessa combinação de TH sobre
1,8 mmHg/1,6 mmHg com p de 0,002 e 0,07, respectivamente, os níveis tensionais sistólicos e diastólicos das pacientes hi-
para os níveis sistólicos e diastólicos da PA). 40
pertensas podem ser observados nas tabelas 4 e 5.
Uma revisão sistemática incluiu e avaliou apenas en- Como pode ser observado nas tabelas 4 e 5, as usuá-
saios clínicos randomizados (ECR) sobre a combinação de rias da combinação E2/DRSP demonstraram melhor resul-
E2 com DRSP em mulheres pós-menopáusicas com HA. tado, tanto na redução da PA sistólica quanto da diastólica
Foram incluídos cinco ECR, que envolveram 1.121 pacientes em comparação com o observado no grupo controle. Essa

Tabela 3 – Descrição dos estudos incluídos na meta-análise.


Tipo de Idade IMC PAS PAD Duração do
Autor N Dose de E2/DRSP
estudo (anos) (kg/m2) (mmHg) (mmHg) tratamento
GE GC (sem.)
57 ± 6 - 139 ± 19 80 ± 7
Preston 200241 ECR 12 12 1 mg/3 mg 2
62 ± 6 - 139 ± 12 83 ± 8
59,6 29 134 ± 15 82 ± 8
Preston 200545 ECR 74 74 1 mg/3 mg 4
58,1 29 131 ± 12 82 ± 8
Preston 2007 42
ECR 72 72 61,2 ± 6,6 31,1 ± 5,6 138 ± 7,08 84,6 ± 4,07 1 mg/3 mg, 2 mg, 1 mg 4
56 ± 5 29 ± 4 145 ± 7 89 ± 6
White 2005 40
ECR 102 111 1 mg/3 mg 12
57 ± 5 28 ± 4 146 ± 7 89 ± 5
57 ± 6 30,6 ± 5,8 151 ± 9 94 ± 5 1 mg/3 mg, 2 mg,
White 200643 ECR 446 146 8
57 ± 6 30,0 ± 5,2 151 ± 9 94 ± 5 1 mg
ECR: ensaio clínico randomizado; GE: grupo experimental; GC: grupo controle.
Fonte: Adaptado de Zhao et al., 2016.

Tabela 4 – Efeitos da combinação E2/DRSP sobre os níveis da pressão arterial sistólica observados na meta-análise em
mulheres hipertensas.
PAS E2/DRSP Placebo Diferença / média
Estudo ou
Média DP Total Média DP Total Peso (95% IC)
subgrupo
Preston 200545 -10,6 15 148 -5 12 148 38,8% -5,60 (-8,69, -2,51)
White 200540 -14,1 14,43 102 -7,1 15,05 111 23,7% -7,00 (-10,96, -3,04)
White 200643 -13,8 13,6 149 8,7 14 149 37,5% -5,10 (-8,25, -1,95)
Total (95% IC) 399 405 100,0% -5,74 (-7,67, -3,82)
PAS: pressão arterial sistólica; DP: desvio-padrão; IC: intervalo de confiança. -10 -5 0 5 10
Fonte: Adaptado de Zhao et al., 2016. E2/DRSP Placebo

Monografia Ceci® – 11
Tabela 5 – Efeitos da combinação E2/DRSP sobre os níveis da pressão arterial diastólica observados na metanálise em
mulheres hipertensas
PAD E2/DRSP Placebo Diferença / média
Estudo ou
Média DP Total Média DP Total Peso (95% IC)
subgrupo
Preston 200545 -4,8 8 148 -3,4 8 148 43,5% -1,40 (-3,22, 0,42)
White 2005 40
-7,9 8,5 102 -4,3 8,87 111 26,5% -3,60 (-5,93, -1,27)
White 200643 -8,5 7,8 149 -5 11,1 146 30,0% -3,50 (-5,69, -1,31)
Total (95% IC) 399 405 100,0% -2,61 (-3,82, -1,41)
-4 -2 0 2 4
PAD: pressão arterial diastólica; DP: desvio-padrão; IC: intervalo de confiança.
Fonte: Adaptado de Zhao et al., 2016. E2/DRSP Placebo

