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alimentar
e noções de nutrição
tecnologia em
hotelaria
Tecnologia em Hotelaria
Fortaleza, CE
2010
Créditos
Presidente Benghson da Silveira Dantas
Luiz Inácio Lula da Silva Davi Jucimon Monteiro
Ministro da Educação Diemano Bruno Lima Nóbrega
Fernando Haddad Germano José Barros Pinheiro
Gilvandenys Leite Sales Júnior
Secretário da SEED
Hommel Almeida de Barros Lima
Carlos Eduardo Bielschowsky
José Albério Beserra
Diretor de Educação a Distância José Stelio Sampaio Bastos Neto
Celso Costa Larissa Miranda Cunha
Reitor do IFCE Marco Augusto M. Oliveira Júnior
Cláudio Ricardo Gomes de Lima Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento
Pró-Reitor de Ensino Roland Gabriel Nogueira
Gilmar Lopes Ribeiro Equipe Web
Diretora de EAD/IFCE e Aline Mariana Bispo de Lima
Coordenadora UAB/IFCE Benghson da Silveira Dantas
Cassandra Ribeiro Joye Fabrice Marc Joye
Igor Flávio Simões de Sousa
Vice-Coordenadora UAB
Luiz Alfredo Pereira Lima
Régia Talina Silva Araújo
Luiz Bezerra de Andrade Filho
Coordenador do Curso de Lucas do Amaral Saboya
Tecnologia em Hotelaria Marcos do Nascimento Portela
José Solon Sales e Silva Ricardo Werlang
Coordenador do Curso de Samantha Onofre Lóssio
Licenciatura em Matemática Tibério Bezerra Soares
Zelalber Gondim Guimarães Thuan Saraiva Nabuco
Elaboração do conteúdo Revisão Conteúdo
Ângela Quezado de Figueiredo Cavalcante Débora Regina Garcia Pinto
Colaboradora Revisão Textual
Jane Fontes Guedes Aurea Suely Zavam
Equipe Pedagógica e Design Instrucional Nukácia Meyre Araújo de Almeida
Ana Cláudia Uchôa Araújo Revisão Web
Andréa Maria Rocha Rodrigues Débora Liberato Arruda Hissa
Cristiane Borges Braga Saulo Garcia
Eliana Moreira de Oliveira Logística
Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Francisco Roberto Dias de Aguiar
Iraci Moraes Schmidlin Virgínia Ferreira Moreira
Jane Fontes Guedes
Secretários
Jivago Silva Araújo
Breno Giovanni Silva Araújo
Karine Nascimento Portela
Francisca Venâncio da Silva
Lívia Maria de Lima Santiago
Luciana Andrade Rodrigues Auxiliar
Maria Irene Silva de Moura Bernardo Matias de Carvalho
Maria Vanda Silvino da Silva Carla Anaíle Moreira de Oliveira
Marília Maia Moreira Maria Tatiana Gomes da Silva
Regina Santos Young Wagner Souto Fernandes
Zuila Sâmea Vieira de Araújo
Equipe Arte, Criação e Produção Visual
Ábner Di Cavalcanti Medeiros
Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 - Nº 615)
ISBN 978-85-63953-76-6
CDD - 641.4
Apresentação 7
Referências 63
Currículo 64
SUMÁRIO
AULA 1 Princípios básicos de nutrição e dietética 8
Tópico 1 Conceitos em nutrição 9
Tópico 2 As exigências nutricionais do organismo humano 13
Tópico 3 A classificação das proteínas segundo suas funções 17
Tópico 4 Boa alimentação: saúde e qualidade de vida 19
Estamos, agora, começando uma nova disciplina, Higiene Alimentar e Noções de Nutrição. –
Mas, por que estudarmos essa disciplina no curso de Tecnologia em Hotelaria? Essa é uma
pergunta que muitos podem estar se fazendo neste momento, não é mesmo? Vejamos então!
O ato da alimentação, além de todos os aspectos orgânicos, tem também a questão social.
Assim, um jantar é motivo para muitos encontros como de negócios ou mesmo reuniões
sociais. Então, vamos conhecer melhor alguns aspectos importantes do mundo dos alimentos.
Esta disciplina tornará possível o conhecimento do valor nutritivo e das técnicas necessárias
para o correto manuseio dos alimentos que o futuro profissional de hotelaria precisa saber
para que possa oferecer um serviço de cozinha que atenda às exigências do cliente. Tudo isso,
voltado para a preparação de alimentos mais saborosos com higiene, segurança e saúde.
Desejo que o conteúdo a ser visto agregue valores à sua formação profissional e seja útil no
seu dia-a-dia.
Bom estudo!
7
AULA 1
Princípios básicos de
nutrição e dietética
Olá, aluno(a)!
Objetivos
DEFINIÇÕES:
Nutrição – Refere-se aos nutrimentos ou nutrientes e ao conjunto de
processos que vão desde a ingestão dos alimentos até sua total assimilação pelas
células que compõem o organismo.
Nutrientes – são os elementos que compõem os alimentos. Dentre muitas
finalidades, estes nutrientes efetuam o fornecimento de energia para podermos
realizar as atividades do nosso cotidiano, como também, são responsáveis pelo
sustento e o desenvolvimento dos organismos. São eles: as vitaminas, os sais
minerais, os hidratos de carbono e as proteínas.
