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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

3ª CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO Nº 0010955-45.2020.8.19.0209

APELANTE: FÁBIO MARTINS DE CAMPOS

APELADO: BANCO BRADESCO S A

RELATORA: DESEMBARGADORA RENATA MACHADO COTTA

APELAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE


TÍTULO EXTRAJUDICIAL. ALEGAÇÃO DE
EXCESSO NA EXECUÇÃO. IMPUGNAÇÃO DE
ILEGALIDADES EXISTENTES EM CONTRATOS
ANTERIORES AO QUE EMBASA A EXECUÇÃO.
JULGAMENTO PREMATURO. NECESSIDADE
PROVA PERICIAL No caso dos autos, o embargante
afirma a existência de abusividades nos contratos
anteriores, os quais originaram a cédula de crédito
bancário que originaram a execução. Como cediço, é
possível a impugnação dos negócios jurídicos
subjacentes ao título exequendo, conforme Súmula
286 do C. STJ: A renegociação de contrato bancário ou
a confissão da dívida não impede a possibilidade de
discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos
anteriores. No caso, para que fossem apuradas as
alegações dos embargantes, foi deferida a prova
pericial contábil, a qual, posteriormente foi indeferida

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Desembargadora Renata Cotta
Apelação n.º 0010955-45.2020.8.19.0209
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RENATA MACHADO COTTA:30384 Local: GAB. DES(A). RENATA MACHADO COTTA
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por entender o magistrado se tratar de questão de


direito. De plano, impõe ressaltar, que é regra
processual comezinha de que a prova serve ao juiz,
que é o destinatário de seu conteúdo. Logo, pode o
juiz indeferir a produção de prova que reputa
desnecessária ao deslinde da demanda. Assim, não
caracteriza cerceamento de defesa o indeferimento da
produção de qualquer prova, mormente aquelas que o
julgador repute desnecessárias ou impertinentes, que
nada acrescentariam à formação do juízo de
convencimento do julgador, provocando apenas a
procrastinação da entrega da tutela jurisdicional.
Logo, se o juiz é o destinatário da prova está
plenamente autorizado a dispensar as desnecessárias
ou desinfluentes para o deslinde da causa, assim
como determinar a produção daquelas que se
afigurem indispensáveis à formação de seu
convencimento. No entanto, no caso dos autos,
mostra-se necessária a realização de prova pericial.
Decerto, na maioria das hipóteses, a alegação de
prática de anatocismo prescinde de perícia contábil.
Todavia, a peculiaridade existente na hipótese dos
autos é a de multiplicidade de contratos anteriores
que originaram a dívida constante do título, bem
como a análise da correção da planilha apresentada
pelo embargante. Para apuração do alegado, mostra-
se de profunda relevância a análise da prova pericial,
o qual analisará os contratos anteriores, e poderá
constatar, com mais exatidão e efetividade, a
veracidade das alegações do embargante. Destarte,

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uma vez requerida, deve ser dada à parte a


oportunidade produzir as provas pertinentes a
comprovar suas alegações. Além disso, importa notar
que o embargante alega irregularidades nos contratos
anteriores, conforme cálculo apresentado na inicial,
sendo certo que a sentença considerou apenas o
contrato principal, que embasa o título executivo.
Sendo assim, necessária a realização de prova pericial.
Por fim, muito embora o juiz alegue que a parte não
formulou pedido expresso de declaração de excesso
de execução, certo é que tal fato não é impeditivo se
do conjunto da postulação é possível compreender a
alegação de excesso. Provimento do recurso.
Anulação da sentença.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO Nº

0010955-45.2020.8.19.0209, em que é APELANTE: FÁBIO MARTINS DE

CAMPOS e APELADO: BANCO BRADESCO S A

ACORDAM os Desembargadores que integram a 3ª Câmara Cível do

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em

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dar provimento ao recurso para anular a sentença, nos termos do voto da Des.

Relatora.

VOTO

Recurso de apelação interposto contra a r. sentença de doc. 225, que

nos autos da ação de embargos à execução, julgou rejeitou os embargos, nos

seguintes termos:

“(...) Ante o exposto: . Rejeito os embargos à execução.

Condeno a parte embargante ao pagamento das

despesas do processo e dos honorários advocatícios

de sucumbência, que fixo em 10% sobre o valor

atualizado da causa.. Condeno a parte embargante a

pagar à parte embargada multa por conduta

atentatória à dignidade da justiça no montante de 10%

do valor atualizado do débito em execução, quantia que

arbitro com fundamento no art. 774, § único, do CPC, e

que será revertida em proveito do exequente, exigível

nos autos da execução embargada, o que se decide por

interpretação dos artigos 774 cc. o art. 777, ambos do

CPC. (...)”