metanálise avaliou as reduções médias da PA ao longo de Os ensaios clínicos com TH têm demonstrado o im-
24 horas. Vale registrar que não ocorreram modificações pacto benéfico da combinação E2/DRSP sobre os parâ-
significativas dos níveis séricos de potássio das usuárias metros antropométricos e metabólicos.28,38,47-50 Em es-
de E2/DRSP em comparação com o grupo controle, apon- tudo aberto, prospectivo e randomizado que comparou
tando para um efeito poupador de potássio dessa compo- diferentes combinações de progestagênios, a DRSP se
sição de TH. 44
mostrou superior à didrogesterona para reduzir o Índice
de massa corpórea (IMC) e a circunferência abdominal
(CA) em seis meses de acompanhamento.28 Nesse estu-
Efeitos da TH com E2/DRSP do, 160 mulheres com síndrome metabólica foram trata-
das com a combinação E2 1 mg associado com DRSP 2 mg,
nos parâmetros antropométri- ou E2 1 mg associado com didrogesterona 5 mg. Os pa-
cos e metabólicos râmetros antropométricos, metabólicos e inflamatórios
foram avaliados no momento basal e após seis meses de
A chegada da menopausa associa-se a mudanças na tratamento. Apenas a combinação E2/DRSP promoveu
composição corporal das mulheres. Nesse período, ob- redução significativa do IMC e da CA, enquanto o peso
serva-se aumento da circunferência abdominal, carac- corporal diminuiu em ambos os grupos após seis meses
terizado pelo aumento da deposição de gordura no com- de tratamento (tabela 6).28
partimento visceral, e aumento da resistência insulínica. Outro estudo, que avaliou parâmetros antropométricos,
Também aumenta a prevalência de síndrome metabólica, comparou a combinação E2/DRSP com a TH contendo o pro-
predispondo as mulheres nessa faixa etária a maior risco gestagênio derivado da testosterona (acetato de noretis-
cardiovascular. 46
terona). Foram observados resultados favoráveis no peso

12 – Monografia Ceci®
Tabela 6 – Variáveis antropométricas no período basal e após seis meses de tratamento nos grupos tratados com E2/DRSP e E2/DG.
E2/DRSP E2/DG
n=80 n=80
Basal Após 6 meses p Basal Após 6 meses p
Variáveis antropométricas
Idade (anos) 51 ± 1 – – 50 ± 2 – –
Peso (kg) 74,5 ± 6,2 72,7 ± 6,1 0,05 74,2 ± 5,6 72,5 ± 3,9 0,03
IMC (kg/m2) 27,4 ± 1,9 26,7 ± 1,7* 0,02 27,9 ± 1,3 27,9 ± 1,4 NS
Cintura (cm) 90,2 ± 1,5 88,5 ± 1,0* 0,01 90,1 ± 1,6 89,7 ± 1,2 NS
PAS (mmHg) 133 ± 8 130 ± 7 0,05 131 ± 6 129 ± 7 NS
PAD (mmHg) 86 ± 5 85 ± 3 NS 84 ± 4 84 ± 4 NS
E2/DRSP: estradiol 1 mg + drospirenona 2 mg; E2/DG: estradiol 1 mg + didrogesterona 5 mg; IMC: índice de massa corpórea; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica.
* p < 0,05 versus E2/DG
Fonte: Adaptado de Rizzo et al., 2014.