9
Alimentos – São substâncias compostas
de nutrientes (líquida, pastosa, sólida ou
gasosa) introduzidas no organismo via oral ou
vo c ê sab i a?
parenteral. Segundo Duarte (1978), os nutrientes
preenchem a função de nutrição, destinados a Que a quitosona, hoje em dia, tão falada como
um composto que emagrece, é um nutriente,
fornecer ao organismo os elementos necessários
uma fibra solúvel que ao chegar ao aparelho
ao crescimento, à reparação dos tecidos, ao
digestivo liga-se rapidamente à gordura. Quando
equilíbrio das funções do corpo e a produção de
juntas, quitosona e gordura não conseguem ser
energia.
absorvidas pelo organismo e são logo eliminadas
Alimentação – É a ingestão de alimentos
juntamente com as fezes, evitando assim, a
e todo o processo físico-químico da digestão e
absorção de grande parte da gordura pelas
absorção, que têm como finalidade introduzir
paredes do intestino, justificando, portanto, toda
no organismo um complexo de substâncias a falácia sobre sua função emagrecedora.
nutricionais, que são: as proteínas, os
A quitosona é encontrada na casca de crustáceos,
carboidratos, as vitaminas e os minerais que
como: lagosta, camarão, caranguejo, entre outros,
tem cada um sua devida e distinta função no
estes bem acessíveis às pessoas que moram em
organismo.
regiões praianas.
Calorias – Hoje se fala muito em calorias,
mas o que são essas calorias? Caloria é a energia
que adquirimos através dos alimentos que ingerimos. A medida da energia é o que
chamamos de calorias. Essa caloria é vital para nossa vida, pois, ela é essencial
para que aconteça o metabolismo em nosso corpo. Em geral, para um adulto com
trabalho não muito pesado, a quota diária é de 2400 Kcal, lembrando que esta cota
varia de acordo com a atividade física de cada um.
Metabolismo – É o conjunto de todas as etapas que o alimento atravessa
depois de ingerido, são elas: digestão, transformação, absorção e excreção do que
não foi utilizado. Esse metabolismo pode ser mais acelerado ou mais lento. Ex: as
crianças têm o metabolismo mais acelerado do que um adulto, devido à necessidade
de grande quantidade dos nutrientes para ter uma boa formação física.
Absorção – Ocorre quando os nutrientes que são provenientes dos alimentos
que ingerimos passam através das paredes do intestino, chegando à circulação
sangüínea e então levados a todas as células do corpo, com a finalidade de nutrir e
proporcionar mais energia ao organismo.
11
Contribuem para afastar males na visão,
Espinafre, milho, ervilha verde
Verde-amarelo como catarata e degenaração que leva à
e abacate.
cegueira.
Ativam a produção de enzimas no fígado
Brócolis, couve-de-bruxelas e
Verde responsáveis por destruir substâncias
repolho
cancerígenas.
Plantas da família da cebola, por exemplo,
Alho, cebola, pêra endívia e
Verde-branco contém alcina, que apresenta efeitos conta
vinho branco.
infecções.
Quadro 1 – Os principais alimentos e suas propriedades nutricionais
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dos procedimentos para tornar possível a utilização dos
alimentos, preocupando-se, também, com a conservação
máxima de seus nutrientes. A técnica dietética é conhecida
pela ciência que estuda o processo de modificação
nutricional de cada alimento durante a preparação dos
pratos. Modificações estas ocasionada por operações
físicas e/ou ambientais como calor, refrigeração, tempo de
espera; químicas, adição de aromatizantes, conservantes,
vinagre, temperos industrializados etc.; manipulação a
que são submetidos estes alimentos, lavagem, corte, etc.
Por exemplo: alguns alimentos, como o arroz, que só
pode ser consumidos após passar por processo mecânico Imagem 1– alimentação com todos os nutrientes
Agora que já conhecemos o significado portanto, não ficar mais de quatro horas sem se
alimentar, lembrando que essas refeições devem
e os termos inerentes à nutrição e alimentação,
ser em quantidades moderadas.
estudaremos, no Tópico 2, as exigências
nutricionais do organismo humano.
13
1. Proteínas: são substâncias
formadas pelo agrupamento de aminoácidos
com a função de reparar e formar tecidos ,
além de efetuar reações de imunidade
(formação de anticorpos). As proteínas
podem ser de origem animal (carne de gado,
frango, carneiro, ovos, leite), ou de origem
vegetal (castanhas, soja, amendoim, etc.).
É importante manter a relação calórico-
Imagem 2– a roda dos alimentos
protéica da dieta para assegurar a utilização
correta das proteínas.
2. Hidrato de carbono ou carboidratos: são essencialmente energéticos,
ou fornecedores de energia. Ricos em lipídios e glicídios.
Lipídios ou gorduras: são encontrados em alimentos de origem vegetal
como castanhas, abacate, óleos e azeite de soja, milho, arroz, milho; e alimentos de
origem animal como leites, manteiga, lecitina da gema do ovo, gordura das carnes.
Sua principal função é fornecer energia.
Glicídios: são os açúcares encontrados em leguminosas, frutas, hortaliças,
açúcar de cana, cereais (bolachas, pães, massas) e grãos em geral; têm seu principal
representante no amido, polissacarídeos que ao se desdobrarem produzem maltose
e glicose, que é usada como fonte imediata de energia.
3. Minerais: substância inorgânica encontrada nos mesmos que integram
a composição da terra, a água e a atmosfera. Cerca de 30 minerais fazem parte
do organismo humano. Eis alguns deles: cálcio, fósforo, ferro, sódio, cloro, iodo,
potássio, magnésio, cobre, flúor, cromo, cobalto, estrôncio, enxofre, manganês,
selênio, zinco.
Segundo Coltro (1990) , cálcio, fósforo e magnésio formam os ossos, ferro
integra os glóbulos vermelhos e iodo atua nas funções da tireóide. Por isso, são
necessários na formação e funcionamento do organismo, encontrados também nas
plantas, no solo, na água e nos animais. Vitaminas: são substâncias indispensáveis
ao desenvolvimento e à manutenção da normalidade do organismo (A, C, D, K, E, P,
Complexo B) (Coltro, 1990). A vitamina A atua junto aos tecidos de revestimento em
geral e a visão; a vitamina D nos processos de ossificação; as vitaminas do complexo
B no metabolismo dos glicídios e normalidade do tecido nervoso; a vitamina C
atua na integridade das paredes dos vasos circulatórios e no fortalecimento do
organismo contra bactérias e vírus.
