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Lição 17 – Teorias Demográficas

No estudo do crescimento populacional existem teorias que procuram explicar esse


crescimento. Abordaremos então as teorias Malthusiana, Neomalthusiana, Reformista e a
teoria de transição demográfica. Estarão patentes os postulados, propostas de solução
apresentada e as lacunas de cada uma das teorias de população.
Ao completar esta lição, você será capaz de:
 Explicar o que é uma teoria de população;
 Comparar as diversas teorias de população no que diz respeito ao seu postulado,
propostas de solução;
 Será capaz também de explicar a problemática da aplicabilidade dessas teorias.

1 A Teoria Malthusiana
Em 1798, Malthus publicou uma obra Ensaio sobre o princípio da população, no qual
desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava basicamente em dois postulados:
1) Crescimento da população;
2) Produção de alimentos.
Se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, entre outros eventos extremos, a
população, tenderia a duplicar a cada 25 anos ou seja, cresceria em progressão geométrica
(2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um factor variável, que cresceria sem parar enquanto o
crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6,
8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um factor fixos como a própria
extensão territorial dos continentes.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento
populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção de alimentos.
Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam
esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no
entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo.
1.1 Consequências da dinâmica demográfica malthusiana:
A consequência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimentos para abastecer as
necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras civis, disputas por
territórios, etc.
1.2 Proposta de Malthus:
Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da Igreja Anglicana, na
época contrária aos métodos anti-concepcionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos
se possuíssem terras cultiváveis para poder alimenta-los, ou seja, Malthus propôs uma
“obrigação moral” aos nascimentos, o que significaria: proibir o casamento entre pessoas
muito jovens; limitar o número de filhos entre as populações mais pobres; elevar o preço das
mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais humildes a ter uma prole menos
numerosa.

1.3 Inconsistências da teoria de Malthus:


Verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a
cada 25 anos e a produção de alimentos se acelerou graças ao desenvolvimento tecnológico.
Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a quantidade produzida aumentou, uma
vez que a produtividade (quantidade produzida por área; toneladas de arroz por hectare, por
exemplo) também vem aumentando ao longo das décadas.

1.4 Reflexões finais


Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma
simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga
mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição da renda e não da
carência na produção de alimentos. Nos primeiros anos do século XXI, a produção
agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 biliões de pessoas, enquanto a
população do planeta era pouco superior a 6 biliões.

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