corporal após 12 meses de tratamento apenas no grupo com acompanhamento de 3, 6 e 12 meses.28,38,47,49 Também foi
DRSP, em comparação com o braço placebo (p < 0,04), efei- demonstrada redução da ASCi no TTOG em mulheres que
to este que decorreu da redução de líquido extracelular e da receberam E2/DRSP em estudos prospectivos com dura-
redução da massa total de gordura corporal. 38
ção de 6 e 12 meses.49,50
Além desses, outros ensaios clínicos têm mostrado que A combinação E2/DRSP desempenha um papel impor-
a combinação E2/DRSP melhora parâmetros clínicos relacio- tante na modificação dos parâmetros lipídicos e lipopro-
nados à resistência à insulina (RI) e à área de tecido adiposo teicos. As concentrações de colesterol total, triglicéri-
visceral como a circunferência abdominal (CA) 47,48
e a relação des e colesterol LDL são reduzidas significativamente,
cintura-quadril (RCQ). 48
especialmente em mulheres pós-menopáusicas com
Em estudos clínicos, uma das maneiras de avaliar-se a RI síndrome metabólica,28,52 além de não ocorrer prejuízo da
é por meio do Homeostasis Model Assessment (HOMA-IR), função endotelial.48,52
um método indireto obtido pela seguinte equação: Glicemia A combinação E2/DRSP levou à melhora do perfil lipídico,
de jejum (mMol) x Insulina (uU/mL)/22,5. A RI também pode 51
representado pelo aumento das concentrações plasmáticas
ser mensurada de maneira indireta por meio do cálculo da de HDL-C e da apolipoproteína A e reduções significativas do
área sob a curva de insulina (ASCi), obtida no teste de tole- colesterol total, do LDL-C, da apolipoproteína B e dos ácidos
rância oral à glicose (TTOG). 51
graxos não esterificados (tabela 7).49,50
A combinação E2/DRSP promoveu redução do HOMA- Em mulheres com síndrome metabólica, o tratamento com
-IR em ensaios clínicos prospectivos com períodos de E2/DRSP pelo período de seis meses promoveu redução signi-

Monografia Ceci® – 13
Tabela 7 – Variações metabólicas após 12 meses de tratamento com E2/DRSP.
Parâmetro Antes do tratamento Após 12 meses de tratamento*

Colesterol total (mg/dL) 244 ± 46 225 ± 30


HDL-C (mg/dL) 51 ± 15 57 ± 12
LDL-C (mg/dL) 165 ± 42 143 ± 31
Apo A (mg/dL) 148 ± 43 181 ± 46
Apo B (mg/dL) 135 ± 82 104 ± 30
HOMA-IR 3,53 ± 2,18 3,06 ± 1,80
ASC Insulina (μUI/mL/min.10 ) -3
6,6 ± 4,2 5,3 ± 2,9
HDL-C: Colesterol Lipoproteína de Alta Densidade; LDL-C: Colesterol Lipoproteína de Baixa Densidade; Apo A: Apoliproteína A; Apo B: Apoliproteína B; HOMA-IR: Homeostatic Model Assessment ; ASC:
Área Sob a Curva. *p < 0,05.
Fonte: Adaptado de Đogo et al., 2020

ficativa da glicemia de jejum, da glicemia pós-prandial (GPP), to. Além disso, esse estudo demonstrou também que a DRSP
da variabilidade glicêmica, dos triglicérides e das concentra- foi superior à didrogesterona para reduzir a glicemia pós-pran-
ções de LDL-C em comparação com os valores pré-tratamen- dial, a variabilidade glicêmica e triglicérides.28

Conclusão
Por apresentar atividade antagonista da aldosterona e por tratar-se de um progestagênio desprovido de efeito
glicocorticoide,16 a DRSP, associada ao E2, constitui-se em uma interessante alternativa na TH, especialmente
quando se considera sua contribuição para o melhor controle da HA, com potencial benefício cardiovascular
para as mulheres pós-menopáusicas sintomáticas e hipertensas.20,27,40,47