15
Vitamina A: Suas fontes são a gema de
ovo, fígado, vegetais amarelos, verde-escuros.
Seu consumo diário favorece a função da retina e
a integridade da pele. ate n ç ão !
Dando continuidade aos nossos estudos, Agora, faça um complemento em seus estudos: –
no tópico a seguir, conheceremos a classificação investigue o que são alimentos diets e light.
das proteínas e suas funções.
ate n ç ão !
Deve-se entender que emagrecer é perder gorduras, ou seja, perder tecido adiposo (aquelas gordurinhas
indesejáveis) e engordar é aumentar as reservas de gorduras, o que não podemos confundir com ganhar ou
perder peso (Duarte, 1988, p.22). Vamos explicar! Posso emagrecer sem perder peso; - ah Professora, mas é
possível isso? É sim, pois, quando perco gordura e aumento minha massa muscular, estou substituindo o
tecido adiposo por tecido muscular, assim, mantenho-me com o mesmo peso, porém, com a vantagem de
obter um corpo mais saudável e bem definido.
Posso, também, perder peso apenas com a perda de líquido, o que se chama desidratar. Nesse caso, é
prejudicial à saúde, pois junto ao líquido que perco, vão muitos nutrientes indispensáveis ao meu corpo.
O importante é saber que, o que faz emagrecer é uma menor ingestão de alimentos, principalmente os
calóricos, e uma maior queima das gorduras através de atividades físicas. Como se vê, não há segredo.
C omeçaremos
falando
nosso
primeiramente
o que são as proteínas e sua
formação. A seguir, classificá-las quanto à sua
função em nosso organismo.
módulo
sobre
17
B – Enzimas: são as proteínas responsáveis
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pelo aumento da velocidade das reações
(metabolismo) que acontecem em nosso organismo.
Assim, as enzimas são proteínas que têm uma
atividade catalítica.
C – Proteínas de transporte: a hemoglobina
e a lipoproteína são proteínas que se ligam às
substâncias específicas e as transportam através
do sangue até as células. Exemplo: o transporte do
oxigênio até as células. Imagem 4– fonte de proteínas.
19
PARA CALCULAR O IMC PROCEDA DO SEGUINTE MODO:
Divida o seu peso pela sua altura ao quadrado.
Exemplo:
Peso (Kg) dividido por altura ao quadrado (altura X altura)
55 Kg dividido por 28 = 19,5
Agora confira os dados abaixo:
• Peso subnormal - abaixo de 18.5.
• Peso normal - entre 18.5 e 24.9.
• Excesso de peso - entre 25 e 29.9.
• Obesidade I (leve) - entre 30.0 e 34.9.
• Obesidade II (moderada) - entre 35.0 e 39.9.
• Obesidade III (extrema) - igual ou superior a 40.
O resultado do exemplo acima indica peso normal.
Para mantermos uma boa saúde e evitarmos transtornos alimentares, é
preciso um bom planejamento alimentar, onde deveremos levar em conta:
• os valores nutritivos de cada alimento;
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• planejar um cardápio de forma
balanceada, contendo todos os nutrientes nas
quantidades necessárias;
• fracionar em cinco ou seis refeições ao
dia;
• oferecer pratos de forma saborosa,
variada, colorida;
• a boa qualidade da higiene (estudaremos
mais adiante);
• elaborar um cardápio de acordo com a
condição social do público alvo . Imagem 5– alimentação com todos os nutrientes
21
para enriquecê-los. Isso explica porque se
recomenda não ingerir refrigerantes, inclusivo
os diets, enlatados, embutidos, refrescos em pó
vo c ê sab i a?
e muitos outros. Até mesmo o nosso delicioso
chocolate deve ser consumido com moderação. A anorexia é um transtorno alimentar onde
Delicioso, mas também, vilão. o indivíduo não sente fome. Via de regra,
Agora que já conhecemos o caminho a está relacionada a dietas mal feitas (ex: dieta
percorrer para aquisição de uma boa saúde, na restritiva) e/ou está relacionada a problemas
próxima aula, abordaremos os cuidados para psicoemocionais.
conservação dos nutrientes durante o preparo A inversão do caso deve ser feita com a reeducação
dos alimentos. alimentar com um cardápio que contenha
alimentos com todos os nutrientes necessários,
várias refeições ao dia em pequenas quantidades.
Relembrando o que vimos anteriormente, pode-
se emagrecer com saúde, desde que se faça uma
dieta balanceada, ingerindo todos os nutrientes
necessários, restringindo apenas a ingestão de
alimento muito calóricos.
Olá!
Objetivos
23
TÓPICO 1 Gordura: amiga ou inimiga?
O bjetivo
• Conhecer as gorduras suas funções e benefícios
• aguçar o aroma;
• acentuar o sabor;
• manter a textura dos alimentos.
TIPOS DE GORDURAS
Gorduras saturadas: são chamadas “gorduras do mal”,
pois, elevam o nível do LDL no sangue (colesterol ruim), podendo
bloquear as artérias.
Imagem 6– óleos vegetais líquidos Gorduras insaturadas: são boas, pois, aumentam o nível
de “colesterol bom”, combatendo o colesterol ruim – LDL,
dificultando formação de coágulos nas artérias.
São encontradas no azeite de oliva, castanha
de caju, amendoim, peixes como sardinha e
bacalhau, todos eles são ricos em ômega 3.
você sa b i a?
Gorduras hidrogenadas: são gorduras
Você já ouviu falar sobre a História da de origem vegetal manipuladas industrialmente
Margarina? para ser uma alternativa à gordura saturada
Então vamos passear um pouco no tempo. (presentes no bacon, da lingüiça, da picanha...).