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Irresignado, recorre o embargante, arguindo, inicialmente

cerceamento de defesa, em razão do julgamento da lide sem a produção de

prova pericial, indispensável na hipótese. No mérito, afirma ser primordial a

revisão das operações bancárias desde a origem, uma vez que elas foram sendo

realizadas em caráter contínuo, uma servindo para cobrir o saldo de outra, e em

todas houve a cobrança de juros e encargos de maneira ilegal, extorsiva e

capitalizada. Sustenta a ilegalidade da correção monetária pelo CDI em contratos

financeiros e ser ilegal a cumulação de comissão de permanência com correção

monetária. Aduz ser ilegal a cláusula contratual que estabelece taxas de juros

flutuantes, aplicadas segundo a variação no mercado, devendo ditas taxas serem

substituídas pela TAXA SELIC (doc. 163).

Passo a analisar.

Os embargos à execução constituem em uma defesa do executado

sob a forma de processo autônomo de conhecimento, autuados em apartado, mas

distribuído por dependência ao processo de execução, ex vi art. 914 do NCPC:

Art. 914. O executado, independentemente de penhora,

depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de

embargos.

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Isso porque, como cediço, o módulo processual executivo de título

extrajudicial não comporta, via de regra, um julgamento de mérito, consistindo em

um procedimento de satisfação de crédito constante em título executivo

extrajudicial.

Dessa forma, a legislação processual prevê que o meio de defesa do

executado deve ser exercido mediante uma ação cognitiva autônoma, denominada

embargos à execução.

Sobre o assunto, assevera o eminente Desembargador Alexandre

Freitas Câmara, in Lições de Direito Processual Civil, Vol. II. Editora Lúmen Júris,

pág. 409:

“Os embargos do executado são, pois, processo autônomo,


incidente à execução, de natureza cognitiva, dentro do qual
se poderá apreciar a pretensão manifestada pelo exeqüente,
para o fim de verificar se a mesma é procedente ou
improcedente”.

Nesse diapasão, temos que os embargos à execução possuem uma

relação de prejudicialidade com a ação executiva, uma vez que o desfecho desta é

influenciado de sobremaneira pelo julgamento daqueles.

Com efeito, a apreciação dos embargos pode ensejar na extinção da

execução, ou na redução do crédito exeqüendo.

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Como se trata de um processo de conhecimento, as matérias que

podem ser aventadas nos embargos à execução de título executivo extrajudicial

são extensas, consistindo em qualquer questão de defesa do executado.

Nesse sentido, leciona o processualista Fredie Didier Jr.:

“É bastante amplo o objeto dos embargos à execução


fundada em título extrajudicial. O executado pode alegar
matéria em seu favor, não havendo restrições legais (CPC,
art.745). A enumeração do art. 745 do CPC é meramente
exemplificativa, tanto que se encerra com uma cláusula
geral (inciso V): pode o executado alegar “qualquer matéria
que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento”. (Curso de Direito Processual Civil. Vol. 5:
Execução. Editora JusPODIVM, pág. 354)

Os embargos, portanto, podem impugnar o título executivo, a dívida

exeqüenda, o procedimento executivo, ou qualquer matéria de defesa do

executado, conforme o rol previsto no art. 917 do NCPC:

“Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá


alegar:
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da
obrigação;
II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
III - excesso de execução ou cumulação indevida de
execuções;

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IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos


casos de execução para entrega de coisa certa;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da
execução;
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como
defesa em processo de conhecimento.”

No caso dos autos, o embargante afirma a existência de

abusividades nos contratos anteriores, os quais originaram a cédula de crédito

bancário que originaram a execução.

Como cediço, é possível a impugnação dos negócios jurídicos

subjacentes ao título exequendo, conforme Súmula 286 do C. STJ:

SÚMULA N. 286 A renegociação de contrato

bancário ou a confissão da dívida não impede a

possibilidade de discussão sobre eventuais

ilegalidades dos contratos anteriores.

De plano, impõe ressaltar, que é regra processual comezinha de que

a prova serve ao juiz, que é o destinatário de seu conteúdo. Logo, pode o juiz

indeferir a produção de prova que reputa desnecessária ao deslinde da

demanda.

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Assim, não caracteriza cerceamento de defesa o indeferimento da

produção de qualquer prova, mormente aquelas que o julgador repute

desnecessárias ou impertinentes, que nada acrescentariam à formação do juízo

de convencimento do julgador, provocando apenas a procrastinação da entrega

da tutela jurisdicional.

Logo, se o juiz é o destinatário da prova está plenamente

autorizado a dispensar as desnecessárias ou desinfluentes para o deslinde da

causa, assim como determinar a produção daquelas que se afigurem

indispensáveis à formação de seu convencimento. Nesse sentido, Luiz

Guilherme Marinoni1 leciona que:

“Com a democracia social intensificou-se a participação do

Estado na sociedade e, por conseqüência, a atuação do juiz

no processo, que não deve mais estar apenas preocupado

com o cumprimento das “regras do jogo”, cabendo-lhe

agora zelar por um processo justo, capaz de permitir: i) a

adequada verificação dos fatos e a participação das partes

em um contraditório real, ii )a justa aplicação das normas

de direito material, e iii) a efetividade da tutela dos direitos,

já que a inércia do juiz, ou o abandono do processo à sorte

que as partes lhe derem, tornou-se incompatível com a

1
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de processo civil, Volume 1: teoria geral do processo - São Paulo :
Editora Revista dos Tribunais, 2006.