14 – Monografia Ceci®
Referências bibliográficas
1. Monteleone P, Mascagni G, Giannini A, Genazzani AR, Simoncini T. Symptoms of menopause - global prevalence, physio-
logy and implications. Nat Rev Endocrinol. 2018 Apr;14(4):199-215. Epub 2018 Feb 2.
2. Simoncini T, Genazzani AR. A review of the cardiovascular and breast actions of drospirenone in preclinical studies. Cli-
macteric. 2010;13(1):22-33.
3. Nelson HD. Menopause. Lancet. 2008;371(9614):760-70.
4. The NAMS 2017 Hormone Therapy Position Statement Advisory Panel.The 2017 hormone therapy position statement of
The North American Menopause Society. Menopause. 2017;24(7):728-53.
5. Stevenson JC, Rozenberg S, Maffei S, Egarter C, Stute P, Römer T. Progestogens as a component of menopausal hormone
therapy: the right molecule makes the difference. Drugs Context. 2020;9:2020.
6. Nudy M, Chinchilli VM, Foy AJ. A systematic review and meta-regression analysis to examine the ‘timing hypothesis’ of
hormone replacement therapy on mortality, coronary heart disease, and stroke. Int J Cardiol Heart Vasc. 2019;22:123-31.
7. Furness S, Roberts H, Marjoribanks J, Lethaby A. Hormone therapy in postmenopausal women and risk of endometrial
hyperplasia. Cochrane Database Syst Rev. 2012;2012(8):Cd000402.
8. Costa Paiva LHS, Cintra Baccaro LF. Quais as indicações para a terapêutica hormonal da menopausa? In: Pompei LM, Ma-
chado RB, Wender MCO, et al (eds.). Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa - Associação Brasileira
de Climatério (SOBRAC). São Paulo: Leitura Médica; 2018. p.17-21.
9. Fernandes CE, Jeha Nasser E, Pompei LM, et al. Quais os efeitos da terapêutica hormonal no risco cardiovascular em mu-
lheres sem doença cardiovascular diagnosticada? E em mulheres que já apresentem a doença? In: Pompei LM, Machado
RB, Wender MCO, et al (eds.). Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa - Associação Brasileira de
Climatério (SOBRAC). São Paulo: Leitura Médica; 2018. p.69-84.
10. Dubey RK, Oparil S, Imthurn B, Jackson EK. Sex hormones and hypertension. Cardiovasc Res. 2002;53(3):688-708.
11. Coylewright M, Reckelhoff JF, Ouyang P. Menopause and hypertension: an age-old debate. Hypertension. 2008
Apr;51(4):952-9. Epub 2008 Feb 7.
12. Reckelhoff JF. Sex steroids, cardiovascular disease, and hypertension: unanswered questions and some speculations.
Hypertension. 2005 Feb;45(2):170-4. Epub 2004 Dec 6.
13. Ashraf MS, Vongpatanasin W. Estrogen and hypertension. Curr Hypertens Rep. 2006;8(5):368-76.
14. Mueck AO, Seeger H. Effect of hormone therapy on BP in normotensive and hypertensive postmenopausal women. Ma-
turitas. 2004;49(3):189-203.
15. Stanczyk FZ, Hapgood JP, Winer S, Mishell DR Jr. Progestogens used in postmenopausal hormone therapy: differences in their
pharmacological properties, intracellular actions, and clinical effects. Endocr Rev. 2013 Apr;34(2):171-208. Epub 2012 Dec 13.
16. Schindler AE, Campagnoli C, Druckmann R, et al. Classification and pharmacology of progestins. Maturitas. 2003;46
Suppl 1:S7-16.
17. Sitruk-Ware R. Pharmacological profile of progestins. Maturitas. 2004;47(4):277-283.
18. Wiegratz I, Kuhl H. Metabolic and clinical effects of progestogens. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2006;11(3):153-61.
19. Schindler AE. The “newer” progestogens and postmenopausal hormone therapy (HRT). J Steroid Biochem Mol Biol. 2014
Jul;142:48-51. Epub 2013 Dec 12.
20. Genazzani AR, Mannella P, Simoncini T. Drospirenone and its antialdosterone properties. Climacteric. 2007;10 Suppl 1:11-8.
21. Oelkers W. Drospirenone, a progestogen with antimineralocorticoid properties: a short review. Mol Cell Endocrinol.
2004;217(1-2):255-61.