“Em 1869, Hippólyte de Mége Mouriés (1817 –
1880) ganhou um prêmio oferecido pelo governo O PROCESSO DE HIDROGENAÇÃO
de Napoleão a quem descobrisse um produto Para chegarmos ao resultado desejado,
similar à manteiga, porém a um preço mais devemos obedecer a um Processo de
acessível e com maior facilidade de preservação. Hidrogenação (processamento químico).
Naquela época, a França atravessava uma São adicionados, aleatoriamente, átomos
grande crise econômica e a manteiga tornava- de hidrogênio ao óleo vegetal que se deseja
se um produto cada vez mais caro e escasso, trabalhar até que ele atinja a consistência
não suprindo o abastecimento do exército e das desejada.
classes mais pobres. Cabe a você, agora, enriquecer seus
Após várias experiências, Mége conseguiu conhecimentos, portanto, pesquise a opinião
produzir uma nova gordura, advinda da de alguns autores, pois, há divergência entre
extração de um líquido oleoso denominado “óleo eles quanto à gordura hidrogenada ser ou não
margarina” - que seria a base e origem do novo a mesma coisa que gorduras. Pesquise, faça suas
produto. Nascia, então, a margarina.” críticas e chegue a sua própria conclusão.
Fonte: http://acd.ufrj.br/ consumo/disciplinas/ kit_ Ao contrário do que muitos pensavam, em
gorduras_vegetais_hidrogenadas). estudos recentes foi constatado que a gordura
hidrogenada (margarina) é mais prejudicial à
25
saúde (cardiovascular) do que a saturada de origem animal (ex. a manteiga). Pois,
esse tipo de gordura obstrui os vasos e artérias e provoca o infarto do miocárdio.
Isso pode explicar o porquê de, hoje em dia, tantos jovens estão adoecendo com
problemas de hipertensão arterial (acometidos de doenças cardiovasculares como
pressão alta), Acidente Cárdio Vascular (AVC), muitas vezes, levando-os à morte
precoce.
A gordura hidrogenada proporciona uma melhora na consistência e dá mais
sabor ao alimento, aumentando, também o seu prazo de validade.
Para conhecermos mais sobre as gorduras, falaremos no próximo tópico
sobre as gorduras trans.
GORDURA TRANS
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obstruções das artérias, levando sérios danos ao organismo, podendo ocasionar
problemas cardiovasculares. Além disso, a presença do colesterol ruim vai causar
a diminuição no nível do HDL (colesterol bom).
Os alimentos industrializados, ricos em
gorduras trans, são os biscoitos (principalmente
os recheados), sorvetes, bolos, as frituras como
sai b a mai s !
pasteis, batatas prontas em pacotes, nossa
deliciosa margarina de todo dia e, todo e qualquer Para maiores informações sobre as mudanças nos
alimento preparado com margarina. Podemos rótulos dos alimentos industrializados e o uso
verificar a presença da gordura trans lendo os das gorduras trans, consultem o Site da ANVISA
rótulos dos produtos, sendo que os alimentos de (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária).
melhor qualidade são mais confiáveis em suas
informações. A partir daí, podemos fazer uma
escolha mais consciente do que é melhor para o nosso organismo e o que queremos
comprar.
No rótulo deve estar declarada a quantidade de gordura trans (valores
em gramas), porém, não constará o percentual da quantidade como valor diário
a ser consumido, pois, não se tem nenhum conhecimento científico sobre estes
dado. Assim, quanto menor a ingestão melhor será a sua saúde. Seu organismo
agradece! Porém, é preciso e decisivo que todos adquiram conhecimento sobre tais
informações.
Baseado no rótulo de uma margarina comercializada legalmente nos
supermercados, colocamos as informações que devem ser repassadas aos
consumidores:
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
PORÇÃO DE 10 g (uma colher de sopa)
EM GRAMAS_MILIGRAMAS_KCAL
Porção de 10 g (1 colher sopa)
Quantidade por porção % VD (*)
CABIDRATOS XX g XX
PROTEÍNAS XX g XX
GORDURAS TOTAIS XX g XX
GORDURA SATURADA XX g XX
GORDURA TRANS XX g * % VD não estabelecidos
COLESTEROL XX mg * % VD não estabelecidos
FIBRA ALIMENTAR XX g XX
SÓDIO XX mg XX
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
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29
TÓPICO 3 Orientação ao consumidor na
aquisição dos alimentos
O bjetivo
• Expor algumas orientações ao consumidor para
a melhor aquisição de alimentos
31
bater no liquidificador, coar e adoçar. Já as cascas da batata podem ser fritas, elas
ficam deliciosas. Faça o teste e comprove o correto aproveitamento e utilização das
cascas, os alimentos devem ser bem lavados (use uma escovinha) antes de serem
descascadas. As sementes de jerimum, depois de secas e torradas, são ótimas como
aperitivo e eficientes e econômicos vermífugos.
Os talos e folhas de beterraba, couve-flor, cenoura, rabanetes e outras são
ricas em minerais e vitaminas e ficam muito gostosas quando refogadas em sopas
ou como recheio de tortas salgadas.
Outro passo para economia é a sua conservação. Para tanto, podemos utilizar
várias técnicas. Por exemplo, as folhas da alface podem ser conservadas por dois
ou três dias, elas devem ser lavadas, secadas, acondicionadas em recipiente tapado
e colocado no refrigerador. Quando fora do refrigerador, as folhas podem ser
molhadas para manterem aparência sempre fresca.
Apesar de o ideal ser consumi-la até três dias após a compra, a couve pode
durar cerca de uma semana no frigorífico. Para isso, não arranque os talos, mantendo
as folhas inteiras e guarde-a dentro de um saco de plástico na gaveta do frigorífico.
Já os tomates, os pimentões e as berinjelas, escolha os de aparência rija, com
pele brilhante, lisa e sem manchas.
