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OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO 5 – ARTES VISUAIS

Pesquisa de elementos visuais

Fabiana Alcantara

“Quem quer que se defronte com uma obra de arte, seja recriando-a
esteticamente, seja investigando-a racionalmente, é afetada por seus
três componentes: forma materializada, ideia (ou seja, tema, nas
artes plásticas) e conteúdo”.
Erwin Panofsky, 2014. p 35.

Iniciamos nosso percurso de aprendizado sobre as linguagens artísticas com os


elementos da linguagem musical, passando em seguida aos elementos do Teatr. Agora, é o
momento de experimentarmos situações que visam à ampliação e à transformação de nossos
conceitos prévios quanto ao que consiste o trabalho com Artes Visuais.
Nosso material do módulo de Artes Visuais desta disciplina se inicia com questões tais
como: o que é Arte? Quem são os artistas? O que pode ou não ser considerado arte? Nossas
respostas intuitivas a essas perguntas se relacionam à nossa história perceptiva, ao acúmulo de
nossas experiências, e podem se modificar ou enriquecer a partir do trabalho de sensibilização
para as linguagens artísticas. Nesta oficina, teremos a oportunidade de pensar a respeito dos
elementos formadores das linguagens visuais. As aulas que temos como base, e que você
poderá consultar previamente se quiser, são as aulas 21 a 23. Vamos dar início às atividades?

Atividade 1

Veremos no conteúdo das aulas 21 a 23 que as imagens que nos cercam são formadas de
códigos visuais. Estes são reconhecidos pelas pessoas de um mesmo grupo social (placas,
sinalizações, entre outros). Os códigos visuais, assim como as obras de arte, possuem
elementos da linguagem visual, que podem ser recombinados, constituindo parte do exercício
de criação do artista. Na tabela a seguir você buscará destacar ao menos 3 elementos
percebidos nas imagens, tentando descrever esses elementos, detalhar na medida do possível
o que você identificou. Uma dica: clique nas imagens e amplie-as para perceber melhor os
detalhes!
Tipos de Texturas
linhas (enrugada
Imagem Pont (quebrad Core , Equilíbrio Proporçã Luz,
o a, s aveludad (ou o sombr
ondulada, a, desequilíbri a
reta, granulada o)
curva etc) , felpuda)
“Criação de Poteiro”,
Antonio Poteiro. S.d.

Marcel Duchamp
Nu descendo a escada, 1912

Claudia Andujar
Coleção Pirelli - MASP de
Fotografia

Klimt - O beijo, 1907


Rubem Valentim- Emblema-
logotipo poético, 1974

Atividade 2

As imagens possuem linhas de força, e como veremos no material, um ponto pode nos trazer
sensações diferentes, dependendo do local onde ele está disposto. Apesar de ser o menor
sinal gráfico, ele é um elemento diferenciador em uma página em branco, veja:

Observe agora, nessa propaganda das Havaianas, como nosso olhar é levado a se movimentar
pela imagem:
Existem muitos estudos sobre formas, signos (forma associada a uma ideia), sobre como
alguns efeitos ocorrem em nossa visão, e sobre como é possível utilizá-los a nosso favor, de
acordo com uma intencionalidade. Recomendo um vídeo que resume alguns princípios do
estudo da forma, chamado Teoria da Gestalt – um estudo que envolve a psicologia no intuito
de entender como decodificamos as imagens.
Acesse o link: https://youtu.be/yMwXvCFGCgM

São estas, resumidamente, as Leis da Gestalt:  semelhança, proximidade, boa continuidade,


pregnância, clausura / fechamento, segregação, unidade. Veja se você identifica a qual dessas
leis as imagens a seguir mais se aproximam:

a) b) c)

Atividade 3
Ao longo dos séculos, os artistas inventaram maneiras diferentes de criar a ilusão da
profundidade e do volume do espaço, no desenho, que é feito em uma superfície
bidimensional.

Reparou, acima, como o artista criou o efeito da ilusão de profundidade com o sombreado,
trabalhado com o lápis?