Monografia Ceci® – 15
22. Sitruk-Ware R. Pharmacology of different progestogens: the special case of drospirenone. Climacteric. 2005;8 Suppl 3:4-12.
23. Foidart JM, Faustmann T. Advances in hormone replacement therapy: weight benefits of drospirenone, a 17alpha-spiro-
lactone-derived progestogen. Gynecol Endocrinol. 2007;23(12):692-9.
24. Archer DF, Thorneycroft IH, Foegh M, et al. Long-term safety of drospirenone-estradiol for hormone therapy: a randomi-
zed, double-blind, multicenter trial. Menopause. 2005 Nov-Dec;12(6):716-27. Epub 2005 Nov 8.
25. Schürmann R, Holler T, Benda N. Estradiol and drospirenone for climacteric symptoms in postmenopausal women: a
double-blind, randomized, placebo-controlled study of the safety and efficacy of three dose regimens. Climacteric.
2004;7(2):189-96.
26. Warming L, Ravn P, Nielsen T, Christiansen C. Safety and efficacy of drospirenone used in a continuous combination with
17beta-estradiol for prevention of postmenopausal osteoporosis. Climacteric. 2004;7(1):103-11.
27. Preston RA. Comparative effects of conventional vs. novel hormone replacement therapy on blood pressure in postme-
nopausal women. Climacteric. 2009;12 Suppl 1:66-70.
28. Rizzo MR, Leo S, De Franciscis P, Colacurci N, Paolisso G. Short-term effects of low-dose estrogen/drospirenone vs lo-
w-dose estrogen/dydrogesterone on glycemic fluctuations in postmenopausal women with metabolic syndrome. Age
(Dordr). 2014 Feb;36(1):265-74. Epub 2013 Jul 7.
29. Palacios S, Foidart JM, Genazzani AR. Advances in hormone replacement therapy with drospirenone, a unique progesto-
gen with aldosterone receptor antagonism. Maturitas. 2006 Nov;55(4):297-307. Epub 2006 Sep 1.
30. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol.
2021;116(3):516-658.
31. Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA Guideline for
the Prevention, Detection, Evaluation, and Management of High Blood Pressure in Adults: Executive Summary: A Report
of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Hyperten-
sion. 2018 Jun;71(6):1269-324. Epub 2017 Nov 13.
32. Burt VL, Whelton P, Roccella EJ, et al. Prevalence of hypertension in the US adult population. Results from the Third
National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1991. Hypertension. 1995;25(3):305-13.
33. Williams B, Mancia G, Spiering W, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Eur Heart
J. 2018;39(33):3021-104.
34. Martin SA, Boucher M, Wright JM, Saini V. Mild hypertension in people at low risk. BMJ. 2014;349:g5432.
35. Cushman M, Legault C, Barrett-Connor E, et al. Effect of postmenopausal hormones on inflammation-sensitive prote-
ins: the Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions (PEPI) Study. Circulation. 1999;100(7):717-22.
36. Anderson GL, Limacher M, Assaf AR, et al.; Women’s Health Initiative Steering Committee. Effects of conjugated equine
estrogen in postmenopausal women with hysterectomy: the Women’s Health Initiative randomized controlled trial.
JAMA. 2004;291(14):1701-12.
37. Rossouw JE, Anderson GL, Prentice RL, et al.; Writing Group for the Women’s Health Initiative Investigators. Risks and
benefits of estrogen plus progestin in healthy postmenopausal women: principal results From the Women’s Health
Initiative randomized controlled trial. JAMA. 2002;288(3):321-33.
38. Paoletti AM, Cagnacci A, Di Carlo C, et al. Clinical effect of hormonal replacement therapy with estradiol associated
with noretisterone or drospirenone. A prospective randomized placebo controlled study. Gynecol Endocrinol. 2015
May;31(5):384-7. Epub 2015 Feb 23.
39. Oelkers WH. Drospirenone in combination with estrogens: for contraception and hormone replacement therapy. Climac-
teric. 2005;8 Suppl 3:19-27.