A beterraba, o chuchu e a cenoura devem estar com textura firme, sem
manchas e com suas cores bem fortes. Coloque-as, depois de lavadas e enxutas,
na gaveta da geladeira. Assim, elas ficam conservadas sem perder seus nutrientes
por até 15 dias. Podemos, também, congelá-las já cortadas (do modo desejável)
deixando-as prontas para uso.
No caso da vagem, ela deve estar com textura sólida, sem bichos e com uma
cor verde brilhoso.
O pepino devemos descascar, cortá-lo em camadas finas e colocá-lo de molho
em água fria por duas horas. Este procedimento tornará o pepino mais digestível.
Ampliando, ainda mais, o nosso aprendizado, veremos o conceito de gorduras
trans e alimentos transgênicos no próximo tópico.
33
Devemos estar sempre atentos, pois,
durante sua preparação os alimentos podem
sofrer alterações nutricionais através de fatores vo c ê sab i a?
químicos, biológicas e/ou físico (manuseio).
Que fatores que podem alterar o valor nutritivo
Assim, os cortes, lavagens, adição de temperos
dos alimentos, são:
industrializados, grau de calor e tempo de cocção
1. físicos: subdivisão (corte), união (misturas),
a que são submetidos os alimentos, modificam
dissolução, temperatura e cocção.
sua composição nutricional. Portanto, devemos
2. químicos: ação de ácidos e aditivos químicos
ter os cuidados necessários durante a preparação
(Ex: conservantes, aromatizantes, corantes,
dos alimentos, para que se possam oferecer todos
vinagre).
os nutrientes a que se propõem. Outro ponto são
3. biológicos: presença de fermentos, bactérias e
os fatores nutricionais, higiênicos, digestivos,
fungos.
sensoriais e econômicos que devem ser
observados quando da elaboração do cardápio e
da prática culinária, a fim de oferecer um prato nutritivo, saboroso, com aspecto
atrativo e acessível ao consumidor a que se destina. Então vamos agora estudá-los.
FATORES NUTRICIONAIS
Como vimos anteriormente, o correto é que a preparação dos alimentos
(pratos crus ou cozidos) seja feita mantendo seus valores nutritivos, seu aspecto
saudável e cores. Os vegetais coloridos, como cenoura, brócolis e beterraba devem
ser colocados para cocção em pouca água e já bem aquecida para acentuar a sua
cor. A água do cozimento pode ser aproveitada para preparo de outros alimentos,
pois ela estará rica em nutrientes desprendidos dos vegetais que foram cozidos.
Melhor, ainda, seria cozinhá-los a vapor.
O empregado de uma cozinha dietética deve ter conhecimento básico
de nutrição, aplicando métodos corretos e seguros no preparo dos pratos.
É imprescindível conhecer a composição química dos alimentos, porém, é
indispensável prezar pela boa condição em que o alimento é ingerido, sabemos que
muitos de seus nutrientes podem se perder durante sua preparação ou na forma
de acondicionamento. Para tanto, torna-se necessário aplicar as regras básicas da
técnica dietética, já que o ideal na culinária é aliar técnica e arte.
A análise laboratorial dos alimentos já preparados é que dirá a quantidade
de nutrientes e a qualidade dos alimentos depois de preparados.
FATORES SENSORIAIS
É a visão final que se espera do prato feito,
portanto, não é suficiente conhecer apenas a
composição química dos alimentos e seu aspecto,
é necessário, ainda, torná-lo apetitoso, isto é,
você sa b i a?
agradável aos olhos, ao olfato e ao paladar. Isto
O sabor do alimento é realçado pelo açúcar ou sal. através da boa escolha do alimento e das técnicas
Para alimentos mais insípidos utilizam-se molhos da arte culinária para uma bela apresentação
com o objetivo de melhorar o sabor. com boa combinação de cores e sabores.
Agora você entende o porquê (mesmo com
todos os conhecimentos anteriores) é tão difícil
resistir e dizer não a um belo e apetitoso hamburger, vocês concordam comigo?
35
Com todos esses cuidados na preparação, estaremos agradando a todos os
gostos. Gosto que varia de pessoa para pessoa, porém, além do sabor, é necessário
aprender a apreciar aqueles alimentos que realmente nutrem, para em seguida
virem os fatores sensoriais.
Nesse sentido, a arte culinária utiliza-se de vários recursos a fim de tornar o
prato saboroso sem que haja prejuízo dos alimentos. Para tanto, é importante que
sejam obedecidas todas as regras básicas de preparo de alimentos para a confecção
dos pratos.
FATORES DIGESTIVOS
Alguns alimentos podem ser consumidos in natura, dado a sua composição
química, quando seus nutrientes permitem o ataque imediato dos sucos digestivos,
ex.: as frutas, algumas verduras, o leite (que poderá, ainda, antecipar a primeira
etapa da digestão com adição de ácido, como se faz na coalhada. Porém, com o
cuidado de conhecer sua fonte produtora.
A digestão do alimento depende, também, das condições do aparelho
digestivo, que pode ser imaturo no caso das criançinhas; lento e frágil nos doentes;
desgastado como no idoso, assim torna-se antecipar sua digestão. A trituração do
alimento, no liquidificador, pode substituir a mastigação, antecipando a digestão.
FATORES ECONÔMICOS
Em nossos dias, há uma cobrança muito grande quanto a utilização do tempo
e energia pessoal, bem como a busca pela saúde física e pela longevidade. No
entanto, manter a saúde e alcançar a velhice com boa qualidade de vida demanda
dinheiro, o que nos remete a pensar sobre a maneira mais proveitosa de utilizá-lo.
Para maior economia, deve-se fazer um cardápio com antecedência,
planejando e calculando o per capita, para saber exatamente o que, e quanto
comprar. O cálculo reduz as perdas com sobras. O cardápio deve, de preferência,
constar de alimentos nacionais, os mais acessíveis, da estação do ano (safra) e
devem estar em boas condições de conservação. Selecionar as receitas corretas e
previamente calculá-las de acordo com as preferências dos comensais e prepará-las
bem para não haver rejeição.