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evolução do Estado e do direito. Um processo

verdadeiramente democrático, fundado na isonomia

substancial, exige uma postura ativa do magistrado. A

produção da prova não é mais monopólio das partes. Como

a atuação do juiz, para o bem da parte, agora é mais

intensa, cabe-lhe lembrá-la sobre o ônus da prova, sobre a

importância de manifestar-se sobre o determinado fato, e,

ainda, quando necessário, determinar que os fatos não

sejam devidamente verificados em razão da menor sorte

econômica ou da menor astúcia de um dos litigantes. (...) o

princípio da imparcialidade do juiz não é obstáculo para a

participação ativa do julgador na instrução. Ao contrário,

supõe-se que parcial é o juiz que, sabendo que uma prova é

fundamental para a elucidação da matéria fática, se queda

inerte.” (...) no Estado constitucional, o conceito de

jurisdição é bem diverso. Agora o juiz deve compreender a

lei a partir dos direitos fundamentais e dos princípios

constitucionais de justiça. Por identidade de razões, as

regras processuais devem ser aplicadas conforme as tutelas

prometidas pelo direito material e segundo as necessidades

do caso concreto. (...) Aliás, para que o processo seja capaz

de atender ao caso concreto, o legislador deve dar à parte e

ao juiz o poder de concretizá-lo ou de estruturá-lo. Ou seja,

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o processo não apenas deve, como módulo legal, atender às

expectativas do direito material, mas também deve dar ao

juiz e às partes o poder de utilizar as técnicas processuais

necessárias para atender às particularidades do caso

concreto.”

No entanto, no caso dos autos, mostra-se necessária a realização de

prova pericial.

Decerto, na maioria das hipóteses, a alegação de prática de

anatocismo prescinde de perícia contábil. Todavia, a peculiaridade existente na

hipótese dos autos é a de multiplicidade de contratos anteriores que originaram

a dívida constante do título, bem como a análise da correção da planilha

apresentada pelo embargante.

Para apuração do alegado, mostra-se de profunda relevância a

análise da prova pericial, o qual analisará os contratos anteriores, e poderá

constatar, com mais exatidão e efetividade, a veracidade das alegações do

embargante.

Destarte, uma vez requerida, deve ser dada à parte a oportunidade

produzir as provas pertinentes a comprovar suas alegações.

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Além disso, importa notar que o embargante alega irregularidades

nos contratos anteriores, conforme cálculo apresentado na inicial, sendo certo

que a sentença considerou apenas o contrato principal, que embasa o título

executivo.

Sendo assim, necessária a realização de prova pericial.

Por fim, muito embora o juiz alegue que a parte não formulou

pedido expresso de declaração de excesso de execução, certo é que tal fato não é

impeditivo se do conjunto da postulação é possível compreender a alegação de

excesso.

Na égide do CPC/73, a literalidade do art. 293 determinava que os

pedidos da petição inicial deveriam ser interpretados restritivamente: “Os

pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os

juros legais”.

Todavia, ainda sob vigência do antigo CPC, a doutrina considerava

que o pedido deveria ser interpretado em conjunto com a peça inicial.

Isso porque a petição inicial é ato declaratório de vontade,

resultado de uma atividade mental, sendo composta pelos elementos essenciais

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que formam um todo único: a indicação das partes, da causa de pedir e do

pedido.

A consequência de ser a inicial um ato postulatório simples,

referente à declaração de vontade, é a de que deve ser interpretada como um

todo, calcado no Princípio da Unidade, ainda que possa ser dividida em

capítulos, o que não induz ao equívoco de considerá-la um ato complexo.

Como qualquer ato de vontade, as manifestações das partes podem

sofrer de vícios na sua passagem para a forma escrita, decorrente de falha na

redação ou, inclusive, de limitações da própria linguagem humana.

Logo, por ser uma declaração de vontade, tornam-se aplicáveis os

artigos do Código Civil que regulam o tema, notadamente o artigo 112: “Nas

declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao

sentido literal da linguagem.”

É sob esse prisma que ganha força a aplicação de outros elementos

hermenêuticos, como as interpretações lógica, sistemática e teleológica.

Sendo assim, a petição inicial deve ser lida e compreendida em um

todo, tendo como ponto de partida o seu pedido, mas o interpretando de acordo

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com a causa de pedir narrada, bem como a finalidade de que a parte pretendia

alcançar.

Não por outra razão, a matéria foi regulada de forma distinta no

NCPC, que deixou de replicar o previsto no art. 293 do CPC/73 de interpretação

restritiva do pedido para prever expressamente a interpretação em conjunto da

peça inicial, conforme art. 322, §2º:

Art. 322. O pedido deve ser certo.


(...)
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da
postulação e observará o princípio da boa-fé.

À luz de tais fundamentos, dou provimento ao recurso para

anular a sentença e determinar a produção de prova pericial.

Rio de Janeiro, de de 2021.

DESEMBARGADORA RENATA MACHADO COTTA

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