16 – Monografia Ceci®
40. White WB, Pitt B, Preston RA, Hanes V. Antihypertensive effects of drospirenone with 17beta-estradiol, a novel hormo-
ne treatment in postmenopausal women with stage 1 hypertension. Circulation. 2005;112(13):1979-84.
41. Preston RA, Alonso A, Panzitta D, Zhang P, Karara AH. Additive effect of drospirenone/17-beta-estradiol in hypertensive
postmenopausal women receiving enalapril. Am J Hypertens. 2002;15(9):816-22.
42. Preston RA, Norris PM, Alonso AB, Ni P, Hanes V, Karara AH. Randomized, placebo-controlled trial of the effects of dros-
pirenone-estradiol on blood pressure and potassium balance in hypertensive postmenopausal women receiving hydro-
chlorothiazide. Menopause. 2007;14(3 Pt 1):408-14.
43. White WB, Hanes V, Chauhan V, Pitt B. Effects of a new hormone therapy, drospirenone and 17-beta-estradiol, in post-
menopausal women with hypertension. Hypertension. 2006 Aug;48(2):246-53. Epub 2006 Jun 26.
44. Zhao X, Zhang XF, Zhao Y, et al. Effect of combined drospirenone with estradiol for hypertensive postmenopausal wo-
men: a systemic review and meta-analysis. Gynecol Endocrinol. 2016 Sep;32(9):685-9. Epub 2016 May 13.
45. Preston RA, White WB, Pitt B, Bakris G, Norris PM, Hanes V. Effects of drospirenone/17-beta estradiol on blood pressure
and potassium balance in hypertensive postmenopausal women. Am J Hypertens. 2005;18(6):797-804.
46. Carr MC. The emergence of the metabolic syndrome with menopause. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88(6):2404-11.
47. Gambacciani M, Rosano G, Cappagli B, Pepe A, Vitale C, Genazzani AR. Clinical and metabolic effects of drospirenone-es-
tradiol in menopausal women: a prospective study. Climacteric. 2011 Feb;14(1):18-24. Epub 2010 Oct 27.
48. Casanova G, Radavelli S, Lhullier F, Spritzer PM. Effects of nonoral estradiol-micronized progesterone or low-dose oral
estradiol-drospirenone therapy on metabolic variables and markers of endothelial function in early postmenopause.
Fertil Steril. 2009 Aug;92(2):605-12. Epub 2008 Aug 15.
49. Đogo A, Stojanovic M, Ivovic M, et al. Menopausal hyperinsulinism and hypertension - new approach. Gynecol Endocrinol.
2020 Aug;36(8):709-13. Epub 2020 May 21.
50. Villa P, Suriano R, Ricciardi L, et al. Low-dose estrogen and drospirenone combination: effects on glycoinsulinemic meta-
bolism and other cardiovascular risk factors in healthy postmenopausal women. Fertil Steril. 2011 Jan;95(1):158-63. Epub
2010 Aug 21.
51. Geloneze B, Tambascia MA. Avaliação Laboratorial e Diagnóstico da Resistência Insulínica. Arq Bras Endocrinol Metab.
2006;50(2):208-15.
52. De Franciscis P, Mainini G, Labriola D, et al. Low-dose estrogen and drospirenone combination: effects on metabolism and
endothelial function in postmenopausal women with metabolic syndrome. Clin Exp Obstet Gynecol. 2013;40(2):233-5.