Escudero, cientista da nutrição, já em sua época, reclamava o desperdício de
alimentos e diz “é na lata de lixo que se pode julgar a eficiência de um Serviço de
Alimentação”. (Escudero, 1943 apud Ornellas, 1989).
Na lixeira vão as aparas de alimentos que foram comprados murchos ou
estragados, cascas grossas, outros que se estragaram na geladeira, sobras de
37
AULA 3
Planejamento de
cardápio e instalação da
cozinha
Olá!
Os estudos feitos nas aulas anteriores nos fizeram entender o valor dos nutrientes
para manutenção da saúde; tipos de gorduras, cuidados com os alimentos, tudo
isso nos deu o embasamento necessário para continuarmos nossos estudos.
Assim, veremos agora os preceitos e cuidados para a confecção dos cardápios
e regras para a instalação correta da cozinha. Isso se justifica, pois, para que
aconteça um autêntico e refinado serviço de alimentação, não precisamos apenas
de conhecimentos técnicos e treinamentos, é de fundamental importância o bom
planejamento da cozinha na qual se vai trabalhar.
Objetivos
O bjetivo
• Mostrar as vantagens e as economias de um correto
planejamento do cardápio
U m pouco da história.
Antes de começarmos a falar sobre o correto planejamento
de cardápios e o bom funcionamento de uma cozinha, não podemos
esquecer que o nosso curso é direcionado ao atendimento ao público externo em
hotéis e restaurantes, com visitantes ávidos em conhecer e degustar novos sabores
ou mesmo aqueles que já conhecem, mas, desejam um momento de estarem junto
a outras pessoas. Portanto, a preocupação maior é sempre proporcionar um serviço
de excelência ao cliente, para isso, devemos conhecer um pouco da influência
da cultura na gastronomia, pois, a gastronomia é construída por cada povo e sua
cultura. Desse modo, encontramos as comidas típicas de cada país (comida árabe,
comida chinesa, japonesa, brasileira, francesa, italiana, etc.).
39
A globalização, com sua facilidade de
comunicação e deslocamento das pessoas,
www.latinstock.com.br
proporcionou um grande câmbio de costumes
e práticas gastronômicas entre os povos. Nos
primórdios eram os nômades; depois, os casamentos
por interesse entre impérios; já mais próximo ao
nosso tempo, foram as guerras e, hoje, é a facilidade
proporcionada pela internet, o turismo e os negócios.
O mundo, hoje, importa e exporta a Imagem 13– modelo de restaurante preparado
PLANEJAMENTO DO CARDÁPIO
O passo seguinte é o planejamento e a elaboração do cardápio. Este é um
fator de suma importância para o êxito da empresa. Porém, para preparação de
um cardápio é necessário que se estabeleça seu público alvo (para quem está
se planejando o cardápio); a região onde está inserido; conhecer as produções
alimentícias locais; qual sua condição econômica para aquisição do produto; quais
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TÓPICO 2 A ficha técnica de preparação
O bjetivo
• Conhecer o que é a Ficha Técnica de Preparo -
FTP e qual a sua função
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Principal: Filé ao molho gunghi, batatas e arroz com amêndoas; Salmão em
crosta de gergelim, molho balsâmico e tomate Concassé, Pato ao molho de laranjas,
purê de batatas, maçã caramelizada e gomos de laranja
Sobremesa: Pêra ao molho de menta, pistache e sorvete de creme
Valor individual: R$ 120,00
As reservas podem ser feitas pelo fone 54.3286.1744.
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Hoje em dia, com a concorrência tão acirrada e com
o intuito de chamar a atenção do cliente, muitas empresas
usam modos bem diferentes de apresentarem seu menu, veja
a foto ao lado.
Depois de tudo que estudamos, veremos que não
bastam apenas conhecimentos técnicos e/ou práticos para
a execução do cardápio, necessitaremos, também, de uma
cozinha. Portanto, no, próximo tópico, estudaremos alguns
aspectos importantes para o planejamento, instalação e
funcionamento da cozinha.
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Segundo ORNELLAS (2000), existem requisitos
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básicos que deverão ser obedecidos para o bom
planejamento da cozinha.
Abaixo, relacionamos alguns deles!
• Possuir local com boa aeração e luminosidade
(ser ventilada e clara);
• Possuir água encanada de boa procedência;
• Ter espaço satisfatório para a execução dos
trabalhos;
• Cada etapa da elaboração das tarefas deverá ter
sua área específica;
Imagem 17– higiene pessoal
• Ter piso antiderrapante para evitar acidentes;
• A retirada do lixo deverá ser prática e fácil;
• Estar em local que seja de fácil acesso à compra
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dos materiais e ingredientes;
• Possuir um refrigerador específico para as carnes,
outro para vegetais e outro para doces e sobremesas,
assim, não ocorrerá de um alimento absorver o odor do
outro;
• O material de limpeza deve ser guardado em
local afastado dos alimentos, para evitar a contaminação
dos alimentos (isso veremos mais adiante);
Imagem 18– organização dos alimentos
• Os alimentos deverão ser guardados em local
limpo, ventilado, de fácil acesso e seguro para que não entrem insetos ou roedores;
• Os utensílios deverão ser acondicionados em locais de fácil acesso e
organizados e seguros para que não entrem insetos ou roedores;
• Os equipamentos deverão ser resistentes e de fácil limpeza;
• Os equipamentos deverão ser montados obedecendo a ordem da execução
das tarefas;
• Os equipamentos deverão oferecer a máxima segurança aos operadores e
instalados em altura equivalente aos operadores (ver em ergonomia);
• Panelas e outros utensílios deverão ser de tamanho equivalente ao número
de refeições que pretende oferecer;
• Possuir correto escoamento de água.