No entanto, são muitas e diferentes as maneiras de representar o espaço em que vivemos, em


uma superfície plana, observe as imagens:

Repare na semelhança dos desenhos abaixo. Há pontos em comum entre o desenho feito
por uma criança e a imagem egípcia: em ambas vemos os objetos que compõe a cena
representados ora de cima (lago na imagem egípcia; banca de exposição de produtos no
desenho infantil), ora de frente (árvores, patos e peixes na imagem egípcia; figuras
humanas, gato, cenouras no desenho infantil). Os dois pontos de vista coexistem numa
mesma cena, buscando oferecer uma representação inequívoca de cada objeto. Pois será
que as árvores da imagem egípcia, assim como as cenouras e as figuras humanas do
desenho infantil, seriam facilmente reconhecíveis se tivessem sido representadas vistas de
cima? E o lago? Seria reconhecível como lago (ou mesmo visível) se tivesse sido
representado de frente? A aparente ingenuidade na maneira de representar se mostra,
inversamente, como uma estratégia bem sagaz, não acha?

Afresco egípcio, O Lago do Jardim de Nebanum, c. Desenho Infantil


1400 a. C.

Veja agora abaixo a pintura japonesa, à esquerda. Repare que, estejam elas longe ou perto,
as figuras humanas são representadas, em geral, de um mesmo tamanho. Já na imagem da
Escola de Atenas, à direita, temos um exemplo de desenho em perspectiva linear. Trata-se
de uma técnica desenvolvida no Renascimento, na Europa, que confere à imagem um efeito
de profundidade através do estudo da geometria, usando linhas que convergem para um
único ponto. Neste caso, as figuras possuem tamanhos diferentes de acordo com o local que
ocupam na representação, mais à frente ou mais ao fundo.

Escola Tosa-Sumiyoshi, Diversões em Kyoto, c.1661- Escola de Atenas. Afresco de Rafael (Raffaelo
72, 21,5 x 32 cm. Sanzio). Roma, Palácio do Vaticano, 1511.

Abaixo à esquerda está uma das imagem do livro da indiana Tejubehan, com suas própias
estratégias de representação do espaço, sem lançar mão da perspectiva. E, à direita, uma
pintura de Pablo Picasso, que mostra uma intenção de quebra do espaço perspectivo (da
profundidade), de retorno à ênfase na superfície plana e bidimensional da imagem.

Tejubehan, ilustração para o livro “Desenhando na Les Demoiselles D’avignon, de Pablo Picasso,
Cidade”, Martins Fontes, 2013. 1907.

Agora você está convidado a fazer um desenho que dê a sensação de profundidade. Siga essas
orientações para criar o seu desenho:
1- Um vaso bem distante (último plano);
2- Uma garrafa no meio (segundo plano);
3- Um copo/taça na frente (no primeiro plano)!

Atividade 4

Os desenhos existem na natureza...

...mas existem também nas formas criadas pelo homem


para se localizar, para se expressar, para imaginar.

Partindo da ideia de que o lápis permite transformar a percepção do mundo, deformar, distorcer, criar coisas
que não existem, coloco aqui a seguir uma série trabalhos realizados por um artista belga, chamado Ben Heine,
observe:

Acesse: https://benheine.com/

Desafio!
A proposta agora é você tentar fazer algo parecido.
• Pesquise e separe uma fotografia que pode ser de encarte, revista, um folder
que recebeu na rua e não irá usar, ou mesmo imagem que você imprima em
casa.
• Vamos precisar também de um pedaço de papel liso (preferencialmente
branco) e um pouco menor do que a fotografia que escolheu para trabalhar,
pois é nesse papel que irá criar seu desenho.
• Você vai observar bem os detalhes da imagem fotográfica que escolheu,
colocar seu pedaço de papel por cima de uma parte e criar algo bem
inesperado, ou que mude um pouco a ideia da foto escolhida, do modo como o
Ben Heine fez. O importante é a sua criatividade a partir do que vai nos
mostrar, certo?

Atividade 5
A arte se manifesta em inúmeros suportes e nos locais mais inesperados. Para captar um
pouquinho das possibilidades da arte em sua relação direta com nossa vida, com nossas
questões do cotidiano, recomendo que veja o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=BJQPtK2u1tk

Pense em algum tipo de intervenção artística que foi significativa para você (não precisa ser
uma das mostradas no vídeo) e fale aqui um pouco sobre ela. Porque você acha que ela lhe
chamou tanto a atenção? Você verificou quais os materiais que ela utilizou e qual o local em
que foi feita? Com quais acontecimentos atuais você a relaciona?
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