Monografia Ceci® – 17
CECI® – estradiol + drospirenona. MEDICAMENTO SIMILAR EQUIVALENTE AO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA. Comprimidos reves-
tidos 1 mg de estradiol e 2 mg de drospirenona com 28 comprimidos revestidos. USO ORAL . USO ADULTO. Indicações: Terapia de
reposição hormonal (TRH) para sintomas de deficiência de estrogênio em mulheres pós-menopausadas há mais de um ano; prevenção de osteoporose
pós-menopausal em mulheres com risco de fraturas por osteoporose aumentada. Contraindicações: A TRH não deve ser iniciada na presença de
qualquer condição a seguir: Sangramento vaginal anormal não-diagnosticado; Diagnóstico ou suspeita de câncer de mama; Diagnóstico ou suspeita de
condições pré-malignas ou malignas dependentes de esteroides sexuais; - Presença ou histórico de tumores hepáticos (benignos ou malignos); Doença
hepática grave; Presença ou histórico de doença renal grave enquanto os valores da função renal não retornarem ao normal; Tromboembolismo arterial
agudo (por exemplo, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral); Trombose venosa profunda ativa, distúrbios tromboembólicos ou antecedentes
destas condições; Alto risco de trombose venosa ou arterial; Hipertrigliceridemia grave; Gravidez ou lactação; Hipersensibilidade às substâncias ativas ou
a qualquer um dos componentes do medicamento. Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez durante o uso da
TRH, a sua utilização deve ser descontinuada imediatamente. Advertências e Precauções: não pode ser usado como contraceptivo. A terapia deve
ser descontinuada imediatamente caso ocorra qualquer uma das condições citadas no item “4. Contraindicações”, assim como nas seguintes situações:
Enxaqueca ou cefaleias frequentes com intensidade fora do habitual que ocorram pela primeira vez ou se houver quaisquer outros sintomas que sejam
possíveis sinais prodrômicos de acidente cerebrovascular; Recorrência de icterícia ou prurido colestáticos que tenham surgido pela primeira vez durante
gravidez ou uso prévio de esteroides sexuais; Sintomas ou suspeita de um evento trombótico. O potencial para risco sinérgico aumentado de trombose
deve ser considerado em mulheres que apresentem uma combinação de fatores de risco ou um determinado fator de risco de maior gravidade. Estudos
sugerem um aumento do risco relativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV), ou seja, trombose venosa profunda ou embolia pulmo-
nar. Os fatores de risco geralmente reconhecidos para TEV incluem histórico pessoal ou familiar e obesidade grave. O risco de TEV também aumenta com
a idade. O risco de TEV pode estar temporariamente aumentado em casos de imobilização prolongada, cirurgia eletiva ou pós-traumática de grande por-
te ou trauma extenso. O aumento da litogenicidade da bile provocado por estrogênios é conhecido. Estudos clínicos e observacionais relataram aumento
do risco de câncer de mama em mulheres que usaram TRH por vários anos. Estes achados podem ser devido ao diagnóstico precoce, dos efeitos que
promovem o crescimento de tumores pré-existentes ou da combinação de ambos. A TRH aumenta a densidade das imagens mamográficas, o que pode
afetar adversamente a detecção radiológica do câncer de mama em alguns casos. Ceci® apresenta potencial para diminuir a pressão arterial em mulheres
hipertensas. Não são esperadas alterações relevantes na pressão arterial em mulheres normotensas. Mulheres com níveis moderadamente elevados
de triglicérides necessitam de acompanhamento especial. A TRH, nestes casos, pode estar associada a um aumento adicional no nível de triglicérides,
levando ao risco de pancreatite aguda. Algumas pacientes podem desenvolver manifestações indesejáveis geradas pela estimulação estrogênica durante
a TRH, como sangramento uterino anormal. Leiomiomas uterinos (miomas) podem aumentar de tamanho sob a influência de estrogênios. Se a paciente
apresentar diagnóstico de prolactinoma, é necessário um acompanhamento médico rigoroso, incluindo avaliação periódica dos níveis de prolactina.
Mulheres com tendência a cloasma devem evitar exposição ao sol ou à radiação ultravioleta enquanto estiverem utilizando TRH. Foi relatado que a TRH
pode propiciar o desenvolvimento ou agravar as afecções listadas: Epilepsia; Doença benigna da mama; Asma; Enxaqueca; Porfiria; Otosclerose; Lúpus
eritematoso sistêmico; Coreia menor. Em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode induzir ou intensificar sintomas de
angioedema. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que
possam ficar grávidas durante o tratamento. Interações com medicamentos, alimentos e álcool: substâncias que aumentam a depuração
dos hormônios sexuais (diminuição da eficácia por indução enzimática), ex.: fenitoína, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina, e possivel-
mente também oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e que contenham erva-de-São-João. Quando coadministrados com hormônios
sexuais, muitos inibidores de protease e inibidores não-nucleosídicos da transcriptase reversa do HIV/HCV podem aumentar ou reduzir a concentração
plasmática do estrogênio, progestógeno ou ambos. Inibidores fortes e moderados da CYP3A4, tais como antifúngicos azólicos (ex., fluconazol, itracona-
zol, cetoconazol, voriconazol), macrolídeos (ex., claritromicina, eritromicina), verapamil, diltiazem e suco de toranja podem aumentar as concentrações
plasmáticas do progestógeno, estrogênio ou ambos. A ingestão aguda de bebidas alcoólicas pode ocasionar elevação nos níveis de estradiol circulante.
Mulheres hipertensas que fazem uso de Ceci® e medicação anti-hipertensiva, como por ex., inibidores da ECA, antagonistas dos receptores de angioten-
sina II e hidroclorotiazida, podem apresentar diminuição adicional na pressão arterial. O uso de esteroides sexuais pode influenciar os resultados de certos