(Dados de acordo com experiência de trabalho vivenciada pelo autor em
Cozinha Industrial SESC – Serviço Social do Comércio).
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TÓPICO 4 Higiene e conservação de
equipamentos e utensílios
O bjetivo
• Conhecer as regras a serem observadas
para melhor conservação de equipamen-
tos e utensílios
• Não esquentar tais peças além do necessário para evitar que venham a se
fundir.
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Para maior economia de trabalho e tempo, devemos:
→→ usar o mínimo possível de utensílios e equipamentos;
→→ selecionar panelas e demais utensílios com capacidade de acordo com a
receita a ser elaborada;
→→ as frigideiras devem ter fundo resistente e plano;
→→ logo após o alimento começar a ebulição, diminuir o fogo e mantê-lo fechado
até a conclusão do cozimento;
→→ não abrir o forno antes do tempo previsto para cocção do alimento;
→→ mexer o alimento que está sendo preparado com colher de madeira ou
plástico;
→→ retirar as partículas aderidas aos bordos da panela;
→→ para lavagem dos utensílios e panelas após o termino do uso, tão logo as
mesmas estejam frias, deve-se mergulhar em água fria os utensílios com restos
de alimentos como carne, ovo, etc. e os utensílios com gordura e massas em água
quente;
→→ deve-se obedecer a uma ordem de lavagem dos utensílios. Primeiramente os
de vidro, depois, os talheres e finalmente a louça. Em pia separada, devemos lavar
as panelas e equipamentos das máquinas usados para o trabalho;
→→ deve haver lugar próprio para cada objeto, que devem ser guardados logo
após sua higienização.
No próximo tópico, entraremos na preparação técnica dos alimentos e
análise de pontos críticos.
Olá!
Objetivos
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TÓPICO 1 Preparação técnica dos
alimentos
O bjetivo
• Conhecer os modos corretos da preparação
técnica dos alimentos
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A mistura por amassar ou sovar, muito usadas no preparo de massa para
pães, pizzas e pasteis, é a união da farinha de trigo e a água, onde pode ser feito
à mão, ou no caso de maiores quantidades (para restaurantes), faz-se o uso de
batedeiras industriais.
Depois das preparações iniciais ou preparo, o alimento está pronto para
passar pelo processo de cocção (cozer). A qualidade do fogo e os tipos de calor
utilizados no processo de cocção diferem de alimento para alimento ou preparação.
As qualidades esperadas do combustível a ser
usado para cocção devem ser de fonte não tóxica,
limpo, de aquecimento rápido, de fácil controle
de temperatura. São exemplos: o gás, o carvão,
vo c ê sab i a?
energia elétrica etc.
Os processos básicos da cocção são o calor A decomposição de um alimento é notada pela
úmido e o calor seco. A ação do calor sobre o alteração da aparência, do cheiro, do sabor e
estrutura, isso é o que vai modificar sua textura, no alimento geralmente são o amolecimento ou
cor, sabor e digestibilidade. Para tanto, devemos endurecimento; gotejamento (a casca se rompe,
utilizar o calor adequado a cada tipo de alimento produção de um líquido viscoso); descoloração;
cozimentos à vapor (ex. banho-maria) (verduras, A decomposição pode ser antecipada pelo
imersão em água (arroz, feijão e muitos outros); inadequado, mudanças de temperatura; ambientes
seco é com o uso do forno, usado para assar e excesso de atividade de microorganismos nos
P ara que tudo ocorra bem no serviço é necessário, também, o estudo das
condições sanitárias dos alimentos. As condições em que se encontram os
alimentos podem ser fator de risco e doença nas seguintes circunstâncias:
• infectados por organismos patogênicos ao homem. Ex.: bacilo de koch, da
brucelose, insetos, poeira e ventos. Alguns alimentos podem veicular salmoneloses, além
de enfermidades por vírus como a hepatite infecciosa, tifo, ovos de áscaris. Ex.: a carne
de porco pode conter “Trinchinella spiralis” e “Tênia solium”;
• conter toxinas formadas por bactérias que interferem no metabolismo
intermediário dos alimentos contaminados;
• substâncias encontradas naturalmente em plantas e animais. Ex: cogumelos
tóxicos, mandioca brava e alguns mariscos em determinados períodos do ano, quando
ingerem ”plâncton” que causa no homem paralisia respiratória;
• adição de substâncias químicas adicionadas aos alimentos com finalidade de
conservá-los. Ex: corantes de sorvetes, bombons e de chumbo usados como inseticidas;
• os utensílios de cozinha podem ser fonte de intoxicação alimentar;
• contaminação por manipulação de utensílios e louças mal lavadas, manipuladores
portadores de moléstias infecto-contagiosas;
• contato com insetos como moscas e baratas.
Lembre-se: a contaminação pode acontecer de modo direto ou indireto. Isso ficará
para você pesquisar.
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PARA REFORÇAR
Os alimentos estão sujeitos a diversos tipos
de contaminação que representam grande risco
ate n ç ão !
à saúde das pessoas que os ingerem. Dentre os A qualidade do alimento vai além do sabor e
tipos de contaminação, salienta-se a presença da apresentação. A higiene e a salubridade dos
de microorganismos patogênicos que produzem alimentos são condicionantes fundamentais para
as toxinas e a contaminação química pelo uso uma boa qualidade, uma vez que o alimento
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Essa legislação estabelece diretrizes para
que toda empresa do serviço de alimentação tenha
normas específicas de boas práticas de elaboração sai b a mai s !
de alimentos, produção e prestação de serviços. As Com base no método APPCC foi publicada, em
normas devem estar contidas em “Manual de Boas 12/12/1993, a portaria nº MS-1428 pelo Ministério
Práticas na Produção e Distribuição de Alimentos”, da Saúde e recentemente regulamentada pelo
esta será solicitada nas fiscalizações e inspeções centro de Vigilância Sanitária de São Paulo.
sanitárias. Acesse o site da ANVISA e veja algumas
Alguns requisitos são exigidos para o orientações importantes sobre a escolha do
funcionamento de estabelecimentos que produza ou local, aspecto dos alimentos, prazo de validade
industrialize alimentos. Um dos primeiros fatores é e verificação dos rótulos dos alimentos. http://
portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home
a localização do estabelecimento que deve ser em
zonas isentas de agentes contaminadores, como:
odores indesejáveis, fumaça, pó; não expostos a inundações, pois, isso poderia provocar
a contaminação do alimento com conseqüentes agravos à saúde de quem o consumir.