18 – Monografia Ceci®
exames laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos das funções hepática, tiroidiana, adrenal e renal; níveis plasmáticos de proteínas (transportado-
ras), por ex., globulina de ligação aos hormônios sexuais, frações lipídicas/lipoproteicas; e parâmetros da coagulação e fibrinólise. Posologia: ingerir um
comprimido ao dia. No caso da paciente não ter utilizado estrogênio no mês anterior ou se estiver mudando de um medicamento contendo associação
de uso contínuo, pode iniciar o tratamento com Ceci® em qualquer dia. Mulheres que estão mudando de uma TRH contínua sequencial ou cíclica devem
completar o ciclo atual de terapia antes de iniciar a terapia com Ceci®. Reações Adversas e alterações de exames laboratoriais: muito comum
(≥ 1/10): mastalgia, sangramento do trato genital feminino. Comum (≥ 1/100 a < 1/10): labilidade emocional, enxaqueca, dores abdominais e gastrin-
testinais, pólipo cervical. Vide demais reações adversas na bula completa do produto. Reg. MS 1.0033.0212/Farm. Resp.: Cintia Delphino de
Andrade CRF-SP nº 25.125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA/CNPJ 61.230.314/0001-75/Rua Josef Kryss, 250 – São Paulo -SP/Indústria Brasileira/
CECI-MB04-21/SAC: 0800-0135044. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deve ser consultado.
Documentação científica e informações adicionais estão disponíveis no Serviço de Atendimento ao Consumidor e no servi-
ço de atendimento aos profissionais prescritores e dispensadores de medicamentos.

CONTRAINDICAÇÃO: DIAGNÓSTICO OU SUSPEITA DE CÂNCER DE MAMA.


INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: FENITOÍNA.

Monografia Ceci®: efeitos sobre a pressão arterial, parâmetros antropométricos e metabólicos. é uma publicação da Phoenix Comunicação Integrada patrocinada por Libbs. Jornalista Responsável: José
Antonio Mariano (MTb: 22.273-SP). Tiragem: 7.350 exemplares. phx am-xx xx/09/21

Monografia Ceci® – 19
20 – Monografia Ceci®
Material destinado a profissionais de saúde habilitados a dispensar e/ou prescrever medicamentos. Setembro 2021/509363.

Você também pode gostar