Para que se complete o planejamento do restaurante, devemos obedecer a mais
algumas regras, que são:
• os locais de circulação dentro da cozinha devem ser de superfície resistente para
agüentar o trânsito de materiais pesados. Necessitam ser laváveis, possuir escoamento
próprio de água das limpezas e de fácil desinfecção;
• os equipamentos devem estar colocados em locais determinados de modo
a facilitar a higiene adequada e permitir o devido cuidado quanto à garantia de uma
qualidade sanitária da cozinha;
• possuir instrumentos que impeçam a entrada e proliferação de insetos e roedores
(ex.: teles nas janelas e portas);
• as paredes devem ser revestidas com cerâmica impermeável (ex.: azulejo),
lavável e de cores claras, de modo que as primeiras sujeiras sejam percebidas facilmente;
• as janelas devem ser feitas de um material que evite o acúmulo de poeira e as
que se comunicam com as áreas externas devem ser providas de proteção anti-pragas
(ex.: proteção na parte de baixo da porta);
• seu planejamento deve ser feito com separação por áreas e setores, para que haja
definição do fluxo de pessoas e alimentos, assim, evitando contatos que possam causar
contaminações;
• as matérias primas e produtos finalizados devem ser armazenados sobre estrados
e separados das paredes para permitir a correta higienização do local;
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TÓPICO 4 Contaminação e
implantação do APCC
O bjetivos
• Conhecer as situações favoráveis para a con-
taminação
• Conhecer como acontece a implantação do
APPCC
A IMPLANTAÇÃO DO APPCC
A fim de sanar esses problemas acontece a implantação do APPCC. Vejamos!
Para a implantação do sistema APPCC são necessários alguns requisitos
mínimos, como a manutenção adequada das instalações e equipamentos da
cozinha, utilização de matérias primas com qualidade comprovada, capacitação e
dimensionamento adequado das equipes, disponibilização de materiais de limpeza
apropriados e outros aspectos necessários a boa qualidade dos serviços.
Para a preparação correta dos alimentos, a OMS recomenda “dez regras de
ouro”, que são:
• utilizar alimentos de boa procedência e tratados de forma higiênica;
• cozinhar bem os alimentos. Todas as partes do alimento deve ter atingido
pelo menos 24º Celsius;
• consumir imediatamente os alimentos cozidos;
• armazenar adequadamente os alimentos cozidos, que devem ser mantidos
numa temperatura acima de 60º ou abaixo de 4ºC, que deve ser atingida em até no
máximo 2 horas;
• reaquecer bem os alimentos cozidos. Deve-se atingir pelo menos 70º C em
todas as partes do alimento;
• evitar contato entre alimentos crus e cozidos. Isso é válido também para os
equipamentos e utensílios utilizados;
• lavar as mãos constantemente, especialmente após o uso do banheiro e após
fumar;
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• manter rigorosamente limpas todas as superfícies de contato com o
alimento;
• proteger os alimentos do alcance de insetos, roedores e outros animais;
• utilizar água pura para o consumo e preparo dos alimentos.
Selecionam-se os Pontos Críticos de Controle (PCC) baseando-se nos
perigos identificados, nas operações a que os alimentos são submetidos e na
utilização posterior do produto. Quando houver um alto ou médio risco de
ocorrência de uma enfermidade provocada por alguma falha no processo, é
necessário o estabelecimento de um ponto crítico de controle.
PERIGO: é uma contaminação inaceitável de natureza biológica, química ou
física, e/ou sobrevivência ou multiplicação de microrganismos que comprometam
a segurança (ou deterioração do alimento), e/ou produção ou persistência
inaceitável de toxinas ou outros produtos indesejáveis do metabolismo microbiano
em alimentos. Os perigos biológicos incluem bactérias infecciosas ou toxigênicas,
vírus, mofos, parasitas, fungos e peixes venenosos. Os perigos químicos incluem
pesticidas, produtos de limpeza, antibióticos, metais pesados e aditivos como
glutamato monossódico e os sulfitos. Os perigos físicos incluem fragmentos de
metal, vidro, farpas de madeira e pedra.
FLUXOGRAMA: é o roteiro indicando cada segmento de um produto ou
serviço, mostra a sequência e a racionalização da tarefa. O fluxograma completo é
um descritivo das etapas de preparação dos alimentos, onde as próprias etapas são
dentro de retângulos, e uma seta entre uma etapa e outra indica a direção do fluxo.
Em seguida, na forma de um quadro, são distribuídos os perigos característicos
de cada etapa, utilizando a simbologia internacional, o mecanismo de controle dos
perigos indicados, constituindo os PCC ou seus tipos., PCCe, PCCp ou PCCr; os
critérios adotados para cada ponto crítico de controle e monitoramento de cada
critério adotado.
PCC
• PCCe – pontos cujos perigos são eliminados.
• PCCp – pontos cujos perigos são prevenidos.
• PCCr – pontos cujos perigos são reduzidos ou retardados.
Ficamos por aqui, espero ter contribuído de alguma forma para o crescimento
profissional de vocês. Foi um prazer trabalhar com vocês.
Obrigada!
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CURRÍCULO
Angela Quezado de Figueiredo Cavalcante
e Noções de Nutrição. CM
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